EntreContos

Detox Literário.

Volta ao passado em certa manhã de primavera (Bia Machado)

Chegou à propriedade pouco depois do amanhecer. Tinha feito aquilo de propósito. Queria rever aquele cenário: as luzes da manhã batendo nas paredes, no telhado, no jardim que ia do portão até a varanda. Percebeu, com um nó na garganta, como tudo tinha sido destruído durante a ocupação. Do telhado, pouco restava. As paredes, em grande parte, agora eram apenas um amontoado de tijolos. No jardim, algumas flores aqui e ali, perdidas em meio às ervas daninhas. Tudo, ou quase, tinha sucumbido à ganância do homem e ao terror da guerra. Tudo ali era delicado demais para resistir por muito tempo a tudo aquilo.

Lolek jamais se perdoaria por não ter voltado anos atrás. Sim, poderia ter voltado, poderia ter convencido todos a irem embora o quanto antes. Ir para longe, o mais longe possível. Em sua chegada ao vilarejo já soube por algumas senhoras a varrer o chão, sem qualquer pressa enquanto a vida passava, que Janusz, Zenon, Edward e Maria tinham partido, sem dizer o destino. Não sobrara tempo nem mesmo para isso, assim como também não tinha sobrado tempo para Natia. Avisaram-lhe que ela agora descansava na clareira, um pedido da própria moça em seus últimos momentos. Algumas pessoas do vilarejo tinham ido até lá para remover o corpo para o cemitério, para um túmulo digno, mas Antoni não tinha deixado, reagindo de forma violenta e investindo contra os que tinham tentado por diversas vezes realizar a tarefa.

Antoni. Era ele quem estava sentado na varanda da casa e agora o olhava. O fiel Antoni. Tinha ficado por fidelidade à Natia? Parecia até dizer, com o olhar, que ao menos ele não tinha abandonado tudo, que não tinha abandonado aquela mulher que jamais deveria ter sido abandonada. Se Antoni pudesse dizer algo, talvez o xingasse de todos os nomes que com certeza ele merecia ouvir.

Passou pelo que restava do portão e que já não fechava mais nada e desligou a R75, tirando os óculos e afrouxando bem o cachecol, sentindo o vento frio bater em seu rosto e pescoço. Por um tempo ficou dentro da motocicleta, aproveitando o calor do aquecimento da máquina. Talvez ele não devesse ter voltado. Um dia, porém, acordou com a sensação de que não havia mais para onde ir, enquanto não pisasse ali novamente. Durante o regresso vinha tentando se preparar, tudo poderia estar destruído, todos mortos, dizia sempre a si mesmo. Ainda que soubesse que alguns dos seus tinham sobrevivido, já não eram mais as mesmas pessoas. O que tinham vivido ali, naquela casa, tinha ficado em um passado, quando o único a se revoltar com a vida, com o mundo, era ele.

Lolek tinha ido embora porque desejava a liberdade. E Natia tinha sido a única a apoiá-lo, se era o seu desejo, além de Zenon, que o queria o mais distante dali por outro motivo, muito diferente. Impedi-lo não poderia lhe fazer bem, tinha sido o argumento de sua prima. E naquele dia ele a amou ainda mais, como nunca antes.

Não poderia mesmo continuar naquela casa. A cada novo dia a vontade de gritar ao mundo todo seu amor por Natia era ainda maior. Um amor que nascera ao vê-la caminhando, no jardim, em direção à casa. Edward e Maria, pais de Lolek, concordaram em adotar a sobrinha órfã. Tinham apenas dois garotos quase adolescentes, uma menina viria para alegrar a casa e fazer companhia a Maria. Janusz, sem poder enxergar desde o nascimento, perguntava ao irmão como era a prima. Lolek não economizava nas palavras mais belas, conhecidas em um livro de contos de fadas que Natia trouxera consigo: bela, graciosa, jovem, encantadora, a ponto de enciumar qualquer fada ou princesa de qualquer reino encantado que existira ou viesse a existir.

Parecia mesmo ter poderes de uma fada. As flores cresciam lindas no jardim sob seus cuidados. A impressão de Lolek era a de que podia conversar com os animais, todos mesmo. Até mesmo com um javali ainda bebê que tinha aparecido por ali, sem sinal de mãe ou irmãos. Tornou-se a mãe dele, ninguém tinha ousado dizer não. Mimava o bicho como se fosse um bebê. A bem da verdade, Natia era assim com todos. Tinha tanto amor dentro de si que dizia, quando menina, que precisaria ter pelo menos uns dez filhos para que pudesse compartilhá-lo todo.

Acreditava que quando a prima casasse com Zenon tudo se resolveria, mas não… Com o tempo e nada de filhos, três abortos espontâneos seguidos, Zenon chegou a culpá-lo, era quase como uma maldição de Lolek, pairando sobre eles. Queria ir para longe com Natia, mesmo com o desespero de Maria, que não aceitava se separar da sobrinha e filha adotiva. No dia seguinte, Lolek saiu sem se despedir de ninguém.

Entrou nos escombros da casa, sem que Antoni o acompanhasse. Havia um esconderijo partilhado apenas por ele e Natia, abaixo do piso do quarto ocupado por ele e seu irmão. Arrastou o que tinha sido uma cama, nem era mais possível dizer se a dele ou a do irmão e levantou as tábuas, encontrando a mala.

Dentro dela, cartas escritas por Natia e endereçadas todas a ele. Uma a uma, em todos aqueles anos. Se as contasse, saberia, havia uma escrita para cada dia. Algumas podiam até ser classificadas como apenas um bilhete, mas todos os dias, todos, ou em grande parte deles, a jovem tinha registrado algo que gostaria de lhe dizer, até não conseguir mais. Abriu várias delas e em todas na última linha ele pôde ler: “Até a volta, Lolek!”

Sentiu o assoalho estalando, guardou as missivas de volta na mala e saiu do quarto. Ao passar pela sala pegou da estante, ainda resistente em manter-se em pé o que tinha sobrado do livro que Natia trouxera consigo aos doze anos. Faltavam muitas páginas, mas ele sabia todas as histórias de cor, todas. Tinham lido para Janusz, revezando-se no papel de narrador e nas falas das personagens.

Voltou para a varanda e avisou a Antoni que ia até a clareira. Pensou em usar a motocicleta para encurtar a distância, mas resolveu ir andando. Carregou a mala consigo e minutos depois Antoni o alcançou, caminhando em silêncio ao lado de Lolek, como já tinham feito tantas vezes anos antes.

Ao chegar à clareira encontrou o túmulo de Natia, facilmente identificado por uma cruz feita com a madeira que ele reconheceu como sendo a do portão da propriedade. O espaço da cova estava todo ladeado com pedras e por cima muitas flores e folhagens. Agora ele sabia como Heathcliff se sentia com relação à separação dele e de Catherine, no romance preferido de Natia. Um dia a moça tinha lhe dito ali mesmo, naquela clareira, que os dois eram como os apaixonados do Morro dos Ventos Uivantes. Apenas no momento de sua partida foi que Lolek deu a ela alguma razão.

Olhou para Antoni. Quanto tempo mais ele viveria? Seria ele capaz de sobreviver a todos os outros que tinham vivido naquele lugar? Às vezes parecia que sim. Parecia também ter uma inteligência fora do comum. Já achava isso antes de ir embora, agora ainda mais. Perdeu a noção do tempo em meio ao silêncio da floresta, apenas os pássaros pareciam ter o direito de quebrá-lo.

Quando voltaram à casa, Lolek sentou-se no jardim, na única cadeira existente para comer um pouco de pão, queijo, passas e tomar o vinho que ainda lhe restava. Assim que terminasse de comer, partiria. Por um momento teve vontade de levar Antoni consigo. Ele caberia perfeitamente no sidecar. Olhou para o porco deitado ao seu lado e até ensaiou perguntar a ele se não gostaria de partir também.

Aliás, porco não. Javali. Natia ficava muito brava quando Lolek brincava, fazendo de conta que tinha se confundido com relação a Antoni. “Não o chame de porco, ele é um javali!” O animal tinha crescido pouco naqueles anos, em comparação com outros javalis que tinha visto. Em seu silêncio, Antoni parecia carregar toda a memória do acontecido. Por um instante, Lolek teve inveja do animal, por estar ali desde filhote, resignando-se a ser o último dos moradores da propriedade, conformado com cada acontecimento. Sob o efeito do vinho, adormeceu na cadeira mesmo.

Ao acordar, Antoni não estava mais ao seu lado. Observava o homem de longe, próximo à entrada. Lançou um olhar que pareceu a Lolek como sendo de despedida, tomando novamente a direção da clareira. Só restou a ele observar o animal distanciar-se cada vez mais, sem olhar para trás uma vez sequer.

De sua parte, colocou a mala na R75 e por um bom tempo ficou a pensar. Jamais voltar ali seria o mais certo, mas ir para onde? Fazer o quê? O problema era aquela sensação, aquela vontade de ficar. A casa, totalmente destruída, constituía um desafio. Talvez a vida agora fosse aquilo. Aprender a viver no lugar de onde sempre quisera partir. Aprender a viver sem Natia de uma vez por todas. Porque quando partira, levara-a consigo. E por ela estava ali novamente.

Voltou para o vilarejo. Precisava encontrar um lugar para ficar enquanto não fosse possível viver na casa. E pensar nos materiais necessários para a reconstrução. Não importava quanto tempo aquele desejo perdurasse, só sentia que era exatamente aquilo o que precisava fazer. Antoni ficaria surpreso quando se encontrassem de novo, no dia seguinte. Tinha certeza, um se acostumaria ao outro. Como nos velhos tempos.

127 comentários em “Volta ao passado em certa manhã de primavera (Bia Machado)

  1. Wilson Barros
    23 de junho de 2017

    O estilo impecável, fluente, dá um grande valor literário ao conto. A história de amor é simples, mas bem narrada, e se torna marcante. Gostei do javali, parece tudo observar, tudo entender… E que dá ao conto aquele tom de múltiplas histórias encadeadas. Boa técnica, parabéns.

    • Pak
      25 de junho de 2017

      Obrigada, Sr. Wilson! 😉

  2. Fil Felix
    23 de junho de 2017

    Um conto bonito e bem escrito. A narrativa flui muito bem e as peças todas se encaixam. Mas tive a impressão de já ter lido no desafio. Infelizmente. O protagonista voltando, encontrando as cartas e o porco de estimação são três pontos que aparecem em mais uns dois contos. Mesmo assim, brinca com a questão de quem vai continuar pra contar a história, o peso que cai sobre aqueles que permanecem vivos e enterram os amigos, nesse caso o próprio bichinho. Gostei de ter dado essa importância a ele. Só não entendi a dos nomes diferentes, como se ocorresse numa outra galáxia.

