Peterson Fishburn permaneceu em silêncio após receber o envelope.
Trinta e dois anos depois, poderia avançar em sua busca. Encarou o invólucro de papel com ares de caixa de Pandora, como se ali estivessem encarcerados todos os males do mundo. De certa forma, estavam.
— Acho melhor alimentar a lareira com isso, Pete – sugeriu Samuel, pousando a mão enluvada sobre o envelope que acabara de trazer.
— Não tem mais volta – disse Peterson, puxando a carta e rasgando o lacre num único movimento.
“Hans Schneider
Hanbury Street, 116 – Londres”
Leu e releu, uma, duas, três, dez, vinte vezes. “Londres”. Quanto mais lia, mais ficava incrédulo. “Londres”. Samuel, que ficara igualmente surpreso ao descobrir a informação na semana anterior, deu um riso anasalado.
— Um tanto irônico, não?
— Não é possível… o desgraçado estava bem debaixo do nosso nariz esse tempo todo? – Peterson sussurrou, balançando a cabeça em negação.
— Eu fui conferir com meus próprios olhos – confirmou Samuel. – E, Pete… acho que você não vai gostar do que encontrará se for até lá.
— Não é o endereço de um cemitério, é? – a dúvida tomou Peterson de rompante.
— Não, homem! O que quero dizer… é que já faz muito tempo. Você já pensou em esquecer? Em seguir a vida? Em arrumar a casa, pelo menos? Olha a bagunça que está isso aqui – Samuel apontou o lixo e a pia atulhada de panelas que pareciam sujas desde o Paleolítico. – Estou aqui há vinte minutos e já vi três baratas andando na sua cozinha, Pete. E elas são tão grandes que botariam meu cachorro pra correr.
— Samuel – disse Peterson, após raro sorriso –, seu conselho é sensato, mas, infelizmente, não poderei segui-lo. Para mim a guerra não acabou. E, além disso, meu bom amigo… eu fiz uma promessa.
No dia seguinte, Peterson Fishburn carregou a Magnum 45.
E foi até o número 116 da Hanbury Street.
***
A penúltima coisa que um soldado deseja na guerra é morrer. A última, é ser capturado. O cabo William Moore e o capitão Peterson Fishburn constatariam isso da pior forma. Quando as metralhadoras calaram e a fumaça das explosões baixou, havia apenas alemães ao redor. A coronhada na nuca trouxe o alívio temporário da inconsciência. Ao despertar, viram-se amarrados no centro de um galpão amplo que fedia a querosene e urina.
— Não quero ser torturado, capitão – o jovem William começou a chorar, tomado pelo desespero genuíno dos que se descobrem irremediavelmente perdidos.
— William… Cabo William… BILLY! – Peterson gritou, interrompendo as lamúrias. – Olha pra mim, Billy. Vai ficar tudo bem! Logo esse celeiro estará tão cheio de bons ingleses quanto o velho Trafford em dia de jogo contra o Liverpool, ok? Vai ficar tudo bem, garoto.
William queria acreditar nas palavras do capitão. Mas uma certeza fria lhe tomava conta da alma, uma certeza chamada Der Engel des Leidens. Sabia que as histórias sussurradas nas noites de patrulha eram verdadeiras, sabia que havia por ali um inimigo mais cruel do que o próprio Führer e, de alguma forma incrivelmente terrível, sabia que mais cedo ou mais tarde o anjo do sofrimento viria e ele nunca mais teria condições de tomar cerveja vermelha, nem de caminhar pela orla de Brighton nas tardes quentes de julho, mãos entrelaçadas às da bela Maggie May.
— Der Engel… – balbuciou William. – Ele está vindo, não está, capitão?
— Pelo amor de Deus, Billy! Isso é só uma história que contam pra assustar os novatos.
No fim da tarde, o capitão descobriria que estava errado.
***
Peterson Fishburn caminhou pela calçada da Hanbury Street, com a agilidade que a perna metálica permitia, uma curiosidade inquieta avolumando-se no peito. Viu farmácia, vídeo-locadora, mercadinho, pequenos apartamentos de tijolos à vista e crianças jogando futebol. Nada muito interessante, nada muito diferente. Essa familiaridade o incomodava, pois não conseguia imaginar nenhuma grande surpresa escondida no número 116 daquela rua monótona.
No íntimo, desejava encontrar uma enfermaria, onde Hans Schneider estivesse internado nos últimos trinta anos, acometido por alguma doença tão rara quanto dolorosa. Ansiava comprovar a existência da justiça divina, vendo o inimigo numa cama de lençóis amarelados, com pústulas eclodindo pelo corpo feito fungos num tronco apodrecido. Queria constatar que a vida se encarregara de dar ao alemão o que ele merecia, mas, ao ver as flores bem cuidadas ladeando a porta de seu destino, se deu conta de que não encontraria nada disso.
— Guten Morgen! – uma senhora atendeu a campainha, oferecendo um sorriso amável. – Bom dia, senhor… em que posso ajudá-lo? – insistiu, num inglês carregado de “r”s, após notar a hesitação do homem.
— Olá… eu… eu gostaria de falar com o senhor Schneider.
— Ele não está no momento, senhor… ?
— Fishburn. Peterson Fishburn.
— Alma Schneider. Prazer. E o que exatamente o senhor veio tratar com meu marido?
— Eu lutei contra Hans Schneider na guerra. Depois tentei encontrá-lo, durante todos os minutos da minha vida. Demorei trinta e dois anos, cinco meses e doze dias. Agora estou aqui. E não vou embora sem falar com ele.
A resposta sincera deixou a dona da casa boquiaberta.
— Quem ‘tá aí, Oma? – uma voz de criança se fez ouvir.
— É um amigo do Opa… – dona Alma respondeu para a neta. Em seguida, dirigiu-se novamente ao visitante: – Entre, Herr Fishburn. Seja bem-vindo.
***
Hans Schneider consultou o relógio ao entrar no galpão. Dezessete horas em ponto. Sua figura fazia jus às lendas mais exageradas. Os óculos de aviador, o sobretudo de couro enegrecido, as correntes, a maleta e o peculiar animal de estimação. “Meu Deus, até isso era verdade”, pensou o capitão Fishburn, ao ver o javali andando com pompa de arauto diabólico. Diante da personificação da dor e da morte, William Moore tornou a chorar.
— Eu sou der Kapitän! Ele nichts wissen! – desesperou-se Peterson, ao ver o anjo do sofrimento se dirigindo a William. – Ele é inocente!
— Por favor, não arranhe meus ouvidos tentando falar minha língua, capitão Fishburn – disse Schneider, num inglês sem sotaque. – Tenho sérias objeções quanto à afirmação sobre inocência, pois, na minha visão, um tanto pessimista talvez, ninguém é inocente na guerra. Mas estou ciente de que o nosso jovem cabo Moore aqui não sabe de nada. Porém, sei também, capitão Fishburn, que os oficiais de patente mais alta, sejam ingleses ou alemães, possuem apego quase paternal por seus subordinados. Após anos de prática posso dizer, sem falsa modéstia, que não cheguei à perfeição, mas aprendi o suficiente para concluir que meus métodos têm maior eficácia quando utilizados assim. Então, se não se importam, começarei agora mesmo e só vou parar quando o senhor Fishburn tiver a gentileza de informar a localização da base aliada.
