EntreContos

Detox Literário.

A Dona do Ouro (Claudia Roberta Angst)

O entardecer já se anunciava com suas nuvens enferrujadas e os homens ainda insistiam na labuta. Ora por medo de não encontrar coisa melhor, ora por uma ambição sem sossego que os levava por caminhos estranhos. O patrão, um sujeito taciturno e de poucos modos, ordenava presteza, mas deixava a direção por conta dos instintos daqueles homens sem chão.

− Esses cabras sabem que rumo tomar. Melhor que cão de caça é um homem movido a ambição. – Disse Abílio Antunes para a mulher que mantinha uma postura mais humana diante da realidade sofrida daquele povo.

− Não carece explorar esse bando de coitados, meu marido. Um dia a fonte pode secar…

Abílio sacudiu os ombros como quem desdenha de qualquer aviso. Podia ver da janela do seu quarto, o volume distante de terra que era de sua propriedade. Sabia que mais riquezas seriam encontradas por ali. A fonte ainda não secara e, se dependesse dele, haveria lucro até o último grão de terra.

Os veios aumentavam em tamanho e profundidade. Alargavam o perigo sob o solo frágil para onde as pegadas seguiam e, aos poucos, ausentavam-se do mundo. Os homens, indiferentes aos avisos de segurança, caminhavam enfileirados em direção à luz que se refletia precariamente pelas paredes da mina.

Aquela jazida ficava bem próxima de uma outra, já bastante antiga, que abrigava mais lendas do que riquezas. Escavada pelo tempo e pela ambição, aquele filão já havia revelado um rastro generoso de ouro e pedras preciosas. Com o passar dos anos e exaurida a força de trabalho, o local havia sido abandonado por falta de interesse dos atuais administradores.

Algumas histórias remontavam ao século de colonização do Brasil. Ali não era lugar de diversão, diziam os mais velhos. Naquela gruta brotava a maldição do ouro, o que nunca impedira o garimpo no riacho logo na nascente. A extração dava-se de forma contínua, como a deterioração causada por uma lagarta devoradora, no insaciável jogo do poder. Era assim, desde o começo dos tempos, de pai para filho. De grama em grama, o ouro escolhia os seus escravos.

Carlos ainda aguardava os amigos do lado de fora. Era o mais alto dos homens por ali, chegando a se curvar para conversar com os demais. A estatura imponente em nada lhe facilitava o trabalho. Preferia passar por todos sem ser notado, mas isso era algo totalmente impossível. Manteve-se imóvel e impaciente, apoiado na imensa pá que sempre lhe acompanhava. O pé direito sobre a picareta tombada no chão delimitava o espaço que lhe cabia.

Perdeu a noção do tempo enquanto olhava com interesse indisfarçável para o outro lado do terreno. Aquela mina desativada permanecia seca como o ventre de uma velha solteirona, dizia o povo. No entanto, era ali que ele conseguia  enxergar algo de promissor naquele momento. Como se o céu anunciasse uma novidade bem-vinda, esperada durante todos aqueles anos de trabalho árduo. Uma luz o impelia para lá. Uma luz que não vinha da lua, nem da iluminação esmaecida da cidade.

O homem largou a pá no chão e coçou os olhos. Deveria estar delirando de tanto sono e cansaço. Uma pequena bola de fogo ricocheteava na altura dos olhos. Aos poucos, a esfera ganhava maiores dimensões, iluminando tudo em volta. O brilho derramava-se como uma cortina de diminutas estrelas, salpicando o céu com uma aura de fantasia.

Uma bela aparição, tão impressionante quanto os antigos mineiros haviam cantado nas rodas de viola. Impossível definir o que Carlos via, pois nem mesmo acreditava no que seus olhos lhe revelam. Não era a primeira vez que isso acontecia. Mesmo assim, ele duvidava o quanto podia, resistindo àquilo que julgava ser encantamento. Esfregou os olhos novamente e se fixou na linda mulher que lhe sorria. Para ele. Somente para ele.

Olhou em volta, espantado com o som laborioso dos demais a sua volta. Todos pareciam ignorar aquela presença luminosa, cada qual seguindo seu caminho sem estardalhaço. Estavam cegos? Como não a enxergavam? Como não se incomodavam com a claridade crescente que invadia a noite? Ali estava o rastro de uma riqueza sem fim, Carlos teve certeza disso. Podia ver brotar um belo futuro no local indicado pela aparição.