    • Pak
      25 de junho de 2017

      Oi, Fil, que pena que minha ideia foi parecida com outras. Que pena que para os autores dessas outras ideias a minha foi parecida… Essa ideia foi a que me ocorreu, se a postagem fosse sendo liberada conforme o conto chegasse, talvez isso não teria acontecido. Como diz Suassuna, “não sei, só sei que foi assim”… Os nomes diferentes são poloneses. Também achei diferentes, mas se pensei na história acontecendo na Polônia, então… Obrigada por seu comentário.

  3. Daniel Reis
    23 de junho de 2017

    (Prezado Autor: antes dos comentários, alerto que minha análise deve se restringir aos pontos que, na minha percepção, podem ser mais trabalhados, sem intenção de passar uma crítica literária, mas uma impressão de leitor. Espero que essas observações possam ajudá-lo a se aprimorar, assim com a leitura de seu conto também me ajudou. Um grande abraço).

    Volta ao passado em certa manhã de primavera (Pak Dérm Javah Lee)

    ADEQUAÇÃO AO TEMA: parcial. Tem o javali, mas a imagem não está lá. É preciso fazer um certo malabarismo para encaixá-la no contexto.

    ASPECTOS TÉCNICOS: Um dos textos mais seguros e emotivos desse desafio. Acho que às vezes a emoção exacerbada tem o risco de ser entendida como apelo fácil à sensibilidade do leitor, mas não foi o caso desse texto. O sentimento expresso, mais do que exagerado, é reflexivo, ensimesmado. Ponto por isso.

    EFEITO: positivo, ainda mais com o final que não deixa de ser um recomeço. Ando precisando de leituras assim.

    • Pak
      25 de junho de 2017

      Oi, Daniel, agradeço pelo seu comentário! Só não entendi a adequação ao tema parcial. Não tive dificuldades em reproduzir a imagem, aliás, com Lolek indo visitar o túmulo de Natia com Antoni ao seu lado, levando também a mala cheia de cartas da moça. Se pareceu forçado, foi uma pena.

  4. Eduardo Selga
    23 de junho de 2017

    Acho particularmente difícil a construção de enredos com a ausência de clímax, pois manter a narrativa num mesmo ritmo do início ao fim, seja lento ou não, pode sugerir ao leitor a ideia, nem sempre verdadeira, de que o conto nada tem a dizer. E, é bom que se diga, muitas vezes é isso mesmo o que acontece, ou seja, uma ausência de conteúdo mais ou menos disfarçada pela linguagem rebuscada ou poética. Porém, também é bom que se diga, nem todo rebuscamento ou poesia na prosa significam falta de musculatura narrativa. Muitas vezes são esses elementos que causam o vigor textual.

    Essa sensação de falta com a qual o leitor pode se deparar é oriunda de uma longa tradição na Literatura, mas também é muito endossada pelo espírito da contemporaneidade, para quem a linearidade e calma manutenção do ritmo de viver são consideradas senão um mal, certamente uma deficiência. É preciso ser proativo, diferenciado, progredir materialmente, e outras atitudes que demonstrem sair do lugar para ficar no mesmo lugar.

    Isso é enlouquecedor para muitas individualidades, que se sentem fora do seu tempo. Elas precisam de um mundo zen, o mesmo que ficou para trás, no mínimo, desde a Segunda Guerra.

    Quando honestamente nos pegamos a nós mesmos em silêncio, ou alguém íntimo com aquele olhar perdido em algum ponto fixo, aquele momento que não é exatamente tristeza, não é exatamente melancolia… É alguma coisa, mas não é exatamente nada. Quando assim nos flagramos: é mais ou menos essa a sensação que o conto transmite (a depender do leitor) como um todo e por meio de seus personagens. É um ponto de indefinição emocional interessantíssimo do ponto de vista narrativo, pois é difícil dar conta dele, demonstrá-lo. É como estar numa floresta em pleno outono e receber sobre si uma constante chuva de folhas amareladas: é caso de se ver e sentir, mas narrar é complicado.

    O(a) autor(a) conseguiu uma forte linearidade estética, conduzida por essa emoção um tanto indefinida, porém forte.

    Fiquei perguntando a mim mesmo por certo tempo se a inclusão do javali no conto não terá sido apenas o truque de chamar de javali o que parece ser um cachorro. Em princípio achei que o texto estava moldado como se o javali fosse um cão, por causa de seu comportamento. Uma suposição que passa por outra, a de que javalis são indomesticáveis. Procurei informações sobre esse dado e não encontrei nada substancial que negasse a possibilidade posta no texto. Talvez a proximidade dos javalis com os porcos trabalhe em prol do(a) autor(a), na medida em que estes podem ser bastante dóceis. Ainda assim, me senti desconfortável por não encontrar uma resposta satisfatória.

    De todo o modo, esteticamente funcionou muito bem, e isso fala mais alto que verossimilhança externa. Há um tom ligeiramente insólito na presença do animal, que se comporta como uma pessoa sem palavras e, desse modo, percorre um caminho duplo: contrapõe-se ao narrador-personagem ao mesmo tempo em que o complementa. Protesta e aplaude. Entretanto, é importante observar um dado relevante: é o narrador-personagem que diz ou dá a entender que o javali se opõe a ele ou de certa maneira o conforta. Ora, o narrador está comprometido com a narrativa por ser também personagem, não é possível dar-lhe ouvidos sem alguma desconfiança. Assim sendo, todo o comportamento do animal deve ser entendido como algo vindo do narrador, não a expressão neutra de uma “verdade”.

    • Pak
      25 de junho de 2017

      Olá, Eduardo, agradeço por sua análise, sempre muito fundamentada, vendo coisas no meu texto que nem eu mesma veria, se quisesse. Só uma coisa: Lolek não é narrador-personagem. O conto está em terceira pessoa, até pensei em narrar sendo Lolek e até mesmo sendo Antoni, mas não achei que conseguiria de forma crível, nem como um e nem como outro. Um abraço!

      • Eduardo Selga
        25 de junho de 2017

        Tem razão, não é narrador-personagem, o que invalida parte do que eu disse. Por que eu cometi esse engano primário? Deve ter sido porque eu li o conto em um dia, fiz anotações breves, e apenas comentei no outro, sem voltar ao texto. e também porque a voz narradora se mostra muito íntima da cena, como se nela estivesse. Desculpe-me pelo equívoco indesculpável e parabéns pelo conto.

      • Bia Machado
        25 de junho de 2017

        Oi, Selga, imagina! De forma alguma precisa pedir desculpas. Só de você dizer que a voz narrativa se mostra muito íntima da cena eu fico feliz, pois é um efeito que talvez se explique porque eu realmente mergulhei nessas cenas. Coloquei a trilha instrumental d’O Labirinto do Fauno pra tocar no fone de ouvido (não por ter visto o filme, porque não vi ainda e sim mais por ela me parecer bem emocional, no tom certo que eu achava precisar para a escrita do conto) e escrevi, imaginando tudo aquilo. Mais uma vez, obrigada!

  5. Wender Lemes
    22 de junho de 2017

    Olá! Para organizar melhor, dividirei minha avaliação entre aspectos técnicos (ortografia, organização, estética), aspectos subjetivos (criatividade, apelo emocional) e minha compreensão geral sobre o conto. Tentarei comentar sem conferir antes a opinião dos colegas, mantendo meu feedback o mais natural possível. Peço desculpas prévias se acabar “chovendo no molhado” em algum ponto.

    ****

    Aspectos técnicos: conto milimetricamente revisado, esse é um tipo de cuidado que sempre ganha pontos. A estética intimista sugere e cumpre com uma história cheia de mágoas, a angústia do protagonista é quase palpável. A narrativa é organizada em torno da sugestão e mantém-se na sugestão até o fim.

    Aspectos subjetivos: é visível o cuidado com a construção dos personagens do presente narrado. A personalidade do protagonista é revelada conforme suas memórias vêm à tona – engatilhadas pelo contato com o ambiente. É como se a casa refletisse seu interior, como se ele também estivesse em ruínas.

    Compreensão geral: esse conto me ludibriou no início e no final. Primeiramente, fui enganado pelo título – ao menos em minha cabeça, tive a impressão de que seria uma trama envolvendo viagem no tempo, mas a volta ao passado era em sentido figurado (até aqui, problema nenhum). Em segundo lugar, senti-me enganado novamente ao alcançar o final do conto sem ter explicação mais profunda sobre o que realmente ocorreu para deixar a casa naquelas condições. Veja bem, isso só diz respeito às minhas expectativas, não é demérito nenhum ao trabalho. Se cabe a analogia, sendo o desafio um restaurante, seu prato foi um dos melhores, mas deixei a mesa com fome.

    Parabéns e boa sorte.

    • Pak
      25 de junho de 2017

      Oi, Wender! Obrigada pelo comentário! Sobre a explicação do que havia acontecido, realmente foi opção minha não abordar isso. Pensei: é um conto, o foco narrativo é o retorno do personagem depois de certo tempo, as sensações e lembranças, então preferi deixar a causa apenas subentendida, de que teria sido uma guerra, a Segunda.

  6. Rubem Cabral
    22 de junho de 2017

    Olá, Pak-derm Javah-Lee.

    Resolvi adotar um padrão de avaliação. Como sugerido pelo EntreContos. Vamos lá:

    Adequação ao tema:
    A adequação foi total. Homem encasacado (Lolek), javali, mala.

    Qualidade da escrita (gramática, pontuação):
    O texto está muito bem escrito. Apenas incomodaram-me algumas repetições.

    Desenvolvimento de personagens, qualidade literária (figuras de linguagem, descrições, diálogos):
    Lolek ficou bem desenvolvido. Natia e os demais ficaram um tanto “na sombra”. As descrições foram bastante boas, dando noção do ambiente, das vestimentas, etc. Não notei muitas figuras de linguagem, não há diálogos.

    Enredo (coerência, criatividade):
    O enredo é um tanto simples: rapaz volta à cidade natal após a guerra (?), talvez a busca de referências e lembranças. A história foi bastante linear, não chegou a ter clímax ou algo do tipo. Senti, portanto, falta de algo que fomentasse sentimentos mais fortes que apenas melancolia e saudade. Foi um bom conto, embora um tanto econômico de sentimentos mais fortes.

    Obrigado pela leitura e boa sorte no desafio!

    • Pak
      25 de junho de 2017

      Olá, Rubem, talvez os sentimentos mais fortes tenham faltado porque justamente fosse a melancolia e a saudade que eu quisesse destacar, não vou mentir. Tentei me conter, também, para não levar a coisa para o “dramalhão”. Obrigada por comentar!