Disse isso e abriu a maleta. Dentro dela, o inferno. Ao ver as lâminas e agulhas brilhantes, William gritou e se debateu ainda mais. Antes do primeiro corte, implorou para Hans não machucá-lo e, aos berros esganiçados, garantiu estar disposto a entregar até o endereço de sua família e seus amigos em Brighton. Pediu ajuda ao capitão, mas Peterson não tomou ação alguma. Não poderia colocar centenas de homens na mira de um bombardeio para salvar um único soldado. Foi o que disse a si mesmo tentando, sem muito sucesso, se convencer de que fazia a coisa certa. “Desculpe, Billy… eu vou te vingar um dia, prometo”, balbuciou quando o sangue começou a jorrar.
O javali, impassível, observava a tudo com olhos de demônio experimentado.
***
Peterson olhou com desprezo para as medalhas de honra, alinhadas com precisão milimétrica em um quadro de veludo verde-escuro preso à parede. “Hans foi um herói”, disse Alma Schneider, convicção inabalável. Em seguida, um corredor apinhado de fotografias de Hans, Alma, seus filhos e netos, estampando sorrisos de família feliz em diversos lugares do mundo. “Eu sou caseira, mas o Hans adora viajar”, observou Alma, como se guiasse o visitante por uma excursão no museu. Na cozinha, sentada à mesa, estava uma garotinha com aspecto de querubim renascentista.
— Você é o amigo do Opa? – ela questionou.
— Nós estivemos juntos na guerra…
— Prefere café ou chá para acompanhar? – perguntou Alma, colocando um pedaço de strudel de tamanho jurássico à frente do convidado.
— Não, obrigado… eu… estou sem fome – disse Peterson, um tanto sem jeito.
— Nein, nein, nein! Ninguém vem em casa e sai sem provar meu strudel! – disse Alma, com autoritarismo de Gestapo. – Café ou chá, Herr Fishburn?
— Chá, por favor.
As medalhas, as fotos, a esposa dedicada, a neta linda – tudo parecia orquestrado para servir como clímax na obra-prima do torturador. E o gran finale veio na primeira garfada. Que a vida não era justa, Peterson sabia há muito tempo. Mas aquele strudel já era exagero. Como alguém que causou tanta dor e sofrimento podia seguir assim, incólume, rodeado de amor e com uma iguaria daquelas à disposição o tempo todo?
Hans Schneider chegou quando a chaleira começava a apitar, carregando um saco marrom cheio de batatas e cenouras. “Olha, Opa! Esse homem lutou com o senhor na guerra!”, a netinha apressou-se em fazer as apresentações. Eles se encararam, sem dizer nada por alguns instantes.
— Como tem passado, capitão Fishburn? – Hans quebrou o silêncio, reagindo à presença inesperada como médico que recebe paciente com hora marcada.
Peterson sempre pensou que saberia como agir. Saberia dizer frases de efeito e tomar ações cirúrgicas para fazer aquele homem mau sofrer e receber de volta toda dor que causara. Talvez a tarefa tivesse sido facilitada se, como quase sempre imaginava, encontrasse o inimigo exercendo seu velho ofício, em algum campo de concentração parado no tempo nos confins da Alemanha.
— Se a bomba que até hoje não sei se veio do céu ou do inferno… se a maldita bomba não tivesse caído… você deixaria aquele bicho comer o resto da minha perna e do meu corpo? – Peterson fez a pergunta mais estúpida e, ao mesmo tempo, que mais lhe afligia o coração.
— Estávamos em guerra, capitão Fishburn – Hans respondeu, após longo suspiro. – E a guerra acabou… vocês ganharam, nós perdemos, fim da história.
— RESPONDA A PERGUNTA, OBERST SCHNEIDER – Peterson exigiu, pousando a Magnum 45 na mesa. A senhora Alma gritou, apavorada, e chamou a neta, mas ele segurou o braço da menina, dizendo: – Ninguém sai dessa cozinha até o senhor Hans responder.
— Sim, capitão Fishburn… se o senhor não me dissesse a localização da base, como presumo que não diria, eu deixaria o animal terminar o serviço – Hans Schneider confessou, sem alterar o tom de voz. – Agora, por favor, deixe minha esposa e minha neta fora disso. Elas são inocentes, capitão.
“Ninguém é inocente na guerra”. Um tiro na cabeça seria um castigo rápido demais, indolor demais. “Eu vou te vingar”. Ele precisava sentir a dor da perda, ter o que lhe era importante arrancado à força, precisava sentir na pele, passar o resto dos dias com remorso, ciente de que suas maldades lhe trouxeram desgraça no final. Peterson Fishburn contemplou os olhos azuis da menina, eles choravam assustados, igual aos de Billy. “Ninguém é inocente na guerra”.
— Você se arrepende de alguma coisa, senhor Schneider? – perguntou Peterson, engatilhando a Magnum.
— Há algumas coisas das quais não me orgulho. Mas… não, capitão Fishburn. Eu não me arrependo de nada – respondeu Hans, olhando a luz da vida no rosto da neta pelo que imaginava ser a última vez. – E o senhor… se arrepende?
“Desculpe, Billy…”.
— Todos os dias… – Peterson respondeu, o peso do mundo saindo de seus ombros ao colocar para fora a verdade e as lágrimas que queriam escapar havia trinta e dois anos, cinco meses e doze dias. – Todos os dias, senhor Schneider.
O capitão respirou fundo e guardou a arma. Descobrira que não era vingança o que buscava, afinal. E, sobretudo, descobrira que não cabia a ele decidir quando anjos merecem morrer. Dirigiu-se à senhora Alma, desculpou-se pelo inconveniente e agradeceu pelo “melhor strudel do mundo”. “Parabéns pela bela família, senhor Schneider”, foi o que disse ao encarar Hans uma última vez, enquanto se encaminhava à porta. Depois foi embora, sem olhar para trás.
Passou no mercadinho, comprou alvejante e detergente.
E então, a guerra finalmente acabou para o capitão Peterson Fishburn.
Muito bom man!!!
(Prezado Autor: antes dos comentários, alerto que minha análise deve se restringir aos pontos que, na minha percepção, podem ser mais trabalhados, sem intenção de passar uma crítica literária, mas uma impressão de leitor. Espero que essas observações possam ajudá-lo a se aprimorar, assim com a leitura de seu conto também me ajudou. Um grande abraço).
Quando Anjos Merecem Morrer (Billy)
ADEQUAÇÃO AO TEMA: sim, no passado.
ASPECTOS TÉCNICOS: infelizmente, a essência da história é muito parecida com um filme que assisti esses dias no Netflix, em que um americano procurava um soldado que na verdade era o seu algoz. O texto tem técnica, inegável. Mas a falta de originalidade matou o meu interesse.
EFEITO: desinteresse completo. Só li até o final para ver se terminava igual ao filme. E, caso isso acontecesse, a nota seria ainda menor.
P.S. Li os comentários antecedentes para ver se só eu havia entendido assim, e acabei encontrando a citação do nome do filme: Memórias Secretas.
Descrições boas, bastante cinéticas, a sensação de movimento é de um filme. Não é a primeiro obra que leio inspirada em Josef Mengele, o “engel des todes”, ”anjo da morte” nazista, mas com certeza é um dos melhores, juntamente com “Os Meninos do Brasil (Ira Levin)”. O anjo aqui é do “sofrimento” e mudou de nome, mas nada mudou essencialmente. O que, claro, não diminui o valor literário do conto. O suspense permeia o conto desde o começo e vai até o fim. Uma ótima leitura, parabéns.
