EntreContos

Detox Literário.

A Dívida (Iolanda Pinheiro)

Gabriel acordou com um barulho de choro. Apanhou um candeeiro sobre a mesa e foi até o quarto da mãe para avisar que o caçula estava chorando, mas encontrou a cama vazia, assim como o resto da casa. O berço do irmãozinho ainda estava quente quando decidiu procurá-lo lá fora.

Saiu pelo corredor guiado pelo ruído que aumentava a cada passo. Abriu a porta de duas folhas, e olhou para o quintal.

A noite era toda silêncio e desolação. Nenhuma estrela, ou pio de coruja, nenhuma brisa que trouxesse alívio. Só aflição e um prenúncio de perigo.

Seguiu pelo caminho em declive. Havia chovido o dia inteiro e a areia molhada escorregava sob seus pés descalços. O céu nublado cobrindo as estrelas limitava toda a luz ao foco bruxuleante do candeeiro que trazia. Seus passos eram inseguros, e o vento ameaçava apagar a única luz no centro daquele breu.

Perdeu o equilíbrio quando chegou aos currais e se apoiou nas tábuas velhas da cerca para não cair. Quando se firmou novamente e elevou o lume para enxergar ao redor, viu um homem estranho se aproximando, saindo de uma vereda entre as árvores. Era alto e magro. Trazia sobre a cabeça um chapéu engraçado e óculos que lhe escondiam metade do rosto. Ao seu lado, encilhado por uma grossa corrente, trazia um animal que Gabriel imaginou ser um cachorro grande, com um focinho longo e chifres nas laterais.

– O Javali! – Gabriel estremeceu ao reconhecer o bicho e o seu dono.

O homem foi até a portinhola do chiqueiro puxando o imenso animal. O Javali estava inquieto. Farejava o ar e tentava se libertar da corrente. Então ele o soltou. Livre, o animal pareceu aumentar de tamanho. Com uma força que o menino não imaginava que ele possuísse, quebrou as tábuas do cercadinho e investiu sobre um pequeno animal deitado no fundo do terreno.

Em poucos segundos lhe rasgou a barriga e arrancou um dos braços. A pequena perna deu mais trabalho para ser partida, precisando puxá-la e sacudi-la entre as presas várias vezes até arrancar do corpo, produzindo um som misturado de ossos quebrando e pele sendo rasgada. O espetáculo sangrento causava uma forte náusea no garoto, mas foi só quando o monstro arrancou a cabeça da vítima e a jogou perto dos seus pés que a sensação de nojo se transformou em horror. Olhou para a pequena cabeça no chão e viu que havia acabado de encontrar o irmãozinho.

Desesperado, viu o homem virar em sua direção e avançar sobre ele. Gabriel tentava correr, mas não conseguia. Chorava e gritava o mais alto que podia, esperando que alguém aparecesse para salvá-lo. Sentiu a mão do estranho pousar sobre seu ombro e balançá-lo com suavidade.

– Acorde, Gabriel, acorde… A esposa colocou a mão em seus cabelos e fez um afago. Falava olhando diretamente para o rosto do marido para que ele conseguisse ler seus lábios. Gabriel era surdo desde os cinco anos.

– Foi o mesmo pesadelo? O do Javali?

Ele respondeu balançando a cabeça. Anna consolou o marido com um abraço e perguntou se ele queria um copo de leite quente com açúcar. O filhinho do casal dormia no quarto ao lado, alheio a qualquer perigo, e embalado pela música suave que só ele conseguia ouvir.

-xxx-

Vinte anos antes, Gabriel vivia com os pais em uma pequena comunidade de agricultores e criadores de gado, à curta distância de uma vila. O pai ia todas as semanas levar produtos do sítio para negociar, e às vezes, levava o filho.

A cada dois anos, no mês de julho, os sitiantes da sua cidade e das vizinhas promoviam a Feira da Colheita. Era comum vir gente de lugares mais distantes, forasteiros tentando ganhar dinheiro com a venda de tônicos ou apresentações artísticas.

Naquele mês o volume da chuva superou todos os outros. A força da água quebrou algumas barragens e derrubou árvores. A estrada de areia agora era um lamaçal que emperrava as carroças enquanto o aguaceiro encharcava os cestos com legumes e animais. A estrada lodosa cobrava o dobro do tempo para ser terminada, e as patas dos cavalos, resvalando no solo, faziam a marcha seguir ainda mais lenta.

Entediado com a lentidão da viagem, Gabriel se distraía olhando as carroças vizinhas. Dentre todas, uma se destacava pelas cores berrantes. Era uma carroça coberta, conduzida por um homem muito alto e magro, que vestia calças justas e  camisa larga de tecido brilhante. Por um breve momento as carroças se emparelharam. O estranho se virou para ele e sorriu acentuando seu queixo pontudo. Não havia nada de assustador no homem, mas Gabriel sentiu um medo sufocante, como de uma presa diante de seu algoz.

À medida que iam chegando, os visitantes se espalhavam pela cidade que fervilhava de gente, fedor e barulho. Gabriel e seu pai se afastaram do centro e o menino perdeu o estranho de vista.

-xxx-

A primeira criança a desaparecer foi Pedro. No dia de seu sumiço. o menino estava amarrando varais com bandeirinhas pelas árvores da praça a pedido do pároco local. Pedro vivia de bicos, esmolas e pequenos furtos. Estava esperando as carroças vindas para a feira quando viu o homem magro arrastando uma mala enorme. Enxergou ali uma oportunidade. Pulou do galho em que estava e caiu quase aos pés do forasteiro. Ficaram um instante se olhando em uma comunicação sem palavras, enquanto a chuva destruía um pouco mais o couro estalado da velha mala.

Pedro não chegara perto para fazer amizades. Estava faminto e só pensava em arrumar alguns cobres de qualquer um. O tipo lhe pareceu ingênuo. A vítima perfeita para seus pequenos furtos. Sem dar chance à recusa, foi logo se oferecendo para ajudar e metendo a mão na alça da mala. Largou as bandeirolas pelo chão e saiu acompanhando o estranho até uma espécie de tenda colorida em um local afastado.

O homem seguiu, acompanhado pelo pequeno mendigo, até chegar a uma tenda colorida, com figuras de crianças pintadas e costuradas no pano da entrada. Lá dentro, brinquedos de madeira,  vidros de vários formatos e tamanhos cheios de líquidos de cores variadas. Os dois se sentaram nas almofadas distribuídas sobre o tapete.  O forasteiro abriu a grande mala e tirou dela um objeto comprido e rutilante: uma flauta. O homem sorriu ao perceber o brilho nos olhos do garoto. Levou a flauta aos lábios e tocou a sua canção mágica, observando as reações do menino.

– Sua flauta está quebrada, senhor? Não ouço nada!

– Foi o que imaginei. Você tem mais de dez anos, não é? Seus ouvidos já estão muito velhos para a minha música. Mas não fique triste, tenho um presentinho para você – falou o flautista, estendendo uma taça com uma bebida azul.

-xxx-

No dia seguinte, a maior parte das barracas estava montada e os moradores locais também preparavam seus produtos para expor. Um pouco além dos limites da vila, a viúva Miranda torcia com destreza o pescoço da terceira galinha. Suas filhas gêmeas, sentadinhas ao redor da mãe, jogavam as penas das defuntas, já degoladas, em um saco de aniagem. A tarde avançava com rapidez. Miranda levou as galinhas limpas, evisceradas e desmembradas para a panela de barro sobre a trempe. Depois, foi banhar as filhas. Em pouco tempo, o ensopado espalhava uma fumaça branca pela casa. Era dia de quermesse, e as meninas, depois de arrumadas, esperavam as tortas ficarem prontas para acompanharem a mãe até a praça.

Enquanto observava a comida, ouvia o bulício das filhas correndo pela casa. Estavam impacientes, seria a primeira vez que ajudariam a mãe na feira. Miranda foi até o porão para pegar as ervas e verificar um porco que estava marinando na dispensa e demorou-se mais do que previa.

Quando subiu para a cozinha, viu que tudo estava em completo silêncio. A porta da rua fora deixada aberta e o vento entrava, balançando a toalha sobre a mesa.

-xxx-

Pedro acordou ainda entorpecido pela beberagem. Tentou se soltar das cordas que o prendiam sentado, junto a um poste de madeira, mas elas estavam tão firmemente atadas, que haviam ferido seus braços e barriga. Gritou, mas ninguém apareceu. Lembrava vagamente de como havia chegado ali, do homem magro, da tenda que parecia muito maior por dentro do que por fora, da garrafa com o líquido azul, e da flauta sem som. Suas feridas causadas pelo aperto das cordas estavam atraindo formigas que lhe mordiam a carne exposta. Estava a ponto de desmaiar quando ouviu passos se aproximando. Era o homem alto. Ficou quase aliviado ao ver o flautista novamente, mas ele não estava ali para soltá-lo. Ao seu lado, acorrentado pelo pescoço, um enorme javali farejava o odor forte do seu sangue.

-xxx-

Miranda correu até o quintal, chamando pelas filhas, e fazendo os vizinhos apareceram, atraídos pelos gritos. Formaram equipes e se espalharam por um raio que se estendia a partir da casa da mulher até o limite com a área urbana, margeando o rio. Somente um pescador havia visto as duas caminhando juntas. Falou que elas andavam com os olhos vidrados, que tentou detê-las enquanto avançavam para a parte funda da água, primeiro chamando seus nomes e depois entrando no rio para chegar até elas.

– Elas pareciam não me ouvir…

-xxx-

Durante aquela semana, muitas outras crianças se perderam: o filho caçula do padeiro, as sobrinhas de um sitiante, três das crianças criadas no mosteiro, meninos que zanzavam pelas ruas pedindo esmolas, crianças que vieram para a feira, e outras que sumiram sem que ninguém percebesse. A população se desesperava, os pais reclamavam com o prefeito, grupos investigavam em todas as casas, barracas, carroças, tendas… Nada encontraram. Suspeitos foram interrogados, mas não havia prova alguma, e logo todos foram liberados. Era questão de tempo para que desistissem das buscas e a cidade se vestisse de luto. Ao todo vinte e cinco crianças desapareceram, misteriosamente, naquele ano. Sem pistas, sem corpos, sem consolo.

A feira acabou acontecendo, mas com quase nenhuma participação dos moradores locais. Antes que o último dia chegasse, os comerciantes já levantavam suas tendas e colocavam o que sobrara de volta nas carroças, contabilizando os prejuízos.

Gabriel e seu pai iam e vinham com os cestos, as madeiras e os panos, colocando tudo de volta na carroça, pois partiriam naquela tarde. O movimento no início da estrada estava grande. A chuva, afinal, parara de cair, e agora, a estrada era um barro quebradiço que cedia sob as patas dos cavalos.