  7. Thiago de Melo
    22 de junho de 2017

    Amigo Pak,
    Um belo conto você apresentou. Muito bem escrito e com uma narrativa envolvente. Gostei de ir seguindo os pensamentos e lembranças do personagem principal. Só fiquei esperando que houvesse algum diálogo, algo para fazer um “contratempo” com a batida em que vinha a narrativa, mas isso não me incomodou muito.
    O texto também tem algumas frases muito bonitas, como essa: “Talvez a vida agora fosse aquilo. Aprender a viver no lugar de onde sempre quisera partir.”. Muito poética e profunda. Um bom conto. Parabéns!

    • Pak
      25 de junho de 2017

      Oi, Thiago, obrigada por seu comentário! Também gosto de diálogos, mas escrevi dessa forma e, quando ao terminar dei pela falta deles até pensei em mudar, inserir alguma coisa, mas… resolvi deixar como está. 😉

  8. Sabrina Dalbelo
    22 de junho de 2017

    Olá autor(a),

    Aaaaaa as histórias de amor… ❤
    Gostei da tua, é sensível e contagiante.
    O conto flui em uma leitura agradável. O ambiente, os personagens principais são bem nítidos e carismáticos e o fim é aprazível.
    Achei só que alguns nomes inseridos (alguns personagens) não agregaram na ação. Mas só.
    O javalizinho Antoni acabou sendo o elo que finalmente uniria os dois amantes.
    Isso aí!
    Abraço,

    • Pak
      25 de junho de 2017

      Oi, Sabrina, muito grata por seu comentário, viu? Gosto de histórias de amor também, das que têm final feliz e também daquelas com final triste… A minha acho que é um meio termo… 😉

  9. Raian Moreira
    20 de junho de 2017

    A questão da volta ao lar sempre é emocionante. Não me agradou muito, mas é isso é pessoal, sua estória é boa. Curti os nomes poloneses.
    A leitura é fluente, com ritmo bastante lento, mas harmonioso ao conteúdo.
    Parabéns, escreva mais contos nos próximos desafios.

    • Pak
      25 de junho de 2017

      Obrigada, Raian! Quanto aos nomes poloneses, foi meio complicado encontrar alguns para nomear as personagens, porque me pareceram tão incomuns, rs. Pode deixar que tentarei escrever, sim. Geralmente consigo.

  10. Victor Finkler Lachowski
    20 de junho de 2017

    Olá autor/a.
    Gostei do seu conto, a trama de retorno ao lar com o tema de guerra casaram bem, muitos usaram o tema de guerra, mas você foi mais afundo nele.
    Como já apontei, foi criativo, bem escrito e com uma narrativa que segurou o que foi contado.
    O que não gostei: foi confuso, como já vi algumas críticas apontando essa parte, vou me resumir, o conto impacta, mas levemente, poderia ser bem melhor emocionalmente se tivesse mas clareza na escrita.
    Você possui um ótimo potencial como escritor, treine mais.
    Boa sorte no desafio e nos presenteie com mais obras,
    Abraços.

    • Pak
      25 de junho de 2017

      Obrigada pelo comentário. O conto não impacta, certamente e acho que foi dessa forma que o escrevi, muito melancólico e o desequilíbrio emocional talvez tenha me faltado para organizar a coisa melhor, mas confesso que gosto dele já assim, da forma como está.

      • Pak
        25 de junho de 2017

        *talvez o EQUILÍBRIO emocional tenha me faltado, rs.

  11. M. A. Thompson
    19 de junho de 2017

    Olá!

    Usarei o padrão de avaliação sugerido pelo EntreContos, assim garanto o mesmo critério para todos:

    * Adequação ao tema: sim, de uma forma bem positiva.

    * Qualidade da escrita (gramática, pontuação): nada que atrapalhasse a leitura.

    * Desenvolvimento de personagens, qualidade literária (figuras de linguagem, descrições, diálogos): deixou um pouco a desejar no que diz respeito ao desenvolvimento das personagens, um pouco para mais e um pouco para menos. A qualidade literária existe sim, mas eu gostaria de ler uma reescrita, algumas coisas ficaram inexplicadas ou muito por conta da imaginação do leitor.

    * Enredo (coerência, criatividade): não é o tipo de narrativa que me atrai, mas a leitura foi agradável e denota um autor (ou autora) de alma pura, capaz de transformar uma imagem grotesca – a do desafio – em algo mais singelo.

    De um modo geral foi um bom conto.

    Parabéns e boa sorte no Desafio!

    • Pak
      20 de junho de 2017

      Ei, sei lá qual é o seu nome, mas esse sobrenome é de respeito,hein? Brincadeiras à parte, te agradeço pela leitura e comentário. Não sei se encararia uma reescrita, confesso que foi muito doloroso “viver” esse momento de Antoni e Lolek. Quem sabe? Um abraço!

  12. catarinacunha2015
    19 de junho de 2017

    INÍCIO com um belo título. A TRADUÇÃO DA IMAGEM está no contexto. O conto é muito lento para o meu gosto ansioso, mas o estilo é elegante e envolvente. Os personagens com nomes esquisitos poderiam ter suas personalidades mais marcantes.
    A virada no final causou um EFEITO recomeço. Simpático.
    OBS: Adorei a ilustração. De quem é?

    • Pak
      20 de junho de 2017

      Olá, Catarina (só nome lindo por aqui hoje!), te agradeço pela leitura e comentário. Realmente, o ritmo é lento. Imagina eu escrevendo, ao som da trilha de O Labirinto do Fauno? Coisa de louco, mesmo! A ilustração é minha. =)

      • Catarina
        21 de junho de 2017

        Parabéns!

    • Pak
      25 de junho de 2017

      É minha porque ganhei-a de presente. Omiti a autora, mas não menti. =P

  13. Luis Guilherme
    18 de junho de 2017

    Boa noite, amigo, tudo bem?

    To digitando pelo cel, sou pessimo nisso, entao desculpe pelos possíveis erros.

    Que historia bonita! Bem singela e sincera. Lida com arrependimento, escolhas, partida, retorno, amor, revolta. ..

    Voce conseguiu trabalhar bem todas essas emoções, transmitir bem numa narrativa intimista.

    Gostei da sua escrita. Eh bonita, palavras bem escolhidas e gramatica muit boa, nao notei problemas graves, uma coisinha ou outra.

    O enredo me agradou. Nao existem grandes acontecimentos, mas o drama familiar eh bem trabalhado, dando volume à trama.

    Enfim, belo obra, parabens e boa sorte!

    • Luis Guilherme
      19 de junho de 2017

      Ah, esqueci e voltei pra falar: b bela imagem! Parabens pelo cuidado com os detalhes.

    • Pak
      20 de junho de 2017

      Caro Luis Guilherme (adoro o significado do nome Guilherme), agradeço pela leitura e pelo comentário, além do empenho em enviá-lo a qualquer custo. 😉

  14. Pedro Luna
    17 de junho de 2017

    Um bom conto. Gostei do clima melancólico e imaginei tudo vazio, sem vida, cinzento. A relação entre Lolek e Natia foi bem explicada e me pareceu bem real, a ponto de ficar um pouco triste com o desfecho. Dá para sentir a angústia do personagem, solitário, cheio de lembranças.

    Eu gostei bastante, mas para não dizer que tudo foram só flores (é foda ser chato..kk), achei realmente que os muitos personagens citados no início da história teriam uma participação maior, e não foi o caso. Fico a pensar na necessidade dessas citações. E ah, pelo menos para mim, ficou muito claro desde o início que Antoni era o javali, então torci um pouco o nariz para o suspense ou a tentativa dele.

    Mas são detalhes pequenos que não tiraram o brilho do conto.

    • Pak
      18 de junho de 2017

      Olá, Pedro! Te agradeço pela leitura e comentário. Pois é, pai, mãe, irmãos, prima amada, rival, todos eles estão na lembrança do Lolek, por isso achei que deveria citá-los… Afinal ele tinha uma história por trás dessa partida e chegada, né? Não achei que fosse desnecessário ou que confundiria alguém, mas faz parte. Quanto ao lance de já saber quem era Antoni, parabéns! Essa foi uma forma de não entregar tudo de mão beijada desde o início, pelo menos não para a maioria. E não deixa de ser uma brincadeira também: quem será que vai sacar a coisa antes de eu ter que dizer? Eu me divirto com isso, rs. Abraço!

  15. Lee Rodrigues
    15 de junho de 2017

    Simpatizei com o seu nome rsrs

    No último desafio, o de micro contos, tinha uma vaca, a Mimosa Lee. Gostei bem mais do Javah, digamos que a personalidade é mais compatível. Rs

    Brincadeiras à parte, perdoe-me se fui inoportuna.

    Caro autor, até agora, a sua mala foi a que se prestou ao melhor fim: guardar recortes da saudade, pedações de um amor que só margeou intencionalidades, mas sobreviveu, insistiu em não ser apagado da memória.

    Nos primeiros parágrafos, o narrador nos empresta os olhos, as imagens foram criando vida na concepção do sentimentalismo, do saudoso. E na garganta, o nó apertou do lado de cá, também.

    A narrativa é mansa, simples, consegue empoeirar o infortúnio com a nostalgia, e isso deu certa leveza ao drama. E sabe, foi muito bom, aos poucos, descobrir quem era o Antoni. Gosto de ser levada, pelo autor, a acreditar em coisas e depois desconstruir a imagem que havia formado. Essa desconstrução supriu, em mim, de forma satisfatória a ausência de reviravoltas.

    Lá pelo meio do conto, houve um momento que eu me perdi “em quem era quem”, e por alguns segundos me afastei um pouco da trama.

    A imagem, além de linda, casa harmoniosamente com o enredo.

    • Pak
      16 de junho de 2017

      Olá, Lee! Temos o mesmo sobrenome, mas você é mais bonita, viu? Te agradeço pela leitura e pelo lindo comentário.

  16. Antonio Stegues Batista
    15 de junho de 2017

    Não consegui saber que lugar se passa a história. Os nomes dos personagens são estrangeiros e a narrativa fala de uma guerra. O protagonista volta ao lugar onde viveu com sua família e relembra o passado, mas tudo é resumido, como se fosse parte de um texto maior, um romance e por isso, tem-se a sensação de que falta alguma coisa, ou, alguma coisa não está certa, o enredo é superficial demais, as emoções falham e não fiquei impressionado. A escrita é boa, com algumas falhas, repetição de palavras num mesmo parágrafo, por exemplo, mas a história é fraca.

    • Pak
      15 de junho de 2017

      Tá certo, Antonio. Agradeço pela leitura e comentário.