Amigo Billy,
Que beleza de conto. Meus parabéns.
Devo dizer que senti um pouco de inveja do Capitão Fishburn. Sim, porque ele teve a “sorte” de ainda conseguir encontrar seu antagonista vivo, mesmo três décadas depois, e acabar com a guerra que o capitão ainda vivia internamente com seu algoz nazista. Muitas pessoas passam o resto das vidas lutando batalhas mentais com oponentes que já morreram há muitos anos, e que jamais poderão ser confrontados como Fishburn pôde fazer. Que inveja…
O conto é muito bem escrito. Para o meu gosto pessoal, eu diria que faltam apenas uma ou duas frases mais profundas salpicadas pela narrativa. Você já leu Carlos Ruiz Zafón? Ele é um mestre nisso. A história vai se desenrolando, interessante, prendendo a atenção do leitor como toda boa história deve fazer, e daí, de tempos em tempos, Zafón solta uma daquelas frases perfeitas, profundas, poéticas, que podem ser colocadas em camisetas e quadros.
É claro que cada um tem seu estilo de escrever. Não estou dizendo para você copiar o estilo de ninguém. Mas acho que, como eu disse, se você colocasse uma ou duas frases mais poéticas ao longo da narrativa poderia fazer o seu texto, que já é muito bom, ficar ainda melhor.
Parabéns!
Billy, esse conto é sensacional.
A começar pelo título, muito bom. Esse suspense psicológico envolvendo uma tentativa de vingança que vinha ruminando por décadas e impedia Pete de continuar sua vida, o que é compreensível, uma vez que ele carregava no corpo as marcas de uma tortura causada pelo inimigo, que morava bem perto.
Achei muito competente a estrutura narrativa, bem segura, de quem sabe o que está fazendo do início ao fim. Como se você escrevesse a primeira linha já sabendo o final em que ele decidiria seguir em frente, a começar por limpar a casa imunda.
As referências de ambientação também são muito bem empregadas, uma vez ou outra pode ser soado forçada, mas nada que tenha atrapalhado o texto. Peterson é uma personagem que nutre emoções suficientes pra que a gente leia até o final. O plot de segunda guerra era esperado no desafio, mas não imaginei que fosse usado dessa forma, intercalando o tempo, décadas e uma tentativa de vingança.
Muito bom o conto, parabéns!
Um conto muito bem escrito, mais um daqueles que sabemos ter sido criado por alguém já bem experiente e que sabe o que está fazendo. Tudo percorre muitíssimo bem e, mesmo se o tema da guerra e os nazistas não seja do agrado do leitor (como meu caso), a história entrega muito drama e, o que mais gostei, suspense. Nas cenas finais ficamos ansiosos pra saber o que irá acontecer. Percebi um pouco de Kill Bill, não apenas pela vingança ou os flashbacks intercalados, mas o fato do Pete chegar na casa e perceber que tudo é diferente de como imaginava, que tem inocentes. Aqui é mais realista, ele desiste e percebe que finalmente poderá prosseguir em sua jornada, como se tivesse fechado um capitulo. Enquanto lá, a noiva mata a Vernita Green mesmo assim e diz pra filha da falecida que aguardará sua futura vingança. Um outro ponto bem legal é o javali como coadjuvante das torturas, algo que não duvido que possa ter ocorrido.
Olá autor(a),
Eu quero dizer que quero ser assim quando eu crescer.
Quero escrever assim, quero ter esse tato, esse cuidado, esse jeito de orquestrar as palavras de forma a criar um filme na cabeça do leitor.
É um texto de “gente grande”, como diz o Fábio.
É excelente.
Tudo é amarradinho e as idas e vindas entre memória e fatos reais é feita com muito acerto.
Há tensão, permeada com leves toques de tranquilidade…
Sério! Muito bom!
Parabéns!
Tudo começa com um envelope misterioso, essa sacada foi excelente, prende o leitor de forma definitiva. Pegar o leitor pela curiosidade é uma técnica perfeita.
“Ninguém é inocente na guerra” . Que beleza de diálogos.
Apesar disso, acho que a estoria sofre com certos clichês, não tem muita coisa diferente e original. Recomendo ler outros tipos de narrativas. Você escreve muito bem, acho apenas que nao desenvolveu a habilidade de sair da zona dos clichês.
Boa sorte no desafio, e participe dos próximos.
Gostei. A história, sinceramente, me soou bem batida e parecida com outras coisas que li sobre a guerra e o tema vingança, porém, foi bem narrado, e esse foi o algo a mais, junto da decisão do personagem de não matar Hans, o que certamente foi melhor do que o óbvio esperado. Então foi uma boa leitura, carregada de emoção. Dá para sentir a tensão no encontro dos dois.
Lógica. É mais fácil acreditar em alienígenas, assombrações e realidade alternativa do que num carrasco nazista vivendo em paz entre os que ele tanto perseguiu. Não tendo está lógica o texto perde um pouco da graça apesar de bem escrito. Todo comentário que poderia fazer seria em torno desse ponto assassino de texto, se pudesse te fazer uma sugestão, daria uma identidade falsa ao Nazista, um quarto secreto onde guardasse seus troféus de guerra e diminuiria seu orgulho. Ou ele se envergonharia do que fez ganhando o perdão do rapaz ou continuaria matando secretamente. Isso daria lastro de possibilidade ao conto.
Olá Billy, tudo bem?
Vamos lá, sei que pode parecer um balde de água fria, mas já vi a sua história em um filme, o nome é Memórias Secretas.
A história é muito, muito, muito parecida.
Bom, com relação a narrativa, você escreve muito bem, mas, infelizmente, por ter assistido a este filme, não me envolvi tanto na história.
Com relação ao português, este é o único trecho que me incomodou:
“— Eu fui conferir com meus próprios olhos – confirmou Samuel. – E, Pete… acho que você não vai gostar do que encontrará se for até lá.”
Pois:
– Conferir com os próprios olhos, o fato de ser um pleonasmo (acredito que tenha sido colocado de propósito por ser algo comum na lingua falada);
– Entrará…lá- a escolha de palavras que rimam não foi muito legal, deu uma sensação de cacofonia.
Mas você é um bom escritor, não tem muitos erros de português e a história é boa, entretanto, no meio do caminho, sempre uma ideia se esbarra na outra.
Desenvolvimento: Um bom desenvolvimento, soube trabalhar bem as narrativas paralelas e isso deu agilidade à trama. Fiquei presa à leitura do início ao fim, nem percebi quando o conto chegou ao final. Algumas coisas me incomodaram. A questão do cara estar em Londres e, ainda por cima, com o mesmo nome. Justo Londres? Seria mais crível se ele tivesse procurado países que foram neutros na época da guerra, ou algum que não tivesse tanto destaque, como no caso da Inglaterra… Uma coisa que já apontaram em alguns contos que escrevi e que hoje não faço mais é essa questão de termos estrangeiros em meio a outros… incomoda um pouco por não acontecer assim na realidade.
