Em teu ombro repousa a cabeça
enternecida pelo afago
A calma para que eu esqueça
perturbações que comigo trago
Deixo-te porque é necessário
crepúsculo turva o caminho
mas antes olho-te solidário
o beijo entorpece tal vinho
Mostras tristeza pela saída
Chegada a hora que me despeço
As mãos apartadas sem ruído
Mas eu rogo ao pé do ouvido
levarei-te comigo e peço
guarde-me um pouco na partida
Não tenho experiência com poesias, então tudo o que posso falar é o que senti ao ler.
Foi tristeza, pois me identifiquei com a situação descrita no soneto. Mas aí fica a pergunta: quem nunca deu um amargo adeus? É aquele tipo de coisa que acerta quase todos, com exceção dos endurecimentos, que não gostam da dor, não a aceitam e então se fecham internamente.
Há uma certa beleza na despedida. É algo natural. Faz parte do ciclo da vida. E quando aceitamos isso, de fato, viver se torna algo mais belo. Parabéns pela poesia, pois despertou em mim algumas reflexões, breves, mas o suficiente para me entreter.
Lindo soneto! Muito bom ver essa “invasão” de uma poesia num mar de contos. Gostei muito do lirismo singelo que foi apresentado!