Antes que partissem o menino avistou o homem das roupas coloridas. Desta vez não estava com a indumentária de costume, mas usava uma sobretudo marrom que lhe chegava quase aos sapatos. Levava na mão esquerda um enorme javali acorrentado. Quando chegou perto, o homem parou junto ao menino e falou uma palavra. Gabriel ainda estava aprendendo a arte de ler lábios, mas lhe pareceu que o homem havia sussurrado a palavra “dívida”.

Assim que o homem se afastou, o garoto correu até o pai para mostrar aquela figura sinistra se afastando. O pai olhou, preocupado, para o menino e falou – Não há ninguém aí. Vamos embora, meu filho.

Até ficar adolescente, sonhou repetidas vezes com o javali devorando seu irmão, mas o sonho não fazia o menor sentido para ele porque Gabriel era filho único. Depois de alguns anos pensou que nunca mais iria sonhar, mas os pesadelos voltaram quando nasceu o seu primeiro filho. Felizmente, o menino não tinha herdado seu problema de audição.

Gabriel finalmente entendeu o significado da palavra “dívida”. Passou a vigiar o filho e a casa com atenção redobrada, mas ele e a esposa também precisavam dormir.

Durante as noites silenciosas, apenas o menininho ouvia o som de uma flauta mágica e reluzente, um som que o chamava para brincar com outros meninos e meninas. Então ele sonhava em ir ao encontro do homem que a tocava junto à janela de seu quarto. Cada vez mais alto, cada vez mais perto, cada vez mais irresistível.

 

Iolanda Pinheiro
 
A história foi inspirada no conto folclórico “O Flautista de Hamelin”.

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Texto atualizado em 16/07/2017

 

113 comentários em “A Dívida (Iolanda Pinheiro)

  1. iolandinhapinheiro
    16 de julho de 2017

    Valeu, Gustavo. Muitíssimo agradecida.

  2. Wilson Barros
    23 de junho de 2017

    Linda imagem. O começo é descrito tão bem que se torna terrível, dá até medo de dormir e ter o mesmo pesadelo, rsrs. Na verdade o conto é cheio de maldades bem descritas, o cara atado, narcotizado, crianças sequestradas… Esse flautista de hamelin é muito mais malvado que o outro, que apenas atraía as crianças. Esse aí manda o javali parti-las em pedaços. Ou se for o mesmo parece que os anos pioraram-no. O que às vezes acontece mesmo. Mas não sei realmente o tamanho da… dívida. Gostei muito dessa “releitura”, como chamam por aqui. No meu tempo chamava-se intertextualidade.
    No Flautista de Hamelin de Robert Browning (há uma tradução brasileira primorosa, para crianças, “O Flautista do Manto Malhado”), um dos ratos escapa, como Gabriel, um só, para contar a história. De qualquer forma, um conto muito inteligente e interessante, parabéns.

    • PURO VODU, apaixonado.
      23 de junho de 2017

      Poxa! Quer casar comigo? Adorei a sua crítica e os elementos que trouxe, para mim, dentro dela. Acho que você, tanto quanto eu, ama contos de terror, e aprecia cada pequeno e perverso detalhe que o autor insere nele. Imagino que vc vai ser o último dos comentaristas aqui, e quero dizer que o seu comentário lacrou o meu desafio com lacre da nobreza da Dinamarca, rsrs. Um grande abraço em ti.

  3. Daniel Reis
    23 de junho de 2017

    (Prezado Autor: antes dos comentários, alerto que minha análise deve se restringir aos pontos que, na minha percepção, podem ser mais trabalhados, sem intenção de passar uma crítica literária, mas uma impressão de leitor. Espero que essas observações possam ajudá-lo a se aprimorar, assim com a leitura de seu conto também me ajudou. Um grande abraço).

    A Dívida (Puro Vodu)

    ADEQUAÇÃO AO TEMA: existe e é extremamente importante para a história. Ou seja, a história depende da imagem.

    ASPECTOS TÉCNICOS: gostei da ambientação, ainda que não exagerada, de uma comunidade medieval. A ilustração, pelo menos, entregou esse ponto. Quanto à narrativa, percebe-se que o autor tem um talento especial pelo suspense e o terror.

    EFEITO: Ainda alguns aspectos (sobre se era real ou não) me escaparam à compreensão. Mas não sei se foi falta de clareza ou distração do leitor.

    • PURO VODU, apaixonado.
      23 de junho de 2017

      Que bom vc ter gostado. Gosto muito de vc e do que escreve, então fico muito feliz com a sua opinião favorável. Valeu, cara. Abraços.

  4. Raian Moreira
    22 de junho de 2017

    O conto e ótimo, mas peca pelo fato de ter muitos personagens numa estória pequena.
    oxi, que triste uai, só as crianças viam os assassinatos.
    A estrutura do conto não foi das melhores, mas passa batido.
    A trama tem inspiração no flautista de Hamlet ? Tem algumas referencias, pelo menos acho que são.
    Criatividade é um assunto indiscutivel, é 10/10.

    • PURO VODU
      22 de junho de 2017

      Oi, menino. Foi inspirada no flautista sim. Eu quis criar personagens (as crianças) para que as pessoas que lessem o conto torcessem por elas. Então eu contei um pouco das suas histórias (Pedro e as Gêmeas). Mas seria melhor desenvolvido em uma historia mais comprida, concordo com vc. Adorei o “oxi” depois te explico o porquê. Abraços.

  5. Wender Lemes
    22 de junho de 2017

    Olá! Para organizar melhor, dividirei minha avaliação entre aspectos técnicos (ortografia, organização, estética), aspectos subjetivos (criatividade, apelo emocional) e minha compreensão geral sobre o conto. Tentarei comentar sem conferir antes a opinião dos colegas, mantendo meu feedback o mais natural possível. Peço desculpas prévias se acabar “chovendo no molhado” em algum ponto.

    ****

    Aspectos técnicos: não encontrei problemas de revisão dignos de nota. A organização em diversas perspectivas chega a confundir um pouco – funciona como um quebra-cabeças, que só faz sentido com a concepção do todo. A estética tende um pouco ao terror, embora não seja exatamente o terror “contemporâneo”. Está mais para o terror repreensivo dos tempos em que a oralidade ainda governava mais que a escrita.

    Aspectos subjetivos: o apelo emocional do conto se constrói na tensão que o desconhecimento dos detalhes proporciona. As imagens vão chegando como películas, dando a entender a existência de um elo, mas esse elo só é exposto ao final.

    Compreensão geral: compreendi a releitura do Flautista de Hamelin, dos pais que perdem a criança pela dívida que se recusaram a pagar. Entretanto, um detalhe escapou à minha leitura (ou ele não foi realmente dito): qual o serviço prestado para que se criasse a dívida? Essa informação me fez falta, ainda que não tenha ferido a apreciação do conto.

    Parabéns e boa sorte.

    • PURO VODU
      22 de junho de 2017

      Amei o seu comentário. Eu tenho uma tendência a escrever com um estilo mais para o antigo, acho charmoso, e acabei me habituando, então é difícil me libertar dele. Finalmente alguém entendeu que a história é um quebra-cabeças e vê beleza nisso, não sei se você chegou a assistir um filme chamado Short Cuts, onde as histórias se entrecruzam, o objetivo foi seguir este caminho. Quanto à sua dúvida, a dívida era de Gabriel. O flautista queria pegar Gabriel, era a criança que ele mais queria pegar, mas, como Gabriel era surdo, ficou imune ao feitiço da flauta. Então o flautista foi cobrar a dívida levando o filhinho de Gabriel, vinte anos depois, porque o menino escutava. É isso. Um grande abraço para vc e volte sempre.

  6. Rubem Cabral
    22 de junho de 2017

    Olá, Puro Vodu.

    Resolvi adotar um padrão de avaliação. Como sugerido pelo EntreContos. Vamos lá:

    Adequação ao tema:
    A adequação foi total: homem, mala, javali.

    Qualidade da escrita (gramática, pontuação):
    O texto está bem escrito, em linhas gerais. Vi pequenos erros somente, feito vírgulas faltantes e um de concordância verbal.

    Desenvolvimento de personagens, qualidade literária (figuras de linguagem, descrições, diálogos):
    O personagem Gabriel, que escapou com sua surdez desta versão mais mórbida do Flautista de Hamelin, foi bem construído, com seus pesadelos e fobias. Outros personagens, como o Pedro, pareceu-me só entrar para a contagem de corpos. Os diálogos foram bons, boas as descrições tbm.

    Enredo (coerência, criatividade):
    Acho que o excesso de cortes prejudicou o ritmo do conto. O enredo é bom, embora não seja lá tão criativo inspirar-se num conto de fadas. A coerência da história faz-se presente ao final, quando compreendemos a “dívida” e como ela será paga.

    Obrigado pela leitura e boa sorte no desafio!

    • PURO VODU
      22 de junho de 2017

      Muito obrigado, Rubem. Gosto de comentários como o seu. Foi um prazer ser avaliado por vc e ver que apontou com exatidão os erros que o conto tem. Valeu.

  7. Leo Jardim
    22 de junho de 2017

    A Dívida (Puro Vodu)

    Minhas impressões de cada aspecto do conto:

    📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫): acabou ficando um pouco confusa por causa da estrutura um tanto errática. Demorei a entender qual seria a dívida, mas depois saquei que ele não foi atraído pelo homem porque essa surdo e ele provavelmente estava cobrando alguém por causa disso, como um filho pequeno. A trama é boa, só precisa ser melhor distribuída mais bem e apresentada.

    📝 Técnica (⭐⭐▫▫▫): o autor sabe escrever cenas, mas infelizmente cometeu alguns erros que dificultam a compreensão da trama. Corrigindo essas coisas, o texto ficará melhor.

    ▪ fervilhava de gente *vírgula* fedor e barulho

    ▪ Pedro estava amarrando varais (que Pedro? O autor mudou o personagem sem nos explicar melhor isso. Quando um novo personagem é apresentado, o ideal é não dar nome a ele logo, pois estávamos acompanhando a história de Gabriel e, de uma hora pra outra, aparece um Pedro. Isso seria resolvido com “um menino que andava por ali” e mais na frente dar nome a ele)

    ▪ Pedro já estava amarrado no poste *há* alguns dias (havia) –> essa cena depois se repetiu mais abaixo

    ▪ Antes que partissem *vírgula* Gabriel avistou o homem

    💡 Criatividade (⭐⭐▫): acho que faltou explicar melhor a origem e os objetivos desse homem que enfeitiça crianças com a flauta e dá para o javali comer. É uma ideia interessante, mas precisa de melhor desenvolvimento.

    🎯 Tema (⭐⭐): apesar do homem ter mudado de roupa sem nenhum motivo, não descontei pontos por isso.

    🎭 Impacto (⭐⭐⭐▫▫): por causa da confusão, o impacto acabou reduzido, mas me fez ficar pensando após o texto e acabei encaixando algumas peças. Se eu soubesse mais a origem e os objetivos do homem do javali, acho que o impacto aumentaria.

