São José das Palmas-1959
Em 1959 eu morava numa chácara com a minha família, a uns 5 quilômetros da cidade. Um dos dias mais feliz da minha vida ali, foi quando meu irmão me levou para pescar num açude que tinha perto de nossa casa, mas também foi o dia em que antecedeu a uma desgraça.
Filipe me ensinou a colocar a minhoca no anzol sem espetar o dedo. Estávamos sentados na ponta do trapiche, quando um peixe enorme pulou na água. Por um momento ele ficou parado no ar, de olhos arregalados como que olhando espantado a terra, suas formas e cores e depois voltou a mergulhar retornando ao seu mundo.
Soltei um grito ao pescar meu primeiro peixe, um lambari! Filipe me mandou ficar quieto para não espantar o grandão. Ele tirou o peixe do anzol, coloquei nova isca, me sentei e tornei a jogar o anzol na água.
Logo depois o silêncio foi quebrado novamente, desta vez por um grunhido. A folhagem na margem se agitou e vi um vulto cinzento penetrar na mata.
– É o Bruxo! – exclamou Filipe.
Bruxo era um javali de mais de 80 quilos que vivia nas matas da região. Quem deu o nome a ele foi nosso pai. O animal já tinha destruído nossa plantação de batatas e até matado alguns cachorros. Papai tentando caça-lo, caiu de um despenhadeiro e morreu. Talvez tenha sido um acidente, mas eu, na época com a idade de 7 anos, ouvindo aquelas histórias imaginei que o javali era mesmo um ser malvado, que tivesse empurrado meu pai para o precipício.
Agora, dois anos depois, o monstrengo estava de volta.
– Ainda ontem sonhei com ele. – disse Felipe começando a recolher as linhas. Era cedo ainda, mas meu irmão resolveu ir embora.
– Como era o sonho? – perguntei.
– Sonhei que um velho feiticeiro tinha raptado Judite e a levado para uma cabana nas montanhas. Lá ele transformou ela em um javali.
– Então, ele era o Bruxo e queria casar com Judite?
– Talvez. Peguei um avião teco-teco e voei até a cabana do feiticeiro. Ao chegar lá encontrei o velho morto. O javali tinha matado ele. Coloquei os livros de magia do feiticeiro numa maleta, com a esperança de encontrar as palavras mágicas para fazer ela voltar ao normal, depois a peguei e fui embora.
– Conseguiu desfazer o feitiço?
– Não sei. Mamãe me acordou para ir trabalhar.
– Ainda bem que foi um sonho, né? – peguei a fieira de lambaris e segui meu irmão. – Quando é que você vai se casar com Judite?
– Ainda é cedo para falar nisso, nós estamos recém namorando!
Eu não gostava da ideia de Felipe se casar e ir embora. Ficaria sem meu companheiro de aventuras. Eu nem imaginava que dali a algumas horas, meu irmão também morreria por causa daquele javali.
Bruxo sumia no início do outono e só voltava no verão. Filipe tinha jurado matá-lo para vingar a morte de nosso pai. Naquela mesma semana ele preparou um alforje com água e mantimentos, pegou a espingarda, munição e partiu. Mamãe pediu para ele não ir sozinho, mas não adiantou. Foi um lenhador que encontrou o corpo dele recostado numa árvore. Tinha sido ferido na perna e sangrado até morrer. Não se soube a causa do ferimento, mas presumiu-se que tenha sido o javali. Sofremos muito pela morte de Felipe.
Também pensei em vingança, mas eu era apenas um garoto de 9 anos! Um grupo de amigos saiu atrás do bicho, mas ninguém conseguiu mata-lo. Quando o inverno chegou, o animal sumiu. Todo mundo achava que ele estava morto em algum lugar, mas eu desconfiava que o Bruxo voltaria para me assombrar. Volta e meia eu tinha pesadelos.
—————————————————————————————————
Passaram-se 18 anos. Depois da morte de minha mãe, vendi a chácara e fui morar na capital. Todo ano nas férias voltava à minha terra natal para passar uns dias na casa de um tio e visitar o túmulo de minha família. Em 1977 não foi diferente. Quando voltei do cemitério recebi um recado para ir urgente ao hospital conversar com Gregório Cavilha, que estava internado. Gregório foi amigo de Filipe. Ele estava com câncer de esôfago e tinha poucos dias de vida. Quando cheguei ao quarto onde ele estava, a filha dele me recebeu. Falou em voz baixa.
– Meu pai soube que você estava na cidade e pediu que o chamasse. Ele quer te contar uma coisa. Só não deixe ele se canse demais. Vou aproveitar para tomar um café. Volto depois.
A moça saiu e eu me aproximei do leito. Gregório, ligado aos aparelhos, me olhou com um olhar febril e esboçou um sorriso. Me sentei na cadeira ao lado e ele disse:
– Você é bem parecido com Filipe! A última vez que te vi foi no enterro da tua mãe.
– Isso mesmo! Naquele mesmo ano fui para a capital. Foi há uns dez anos!
– É. Como vai a vida lá?
– Vai se levando. Fiquei sabendo que o senhor queria falar comigo.
– Pois é! Eu te chamei para te contar uma coisa que não contei pra ninguém.
Gregório tomou fôlego e continuou: – Um dia antes do Filipe sair pra caçar, ele me procurou na olaria e perguntou se eu ia pra cidade. Respondi que sim e ele me deu uma carta pedindo que a entregasse para Judite, na pensão. Falou que tinha que se preparar para caçar o javali. Queria pegá-lo antes que o animal saísse da região. Me ofereci para acompanha-lo, mas ele recusou ajuda. Quando teu irmão saiu, peguei o envelope, enfiei numa fresta da parede, lavei as mãos e troquei de roupa. Quando fui embora esqueci a carta. Como era um fim de semana, chegando na cidade fui direto para um bar. Naquele dia bebi demais, tiveram que me levar pra casa. Quando me lembrei da carta, foi só no dia seguinte.
Gregório fez uma pausa respirando fundo e continuou: – Me arrependi por não ter entregado a carta. Teu irmão tinha falecido e eu fiquei com vergonha de falar com alguém sobre o assunto. Acho que Judite exigiu que Filipe assumisse o namoro antes que ela fosse embora e a carta seria uma resposta. Uma resposta que a moça não teve!
Gregório me lançou um olhar triste. – Eu não posso pedir perdão a Filipe, mas peço a você, irmão dele.
– Com certeza meu irmão já lhe deu o perdão. Não se preocupe com isso. Não se culpe. O que aconteceu com a carta?
– A olaria foi desativada. Está abandonada, mas o envelope deve de estar lá onde deixei, num vão da parede ao lado do tanque.