  17. juliana calafange da costa ribeiro
    14 de junho de 2017

    Um ótimo conto! Muito bem escrito, a narrativa é clara e fluida. Sem erros aparentes. Me incomodou um pouco o excesso de nomes, referencias a pessoas que não aparecem na história. Por esse motivo, lá pelo meio do conto fiquei na dúvida se Antoni era o irmão cego, ou se era namorado da Natia, se era primo… Tive que reler vários parágrafos e aí sim ficou claro q era o javali. Isso antes de vc revela-lo com clareza lá pelo 14º parágrafo. Mas fora isso, é um conto singelo, que trata de um período muito triste da história da humanidade, contado de uma forma muito humana e emocionante. Tadinho do javali. Ainda bem que o Lolek voltou pra ficar com ele…

    • Pak
      15 de junho de 2017

      Olá, Juliana, te agradeço pela leitura e comentário. Desculpe o tanto de personagens usados, ainda que tenham ficado nas lembranças da personagem parece que atrapalharam a leitura, né? Não foi minha intenção. Sobre revelar quem era Antoni no 16° parágrafo (quase acertou, hein? hahahaha), o plano era esse, rs. Também fiquei triste com a situação do Antoni. Seria uma judiação Lolek virar as costas pra ele de novo, isso explica o final. Mais uma vez, grato!

  18. Brian Oliveira Lancaster
    14 de junho de 2017

    EGO (Essência, Gosto, Organização)
    E: Melancólico e singelo. Infelizmente, com excesso de personagens. O protagonista quase desaparece em meio a tanto nomes. É um texto bastante emotivo e traz uma carga diferenciada à imagem do desafio. Dessa vez o javali foi poupado.
    G: Gosto de histórias de retorno e um tanto românticas, mas, como mencionei acima, os parentes e amigos me distanciaram muito da história principal. Praticamente os ignorei. Entendi que o amigo de infância/interesse amoroso volta depois de muito tempo e encontra sua amada falecida, bem como o local (que agora está em cinzas, devido à alguma guerra ou outro fator não explicado). A atmosfera é triste e excelente no que se propõe. Mas o texto poderia ser melhor enxugado, dando real importância ao casal central.
    O: Fiquei pensando quando você disse que o personagem permaneceu dentro da motocicleta – como assim “dentro”? Não seria “em cima”? Pois o texto não dá a ideia de algo futurista, com “teto”. Faltou só mais um pouquinho de lapidação. No entanto, é uma escrita suave, quase febril, como uma brisa pousando em folhas de outono e dando adeus ao seu lar celestial.

    • Pak
      14 de junho de 2017

      Olá! Quanto ao excesso de personagens: que pena que muitos apontaram isso, achei que precisava deles para dar vida ao passado do Lolek, em suas lembranças… Antigamente as famílias eram mais numerosas, mas não é essa a desculpa que darei, mas sim que nem imaginava que isso faria com que alguns se perdessem… A questão sobre a real importância do casal é que… não era isso que eu queria destacar e sim, as lembranças, principalmente. Esse sentimento de retorno. Mesmo sendo um narrador onisciente, mostrar Lolek nessa volta dele e, claro, o javali! Sobre a motocicleta, esse modelo que citei foi criado na segunda guerra e era composto por um sidecar, era usado também para que no frio a pessoa pudesse entrar nesse sidecar e se aquecer, pois foi criada principalmente para as tropas alemãs, deveria ter colocado mais detalhes sobre a motocicleta… Ou não, alguém certamente diria que tinha explicado demais, enfim, uns gostam, outros não, mas foi erro meu em não dosar essa informação como precisava. E a quantidade de personagens, rs. Agradeço pela leitura e comentário!

  19. Cilas Medi
    13 de junho de 2017

    Olá Pak
    Um bom conto, bem estruturado, mantendo um clima de nostalgia, de lembranças. Cumpriu parcialmente o desafio, no meu entender, bem diferente da imagem que levou a essa tarefa. Não devemos, porém, conspurcar a criatividade e ela está bem representada nesse trabalho.

    • Pak
      14 de junho de 2017

      Olá, Cilas, agradeço pela leitura e comentário.

  20. Jowilton Amaral da Costa
    12 de junho de 2017

    Achei o conto muito bom. A narrativa é boa e não percebi erros de digitação e nem gramaticais. Com toda certeza, o ponto alto do conto foi a descoberta que Antoni era o javali. Eu já estava me perguntando quem seria o Antoni e a narrativa lenta já estava me incomodando um pouco, a revelação veio na hora exata. A forma da escrita me lembrou bastante os livros do Khaled Hosseini. Boa sorte.

    • Pak
      14 de junho de 2017

      Agradeço pela leitura e comentário. E trazer pra você a lembrança de um livro do Hosseini não tem preço. Abraço!

  21. Afonso Elva
    11 de junho de 2017

    Gosto de pensar que Lolek está morto, e volta para reaver seus ressentimentos. É claro que o texto dá pouca margem para isso, mas prefiro assim, fica mais interessante.Um bom conto, e, por sinal, bela a aquarela também 😉
    Forte abraço

    • Pak
      11 de junho de 2017

      Oi, Afonso, eu geralmente tenho um pé (às vezes os dois) no fantástico, no sobrenatural, no surreal. Muito comum eu pender para isso. Ficaria mesmo muito interessante da forma como você sugeriu. E quem disse que de repente não pode ser isso? Os moradores que encontraram com ele também mortos, cidade fantasma etc… Mas se fizesse dessa forma estaria me repetindo, tenho um conto meio que com o enredo indo nesse sentido, sem javali, claro, rs. Agradecido por sua leitura e comentário. E por ter gostado da imagem, repassarei o elogio ao artista. 😉

  22. Ana Monteiro
    11 de junho de 2017

    Olá Javah Lee. O cenário que descreve é muito europa de leste no pós-guerra. Penso que terá sido essa a sua intenção e, desde logo, adequada à imagem pois ela reporta-nos diretamente para essa época. Vamos aos parâmetros de avaliação antes da apreciação? Vamos. Gramática: não encontrei falhas. Criatividade: a esta altura e quase no final das minhas leituras “javalinas” já nem sei bem o que isso é. Acho que teve sim. A história pode não ter nada de inovador se resumida a factos, mas tem bastante no que ressuma e que é o que fica. Adequação ao tema proposto: tem os elementos todos da foto. Não chega a refazer a imagem, mas vai pontuando a narrativa com os pormenores que a compõem; Emoção e enredo: tem mais emoção que enredo. O enredo é em pequena quantidade, mas suficiente e a emoção ganha-lhe claramente neste texto. Enredo é, de alguma forma, movimento, deslocação; emoção é outra coisa, são muitas coisas, é rica demais para se poder definir. Um livro ou até uma novela podem bem reunir as duas coisas, num conto é difícil incluir as duas sem estragar a ambas. Não é impossível, mas é difícil. Avaliados os parâmetros passo à minha opinião de leitora. Você proporcionou-me uma agradável experiência de leitura. O meu personagem favorito foi o javali, a história é ele. Ele testemunhou silenciosamente, desde que o protagonista era criança e até que regressou, tantos anos depois, todo o desenrolar dos acontecimentos. Ele fez jus à memória de Natia e obrigou a que se cumprisse a sua vontade. Compreendo perfeitamente o momento narrado em que Lolek sente inveja do animal. E gostei muito do final. O efeito de impacto nem sempre é necessário e aqui não era. Este é um conto sobre regresso, melancolia, saudade, introspecção. Despedimo-nos no final, antevendo um futuro que lolek e Antoni partilharão tranquilamente. Porque haveria de ser diferente? Boa sorte no desafio.

    • Pak
      11 de junho de 2017

      Oh, Ana, que lindo esse seu comentário. De emocionar mesmo. Agradeço por essa oportunidade. Valeu muito a pena escrever o conto e enviar, só por tantos comentários que só fazem inspirar. E animar para continuar nessa vida de escrita.

  23. Rose Hahn
    10 de junho de 2017

    Olá Pak, belo conto. Talvez por causa do nome dos personagens, lembrei de Milan Kundera. A narrativa segue linerar, sem conflitos e com o drama da culpa e amores perdidos. Alguns excessos de “tudo” no 1o. parágrafo e de “tinha” no segundo. Adorei a revelação de Antoni, foi o ponto alto do conto. Parabéns.

    • Pak
      11 de junho de 2017

      Te agradeço pela leitura e pelo comentário. Eita, menina, vou anotar aqui para uma próxima revisão: eliminar “tudo” e “tinha”. A preocupação com o queísmo foi tanta que descuidei dessa parte, só vi quando era tarde demais, rs.

  24. Fátima Heluany AntunesNogueira
    9 de junho de 2017

    A leitura é fluente, com ritmo bastante lento, mas harmonioso ao conteúdo. A narrativa, desde o título, traz ares nostálgicos e românticos. A surpresa ficou por conta de que o guardião do túmulo da protagonista era o Antoni-javali.

    O texto está bem escrito, apesar de algumas repetições desnecessárias. O jogo sonoro do pseudônimo fez-me imaginar que se tratava de outro texto cômico, mas ao contrário me deparei com uma tecitura densa, triste. Gostei do desfecho, uma espécie de redenção pelo abandono da família. A ilustração também ganhou um jeitinho novo bem interessante.

    É um trabalho muito bom. Parabéns pela participação. Abraços.

    • Pak
      10 de junho de 2017

      Olá, Fatima, agradeço muito por sua leitura e seu comentário!

  25. Iolandinha Pinheiro
    9 de junho de 2017

    Olá, Pak Dérm (rs) pensei num elefante escrevendo o conto, mas deixa para lá. Precisei ler duas vezes a sua história, não que a primeira não tenha sido o suficiente para entender, mas porque uma segunda leitura, já tendo me apropriado dos segredos da história me deu a oportunidade de desfrutar os belos detalhes do protagonista encontrando os destroços de sua vida passada, enquanto ainda convivia com a família, e estava perto de Natia, a mulher que amou. Parabéns pelo conto, a única dificuldade que tive foi com a quantidade de personagens (era realmente necessário?) De resto você está de parabéns, o conto foi bonito e não achei nem um pouco sabrinesco. Boa sorte no desafio. Abs.

    • Pak
      9 de junho de 2017

      Sim, um elefante, mas na verdade javalis também são paquidermes, assim como rinocerontes e outros animais que têm a pele um pouco mais “grossa”. Eu não sabia disso, só fiquei sabendo quando fui estudar um pouquinho sobre esse nosso querido mascote, rs. Quanto à questão das personagens, foi complicado. Fiquei em dúvida quanto a isso, sobre citar ou não citar. Se eu não tivesse citado, talvez aparecesse alguém e dissesse: “faltou desenvolver melhor, quem eram os parentes?” etc. etc., mas talvez se eu tivesse colocado mais detalhes e espaçado mais no texto a citação a eles a coisa fosse diferente. Se foi difícil para muitas pessoas, é melhor mudar e organizar a coisa de outra forma. Te agradeço pela leitura e pelo comentário. Boa sorte pra você também!