Mas achei interessante por poder fazer um paralelo com o coreano. “Opa” em coreano é “querido”, usado para irmãos mais velhos ou para um homem de quem se gosta muito (namorado, boy magia etc. rssss…) e “Omá” é o mesmo que “mãe”, geralmente crianças preferem dizer dessa forma, em vez de “Ómoni”, que significa “mãe, mamãe”, mais usados por adultos. Gostei muito da ambientação, nos dois tempos do conto. Isso ajudou a dar ainda mais credibilidade, apesar desses dois pontos que destaquei. Ah, sim, obrigada por aquele final. Se a coisa tivesse se concretizado, eu não o perdoaria! 😡 As duas últimas frases foram bacanas, talvez na do detergente já pudesse ter concluído e me deixaria ainda mais sorridente, rs. A última frase, inclusive, começa com um “E então”, da mesma forma que a frase final de certo microconto muito conhecido por aqui. Será do mesmo autor? XD
Personagens: Peterson Fishburn leva bem a trama, foi bem concebido. E o nazista e sua família também, não senti nada de exagerado em relação aos diálogos, achei coerentes quanto a isso, mas talvez aquela forma da mulher agir, como se o passado do marido fosse desconhecido, não sei, achei um tanto estranho.
Emoção: Gostei, gosto de contos de guerra e esse está bem “no clima”. Eu gostaria de ter contado essa história, mas certamente seria de uma forma bem novelesca.
Tema: Para mim está adequado, sim, embora o porco fique meio em segundo ou terceiro plano…
Gramática: Se há algo a ser corrigido nesse aspecto, não notei. Mais uma vez, parabéns!
Ai, ai, que narrativa impecável! Pensa numa leitora feliz e emocionada! Hahahaha
A trama é envolvente, misteriosa (pois não sabemos o que Peterson vai fazer, embora saibamos o que ele pretende fazer), e também bem tensa nos momentos certos. Acho que a construção toda foi muito bem engendrada.
A história se passa no final dos anos 70, correto? Achei um cadinho forçado o lance do alemão estar “escondido” com seu nome verdadeiro em Londres. Mas isto pode ser facilmente corrigido se, por exemplo, se ele usasse um nome falso assim como toda sua família.
O título dá a entender que as mulheres irão morrer pelas mãos de Peterson, mas foi um alívio ver que o mocinho permaneceu mocinho, mesmo depois de tantos anos atrás daquela figura para vingar-se, talvez porque alimentara durante muito tempo um ódio que já não fazia mais sentido.
Então, deixa eu fazer uma pergunta idiota: Peterson comprou alvejante e detergente… para se matar? Se foi isso, então o personagem perdeu parte de sua força para mim, eu preferia que ele tivesse superado. Se não foi para se matar, ele bem que poderia ter comprado umas frutas ou algo assim, né? Então a parte de “a guerra finalmente acabou” me leva a crer que ele realmente se matou. Enfim, um ótimo texto e que utilizou bem a imagem-tema do desafio. Mas depois me responde essa dúvida? Obrigada 😛
Oi, Andreza.
Peter não se matou. O detergente foi em alusão à pia cheia de louça suja mencionada na primeira parte, sugerindo que ele seguiria em frente com a vida dali em diante.
Atenciosamente,
Billy.
Olá!
Usarei o padrão de avaliação sugerido pelo EntreContos, assim garanto o mesmo critério para todos:
* Adequação ao tema: existe, embora não fique evidente nas primeiras linhas.
* Qualidade da escrita (gramática, pontuação): ,muito boa.
* Desenvolvimento de personagens, qualidade literária (figuras de linguagem, descrições, diálogos): excelentes, parece um capítulo de um livro de sucesso.
* Enredo (coerência, criatividade): excelente.
De modo geral foi um excelente conto e valeu a leitura.
Parabéns e boa sorte no Desafio!
Olá! Para organizar melhor, dividirei minha avaliação entre aspectos técnicos (ortografia, organização, estética), aspectos subjetivos (criatividade, apelo emocional) e minha compreensão geral sobre o conto. Tentarei comentar sem conferir antes a opinião dos colegas, mantendo meu feedback o mais natural possível. Peço desculpas prévias se acabar “chovendo no molhado” em algum ponto.
****
Aspectos técnicos: ao meu ver, revisão impecável. Texto muito bem escrito e organizado. Os flashs da guerra e o presente se intercalam em momentos muito propícios, revelando aos poucos a razão da agonia de Peterson. Em questões estéticas, o texto está bem limpo, não notei construções estranhas nem nada do tipo.
Aspectos subjetivos: o conto compensa a “simplicidade” da proposta com apelo emocional. Certamente, não é o primeiro a transportar o tema para o ambiente da segunda GM. Entretanto, a narrativa se infiltra pelo psicológico do nosso capitão e nos carrega como uma torrente. Isso tem um valor muito especial.
Compreensão geral: a princípio, devo confessar que não gostei muito da figura de Schneider, achei-o um tanto raso, excessivamente frio diante da possibilidade de perder a família. Chegando ao final do conto, percebo que foi intencional essa roupagem. Schneider não é um antagonista apenas em guerra, ele é exatamente o oposto de Peterson. A frieza do alemão não é ausência de sentimentos, mas resolução, ele está em paz com sua trajetória. Enquanto o inglês está soterrado em arrependimentos, Hans Schneider é um homem livre.
Parabéns e boa sorte.
Colocação incorreta do pronome átono: não machucá-lo e, = não o machucar.
Um clima bem urdido em um conto que acelera o coração, deixando um nó na garganta ao presumir, erradamente, chegando a exigir um final violento. Mas a figura e presença da gentileza de uma esposa amorosa e uma neta educada, fez o sentimento maior aflorar. Um conto maravilhoso, firme e estruturado na compreensão e despertar paixão. Senti o strudel (o meu de maçã), esperando receber um pedaço algum dia. Parabéns!
Olá, autor. Sigamos com a avaliação. Trarei três aspectos que considero essenciais para o conto: Elementos de gênero (em que gênero literário o conto de encaixa e como ele trabalha/transgride/satiriza ele), Conteúdo (a história em si e como ela é construída) e Forma (a narrativa, a linguagem utilizada).
EG: O conto mostra uma guerra lutada em dois frontes: passado e presente. O autor é capaz de separar muito bem os dois cenários, desenvolvendo independentemente a ambientação de cada um sem que eles se separem completamente um do outro.
C: A consistência do enredo é admirável. A complexidade dos personagens é a mais densa do desafio até agora. Cada personalidade transborda, com suas próprias características. A redenção de Pete vem de forma natural, não soa forçada. Em nenhum momento o leitor questiona suas ações. Isso se deve ao fato do autor conseguir colocar quem lê dentro daquela cozinha e tornar real seus conflitos.
F: No geral, a narrativa cumpre seu papel. Em pouquíssimos momentos, há uma quebra que incomoda, no entanto. Sobretudo, algumas passagens soam piegas, como a última sentença do conto. Alguns adjetivos também entram nessa categoria.
Adequação ao tema proposto: Alto
Criatividade: Positiva
Emoção: O conto é muito impactante. Na minha humilde opinião, eu senti um pouco da angústia do Peter. E, como não sentir a famosa frieza alemã do Hans
Enredo: Muito bem desenvolvido, exceto por um ponto. No texto, o Peter diz para a esposa do Hans que lutou contra o marido dela na guerra. Eu fiquei incomodado com isso porque achei um pouco inverossímil ela deixar o antigo inimigo entrar na casa. Entretanto, isso não é algo que estraga o conto.
Gramática: Não percebi nenhum erro.