Ergui-me e segurei a mão dele, uma mão fria de dedos finos e veias salientes. – É melhor o senhor descansar agora. Obrigado por me contar
————————————————————————————————-
Saí de manhã cedo da casa de meu tio. Disse que iria dar uma caminhada para relembrar os velhos tempos. Segui por uma trilha pela margem do rio até a olaria. A fábrica de tijolos e telhas, muito antiga, continuava de pé, com sua estrutura de madeira de cedro ainda em bom estado. O antigo dono morreu e a viúva não teve condições de continuar o negócio. Ainda havia tijolos para serem cosidos nas prateleiras. Encontrei o tanque no outro extremo do galpão. A carta estava entre a coluna de madeira que sustentava o teto e a parede do vestiário, logo acima do tanque como Gregório havia dito. Tive que arranjar um graveto para tirá-la dali. O envelope estava amarelado pelo tempo e roído nas bordas. ” Para Judite Santos. Pensão Castilhos”. Diziam as letras e eu fiquei emocionado ao reconhecer a escrita de meu irmão. Limpei as teias de aranha e coloquei no bolso. Estava voltando pelo mesmo caminho, quando ouvi um barulho. Logo reconheci o ronco do javali e o nome veio à minha mente, Bruxo!
O grunhido vinha de dentro do forno. Peguei o atiçador e avancei com cuidado. Fiquei com receio da fera me atacar, mas o som que ele fazia não era de ameaça, parecia mais um gemido. Me aproximei um pouco mais até avistar a fera. Bruxo estava deitado com um ferimento grave em seu dorso, provavelmente causado por um tiro de espingarda. Eu podia mata-lo, enfiando o ferro pontiagudo na sua barriga. Naquela hora não tive raiva nenhuma. O que eu via ali era apenas uma fera selvagem, movida por instintos. Ele não tinha mais forças mas ergueu a cabeça, me olhou e tornou a deitar. Larguei o ferro e deixei-o morrer em paz.
———————————————————————————————
Quando voltei para a capital, passei a procurar por Judite. Um dia depois de Filipe sair para caçar, ela deixou a pensão e não tivemos mais notícias dela. Judite não tinha família, trabalhava como governanta numa pensão e como havia ganhado uma bolsa de estudos, mudou-se para a capital. Eram as únicas coisas que eu sabia. Seria difícil encontrá-la, mas eu estava decidido a entregar a carta.
Na lista telefônica havia 9 mulheres com o nome de Judite Santos. Telefonei para cada uma delas e nenhuma era a que eu procurava. Imaginei que ela tivesse casado e mudado o sobrenome. Havia outras sete mulheres chamada Judite que poderiam ser ela, mas me veio a dúvida, será que ela vai querer falar sobre um namoro de 20 anos atrás? “O primeiro amor fica registrado nas páginas do Tempo com letras de ouro”. Dizia minha mãe.
Para encurtar a história, quando encontrei o número do telefone de Judite, liguei imediatamente disse quem eu era e marcamos um encontro num café, no centro da cidade.
Eu estava um pouco tenso quando entrei no estabelecimento. Judite foi namorada de meu irmão e eu iria entregar uma carta que deveria ter sido entregue há 20 anos!
Havia algumas pessoas nas outras mesas e a única mulher sozinha vestindo blusa azul, estava sentada num canto. Eu não me lembrava das suas feições, pois a tinha visto uma vez apenas quando Filipe a levou para conhecer a chácara. Na época eles estavam recém namorando.
Judite estava na casa dos 40 anos. Me deu um abraço e me convidou para sentar. Começamos a conversar sobre o tempo, ela me contou que tinha casado e se divorciado. Falamos sobre nossas atividades atuais e só depois de uma pausa para o café, mencionei a carta.
– A última vez que me encontrei com Filipe, disse a ele que viria para a capital e o convidei para vir morar comigo. Ele disse que responderia depois, pois tinha algo urgente para fazer. Insisti dizendo que eu partiria dali a três dias, com ele ou sem ele. Meu maior sonho era ser veterinária e eu não podia perder a bolsa de estudos. Como ele não apareceu, achei que tinha decidido ficar.
Ela fez uma pausa e me olhou, intrigada. – Não estou entendendo porque ele mandaria uma carta, só agora, quase vinte anos depois!
Ela não sabia que Filipe tinha morrido. Quando contei toda a história ficou chocada. Falei que eu lamentava muito, tirei o envelope do bolso entreguei e me despedi. Eu não queria saber o que meu irmão dizia, se pedindo para ela esperar uns dias enquanto ele caçava o javali, ou se desculpando, argumentando que não a amava o suficiente para ir junto. Acho que a primeira opção é a certa, Filipe nunca deixou de cumprir uma promessa, mesmo com o risco de perder um grande amor. Se ele não estivesse alucinado por uma vingança, não teria morrido. Enquanto Judite abria o envelope e lia a carta, paguei a conta e me dirigi para a saída. Parei na porta por um momento e vi quando ela tirava um lenço da bolsa para enxugar as lágrimas.
Saí do café satisfeito por ter cumprido minha missão. Quando criança eu não gostava da ideia de perder meu irmão para Judite e agora, de certa forma, eu os reunia, arrancando assim, um espinho que me incomodava.
Achei o conto bonito, singelo, principalmente na segunda metade, mas… faltou algo. Talvez tenha sido a narração. O narrador-personagem não deixou que a emoção fluísse de uma forma que fosse possível eu me emocionar. A cena do café, por exemplo, fiquei emocionada, mas não cheguei a sentir nada mais que isso. Achei comovente, mas nem tanto. Quanto a personagens: achei o conto meio engessado em sua forma, assim as personagens apenas cumprem com o que o conto pede, mas é algo muito linear, no meu entender.
Há muitas coisas a arrumar na questão de revisão, logo no início já temos algo a arrumar. Boa sorte, que continue melhorando.
(Prezado Autor: antes dos comentários, alerto que minha análise deve se restringir aos pontos que, na minha percepção, podem ser mais trabalhados, sem intenção de passar uma crítica literária, mas uma impressão de leitor. Espero que essas observações possam ajudá-lo a se aprimorar, assim com a leitura de seu conto também me ajudou. Um grande abraço).
Bruxo (Mago Merlin)
ADEQUAÇÃO AO TEMA: mínima. Tem javali, mas não tem a imagem do desafio.
ASPECTOS TÉCNICOS: acho que a introdução da história de como o pai morreu caçando o javali, que é chocante, surge e é narrada sem a devida dramaticidade e impacto. A reação dos irmãos é incoerente (“– Ainda ontem sonhei com ele. – disse Felipe caomeçando a recolher as linhas. Era cedo ainda, mas meu irmão resolveu ir embora.”) – COMO ASSIM?!
Outras incongruências: dezoito anos para achar o bilhete? Por que colocar na olaria?
O texto tem também uma séria de problemas de revisão, acentuação, etc.
EFEITO: parece uma história preexistente onde se enxertou um javali.
