EntreContos

Detox Literário.

O Rosto na Parede do Prédio (André Brizola)

É com pesar que escrevo. O pesar de quem enterrou um distinto amigo. O pesar de quem viu a eloquência e o dinamismo de um jovem descer terra adentro, cercadas de já ressecados cravos e rosas brancas. E, se escrevo isso, é puramente por esse amigo, para que nada disso seja esquecido. Como prevenção, e não escárnio.

E, com o propósito de sitiar o leitor, é necessário que este meu amigo seja apresentado, para que o disparate entre o personagem do início e do fim desta história seja claro. Seu nome não importa mais, de modo que, para preservar os poucos familiares enlutados, o chamarei de Alex.

Alex havia se formado bacharel com distinção e louvor. Orador da turma, figura presente em comemorações diversas e dono de inúmeros ilustres causos universitários. Preferido de muitos professores, odiado por outra parcela deles, e dono de um futuro brilhante em carreira acadêmica, com mestrado já encaminhado e propostas de bolsas de estudo batendo à sua porta toda semana.

Meu amigo merecia sua popularidade, pois à intimidade, sempre se mostrou um colega leal, de simpatia pontual e críticas necessárias e certeiras. No velho apartamento que dividimos com outros três rapazes da universidade, sempre liderou nossas reivindicações perante o condomínio, e nunca se furtou de assumir responsabilidades monetárias e administrativas.

Enfim, Alex era sempre a pessoa adequada no local correto.

Pois após a formatura fomos cada um para um lado e, numa dessas circunstâncias curiosas do destino, Alex e eu nos reencontramos anos depois em uma convenção onde ambos éramos palestrantes. Eu já ostentando um abdome razoavelmente flácido, enquanto ele ainda se mantinha magro e com aqueles olhos ativos e famintos que os universitários costumam ter nos seus primeiros meses de curso.

Celebramos nosso reencontro num pub enfumaçado e barulhento, onde jovens senhores tentavam tirar algum jazz de instrumentos desafinados e devorados pelo tempo. Bêbados solitários e alguns fanfarrões chegavam a vencer os músicos no quesito barulho de vez em quando mas, alheios a todos, estávamos bastante satisfeitos por poder colocar nossa conversa em dia.

E daquela conversa tirei a impressão de que meu velho amigo não parecia ter envelhecido fisicamente, pois mantinha grande parte de suas características juvenis da universidade. No entanto, foi com espanto que encontrei em Alex certo grau de depressão e alguns sinais de psicopatologias leves.

Essa má impressão me foi confirmada em nossos encontros seguintes, quando pude detectar em Alex algumas fobias e manias não existentes na juventude. Foi curioso notar que era com muito sacrifício que ele vinha a público palestrar aos novos estudantes, pois havia desenvolvido uma agorafobia exacerbada, que por pouco não o mantinha preso em casa. E, indo pouco mais a fundo em nossas conversas, descobri que, na verdade, não eram as palestras e a chance de levar adiante seu trabalho que o tiravam de casa. Alex saía de casa pois precisava receber instruções.

Sobre essas instruções ele nunca comentava. E nem eu perguntava, pois não me sentia confortável em questionar o modo como levava sua vida. Menos ainda alimentar qualquer que fosse o problema psicológico que o levava a precisar de instruções. E, ao mesmo tempo, percebia que ele se sentia em conflito ao não me revelar algo, pois devia lembrar que no passado éramos grandes amigos e confidentes. Por isso eu sempre buscava um meio de mudarmos de rumo no papo.

Mas, inevitavelmente, nossas conversas acabavam chegando ao ponto em que Alex dizia sobre a necessidade de ter que sair de casa, como se ele quisesse sempre falar sobre isso, ou como se eu quisesse sempre saber. E, muito provavelmente, era isso mesmo que ocorria, pois admito que na época estava bastante curioso sobre essas instruções que ele recebia.

Por meses após nosso reencontro mantivemos nossa rotina de conversas semanais naquele pub enfumaçado. Eu estava em progresso com minhas pesquisas, enquanto via a decadência daquele que era o mais promissor de todo aquele distante ano da universidade. E, levado por uma espécie de revolta, acabei perguntando, de forma meio brusca, sobre a natureza de suas instruções.

Alex não respondeu. Limitou-se a levantar de seu banco e sair apressado. Subiu as escadas do pub e atravessou a porta para fora com um estrondo. No momento em que me vi sozinho, sabia que jamais o veria novamente e, consciente de meu erro, paguei a conta do dia, terminei minha bebida e subi as escadas em direção da saída.

Lá fora Alex esperava por mim com olhos vidrados. Assemelhava-se a um viciado em drogas, sofrendo com o efeito danoso no cérebro. Quando me viu, fez sinal para que o seguisse à distância e começou a andar.

O segui por ruas estreitas em direção ao lado velho da cidade, onde as luzes eram amarelas, o asfalto irregular e empórios e armazéns avançavam nas calçadas, mesclando o cheiro de temperos e iguarias com o de fumaça de escapamento.

Aquela parte da cidade se caracterizava por possuir prédios antigos, de tamanhos e formas irregulares, sendo muitos deles impróprios para habitação. Alguns haviam sido abandonados sem acabamento, ou apenas com a estrutura finalizada, e a população tomou posse das construções, finalizando o que era possível de maneira rústica e desigual. Uma paisagem urbana digna de distopias literárias, pois a necessidade de moradia suplantava qualquer estética ou ordem arquitetônica, gerando um caos de concreto, madeira e eletricidade.

Alex, curiosamente, combinava com aquela cena. E me parecia que ele compreendia isso inconscientemente, pois andava pelas calçadas desviando de hidrantes e bancas de frutas com a habilidade de quem passava por aquilo frequentemente. E aquela área da cidade reconhecia o mesmo quando o via, pois os vendedores não o abordavam na rua, nada lhe era oferecido para venda ou troca. Não lhe pediam esmolas, nem informações. Já eu era estrangeiro naquelas paragens, e a mim eram oferecidas de laranjas a drogas, relógios “originais” e oportunidades únicas no ramo imobiliário. Por pouco não perdi Alex de vista, como se o ambiente me reconhecesse como um objeto estranho e tentasse acabar com aquela associação estranha àquele organismo urbano.

Assim que consegui me afastar dos negociantes, vi Alex parado no meio de um quarteirão, do outro lado da rua, como a esperar pelo momento ideal. Parei também e fiquei a observar pois, aparentemente, nós havíamos chegado, onde quer que fosse que ele estava me levando.

Não percebi imediatamente, mas assim que a zoeira da rua passou, pude ver que Alex estava encostado em um prédio vizinho a um beco cuja entrada era parcialmente escondida por um amontado de latões de lixo, ainda não recolhidos pelo serviço municipal. Assim que notei o beco, Alex fez um sinal discreto e lá entrou. Não tive dúvidas de que era lá o local de nossa estranha viagem.

Entrei no local com o asco natural de quem atravessa lixo acumulado. O cheiro de coisas azedas e restos orgânicos era forte, e por pouco não consegui manter a compostura. E o beco era composto de um primeiro corredor bastante estreito, o que fazia o cheiro mais forte e peculiar. Admito ser fraco nesse aspecto, mas juntei forças para continuar, pois minha curiosidade estava sendo enfim sanada.

Caminhei pelo beco sem sinal de Alex, que já havia corrido na frente. Ao final do corredor, havia uma área central, com outro latão de lixo, mas vazio, exceto por cascas de banana grudadas na lateral, e alguns ratos buscando alimento. Além disso, um corredor ainda mais estreito levava para o que aparentava ser o encontro dos fundos de prédios vizinhos.

Por esse segundo corredor já podia ver Alex, que estava bem à frente, sentado no chão olhando para uma parede de pintura rachada, com um grande lapso de reboque, onde os tijolos estavam expostos. Chamei-o, mas ele não respondeu. Chamei-o mais uma vez, e ele limitou-se a olhar em minha direção, com olhos furiosos, fazendo sinal de silêncio.

Alex olhava exatamente para os tijolos expostos. Parecia atento, e de vez em quando acenava com a cabeça, movia os lábios silenciosamente, como se argumentasse ou concordasse com algo. Não me atrevi a chegar mais próximo, mas percebia que ele estava sozinho naquele local estreito e quase sem iluminação. E compreendi que aquela área se tratava de uma junção de prédios vizinhos, cujas paredes sem janelas formavam um beco escuro e úmido.

Ficamos ali, naquela situação, por pouco mais de vinte minutos. Alex não se dirigiu a mim em nenhum momento até levantar. E, quando o fez, limitou-se a dizer que precisava voltar para casa. Não o segui, e nem ele me esperou, por isso terminei o caminho para investigar aquela área tão estranha que meu amigo frequentava. E, como já esperava, não encontrei nada de anormal. Tratava-se realmente de uma sala onde o sol não alcançava completamente, exceto, talvez, por seu pico ao meio-dia. As quatro paredes não possuíam janelas, e seus prédios eram razoavelmente tortos, causando uma espécie de náusea ao contemplar suas alturas por muito tempo. Um local deveras incomum e bizarro.

A parede para qual meu amigo olhava fixamente, entretanto, me encheu de arrepios. Era possível notar que as linhas regulares dos tijolos à vista, os riscos das falhas do concreto, e as manchas na pintura, formavam o desenho de um rosto de olhos fechados e boca cerrada. Um rosto que, se extrapolasse a coincidência daquelas linhas na parede com a imaginação, revelava severidade, sabedoria e, assustadoramente, voracidade. Vida.