  8. Thiago de Melo
    22 de junho de 2017

    Ola amigo Vodu,

    Muito legal o seu conto. Achei uma leitura fluida e com um bom ritmo. A imagem que vc escolheu me fez entender que sua história se passa no período medieval. Esse é um dos meus lugares favoritos, obrigado por me levar pra lá.
    Confesso que me perdi um pouco com os nomes pra lembrar quem era o Gabriel, o Pedro, e os outros. Também senti falta de um pouco de diálogo. Ler uma história sem diálogos me dá a impressão de estar assistindo a um filme mudo: eu vejo tudo o que está acontecendo, mas não entro totalmente na narrativa.
    As diferentes perspectivas também confundiram um pouco, mas nada demais.
    Resumindo, foi uma boa história e a inspiração no Flautista de Hamelin também ficou legal. Parabéns.

    • PURO VODU
      22 de junho de 2017

      Agradeço, Thiago. Sua opinião é muito importante.

  9. Pedro Luna
    21 de junho de 2017

    Gostei do conto. Porém, algumas coisas incomodaram. Nesse ano li vários livros intercalando cenas, espaços temporais, e me acostumei ao estilo, mas aqui acho que foi exagerado. As cenas de Pedro, por exemplo, não acrescentaram muita coisa a não ser um pouco de confusão. Se ele tem um papel fundamental na história, eu sinto dizer que não ficou claro. Além disso, talvez não seja a melhor escolha técnica para contos curtos esse tipo de condução. A graça da trama é mesmo Gabriel e sua característica especial que o protegeu do triste fim, ainda bem que o autor retornou a ele no fim do conto. Enfim, é isso, achei um conto bom, mas um pouco florido demais. Simplicidade aqui teria caído melhor. Mas realço que gostei, desculpe a rabugice.

    • PURO VODU
      21 de junho de 2017

      Sem problemas, Pedro. Se, com todos os defeitos, você ainda gostou, acho que tá tranquilo. Abraço.

  10. Victor Finkler Lachowski
    19 de junho de 2017

    Olá autor/a.
    Seu conto é criativo e bem escrito, a narrativa não é o ponto alto, vários trechos ficam confusos. Acho que envolver tantos personagens e situações no conto atrapalhou, deu o aspecto de resumo.
    O ponto alto é a criatividade e, apesar dos problemas de narrativa, a escolha de palavras é boa e conduz a história.
    Um bom conto, mas que pode ser aprimorado.
    Boa sorte no desafio e nos presenteie com mais obras,
    Abraços.

    • PURO VODU
      20 de junho de 2017

      Gracias.

  11. Luis Guilherme
    19 de junho de 2017

    Ola, amigo, tudo bem por ai??

    Primeiramente, desculpe pelos prováveis erros de digitação, odeio digitar no cel.

    Vamos la: adorei o enredo! Me prendeu, eh criativo e curioso. Mesmo sendo de certa forma previsível (nao entenda como uma crítica) , consegue ganhar a atenção, pois a historia eh bem leve e super bem desenvolvida. Nao notei erros graves de gramatica, uma coisa ou outra.

    Gostei bastante do desfecho. Achei que concluiu bem o mistério em torno do homem colorido. Pelo visto, por ser surdo o rapaz escapou do encanto, mas mesmo assim sofeu uma certa influência que passou mesmo para seu filho. Bem bolado!

    Enfim, história bem legal e agradável, numa boa estrutura.

    Parabens e boa sorte!

    • PURO VODU
      19 de junho de 2017

      Olá, bicho! Bom que gostou. Daqui a uns quatro dias vc vai ter uma surpresa. Abraço.

  12. M. A. Thompson
    19 de junho de 2017

    Olá!

    Usarei o padrão de avaliação sugerido pelo EntreContos, assim garanto o mesmo critério para todos:

    * Adequação ao tema: boa.

    * Qualidade da escrita (gramática, pontuação): nada que tenha atrapalhado a leitura.

    * Desenvolvimento de personagens, qualidade literária (figuras de linguagem, descrições, diálogos): este conto poderia ter sido mais compacto, porém é gosto pessoal.

    * Enredo (coerência, criatividade): criatividade acima da média entre os participantes do Desafio.

    De um modo geral foi um bom conto e valeu a leitura.

    Parabéns e boa sorte no Desafio!

    • PURO VODU
      19 de junho de 2017

      Adorei esse trem de acima da média. Emocionei, chapa. Valeu.

  13. catarinacunha2015
    19 de junho de 2017

    INÍCIO com pesadelo sempre funciona. Gosto de títulos que salientam um detalhe importante no conto. No entanto o pseudônimo direciona para uma interpretação fechada de um conto aberto. A TRADUÇÃO DA IMAGEM grotesca, mas bastante convincente.
    Um conto de terror com um bom EFEITO de suspense infinito.

    • PURO VODU
      19 de junho de 2017

      O Pseudônimo não tem nada a ver com o texto, é só uma gracinha por causa de um episódio de “Todo Mundo Odeia” o Chris. Obrigado pela leitura e comentário. Já estava me perguntando porque vc ainda não havia aparecido.

  14. Antonio Stegues Batista
    16 de junho de 2017

    A escrita é muito boa, a estrutura, enredo. Gostei da mistura do conto dos Irmãos Grimm (interpretação) e dos elementos da imagem-tema. A imagem que ilustra o conto também casou bem com o assunto, ali está o homem da flauta e uma criança, perfeito, embora faltando o javali, a flauta ta lá, amarrada na perna esquerda. Também notei alguns errinhos de digitação que não tiram o valor da obra.

    • PURO VODU
      16 de junho de 2017

      Olá. Obrigado, amigo. Gostei muito do seu comentário. O javali do conto ficou triste porque vc não lembrou dele. Ele aparece três vezes no texto. A primeira no pesadelo do Gabriel, a segunda quando vai devorar o Pedro, e a terceira no encontro com Gabriel, quando o flautista fala da dívida. Um grande abraço.

      • PURO VODU
        16 de junho de 2017

        Desculpe, Antonio. Agora que percebi que vc estava falando da figura escolhida para ilustrar o meu conto. rsrsrs. Desconsidere a tristeza do meu javali, ele está sorrindo, novamente.

  15. Bia Machado
    16 de junho de 2017

    Desenvolvimento: Gosto de contos de terror, ainda mais de terror psicológico. Embora no começo tenha aquela cena da criança, ai que nervoso… Mas a cena não se mostra gratuita no decorrer do texto, o que me deixou apreensiva por ter sido um sonho. Gostei das idas e vindas da narrativa, mas confesso que não foi fácil me organizar nesse monte de informação, talvez pelo espaço disponível ser pouco, faltou organizar mais, um tantinho que atrapalhasse menos o leitor. Lembro de um filme antigo do Flautista de Hamelin ao qual assisti, eu era menina ainda. Achei interessante o uso do mesmo recurso aqui, mas assim, já no final, explicando o que tinha a ver com Gabriel e a relação com o fato de ele ser surdo, por isso não teve o mesmo destino que os outros… Faltou isso para ser perfeito seu texto no que ele se propõe.

    Personagens: Gabriel me cativou, um ponto a favor. Já os outros, pela brevidade, foram apenas coadjuvantes, mas que se prestaram ao que era necessário. Esse é daqueles contos sobre o qual a Claudia deve ter dito: “Não poupou criancinhas!”

    Emoção: Gostei, gosto de contos nesse estilo, por mais que eu sofra depois, imaginando: que será do filho do Gabriel? Desde já estou sofrendo, rs.

    Tema: Para mim está adequado, da forma mais sinistra possível.

    Gramática: Nada que tenha se sobressaído ou atrapalhado a leitura. Parabéns pelo trabalho!

    • PURO VODU
      16 de junho de 2017

      Olá, Bianca. Sou novato aqui, mas sempre fico feliz vendo você comentar meus conto, rs. Devo estar mentindo, mas isso faz parte de esconder minha real identidade. Pois bem, você foi muito generosa em sua análise. Eu vi a profusão de erros do meu conto, mas ou eu jogava assim mesmo, ou nem participava do concurso.

      Do que vc escreveu, eu só não entendi este trecho: “Lembro de um filme antigo do Flautista de Hamelin ao qual assisti, eu era menina ainda. Achei interessante o uso do mesmo recurso aqui, mas assim, já no final, explicando o que tinha a ver com Gabriel e a relação com o fato de ele ser surdo, por isso não teve o mesmo destino que os outros… Faltou isso para ser perfeito seu texto no que ele se propõe.” Vc acha que as pessoas não entenderam que, pelo fato do Gabriel ser surdo, ele se livrou de ser atraído pela flauta do assassino? Se vc puder me explicar, eu vou agradecer muito. Ao final das análises vou fazer a tão merecida revisão, e tudo o que me for sugerido vai ajudar muito nesta composição.

      No mais, só tenho a agradecer. Um grande abraço do amigo P.V.

      • Bia Machado
        16 de junho de 2017

        Olá! No frigir dos ovos, quis dizer que fiz essa relação só mais para o final. Talvez fosse interessante explorar esse aspecto desde o começo. Opinião minha, mas claro, só sugestão. Da forma como está, eu gostei. Sobre os errinhos que não apontei, é porque não me atrapalharam a leitura, foi coisa insignificante e que já deve ter sido apontado aqui pelos colegas. Vai ver a leitura foi tão interessante que nem me atentei para questões gramaticais. 😉

  16. Elisa Ribeiro
    14 de junho de 2017

    Olá Autor! Conto sinistro.Pelo que entendi, você fundiu o flautista de Hamelin com o sujeito do javali. Houve o episódio de rapto das crianças na cidade, o Gabriel se safou porque era surdo e ficou com a tal dívida que será paga com o filho do Gabriel que não herdou-lhe a deficiência. Belo argumento e enredo. Você mostrou uma ótima pegada para o terror. A cena do sonho com a criancinha estraçalhada, o sumiço das crianças e o suspense no final ficaram bacanas. A repetição de um parágrafo é um sinal inequívoco de falta de revisão do texto. Algumas repetições de palavras também. Finalizo dizendo que é um bom texto ao qual uma dose extra de suor para arredondar as tramas paralelas, a transição das cenas e a linguagem fará muito bem. Boa sorte no desafio! Abraço.

    • PURO VODU
      15 de junho de 2017

      Olá, companheira Elisa. Que bom que gostou. Vc deduziu tudo certinho, sim. Quando for revisar o conto, farei as modificações necessário. Obrigado.