O irmão do protagonista sofre do mesmo problema que eu: as pessoas teimam em me chamar de Felipe em vez de Filipe! Tirando essa troca dos nomes e alguns errinhos, é um conto bonito e bastante simpático. Sua construção se dá de maneira calma e vai envolvendo o leitor numa trama que atravessa os anos, onde um animal é temido e o grande vilão de uma família, mas recebendo “perdão” ao final; ao mesmo tempo em que temos uma carta e uma história de amor perdida, precisando ser resgatada. Muito tocante, o clima me lembrou Central do Brasil (talvez mais pela carta e pelas viagens).
Oie, Mago!
Apesar de algumas situações inusitadas, o conto flui de forma mansa e leva a gente junto. Em queria ter visto mais do autor, gostei do fechamento no café, mas sabe, queria ter sentido aquela lágrima que desceu no rosto da moça, mas você roubou esse momento. 😓
Claro que, na maioria das vezes, finais abertos são sempre bem vindos, dão corda para o leitor seguir adiante, mas ali poderia ter sido o seu momento de sair da caixinha, da coisa linear. Isso não foi erro seu, eu é que fiquei querendo mais.
“Um dos dias mais feliz da minha vida ali”
“mas também foi o dia em que antecedeu a uma desgraça.”
“Eu nem imaginava que dali a algumas horas, meu irmão também morreria por causa daquele javali.”
Veja, você me diz que o dia mais feliz antecedeu o dia da desgraça, em seguida reafirma que o acontecimento fatídico seria daquele dia feliz, a poucas horas, ou seja, no dia seguinte. Mas, logo depois, me dá a informação que foi na mesma semana.
“Naquela mesma semana ele preparou um alforje com água e mantimentos, pegou a espingarda, munição e partiu.”
Num texto é importante que as ideias não se contradigam.
Um bom conto!
Olá! Para organizar melhor, dividirei minha avaliação entre aspectos técnicos (ortografia, organização, estética), aspectos subjetivos (criatividade, apelo emocional) e minha compreensão geral sobre o conto. Tentarei comentar sem conferir antes a opinião dos colegas, mantendo meu feedback o mais natural possível. Peço desculpas prévias se acabar “chovendo no molhado” em algum ponto.
****
Aspectos técnicos: o conto é narrado em primeira pessoa e se organiza entre memórias e presente, levando-nos a nos questionar a legitimidade de tudo que acontece ali. Muitos detalhes são deixados em aberto, o que contribui ainda mais para o tom questionável da coisa. O tema está presente em sugestão, tocado de leve pela figura do javali.
Aspectos subjetivos: acabamos gostando dos personagens sem saber devidamente a razão dessa empatia. O laço fraterno, a narrativa em primeira pessoa, a aura pessoal que é criada pelo afeto dos irmãos… tudo isso contribui. Dado o pouco tempo de relacionamento com Judite, não sei se seria o suficiente para mover uma conexão por 20 anos, mas as coisas são mais intensas na adolescência, então abre-se aqui a licença poética.
Compreensão geral: há narrativas em que os segredos são mantidos até o fim, então revelados como um soco na boca do estômago, fazendo a consciência da história cair sobre o leitor em uma única pancada. Senti falta disso aqui. A tensão se sustentou nos segredos, na ausência de detalhes, e no final eles não vieram, a carta não foi lida. Talvez eu não seja o melhor leitor para um conto com esse tipo de anticlímax.
Parabéns e boa sorte.
Me senti meio decepcionado devido ao bruxo. puxa….
O ritmo do conto é fluente, a história prende a atenção, mas o final não foi impactante infelizmente. Eu goste, mas faltou algo. Alguns erros ortográficos foram perceptíveis. Não foi possível sentir a dor de Judite no final, eu acho, coitada dela autor.
Amigo Merlin,
Que beleza de conto. Parabéns!
Gostei bastante de como você desenvolveu uma história de amor em torno da foto, e não fez simplesmente uma descrição da foto como vi em outros contos. Ficou bem legal. O fato de você não revelar o conteúdo da carta é uma excelente opção para aguçar a curiosidade do leitor e ao mesmo tempo deixar a história quase “em aberto”. Também gostei dos diálogos. Estão bastante críveis, o que é mais um ponto a seu favor.
Gostei também do desfecho, retirando o “espinho” que incomodava o cara a vida inteira. Bem legal. Um ótimo conto. Parabéns!.
O começo interessante, o javali bruxo malvado, desperta a curiosidade, graças a originalidade da ideia. O estilo é bem agradável de ler, leve e fluido. Tudo é muito interessante e criativo, a história da carta, da vida de Judite, um conto muito bom feito de coisas simples, parabéns.
Olá autor(a),
Será que tu notou que praticamente todos os participantes da narrativa morreram?
Eu ia contando: menos um, menos outro, menos o javali, menos…
Mas tudo bem, na medida em que é um conto que tem uma ideia de melancolia.
A narrativa em si não é tão atraente, pois o enredo é bem simples, sem maiores repercussões psicológicas… há uma tristeza que não é tão triste, porque pouco da cena é trazida aos olhos de quem lê.
Eu vejo uma ideia boa, sensível, mas que poderia ter sido melhor executada.
Um abraço,
Então, o conto apresenta muitas situações que não me desceram muito bem. Acho que o autor usou de muita simplicidade para explicar coisas que dariam motivação aos personagens. Desde a morte do pai caindo de um desfiladeiro enquanto caçava o Javali, que me soou meio bobo, apesar de possível, vai, até o drama envolvendo o irmão e sua namorada. Ora, se era recém namorada, não me convenceu toda essa situação da carta entregue tantos anos depois. O negócio era tão morno que a moça nem sabia que o cara tinha morrido. Como pode? Mesmo ela indo para longe, achei improvável. E se depois não procurou saber do amado, era porque não o amava tanto como se imagina. Além disso, o personagem retorna depois de muito tempo e chega na exata hora que o Javali está morrendo? Sinceramente, acho que a história aqui carece de muita boa vontade do leitor. Desculpe se estou sendo chato.
Quanto a escrita, achei boa, deu para ler de boa e rápido. Mas a trama achei fraca.
A história é bem morna, tranquila, passiva. Não é boa nem ruim ela fica no empate campeão. Continue a escrever!
INÍCIO com local e data é legal porque a gente já se situa, mas não precisava repetir o ano. Prosa muito gostosa, com uma boa revisão fica melhor ainda. Não vou entrar em detalhes; os professores de plantão aqui já devem ter discorrido sobre a pontuação e tempos verbais tontos. Quantos anos vive um javali? Não sei. Acho que Bruxo foi bem longevo. A TRADUÇÃO DA IMAGEM do javali ficou marcante, mas a do caçador passou só como usa brisa.
Não revelar o conteúdo da carta causou um EFEITO de vazio magnífico.
Gostei do conto, está bem escrito. Você tem uma narrativa limpa, que agrada muito sem cansar o ritmo. Não sei exatamente a razão ou qual referência, mas seu conto me lembrou muito um filme dirigido por Robert Redford, com Brad Pitt, chamado “Nada dura para sempre”, acho que é esse o nome em português.