Ela continuava a sorrir, flutuando, envolta por um halo de luz, com o seu longo vestido branco esvoaçante. Uma tênue presença de esperança, a mulher despia-se de todos os pudores e carregava no sorriso o mistério de séculos de sedução. Os cabelos luziam como ouro, emoldurando um rosto de proporções helênicas, esparramavam-se sobre os ombros e costas em uma cascata que parecia misturar metal e seda.

Carlos já não sentia os pés no chão. Elevava-se à outra dimensão, ausentando-se do próprio corpo. Seus sentidos derretiam-se em direção ao fundo da mina, mesclando-se ao carvão e aos pedregulhos que forravam o caminho árido de todo dia.

De repente, sentiu um tremor, um toque bruto da realidade. Valter e Agenor haviam se aproximado e se puseram ao seu lado, um à sua esquerda, outro à sua direita. Em uníssono silêncio, sacudiram os ombros do colega. Aquele gesto já havia se tornado um hábito, algo repetido nos últimos dias, sempre que necessário.

− De novo, não, cara. – Soltou Agenor palavra e cuspida. − A fadinha?

O trabalhador esticou-se como quem se espreguiça, evitando começar uma discussão. Sacudiu o corpanzil e desdenhou da preocupação dos companheiros de trevas. Era assim que se chamavam – companheiros de trevas – já que dividiam o mesmo ar rarefeito, impregnado de partículas de carvão e outros materiais, na escuridão que lhes pertencia.

− Bora trabalhar, seus manés. – Encerrou a questão, Carlos.

Valter afastou-se assobiando uma canção que lembrava uma marchinha de carnaval. Desviou a atenção para o lado esquerdo, seguindo o caminho marcado pelas botinas dos mineiros, adentrando na lida.

Agenor ainda fixou o olhar na entrada da mina abandonada, imaginando o que o colega tinha visto. Desenhou as possibilidades de felicidade em linhas riscadas por diamantes. Sua mãe já o havia alertado várias vezes sobre essas visões, muito comuns entre os homens que penetram na escuridão em busca de riquezas.

− O solo não nega riqueza, mas cobra o seu preço, meu filho.

Carlos, assim que entrou na mina, tratou de se concentrar no trabalho pesado, empunhando a picareta com a força de mil homens. Seus pensamentos embaralhavam-se, causando o atrito que produzia faíscas em suas íris.

Pensou em Lurdinha que devia estar em casa, preparando o almoço do dia seguinte, para rechear a marmita já amassada. Lembrou-se do seu pescoço longo, do riso contido, reprimido pelos frequentes soluços. Pensou na curvatura dos seios, nos arroxeados sinais que permaneciam por dias, mesmo quando ele fingia não os enxergar. Maria de Lurdes não merecia nada daquilo. Não fora o que ele havia lhe prometido quando trocaram confidências e alianças. Agora era tarde demais para arrumar toda aquela confusão.

Carlos suspirou e resolveu ser conivente consigo mesmo. Os homens, pelo menos aqueles que conhecia, eram assim como ele. Pai, irmãos, amigos, todos ali tinham aquele mesmo destino torto, desviado do bem querer de uma mulher. Ele não era mau, sabia que não era, mas o cansaço do dia a dia entorpecia seu bom senso e quando via, já estava pesando a mão de novo em que lhe queria bem. Não, Lurdinha não merecia isso, mas tampouco ele merecia pagar por um instinto que não conseguia controlar.

Os trabalhadores, aos poucos, foram abandonando as ferramentas de trabalho no vão que antecedia a saída da mina. Carlos foi um dos primeiros a sair, apressado por uma força que lhe revolvia as entranhas. Queria ver a dança do ouro novamente, o local onde pousaria a mulher de formas tão perfeitas quanto um sonho.

Despediu-se de cada um dos companheiros de trabalho com um aceno, um toque ligeiro nas costas, um xingamento sem intenção de dolo. Precisava fazer aquilo sozinho, encontraria seu ouro quando a noite cedesse lugar às estrelas.

− Bora tomar umazinha lá no bar do Tonho?

− Hoje não, prometi à patroa que chegava mais cedo em casa. – Recusou o convite sem mentir. Havia mesmo dito à Lurdinha que voltaria cedo, mas não pretendia cumprir a promessa.

− Tá certo, então. Mande lembranças à comadre.

Agenor afastou-se, seguindo Valter que já alcançava o caminho da bebedeira. Não era uma vida fácil aquela. Afogar os sonhos na mina escura e funda, para depois mergulhar a decepção em goles de pinga barata. Noite e dia misturavam-se em uma desesperança sem igual. Opostos fazendo troça dos planos de um e outro.