      • Iolandinha Pinheiro
        10 de junho de 2017

        Eu também fui pesquisar, Pak, mas a minha primeira associação à palavra paquiderme sempre será a figura de um elefante. Quanto à outra observação (sobre a quantidade de personagens) vc tem toda a razão quando diz que os leitores estão sempre insatisfeitos. Obrigada pela resposta e um ótimo resultado para vc neste desafio. =)

    • Pak
      10 de junho de 2017

      Sim, eu também costumo lembrar do Quindim, o rinoceronte do Sítio do Picapau Amarelo. Mais uma vez te agradeço, querida!

  26. Felipe Moreira
    9 de junho de 2017

    Olá. Gostei do conto, da atmosfera nostálgica. Está bem escrito, não notei qualquer erro grosseiro. Algumas coisas ficaram mais claras na passagem ou trajetória depois de ler suas respostas em alguns comentários. Notei que alguns leitores não acharam o desfecho impactante o suficiente, mas no final fiquei pensando que ele forma um ciclo. Exatamente como no último verso. Confesso que não esperava algo mirabolante. Ficou bom.

    Parabéns pelo trabalho e boa sorte no desafio.

    • Pak
      9 de junho de 2017

      Oi, Felipe, bacana a ideia do ciclo. Não tinha pensado nisso, mas me agradou essa definição, fiquei feliz por ter optado por escrever exatamente dessa forma. Agradeço pela leitura e comentário.

  27. Fabio Baptista
    9 de junho de 2017

    A imagem é muito chub, a história é muito chub e o jeito de contar a história é totalmente chubesco. (Espero que o autor (a) seja velho (a) de casa para entender a referência hahahahua).

    Bom… devo dizer que não foi dos meus contos preferidos. Apesar de toda doçura que permeia cada palavra, fiquei com a sensação de que o conto poderia ser mais enxuto, pois em dado momento o doce começou a enjoar. Também me confundi um pouco com os nomes, me pareceram muitas apresentações em um curto espaço.

    Mas, apesar de não me agradar em cheio, o conto tem sim muitas qualidades. Além da já mencionada doçura, que por si só já é um mérito, porque hoje em dia é difícil ser doce, há uma certa nostalgia melancólica muito bem ambientada, do tipo que vai se construindo sem pressa. Também quando notei quem era o javali foi uma surpresa gostosa e o final, meio triste, meio saudosista, fez meu gosto.

    Um bom trabalho.

    – “O que tinham vivido ali, naquela casa, tinha ficado em um passado, quando o único a se revoltar com a vida, com o mundo, era ele.
    Lolek tinha ido embora porque desejava a liberdade. E Natia tinha sido…”
    >>> Tem uma quantidade enorme de “tinha” nesse trecho.

    Abraço!

    • Pak
      9 de junho de 2017

      Sério que consegui em efeito chubesco no meu conto? Geeeente! *-* Essa questão de agradar ou não é normal, é a vida. Agradar a todos não, não seria o ideal. Seria até chato. Admito que dessa vez não dosei a doçura, confesso, estou em um momento doce da minha vida. Quase diabético, digamos. Que bom que o javali foi uma surpresa gostosa, trabalhei nesse sentido. Coisa realmente bem chubesca mesmo. Esse tanto de “tinha”, OMFG, só percebi depois de enviar. Já arrumei. E quanto às personagens, não imaginei que traria essa dificuldade para a leitura, engraçado como pensamos uma coisa e o efeito é contrário. Talvez pelo tamanho do conto isso tenha acontecido dessa forma, então cabe uma reformulação, em um alongamento do texto. É uma história que parece valer a pena alongar um pouco. Com menos glicose, claro. Agradeço por seu comentário. Também dá para classificá-lo como chubesco, Fabinho (isso foi chub, não foi?).

  28. Claudia Roberta Angst
    8 de junho de 2017

    Olá, autor, tudo bem?
    O título do conto pareceu-me romântico, nostálgico e promissor.
    O tema proposto pelo desafio foi abordado com sucesso. Temos o homem, a mala e o javali (demorei um pouco para descobri que Antoni era o animal).
    Não encontrei lapsos na sua revisão. Apenas me incomodou o “ficou dentro da motocicleta”, mas nada que tivesse atrapalhado a minha leitura.
    A narrativa flui bem, com um tom melancólico que dá um ar de novela romântica. Eu gosto, mas não choro.
    O ritmo mantém-se um tanto lento, bastante apropriado à carga densa da trama.
    Boa sorte!

    • Pak
      8 de junho de 2017

      Demorou um pouco para descobrir que Antoni era o animal? Era exatamente essa a intenção, hehehe… Ah, sobre ficar “dentro da motocicleta”, acabei não deixando muito bem explicado que a R75 era uma motocicleta com sidecar acoplado, usado inclusive para que os soldados se aquecessem ali em baixas temperaturas. Falha minha. Agradeço pela leitura e comentário. Sobre a melancolia, ela me perseguiu durante a escrita do conto… Sucumbi a ela, sem muita resistência…

  29. Elisa Ribeiro
    7 de junho de 2017

    Olá Pak Derm. Uma atmosfera melancólica num enredo que fala de amores não realizados. A imagem do desafio até que ficou suave no seu conto. Ponto para você. Anotei duas coisinhas para ajustar na revisão no seu conto: a palavra tudo aparece 3 vezes no final primeiro parágrafo; dentro de uma motocicleta não caiu bem, melhor sobre. Fora isso, a leitura fluiu sem entraves. Confesso que seu enredo não me empolgou muito e que em certo momento tive que reler algumas partes por causa da quantidade de personagens. Uma história bem escrita com a qual, entretanto, não me senti muito conectada. Boa sorte no desafio. Abraço.

    • Pak
      8 de junho de 2017

      Olá, agradeço pelo toque da repetição. O parágrafo acabou ficando muito grande e nem me dei conta disso, apesar de cuidar muito esse aspecto da repetição. Esse passou batido. Com relação à motocicleta, o “dentro” se explica por ela ser daquele modelo criado na segunda guerra em que se pode acoplar um sidecar, sendo até usada pelos soldados para se aquecerem no inverno. Acredito que faltou dar mais detalhes, embora eu tenha citado o modelo da moto, o sidecar etc., não quis me alongar muito nisso com medo de ficar muito didática essa parte. Se eu tivesse desenhado a moto, talvez tivesse sido mais fácil. Da forma como escrevi, acabou criando confusão mesmo. Sobre o desenho, foi a partir dele que criei a história. Ele me “guiou” nos acontecimentos. É até estranho como consigo visualizar tudo o que escrevi nele. Mistérios, rs… Agradeço pela leitura, boa sorte pra você também.

  30. Jorge Santos
    5 de junho de 2017

    Conto dramático este de Pak Lee. Bem escrito, pormenorizado e emotivo. Escusava, no meu entender, de ser tão dramático. Temos a destruição da casa, a desintegração da família, a sobrinha órfã, o cego e o mudo – sem esquecer a ligação a um dos livros mais tristes de que há memória (extremamente belo, mas inegavelmente triste). Creio que não seria necessária tanta carga dramática. Na minha terra costuma-se dizer que tudo o que é demais é erro. Mesmo assim, gostei do que li. Muito.

    • Pak
      5 de junho de 2017

      Olá! Como disse Tolstoi, “todas as famílias felizes são parecidas. As infelizes são infelizes cada qual à sua maneira”… Se te disser que não medi o tom dramático do texto desse tanto, acreditaria? Confesso que nos meus contos onde envolve o amor a coisa costuma ser muito assim… Mas concordo com você, menos é mais. Ainda bem que o final livrou um pouco a coisa da deprê total. Mas no próximo cuidarei mais, atentarei mais para esse “balanceamento” de tragédias. Grato pela leitura e pelo comentário.

  31. Givago Domingues Thimoti
    5 de junho de 2017

    Adequação ao tema proposto: Bem adequado.
    Criatividade: Boa. Como alguns contos do desafio, o autor optou por usar uma história com um fundo de guerra.
    Emoção: Se eu falar que eu gostei de primeira, seria uma mentira. Eu voltei para ler uma segunda vez, e então, me senti um pouco tocado pelo conto.
    Enredo: O retorno de um homem ao antigo vilarejo, no qual morava sua amada (e prima). Foi muito bem explorado o tema.
    Gramática: O estilo de escrita lenta não me agrada, muito mais por gosto pessoal do que por outro motivo. Entretanto, é justamente o ritmo que o conto necessitava.
    Parabéns!

    • Pak
      5 de junho de 2017

      Olá! Agradeço pelo comentário. E pela compreensão com o ritmo do conto, só consegui pensar em conduzi-lo dessa forma, depois explico melhor o porquê. Sobre o fundo de guerra da história, é um tema do qual gosto, não vou negar e há um bom tempo não escrevia nada do tipo. Tendo a imagem como inspiração, não resisti. 😉

  32. Fernando Cyrino
    5 de junho de 2017

    Um conto gostoso de ler, uma história de reminiscências tristes que têm como pano de fundo a guerra. Uma maneira interessante e agradável de caminhar com a sua narrativa, autor/autora. Gostei do jeito da escrita e do enredo bem criativo. Nota-se o seu cuidado com a língua. O final ficou muito legal e me surpreendeu com a decisão do nosso homem da mala e do javali permanecer na casa destruída. Bacana, mesmo.

    • Pak
      5 de junho de 2017

      Grato por seu comentário e por ter gostado do final, rs.