Parabéns
Quando Anjos Merecem Morrer (Billy)
Minhas impressões de cada aspecto do conto:
📜 Trama (⭐⭐⭐⭐⭐): achei muito boa, bem amarrada, ótimos personagens e motivações. O clímax muito bem conduzido, me deixou tenso, sem saber o que ele ia fazer. As informações sobre a guerra foram dadas na dose certa, ora com flashbacks, ora no diálogo. O final tirou um pouco a carga dramática, mas sem dúvidas funcionou muito bem. Talvez o único defeito seja que a mudança de opinião entre matar um inocente e se vingar e deixar tudo pra lá tenha sido meio brusca.
📝 Técnica (⭐⭐⭐⭐▫): muito boa, narrativa perfeita, transparente, como costumo dizer, daquelas que não chegam a se destacar pelas figuras de linguagem, mas nos fazem viajar como se estivéssemos assistindo um filme.
💡 Criatividade (⭐⭐▫): usou elementos comuns (guerra, tortura, etc.) de uma forma criativa.
🎯 Tema (⭐⭐): gostei muito dessa versão do “aviador”: frio, calculista e, melhor de tudo, humano.
🎭 Impacto (⭐⭐⭐⭐▫): já deve estar óbvio pelo que escrevi até aqui que gostei muito do texto. Um dos meus preferidos até agora (li aleatoriamente metade dos contos). A cena de confronto foi muito bem construída, fiquei bastante tenso enquanto lia. Tive a mesma dúvida que Peterson: queria ver o canalha sofrer, mas não com sangue inocente. O fim foi bastante satisfatório, mesmo baixando a carga dramática. Parabéns!
Um conto de altíssimo nível!
===TRAMA===
Muito boa! Os fatos são bem distribuídos nas viagens no tempo da narrativa, gerando tensão nos momentos certos. Parte do conto é previsível, mas todo o texto culmina na decisão final de Fishburn: tornaria-se um monstro? Vingaria o seu amigo? Mataria aquela criança inocente em vingança?
A tensão criada foi excelente, e a decisão final foi um ótimo clímax. A frase final: “E então, a guerra finalmente acabou para o capitão Peterson Fishburn.”, foi um fechamento perfeito.
A única falha que encontrei foi ver um ex-torturador nazista vivendo uma vida pacífica em LONDRES. Esses caras, ainda mais os famosos como ele, se não eram presos pelo governo inimigo (ou mesmo o governo Alemão), eram mortos por grupos independentes que buscavam vingança pelos atos dos alemães no Holocausto. A chance de Herr Hans estar vivendo uma vida tranquila em Londres é próxima de zero.
===TÉCNICA===
Perfeita. Belas palavras, belas construções, uma leitura que interessa, sem travas, e que gera tensão nos momentos corretos. Sem falhas aqui!!
===SALDO===
Muito positivo. Não leva 10 por causa da incongruência com o nazista ainda vivo em Londres, e com um pouco da previsibilidade do enredo, mas fica bem próximo disso!
Pensando um pouco mais sobre o conto, acho estranho também o personagem ter gastado 32 anos buscando um torturador nazista alemão que vivia na Inglaterra usando o nome REAL (e não pareciam ter problema nenhum em usar o nome, já que a esposa de Hans atende pelo mesmo nome sem pensar duas vezes)
Gente assim – ainda mais Hans, que era uma lenda na segunda guerra, conforme o conto – é achada em 1 dia por um bom repórter ou investigador.
Olá autor/a.
Gostei do seu conto, o tema de vingança foi interessante e usar a segunda guerra foi bem pensado, entendi a motivação do personagem e sua redenção no final, por mais que seja meio previsível, foi compreensível.
Tem uma narrativa densa e um pouco arrastada, mas me prendeu e manteve o suspense muito bem, narrativa lentas é a melhor opção dependendo da circunstância.
O único ponto negativo: não entendi foi um criminoso de guerra nazista morar em Londres com nome real e família, sendo que tem alguns nazistas sendo condenados até hoje, foi realmente sem muito sentido isso.
Boa sorte no desafio e nos presenteie com mais obras,
Abraços.
O título me pareceu promissor, mas depois de poucas linhas já havia compreendido para onde toda a história levaria… e olha que nao costumo ligar mto para essa questão de originalidade e previsibilidade.
Outra ponto importante é o fato de um criminoso de guerra, nazista, famoso em sua época, residir em Londres com nome verdadeiro e sua mulher agir como se fosse natural que outras pessoas fossem visitá-lo por isso, ou considerá-lo um heroi de guerra. Isso eu não consegui digerir de forma alguma, até pq o autor(a) teve a chance de corrigir isso desde o início quando a carta lhe é entregue. Havia ali mto espaço para trabalhar elementos que explicassem uma investigação sobre o sujeito, ou fatos de sua vida que o levaram até ali.
Toda a profundidade do conto é baseada em drama. Acho isso mto perigoso, pois sempre há alguém que não se comove com chavões (“ninguém é inocente na guerra”) e, geralmente, eu sou esse tipo de leitor. Então, a fiel adequação ao tema e o português bem revisado acabaram me chamando mais a atenção do que um drama onde eu teria apenas de esperar para saber se o velho teria ou não coragem para matar o outro.
EGO (Essência, Gosto, Organização)
E: Muitos optaram pelo tema “guerra” que a foto expressa, mas não conseguiram atingir o cerne da situação. Esse texto consegue, de forma eficaz. Quase com maestria, pois ainda acho que o ritmo poderia ser melhorado. Mas a atmosfera é excelente.
G: As palavras jogadas, para depois serem relembradas em momento oportuno foi a cereja do bolo, bem como o final não esperado. Já estava me preparando para a tragédia, quando o autor resolveu recuar. Causou um misto de sensações e nos deixa meditando ao final da história.
O: A escrita flui bem, transmite a angústia e é competente a maior parte do tempo. Os diálogos convencem. Tirando uma ou outra letra minúscula depois de um diálogo (a parte explicativa), não notei nada que me incomodasse. Joinha.
Olá, Billy.
Resolvi adotar um padrão de avaliação. Como sugerido pelo EntreContos. Vamos lá:
Adequação ao tema:
O conto tem todos os elementos da imagem-tema: homem encasacado, mala, javali.
Qualidade da escrita (gramática, pontuação):
O conto está muito bem escrito, não notei erros que pudesse apontar.
Desenvolvimento de personagens, qualidade literária (figuras de linguagem, descrições, diálogos):
O conto é bem desenvolvido e a escrita é ótima, mas achei os personagens com poucas nuances. Os diálogos estão bons também.
Enredo (coerência, criatividade):
Então, aqui o javali meio que torceu o rabo: um ex-nazista criminoso de guerra vivendo em Londres (!), usando o nome original (ao menos, a Alma não fingiu não reconhecer), é difícil de engolir, assim como foram alguns estereótipos, que eu preferiria que o autor houvesse limado do texto. Veja, as pessoas não ficam falando palavras soltas em outro idioma quando conversam, isso soa à Hollywood. Quando sabem falar outra língua, só dizem palavras em seus idiomas maternos quando não sabem dizer algo, o que normalmente só ocorre com palavras difíceis ou pouco usuais. Então, “Guten Morgen”, “Herr”, “Nein”, soam meio postiços. Já o “Opa” e “Oma”, como são tratamentos familiares carinhosos, soaram verdadeiros. O nome “Hans Schneider” também é quase um “José da Silva” ou um “João de Souza”, strudel também é um bocado “alemanha-para-inglês-ver”. Enfim, isso me incomodou um tanto. Imagina uma cena onde o vilão fosse brasileiro e carioca, por exemplo: o Peterson chegando, todo mundo assistindo futebol e escutando pagode, a vovó fazendo uma feijoada com direito a torresminho, caipirinhas… (Óbvio, estou exagerando, desculpe a brincadeira :)).