Existem uns erros de digitação, parece que você não sabia ao certo se chamaria o irmão de Felipe ou Filipe, o que pode confundir um pouco, mas pode ser facilmente resolvido.
Parabéns e boa sorte no desafio.
Olá!
Usarei o padrão de avaliação sugerido pelo EntreContos, assim garanto o mesmo critério para todos:
* Adequação ao tema: incompleta.
* Qualidade da escrita (gramática, pontuação): nada que eu tenha percebido ou que comprometesse a leitura. É um conto bem escrito e percebe-se que houve preocupação com a revisão e lapidação do texto.
* Desenvolvimento de personagens, qualidade literária (figuras de linguagem, descrições, diálogos): atendem ao propósito do conto, mas não do desafio.
* Enredo (coerência, criatividade): algumas inconsistências já comentadas e em relação a criatividade, nada excepcional, mas acima da média.
De um modo geral foi um bom conto e valeu a leitura.
Parabéns e boa sorte no Desafio!
A narrativa simples, falando de amor sempre resulta em contos interessantes, pois aproxima os leitores dos personagens. Gostei da premissa da entrega da carta, anos depois, para se fechar um ciclo, para se cumprir uma missão de anos. No entanto, para entrar nesse clima é necessário um tanto de suspensão de descrença, já que, por exemplo, é pouco crível que uma carta permaneça incólume por mais de vinte anos em um local tão precário. É como dizem por aí: ao contrário da vida real, a ficção precisa ser coerente e fazer sentido. Outra coisa que me incomodou foi que a imagem-tema não foi abordada de modo satisfatório. À exceção do javali, nada há no texto que nos faça lembrar do homem/mala/óculos, etc. De qualquer maneira, é um conto simpático e mesmo esses detalhes por acertar não tornam a leitura enfadonha. É isso.
Olá autor/a.
Seu conto é muito tocante e simpático, causa bastante empatia no leitor, uma estória leve e que sai do tema do javali para se tornar algo mais profundo.
A narrativa é fluída. O texto apresente alguns erros de concordância e frases mal conjugadas (bem poucas), mas não é nada de mais.
Uma história bonita e marcante, destoando de boa parte dos outros contos do desafio.
Boa sorte no desafio e nos presenteie com mais obras,
Abraços.
Filipe ou Felipe? Não invalida em nada essa questão, somente um chamar de atenção para um pequeno detalhe. Um conto bem estruturado, amoroso, simpático, apesar de uma fera a exterminar de alguma maneira os incautos. Não se confirma a possibilidade dele, o javali, ser o autor dessas mortes. No final, apesar dos pedidos da curiosidade ser atendida, fica na mente do leitor muitas possibilidades do teor da carta. Um único senão é o fato dela não saber da morte do namorado, apesar de morar na mesma cidade e não haver contato entre eles logo depois da viagem dela para conseguir a bolsa de estudos.
A história é sobre o desencontro entre Filipe e Judite. E o javali? Quem foi o herói que finalmente conseguiu matar o bicho maldito? E por que o protagonista não quis esclarecer se o javali matara o pai e o irmão?
Olá, Mago Merlin
Resolvi adotar um padrão de avaliação. Como sugerido pelo EntreContos. Vamos lá:
Adequação ao tema:
Há um elemento da imagem-tema: o javali Bruxo.
Qualidade da escrita (gramática, pontuação):
Há um tanto por acertar: concordância, acentuação, etc.
Desenvolvimento de personagens, qualidade literária (figuras de linguagem, descrições, diálogos):
O personagem-narrador foi bem construído. O cenário, a vida no interior, pareceram-me críveis também. O restante dos personagens, o irmão, a namorada deste, etc., ficaram meio superficiais. Os diálogos foram bons.
Enredo (coerência, criatividade):
O conto é bonito, mas a história apresenta muitas coincidências convenientes: moribundo que dá a mensagem antes de morrer, carta que não se estragou em 20 anos de armazenamento precário, javali (highlander) com vinte e tantos anos de idade (javalis têm expectativa de vida na casa dos 10 anos, no máximo) e que morre justo no lugar onde o rapaz acha a carta.
O conflito, o mistério, foram muito fracos e/ou ficaram em aberto, deixando o leitor meio frustrado: Bruxo era talvez somente um javali mesmo, era o real matador do pai e do irmão do rapaz, o irmão deixou uma carta, mas o conteúdo não foi relevado, etc.
Abraços e boa sorte no desafio.
Bruxo (Mago Merlin)
Minhas impressões de cada aspecto do conto:
📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫): a história criada é boa e, apesar de ser contada muito à distância, sem narrar muitas cenas importantes, prende a atenção até o fim. No fim termina bem, mas sem grandes atrativos que marque: uma história singela, mas simples. A morte do javali, no ponto do texto onde foi narrada, perdeu força.
📝 Técnica (⭐⭐⭐▫▫): a narrativa em primeira pessoa é boa e os erros que anotei abaixo (para uma futura revisão) não incomodaram.
▪ a pontuação no diálogo precisa ser corrigida. Dê uma lida nesse artigo e veja se ajuda: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/5330279
▪ Papai tentando *caça-lo* (caçá-lo)
▪ ninguém conseguiu *mata-lo* (matá-lo)
▪ Me ofereci para *acompanha-lo* (acompanhá-lo)
▪ nome veio à minha mente *dois pontos* Bruxo
▪ liguei imediatamente *vírgula* disse quem eu era
💡 Criatividade (⭐▫▫): uma história como muitas outras.
🎯 Tema (⭐▫): tem apenas um javali (solto) e mais nenhum elemento da imagem.
🎭 Impacto (⭐⭐▫▫▫): acabou que o impacto não foi muito forte pelos motivos expressos na trama: a distância da narrativa me afastou dos personagens e não foi possível sentir a dor de Judite no final. Acredito que poderia ter focado mais na questão da vingança do protagonista e na agonia de morte do javali. Ali tinha uma boa oportunidade de impacto, mas que foi desperdiçada pelo local e forma em que foi apresentada.
EGO (Essência, Gosto, Organização)
E: “Judite, não desliga!”. É uma história bastante emotiva, mais cotidiana, com várias passagens resumidas, mas que dariam um belo romance. Para o desafio presente, faltou espaço para maior desenvolvimento da conexão. É fácil de acompanhar o protagonista, mas ele mesmo resume muitos fatos importantes. Talvez se o foco ficasse apenas num lugar só, o desenrolar do contexto seria melhor entendido.
G: Temos apenas o javali, meio coadjuvante, meio protagonista. Até achei que ele participaria mais. A história cativa, mas a essência geral da foto se perdeu um pouco. Se a carta fosse revelada ao fim, e contivesse maior ligação ao famoso animal, o efeito de ciclo fechado estaria melhor resolvido.
O: Uma escrita segura, mas que precisa verificar o uso e não-uso de vírgulas em certas partes.