  17. Brian Oliveira Lancaster
    14 de junho de 2017

    EGO (Essência, Gosto, Organização)
    E: Uma boa construção de tensão, com um final arrepiante. As divisões caíram bem, apesar de fazer o leitor se esforçar em entender a troca de protagonistas em certos momentos. Uma atmosfera de terror psicológico, aliada à uma camada de tempos antigos.
    G: O suspense cativa. Contudo, quase que o autor escorrega no calcanhar de Aquiles de “tudo era um sonho”. A introdução dá essa impressão. Felizmente, a história se mantém coerente após esses eventos e nos carrega pela mão até o final – o qual nos deixa pensativos (e com o coração na boca), pois não sabemos se aquilo é real ou não.
    O: Tirando um ponto final que faltou e algumas vírgulas, o texto flui muito bem. Só trabalharia melhor a questão de pontos de vista, pois houve quebras repentinas de cenário.

    • PURO VODU, Encantado.
      14 de junho de 2017

      Olá, Sr. Brian, como vai? Agradeço pela leitura e apreciação do meu conto. Reconheço os problemas apontados e fiquei muito feliz de que você tenha captado os pontos positivos do conto. Estes estilo “short cuts” de criar histórias tem sido um estilo que eu venho desenvolvendo há alguma tempo. Gosto de criar subtramas que convergem para um desfecho único. A opção pela não linearidade, realmente, atrapalha os leitores, que, como se vê neste certame, têm que ler sessenta e um contos e comentar o próprio, e isso acaba gerando leitores com pressa. Na próxima não vou deixar para escrever no último dia e vou trabalhar melhor estas ligações para que a história fique menos dolorosa. Um grande abraço.

  18. Cilas Medi
    13 de junho de 2017

    Colocação da vírgula: …. sentado a um poste de madeira mas elas estavam (madeira,)
    Um bom conto, algum mistério, mas me pareceu confusa a construção dos vários fatos e atos dos personagens. Cumpriu o compromisso do desafio.

    • PURO VODU
      19 de junho de 2017

      Muito agradecido por vc ter achado um bom conto. Sei que precisava de uma semana mais de prazo para entregar um conto decente, mas foi o que deu para fazer. Observando como é criterioso, fico satisfeito em ver que gostou do meu. Abs.

  19. Lee Rodrigues
    13 de junho de 2017

    Caro escritor, não tive dificuldades no que tange ao entendimento do seu conto, digo até que o título enlaça muito bem o final.

    Gostei muito da sacada da surdez e de ver como você trabalhou uma deficiência como benção, e melhor seria – para Gabriel – que tivesse passado para seu descendente.

    A escrita é charmosa, consegue imprimir boas imagens, o que talvez não tenha favorecido o autor foi o limite de palavras, pois, nem todos os personagens foram trabalhados de forma a se tornarem indispensáveis na trama, creio que não foi por falta de habilidade. Acho que você queria dar mais, mas não pôde, e mesmo com toda a boa intenção, isso acabou nublando um pouco o enredo.

    Gostei muito da fonte que bebeu, e da variação que atribuiu, tornando-a mais sua do que do flautista. Aqui, nesse certame, tem um participante ranzinza – não é o Fabio Baptista –, o Gilson Raimundo, ele tem um conto chamado “Foi como em Hamelin”, e por ter gostado muito, acabei lendo o seu lembrando do dele, não como comparativo, ambos se distanciam na narrativa e ele teve a liberdade de ser mais fiel à fábula, você tinha um Javali e ele é bem maior que ratos. rs

    • PURO VODU, macho demais
      13 de junho de 2017

      Boa tarde, Srta. Lee. Agradeço a gentileza da visita e o donaire nas palavras. Logo se vê que a senhorita é versada nas letras e nas ciências ocultas, rs. Concordo com tudo o que falou, acho que vou acabar transformando o conto num romance, aí poderia criar tramas e subtramas interessantes e com a profundidade que os personagens merecem ter. Muito agradecido e toda a sorte neste certame.

  20. Felipe Moreira
    12 de junho de 2017

    A melhor parte do texto é a escrita. Não sei se cabe dentro de um limite pequeno tantas perspectivas de uma mesma história, além, é claro, dos saltos no tempo. Por isso me soou um pouco confuso e só pude entender algumas partes depois de verificar suas respostas nos outros comentários. Muito fez sentido depois de remoer. Mas valeu muito a pena ler os textos no desafio que escapam um pouco do usual.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

    • PURO VODU
      19 de junho de 2017

      Obrigada, Felipe. Gosto disso de escapar do usual. Fiquei feliz.

  21. juliana calafange da costa ribeiro
    12 de junho de 2017

    Caro Vodu, gostei do seu conto. Vc escreve muito bem, a leitura flui sem entraves e mantém o leitor atento à história. A ambientação que vc cria é boa e os personagens, apesar da limitação de palavras imposta pelo desafio, são bem construídos. Porém, faço algumas criticas com relação ao enredo. Algumas coisas, como esse número de 25 crianças desaparecidas, q achei muito grande pra uma cidade pequena. Teria sido uma calamidade noticiada em todo o país! Quanto ao final, entendi que a “maldição” do pesadelo de Gabriel passou para seu filho, mas não entendi por que, nem qual a “dívida” sussurrada pelo homem misterioso, e que é o título do conto. A presença do javali e o porquê dele devorar as crianças, tudo isso fica muito confuso e o leitor termina sem entender bem o que vc quis dizer com a sua história. Sabe, às vezes as coisas estão tão claras na cabeça do autor, que ele não consegue perceber as pistas que deixou de dar ao leitor pra tornar seu conto inteligível. Então pra quem escreve está claríssimo, mas para quem lê não. Não dá pra ficar explicando depois, tudo tem que estar no conto, o conto deve ser uma obra completa. Desejo boa sorte no desafio!

    • PURO VODU, o irresistível e sensual
      12 de junho de 2017

      Srta. Calafange. Inicialmente pelos elogios feitos a mim e ai meu conto. Muita gentileza sua. Quanto ao resto, eu concordo com vc que não se deve ficar explicando um conto, pois o texto tem que trazer todas as respostas.

      Mas, no meu ponto de vista, as respostas estão todos lá, talvez as pessoas fiquem com dúvidas porque as pistas que dou só sirvam para pessoas que, como eu, tiveram acesso a livros de contos de fadas, e assim conheçam muitas histórias como aquela em que me baseei, mas eu não teria como saber se os leitores conheciam ou não o Flautista de Hamelin, que até então, para mim, era um conto conhecidíssimo.

      Quanto à história de terem sido vinte e cinco crianças, acho que uma cidade, ainda que pequena tenha, por baixo, umas duzentas crianças. Sobre ser noticiada em todo o país, a história se passa num tempo muito antigo, em que as pessoas usavam candeeiros para iluminar os caminhos e carroças para se locomover, não acho que teriam meios para espalhar a história do sumiço das crianças em rede nacional e em pouco tempo, concorda?

      E as pessoas da cidade não puderam fazer nada porque nem conseguiam ver o flautista ou ouví-lo, como as crianças podiam. Por fim.

      A dívida foi pelo Gabriel ser surdo e ter escapado do feitiço da flauta. O flautista entendeu que Gabriel ficara devendo uma criança, então decidiu pegar o filho dele, que não era surdo como o pai. O Javali era o animal do flautista, e como ele não queria o menino Pedro, então deu o garoto para o javali se alimentar.

      Há coisas que o escritor deve escrever, e outras ele dá elementos para que o leitor deduza. É um jogo. Abraços.

      • PURO VODU, o irresistível e sensual
        12 de junho de 2017

        Digo: Agradeço, inicialmente…

  22. Afonso Elva
    11 de junho de 2017

    Conto interessante, elementos ocultos agregam um charme ao texto. É estranho o fato de 25 crianças terem sumido, acho um exagerado ´para uma cidadezinha. Além do que, isso despertaria uma fúria gigantesca, por parte dos moradores, e repercussão absurda, o que não aprece no conto. Talvez 3 crianças fosse o suficiente. Este foi o único ponto que me incomodou.

    • PURO VODU, O NOVATO
      11 de junho de 2017

      Olá, Sr. Elva. O fato é que o flautista do meu conto era uma criatura sobrenatural que só era visto e ouvido por crianças. Por isso ele ficou impune. Não poderia ser visto, encontrado, preso ou morto. E não envelhecia. Esperto tê-lo ajudado.

  23. Fabio Baptista
    11 de junho de 2017

    Na minha opinião, com exceção a alguns lapsos na revisão, o conto está muito bem escrito. Consegue ambientar as cenas com grande habilidade, dando detalhes sem deixar o texto cansativo.

    A trama começou muito bem, com uma cena de horror bem narrada, que se revelou pesadelo na vida adulta. Nesse ponto, pensei que eram lembranças e que o plot seria focado em Gabriel adulto lidando com esses fantasmas do passado. Depois concluí que era só pesadelo mesmo. E depois depois, fiquei com a sensação de que era um sonho premonitório e o irmão era na verdade o filho.

    Enfim… acredito que o ponto fraco do texto não foi nem tanto a fragmentação, mas a falta de foco. Pedro, por exemplo, só aparece para confundir as coisas. Fiquei um bom tempo achando que ele era o irmão, mas depois notei que era só uma história paralela, descrevendo o destino das crianças desaparecidas.

    No final, ao mencionar a flauta, confesso que pensei “que porra de flauta é essa, meu Deus do céu???”. Eu não me lembrava se o conto já tinha feito alusão a isso, mas, se fez, não foi muito marcante e me deixou meio perdido. Claro… agora, ao ler os comentários, percebo que foi ignorância minha, por não conhecer a história do flautista.

    No geral, um bom conto, muito bem escrito, mas que pecou pela falta de foco.

    – lugares mais distante
    >>> distantes

    – sentiu um arrepiou
    >>> arrepio

    – junto à sua janela de seu quarto.
    >>> tiraria o “sua”

    Abraço!

    • PURO VODU, O NOVATO
      11 de junho de 2017

      Sou novo aqui, mas antes de mandar o conto fiz uma rápida investigação sobre os comentaristas. Meus detetives mandaram que eu me prepararasse psicologicamente para enfrentar a sua opinião, mas, lendo agora, depois de muito refletir, eu até acho que você gostou. Estou certo?

  24. Rose Hahn
    10 de junho de 2017

    Olá autor, fiquei meio embaralhada nas cenas intercaladas, vários personagens em curta história. Não li o “Flautista de Hamelin”, talvez por isso a minha dificuldade de entendimento, sorry. De qualquer forma é boa a sua escrita, uma revisão aqui, outra acolá, e tudo bem. A minha praia não é o terror, mas nem por isso deixei de prestigiar a forma como você conduziu o gênero. Uma dúvida que me ocorreu: sabe-se que Gabriel era surdo, e na parte inicial do texto, em que ele sonha com o javali, lê-se: “saiu pelo corredor, guiado pelo ruído que aumentava a cada passo”. Então te pergunto: será que os surdos escutam nos sonhos, ou eles sonham em Libras? Será que os cegos vêem? Faz aí um voduzinho e me responde.

    • PURO VODU
      10 de junho de 2017

      Olá, Rose.