Dei as costas à parede sentindo náuseas e calafrios. Obviamente o cenário me assustava, mas a realidade de Alex, claramente doente, encontrando naquele refúgio mais do que lixo e caos, me trouxe de volta à realidade. Todos os meus pensamentos foram focados em como ajudar meu amigo clinicamente prejudicado.

Voltei a ver Alex em nosso encontro seguinte. Confesso que eu já não sabia mais o que dizer para ele, e minha intenção era arrumar um médico e levá-lo lá a força, mesmo que isso significasse o cárcere para meu amigo. No entanto, dessa vez, ele facilitou a conversa, e começou perguntando o que eu havia achado.

Não pude dizer muito. As imagens dele agachado, as lembranças me atingindo com uma sinestesia de cores cinzentas e cheiros azedos me deixaram mudo por tempo suficiente para que ele me interrompesse, dizendo que as instruções que ele recebera naquele dia eram razoavelmente complexas, e que ficaria feliz se eu o ajudasse a cumpri-las. E, principalmente, que ele estava autorizado a me convidar para tal.

Não argumentei. Alex estava de fato perturbado pelo que deveria ser algum tipo de transtorno, algum tipo de bipolaridade, que enxergava naquela parede uma representação de si mesmo, extrapolada como um terceiro. Um ser claramente criado em sua cabeça. Entretanto, diagnosticar aquilo estava longe de qualquer uma de minhas competências. E, de forma rápida, apenas concordei com o que ele ia explicando, tentando montar o quebra-cabeças de como levar Alex até um profissional qualificado.

Concordar em ajudá-lo, a princípio, parecia o meio mais rápido de entrar naquele mundo e, de dentro, conseguir empurrá-lo, aos poucos, para fora. Mas a realidade foi bem diferente. Hoje vejo que minha ajuda só piorou o cenário.

Alex só me revelaria sua próxima ação conforme nos aproximássemos dela. Essa era uma das instruções que havia recebido naquele dia diante do rosto na parede do prédio. E eu não deveria questioná-lo quanto à natureza de seus atos, pois alguns deles poderiam parecer estranhos a princípio, mas que seriam todos necessários e corretos. Nunca uma instrução havia falhado.

Minha primeira participação foi reunir alguns itens conseguidos em farmácias. Seringas, agulhas, esparadrapos. Clorofórmio. Cada um deles comprado em uma farmácia diferente. Não percebi até que os tivesse todos reunidos em uma mesma bolsa, mas aquilo fazia me sentir como suspeito de sequestro. E, para meu espanto, passei a questionar se sequestro não seria mesmo o objetivo de tudo isso. Mas fiz como ele havia pedido, ignorei a estranheza e me mantive neutro, aguardando a minha chance de tentar levá-lo em direção à sanidade.

Dois dias depois nos reunimos e Alex me passou uma nova tarefa. Dessa vez ele me pediu para pegar em meu nome um determinado tomo na biblioteca da universidade. Tratava-se de uma monografia de um curso de ciências exatas, algo totalmente distante daquilo que tanto ele quanto eu tratamos em nossa época. Não entendia a relação entre essa e a tarefa anterior, mas foi algo relativamente mais simples de realizar. Tomei o cuidado de verificar o autor e, como o mesmo já havia falecido há alguns anos, descartei a hipótese de meu amigo estar tramando algum tipo de ação física contra aquele matemático.

Alex levou o livro e os suprimentos farmacêuticos para sua casa e reapareceu apenas em nosso encontro semanal no pub, vários dias depois. Tinha olhos vidrados e sorria. Apertou minhas mãos em um agradecimento efusivo, com um vigor que eu não achava ser possível naquele corpo. Pediu desculpas por não poder ficar para papear e me disse para não me preocupar com o livro, pois ele já havia sido entregue no dia anterior na biblioteca. Agora ele terminaria as instruções recebidas, e possivelmente receberia alguns dias livres até ser convocado para receber as próximas.

E, antes que eu pudesse dizer algo, Alex já balançou a cabeça negativamente, como se tivesse lido minha mente. Não. Aquele dia eu não deveria ir com ele até o rosto na parede do prédio. Eu deveria aguardar, até que uma nova autorização fosse dada. Ele ainda tentou me alegrar, dizendo que talvez hoje mesmo essa autorização viesse.

Nos despedimos e ele saiu apressado, mas sorridente. Tentei enxergar isso como uma possível melhora em seu estado. E, sozinho no pub, brindei a isso com mais algumas doses. Fui embora pouco antes do anoitecer e antes da chuva anunciada pela meteorologia.

A caminho de casa acabei tomando um trajeto diferente inconscientemente. Talvez fosse um sexto sentido, ou alguma informação dissonante escondida em alguma parte do cérebro com tudo que havia me acontecido naqueles dias. Mas o fato é que quando percebi, estava a caminho da universidade, e não de minha casa. E só tomei nota do desvio quando as primeiras gotas de chuva fizeram barulho em minha camisa.

A água caiu pesada a princípio e, sem um guarda-chuvas, corri para o toldo de uma banca de jornais, cujo dono se preparava para fechar. Ilhado e longe de casa, ocupei meu tempo passando os olhos sobre as capas de revistas e manchetes dos jornais. Estava lendo a chamada de uma notícia sobre uma reunião da ONU quando uma outra menor abaixo me chamou a atenção.

“Estudante é assassinada e desfigurada em alojamento estudantil. E.A.P. foi encontrada esta manhã por uma vizinha de quarto, e a polícia ainda não tem nenhum suspeito. Não houve arrombamento, e a perícia estima que o crime deve ter ocorrido no máximo há 48 horas. A vítima estava sedada por clorofórmio e a morte se deu pela injeção de grandes quantidades da mesma droga em sua corrente sanguínea. Suas orelhas, lábios e olhos foram removidos, e as feridas causadas por agulhas haviam sido tratadas com gaze e esparadrapo. Reportagem completa na página 10A”.

Comprei o jornal e li a reportagem ali mesmo, tremendo com a grande quantidade de coincidências. A menina assassinada, E.A.P., era aluna da mesma universidade em que tanto eu quanto Alex palestramos naquele nosso reencontro. A mesma universidade em que peguei o tomo emprestado. Gaze, esparadrapo, clorofórmio. Pelo texto vi que a polícia suspeitava de alguém com livre acesso pelo campus, e que pudesse ser conhecido da vítima. Também foi apontada pela matéria o fato de que o assassino provavelmente não tem prática no manuseio de seringas e agulhas, deixando várias marcas grosseiras nos braços e pernas da garota.

Muitas coincidências, mas nenhuma realmente conclusiva. Entretanto, eu suspeitava de Alex. Não, eu sabia que havia sido ele. Não pelos indícios divulgados pela polícia no jornal. Nem pelo comportamento louco que ele apresentava. Mas por um detalhe que não me chamou a atenção inicialmente, mas que seria a prova cabal para mim, assim que a confirmasse.

Corri até a biblioteca da universidade com a chuva me castigando. O jornal ensopado em minha mão, me deixando com marcas negras de tinta nos dedos. Os sapatos encharcados, coaxando a cada passo pelos corredores cheios de estudantes buscando por silêncio. Mas eu precisava saber, e aquele tomo de ciências exatas, devolvido ontem, me daria a resposta que eu buscava. Encontrei-o no mesmo lugar da primeira vez e fui direto à página com a resposta. A última, onde se encontrava o cartão de quem o havia pego emprestado. Logo acima de meu nome lia-se Ellen Anna Porter.

Tremendo, recoloquei o livro no lugar. Eu havia auxiliado Alex em um assassinato. Aquilo tudo estava saindo totalmente fora de controle. E eu agora estava chamando a atenção de todos na biblioteca. Molhado, tenso, tremendo de frio, e de raiva. Tinha que encontrar Alex. Eu tinha que saber o porquê.

A chuva havia se transformado em uma garoa, e as luzes dos postes de iluminação pareciam me conduzir para aquele lugar fora da realidade. Aquele canto do submundo em que meu amigo recebia suas instruções. Aquele lugar onde eu o encontraria conversando consigo mesmo, ele e aquela parede, aquele simulacro que havia criado em sua cabeça para lidar com sua doença. Ali, onde eu o confrontaria e o levaria à luz da razão. E, decerto, à polícia também.

Todos os tipos de cenários e conflitos passaram pela minha cabeça enquanto caminhava até aquela entrada de beco. Nenhum obstáculo nas ruas dessa vez. Era só eu e o beco, a casa da loucura em que encontraria meu amigo.

Atravessei os corredores até ficar diante do rosto na parede do prédio. Mas meu amigo não estava lá. Entretanto, o horror percorreu minhas veias, gelando meu sangue. Naquela parede descascada onde enxerguei linhas entre tijolos e concreto que formavam os contornos de um rosto encontrei, encaixados nos lugares adequados, as orelhas, olhos e lábios de Ellen Anna Porter, já ressecados, mas ainda com manchas amarronzadas se sangue.

De repente todos os cheiros do lugar invadiram meus sentidos. A escuridão me fez buscar a luz no único ponto possível, acima, e aquelas linhas tortas das paredes fizeram meu mundo rodar. Tonto, nauseado, busquei apoio em uma das paredes e sem querer encarei o rosto na parede do prédio. Ele sorria pra mim, com malignidade, com inteligência. Com voracidade.

Acordei em uma cama de hospital. Estava com um cheiro azedo vindo de minhas roupas, e a luz do sol atravessava uma janela apenas parcialmente coberta por venezianas. Uma enfermeira cuidava do paciente da cama ao lado mas, ao me ver despertando, veio ter comigo. Mas descobri pouca coisa. Havia sido deixado no pronto-socorro desmaiado, e sujo com meu próprio vômito, por uma pessoa não identificada. Fui examinado para drogas, álcool, e contusões na cabeça e, como nada foi encontrado, estavam apenas aguardando que eu despertasse para ser emitida a alta.