A trama, contudo, me agradou, mesmo o final. Eu consigo imaginar alguém que não tenha coragem de matar um assassino. Afinal, quem é realmente bom teria dificuldades de cometer um ato de grande maldade.
Abraços e boa sorte no desafio.
Ah, esqueci de comentar: bom uso do alemão, inclusive com a declinação correta do genitivo!
O INÍCIO lento não me envolveu de imediato. Cheguei a pensar que os alemães haviam invadido Londres. Com uma leitura mais atenta me toquei da volta no tempo e mudança de país entre a primeira e segunda parte.
A TRADUÇÃO DA IMAGEM foi fiel como o retrato. Há suspense, drama e ação na medida certa.
EFEITO borboleta com final digno dos grandes mestres.
Olha só o conto que o Gustavo queria ter escrito! Gostei, claro, afinal, nada melhor do que uma narrativa sobre guerra para fazer aflorar o que o ser humano tem de melhor e de pior. Psicologia pura! Bacana a ideia de transformar a dupla da foto numa espécie de emissário do mal dos nazistas. Dá para imaginar direitinho a cena do cara aparecendo com o javali para dar cabo dos prisioneiros. Ou seja, pontos pela criatividade. No final o cara morava em Londres… Essa exige uma certa suspensão de descrença, rs É que, ao contrário da realidade, a ficção precisa fazer sentido. Talvez tivesse sido melhor se o sujeito vivesse aqui no Brasil ou na Argentina, para onde muitos criminosos nazistas fugiram ao fim da guerra. Outra coisa que acho que pode melhorar é a sede de vingança do nosso protagonista. Tudo bem, o carrasco acabou com a vida do amigo dele, mas esse fato, sozinho, seria suficiente para que se alimentasse todo o ódio durante anos e anos? Talvez, se Peterson e o cabo fossem amantes isso se explicasse, tornando a relação entre os dois mais profunda, demandando essa vingança tardia. De todo modo, o conto é empolgante, está bem escrito e levanta questões interessantes: afinal, vale a pena trazer de volta alguns fantasmas que deveriam permanecer enterrados? Aqui no conto, Peterson prefere sepultá-los de vez, poupando a garotinha. Não sei se em termos literários essa foi a melhor solução, mas em termos reais, certamente foi. Parabéns pelo conto!
Uma narrativa abrilhantada pela arte de estabelecer retalhos temporais que vão se encaixando a medida que a leitura avança, dando aquela sensação de frame por frame do que está acontecendo, um artifício que sustenta muito a composição das ações.
Um texto que deixa, orgulhosamente, pista da fonte que bebeu, melhor dizer: “da lâmina que fez a incisão”.
O prazer na leitura foi dobrado, porque a cada referência do Alan Moore que eu encontrava, assim como a carta, se abria um sorrisinho bobo, não faltou nem o Homem Elefante.
“Disse isso e abriu a maleta. Dentro dela, o ‘INFERNO’. Ao ver as lâminas e agulhas brilhantes…”
Isso me fez ver as costelas expostas. rs
Não é só uma estória de vingança, é uma teia de referências com suas respectivas singularidades que se alinham, harmoniosamente, no enredo.
Esse olhar para os elementos que compõem a imagem do desafio trouxe, de forma peculiar, o significado para existência de cada um deles.
Esse é um dos contos que eu gostaria que não tivesse limite de palavras – não vá pensar que é só por causa dos detalhes do que aconteceu com o Billy. rs
É um dos contos que mais gostei neste desafio. Tem um estilo que me agrada, bem narrado e bem escrito. Com certeza o motivo de certas falhas é devido à limitação de palavras. As falhas que considero são: a longa duração em que Peterson alimentou sua vingança não combinou com o final fácil demais; e o comportamento de Alma ao receber tal visitante (aqui eu acho que ficaria melhor se ela sentisse um pouco de medo, ou se o ambiente se tornasse tão tenso que Peterson repensaria se seria melhor esperar Hans do lado de fora…). Porém, se nós, leitores, expandirmos a história em nossa mente, essas falhas não serão mais vistas como falhas, pois tudo depende de um desenvolvimento mais prolongado, e digo principalmente do final: se houvesse mais espaço para trabalhar, e pintar a cena adequadamente, com uma tensão adequada e um tempo maior para Peterson chegar à conclusão de que a vingança não seria o fim da guerra para ele, assim seria feito. Portanto, levando tudo isso em consideração, é um ótimo conto.
Parabéns!
uau, que conto bonito! Uma história que tem o peso de trinta e dois anos. Um conto denso e triste demais. A vingança que não ocorre bestial, mas que se mostra na possibilidade apenas da punição. Aliás, vou mais adiante, a vingança que se dá pela presença do oprimido diante daquele que o torturara tanto tempo antes. Gostei demais de tudo que li e reli. Parabéns pela sua linda história. Nada mais a dizer.
Belo trabalho! 🙂 Uma boa demonstração (muito oportuna inclusive) de que podemos ambientar um trabalho de ficção sem fazer alegorias ou enchê-lo de “politicamente correto” ou “moralismo descartáveis”.
Cenas e diálogos de dar inveja (inveja boa). Seu conto foi um aprendizado, coisa de quem sabe o que está fazendo. Fico muito grato 😉
Forte abraço
O texto está excelente: título sugestivo, enredo completo, suspense na medida certa, clímax bem colocado, desfecho desejável e reflexivo, linguagem agradável, leitura fluente.
Li de supetão, queria só ver no que daria. Incomoda é o alemão escondido e feliz na Inglaterra. Por que não aqui? Até seria mais fácil de ambientar.
No todo, é trabalho muito bom, destacado pela correção gramatical. Parabéns pela participação. Abraços.
Cheguei aqui cheia de apetite, já havia passado algumas vezes, mas como estou lendo na sequência, esperei até encontrar o seu conto na fila, na hora dele de ser analisado. Pois bem, quando a gente cria muitas expectativas sobre alguma coisa, acaba que se ela não for espetacular, ficamos bastante frustrados. Não foi o caso. O autor nos apresenta o protagonista, finalmente, tendo a oportunidade de se confrontar com o objeto de sua obsessão. E este evento dá sequência a dois momentos – as lembranças terríveis que o motivaram a uma oportuna vingança, e ao encontro com o torturador/assassino. A cereja do bolo ficou no momento da visita. O contraponto entre o Hans (pai e avô admirado pela família) e o torturador que Peterson conhecia, a presença da senhorinha gentil e sua neta angelical, fizeram do conto um dos melhores que li aqui. Tudo pode acontecer, e eu, realmente pensei que a cabeça loira da netinha não iria ser poupada, mas, no fim, a fleugma inglesa se impôs, Peterson viu a inutilidade de todo o ódio que sentiu por tanto tempo, e da culpa por não ter salvado o amigo. Fiquei com pena pelo limite de palavras, a tensão existente no último ato desta peça poderia render muito mais, mas o limite não impediu que o conto brilhasse. Adequação ao tema sutil, mas estratégica. Gramática sem problemas. Parabéns.