      Gabriel só ficou surdo aos cinco anos (esta informação está no conto), então ele possuía uma memória auditiva do tempo em que escutava. Paraplégicos sonham que caminham, e cegos, que enxergam, rs. Eu sonho que sou magr.. e quando acordo e vejo que continuo gord…, aí fico com ódio. Um beijo procê, menina linda.

      • Rose Hahn
        10 de junho de 2017

        Ótima resposta, Jung teria ficado orgulhoso de você, meu amigo. Fiz até um voduzinho pra aumentar a sua nota. Abçs.

  25. Ana Monteiro
    10 de junho de 2017

    Muito engraçada esta versão do “Flautista de Hamelin”. Antes de dar opinião de leitora vou fazer a avaliação parametrizada. Gramática: precisa de uma revisão, mas não considerei que houvesse falhas muito graves. A única vez que tropecei mesmo foi nesta frase: “até onde a extrema os sítios se encontravam”, não consegui compreendê-la. Quanto ao resto penso que uma revisão é suficiente para limar as pontas. Criatividade: achei bastante criativo juntar uma variação da história clássica e casá-la (com grande êxito) com a imagem do tema proposto. Adequação ao tema: quase total, a imagem não se me chegou a formar enquanto lia, mas o que fui vendo mentalmente era muito semelhante. Emoção e enredo: teve bastante de ambos. O início cria todo o traçado emocional que vai acompanhar a leitura e o enredo mantém a emoção em suspense até ao final. Ainda no plano crítico, mas fora dos parâmetros de avaliação, apontar-lhe-ei dois aspectos: 1º acho o personagem de Pedro desnecessário à trama, roubou-lhe espaço e tempo sem acrescentar nada além duma razão moral que empresta uma consciência desnecessária a esta sinistra figura cobradora de dívidas, razão moral essa que não é nada evidente e obriga o leitor a pensar bastante para compreender, algo que normalmente não se aprecia a não ser em obras com um tipo de densidade que não foi o que pretendeu emprestar a este conto. 2º Ao contrário de muitas lendas, o Flautista de Hamelin (que era uma lenda antes de ser tornada história) não é muito conhecida e penso que você poderia ter feito uma introdução elucidativa antes da história, ou usado mais elementos óbvios ao longo do relato e não apenas no final. Enquanto leitura apreciei bastante e pude perceber que você domina bem a escrita. Sabe conduzir um enredo e ligar as partes, prender a atenção e manter o interesse. Gostei muito. Parabéns e boa sorte no desafio.

    • PURO VODU
      10 de junho de 2017

      Olá, moça querida. Tenho acompanhado, com alegria, os comentários que você tem feito nos contos dos nossos colegas e me orgulho em ver o cuidado com que tem realizado esta tarefa. Agradeço por ter empenhado a mesma dedicação neste meu texto. Gostei bastante do seu comentário, vejo que meu conto foi lido com atenção e seus apontamentos irão me auxiliar quando for revisá-lo. O Pedro foi o primeiro personagem pensado para o conto, na ideia inicial ele era uma mocinha que ia se apaixonar por um forasteiro que seria acusado de crimes, e era inocente. A primeira ideia seria de um conto de amor. Até talvez o povo do Entrecontos teria gostado mais desta versão, pois eles são muito impermeáveis para contos sobrenaturais, mas aí veio a ideia de misturar a figura com o flautista e o Pedro virou um menino e ficou em uma trama secundária. No final eu pedirei a sua ajuda para reformular o meu conto. Desejo muita sorte e sucesso para você neste desafio. Abraços.

      • PURO VODU
        10 de junho de 2017

        Substitua “teria gostado” por “tivesse gostado”

  26. Jorge Santos
    10 de junho de 2017

    Conto sinistro, remake de um conto tradicional. Está recheado de pequenos pormenores que decerto vão obrigar a uma segunda leitura. Infelizmente, está também recheado de erros gramaticais que poderiam ter sido corrigidos com uma revisão mais cuidada. A violência pode chocar o leitor mais sensível (se ainda existem em pleno Séc. XXI leitores sensíveis), mas confere um realismo que mantém o leitor preso até ao final. Gostei.

    • PURO VODU
      10 de junho de 2017

      Olá, Jorge. Agradeço ao dedicado comentário. Não é desculpa para mim, mas os erros se deveram a ter deixado para conceber e escrever a história nas últimas horas do dia final do prazo. Eu até tentei fazer o conto com calma e escrevi outras histórias, mas nenhuma delas me convenceu. A ideia que se transformou neste texto só veio à tona quando não havia mais tempo para revisão. Lamento por isso, e vou tentar fazer as pazes com a minha inspiração (tardia) caso ainda participe de concursos de contos.

  27. Jowilton Amaral da Costa
    9 de junho de 2017

    Um bom conto. Mas, eu tenho que confessar que quando terminou e fiquei sem entender qual era a do assassino e tive que recorrer aos universitários, quer dizer, aos comentários. então descobri que existe uma estória conhecida de um flautista que encantava crianças e percebi que seu conto se baseou nesta lenda. A cena da suposta morte do menino no início foi bem punk, gostei. Não percebi erros. Boa sorte. Ah, acho que sei quem escreveu, por conta das respostas no comentário.

    • PURO VODU
      9 de junho de 2017

      Mas eu DU-VI-DE-O-DÓ que tu saibas quem sou eu, hehehe. Agradeço pelo comentário, champs.

  28. Iolandinha Pinheiro
    8 de junho de 2017

    Olá, Sr. “Vodu”. Já fiquei feliz por ter encontrado um conto de terror! Oba! Meus preferidos! E mais ainda depois que o li. O seu conto é envolvente, tem cenas tétricas, correu como um rio em direção à cachoeira, e a sacada do garoto ser surdo e por isso ter escapado do flautista foi “top”. Gostei muito da ambientação, e algumas frases ficaram lindas. Gostei também do desfecho que se uniu perfeitamente com o início, e explicou porque Gabriel voltou a ter pesadelos. Também gostei muito do título. Infelizmente o conto foi atrapalhado pela pontuação e pelo atropelo com que foi escrito. Acho que o texto poderia ser muito melhor executado e que a imagem obrigatória do desafio acabou atrapalhado você. Ainda assim eu adorei ler. Parabéns e não esqueça de revisar, porque está muito precisado. Abraços.

  29. Fheluany Nogueira
    8 de junho de 2017

    Trama curiosa e bem engendrada que dialoga com contos infantis e com o terror. Gostei da troca de cenários, do título, da forma como ocorreu a inclusão da imagem-tema, da surdez salvadora, da cobrança da dívida e do final aberto com o filho do protagonista em foco.

    A leitura é fluente, emocionante, prende a atenção. Só faltou mesmo uma revisão mais apurada de pontuação e gramática.

    É um bom trabalho, merece destaque. Parabéns pela participação. Abraços.

    • PURO VODU
      8 de junho de 2017

      Sempre bom ser ter meu conto analisado por uma escritora de terror vitoriosa como você. Agradeço ao comentário generoso e gentil. Você é muito educada e querida por todos. Sorte no desafio. Abraços.

  30. Givago Domingues Thimoti
    5 de junho de 2017

    Puro Vodu, antes de tecer minha análise, eu vou ser sincero contigo. Eu não sou nenhum um pouco fã do terror. Por isso, eu tive uma pequena dificuldade em ler seu conto. Se você considerar algo que eu disser injusto, sinta-se à vontade para ignorar.
    Adequação ao tema proposto: Médio… O javali me pareceu um pouco jogado demais. Ainda assim, não é um pecado.
    Criatividade: Uma releitura do conto do Flautista de Hamelin. Como eu nunca ouvi a história, não posso afirmar que foi um erro “misturar” as ideias. Na verdade, eu gostei muito da solução que o autor arrumou para que Gabriel se salvasse do flautista, mesmo que, depois, pagasse um preço caro. (se eu ouvisse essa história quando criança, eu, provavelmente, teria surtado… Minha irmã tocava flauta KKKKKKKKK)
    Emoção: Como eu disse antes, eu não sou fã de terror. Mas, no meio da história, eu me peguei preso pelo enredo e pelo desenvolvimento. Fiquei curioso para saber como a história acabava… Ponto para o autor.
    Enredo: A troca de cenário (espaço) e personagens em foco me incomodou um pouco. Mais uma vez, muito mais pelo meu gosto pessoal do que por outro motivo. Entretanto, eu gostei da história.
    Gramática: Eu não sou muito bom em gramática. Por isso, nem considero um grande aspecto. Contudo, eu notei alguns erros de pontuação que travaram um pouco minha leitura.

    Mais uma vez, me desculpe por qualquer comentário injusto.
    Parabéns!

    • PURO VODU
      5 de junho de 2017

      Imagine, amigo! Adorei sua análise. Você foi sincero, justo, e a emitiu querendo ser imparcial o tempo inteiro. Isso é raro. E ainda conseguiu se prender ao meu conto mesmo sem gostar de contos de terror. Eu adoro, sempre, desde criancinha eu me interesso pelo que possa provocar medo. Vc tem toda razão quando diz que encontrou erros de pontuação, eles existem e serão corrigidos ao longo do tempo. A mudança de foco é uma espécie de técnica minha quando escrevo, gosto de criar histórias com focos diversos que em uma determinada hora convergem para um determinado clímax. Confesso que este clímax não aconteceu, ou, antes, foi deslocado para o início da trama, obrigando ao leitor a imaginar e não ler o que aconteceria com as crianças vítimas do flautista. Eu defendo a tese de que o terror imaginado é muito mais intenso do que aquele que é assistido, ou narrado. Mas isso é minha opinião, rs. Agradeço muito pela sua preciosa análise. Abraços e muita boa sorte na vida e no desafio.

  31. Fernando Cyrino
    5 de junho de 2017

    Vou começar dizendo que não sou adepto de terror e tem algumas cenas, como o javali estraçalhando a criança que achei excessivas. Isto posto quero dizer também que gostei muito do conto. Está bem estruturado, bastante concatenado, há um princípio, meio e fim, não necessariamente nesta ordem, mas que fica fácil de se buscar, fazer a amarração das linhas e facilmente estarão feitas as devidas amarras. Há criatividade de sobra e nesse quesito ressalto a releitura que você, autor/autora, faz do Flautista de Hamerlin. Pena que me pareceu ter faltado tempo para uma revisão mais acurada nele. Parabéns pela sua criação.

    • PURO VODU
      5 de junho de 2017

      Agradeço ao esforço de ler um texto cujo estilo não é de seu agrado, e comentar, despido de quaisquer preconceitos. Revisões são necessárias e serão feitas. Gosto de escrever assim, deixando aos leitores o esforço de juntar as peças e montar o quadro, mas num concurso de sessenta e dois contos, é pedir muito. Uma boa semana para vc, amigo. Sorte no desafio.