Do hospital fui à delegacia de polícia contribuir de alguma forma para evitar danos maiores. Meu depoimento foi cru. E quando digo isso quero dizer que apontei Alex como um possível suspeito, mas deixei todos os meus diagnósticos de fora, assim como tudo que dizia respeito às suas instruções. E devo dizer que saí de lá com a impressão de que havia atraído a atenção para mim, e não para Alex, pois sem o contexto completo, Alex tinha pouca ligação com o ocorrido.

Fui para casa montando um retrospecto dos eventos em minha cabeça. E nada daquilo fazia sentido. Por que Alex havia mutilado a garota? E por que aquelas partes haviam sido dadas ao rosto na parede do prédio? E, ainda, o que Alex encontrava quando se dirigia àquele local?

Todas essas dúvidas pairavam em uma nuvem sobre mim quando atravessei a porta de casa. Havia sido um dia exaustivo, e eu precisava de um banho, pois estava sujo e cheirando mal. Entretanto, novamente as coisas tomaram rumos inesperados.

Alex me esperava em casa. Dentro de minha casa.

A princípio fiquei assustado. Meu amigo era um assassino, um demente perigoso. E eu, uma testemunha daquilo que ele havia feito. Ele poderia estar ali para acabar com a possibilidade de denúncia, sem saber que eu já a havia feito.

Mas Alex não representava perigo para mim, eu sabia. Ele parecia mais em conflito consigo mesmo do que com qualquer coisa com que eu pudesse lhe ameaçar. Começou me pedindo desculpas, pois não sabia como começar a explicar. Sentava e levantava de meu sofá, claramente perturbado. Os olhos mais vidrados do que nunca. Uma enorme faca em suas mãos. Balbuciava para si mesmo pedidos de desculpa e explicações incompletas sobre sua presença ali.

Tentei me manter tranquilo e, aos poucos, consegui que ele focasse sua atenção em mim. Fiz com que sentasse e deixasse a faca abaixada, e o incentivei a conversar. Aceitei suas desculpas, e perguntei se ele precisava de alguma ajuda.

Alex de fato precisava de ajuda, pois havia recebido novas instruções.

Não quis saber daquilo, mas ele foi insistente. Apontou o cabo da faca em minha direção. “Pegue e ouça com atenção. Recebi novas instruções. E elas não foram direcionadas a mim, e sim a você”.

Aquilo não fazia o menor sentido. Mas ele continuou. “Ele está quase completo agora. Mas precisa de um coração. E você precisa dar um coração a ele”. Levantei assustado indo para longe da faca gritando que não mataria ninguém, que ele poderia ter ajuda médica agora, antes que a situação se complicasse, mas Alex não ouvia. “Você não vai matar ninguém. Só precisa levar o coração até ele. Meu coração. A instrução que recebi é a de que devo dá-lo a você, para que o entregue a ele”.

Não consegui ser rápido o suficiente. Alex fez um movimento forte e agudo, e caiu de lado manchando o chão da sala. O socorro não veio a tempo, e a morte de meu amigo foi declarada poucos minutos após a chegada dos paramédicos. A polícia me levou à delegacia e me deteve lá por incontáveis horas. Mas a conclusão a que seus detetives chegaram foi a de que Alex era o responsável não só pela morte da garota na universidade, e sim por diversos assassinatos ocorridos nas últimas semanas, mas que até então haviam sido mantidos fora do conhecimento popular. Alex havia sido apelidado de Frankenstein pelos investigadores, pois cada vítima havia tido uma parte de seu corpo subtraída.

Claro que a polícia não teve nenhum conhecimento sobre aquele beco. Aquilo agora era exclusividade minha. Eu precisava saber o que acontecia naquele lugar. Ou Alex havia criado aquilo tudo em sua cabeça, ou eu estava prestes a enfrentar algo alienígena, algo maligno que o submundo havia enviado para tentar os homens.

No fim daquela semana me preparei psicologicamente, dentro dos meus limites, para ir até o local uma última vez. Temia o que fosse encontrar, pois naquela noite em que desmaiei eu estava sozinho e tive a certeza de que o rosto na parede do prédio me encarava. Que tentava me atingir de alguma maneira. Talvez o desmaio tenha sido provocado pela minha própria mente, como um mecanismo de defesa natural.

E, não sei como a ideia me surgiu, mas embrulhado em um papel pardo grosso, levei um coração de boi, comprado em um açougue. Não tinha certeza do que esperava conseguir com aquilo, mas na ocasião me pareceu uma espécie de trunfo, de carta na manga, contra seja lá o que estivesse vivendo naquelas paredes.

O som estava se pondo quando me vi parado diante do rosto na parede do prédio. Nuvens negras iam se juntando no horizonte, e suas colisões riscavam o céu com uma luz azulada, enquanto o som dos trovões fazia as janelas lá na rua, distantes, tremerem.

Encarei aquelas linhas malignas, severas, com toda a minha força de vontade. E ele me encarou de volta, me dando arrepios. Mas eu havia me preparado, tinha que seguir meu roteiro, e tentar encontrar o maior número de respostas. E, se minha memória não falha, o que aconteceu, por mais insano que pareça, foi o seguinte:

“Tenho o que você precisa aqui”, eu disse.

Não houve resposta.

“O coração de Alex. Era o que você queria de mim, não é? O que devo fazer agora?”

Não houve resposta. Mas subitamente eu sabia exatamente o que deveria fazer. Abri o pacote e coloquei o coração junto à parede, no chão.

E então me senti envergonhado. O sangue esquentou meu rosto, pois como eu podia querer enganá-lo com um subterfúgio tão mal feito. Um coração de boi? No que eu estava pensando?

Mas com a faca eu poderia corrigir isso. E de repente me vi com uma faca em mãos. Eu não havia trazido uma faca. Havia? Aquilo não tinha sido parte do meu plano, mas ali estava eu, com uma faca. E agora bastaria um corte preciso para corrigir meu erro. Poderia dar aquilo que ele precisava enquanto eu mesmo me punia por tentar tal enganação.

Caminhei até a parede, me ajoelhei e fitei o rosto na parede do prédio a meros dez centímetros de distância. A faca tremendo em minha mão enquanto eu a posicionava no pescoço. Lembro de ter fechado os olhos, pois não conseguia sustentar aquele olhar. Algo naquelas linhas de tijolos e naqueles olhos ressecados presos na parede penetrava minhas defesas e conseguia ver muito adentro de mim. Conseguia imaginar os lábios formando um sorriso enquanto eu apertava a lâmina.

Foi quando o trovão me tirou do torpor. Abri os olhos subitamente e vi a criatura emanando mal daquelas linhas na parede. Olhos negros, vorazes de ódio, desejando a minha morte.

Larguei a faca e corri para longe no beco. Atravessei os corredores e fugi para a rua, onde a chuva me encontrou e lavou o sangue que já escorria pelo corte em meu pescoço. Minha cabeça latejava, e eu lutava contra a inclinação de voltar àquele local e terminar o que havia começado. O impulso de atender aquelas instruções era muito forte, e a luta dentro de minha cabeça me levou ao chão, de joelhos. E com as mãos em meu rosto caí entre gritos, e lágrimas, lutando contra aquela força de vontade sobrenatural, que me puxava de volta ao rosto na parede do prédio. Então desmaiei.

Mais uma vez acordei em uma cama de hospital. Desta vez com um curativo no pescoço e alguns outros nos joelhos e cotovelos. Uma pessoa havia me encontrado em convulsão na rua, durante a chuva, e havia chamado uma ambulância. Novamente uma pessoa não identificada havia salvado minha vida.

Fiquei em observação durante aquele dia, mas fui mandado pra casa à noite. Não conseguia pensar direito ainda sobre os acontecimentos das últimas semanas. Alguns detalhes já começavam a fugir da mente, inclusive. Por isso abri um caderno e comecei a escrever tudo que fosse possível lembrar.

Nunca retornei ao local com o rosto na parede do prédio. Não conseguiria travar outro embate daqueles e sair com minha sanidade intacta. E, a cada dia, tenho me tornado mais e mais recluso. Ainda sou requisitado como palestrante em algumas universidades, mas faço apenas o necessário para me manter, pagar as contas, e eliminar toda e qualquer rachadura em minha casa.

Podem me chamar de paranoico. Mas cada vez que a pintura racha em alguma parede, eu o ouço. Uma voz que não existe, mas que ressoa e vibra como um sino. Ele me procura, chama meu nome. E quer vingança. O rosto na parede do prédio quer vingança.

45 comentários em “O Rosto na Parede do Prédio (André Brizola)

  1. Fil Felix
    11 de novembro de 2017

    Um conto muito bem construído e estruturado, vai indo num crescente. A ideia do rosto na parede realmente ficou interessante e saiu do lugar comum, colocando várias questões, como se realmente foi de verdade a entidade, ou se era pura paranoia passando do Alex pro protagonista. O suspense também é bom, a gente fica pensando em quem ajudou na hora do desmaio, como que ele ia descobrir se o Alex era assassino ou não, etc. Só achei um pouco corrido o cara já comprar a ideia de paranoia logo no início, levantando todos os sintomas e tais, correndo pelos becos atrás de alguém que, claramente, tava bem cracudo. Isso achei meio estranho, mas o conto no geral é muito bom.