  33. Paula Giannini - palcodapalavrablog
    4 de junho de 2017

    Olá, Pak Dérm,
    Tudo bem?
    Você criou um conto muito delicado. Leve, bonito, mas ao mesmo tempo desolador, muito, talvez, devido à ambientação que deu a ele. Uma fazenda destruída, onde tudo ficou para trás, assim como a vida de seus personagens.
    Gostei muito de sua opção ao colocar o Javali, logo na abertura do texto, na varanda da frente, fiel como um cão e, mais que isso, representando a figura que não rompe em momento algum com o universo ali representado. O observador que, inclusive, poderia ter sido o narrador.
    Uma narrativa que me agradou muito, fazendo com que eu acompanhasse a história como a um filme de época.
    Se for para fazer alguma ressalva, eu colocaria em questão o real motivo de os personagens apaixonados não terem ficado juntos. Entendo que se trata de uma época, e que eram primos, criados como irmãos, mas, não sei se esse mote é realmente suficiente para que seu leitor “compre” seus motivos. Talvez o verdadeiro motivo seja o fato de o personagem ter preferido seguir em frente com sua vida, longe da fazenda, daquela vida interiorana, enfim. Uma opção do indivíduo por sua própria oportunidade de busca da felicidade, ainda que com isso precisasse sacrificar seu verdadeiro amor. Essa escolha, em contraponto com o Javali que fica, sem ter opção de escolha, fecha a trama com maior verossimilhança. Não só a trama, mas todo o mote do texto. Uma volta ao passado através do questionamento. “Será que fiz a coisa certa?”
    O final me agradou muito. Li aqui as opiniões sobre impacto e tudo o mais, mas, ao menos para mim, esse final foi o ideal. O personagem voltando ao seu antigo mundo, tendo o porco como testemunha, é de uma beleza quase árida. A construção do trecho em si, também foi muito bem realizada pelo autor.
    Parabéns pelo conto.
    Muito boa sorte no desafio.
    Beijos
    Paula Giannini

    • Pak
      4 de junho de 2017

      Oi, Paula, tudo bem? Agradeço o comentário e os apontamentos. Sobre a verossimilhança, lamento que tenha sido abalada por eu não ter desenvolvido bem os motivos de Lolek para a sua partida. É uma pena, mesmo, pois um texto onde falta verossimilhança ao autor já não é a mesma coisa… Embora eu tenha deixado mais em evidência que o que coloquei como motivo maior tenha sido a questão familiar, deixei muito em aberto, até por ter escrito em outro momento que Natia tinha sido aquela que mais o incentivara, não por questão de querê-lo longe para que o drama terminasse, mas sim porque sabia que ele não era daquele mundo da fazenda, que ele pertencia ao mundo todo. Esse é um ponto que vou deixar mais em evidência em uma reescrita. Agradeço por ter gostado do final. Não foi fácil. Agora esse “muito boa sorte no desafio” me deu medo, kkkkk Abraço! 😉

      • Paula Giannini - palcodapalavrablog
        5 de junho de 2017

        Oi, Pak Derm. O que comentei sobre a verossimilhança, não foi um erro seu… Foram devaneios meus, como leitora/escritora, tentando entender os motivos que você deu, para pensar nos que eu daria. Para mim, tudo por aqui é aprendizado. E o “muito boa sorte”, é só um desfecho que dou a todos os meus comentários. Boa sorte para nós. 😉

    • Pak
      5 de junho de 2017

      Te agradeço, Paula, mais uma vez, fiquei feliz de poder contribuir de alguma forma com esse aprendizado, que não deve terminar nunca. Boa sorte para nós, nesse desafio que foi escrever e agora ler e comentar tantos textos diferentes. 😉

      • Paula Giannini - palcodapalavrablog
        6 de junho de 2017

        😉

  34. Neusa Maria Fontolan
    2 de junho de 2017

    Foi realmente uma volta ao passado. O bom é que ele voltou e ficou. Podem falar o que quiserem sobre o final, eu gostei. Nem todos os contos tem que ter um final impactante. Enfim: o conto está bem escrito e de fácil entendimento, então, receba meus parabéns.
    Um abraço.

    • Pak
      4 de junho de 2017

      Que bom que te agradou, Neusa. Grato pelo comentário. Grande abraço!

  35. Vitor De Lerbo
    2 de junho de 2017

    Um conto bonito e singelo. Uma narrativa bem trabalhada, em que os elementos não se atropelam e os personagens são identificados com calma, naturalmente.

    Uma reviravolta não precisa de explosões para ser impactante. No caso desse conto, em que tanta coisa já aconteceu no passado, a decisão do protagonista de reconstruir sua antiga casa e ficar ali mesmo já é impactante o suficiente. Penso que algo muito barulhento descaracterizaria o conto.

    Uma prova da preocupação do(a) autor(a) com o desafio é a imagem personalizada utilizada.

    Boa sorte!

    • Pak
      4 de junho de 2017

      Agradeço pelo comentário e pelas observações, aliviou-me certo peso na consciência por conta do final. Quanto à imagem, busquei e busquei algo que tivesse a ver com o que eu queria. Não encontrei nada satisfatório, o jeito foi desenhar. 😉

  36. Leo Jardim
    1 de junho de 2017

    Volta ao passado em certa manhã de primavera (Pak Dérm Javah Lee)

    Minhas impressões de cada aspecto do conto:

    📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫): é simples, mas bastante eficiente. Um homem abandona uma vila por causa de um amor “impossível” e, quando volta, seu amor já não está mais lá. Apesar disso, encontra um novo amigo suíno. O engraçado aqui é que demorei a perceber que Antoni era um porco, mas isso funcionou bem. O final é singelo e encerra a trama.

    📝 Técnica (⭐⭐⭐⭐▫): muito boa, narrativa profissional, ótimas imagens e apresentação da trama aos poucos.

    💡 Criatividade (⭐⭐▫): usa alguns elementos comuns desse tipo de história, mas o faz com personalidade.

    🎯 Tema (⭐⭐): Lolek é o homem da mala e Antoni é o javali. Não vi exatamente a cena da imagem, mas estou satisfeito com a adaptação.

    🎭 Impacto (⭐⭐⭐▫▫): gostei bastante de ler esse texto, mas o impacto é um pouco diluído por causa do final com pouco acontecimento. Ele decidir ficar na vila e reconstruir a casa é agradável, mas não impactante.

    • Pak
      1 de junho de 2017

      Agradeço pelo comentário tão analítico. O final realmente não teve impacto, assumo que me pareceu o mais coerente, seguindo a mesma linha do restante do conto. Tinha a opção de impactar, mas fiz a escolha por esse. Entendo que a maior parte dos leitores aqui buscam esse impacto, esse “tcham” no final, mas às vezes o “clima” do conto não combina muito com o texto. Valeu!

      • Leo Jardim
        8 de junho de 2017

        Como eu disse, o final é agradável e gostei dele, mas costumo avaliar esse quesito “impacto”, pois é algo que é comum e desejado em contos curtos. Parabéns pelo texto.

  37. Gilson Raimundo
    1 de junho de 2017

    Achei que a figura proposta não ficou bem caracterizada no conto, muitos autores apenas fizeram alusões a ela, teve javali e teve homem com capa, mas isso não teve influência alguma na história que girou em torno da separação do casal apaixonado que seriam primos e o retorno do rapaz que não encontrou o que buscava. O cenário pós guerra não esclarece muito, pode ser a segunda guerra mundial, Bósnia, Espanha ou qualquer outro conflito, mas também não acrescentaria tanto. O difícil desse desafio e dar uma boa participação ao javali, dar a ele ações que modificam a história, homem de capa e motocicleta podem se encaixar em qualquer história.

    • Pak
      1 de junho de 2017

      Pensei que o desafio fosse produzir um conto com base na imagem, da forma como a interpretei, de acordo com o que imaginei, com a história que me veio à mente. A melhor coisa desse desafio de imagem foi ver que houve muitas interpretações diferentes para um mesmo texto visual. E, como qualquer texto visual, cabem inúmeras interpretações. Imagina se todos desenvolvessem seus contos com o mesmo “gesso”? Imagine-se lendo mais de 60 contos que vão pelo mesmo caminho… O javali não é um mero figurante na minha história, assim penso e dessa forma escrevi. Antoni tem nome e tem presença, representa uma parte do passado, passado de Lolek, de Natia, de um tempo que foi e não voltará mais. É, de certa forma, o oposto de Lolek. De qualquer forma, agradeço pela leitura e comentário.

  38. Milton Meier Junior
    31 de maio de 2017

    um conto singelo, mas bem estruturado. alguns erros de revisão, mas que não tornam a leitura pedante. o ritmo da narração demonstra bem a solidão do personagem e a sua tristeza. só não entendi por que o personagem ficou “dentro” da moto. mesmo com um sidecar, se ele, o personagem, estava conduzindo a moto, não estava dentro dela, mas em cima dela. apenas uma observação. um bom conto. parabéns.

    • Pak
      31 de maio de 2017

      Olá! Realmente, quanto ao “dentro”, foi falha minha. Na verdade escrevi pensando que ele desceria da moto e ficaria um tempo no sidecar para se proteger do frio e acho que acabei não colocando mesmo. Esses “alguns erros de revisão”, seria possível apontá-los? Quando é o próprio escritor quem revisa é meio complicado, mais ainda do que quando é outra pessoa, então essa parte sempre me traz insegurança. Se você puder apontar, poderei rever isso depois. Agradeço pela leitura e pelo comentário.

  39. Marco Aurélio Saraiva
    29 de maio de 2017

    Você tem um nome e tanto, querido autor, hahahahaha!

    Foi uma boa leitura. Me remeteu a um local distante, diferente, e mesmo assim tão real e próximo. O conto tem uma forte inspiração em Morro dos Ventos Uivantes, e você mesmo admite isso, listando a inspiração no corpo do texto.

    ===TRAMA===

    Boa. O amor impossível, a partida, o retorno. O Javali que mantinha vigília. A ligação entre Lolek e Natia é forte e palpável, mesmo que Natia nunca tenha aparecido na trama, a não ser na forma de memória. A decisão de ficar na cidade e tentar viver o seu dilema foi inesperada. Acompanhar o ponto de vista de Lolek desde que pisara novamente no assoalho, agora destruído, da antiga casa, até tomar a decisão de lá ficar, foi muito legal.

    ===TÉCNICA===

    Muito boa. Clara, confortável e bonita. Poucos erros passaram na revisão: na verdade, eu lembro de ter visto um ou outro, mas nem sei onde, já que não fizeram diferença.

    Todo o texto inspira um sentimento de vazio e solidão muito forte. Você escreve realmente muito bem.

    ===SALDO===

    Muito positivo. A trama não tem muito impacto, mas nem todo conto precisa de impacto. A passagem do sentimento de Lolek e todo o seu raciocínio brilharam aqui.

    Parabéns!

    • Pak
      31 de maio de 2017

      Agradeço pela leitura e pelo comentário! E sobre o meu nome, ele é lindo, não é? heheheeh

  40. Evandro Furtado
    28 de maio de 2017

    Olá, autor. Sigamos com a avaliação. Trarei três aspectos que considero essenciais para o conto: Elementos de gênero (em que gênero literário o conto de encaixa e como ele trabalha/transgride/satiriza ele), Conteúdo (a história em si e como ela é construída) e Forma (a narrativa, a linguagem utilizada).

    EG: Drama histórico. O autor é capaz de criar toda uma atmosfera melancólica para que sua história aconteça. Aliás, por mais que hajam elementos que sugerem uma época específica, o conto consegue ser atemporal.

    C: Então Antoni é o javali. Que construção! Esse é o tipo de plot twist que só pode ser construído por meio da linguagem. É literatura pura, com as estratégias sendo usadas da forma que devem ser. Os outros personagens também são bastante empáticos e suas relações bem estabelecidas.