  32. Priscila Pereira
    3 de junho de 2017

    Oi Puro Vodu, seu texto é muito bom, pra mim que sou mãe de uma menininha de quase dois anos, foi aterrorizante imaginar o sumisso e o fim que essas crianças teriam… Infelizmente eu li os comentários antes de ler o conto (tenho que parar de fazer isso), então não sei se entenderia totalmente seu conto sem os spoilers… Muito bom seu conto. Parabéns!!

    • PURO VODU
      3 de junho de 2017

      Fico super feliz que tenha gostado. A cada vez que vejo que tem comentário novo, fico arrepiad.. igual um gato brigando. Medo das lapeadas, rs. Boa tarde e valeu por alegrar a minha.

  33. Neusa Maria Fontolan
    2 de junho de 2017

    Por que misturar um bom conto com a história do Flautista de Hamelin? Na minha opinião, ao fazer isso, seu conto passou para segundo plano.
    O conto poderia ser apenas sobre um ser mágico e do mal. Ele, junto do seu javali, vaga pelo mundo seduzindo com uma melodia assoviada. Somente as inocentes criancinhas pode vê-lo e ouvi-lo. Leva consigo uma enorme mala onde guarda os corações, sempre pulsantes, das suas vítimas.
    Vou parar por aqui, porque já estou me metendo demais. Pois o conto é seu e você faz dele o que quiser.
    Parabéns, é um bom conto.
    Sucesso no desafio.

    • PURO VODU
      2 de junho de 2017

      Agradeço, lindeza. Realmente, poderia ser como você sugeriu, mas quando a gente faz uma escolha, perde todas as outras possibilidades.

  34. Paula Giannini - palcodapalavrablog
    2 de junho de 2017

    Olá, Puro Vodu,
    Tudo bem?
    Quando leio um conto por aqui, levo sempre em conta todo o trabalho e a expectativa de cada um de nós ao entrar no desafio. Cada conto é escrito especialmente para o tema proposto no Entre Contos. Todos queremos ser o melhor, ou, se não isto, o mais emocionante, agradável, bem escrito enfim.
    Bem, neste conto aqui dá para ver todo o trabalho por trás das palavras. Dá para ver o carinho com que foi pensado, ainda que tenha sido escrito de última hora (ao menos pelo que li nos comentários). Ficamos gestando um trabalho antes de colocá-lo no papel (ou no computador), não é?
    Gostei muito do título, da imagem do tarô e da homenagem ao Flautista de Hamelin.
    Entendi logo de cara que a tal dívida era o filho do protagonista, tão habilmente descrito como surdo. Uma excelente “sacada” para que este não caísse nos encantos do mal.
    A cena que mais me impressionou foi a das meninas indo em direção ao lago, chegou a me lembrar o “Galinha Degolada”. Não o do desafio duplas (mas esse também, pois era excelente), mas o do Horácio Quiroga mesmo. Não pelo conteúdo propriamente, embora trate de duas irmãs nesse trecho, mas pela força da imagem em si.
    O conto desperta interesse e mantém o leitor atento o tempo todo, ao lado da narrativa.
    O único porém que faço é algo que me dividiu. O último parágrafo. Por um lado, ele é forte e conquista o leitor, prometendo um trite futuro ao filho do protagonista, o que é ótimo. Por outro, deu-me a impressão de deslocamento de ponto de vista. Vínhamos durante todo o conto colados ao narrador surdo que, no último parágrafo parece mudar para o filho deste, como uma câmera que se afasta para fechar o fim de um filme. Não é ruim. Mas, talvez, essa visão de pavor pudesse ser a do próprio pai, intuindo o que o filho ouve. Mas essa seria a minha narrativa. Foi só uma observação.
    Um belo trabalho.
    Parabéns e boa sorte no desafio.
    Beijos
    Paula Giannini

    • PURO VODU
      2 de junho de 2017

      Boa tarde, Paula. Não há muito o que falar, vc entendeu todo o conto. Havia realmente, um pouco de A Galinha Degolada no meu texto, inicialmente, era para ser quatro crianças, mas eu fiquei com preguiça, rs. Sabe de onde veio esta parte do conto? A das crianças sumindo no rio? De um pesadelo que eu tive, e no pesadelo eram quatro irmãs. Sobre a última cena, o pai tinha sonhos premonitórios. Gabriel não era apenas surdo, ele tinha uma sensibilidade além. Tanto que reconheceu o perigo quando viu o flautista pela primeira vez. A volta dos sonhos após nascimento do filho, era como um aviso de que o perigo rondava sua casa, mas eu queria que o leitor soubesse que o perigo era real, então o filho de Gabriel tinha que escutar o som da flauta, por isso a história muda o foco para o filho. Ah, quanto a ter feito o conto nas últimas horas do prazo, eu só deixei chegar neste ponto porque todas as outras histórias que escrevi não estavam me convencendo, e a ideia final só surgiu na noite do último dia. Aí a história saiu, mas a revisão não aconteceu. É isso. Agradeço muito a leitura e o comentário. Abraços.

      • Paula Giannini - palcodapalavrablog
        3 de junho de 2017

        Adorei!

  35. Vitor De Lerbo
    2 de junho de 2017

    Um belo conto de terror. Quando Gabriel acorda, fiquei com receio de que aquela cena forte que acabara de ler fosse apenas um sonho; mas claramente não era.

    O escritor se utiliza do subtexto para dar total compreensão à história. Gabriel só não foi morto porque era surdo, mas seu filho ouvia bem a flauta do encantador. É como aquele velho ditado: “deixe o espectador (ou o leitor, nesse caso) somar um mais um e ele vai te amar para sempre”. Deixar esses detalhes em aberto é respeitar a visão do leitor, o que é ótimo.

    É uma pena que alguns erros gramaticais e de pontuação tenham passado, mas nada que estrague a emoção.

    Boa sorte!

    • PURO VODU
      2 de junho de 2017

      Agradeço, Vitor, você encontrar beleza no meu conto, mesmo sendo um conto feito às pressas e sem nenhuma revisão. O nível dos contos deste desafio está muito alto, tenho encontrado verdadeiras obras primas. Apresentar um conto cheio de erros, além de arriscado, fica parecendo deboche, mas não foi. Escrevi várias histórias até chegar nesta, que foi a única que me deu aquele “click”, infelizmente, a ideia só aconteceu na noite do último dia. Tem escritor que consegue tirar uma história da cabeça sempre que queira, eu não. A história precisa vir a mim, necessito de inspiração, ou minhas histórias me parecem fraudes. É isso, vou refazer o conto quando terminar o desafio, e esperar que, nos próximos, as musas dos escritores me favoreçam. Abraços.

  36. Milton Meier Junior
    1 de junho de 2017

    um bom conto de terror, com imagens fortes. uma releitura interessante do conto de fadas. bem escrito e de fácil leitura. passa bem o clima de terror proposto pelo autor. parabéns!

    • PURO VODU
      2 de junho de 2017

      Agradeço sua visita e comentário. Sempre fico feliz quando encontro apreciadores de contos de terror, e que bom que o meu agradou você.

  37. Marco Aurélio Saraiva
    30 de maio de 2017

    Uau! Uma visão diferente do mito do Flautista de Hamelin. Interessante.

    ===TRAMA===

    Boa, mas me parece um paralelo muito forte com o Flautista de Hamelin, o que faz a história perder em originalidade. Senti como se lesse a mesma história, mas do ponto de vista de uma criança sobrevivente. O detalhe do garoto surdo foi interessante.

    A história tem uma ligação tão forte com o mito alemão que você nem se deu ao trabalho de explicar qual era a dívida: fica óbvio que o homem havia retirado os ratos da cidade, ou feito qualquer outro serviço, mas que a cidade recusou pagar. Ele agora cobrava o seu pagamento em vidas infantis.

    ===TÉCNICA===

    Boa, mas precisa de uma revisão. Gostei muito da leitura, especialmente por quê você escreve muito bem. Há algumas construções muito boas, e algumas descrições interessantíssimas. Porém, o conto sofre um pouco com erros de digitação e na pontuação, além de algumas repetições desnecessárias de palavras.

    Parece que as partes do conto (separadas por “-XXX-“) foram escritas em separado. Algumas delas foram muito bem escritas e quase não apresentam erros, enquanto outras apresentam vários erros.

    ===SALDO===

    Médio. Foi um bom conto, mas que perde pela falta de originalidade e pelos problemas de digitação e revisão.

    • PURO VODU
      30 de maio de 2017

      Olá, amigo. Obg. pelo comentário e por ter gostado, mesmo que parcialmente, do conto. Não. Não havia ratos, a dívida era do menino. O flautista escolheu as crianças que queria levar. O Pedro, por exemplo, não era uma criança escolhida, mas se ofereceu para ajudar o assassino e ele não perdeu a oportunidade para drogar o menino, amarrá-lo e dar como comida para o javali. A dívida do texto é que ele não conseguiu levar o menino Gabriel com ele. A flauta não tinha efeito sobre Gabriel, então o flautista, em seu raciocínio torto, entendeu que o menino devia para ela uma criança. Por isso o flautista voltou lá para pegar o filho dele. O filho de Gabriel não era surdo, sucumbiria ao feitiço da flauta. Espero que vc leia essa resposta.

      • Marco Aurélio Saraiva
        31 de maio de 2017

        Gostei da resposta. Faz bastante sentido! Mas, infelizmente, a maneira de inferir esta resposta apenas lendo o conto é muito forçada. Eu vi, sim, que havia uma dívida. E, se forçasse a barra, teria até como pensar que o filho do Gabriel era o pagamento desta dívida… mas teria que forçar um bocado a barra. E, como o conto faz tanta alusão ao flautista das lendas, a dedução mais óbvia foi a de que a dívida referida no seu conto era a mesma do flautista de Hamelin: ele havia feito um serviço não pago para a cidade.
        Até mesmo por quê, com a sua explicação, o vilão perde a motivação. Na sua explicação, então, ele é “mal apenas por que é mal”: Pega criancinhas para alimentar o javali… por algum motivo desconhecido, ou sem motivo algum.
        Mas, mesmo assim, obrigado pelo explicação! =D

  38. angst447
    30 de maio de 2017

    Olá, autor, tudo bem?
    O título do conto é curto, mas cutuca a curiosidade. Dívida com quem? Que dívida?
    O tema proposto pelo desafio foi abordado a sua maneira. Deu uma encaixada básica dos elementos da imagem na sua narrativa, mas considero isso válido.
    As falhas que escaparam à sua revisão já foram apontados. Nada que não se resolva em uma segunda “limpeza”.
    Poxa, você não poupou as criancinhas! Mas nem poderia ser diferente em um conto de horror, né? Fiquei aflita com o despedaçamento do irmãozinho do Gabriel. Será que o flautista-monstro só queria alimentar o seu javali?
    O ritmo do conto é muito bom, mantendo o suspense entre os compassos da trama. A leitura flui fácil, sem entraves.
    Boa sorte!