Quando li o título, pensei que se tratava de um texto de Fantasia! Hahaha tive uma grata surpresa ao saber que Bruxo era o nome do javali do seu conto. Não que eu não goste de Fantasia, mas achei criativa a sua abordagem.
A narrativa em primeira pessoa é bem convincente, no início parecem mesmo memórias de uma criança de nove anos, algo meio inocente e despretensioso, recordando um passado que nem ele mesmo sabia a exatidão, criando um ar de mistério desde o início. O final é singelo, foi um conto simples e bem agradável de se ler, exceto pelos errinhos de revisão já apontados pelos amigos.
Adequação ao tema proposto: Baixo
Criatividade: Médio
Emoção: Gostei muito da história em si. Fiquei com um pequeno aperto no coração.
Enredo: O final ficou meio fraco. O desenvolvimento foi muito bom, assim como o início do conto.
Gramática: Os erros foram o ponto negativo do conto. Uma revisão solucionaria boa parte erros.
1. Tema: Adequação inexistente.
2. Criatividade: Boa. Protagonista perde pai e irmão supostamente mortos pelo javali que ronda a região onde moram.
3. Enredo: As partes estão bem distribuídas e a estória se liga tranquilamente.
Existem algumas incongruências na construção dos personagens, tais como, porque o Felipe deixaria uma carta com alguém pra entregar a sua amada, por que a teima em ir sozinho caçar o animal, por que o senhorzinho não falou da carta antes no enterro da mãe ou para a própria mãe, enfim, meio forçada essa situação, mas tudo bem, faz parte…
É uma boa estória.
4. Escrita: Uma revisão dá conta do recado. O estilo é bem lento, não sei se de propósito, talvez não. Mas o ritmo é cadenciado.
A coisa ficou boa com o surgimento da carta. Ahá … agora teremos uma reviravolta espetacular e o conto vai p o pódio (pensei).
Infelizmente, a inspiração não veio e jogamos o envelope fechado no colo da balzaquiana pra ela chorar um pouco lembrando da juventude.
5. Impacto: médio.
Narrativa lenta, que fala de pessoas cuja vida tinha sido consumida pela vingança. Deveria ter sido mais desenvolvido e de uma forma mais dinâmica porque não chega a prender o leitor, andando sempre às voltas com uma mesma situação. Gostei do facto de não havido confronto, no sentido tradicional do termo – a personagem não é mais do que um espectador distante que parece ter medo de interferir com a vida das outras personagens. Não encontrei grandes erros, mas a escrita deveria ter sido mais fluída.
Faltaram os elementos da imagem, exceto o javali. Tem uma parte que me deixou confuso, esta: “Talvez tenha sido um acidente, mas eu, na época com a idade de 7 anos, ouvindo aquelas histórias imaginei que o javali era mesmo um ser malvado, que tivesse empurrado meu pai para o precipício.
Agora, dois anos depois, o monstrengo estava de volta.”. O “agora” não caiu bem aqui. No mais, esperava mais da história, o que poderia ter sido melhor compensado na narrativa.
Forte Abraço
Oi Mago, eu gostei demais do seu conto!!! A estória, apesar de tiste, é muito bonita, pura, um amor não realizado, que no fim teve uma esplicação. Como uma romantica incurável que sou, eu amei o seu texto!! Até a curiosidade de saber o que a carta dizia contribuiu para eu gostar tanto. Revise-o bem. Parabéns e boa sorte!!
O QUE ESTAVA ESCRITO NA CARTA??? (rs rs rs brincadeira)
===TRAMA===
Muito bela, interessante e diferente. É uma trama grandiosa, que daria um bom livro, o que acabou por gerar aquela sensação de que ela foi “espremida” para caber no limite de palavras.
Não se engane: a história continuou muito boa, mesmo com esta sensação. Gosto até de pensar que o Javali poderia ser uma metáfora. O Bruxo poderia representar drogas ou bebida, ou algum outro problema que acabou levando o pai e o irmão do narrador. É bem provável que a sua intenção, ao escrever o conto, é que o Bruxo fosse mesmo um Javali literal, mas a “abertura” do conto para algumas outras interpretações dá um tom a mais no texto.
===TÉCNICA===
Falha. O texto carece de uma boa revisão. Há problemas de português e de pontuação. Isso acaba denotando um certo desleixo do autor, mesmo que não fosse essa a intenção.
Os diálogos são desprovidos de sentimento, muito “robotizados”. Por exemplo, a fala de Gregório, com câncer no esôfago, não difere em nada das outras falas do conto. Era de se esperar alguma descrição de dificuldades na fala.
Por fim, os acontecimentos ocorrem muito rapidamente, um atrás do outro sem preâmbulos. Isso é parte do problema que falei inicialmente: o conto tem ares de livro, e merece um espaço muito mais amplo para respirar.
Você me parece escrever bem. Existem boas frases no texto, além de boas descrições e um bom trabalho com o personagem principal. Acho que uma revisão minuciosa tiraria boa parte dos problemas do conto.
===SALDO===
Médio. Trama muito boa, técnica nem tanto.
Mago Merlin, infelizmente, a primeira coisa q notei no seu conto é q possui muitos erros de gramática e ortografia. Até o irmão do protagonista às vezes é Filipe e às vezes Felipe… “tijolos para serem cosidos” ao invés de “tijolos para serem cozidos”… Isso atrapalha muito a leitura, por isso sou sempre a favor de que os autores revisem seus textos antes de enviar para os desafios.
Sobre a trama, algumas observações:
Por que ele diz q um dos dias mais felizes da vida foi aquela pescaria no açude? Não acontece nada de tão feliz nesse dia. E, apesar do narrador dizer que aquele “também foi o dia em que antecedeu a uma desgraça”, e “Eu nem imaginava que dali a algumas horas, meu irmão também morreria por causa daquele javali”, a morte do irmão só acontece mesmo alguns dias depois, já que “Naquela mesma semana ele preparou um alforje com água e mantimentos, pegou a espingarda, munição e partiu”. Naquela semana, e não naquele dia…
Na primeira parte do conto, a voz narrativa é um tanto infantil, o que é aceitável para um garoto de cerca de 9 anos. Já na 2ª parte, o narrador assume uma voz mais adulta, o que seria aceitável para um adulto, 18 anos depois. Mas, a menos que fossem duas narrativas, ou 2 contos distintos, essa alternância na idade e maturidade do narrador confunde o leitor, já que trata-se do mesmo personagem. Pra mim pareceu descabido.
No final do conto fiquei em dúvida sobre qual a idade que Felipe (ou Filipe) tinha quando morreu. Como o irmão narrador é uma criança de 9 anos na ocasião, achei q Felipe (ou Filipe) deveria ter uns 13 ou 14 anos no máximo. Mas para estar namorando uma moça q já ia estudar em outra cidade e que o chamava para ir morar com ele, certamente era bem mais velho. Talvez vc devesse dar uma pista sobre isso ao leitor.