O conto é a historia de um ex-soldado que busca vingança. Acompanhamos ele indo até a casa do ex-inimigo com o intuito de matá-lo pelas atrocidades acontecidas anos antes durante a guerra. Há um certo suspense que nos acomete até o momento em que ele tem que decidir se mata ou não o homem, agora casado e com uma filha. Não sei dizer se é justo ou não, uma vingança num caso desses. A história é boa, bem narrada, mas não me impressionou, achei estranho o cara ficar trinta anos sem lavar louça! Claro, num sentido figurado.
Escelente conto!!
Boa tarde! Até esqueci de falar oi hehehe.
Ah, o perdão, talvez a prova mais profunda da natureza benevolente do ser humano.
Mas chega de divagações, pois o texto fala por si só.
Bom, o texto tá impecável, pra mim: enredo excelente, tem clímax, a lingiuagem é agradável, a leitura é prazerosa, gera expectativa e curiosidade. Pra mim, provavelmente o melhor até agora (to lendo de cima pra baixo).
Adorei o desfecho, especialmente. Me deu uma tensão, imaginando se ele ia meter uma bala na menina.
Enfim, tudibão. Nota 10 (primeira).
Parabéns!
Nossa senhora mandei um escelente ali hauahau
Me perdoem, to digitando no cel
https://polldaddy.com/js/rating/rating.jsOi Billy, eu gostei muito do seu conto, fácil e gostoso de ler, eu leria com prazer mesmo se fosse um livro de 500 páginas. Parabéns!!!
Mas… não me pareceu crível que o Pete desistiria da sua vingança assim tão fácil… não combina com a personalidade que você criou para ele. Sou adepta de finais felizes, mas o seu pareceu muito forçado. Nada que vá atrapalhar a sua nota. 😉
https://polldaddy.com/js/rating/rating.jsExcelente conto, na minha opinião. O texto flui muito bem, sem que a gente se dê conta já está lá, grudada na história, querendo saber como termina. Isso é q é prender a atenção do leitor! Claro q o tema ajuda, é um pedaço da História que não passa despercebido. Não sei se nos anos 70 seria possível termos um ex-carrasco alemão vivendo livremente em Londres, exibindo com orgulho suas medalhas. Eu sei q nessa época tinha muito militar orgulhoso de suas medalhas aqui no Brasil, e também tinha muitos nazistas escondidos pela América do Sul, provavelmente orgulhosos, mas escondidos. De qualquer forma, isso não me pesou durante a leitura e eu embarquei na emoção dos personagens, um a um. Vc brinca com a linha do tempo de forma magistral, porque consegue manter a história perfeitamente clara e compreensível. O final, mesmo sendo um “happy end”, emociona e faz pensar. Grande candidato ao pódio! Parabéns!
1. Tema: Adequação presente
2. Criatividade: boa. sujeito é torturado durante guerra e procura vingança, Ao final não consegue matar seu algoz.
3. Enredo: As partes se conectam tranquilamente, mesmo havendo cortes na linearidade do tempo.
O texto busca apelo e empatia pela simples questão da tortura.
4. Escrita: Boa, sem erros que pudesse ter notado. Texto fluido e ligeiro.
5. Impacto: médio.
Os personagens (apesar de interessantes), ambientação e circunstâncias não me soaram críveis, no sentido textual da coisa, claro.
Talvez seja uma consequência do limite de palavras, se fosse possível conhecer mais da vida do torturador e do torturado, quem sabe o impacto fosse melhor, em todo caso, isso não é possível no momento.
Como disse, em um primeiro momento de leitura nos sentimos tocados pela tortura, mas depois verificamos que não há outras informações no texto e percebemos que fizemos pré-julgamentos baseados em nossos conceitos históricos, os quais podem ser aplicados aqui ou não.
Olá Billy, que contaço, aço, aço! Tirou o meu fôlego, reli várias frases por puro deleite, e não costumo fazer isso de graça, só pagando, rsrs. Mais um Tarantino por aqui. A parte do Strudel me remeteu à memorável cena de Christoph Waltz em Bastardos Inglórios, e quando o velho Hans, filho da puta, chega em casa com os sacos de comida, lembrei de Kill Bill, quando a vingadora chega na casa para matar sua algoz e encontra a filhinha dela. Bem, o seu texto é ótimo, vc. entende do riscado. Ah, apenas destaco que soou meio inverossímel o nazista e sua família feliz estarem vivendo em Londres, numa boa. A sorte dele é que ainda não tinha Facebook naquela época, ele ia ser banido do mapa. Parabéns, vai pro pódium.
Oi, Billy,
Gramática – Nada a declarar. Não percebi nenhum erro. A leitura flui agradável e tensa, pelo conteúdo.
Criatividade – É uma partícula de vida se considerarmos o momento da história dos protagonistas, mas uma infinitude de tempo, quase uma vida, pela densidade, significância e impacto. Vista sob a ótica dos aliados, tudo é tenebroso, mas o contrário também. Numa guerra não há vencedores, porque existe morte de ambos os lados. Não apenas uma morte. Várias mortes.
Adequação ao tema proposto – Está adequado, ao meu ver.
Emoção – Uma boa reflexão sobre nossos demônios ou sobre a aceitação de nossas ações, considerando que, muitas vezes, não temos escolhas e, outras, mesmo podendo optar, seguimos o que somos.
Enredo – Começo, meio e fim entrelaçados pela lembrança. Bem pontuado o conflito e cena final bastante tensa.
Boa sorte no desafio.
Abraços!
Olá autor/autora! 🙂
Obrigado por me presentear com a sua criação,
permitindo-me ampliar meus horizontes literários e,
assim, favorecendo meu próprio crescimento enquanto
criativa criatura criadora! Gratidão! 😉
Seguindo a sugestão de nosso Anfitrião, moderador e
administrador deste Certame, avaliarei seu trabalho — e
todos os demais — conforme o mesmo padrão, que segue
abaixo, ao final.
Desde já, desejo-lhe boa sorte no Desafio e um longo e
próspero caminhar nesta prazerosa ‘labuta’ que é a arte
da escrita!
Grande abraço,
Paz e Bem!
*************************************************
Avaliação da Obra:
– GRAMÁTICA
Nenhum entrave capaz de atrapalhar a leitura.
– CRIATIVIDADE
Muito boa. Gastar 1999 palavras das 2000 permitidas incitando a busca por vingança no leitor e, ao final, entregar PERDÃO pelo algoz… Realmente, isso é que é uma tortura! (rs!) Eu teria feito meu personagem não apenas atirar na velhinha fofinha cozinheira dos infernos, mas também locomovido instantaneamente pedaços sangrentos de cérebros e pequeninos globos oculares azulaods pra cima de quadros, medalhas, paredes… Até para dentro do strudel, que talvez colocasse como cena final, sendo comido com gosto pelo capitão, ao lado da arma ainda fumegante descansando, vazia, sobre a mesa… Mas, fazer o quê, né? Resta dizer que está bem escrito.
– ADEQUAÇÃO AO TEMA PROPOSTO
100% atendido.
– EMOÇÃO
Raiva. Não do torturador da história, mas do torturador-escritor. Seu feio! 😛
– ENREDO
A Cabana, parte 2.