    • PURO VODU
      30 de maio de 2017

      Claudia, sua linda! Adorei vc ter focado o comentário no que foi bem feito no conto. Os defeitos foram todos apontados e eu os anotei para reformular o conto. Acho que vou “chover no molhado”, porque vc entendeu tudo, mas o Gabriel não tinha irmão, o bebê do sonho era a representação do seu próprio filho que, naquele momento, estava sendo assediado pelo flautista. A dívida do texto era a do Gabriel com o Flautista, por sua vida ter sido poupada, então ele lhe devia uma criança (na cabeça louca do assassino). Agradeço muito a leitura e o comentário. Valeu, querida.

  39. Fil Felix
    30 de maio de 2017

    Gosto muito de Tarot e o conto acabou me chamando atenção por conta da imagem, que lembra O Louco. A história é boa e mistura lenda urbana (nesse caso, fábula) com terror e toques de mistério. O ambiente criado é o destaque, com descrições bastante ricas, principalmente quanto à vila e feira, o leitor consegue visualizar bem todo o cenário. A ideia de trazer o Flautista com o menino surdo é interessante, mas isso ficou mais evidente no final, como se não tivesse liberado alguma outra pista antes, pra já ir preparando o terreno. Um outro ponto que poderia ser melhor é a estruturação. Como são muitas crianças, pode ser que confunda um pouco. Mas de maneira geral, um bom conto de horror! O início gore ficou ótimo.

    • PURO VODU
      30 de maio de 2017

      Fiz o conto nas carreiras, então esta foi a primeira versão. No final do desafio eu vou refazer com base nos comentários interessantes que fizeram ao texto. Agradeço, também curto o tarot.

  40. Sabrina Dalbelo
    30 de maio de 2017

    Olá autor(a),

    Após a leitura do teu texto, fica a impressão de que muitas coisas foram ditas sem necessidade. E isso pode gerar confusão ao leitor.
    O conto está bom, a ideia de aliar a imagem do desafio ao conto do flautista de hammelin foi bem criativa, mas, a meu ver, foram descritas coisas que não precisavam e deixaram de ser descritas outras, que auxiliariam para definir, inclusive, qual a função do conto.
    Afinal, o que fica dele? medo diante dos traumas do rapaz surdo, pena das crianças desaparecidas, ódio do flautista… é fábula, é terror, é drama?
    Eu não consegui definir essas coisas e isso me incomoda.
    De qualquer forma, te parabenizo pela criatividade.

    Um abraço

    • PURO VODU
      30 de maio de 2017

      Agradeço pela leitura e pelo comentário.

  41. Evandro Furtado
    29 de maio de 2017

    Olá, autor. Sigamos com a avaliação. Trarei três aspectos que considero essenciais para o conto: Elementos de gênero (em que gênero literário o conto de encaixa e como ele trabalha/transgride/satiriza ele), Conteúdo (a história em si e como ela é construída) e Forma (a narrativa, a linguagem utilizada).

    EG: O conto é de difícil classificação, mas, ao final, ganha contornos de terror. É somente na última sentença, no entanto, ao revelar de certos mistérios, que o texto consegue transmitir um pouco a sensação de medo. Talvez se a revelação tivesse sido feita antes, o efeito perduraria por toda a extensão do conto.

    C: A história vai se construindo de forma interessante com arcos aparentemente desconexos se conectando ao longo do texto. Os personagens, de certa forma, ocupam espaços coadjuvantes na trama. Mesmo Gabriel funciona como uma espécie de contemplador ao que se desenrola.

    F: A narrativa é consistente, mas peca, em alguns momentos, na pontuação. Isso atrapalha porque quebra o clima a ser construído. Quando o leitor precisa parar para encontrar essa pontuação (e perceber que ela não está lá) ele é retirado do texto e precisa ser reinserido. Muito se perde nesse processo.

    • PURO VODU
      29 de maio de 2017

      Acho que desta vez eu não ganhei seu outstanding. Aliás, desta vez nem tem esta avaliação, uma pena. Vou tomar vergonha na cara e estudar pontuação. Só não entendi que vc não viu terror no começo, mas cada um sente medo do que sente. Obg por sua avaliação e agradeço o comentário que vai me ajudar a fazer melhores textos, no futuro. Abraços.

  42. Gilson Raimundo
    28 de maio de 2017

    Um conto que começou vibrante, perdeu um pouco de ritmo ao abordar as várias histórias, pois falou de algumas vítimas de forma superficial. Eu pensei que era “o velho do saco” mas a surdez e a flauta dão dicas de outro mito infantil. Esse javali quase não coube no conto, mas esteve presente.

    • PURO VODU
      28 de maio de 2017

      Olá! Obg. por gostar do começo, ficou bem legal, mesmo. O tanto de palavras não permitia que eu me aprofundasse nas histórias das crianças sequestradas, mas a culpa foi minha que escolhi uma história que não cabia nos limites do desafio. O javali era muito importante, ele devorava as crianças.Valeu pelo comentário. Abraços.

  43. Mariana
    27 de maio de 2017

    Um conto com uma pegada gore bem forte, conseguiu me arrancar alguns sustos. A adequação está presente, seria o homem uma entidade sobrenatural? Gostei, parabéns

    • PURO VODU
      27 de maio de 2017

      Sim, Mariana, o assassino era o famoso Flautista de Hamelin. Esta é uma versão aterrorizante do conto que tem o mesmo nome. Gostou? Eu também, e fiquei muito feliz com o seu comentário.

  44. Gustavo Castro Araujo
    27 de maio de 2017

    Gosto bastante de histórias que intercalam diversos pontos de vista, épocas diferentes, fugindo da linearidade e convidando o leitor a montar o quebra-cabeças. Normalmente o resultado é um tipo de epifania, quando se percebe o todo montado, convidando a uma nova leitura. Este conto consegue esse efeito até certo ponto, mas falha no arremate. É muito bacana a premissa de suspense – um homem que sequestra crianças é sempre algo aterrador – e o modo como foi explorada, caso a caso, com a dose de terror bem pontuada tornou o desenvolvimento interessante. O problema, como eu disse, deu-se no final, que a meu ver ficou muito corrido, provavelmente para caber no limite do desafio. A ideia da flauta (que permite entender por que Gabriel não fora enfeitiçado) surge tarde demais, não possibilitando ao leitor associar o assassino ao flautista de Hamelin. Creio que alusões à lenda em meio ao desenvolvimento do conto teriam suprido essa necessidade. De qualquer forma, é um conto que entretém, que está bem escrito e que possui ótima fluidez. Sem os limites impostos pelas regras, tem tudo para se tornar excelente.

    • PURO VODU
      27 de maio de 2017

      Olá, Gustavo. Acredito que além do limite das palavras no desafio, ter feito o conto na noite do último dia prejudicou bastante a sua qualidade. Mas, mesmo com um conto capenga, estou aqui, participei, tenho comentários, e isso já me deixa muito feliz. Concordei com tudo o que você falou. Sempre fazendo análises pertinentes e observadoras. Agradeço.

  45. Jose bandeira de mello
    26 de maio de 2017

    Eh evidente que o autor(a), sabe escrever, dada a facilidade com que flui nos cortes temporais e numa linguagem narrativa que, sendo absolutamente objetiva, da ao leitor a sensaçao de estar vendo a cena diante de si. Se nao houvesse a escolha por um enredo absolutamente rico e original, essa tecnica de escrita ja garantiria a esse conto um nota diferenciada. Entretanto, a trama infantil ganha ares de misterio e ate terror, ( destaque a impressionante cena do inicio) com alusoes a fabulas consagradas, que levam o leitor ao desejo de desvendar logo o misterio. Cenas fortes como corte de cabeça de bebes, afogamentos e lambidas em feridas expostas, sao retratadas com incrivel elegancia.
    Mas acho que “divida” pode passar discreto para quem o le numa passada de olhos, pela quantidade de textos aqui expostos (muitos pesados em.demasia) e tambem pela sutileza com que os misterios e as chaves do conto se revelam ao leitor. E ha ainda os que nao conhecem o Flautista de Hamelin… Esses entao irao voar.
    Pequnos.erros de pontuaçao talvez denunciem uma certa rapidez do autor(a) ao digitar, ou mesmo escrever o conto. Penso que uma revisao rapida e um enxerto de situaçoes que marquem mais a intensao do autor(a), possam contribuir muito para que esse conto se torne ainda mais interessante. Congratulo-me e desejo sucesso.

    • PURO VODU
      26 de maio de 2017

      Olá, José. Agradeço à leitura e comentário, parece que encontrei um apreciador de contos de terror, que sorte. A correção dos erros ficará para o final do desafio, por enquanto eu já acho ótimo alguém ter apreciado a sutileza e o modo como eu inseri as informações de maneira pouco direta. Realmente dá um pouco mais de trabalho para o leitor montar as peças, principalmente tendo 62 contos para ler. Mas os leitores daqui são muito espertos, estão acostumados a ler nas entrelinhas como vc fez. Vamos esperar para ver o que acontece. Abraços.

  46. Sick Mind
    25 de maio de 2017

    Esse texto precisa de um pouco mais de polimento para brilhar. Algumas construções ficaram repetitivas, outras pareceram ter medo de ousar. O enredo tinha bastante potencial para tensão, mas as diversas partes do texto, que nem sempre se juntaram mto bem, atrapalhou um pouco acompanhar toda a história.
    A flauta, só foi explorada no final e não causou mto impacto. Talvez, se ela tivesse surgido na metade do texto, claramente induzindo crianças a se afogarem, o terror dessa imagem ficaria mais forte. Assim como o garoto amarrado, ele poderia ter ouvido a flauta ao invés de passos se aproximando.
    Tem alguns erros espalhados por aqui e ali, mas parecem de alguém que teve pouco tempo para revisar.

    • PURO VODU
      26 de maio de 2017

      Olá, Sick Mind. Você tem toda a razão. Eu vinha escrevendo um conto, aí meu computador pifou e um dia antes do último dia do prazo, o técnico arrumou. Mas não aproveitei o texto antigo, fiz um novo no último dia, nas últimas horas. Então ficou mesmo sem revisão nenhuma. O preço é que as pessoas não vão gostar do conto, embora eu acredite que quando for revisado ele ficará muito bom. Estou lendo as sugestões e gostei muito das suas. Agradeço pela leitura e comentário. Abraços e sorte no desafio.

  47. Andreza Araujo
    24 de maio de 2017

    Que medo! Hahahah Achei interessante o fato de apenas as crianças ouvirem e verem o tal homem misterioso. Isso explica por que as crianças desapareceram sem vestígios. As gêmeas morreram afogadas? Bem, mesmo que não tenham morrido, foi uma clara tentativa de homicídio, então isto deixa claro que o homem queria matar as crianças. O que ele ganharia com isso (ou não) não é relevante para a história, afinal, pode ser apenas uma entidade má e ponto.