A imagem-tema do desafio só se faz presente no sonho de Felipe (ou Filipe), mas não contribui de forma alguma para a história que vc contou. Nada é mencionado sobre isso depois. Sendo assim, parece que foi encaixada ali a fórceps…
De qualquer forma, permaneci atenta à história durante todo o conto, o que é um fator positivo. Mas o final não trouxe a surpresa e a revelação que o leitor espera como arremate. Boa sorte!
Olá, autor. Sigamos com a avaliação. Trarei três aspectos que considero essenciais para o conto: Elementos de gênero (em que gênero literário o conto de encaixa e como ele trabalha/transgride/satiriza ele), Conteúdo (a história em si e como ela é construída) e Forma (a narrativa, a linguagem utilizada).
EG: A atmosfera é dramática. No fim é o amor que se apresenta como tema principal (irmão/irmão, namorado/namorada). A forma como essas relações são apresentadas são muito bem desenvolvidas. A imagem, no entanto, ficou como segundo plano.
C: Apesar de não ter a imagem como foco, tudo o que acontece na história tem um motivo. Cada acontecimento serve para que o personagem-narrador confronte sua própria existência, questionando os porquês de sua vida. Isso resulta em um final muito bem construído onde ele, de certa forma, se liberta de uma culpa que o acompanha por anos.
F: A escolha da primeira pessoa foi precisa, já que permite que o leitor faça um contato direto com o personagem-narrador. Suas dores e conflitos tornam-se mais reais e aceitáveis. A primeira parte (infância) combina forma e estilo com tanta competência que é possível ouvir a voz do narrador, ainda criança. Isso acabou criando uma expectativa de que, na segunda parte, o autor adotaria um estilo mais “maduro”. Isso, infelizmente, não acontece, mas o impacto não é, integralmente, danoso.
Seu conto tem uma fluidez ótima, e vc soube criar um texto bonito que prende a curiosidade do leitor até o final. Acho que não havia nenhum mistério a ser desvendado, apenas a imaginação de uma criança atribuindo poderes mágicos a um javali comum. No meio de tanto texto cheio de rebusques e segredos é muito bom encontrar um conto que é um verdadeiro alívio para a mente. Sem reviravoltas ou finais surpreendentes, o seu texto nos trouxe para o mundo infantil das fantasias e da vida simples. Gostei muito. Sorte no desafio.
Uma história comovente, dramática, a imagem-tema aparecendo parcialmente em sonhos e uma linguagem agradável, porém carecendo de uma revisão cuidadosa.
Os cenários estão bem construídos, os eventos vão acontecendo tão providencialmente que, em alguns trechos, a verossimilhança fica comprometida. O javali tão caçado, parece que morre é de velhice.
É um bom trabalho e a leitura foi interessante, apesar de trazer pouco impacto ao final. Parabéns pela participação. Abraços.
Um enredo bem legal e que mais bem trabalhado teria causado um efeito mais profundo em mim. Pena. A história é bonita e consistente, lamentavelmente me pareceu que seu tempo foi pequeno para a realização do conto. Por isto ele saiu com alguns problemas. Acho que valerá muito a pena, amigo, retomá-lo e torná-lo o Bruxo para o qual você o criou. Abraços.
Olá Mago, algumas observações para te ajudar a estruturar a sua história. Em determinados momentos, se caracterizou mais como uma narrativa, contando os fatos sem mostrá-los. Começa pelo começo, ele vai pescar com o irmão e narra como um dos dias mais “feliz” da sua vida, e em seguida joga a informação de que o javali, que andava naquela região, matou o pai deles. A felicidade inicial contrastou com o drama vivido pela família, tudo na mesma cena, e também o fato de que se o animal matou o pai deles naquela região, por que eles estavam ali pescando faceiros e correndo riscos? A coisa foi meio jogada, entende? Outra coisa, no parágrafo primeiro diz: “foi quando meu irmão me levou para pescar num açude que tinha perto de nossa casa, mas também foi o dia em que antecedeu a uma desgraça”, mas adiante diz: “Naquela mesma semana ele preparou um alforje com água e mantimentos, pegou a espingarda, munição e partiu”, parece que os tempos não estão bem definidos. Mas são pequenos detalhes, a questão maior é dar vida ao personagem, uma personalidade, algo que faça com que o leitor se importe em querer saber da vida dele, parece que ele funcionava no piloto automático. Não se avexe,é assim mesmo, são exercícios como esses que a gente extraí os melhores aprendizados, e nada melhor como uma história após a outra para a gente entender a magia da escrita. Abçs.
Achei mo conto médio. A leitura fluiu bem, mas, a estória não me fisgou. Imaginei que a trama seguiria para uma outra vingança, que o Bruxo seria caçado e morto pelo narrador. A estória da carta não me empolgou muito, não me emocionou. Boa sorte.
Olá, amigo, td bem?
Ah, que pena, faltou algo! Desculpa, mas fiquei numa super expectativa pra entender o mistério do Bruxo. Me senti meio decepcionado.
Mas vamos lá. O enredo foi bem interessante, me prendeu e gerou curiosidade, mas, como já falei acima, achei o desfecho um pouco abaixo do esperado.
A história é super bem conduzida e criativa.
Achei que faltou uma revisão mais apurada, notei alguns erros que não passariam despercebidos a um olhar mais atento. Por exemplo, o nome do irmão dele, às vezes aparece como Felipe, outra como Filipi.
Enfim, achei uma bela história, bem interessante e tramada, que merecia um desfecho mais interessante e surpreendente.
Boa sorte e parabéns!
Oi, Mago Merlin,
Gramática – Não notei erros e, se eles estão no texto, não atrapalharam a minha leitura.
Criatividade – Essa história de carta, vinte anos depois, para uma mulher, de alguém que morreu, me lembrou de O Pacifista, porque na história de John Boyne, o personagem, Tristan Sadler, vinte anos depois de voltar da guerra toma um trem para Norwich para entregar as cartas de Will, seu amigo, que morreu enquanto estavam combatendo. Enfim… Mas eu gostei de como tudo aconteceu, nesse caso do seu conto.
Adequação ao tema proposto – Está ok.
Emoção – É uma história bem construída, mas que não me provocou como leitora. Não existe algo mais forte, mais conflituoso, que me arrancasse alguma emoção mais surpreendente.
Enredo – Começo, meio e fim entrelaçados por momentos diferentes, bem amarrados.
Boa sorte no desafio!
Abraços!
Uma história simples e gostosa de acompanhar. Os erros apontados não me atrapalharam em nada na leitura. Só fiquei meia descrente quanto a idade desse javali aí. Mas foi um bom conto.
meus parabéns
boa sorte no desafio
É um conto bem simples, sem grandes pretensões, tornando uma leitura leve e agradável. Alguns erros gramaticais comprometeram um pouco da leitura.
O começo tem um certo ar infanto-juvenil que combina bastante com a idade do narrador. Em seguida, esse aspecto se perde em virtude do amadurecimento do personagem, mas desse momento em diante parece que faltou um pouco mais de emoção, de algo que me prendesse a leitura. Achei que isso se resolveria num provável reencontro com o javali, mas isso não aconteceu.