    F: A narrativa tem uma fluídez excepcional. A narrativa em terceira pessoa mantém o afastamento necessário sem prejudicar, no entanto, esse contato necessário entre leitor e personagens para a construção dramática.

    • Pak
      28 de maio de 2017

      Olá! Agradeço pelo comentário e pela avaliação! Mas sabe, fiquei com uma dúvida: na sua forma de avaliar antiga, com os conceitos em inglês, qual você daria ao meu texto: weak, average etc.? Só curiosidade, haahha! Porque dessa forma ficou bem mais técnica, abordando pontos interessantes do texto lido. Eu gostei.

      • Evandro Furtado
        29 de maio de 2017

        Olá, Pak. Diante dos antigos conceitos um bom e velho OUTSTANDING!

    • Pak
      29 de maio de 2017

      Yay!!!! 😉

  41. Anorkinda Neide
    27 de maio de 2017

    Olá! Realmente a imagem é chub demais!! amei.
    E ela combina com o clima do teu conto, nao q ele seja exatamente chub mas é um conto fofinho, nao vamos negar 🙂
    Tem uma ou outra coisinha de q não me agradei muito, mas q passa pelo filtro geral, como o amor de primos q acho um tema chatíssimo, vc disse q nao queria focar nisso, mas focou hehe e ao se referir a Edward e Maria q eram os pais de Lolek (alias isso foi outra coisa chatinha, esse nome, odiei… rsrs) nao os chama de pai e mãe.. dae q fiquei muito tempo pensando, mas eram pai e mãe dele mesmo? eram né?pq o filho nao se refere ao pai e a mae como pai e mae?
    Mas o fato de ele voltar e decidir ficar me encantou assim como Antoni me enterneceu, q coisinha mais fofa, quero adotá-lo!
    O texto é ótimo e ótimo de ler e reler, q foi o q fiz com prazer. Parabéns
    e teve a imagem proposta, sem a corrente, mas tudo bem q ninguem iria acorrentar aquela fofura do Antoni 🙂
    Abração e boa sorte

    • Pak
      27 de maio de 2017

      Olá! A imagem foi um grande presente que recebi. E é inspirada em um videoclipe que eu gosto demais. Depois conto qual. =)

      Essa questão de amor é realmente complicado. Os dois serem primos foi só o que pensei para criar o conflito que eu queria, sabe? O que poderia justificar a partida dele. Para não cair em uma situação mais complicada, achei que o amor entre primos daria conta do recado, sem eu precisar me remeter a algo no estilo Lavoura Arcaica, por exemplo… Edward e Maria não são tratados como “pai e mãe” simplesmente porque quem narra não é Lolek, é uma terceira pessoa… Claro que se fosse Lolek narrando ele chamaria de pai e mãe… Porque o tempo todo do conto é o narrador quem leva tudo, só tem uma fala e da Natia, ainda por cima entre aspas porque é citada pelo narrador. Coisas apenas estruturais, enfim… Quanto ao nome, procurei nomes da região, imaginei o conto se passando na Polônia, e apesar de não marcar isso no conto, nem mesmo citando o nome do lugar, achei bacana procurar nomes da região. E o significado de Lolek é muito bom! Dá uma procurada pra ver se concorda comigo, rs. Que bom que surgiu esse encanto da leitura. Também tenho essa sensação com relação ao Antoni, de fofura extrema, rs. Acho que porque me apeguei muito à imagem daquele porquinho da história “A Menina e o Porquinho”, assisti ainda criança e achei tão fofo que quis esse lado “porco” pro meu javali, rsss… Faltou a corrente, verdade, mas com Antoni isso não tinha necessidade. Te agradeço pelo comentário.

      • Anorkinda Neide
        5 de junho de 2017

        Lolek é Carlitos!! e o papa Woitila, o joao paulo ll era chamado assim… q fofo! hehe tá agora me apaixonei pelo nome! 🙂
        ps: eu vi o papa aqui em porto alegre, eu tinha 9 anos e passei anos jurando que o papa deu tchauzinho pra mim e nao pra multidao de gente q estava na avenida vendo ele passar…kkkk

  42. Gustavo Castro Araujo
    25 de maio de 2017

    O ritmo cadenciado do conto casa bem com a vertente nostálgica que o domina. Como na parábola da volta do filho pródigo, aqui temos um homem que retorna às suas origens para acertar as contas com o passado. Ao que parece, muito tempo se passou, inclusive uma guerra devastadora, de modo que poucos conhecidos sobreviveram aos anos que se evaporaram. Nesse contexto, conhecemos o romance platônico e impossível entre os primos Lolek e Natia e o fim infeliz a que chegaram. Essa atmosfera melancólica permeia o texto, deixando a impressão (pelo menos para mim) de que o protagonista, muito provavelmente, se arrepende de ter deixado sua amada, restando-lhe apenas homenageá-la em sua lápide na clareira. O texto é doloroso e a lentidão com a qual é contado intensifica essa sensação de perda, de desperdício de tempo e de vida. Isso tudo faz de Lolek um personagem interessante, profundo, já que precisamos, como leitores, ponderar sobre as razões que o fizeram afastar-se de tudo. Nesse contexto, o javali funciona como um apêndice, de certa forma irrelevante, já que o conto continuaria a funcionar bem sem ele. No geral, um conto bem escrito, bem descrito e com uma pegada que me atrai. Parabéns.

    • Gustavo Castro Araujo
      25 de maio de 2017

      Aliás, parabéns pela imagem. É a minha favorita no desafio.

    • Pak
      27 de maio de 2017

      Agradeço pelo comentário. E te confessando, geralmente sempre que penso em um texto que tem algo a ver com a temática da guerra, acontece de eu me pegar pensando “como é que o Gustavo trabalharia isso?”. Claro que a intenção não é copiar, é mais um norte pra não tentar ir para um lugar comum. Quando você diz que o texto é doloroso eu fico de certa forma alegre, pois foi exatamente isso o que eu quis fazer, mas até enviar o conto (e depois também) ainda estava na dúvida se de alguma forma tinha conseguido isso, com ao menos algumas pessoas. Para alguns sabia que podia ser chato, monótono etc… Mas fico feliz por saber que com alguns consegui o objetivo.

  43. Sick Mind
    25 de maio de 2017

    Geralmente, o romance é a parte que eu pulo em alguns textos, mas no caso desse conto teria que pular ele todo. Então, já peço desculpa ao autor(a) pela infeliz e limitada avaliação que farei.

    O ritmo lento (acho que foi proposital) ambienta bem a melancolia que o texto reflete. O cenário de guerra tinha bastante potencial para ser explorado, mas ele acabou ficando de escanteio. Amor entre os primos não é algo novo, portanto acredito que o autor deveria ter se comprometido mais em desenvolver essa questão (se possível com um certo diferencial), para deixar a história mais marcante, já que esse era o motor da trama. Pela contagem que o Word me deu, o autor ainda tinha mais de 400 palavras para fazer isso. Um pouquinho mais de explicações sobre alguns eventos na vida dos personagens tbm cairia bem para compreender melhor a tragédia de suas vidas.
    O tema do concurso foi usado de forma fragmentada, o que é uma maneira interessante de fugir da bizarra cena de um homem carregando um javali e uma maleta, simplesmente.

    • Pak
      25 de maio de 2017

      Entendo sua limitação, tinha ciência que textos românticos e leves, sem muita carga dramática não são muito queridinhos por aqui. Por mais que tenha parecido, o amor entre os primos não era o que eu queria destacar, mas sim as lembranças da personagem, suas motivações para a volta. Sim, eu tinha muitas palavras ainda que podiam ser utilizadas, mas cheguei ao que imaginei para esse texto com o tanto que escrevi, senão pelo final, que assumo não ficou do meu gosto. No entanto, após esperar dias e dias por um desfecho melhor, mandei assim mesmo. A gente sempre procura um texto ainda melhor do que o último que escreveu, mas pelo menos no meu caso isso não é comum acontecer. Não sei como funciona para você, mas para mim não é sempre que a ideia surge, não é quando quero e às vezes não adianta ficar esperando por ela. Se for pra esperar algo fodástico, acabo ficando sem participar. E aí você poderia dizer que “não precisava ser fodástico, mas ao menos mais impactante”. Pois é. Escrever para concurso, com tema delimitado, prazo etc. etc. tem dessas coisas. E isso não é um mea culpa, apesar de parecer, rs. Muito grato pelo comentário, que não achei nem limitado e nem infeliz, apenas foi algo baseado nas leituras que você costuma fazer.

  44. Andreza Araujo
    24 de maio de 2017

    Gostei bastante da sua história, senhor Lee! Ela é singela, chega a ser bem simples em alguns aspectos, mas quem disse que um texto precisa ser complexo para ser bom? Gosto das emoções e da nostalgia que a narração traz, conforme Lolek descobre a casa, a mala, a lareira. Achei o ritmo do texto perfeito.

    Só me perdi um pouco no meio de tantos nomes. Já estava quase pegando caneta e papel para desenhar a árvore genealógica da história hahaha mas então eu decidi ignorar todos os nomes e focar em Lolek e Natia. Bem, deu certo.

    Não sabemos exatamente o que houve com a casa ou com todos os moradores, poderia ter sido um bombardeio, ou poderiam eles terem morrido em outras circunstâncias. Mas eu gostei disto, viu? Porque não acho relevante para a história saber como Natia morreu, por exemplo.

    De negativo, destaco a ausência da imagem completa. Havia javali (um dos melhores que vi até o momento) e havia homem com a sua roupa peculiar. Mas e a cena dele carregando o javali com uma corrente? Achei que ao final o homem iria levar o animal embora, refazendo a imagem da figura tema do desafio. Uma pena, pois vou ter que tirar alguns pontinhos seus por causa disso, tá? Abraços.

    • Pak
      25 de maio de 2017

      Agradeço pela leitura e pelo comentário. Bem, há os que tirarão pontos se o autor seguir a imagem à risca (dirão que é falta de criatividade). Há os que tirarão pontos porque não se escreveu um conto à semelhança da imagem, tal e qual, da forma como você já disse que fará. Bem, o autor tem que tomar uma posição que não vai agradar a todos, nesse caso. Não concordo com tirar pontos por algum detalhe desse tipo, coitado de quem ousou muito mais que eu ainda, então… Bem, eu tinha que decidir o que fazer com o meu javali e quem ler, se decidirá pela parte da leitura, comentário e voto. E assim caminha a humanidade… Quanto a tantos nomes, verdade, também pensei “vai ter gente que vai se confundir no meio desse monte de nome”, rs… Particularmente, não curto tantas referências assim em um conto, mas… A ideia assim se fez. Mais uma vez, grato pelo comentário.

      • Pak
        25 de maio de 2017

        Nossa, quanto “bem” na minha resposta. Ficou BEM repetitivo, haha!