    Entretanto, me incomodou o fato do conto citar uma tal “dívida” sendo que isto não é explorado. Que dívida as crianças teriam com o homem? Achei brilhante o fato do menino não ter sido uma vítima porque era surdo. E o pesadelo dele pode ser uma espécie de aviso sobre o que está por vir. Acho que você fez um excelente conto para o desafio, só me incomodei um pouquinho de nada com o excesso de divisões no texto.

    • PURO VODU
      24 de maio de 2017

      Ah, se eu pudesse te dava um abraço, mulher! Eu sei dos problemas do meu conto, mas, até que enfim alguém curtiu a história e sentiu o terror que tentei colocar para os leitores. Vamos à Dívida. O assassino nada mais era do que o famigerado Flautista de Hamelin, notório bandido sequestrador de criancinha. A dívida do conto é a do Gabriel para o Flautista, porque, tendo escapado de ser levado pelo assassino, ficou (na cabeça do flautista) com a dívida de uma criança. Essa criança seria o seu próprio filho que o vilão foi buscar vinte anos depois do evento. Espero que agora goste mais do conto. Valeu!

  48. Ricardo Gnecco Falco
    23 de maio de 2017

    Olá autor/autora! 🙂
    Obrigado por me presentear com a sua criação,
    permitindo-me ampliar meus horizontes literários e,
    assim, favorecendo meu próprio crescimento enquanto
    criativa criatura criadora! Gratidão! 😉
    Seguindo a sugestão de nosso Anfitrião, moderador e
    administrador deste Certame, avaliarei seu trabalho — e
    todos os demais — conforme o mesmo padrão, que segue
    abaixo, ao final.
    Desde já, desejo-lhe boa sorte no Desafio e um longo e
    próspero caminhar nesta prazerosa ‘labuta’ que é a arte
    da escrita!

    Grande abraço,

    Paz e Bem!

    *************************************************
    Avaliação da Obra:

    – GRAMÁTICA
    Faltou revisão. Muitos problemas, de pontuação em sua maioria, como ex.: “…cidade que fervilhava de gente fedor e barulho.”,”…Miranda torcia com destreza o pescoço da terceira galinha, suas gêmeas, sentadinhas ao redor de um balde de madeira…”. E outros: “…era comum vir gente de lugares mais distante…” , “A tarde avançada com rapidez.” , “…a partir da casa da mulher até onde a extrema os sítios se encontravam com área urbana…” , “…junto à sua janela de seu quarto.”

    – CRIATIVIDADE
    Mediana. A figura sobrenatural de um tipo de aliciador infantil não fugiu muito do óbvio, mas o terror ficou bem contrastado com a ambientação da história e a passagem de geração deu um bom tom à narrativa.

    – ADEQUAÇÃO AO TEMA PROPOSTO
    Dentro do tema. Tem javali, mala e vestes conforme a figura-tema.

    – EMOÇÃO
    A história poderia ter rendido mais emoção. Pouco medo/terror para o que ficou parecendo que o/a autor/a pretendia transmitir. Os melhores momentos foram no início (sonho do protagonista adulto) e no sumiço das gêmeas. Depois, e principalmente ao final (quando deveria existir um impacto maior para fechar a história), o/a autor/a optou, e errou — a meu ver, claro –, por inserir mais elementos a uma trama que não precisava de mais elementos (flauta, musiquinha…), mas sim, e apenas, de um fechamento contundente.

    – ENREDO
    Deficiente auditivo tem pesadelos recorrentes com um sinistro personagem que lhe assombra as noites. Tal personagem pertence ao passado do protagonista que, quando criança, foi poupado da morte pelo mesmo que, sentenciando-lhe uma dívida, volta para cobrá-la, assombrando seu filho.

    *************************************************

    • PURO VODU
      23 de maio de 2017

      A musiquinha e a flauta foram necessárias para que o leitor percebesse que o vilão era o Flautista de Hamelin. Acabou que esta revelação ficou sutil demais, e as pessoas não perceberam, apesar das pistas. O final é o Flautista vindo buscar o filho do Gabriel, cobrando a dívida de não ter conseguido pegá-lo quando criança, porque ele (Gabriel) era surdo, e não foi seduzido pelo poder da flauta. O terror fica implícito ali, na medida em que o leitor sabe o que acontecerá com o filho de Gabriel, quando o flautista, que já está na janela do garoto, puser as mãos nele. É isso. Agradeço o seu comentário.

  49. Evelyn Postali
    21 de maio de 2017

    Oi, Puro Vodu,
    Gramática – Não existem erros aparentes. Isso é bom.
    Criatividade – Gostei do tema. Meio que um flautista de Hamelin com javali quando retorna para cobrar a dívida dos habitantes da cidade.
    Adequação ao tema proposto – Estão presentes os elementos da imagem, mas sinceramente, a presença deles não tem relação alguma com o restante da história.
    Emoção – Ficou perdida no vai-e-vem das partes desconectadas. Perdeu um pouco o sentido da coisa toda. Quebrou a sequência. Apesar de eu ter entendido que o rapaz do começo era uma das crianças da cidade ou vila que não desapareceu naquele tempo, esse ponto ficou enfraquecido.
    Enredo – Talvez a reescrita tornando menos fragmentada a parte central do conto deixe o conjunto melhor.
    Boa sorte no desafio!
    Abraços!

    • PURO VODU
      21 de maio de 2017

      SPOILER ALERT Parabéns, Evelyn, o vilão é o Flautista de Hamelin misturado com terror e com a inserção do tema foto do javali. A dívida não era da cidade com ele, mas do menino Gabriel, que só escapou de morrer porque era surdo. Os pesadelos voltaram a ocorrer porque a mulher dele teve um filho não surdo, ou seja, uma criança que podia escutar o som da flauta, então o flautista ia voltar para pegar o filho dele.

      • Evelyn Postali
        21 de maio de 2017

        Obrigada por esclarecer isso. Passou despercebido para mim. Agora liguei todos os pontos e como foi falha minha, estou reavaliando o seu conto.
        Obrigada outra vez!

  50. Lucas F. Maziero (@lfmlucas)
    21 de maio de 2017

    Difícil avaliar este conto. O começo até me agradou, mas depois a leitura se tornou enfadonha. Houve uma mixórdia de acontecimentos que não se entrelaçaram devidamente. E de repente no final surge o elemento da flauta irresistível e do homem que a tocava, o que, para mim, ficou sem sentido.

    Sobre a escrita, não está ruim. Não desanime, é só minha opinião. Se você rearranjasse os acontecimentos, o conto não ficaria mau, como por exemplo no parágrafo:

    “Pedro já estava amarrado no poste há alguns dias.”

    Por que ele precisou ficar amarrado tantos dias assim? O homem queria-o sofrendo? Além do mais, o que pretendia o homem ao sequestrar as crianças?

    Em todo caso, pode ser que eu tenha entendido tudo errado.

    Parabéns!

    • PURO VODU
      21 de maio de 2017

      SPOILER ALERT Lucas, boa noite. Bem, o texto tem como antagonista o Flautista de Hamelin, ele atrai as crianças com a sua flauta, mas no caso de Pedro, o próprio menino se ofereceu para ajudar o homem. Ele amarrou o Pedro enquanto pegava outras crianças, depois voltou para matar o menino, que nem estava sendo procurado porque era uma criança em situação de risco (menino de rua). Você tem razão, fiz o texto no último dia do prazo e joguei sem revisão. Isso não é desculpa, mas vou arrumar todo ele no fim do desafio. Assim como no conto original, ninguém sabe exatamente o que o flautista faz com as crianças. Como tinha que inserir o homem e o javali eu coloquei o javali para ser o bichinho de estimação do flautista, as outras crianças foram as demais vítimas. Espero ter ajudado.

      • Lucas F. Maziero (@lfmlucas)
        21 de maio de 2017

        Agradeço a sua resposta. Claro, ajudou.
        Como eu já disse em uma outra resposta, é difícil esse lance de comentar. Espero não ter sido injusto com seu conto.

        Um abraço.

  51. Olisomar Pires
    21 de maio de 2017

    1. Tema: boa adequação.

    2. Criatividade: Boa. Desaparecimento de crianças, talvez o personagem principal seja uma testemunha viva do autor dos mesmos.

    3. Enredo: As partes se conectam naquilo o conto propõe.

    Infelizmente, a única coisa que se apura é que crianças sumiram, não há elementos concretos que induzam ou levem ao autor dos crimes, mesmo existindo o personagem periférico “Pedro” travando contato com o criminoso, mas este morreu sem contar nada a ninguém.

    4. Escrita: Sem erros. Condução tranquila. O clima foi criado, porém o desfecho deixa a desejar, visto que ficamos do jeito que começou.

    É um bom texto, todavia.

    5. Impacto: Médio.

    • PURO VODU
      21 de maio de 2017

      Só de você dizer que o texto é bom já me fez ganhar meu dia, já que você é um avaliador bastante exigente. O não revelar alguns dados foi proposital, o conto é aberto e foi baseado no conto de fadas O Flautista de Hamelin, que também não esclarece (que eu me lembre) o que acontece com as crianças levadas, ou tem vários finais diferentes. Confesso que não recordo. Agradeço pelo comentário. Abraços.

      • Olisomar Pires
        21 de maio de 2017

        Olá… de onde vc tirou que sou “um avaliador bastante exigente” ? rsrsrsrs

        Apenas fui orientado, quando aqui cheguei, a dizer o que via e sentia sem receio e tenho feito isso, mas sem intenção de diminuir, somente apontar aquilo que em minha opinião não agradou.

        Inclusive, esse tipo de avaliação sincera dos colegas em minhas mal traçadas linhas tem me ajudado bastante a escrever melhor.

        Sempre repito isso ao final dos desafios.

        Texto bom realmente. 🙂

  52. Anorkinda Neide
    20 de maio de 2017

    Humm tantos personagens em um conto pequeno, me perdi.. reli e me achei de novo..mas a parte da feira com as mortes, ficou meio atrapalhada…
    Se eu entendi, só as crianças enxergavam o assassino? Uma lástima porque assim elas morriam e ninguém podia fazer nada, só se aparecesse um herói mirim 🙂
    Porém o sonho de Gabriel é tipo um aviso , tipo sobrenaturalmente ele sabia q havia um assassino e um javali e os sonhos estavam lhe avisando q o assassino estava se aproximando de seu filho? acho q é isso.
    Eu gostei da leitura, mas achei, coo falei meio confuso, acho q precisa revisar a estrutura do conto.
    Abração

    • PURO VODU
      21 de maio de 2017

      SPOILER ALERT Anorkinda, boa noite. A história começa no tempo de quando Gabriel era adulto, volta para o passado dele, e retorna ao momento em que ele é adulto. O vilão era o Flautista de Hamelin, O interesse dele era nas crianças, porque eu não sei, e se não me engano, o conto de fadas original também não esclarece isso. Só crianças viam o flautista e ouviam a flauta, por isso Gabriel escapou, ele era surdo.

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Publicado às 20 de maio de 2017 por em Imagem - 2017 e marcado .