  2. Miquéias Dell'Orti
    11 de novembro de 2017

    Oi,

    Caraca, muito bom.

    Gostei da forma como você conduziu essa narrativa. As questões que surgem no decorrer da história, instigando a gente a continuar… muito bom mesmo.

    O rosto na parede ficou realmente aterrorizante, e sem precisar descrever uma criatura maligna ou colocar traços grotescos, só o fato de pressupormos o terror daquela cena, algo desconhecido, já nos deixa tensos o bastante.

    É a melhor forma de abordar o terror, na minha opinião, deixando aquela ponta de dúvida, de medo pelo desconhecido.

    Parabéns e boa sorte.

  3. Pedro Luna
    11 de novembro de 2017

    Outro detalhe curioso, mas isso não vai influenciar na nota. Percebi que quase todos os contos começam com um personagem no futuro, lembrando de algo que aconteceu. E partir daí começa a ser narrado a história do que ouve. Provavelmente eu tenha feito isso em outros desafios, mas não considero mais uma boa opção. Além de reduzir o suspense, aqui já sabemos que Alex se daria mal, se torna altamente lugar comum.

  4. Pedro Luna
    11 de novembro de 2017

    Infelizmente não gostei. Não consegui ser convencido pela necessidade urgente do cidadão de ajudar o seu amigo Alex, que fazia tempo que não via. O cara chega ao ponto de seguir o amigo, totalmente atormentado, para um lugar horrível, e se depara ali com uma bizarrice tremenda. O que ele faz? Reencontra o amigo e passa a ajudá-lo. Talvez se o personagem fosse mais destrinchado e nos fornecesse uma real motivação para não fugir dessa trama bizarra, eu teria gostado. Ao contrário, ele vai se afundando cada vez mais com o amigo, e eu não entendi o porque dele fazer isso. Em certo momento ele se abriga contra a chuva e lê jornais, e convenientemente lê a notícia da morte da moça, que tinha ligação com amigo. Também me pareceu forçado. E a partir daí, com uma certeza muito forte de que era o culpado era Alex (tb não entendi tanta certeza assim), ele mais uma vez não tenta escapar disso tudo. Vai seguindo o fluxo. Na parte que os detetives concluem a participação de ALex nos crimes, como eles chegaram a isso? A situação criada, do rosto que dá ordens, é boa, mas achei o personagem raso e a narração fria para me convencer de que foi necessário ele passar por isso tudo.

  5. Renata Rothstein
    11 de novembro de 2017

    O que dizer, além de que é um baita conto, excelente, um dos melhores contos do Desafio?
    Fora uma revisão mto básica, todo o maravilhoso resto merece aplausos, muitos apluasos.
    Terror de primeira, queria escrever um conto assim.
    Parabéns

  6. mariasantino1
    11 de novembro de 2017

    Bom dia, autor(a)!

    Gostei do seu texto. Começa como quem não quer nada e as coisas vão se intrincando, vai ficando instigante de forma que no fim me vi exclamando um “Ohhhh!” de surpresa. Há um livro, Demian, do escritor Hermann Hesse onde o narrador personagem, muito solitário e introvertido, certa vez faz um desenho e passa algum tempo perdido em devaneios. O que importa aqui é que o autor escava fundo o estado psicológico do personagem, veja : A contemplação daquela pintura despertou em mim uma impressão singular. Via-se como um ícone ou máscara sagrada, entre masculina e feminina, sem idade, tão voluntariosa quanto sonhadora, tão rígida quanto secretamente viva. Aquele rosto tinha algo a dizer-me, pertencia-me, indagava algo de mim. E se parecia com alguém, que eu não conseguia atinar quem era. […] o rosto pintado por mim emergia vez por outra entre elas, vivo e falante, benévolo ou hostil, contraído em uma terrível careta ou infinitamente belo, harmonioso e nobre. (Pg82)
    O seu escrito não vai tão fundo nas explicações, e talvez isso seja por ele ser um conto. O fato de os dois personagens serem estudiosos merecia alguma alusão a algum culto ou seita, ou mesmo um pouco mais acerca das instruções que o Alex recebia, para o leitor não só saber, mas também sentir.
    Reafirmo que gostei muito, sobretudo do mistério pairando no fim, mas senti falta de maior aprofundamento, maior fundamentação até para ser uma loucura herdada pelo outro, e sinto que para isso merecia um pouco mais de espaço, bocados maiores para serem mastigados.
    Achei a leitura agradável, porém com um início difícil de ser transposto (depois que surge o desenho a leitura corre melhor).

    É isso!

    Parabéns e Boa sorte no desafio.

  7. Marco Aurélio Saraiva
    11 de novembro de 2017

    =====TRAMA=====

    Conto excelente! Um dos melhores do desafio, com certeza! A história é MUITO original – eu nunca tinha visto nada parecido. Sabe, é daquelas histórias que você credita a alguém ou muito insano (ops) ou a alguém que já está muito acostumado a ler / escrever histórias de terror.

    O terror está em toda a parte: no comportamento estranho de Alex; na parede com traços de rostos; no assassinato; nos órgãos colocados na parede; e, é claro, no maldito sorriso que quase me fez perder uma noite de sono!

    Gosto deste terror velado. Você nunca explicita nada: o terror está presente mais nas situações e nos pontos de vista do que de fato em um claro espírito ou entidade. Não se sabe o que é aquilo na parede e, sinceramente, ninguém vai saber. Mas a experiência por qual o narrador passou, e ainda passa até hoje: este é o verdadeiro terror.

    Você desenvolve seus personagens muito bem. Alex e o narrador são excelentes personagens com diversas dimensões e personalidades fortes. Você ainda trabalhou muito bem outro aspecto que acho incrível quando bem feito: o narrador é, inicialmente, um “orelha”. Sem nome e com ambos os pés no chão, o narrador é o próprio leitor. Então, este o acompanha durante a história e começa, junto com ele, a se envolver nesta loucura toda, até a linha derradeira.

    Parabéns mesmo!

    =====TÉCNICA=====

    Não há muito o que falar da sua técnica. Você escreve bem pra cacete. Senti-me lindo um best-seller. Encontrei uma ou outra falha de digitação sem importância, mas só. A leitura é muito boa, a sua ambientação é perfeita e o ritmo é o ideal.

    Só achei que o conto pedia alguns poucos diálogos, nem precisava de muitos. Algumas cenas pediam um diálogo. Parece que eu, como leitor, fui privado da oportunidade de conhecer a voz de Alex.

    De qualquer forma, técnica perfeita.

  8. Daniel Reis
    11 de novembro de 2017

    Prezado autor: o seu conto realmente me impressionou pela montagem da trama e pelo desenrolar da ação. Acho que a parte técnica merece uma revisão, mas na parte conceitual foi sem dúvida um dos melhores do desafio. E o principal é que seu conto realmente é um terror clássico, unindo o sobrenatural com o clima noir do beco. Parabéns pelo bom trabalho!

  9. José paulo
    7 de novembro de 2017

    Um conto absolutamente maravilhoso! Que história interessante, inteligente e original. Os transtornos de cada um atribuídos a informações fornecidas por uma mancha na parede. Não bastasse esse formidável argumento, a forma como o autor conseguiu desenvolver a trama…com agilidade e precisão, me encantaram. Não consegui abandonar um instante a leitura. Excelente redação. Excelente ideia. Excelente conto, enfim. Parabéns.

  10. Leo Jardim
    5 de novembro de 2017

    # O Rosto na Parede do Prédio (Tad Morose)

    Autor(a), desculpe-me por não ter tempo para formatar o comentário melhor. Em caso de dúvida, é só perguntar.

    📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫):

    – achei bem desenvolvida, apesar de correr em algumas partes e contar muito em outras
    – a cena e que Alex se mata, por exemplo, poderia ter passado mais tensão, acabou ficando distante
    – pode ser bobeira minha vida, mas ainda não entendi o objetivo do livro da biblioteca. Tinha o endereço dela ou ela deu azar de ter sido a última a pegar?
    – apesar de poder ter passado mais tensão e ser muito descritiva, a trama me agradou bastante e me prendeu do início ao fim

    📝 Técnica (⭐⭐⭐▫▫):

    – alguns errinhos bobos, não muitos, mas poderia ter trabalhado melhor algumas cenas
    – fora isso, aceito bastante madura
    – Pelo texto *vírgula* vi que a polícia suspeitava
    – Aquilo tudo estava *saindo totalmente fora de controle* (estava saindo de controle ou totalmente fora de controle)
    – *Mas* meu amigo não estava lá. *Entretanto* (melhor evitar conjugações adversativas, que indicam oposição, em sequência)
    – O *som* (sol) estava se pondo
    – vi a criatura emanando *mal* (mau)

    💡 Criatividade (⭐⭐▫):

    – não chega a ser novidade esse negócio de rosto demoníaco na parede, mas a forma como foi feita ficou muito boa e macabra

    🎯 Tema (⭐⭐):

    – está adequado

    🎭 Impacto (⭐⭐⭐⭐▫):

    – como já disse, gostei bastante do texto e o rosto na parede é macabro
    – a cena que ele quase se mata ficou muito boa e bem narrada, passando a tensão na medida certa
    – o enceramento, ele louco com as rachaduras, fechou muito bem como bons contos de terror devem: depressivo e mantendo a ameaça aberta

  11. Ricardo Gnecco Falco
    4 de novembro de 2017

    Olá! Segue abaixo o resultado da Leitura Crítica feita por mim em seu texto, com o genuíno intuito de contribuir com sua caminhada neste árduo, porém prazeroso, mundo da escrita:

    GRAMÁTICA (1,5 pts) –> Sim, escrever é a arte de cortar palavras… E sem se esquecer de cuidar das que foram poupadas! Ou seja, uma boa e atenciosa revisão é FUNDAMENTAL em um texto — e não apenas para este quesito —, ainda mais em um trabalho que estará concorrendo com os de outros escritores… Querido autor, foi quase um sacrilégio, uma afronta, um desleixo imperdoável o seu com a revisão deste conto — quase — perfeito. Pena, mesmo… Deparar-me com tais falhas (bestas, diga-se de passagem!) foi como encontrar rachaduras em uma parede planejada, construída e emassada de um lindo templo narrativo. Imperdoável, autor. Imperdoável… 😦

    CRIATIVIDADE / ENREDO (2 pts) –> Este é, sem a menor sombra de dúvida, o quesito MAIS IMPORTANTE de todos (e consequentemente possuidor do maior peso em sua nota final)… Temos aqui, finalmente, a história/enredo mais criativa/o do Certame. Parabéns! 🙂

    ADEQUAÇÃO ao tema “Terror” (0,5 pt) –> Como estamos em um Desafio TEMÁTICO, não tem como avaliar sua obra sem levar em consideração este “pequeno” detalhe, rs! Assim sendo, mesmo eu o tendo valorizado apenas com meio ponto, ao final do somatório isso poderá representar a presença (ou não) de seu trabalho lá no pódio. Neste conto, temos o mais puro terror psicológico! Palmas! 🙂

    EMOÇÃO (1 pt) –> Beleza! Gramática (e revisão!), criatividade (enredo), adequação ao tema… Tudo isso é importante para um bom texto. Mas, mesmo se todos os demais quesitos estiverem brilhantemente executados, e o conto não mexer de alguma forma com o leitor, ou seja, não o emocionar, o trabalho não estará perfeito… Eu chorei, de verdade, em cada um dos momentos em que me deparava com aquela energia negra, forte como um soco em meu peito, que me expulsava de dentro de uma história tão imersiva e bem sacada, expelindo-me através das frestas deixadas por uma revisão diabolicamente desleixada e que me trazia de volta ao mundo real dos erros ortográficos, gramaticais e de digitação. Sim, nem Alex, nem o narrador, nem a faca, nem mesmo o rosto na parede do prédio — todos magistralmente concebidos — conseguiram evitar o aborto imersivo que, a cada encontro com os desleixos de revisão deixados pelo autor nesta deliciosa obra, me faziam abandonar a história e voltar para a cinzenta vida de um insignificante julgador de textos em um Desafio temático de contos. Cruel você, autor… Muito cruel! 😦

    Parabéns e boa sorte no Desafio!
    Paz e Bem!

  12. Rafael Penha
    1 de novembro de 2017

    Texto bem escrito e narrado. A história, apesar de um pouco arrastada em alguns momentos, flui bem em sua grande parte.

    Sem dúvida, um conto de terror. Não dos mais assustadores, mas algo que instiga um pouco mais a agonia de não saber o que está acontecendo. O final me pareceu um pouco desleal com o leitor, que gostaria de saber um pouco mais sobre o ser que Alex contatava (ou não).

    Não percebi qualquer erro relevante na gramática e a linguagem é bem simples e boa de acompanhar.

    Bom conto!

  13. Vanessa Honorato
    26 de outubro de 2017

    O título por si só despertou a curiosidade. O que seria este rosto? O que ele queria? Li e continuei com as mesmas perguntas, rsrsrs. Seria uma entidade aguardando um corpo? Ou apenas um demônio que invade a mente de suas vítimas e as faz cometer crimes? Mas, daí, para que as partes do corpo delas? Um conto legal, leitura fluída, mas senti falta de um ponto de terror maior. A criatividade foi bacana, uma trama bem boa.

  14. Gustavo Araujo
    25 de outubro de 2017

    Estou dividido quanto a esse conto. O começo contém muitos erros de concordância e mesmo de ortografia, além do uso inadequado de palavras para dar certo sentido às frases. O enredo, contudo, é ótimo. Creio se tratar de uma das melhores tramas do desafio, com um terror-raiz bem pensando. A ideia de uma entidade presa nas rachaduras de uma parede, uma entidade que deixa as pessoas loucas a ponto de se tornarem assassinos, é muito boa mesmo. Acho que todo mundo que ler o conto vai desconfiar de paredes velhas daqui para frente. Também gostei dos personagens, bem construídos, profundos, cheios de defeitos e duplicidades, com o aspecto psicológico bem aprofundado, com histórias pessoais bem delineadas, enriquecendo a trama. Enfim, são qualidades que não se encontram em todo lugar, o que torna o texto diferenciado. Com uma boa revisão, ficará excelente. Parabéns!

  15. Jorge Santos
    24 de outubro de 2017

    Conto sem grande ritmo, que tenta desesperadamente agarrar o leitor, nunca o conseguindo. É o revisitar do mito de Frankenstein, numa versão em tudo semelhante à do filme Jeeper Creeper. Esta falta de originalidade, aliada à falta de ritmo são as grandes falhas deste texto.
    O final é interessante, mas previsível.

  16. Iolandinha Pinheiro
    24 de outubro de 2017

    O conto é todo muito bom, o melhor dele é a criatividade. Legal demais esta entidade atada a uma parede, passando instruções às pessoas com o sombrio objetivo de se recriar (será?). O autor não deixa claro que a entidade é real ou apenas uma loucura contagiosa que já existente na cabeça de Alex, vai, à medida que o conto avança, se insinuando nos pensamentos do narrador. A psiquê humana aqui é o principal foco do conto: o modo como a loucura nos acomete, até aos mais racionais.

    O suspense é mantido por todo o conto nos levando a correr os olhos pelo texto em busca do deslinde do mistério. O conto é absolutamente instigante.

    Talvez o conto perca um pouco de agilidade porque demore a chegar ao cerne do conflito, mas o autor consegue nos cativar com a sua escrita escorreita, fluída e pela escolha muito inteligente de ter resumido a história a dois personagens. Isso demonstra a maturidade do autor.

    O final é inconclusivo, mas deixa aquela impressão de que o mal paira sedento de novas vítimas.

    Gostei muito. Terror psicológico é isso.

    Abraços,

    Iolanda.

    • iolandinhapinheiro
      24 de outubro de 2017

      Sedento POR novas vítimas. Beijos.

  17. Anorkinda Neide
    22 de outubro de 2017

    Olá!
    Achei bem interessante a tua história. O lance de colar os olhos, boca e ouvidos na parede foi sensacional. Toda a situação de Alex me deixou bem nervosa, me pareceu um caso de um drogado que saiu fora da casinha para sempre.
    E dae veio o gancho sobrenatural que arrepiou ainda mais e pra mim, terror Tem que ter o sobrenatural.
    Mas alguma coisa ficou faltando no teu texto, acho que a narração muito comprida sem diálogos, me chateia, quando é assim, prefiro a narração em terceira pessoa, deve ser algo particular do meu gosto pessoal.
    Mas o terror está ae, sim e termina tenso, como tem que ser…
    A pareidolia vai persegui-lo pra sempre.. ahh detalhe: gostaria que o narrador tivesse levado o coração do amigo, afinal, ele já tava surtando mesmo… só pra ver q Ser sairia daquela parede! fiquei curiosa!! hehe
    Parabens pela trama e boa sorte!

  18. Luiz Henrique
    20 de outubro de 2017

    Um conto que aparentemente parece ser trivial pelo seu começo, mas logo toma outro sentido ao enveredar a trama por caminhos inusitados, e não os costumeiros estereótipos do gênero. Uma leitura fluente e firme, próprio de quem está afinado com o tema terror. Não percebi deslizes na gramática.

  19. Evelyn Postali
    17 de outubro de 2017

    Caro(a) Autor(a),
    Acho que vale uma revisão, mas é um bom conto, tem ritmo, movimento, há uma dinâmica que prende, muito embora não tenha me causado muito terror. A leitura foi feita de forma bem agradável, sem percalços, sinal de que o conto prende a atenção. Boa sorte no desafio.

  20. werneck2017
    16 de outubro de 2017

    Olá,

    Um conto instigante escrito por um autor criativo, com bom domínio da coerência e coesão. A loucura ou a sana assassina que habita cada um de nós? È o mote do qual trata o texto bem alinhavado, que segue em suspense até o final, cativando o leitor, inserindo-o no terror desse mundo distópico em que ele, e todos nós vivemos.
    Verifiquei alguns erros de gramática que já foram levantados pelos colegas, então, não me aterei a eles.
    Ficou faltando, na minha humilde opinião, maior detalhes da vida do protagonista: em que trabalha? É feliz, como vê a vida? etc
    No mais, um bom conto. Boa sorte no desafio!

  21. angst447
    15 de outubro de 2017

    T (tema) – O conto está dentro do tema proposto pelo desafio. Um pouco mais para o suspense do que para o terror, mas valeu.

    E (estilo) – Linguagem clara, sem rebuscamento desnecessário. O conto lembrou mais um filme de suspense/terror do que um texto literário muito elaborado, o que pelo lado bom, é muito mais acessível e fácil de absorver. A narrativa foi bem construída, focada em apenas dois personagens: o narrador e Alex.

    R (revisão) – Alguns erros escaparam e já foram apontados pelos colegas. Creio que a expressão “alguns sinais de psicopatologias leves” ficaria melhor com a ordem trocada “alguns sinais leves de psicopatologias”. Assim, os sinais é que seriam leves e não as psicopatologias.

    R (ritmo) – No geral, o ritmo do conto é bom, sem perder a fluidez.