O título do conto podia ser um pouco mais expressivo, já que o Bruxo é o motivo da haver uma história para ser contada.
Não tenho certeza se o texto se adequou ao tema, pois apenas um elemento está presente, os demais foram ignorados.
Um conto simples e agradável. É uma pena que os erros gramaticais tenham passado, pois o leitor teria uma experiência melhor se tudo fosse correto.
Creio que faltou arriscar um pouco mais. O conto é bom, mas todos nós queremos escrever coisas ótimas, né? Para chegar nesse ótimo, mais arrojo seria necessário.
O protagonista acaba passando uma ideia de passividade. O irmão dele morre e ele não faz nada. Ele reencontra o algoz do irmão e do pai e não faz nada. Ele encontra um elo perdido com o irmão morto há 20 anos e não tem o ímpeto de ler a carta. As situações acontecem e vão levando o protagonista, e quando o protagonismo não é tão forte, a história acaba perdendo força.
Não entenda “força do protagonista” como uma mera busca por vingança; o protagonista poderia, por exemplo, ter visto o javali ferido e, ao invés de matá-lo ou deixá-lo para morrer, ter saído de lá com o bicho, para salvá-lo. Ao invés de indiferente, veríamos o protagonista como o melhor ser humano do mundo. (Confesso que, quando Judite disse que era veterinária, pensei que ele a levaria até a olaria para cuidar do javali kkkk)
Enfim, discorri tanto assim porque gostei da história e vi potencial para uma evolução. Espero não ter te aborrecido com meus comentários.
Boa sorte!
Gostei deste conto por conta da simplicidade da narrativa e da história. Nenhum obstáculo na leitura. Do tema só apareceu o javali, e nada do homem. Todavia, não vejo nisso um erro, uma vez que considero não precisar levar ao pé da letra a imagem temática. Não está perfeitamente escrito, há alguns errinhos, nada gritante. A única coisa que me frustrou foi não ter sabido do conteúdo da carta, o que, acredito, é precisamente o que mais prendeu nesta história. História esta um tanto dramática, um monte de gente querendo dar cabo do javali e no final ninguém apareceu reclamando a vitória. Mas isso é o que eu gostaria que tivesse acontecido.
Parabéns!
é um bom conto, mas que perde muito por causa dos erros de revisão. o erro de concordância logo no primeiro parágrafo já causa uma má impressão. mesmo assim, a história é bem contada, boa de ler e tem um bom final. não me incomodou o fato de não saber o conteúdo da carta. carece apenas de uma boa revisão. parabéns!
Olá autor! Você nos contou uma história comovente de amores não realizados e afeto entre irmãos. O javali é um coadjuvante e a imagem tema do desafio aparece dentro de um sonho. Acho que você deu uma roubadinha… De qualquer forma, sua história, embora um pouquinho arrastada por causa de descrições muito longas, está bem contada. A cena inicial entre os irmão ficou muito boa e a final, no café com Judite, também. O texto precisa de revisão.É isso. Boa sorte no desafio!
É pecado atiçar a curiosidade do leitor e não dar nenhuma pista sobre o conteúdo da carta hehehe… Um conto simples e linear, agradável e quase novelesco. Inovação não foi a preocupação, o Mago queria contar a trajetória de um caçula e assim o fez. Realmente, não percebi a inserção da imagem no conto – o javali aparece como um rápido antagonista – e os erros gramaticais que já foram apontados em outros comentários prejudicaram um pouco o andamento da leitura. No entanto,acredito que o autor teve sucesso no que pretendia.
Olá Mago. Já levou muita crítica pelas questões ortográficas e gramaticais e nada de novo tenho a acrescentar. Dentro dos restantes parâmetros de avaliação achei o seu conto médio em todos eles, excepto na adequação ao tema algo em que fica a meio caminho. Já aqui li melhores e piores contos em qualquer aspeto. A história lê-se bem e penso que poderia ter enriquecido alguns momentos chave, nem que para isso tivesse que sacrificar outros menos marcantes. Ter resgatado o seu ciúme infantil ao devolver o seu irmão Judite não compensa ficarmos sem saber o que dizia na carta. Tudo poderia ter residido na carta: algum segredo, estranha promessa, qualquer intenção desconhecida, não sei. Fiquei com a sensação de história incompleta. Que tal escrevê-la mais tarde, depois deste desafio, com uma trama mais centrada num dos personagens?
Olá autor/autora! 🙂
Obrigado por me presentear com a sua criação,
permitindo-me ampliar meus horizontes literários e,
assim, favorecendo meu próprio crescimento enquanto
criativa criatura criadora! Gratidão! 😉
Seguindo a sugestão de nosso Anfitrião, moderador e
administrador deste Certame, avaliarei seu trabalho — e
todos os demais — conforme o mesmo padrão, que segue
abaixo, ao final.
Desde já, desejo-lhe boa sorte no Desafio e um longo e
próspero caminhar nesta prazerosa ‘labuta’ que é a arte
da escrita!
Grande abraço,
Paz e Bem!
*************************************************
Avaliação da Obra:
– GRAMÁTICA
Um erro logo de cara, na apresentação da história, tirou um pouco da empolgação inicial da leitura. Porém, mesmo com erros acontecendo aqui e acolá, a leitura se fez fluida. Contudo, marquei alguns aqui para uma futura revisão mais detalhada: “Um dos dias mais feliz da minha vida…” , “Só não deixe ele se canse demais.” , Felipe/Filipe, “…havia tijolos para serem cosidos…”.
– CRIATIVIDADE
Boa a história. Talvez um pouco mais de acaso se fizesse necessário, pois tudo acontece certinho e em momentos críticos da história, como se o próprio Destino arrematasse os acontecimentos para que tudo ficasse (e soasse) perfeitinho. A história é interessante, tanto que lemos com vontade até o final, mas tudo acontece exatamente como, quando, onde e pelo tempo que deveria acontecer para a ideia fechar redondinha. Ou seja, faltou aquele sentimento de verossimilhança ao trabalho, algo que não acorresse — como tudo mais — no timing perfeito. Não faltou inventividade, mas faltou vida.
– ADEQUAÇÃO AO TEMA PROPOSTO
50%. Basicamente, o javali. Que, a propósito, está muito bem representado; a princípio, como vilão; depois, simplesmente como uma fera ferida.