  45. Ricardo Gnecco Falco
    23 de maio de 2017

    Olá autor/autora! 🙂
    Obrigado por me presentear com a sua criação,
    permitindo-me ampliar meus horizontes literários e,
    assim, favorecendo meu próprio crescimento enquanto
    criativa criatura criadora! Gratidão! 😉
    Seguindo a sugestão de nosso Anfitrião, moderador e
    administrador deste Certame, avaliarei seu trabalho — e
    todos os demais — conforme o mesmo padrão, que segue
    abaixo, ao final.
    Desde já, desejo-lhe boa sorte no Desafio e um longo e
    próspero caminhar nesta prazerosa ‘labuta’ que é a arte
    da escrita!

    Grande abraço,

    Paz e Bem!

    *************************************************
    Avaliação da Obra:

    – GRAMÁTICA
    Muito boa. Não notei nenhum entrave na leitura. Parabéns.

    – CRIATIVIDADE
    Boa. Escrever sobre o amor e, sobretudo, a saudade… Bem difícil. A criatividade reside na descrição deste passado saudoso e na resolução do protagonista de tentar alcançar o inalcançável, através da reconstrução física de um local físico onde o Passado, intocável fisicamente, habitou. Eu curti.

    – ADEQUAÇÃO AO TEMA PROPOSTO
    100%. Está tudo ali: vestes, mala e porco. Quero dizer… Javali.

    – EMOÇÃO
    Saudosismo. Fala sobre a imortalidade do amor; sua ‘eternitude’. A história leva o leitor para dentro do coração e das lembranças do protagonista, que tem ao seu redor um cenário a funcionar como reflexo do que habita em seu interior: a devastação. Não a da guerra, mas principalmente a do tempo. Fala sobre escolhas e suas consequências. Parabéns!

    – ENREDO
    Familiar que havia partido de casa para ganhar o mundo e deixara um grande amor jamais concretizado carnalmente para traz retorna para a casa destruída de onde partira e, lá, defronta-se com o passado e o peso de decisões no mesmo tomadas. Trama bem conduzida, embora permitindo que o saudosismo perdurasse monocraticamente até o encerramento da leitura, prejudicando as possibilidades de um desejoso impacto final que, se melhor orquestrado, teria funcionado melhor do que as reticências sentidas. Mas o/a autor/a está de parabéns pela bom trabalho realizado! 😉

    *************************************************

    • Ricardo Gnecco Falco
      23 de maio de 2017

      “…para trás”

    • Pak
      24 de maio de 2017

      Olá, agradeço pelo comentário. A questão do final é verdade, não teve de nada de impacto. Até tentei, mas nada me ocorreu, talvez pelo restante do conto estar em um ritmo bem diferente. O final, nesse caso, é realmente uma conclusão de um ato. Se conseguir pensar em algo com mais impacto, mudo depois. Abraço!

      • Pak
        24 de maio de 2017

        *não teve nada de impacto. =)

  46. Priscila Pereira
    21 de maio de 2017

    Oi Pak, eu gostei do seu texto! Gostei da citação ao Morro dos ventos uivantes, gostei dos personagens (aliás, nomes interessantes), ao contrário de alguns colegas, achei que está bem adequado a imagem. Mas preciso perguntar… porque eles não ficaram juntos, já que parecia que ela também gostava dele? Já sei que eram primos, cresceram como irmãos, mas muitos primos se casam, isso acontece bastante… Do que ela morreu?? Porque o marido dela culpava o Lolek pelos abortos?? Kk são muitas perguntas…
    Só mais uma… Foi você que fez a ilustração?? Achei a ideia de ilustrar o proprio texto genial… 😉
    Boa sorte!

    • Pak
      21 de maio de 2017

      Olá! Grato por ter gostado. Os nomes são poloneses. No entanto, não quis especificar muito o lugar onde se passa a história, assumo isso. Sim, às vezes primos se casam, mas às vezes não. Talvez não tenha ficado tão claro a época, mas isso foi durante a guerra, cidade pequena, eram outros tempos. Veja, até mesmo no Morro dos Ventos Uivantes há, sim, certa questão de parentesco, ainda que Heathcliff fosse apenas adotado, ainda assim… não é regea, mas foi isso que aconteceu. Sobre o marido culpar Lolek pelos abortos de Natia, quem sabe? Talvez como se fosse uma maldição, eu realmente quis deixar isso para o leitor imaginar. Meus textos são geralmente assim, principalmente em contos eu gosto de deixar uma parte do trabalho para o leitor… e acho que quanto a isso será meio complicado mudar… te agradeço pela leitura.

      • Pak
        21 de maio de 2017

        Regea = regra.

      • Priscila Pereira
        21 de maio de 2017

        Então Pak, obrigada pelas respostas!! Longe de mim querer que vc mude seu jeito de escrever…
        Só uma coisinha… a Catherine não se casa com o Heatcliff por que ela queria ter dinheiro e posição na sociedade e não por terem sido criados juntos… mas deixa isso pra lá né, eu gostei da sua estória do jeito que está!!

    • Pak
      21 de maio de 2017

      Sim, sim, principalmente por isso a Cath não se casou, mas no caso do Heathcliff ele se sentia meio “enjeitado” por causa disso, rs. Ah, se ele voltasse montado na grana tudo seria diferente, hehehe… Pior pra ela… ou não? =p Eu agradeço pela prosa que foi além do meu conto. Eu nem ia responder comentário algum, só depois, mas valeu a pena. 😀

      • Priscila Pereira
        21 de maio de 2017

        O que eu mais gosto nesse site é essa interação entre os participantes, acho muito inspiradora…

  47. Evelyn Postali
    21 de maio de 2017

    Oi, Pak Dérm Javah Lee,
    Gramática – Sem erros aparentes. Eu não percebi, na leitura, então, devem ser poucos.
    Criatividade – Gostei da simplicidade da história. Alguém voltando de longe e encontrando tudo mudado – o que é óbvio. Ou não. Acredito que nesse caso, a certeza de estar tudo mudado se deva à guerra ou ao entendimento de que ela modifica não só a geografia de um lugar, mas as pessoas e o relacionamento entre elas.
    Adequação ao tema proposto – Encontrei o javali, Antoni, e o personagem principal é o sujeito da capa. Também existe a mala e a conexão entre os três.
    Emoção – Despertou bem mais do que esperava ao iniciar a história e isso deve-se ao Antoni, àquela sensação de lealdade, de entendimento do outro. Essa gratidão animal que contagia e comove e apaixona. Antoni é palpável. Preciso, também, dizer que gostei da citação do romance de Emily Brontë, um dos que li na minha juventude; daqueles romances cheios de descrições e intensos sentimentos. Mas confesso que não percebi a relação entre os personagens do conto e os personagens do romance. Até porque, no romance, havia muito extremismo de sentimentos. E eu não senti isso no conto.
    Enredo – Senti confusão em alguns momentos na narrativa. No começo sabia que alguém estava de volta, mas não sabia exatamente o nome do sujeito. Então, lá pelas tantas descobri – quando ele abriu a mala e leu as cartas – soube que era Lolek. Também não ficou claro a conexão dos dois, de eles serem primos e por isso não poderem ficar juntos. De todo o modo, está bem bacana como roteiro.
    Boa sorte no desafio!
    Abraços!

    • Pak
      21 de maio de 2017

      Olá. No segundo parágrafo o narrador já o chama de Lolek… bem, a relação com o livro é que Lolek e Natia também foram criados como irmãos e além disso, eram primos, quando narra a chegada de Natia explica-se que ela é sobrinha dos pais de Lolek e que ficou órfã. Achei que fosse deixar o conto muito explicativo se desse tantos pormenores, achei também que tinha passado essas informações sem precisar ser didático. Agradeço pelo comentário.

  48. Olisomar Pires
    21 de maio de 2017

    1. Tema: Adequação inexistente.

    2. Criatividade: normal. Sujeito regressa a local do seu passado em busca de algo. Ponto alto para o javali permanecer como cão de guarda da casa e da cova.

    3. enredo: Partes bem conectadas naquilo que o texto propõe.

    4. Escrita: Não notei erros. O ritmo é lento, mas se adapta à mensagem.

    Infelizmente, não sabemos muita coisa do que aconteceu. O conto não conta, nem mostra. Surgem muito mais perguntas que respostas.

    Tem um estilo bonito de escrever, mas pára nisso. Não me cativou.

    Impacto: Baixo.

    • Pak
      21 de maio de 2017

      Tema: Adequação inexistente? Você podia explicar isso? De qualquer forma, agradeço.

      • Olisomar Pires
        21 de maio de 2017

        Olá… sim, não consegui enxergar a imagem-tema no texto. É possível que seja lerdeza minha. Se vc puder mostrá-la, reavalio.

        Até mais.

      • Pak
        21 de maio de 2017

        Lolek é o homem. Antoni, o javali. A mala foi encontrada cheia de cartas e o cara a levou com ele quando foi ao túmulo da jovem na floresta. O javali ao lado dele. Que pena…

      • Olisomar Pires
        21 de maio de 2017

        Obg pela explicação.

      • Olisomar Pires
        22 de maio de 2017

        1. Tema: Adequação presente com alterações.

  49. Lucas F. Maziero (@lfmlucas)
    20 de maio de 2017

    O conto não me agradou muito. Mas eu não digo isso para depreciar o trabalho do autor ou autora. Perdi-me em algumas passagens, e até o reli para não ser injusto. Passagens tais como: “Acreditava que quando a prima casasse com Zenon tudo se resolveria…”. Resolveria o quê? Deixar de amá-la? E por que eles não ficaram juntos?

    O que posso dizer como crítica construtiva? Ser mais criativo, talvez?

    Mas claro que tem pontos positivos, como a escrita (sem erros, que eu tenha notado); e também sobre Antoni, eu devia ter imaginado antes que era o animal!

    Parabéns!

    Obs.: Dei uma bela risada por causa do pseudônimo.

    • Pak
      21 de maio de 2017

      Olá. Não ficaram juntos por serem primos. Certo? A moça casou tendo em mente que conseguiria deixar de gostar dele, como às vezes se procede por aí. Uma pena eu estar explicando isso, significa que o que eu escrevi não foi compreendido. Parece que minha criatividade se resumiu ao pseudônimo. Valeu pelo comentário.

      • Lucas F. Maziero (@lfmlucas)
        21 de maio de 2017

        Nada disso, Pak. Pelo fato de eu não ter compreendido, não significa que outras pessoas não compreenderão. E esse negócio de comentar e dar opinião é complicado, pois nem sempre acertamos em nosso julgamento.

        Um abraço.

    • Pak
      21 de maio de 2017

      Grato pela resposta.

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Publicado às 20 de maio de 2017 por em Imagem - 2017 e marcado .