    O (óbvio ou não) – Não achei que o terror ficou óbvio, pois a ideia apresentada me pareceu bem original. E como o autor não revelou quem seria a “entidade” da parede, o óbvio desfez-se totalmente.Portanto, o conto me causou mais surpresa do que tédio.

    R (restou) – Curiosidade quanto à identidade do rosto na parede. Será que tem continuação?

    Boa sorte!

  22. Rose Hahn
    14 de outubro de 2017

    Olá Tad, um bom conto, mais para o gênero do suspense, policial, do que propriamente o terror. Considerei o ponto alto as descrições do mundo distópico que Alex frequentava, com exceção da banca de frutas que destoou do contexto. Acho que as informações a respeito da morte de Alex, nos dois primeiros parágrafos, poderiam ter sido suprimidas, ter deixado ao leitor descobrir isso, daria mais suspense na trama. Algumas sugestões de correções:
    . Essa má impressão me foi confirmada em nossos encontros seguintes- desnecessário o “me”;
    . Por meses após nosso reencontro mantivemos nossa rotina de conversas semanais naquele pub enfumaçado- após nosso reencontro entre vírgulas;
    . O jornal ensopado em minha mão, me deixando com marcas negras de tinta nos dedos – deixando-me;
    . Eu não havia trazido uma faca – No contexto seria uma pergunta, já que o personagem informa que trouxe a faca, faltou o ponto de interrogação.
    Também a palavra “tomo” causou estranheza, ficaria mais usual dizer o livro, a obra. Fiquei na curiosidade de qual seria a profissão do narrador e de Alex, eis que o encontro dos dois aconteceu por causa da vida acadêmica e a profissão que ambos exerciam. É isso, espero ter contribuído, sorte no desafio. Abçs.

  23. Lolita
    14 de outubro de 2017

    A história – Homem reencontra velho amigo que o levará para uma espiral sobrenatural. Ou seria apenas loucura assassina de ambos? Ou loucura de um só, que imaginou o outro? Essas dúvidas são sempre interessantes. A ideia da parede como o receptáculo do monstro é original.

    A escrita – Segura, o autor sabe o que está fazendo. Os “presentes” para a criatura na parede foi algo bem gore, sem forçar a barra. Não notei erros aparentes, mas achei a sequência final apressada em relação ao restante da narrativa.

    A impressão – O autor conseguiu o terror pretendido e o conto é interessante e original. Parabéns e boa sorte no desafio.

  24. Lucas Maziero
    12 de outubro de 2017

    Gostei desse conto, história simples, envolvente e intrigante, e acima de tudo, ao estilo de Lovecraft, pois vemos aqui a arquitetura distorcida e que causa vertigem, um ser alienígena que subjuga a mente de uma pessoa ou essa pessoa o procura movido por algum interesse escuso. Considero este conto uma homenagem a esses grades contos de terror do período de Poe até o Lovecraft.

    Temos aqui uma situação de degeneração. Primeiro nos foi pintado a boa personalidade de Alex e o seu sucesso na universidade, enfim, uma pessoa popular, para depois criar uma quebra, uma perplexidade, o que nos obriga a pensar: puxa, uma pessoa assim se deixar levar, tinha o futuro pela frente, e essa dualidade de o antes e o depois causa o horror. Mas é engraçado, muitas vezes a gente diz: mas que pena que fulano morreu, era uma pessoa tão bonita; como se uma pessoa feia não merecesse também ser lastimada. Mas não é uma crítica, só uma constatação.

    E nesse sentido, de o antes e o depois, foi elaborado de forma simples e coerente. Mas, afinal de contas, todos ou quase todos os contos tem um ou outro ponto falho, que serve para dar andamento aos acontecimentos. Por exemplo, o clorofórmio: não faço ideia se se pode comprá-lo assim sem mais nem menos, mas em todo o caso, o próprio amigo de Alex deveria ficar com uma pulga enorme atrás da orelha com esse pedido em vez de ceder.

    A reviravolta final ficou muito boa. Sem que eu esperasse por isso, o amigo de Alex, já então de alguma forma alienado com o rosto na parede, quis levar ao fim a experiência. Por pouco achei que ela ia se sacrificar. Achei um tanto bobo ele ser salvo por um trovão… Beleza, não tem problema. O final fechou bem toda a ideia, não esperava menos que isso, o amigo já não era mais o mesmo depois de ter conhecido o rosto. Bom conto.

    Parabéns!

  25. Evandro Furtado
    12 de outubro de 2017

    O conto segue vários modelos bem característicos ao gênero: a narrativa em primeira pessoa, a ambiguidade da trama, os lapsos de loucura. Talvez a ambientação não tenha sido das mais perfeitas e, por isso, não me causou medo, de fato, algo que, sem dúvida, teria melhorado ainda mais o texto. Em relação à cabeça, pensei em vários modelos enquanto lia. Primeiro veio aquela máscara do Crash Bandicoot, depois Zordon e, por fim, a cabeça gigante daquele episódio de Rick & Morty. Bem, nenhuma delas são assustadoras e isso mostra como, de certa forma, a constituição do terror não foi tão perfeita. Julgo que descrições mais precisas e cenas de suspense poderiam ter ajudado nesse aspecto. Ainda assim, é um bom conto que deixa o leitor satisfeito terminada a leitura.

  26. Fheluany Nogueira
    9 de outubro de 2017

    Enredo e criatividade – O autor utilizou o tema do desafio de forma tão autêntica e original, que conseguiu sensibilizar o leitor. A narrativa apresenta consistência e coerência interna ao apresentar o assombramento diante do comportamento estranho do amigo e do envolvimento do protagonista. E, não faltou o elemento sobrenatural que levasse a um desfecho de maior impacto, mesmo sem uma reviravolta surpreendente.

    Por que o nome da banda como pseudônimo?

    Escrita e revisão – Alguma repetição próxima de palavras, alguma ambiguidade em construções frasais, uso inadequado de conectivos e “O som (ao sol?) estava se pondo quando me vi parado diante do rosto na parede do prédio”. Enfim, nada relevante que prejudicasse a fluidez ou interpretação do texto.

    Terror e emoção – Tive que olhar minhas paredes com medo de rachaduras. Um terror clássico, instigante. História muito bem organizada e construída.

    Parabéns. Abraços.

  27. Luis Guilherme
    9 de outubro de 2017

    Caraca, que contaço, mano!

    Muito bom! Adorei.

    Sua capacidade de contar a história, conduzindo nossa atenção (fiquei preso na leitura) com uma dose incrível de suspense e momentos de tensão/terror, é impressionante. Sem dúvida um de meus favoritos até agora.

    Gramaticalmente, a escrita é competente, acho que tá quase impecável, mas, de toda forma, o enredo é tão bom que nem me liguei na gramática.

    Você conseguiu criar um suspense/mistério muito bom em cima do rosto na parede, e eu fiquei até o finzinho curioso sobre que maluquice mais poderia rolar.

    Os personagens são bons, também, bem construídos, e o desfecho é excelente. Enfim, um conto de terror incrível, com todos os aspectos necessários.

    Nem tenho muito o que dizer. Parabéns e boa sorte!

  28. Fernando.
    8 de outubro de 2017

    Uma história muito bem contada. Você domina a língua e a gramática. É dono de um vocabulário bem rico e, em alguns pontos, até mesmo um tanto rebuscado, o que combina com os personagens, gente ligada à Academia. Uma boa sacada essa da loucura do amigo se dar a partir de um rosto feito por marcas de reboco, tijolos em decomposição, parede estragada em um ambiente decadente da cidade. Aliás, a ambientação do seu conto ficou bem legal. Gostei do que li. Em alguns momentos senti a narrativa um pouco arrastada, mas talvez tenha sido pela minha pouca experiência com o gênero. O final, quem sabe comparando a entidade maligna com uma droga forte (o crack?) com esse anseio de voltar e a razão a dizer para se afastar achei que poderia ser melhor trabalhada. Tem um som que deve ser sol e um adentro que me pareceu ter o “a” de sobra. Um belo de um conto, parabéns.

  29. Ana Maria Monteiro
    7 de outubro de 2017

    Olá, Tad. Gostei do seu conto. Além de bastante criativo e original, possui os ingredientes necessários para induzir, numa alma mais incauta, o receio de olhar uma rachadura na parede. Por oposição a esta hipótese, não consegui pôr de lado a clássica situação de formar imagens e quadros possíveis, deitada na praia, olhando os desenhos formados pelas nuvens.
    Está totalmente dentro do tema que é pedido no desafio.
    Se é certo que, como alguns dizem, não existe um grande aprofundamento dos personagens, não o é menos que esse recurso não se revela necessário à trama.
    Além de que o conto nos dá espaço. Tem um final aberto e também as deixas que vão sendo largadas no percurso e que irão permitir que seja o leitor a “escolher” o que entende que se está a passar.
    Notei em alguns momentos a repetição de palavras muito próximas entre si. E algumas frases que ficaram meio estranhas, como esta: “a eloquência e o dinamismo de um jovem descer terra adentro, cercadas de” em que não se entende o que está cercado se são a eloquência e o dinamismo, caso em que “cercados”, ou se é o jovem, no que seria “cercado”; ou esta “para que o disparate entre o personagem do início e do fim desta história seja claro.” seria disparidade em lugar de disparate? não percebi bem o sentido; e esta: “As quatro paredes não possuíam janelas, e seus prédios eram razoavelmente tortos” os prédios das paredes?, também ficou confuso, parece-me que mal explicado apenas; também aqui: “Não percebi até que os tivesse todos reunidos…”, penso que o tempo verbal adequado era “até que os tive” e não como está; e por fim esta: “não só pela morte da garota na universidade, e sim”, seria melhor “não só……, mas também”. Houve mais algumas de que os colegas já falaram e não se justifica repetir.
    Também achei que a notícia na capa de jornal que lhe chama a atenção para o crime tem dois pormenores que não enquadra: 1º é excessivamente longa para ser, como é referido, quase uma nota de rodapé e 2º que a linguagem empregue não é jornalística.
    No mais, achei um ótimo conto, adaptado ao tema, imaginativo, bem desenvolvido, coerente e agradável de ler. Não me induziu terror, mas é dos poucos que li até ao momento que se mostra capaz de o fazer.
    Parabéns e boa sorte no desafio.