– EMOÇÃO
Então… Como escrevi no quesito CRIATIVIDADE… Faltou “liga”. Sabe quando uma cozinha faz aquela massa de bolo cheia de ingredientes legais mas, depois de bater e bater e bater a massa, a mesma simplesmente não cresce. Pois é… O fermento aqui falho foi exatamente a naturalidade com que todos os fatos e acontecimentos são, simplesmente, narrados. Faltou trabalhar o lado psicológico; pelo menos o dos protagonistas. É uma história legal, bonita, cheia de acontecimentos marcantes na vida de qualquer um (morte do pai, morte do irmão pelo mesmo ‘algoz’ feroz/bestial, separação de jovens amantes, doentes terminais, carta de amor eterno perdida…) e elementos que poderiam/deveriam causar fortes emoções em quem lê a história, mas… Não deu “liga”. Não sei se o protagonista é Pisciano, ou algo do gênero… Mas o fato é que ele meio que joga (derrama, transborda, afoga…) água com açúcar em cima de cada um dos acontecimentos da trama. Ele acalma, aplaina, “apaga” as emoções todas da história, como aquele aparelhinho de flash do filme M.I.B., onde os agentes de preto apagavam da mente das testemunhas as cenas vistas e vividas pelas mesmas, para manter tudo no esquecimento, na mesmice, por baixo do véu morno do “whatever”… E isso é triste, pois Felipe-Filipe parece ser o oposto do irmão; Judite possuía um peso dramático enorme para ser aproveitado e sentido na trama; Gregório é como um importantíssimo ‘elo de ligação’ de uma corrente temporal capaz de unir Passado/Futuro de amantes… Até mesmo o porco do mato, o Bruxo, parece ao final ser um personagem mais marcante do que o próprio protagonista da história que, não à toa, ao final da leitura, nem ficamos sabendo o nome…
– ENREDO
Em retorno à cidadezinha do interior onde nascera, único representante ainda vivo (será que ele está vivo mesmo?) de uma família acometida por inúmeras tragédias descobre a existência de duas importantes relíquias sentimentais, resolvendo-as como quem espreme espinhas de um rosto sem expressão.
Fim.
*************************************************
PROVIDÊNCIA…. O texto mostra eventos lineares sem reviravoltas após a morte do irmão. As coisas acontecem bem certinho como por exemplo : o sujeito chega a tempo da confissão do moribundo. A carta fica enfiada numa fresta de parede abandonada por mais de vinte anos e não se estraga, não é roubada, cupins e traças não a devoram, o vento não a derruba, ela só fica amarela. O sujeito a encontra depois de tanto tempo, era a última lembrança do parente querido, mesmo sendo endereçada a outra pessoa , ele respeita e não a lê, muito responsável procura a mulher ingrata que foi embora da cidade e nem se preocupou em saber do passado . O javali vem morrer justo neste dia , ferido ,e mesmo assim ele encontra um atiçador que poderia perfurar o pobre animal já com idade muito avançada. Esta providência que vai acertando as coisas diminui a criatividade do conto… a imagem proposta pelo desafio não foi bem explorada, não que o autor deveria se prender a ela, mas acho que neste conto usou muito a liberdade.
Olá, Mago,
Tudo bem?
Quando li o pseudônimo, achei que o texto seria sobre o magia. No decorrer, descobri que não e, ponto para você, a sutileza do nome é maior, com a brincadeira com o modo o porco é chamado.
O enredo flui bem, demonstrando o talento de um ótimo contador de histórias. Uma narrativa leve, quase um recorte de parte da vida de seu personagem.
É necessária uma revisão. Mesmo eu, que bato nessa tecla o tempo todo, caí no desafio em erros que não percebi mesmo lendo e relendo meu texto mais do que muitas vezes.
Você conta a história de um rapaz que quer vingar-se de um porco que matou toda sua família. Uma premissa que pode parecer estranha, mas que, se olharmos para sua trama imaginando o porco como uma alusão ao mal que assolou a família, seja ele um psicopata, uma doença ou, simplesmente a morte mesmo, conseguimos visualizar o rapaz tentando entender-se a si mesmo, bem como à própria história. Tanto é que ele busca o passado e mata o porco.
Você tem o dom de transportar o leitor aos cenários criados e isso é muito bom.
Parabéns e boa sorte no desafio.
Beijos
Paula Giannini
Olha, o texto e muito gostosinho de ler, tem uns errinhos apontados já pelos colegas, mas a leitura é boa, sim, leve e firme.
Gostei dos personagens, mas faltou explorar justamente o impacto. As chances estavam ali, vc colocou as iscas e não as aproveitou.. poderia narrar a cena da morte de Felipe, ou se quisesse deixar em segredo, entao q se desvendasse depois como se deu a morte, se fora realmente o Bruxo.
O clichêzão da carta no leito de morte tb foi uma isca mal explorada, pq nesta carta deveria vir alguma revelação bombastica e nao veio.
Quando Judite lê a carta foi a ultima isca, q poderia ter gerado alguma comoção importante ali, mas terminou desta forma morna. Geralmente eu gosto de contos mornos, mas acho q este acabou mesmo foi esfriando..
Mas vc é boa(m) só falta explorar mais o texto.
Boa sorte, abração
O erro de concordância logo no começo deixa uma má impressão. O ritmo mais cadenciado dá impressão que a leitura vai ser arrastada. Felizmente o conto se revelou melhor do que eu esperava após esse início ruim. O ritmo cadenciado continua, mas sempre tem uma novidade – a caça ao javali, a carta, a busca por Judite, etc. e isso dá fôlego à leitura. A escrita não chega a brilhar, mas não compromete.
Não sei se entendi muito bem, mas achei um baita Deus-Ex o fato do javali estar ali bem na hora em que ele foi buscar a carta. A cena no café é muito boa e encerra bem a história.
Um bom conto.
– Um dos dias mais feliz da minha vida ali
>>> mais felizes
– foi o dia em que antecedeu a uma desgraça
>>> esse “em” sobrou
– Ainda ontem sonhei com ele. – disse Felipe
>>> o ponto final não deveroa existir nesse caso:
>>> – Ainda ontem sonhei com ele – disse Felipe
– Ficaria sem meu companheiro de aventuras
>>> Lembrei do Toddynho! 😀
– Havia outras sete mulheres chamada
>>> chamadas
– e marcamos um encontro num café, no centro da cidade
>>> comentando em quanto leio… aqui não pude deixar de pensar “vai pegar a namorada do irmão” 😀
>>> comentando depois de ler: errei! ahuahua
Abraço!
Olá, autor, tudo bem?
O título do conto não entregou o enredo, apenas despertou a curiosidade se a trama abordaria feitiçaria ou não.
O tema proposto pelo desafio foi abordado, mas não na sua totalidade, já que mencionou mais o javali do que o homem misterioso da mala. Mesmo assim, considerei cumprida a missão.
Há algumas falhas de revisão:
Um dos dias mais feliz > um dos dias mais felizes
caça-lo, > caçá-lo
acompanha-lo > acompanhá-lo
mata-lo > matá-lo
tijolos para serem cosidos > tijolos para serem cozidos
havia 9 mulheres > havia nove mulheres
sete mulheres chamada > sete mulheres chamadas
Também senti falta de algumas vírgulas pelo texto todo.
O ritmo do conto é bom, a história prende a atenção, mas vai perdendo a força pelo caminho e apresenta um final sem impacto.
Boa sorte!