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Conto muito bom. A narrativa é muito boa, prende a atenção, e ficamos aflitos para saber o que vai acontecer, se Hans morreria ou não. Nesta aflição, eu pedia para que o capitão não poupasse seu carrasco do passado, pois, estava com a impressão que isso iria acontecer… e aconteceu. Mas, gostei deste final. Nos faz refletir sobre o perdão. Acho que eu não deixaria o Hans vivo. Boa sorte.
Olá, autor, tudo bem?
O título do conto é, digamos, quase perfeito. Quase, porque eu não acredito em perfeição.
O tema do desafio foi abordado com sucesso. Javali, homem tenebroso com sobretudo, óculos de aviador e tudo mais.
Não encontrei erros que tivessem escapado da sua revisão, talvez usasse os travessões de forma diferente, mas tudo me pareceu bem acertado.
O ritmo da narrativa é ótimo, os diálogos aceleram e facilitam bem a leitura. Mal senti quanto cheguei ao fim do conto. Ufa, que alívio! Já que narrativas sobre guerras e afins em nada me agradam.
O único porém foi que achei a Frau Schneider muito receptiva, com uma hospitalidade mais portuguesa ou brasileira do que alemã. Ainda mais depois que ele revelou sua identidade e o porquê da sua visita. No geral, os alemães querem esquecer o horror daquela guerra e há muito pouco orgulho para ser compartilhado. Talvez se o capitão tivesse ocultado sua real identidade, a receptividade de Frau Schneider soaria mais verossímil.
Por um momento, pensei que Billy fosse filho do capitão, mas aí seria cruel demais, né?
Interessante a sua escolha dos nomes dos personagens. Hans Schneider poderia ser traduzido como João(“graça e misericórdia de Deus”) Schneider = alfaiate/cortador (cortava carne e vidas). O nome Peterson Fishburn – o filho de Pedro (pescador) + queima do peixe. Sendo o peixe, o símbolo cristão da vida, seria um resgate de almas (pescaria) e a queima das lembranças e pecados? Viajei muito?
Em tempo, adorei que poupou a criancinha.
Boa sorte!
Muito bom esse conto. Fiquei tensa quando ele olha para a menina e lembra “Ninguém é inocente na guerra”. Pensei que ia ser o fim, mas você deu uma reviravolta e mostrou que, o que ele sentia era culpa por não ter conseguido salvar o amigo.
gostei bastante.
Meus parabéns
sucesso no desafio.
Este conto é perturbador, a todos os níveis. Fala de crimes de guerra e de um homem que procura ainda vingar-se. É bastante gráfico, chegando mesmo ao domínio do gore e a utilização do recurso aos flash-backs é eficaz. O desfecho é algo previsível, mas bastante satisfatório. A linguagem utilizada é simples e bastante rica em detalhes, transportando-nos para a acção. Muito bom. Para quem gosta do género…
Devo acrescentar algo. Isso só indica quão perturbador achei este conto. A isenção de culpa do ex-soldado alemão deveria ter sido tratada de outra forma. Na inexplicável lógica da guerra nem tudo é válido. A tortura é considerada crime de guerra, punível em tribunal internacional. Seria, portanto, improvável que um homem tão conhecido continuasse impune e a conseguir ter uma vida familiar normal no próprio país que mais activamente persegue este tipo de situações. É só um pormenor que não tira valor ao peso dramático do texto.
Olá autor! O que mais gostei na sua história foram os diálogos. Além de muito bem escritos, você conseguiu habilmente dar vida a cada um dos personagens pelo que eles dizem. Parabéns por isso! As cenas também estão bem descritas, me senti envolvida pela atmosfera que você criou para cada uma delas. Sobre o enredo, já vi mais de um filme com argumento parecido, o diferencial foi o final sem sangue. Pensei por um momento que o Peterson iria dar um tiro na garotinha. Acho que teria gostado mais de um final desse tipo, mas isso é apenas uma questão de gosto que não atrapalha a avaliação do bom trabalho que você entregou. Boa sorte no desafio!
Ótimo conto! Gera emoções reais nos leitores e surpreende até o final.
O texto está impecável e a maneira como a história é contada, intercalando passado e presente, é bastante atraente.
Algumas frases são sensacionais, como “A penúltima coisa que um soldado deseja na guerra é morrer. A última, é ser capturado.”
O final é condizente com a índole e o passado do protagonista.
Boa sorte!
Olá Billy. Uma história ajustada à imagem e à época para que nos remete. Só houve um pormenor, um único que me pareceu desajustado: e exibição, em Londres, das medalhas ganhas na guerra por um alemão. Ainda que na própria casa, não sei, não me parece. A crença da mulher no heroísmo do marido, sendo credível, antagoniza-nos com a criatura, uma vez que toda a gente sabe que os alemães, cada alemão (entre a sua imensa maioria não nazi) ainda hoje tenta aliviar a vergonha e a culpa; ou seja, mesmo os que pudessem sentir orgulho no seu papel ou no papel dos seus, teria que ser muito estúpido para o admitir perante ex combatentes inimigos. Quanto ao resto está ótimo e muito verosímil, poderia perfeitamente ser o relato duma história verdadeira – é com certeza do que foi o resto da vida de muitos. O sereno ambiente familiar serviu como um ótimo suporte ao adensar dramático, proporcionando ao mesmo tempo algum sentimento de empatia pelo “vilão” da história. Então temos: uma leitura densa e pesada que se leva com emoção e curiosidade, quase angústia. “Sentir” quando se lê, é talvez o que o todo leitor busca. Em cheio. Acrescente-se a criatividade presente e a perfeita adequação ao tema e temos uma resposta digna do desafio proposto.
Olá, Billy,
Tudo bem?
Relatos de guerra parecem ter inspirado muitos por aqui. Deve ter sido a imagem, os trajes do homem na foto, enfim.
Você criou uma história triste e emocionante. Uma narrativa de pós-guerra e da culpa que, quem já esteve lá, deve realmente sentir. A trama do resgate da memória e da vingança do sofrimento do amigo, por si só já é boa. Uma premissa que já rendeu vários filmes, de tão forte que é. No entanto, o autor habilmente introduziu a criança no texto, criando um elemento muito forte de tensão e empatia com os personagens.
O detalhe do doce servido é perfeito. E a fuga do maniqueísmo ao insistir que “na guerra todos são culpados”, deslocando a imagem do vilão de um único centro, permitindo que o protagonista faça a mea culpa, é perfeita.
Gostei muito.
Parabéns por seu talento “jurássico”.
Beijos
Paula Giannini
Belo conto! Muito bem ambientado, bons diálogos e uma história cativante, mesmo sendo pesada. Realmente não preciso dizer mais nada. Parabéns!
Olá!
Um texto pesado.. segurei a respiração quase que o tempo todo. e isso que eu não gosto muito de historias de guerra..rsrs
Ao mesmo tempo que respirei aliviada pq uma criança foi poupada, tb senti a frustração gigantesca de que a vida não age com a justiça que a gente presume conhecer.
Ao mesmo tempo em que o enredo é pesado, o autor(a), colocou alguns toques com o fim de aliviar a leitura, mas que a mim me pareceu um tanto deslocados,mas adivinho que deve ser o estilo já do autor, de ser um tanto mais irreverente e que aventurou-se por este texto mais denso. É o meu palpite rsrs
Enfim é um conto bem montado, onde o homem com o javali apareceram rapidamente mas de forma estratégica, achei bem eficiente o teu trabalho., Parabéns
Abração