  30. Angelo Rodrigues
    7 de outubro de 2017

    Olá, meu caro Tad,

    Tem um ditado que diz: não tente salvar ninguém do afogamento se você não sabe nadar. Bem, o ditado eu acabei de inventar, mas um conceito psicanalítico diz que não se deve tentar salvar ninguém de sua loucura se você não for um profissional habilitado.
    Creio que o seu conto se tenha tornado uma fábula em torno exatamente desse conceito. Se não está preparado, procure quem está… e salve-se, porque há perigo na esquina.
    Gostei do seu conto, da ideia. Tive a impressão de que você caminharia em direção a que o protagonista acabasse por sendo ambos os personagens – o problemático e aquele que se tornaria problemático -, que nunca houve o louco, apenas o narrador era doido projetando suas disfunções em um “outro”, algo de Chuck Palahniuk em Clube da Luta. Mas não, o doido era mesmo o doido.
    Como tenho o hábito de ir anotando ao que leio o texto, vou reportar coisas com esse mesmo andamento.
    – recomendaria a você um estudo mais apurado acerca de afirmações em torno dos transtornos psiquiátricos quando faz assertivas acerca de “psicopatologias” / “fobias” / “manias”, dado que elas pertencem a um nível de especificidade difícil de “localizar” sem um exame mais apurado do sujeito. Creio que seria mais apropriado tratar o assunto de forma mais genérica, sem assertivas clínicas que possam estar equivocadas. Nesse caso, generalidades são o segredo, acho.
    – “não existentes na juventude…” A manter o texto, talvez “não explícitos na juventude…”
    – “um grande lapso de reboque” Há frases e palavras que eu acabo vendo como muretas postas ali para o leitor olhar, olhar e saltar sobre elas, frustrado… ou ir a um dicionário. Acho que um texto (já disse isso em outro comentário) deve funcionar como um tobogã, onde você senta sobre um cobertor bem grosso e desce até o final sem qualquer dificuldade, escorrega e flui. Veja, em outro ponto você fala desse mesmo local chamando apenas de parede descascada. Beleza: era mesmo uma parede descascada e não um lapso de reboque.
    – outra: sinestesia. Outra mureta para o leitor.
    – outra coisa que percebo em muitos textos, é a presença de conjunções adversativas para ações não adversas ou mesmo excludentes: “…apressado, mas sorridente…” Embora não esteja incorreto, causa-me estranheza alguém não poder estar apressado E sorridente.
    – próximo ao final surge a possibilidade de o protagonista enfrentar algo alienígena. Curioso isso.
    Resumindo, gostei do seu conto, mas acho, se me permite, que ele precisa de alguns ajustes.

    Boa sorte e obrigado por nos deixar conhecer seu trabalho.

  31. Nelson Freiria
    7 de outubro de 2017

    Assim, não que não seja convincente todo o preparo que o(a) autor(a) teve na construção de Alex no início do texto, mas esse tipo de super-valorização acaba criando uma desconfiança mto grande por parte do leitor, que começa a antever que qualquer objeto próximo demais a uma fonte de luz, gera uma sombra mto grande.

    Achei um pouco estranho haver bancas de frutas a noite (ao menos o texto dá a entender que era noite pelas “luzes amarelas”). Ou talvez seja só minha falta vivência mesmo.

    Não notei erros, o que é bom. Mas achei que as descrições das ações ficaram muito extensas, deixando tudo mto mastigado e tirando o gosto de digerir o texto sozinho, sem a ajuda do narrador-personagem. No meu caso, isso tbm reduziu um pouco do impacto/suspense durante a leitura, mas a maneira como o mistério foi conduzido, sem se atropelar em acontecimentos abruptos, conseguiu dar uma boa contornada nisso, prendendo bem minha atenção ao final. Torci para que a entidade na parede não fosse explicada e ainda bem que não foi!

  32. Paula Giannini
    6 de outubro de 2017

    Olá, Autor(a),

    Tudo bem?

    Você nos trouxe um conto clássico, cheio de referências e homenagens aos ícones do terror. E confesso que em minha cabeça de leitora, a entidade na parede é a mulher emparedada em Gato Preto, querendo voltar à vida. rsrsrs

    O ponto alto de seu conto, ao menos para mim, é a dúvida à qual o(a) autor(a) lança o leitor. Em uma clara estratégia de “trama de final aberto”, não sabemos se o protagonista de fato vive as situações pelas quais passa, ou se é vítima de algum tipo de alucinação ou loucura. O interessante a se notar é que, a aparente loucura do personagem, parece ter origem em uma loucura anterior. A do amigo. Assim, a psicopatia do primeiro nos dá a impressão de ter sido transferida ao segundo, como uma espécie de vírus ou maldição. Mas, até isso pode ser pura ilusão em uma mente perturbada e doentia. Muito bom.

    Esse jogo do real e da ilusão, nos remete imediatamente à origem daquilo que entendemos como medo. Não a origem social ou etimológica, mas a origem do medo em si. Dentro de nós. Situações de pavor, ou mesmo doenças como a síndrome do pânico, têm sua origem, muitas vezes em pequenas situações que vão aos poucos se agravando como em uma bola de neve. Nesse sentido, o final do conto é perfeito. O clima dentro da casa, a neurose com cada pequena rachadura que brota na pintura… A impressão de ser vigiado pelas paredes de sua própria casa. Puro terror.

    Li recentemente o conto “O Olho”, na comunidade Trema. Vale a leitura. No texto, o medo é gerado pelo estranhamento com o inumano, no caso, um olho que toma vida na parede. Esse estranhamento com o inumano é algo que sentimos em seu conto. Algo descrito muito bem no livro “O Despertar dos Mágicos”, também vale a leitura.

    Parabéns.

    Desejo-lhe sorte no desafio.

    Beijos
    Paula Giannini

  33. Pedro Paulo
    5 de outubro de 2017

    Olá, entrecontista. Para este desafio me importa que o autor consiga escrever uma boa história enquanto em bom uso dos elementos de suspense e terror. Significa dizer que, para além de estar dentro do tema, o conto tenha que ser escrito em amplo domínio da língua portuguesa e em uma boa condução da narrativa. Espero que o meu comentário sirva como uma crítica construtiva. Boa sorte!

    É um conto no qual o terror consta bem distribuído em quase toda a sua extensão: no cenário, no controle das informações e em seus acontecimentos-chave. A minha única ressalva em relação a isso é aos parágrafos que o iniciam, nos explicando que é sobre o amigo falecido do narrador e, assim, já indicando em torno de quem a trama roda. Não deixa de haver grande impacto no mistério crescente que as ações dessa personagem vai trazendo, mas saber que ele vai morrer já nos avisa que seja lá o que for ocorrer de horrível, vai ser partindo dessa personagem. É a minha única ressalva, pois o restante é muito bem escrito e construído, com a devida atenção dada às ações e pensamentos dos personagens, as palavras sendo economizadas quando precisam e a narrativa sendo desenvolvida em certos momentos para aumentar o tom alarmante e obscuro da estória. Além do mais, é uma trama interessante. A história de indivíduos que cumpriram atrocidades em seguir ordens vinda da própria cabeça não é algo novo e é aí que este conto sucede, excedendo a dinâmica Alex-rosto para além de uma demonstração esquizofrênica quando o rosto interage também com o narrador, algo que também o afeta de forma indeterminada, deixando o seu futuro incerto ao final. Muito bom!

  34. Rafael Soler
    5 de outubro de 2017

    Gostei do texto. Tem um mistério bem construído, com boas cenas de terror e uma trama que me deixou curioso até o final. O conceito que dá nome ao conto, de um rosto em uma parede, também é bem bizarro de se imaginar, o que dá um ar legal para o texto.

    A escrita é boa, mas achei que faltou dinamismo no jeito da história ser contada. O ritmo poderia ser melhor trabalhado. Também senti falta de um aprofundamento maior em Alex, com um papel tão importante na história, ele poderia ter sido mais explorado.

    No geral, um bom conto.

    🙂

  35. Antonio Stegues Batista
    4 de outubro de 2017

    ENREDO;Entidade paranormal, pede para homem matar pessoas e retirar seus órgãos e dar-lhe afim de que possa adquirir um corpo físico. Não gostei muito, não. O rosto delineado na parede me pareceu simples demais. talvez se fosse um corpo fluido,um plasma com perfil humano, ou um cadáver mumificado, ficaria melhor. Dessa forma o final, evidentemente, seria diferente então tinha que ser rachaduras mesmo.

    PERSONAGEM: O protagonista, narrador, me pareceu titubeante, de personalidade fraca. Achei regular. Claro, tinha que aumentar, ou, alongar certas situações para chegar no limite mínimo. Dai, uma história paralela do cadáver mumificado era uma opção para chegar ao limite máximo com mais vigor.

    ESCRITA: Perfeita na gramática, nas descrições, palavras certas e oportunas compondo as frases.

    TERROR; O terror se revela no final e ficou legal.

  36. Regina Ruth Rincon Caires
    4 de outubro de 2017

    É um enredo engenhoso, requer atenção dobrada. Longo, muito longo. Escrita fluente, alguns deslizes na correção, um pouco de exagero ao descrever detalhes. A leitura ficou levemente cansativa. A história é interessante, a construção é bem feita, mas não há qualquer imersão psicológica no mundo do personagem. Tudo muito superficial. A mudança de comportamento de Alex poderia ser mais intrinsecamente desenvolvida, principalmente quando trata do recebimento das “instruções”. Não envolvia o leitor, relato muito frio.
    Boa sorte, Tad Morose!

  37. Pedro Teixeira
    4 de outubro de 2017

    Olá, Tad!
    É um bom conto, muito bem escrito. Traz uma atmosfera semelhante a dos clássicos,com uma trama que consegue fugir aos clichês. O ritmo no geral é adequado, mas em alguns momentos senti certa pressa, especialmente do meio para o fim. Acho que a malignidade da coisa na parede pedia uma descrição mais aprofundada, e também Alex um desenvolvimento maior. Um exemplo de cena em que isso poderia ser mais explorado é na do confronto entre os amigos na casa do narrador, que passou muito rápido.
    No geral é um belo trabalho.

  38. Andre Brizola
    3 de outubro de 2017

    Salve, Tad!

    Gostei do conto! É bem tradicional dentro do gênero! E, se não há nada inovador, também não se afunda totalmente nos clichês. O enredo é bem atraente e mantém o leitor interessado até o final.
    Encontrei algumas semelhanças das descrições com algumas coisas que o Lovecraft fez em seus contos menores, sobretudo a ambientação do beco e seus corredores. Já as indicações de uma possível patologia, ao invés do sobrenatural, me parece inspiração do Poe (aliás, o nome da vítima no jornal, E.A.P., é só uma coincidência ou foi bolado realmente com as iniciais dele?).
    Como alguns outros colegas comentaristas, notei alguns erros bobos, mas que entendi como erros de digitação. Por outro lado, como sempre comento, a qualidade gramatical não me incomoda quando o enredo é atrativo.
    No geral eu gostei bastante!

    É isso! Boa sorte no desafio!

  39. Edinaldo Garcia
    3 de outubro de 2017

    Escrita: Muito boa. Uma narrativa fluida,e agradável. Embora não haja cenas de muito impacto, o suspense bem trabalhado supre isso de forma primorosa.

    Terror: Goste da abordagem. Do suspense. Dos elementos sobrenaturais que causam desconfiança. Seriam mesmo sobrenaturais ou patologia médica? Gosto disso.

    Nível de interesse durante a leitura: O autor soube bem conduzir a trama. Senti total imersão no enredo

    Língua Portuguesa: Boa. Com algumas revisões vai melhorar ainda mais.
    E, com o propósito de sitiar – “situar” acredito que foi um erro de digitação
    pois à intimidade – não sei o motivo dessa crase aqui
    mas ainda com manchas amarronzadas “se sangue”. – de sangue
    O som estava se pondo – deve ser “o sol”

    Mas nada que estrague a obra e a fluidez da leitura.

    Veredito: Eu gostei da cadência, do mistério. Um bom conto.

  40. Eduardo Selga
    2 de outubro de 2017

    A ideia é muito interessante, um personagem que sofre de uma espécie de misto de pareidolia com alucinação, mas a execução apresenta alguns problemas. O personagem Alex, por exemplo, potencialmente produtivo, tem suas características pouco exploradas. A narração não entra nele o bastante. É uma pena, pois se o fizesse o texto ganharia muito. O personagem que narra está um pouco melhor, mas ele só ganha corpo a partir de certo ponto da narrativa. Até então, é uma “voz” dentro da narrativa.

    Uma parede é uma personagem. Essa ideia é ótima, mas ela ocupa um espaço secundário, insuficiente para o grande clima de terror que poderia ter causado.

    Essas situações colocadas em relação aos três personagens foram fundamentais para, assim entendo, determinar um ritmo inadequado. Se estivéssemos diante de um conto em que o terror surgisse a partir da atmosfera criada (“real” ou psicológica), a lentidão rítmica, desde que houvesse uma reorganização dos personagens, seria bem-vinda. Entretanto, é um conto fincado em personagem e em enredo, sem imersão psicológica e com pouca ambientação que propicie o terror. Em contos assim, há que se adotar outro ritmo. E não significa necessariamente correr: subtrair algumas situações ajudaria.

    Em determinado ponto o narrador-personagem afirma, a respeito da estudante morta e desfigurada, que “[…] as feridas causadas por agulhas haviam sido tratadas com gaze e esparadrapo”. Entretanto, por que o homicida haveria de tratar as feridas feitas pelas agulhas, se o corpo da jovem era apenas uma espécie de fornecedor de matéria-prima para sua alucinação?

    Em “[…] as orelhas, olhos e lábios de Ellen Anna Porter, já ressecados, mas ainda com manchas amarronzadas se sangue” parece haver uma homenagem ou simples menção à escritora norte-americana Katherine Anne Porter, mas como não conheço sua obra não sei aquilatar a dimensão que adquire o nome Ellen Anna Porter.

    Há grande quantidade de erros gramaticais. Alguns deles:

    “E, com o propósito de sitiar [SITUAR] o leitor, é necessário que este meu amigo seja apresentado […]”.

    “Meu amigo merecia sua popularidade, pois à [NA] intimidade, sempre se mostrou um colega leal […].

    “[…] e nunca se furtou de [A] assumir responsabilidades”.

    “[…] e subi as escadas em direção da saída”: EM DIREÇÃO A ou ainda NA DIREÇÃO DA.

    Nos trechos “O segui por ruas estreitas em […]” e “Nos despedimos e ele saiu apressado […]” o mesmo problema: pronome oblíquo iniciando oração.

    Em “levá-lo lá” há um excesso de consoante L, causando uma aliteração sem motivo estético.

    Em “Voltei a ver Alex em nosso encontro seguinte” não há erro gramatical, mas na frase há uma redundância: se os personagens se viram no encontro anterior, certamente houve reencontro na ocasião seguinte. É uma informação desnecessária.

  41. paulolus
    1 de outubro de 2017

    Tenso e nervoso do começo ao fim, um pouco cansativo, mas em virtude da própria proposta do desafio, (3000 palavras é muito, dependendo do enre-do) o que nos obriga a fazer algumas manobras, por vezes desnecessárias. Mas o conto é muito bom. Uma trama muito bem estruturada e desenvolvida sem embaraço. O tema, pra mim bastante inusitado, embora confesse não ser um assíduo leitor do gênero terror, talvez, por isso mesmo, me im-pressionou demasiado. Escrita corrente e muito segura de quem sabe o que quer dizer. Não detectei nenhum erro gramatical grave.

  42. Fabio Baptista
    1 de outubro de 2017

    Bom conto.

    A técnica de escrita é segura, com gramática perfeita, e leva o leitor sem entraves do começo ao fim da narrativa. Só recomendaria diminuir um pouco a repetição de correr/corredores em determinado ponto ali no meio e, mais para o final, tem um estranho/estranha quase grudados.

    A premissa do conto também é bem interessante: após reencontrar o amigo, o protagonista começa a se envolver com a “maldição da parede”, onde supostamente uma entidade maligna dá “instruções” para que executem crimes visando extrair partes de corpos da vítima (o que lembrou um pouco O Silêncio dos Inocentes). Qual seria o propósito dessa entidade? Conseguir sair da parede (talvez um tipo de confinamento) e ganhar forma humana? E a dúvida bem elaborada que o conto nos deixa: haveria mesmo uma entidade maligna ali? Foi criativo.

    Eu gostei da leitura, gostei da ambientação, mas fiquei com a sensação que faltaram diálogos. Tudo é contado (bem contado, é verdade) num relato enorme que acaba ficando cansativo em alguns trechos. O breve diálogo dentro de casa, pouco antes de Alex se matar, dá uma dinâmica diferente à narrativa, um sopro de ar puro. Ficou muito bom, mas foi muito rápido.

    Os últimos trechos, mostrando a paranoia do protagonista com paredes, encerram o conto com competência.

    Abração!

  43. Olisomar Pires
    1 de outubro de 2017

    Impacto sobre o eu-leitor: alto.

    Narrativa/enredo: Homem é manipulado por forças do mal e envolve seu amigo de faculdade. Há a apresentação do primeiro jovem mostrando-o promissor e em seguida sua decadência, o que reforçou o clima de terror.

    Escrita: boa. Sem erros dignos de nota. Fluida e envolvente.

    Construção: Muito boa. A tensão permeia todo o conto, o leitor deseja descobrir o que são as “instruções” e fica subentendido que a manifestação maléfica deseja viver. Interessante que tudo pode não passar de um distúrbio mental mesmo, a dúvida eterna do conto: existe ou não existe o mal?

    As cenas onde Alex vai ao beco e é seguido pelo amigo ficaram ótimas, gostei especialmente da comparação com virus sendo atacado pelos anticorpos.

    Não mostrar a identidade do “mal” foi uma boa decisão, visto que deixa ao leitor seguir o caminho paranormal ou o da doença.

    Como ressalva, seria interessante substituir o “mas” em alguns pontos ou mesmo alterar a forma dos períodos para eliminar alguns, eles aparecem em demasia.

    Terror no sentido clássico. Parabéns.

Deixar mensagem para Nelson Freiria Cancelar resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Informação

Publicado às 1 de outubro de 2017 por em Terror e marcado .