Carlos seguiu para o outro lado, obedecendo a seu instinto e à luz que quase lhe cegava. Era ali onde devia estar enterrado todo o tesouro com que tanto sonhara. Ela havia lhe apontado o local, decerto seria ali. Sem ser observado, pisou nas tábuas apodrecidas que ainda serviam de tapete na abertura da mina.

As vozes dos companheiros, já no caminho de casa ou da bebedeira, tornavam-se cada vez mais distantes, escoando pela pequena trilha que separava as minas e os limites da cidade. Carlos focou sua atenção no corredor afunilado da mina.

A cada passo que dava no interior da caverna, Carlos percebia o silêncio ganhar mais espaço. Vozes e risadas pareciam ondas do mar derramando-se pelo ralo da memória. Ele precisou piscar várias vezes seguidas para enxergar melhor o cenário sombrio. As luzes que só ele conseguiria enxergar alternavam a intensidade de estrelas longínquas e de pequenos vagalumes.

Sabia que precisava ser rápido, pegar o que lhe pertencia e sair dali o quanto antes. Temia que as paredes da mina, deterioradas pelo tempo, se tornassem montanhas de poeira.

− Carlos… – Escutou alguém chamando o seu nome, mas não identificou de onde vinha aquela voz.

Virou-se à procura de quem lhe chamava. Era uma mulher. Seria a dama de branco? Sim, ela viera até ele. Seus cabelos dourados giravam formando uma espiral cintilante. Carlos sentiu-se afogar, dominado pelo cansaço e encantado pela melodia que invadia sua mente.

− Estou indo… – Ouviu a si mesmo dizendo.

Depois, um tremor sacudiu a terra. A água começou a escorrer de fendas cada vez mais largas, produzindo barreiras de lama, afogando qualquer tentativa de fuga. Ainda pôde ver alguém lhe acenando de longe, chamando-o para a saída ainda visível, embora muito mais estreita agora.  Carlos apenas sorriu. Então, ela o abraçou.

Existia ali o mesmo túnel, a mesma luz a se espalhar por uma abertura distante. Talvez fosse o mesmo local, mas havia algo diferente. O ar era agora terra. A água tornou-se fogo em seus pulmões.

O ritmo dos batimentos desacelerou-se sem qualquer sinal de resistência. O batuque foi silenciando como uma enorme onda quebrando lentamente sobre a areia. Em menos de um minuto, a linha esticou-se sem ondulações. Um som estridente como um apito anunciou o fim. O moço de branco aproximou-se e, com um simples toque, sem a menor cerimonia ou constrangimento, desligou o monitor.

Lurdinha beijou novamente as mãos de Carlos. Pareciam-lhe tão estranhas agora. Brancas e gentis como nunca haviam sido. Inertes em uma paz desconhecida. Lágrimas salgaram a pele curtida, umedecendo o sentido do momento.

O médico pousou a mão no ombro de Lurdinha e murmurou um tímido sinto muito. Por um instante, os olhares se cruzaram, em silencioso consentimento. Ela percebeu que aquele era um homem bom, gentil e bonito até demais. Ele, por sua vez, desviou o olhar, constrangido por estar cometendo uma indelicadeza.

− Obrigada, doutor. – Ela agradeceu, desfazendo qualquer mal estar que havia entre eles.

No alto daquele quarto, na quina do teto branco, pedaços de seda acenavam com um novo futuro. Um brilho dourado, que se confundia com os primeiros raios solares, invadiu o local, coroando mais uma missão cumprida.

Estava tudo acertado. Não havia mais o que fazer por ali. Era hora de partir e recomeçar a jornada. Ainda restava um noivo, sujeito ciumento, dado a ataques violentos, no fundo daquela mesma mina.

O ouro não sabia esperar.

41 comentários em “A Dona do Ouro (Claudia Roberta Angst)

  1. Paula Giannini - palcodapalavrablog
    1 de abril de 2017

    Olá, Celina,
    Tudo bem?
    Seu conto é leve, embora trate de um assunto um tanto quanto pesado. Os maus tratos de mulheres. A Mãe-do-Ouro ou Dona do Ouro, como você prefere chamar atrai homens casados que fazem mal a suas companheiras, colocando novos amores em seu caminho.
    Uma lenda interessante. Um alerta ancestral ao equívoco que é a violência doméstica. A violência contra a mulher. E a violência contra a natureza. Usando a sedução feminina, esta personagem, além de defender as reservas naturais, ainda defende as mulheres. Gostei da premissa e da abordagem.
    Seu trabalho flui bem e a narrativa não cansa o leitor.
    Parabéns e boa sorte no desafio.
    Beijos
    Paula Giannini

  2. Wender Lemes
    31 de março de 2017

    Olá! Para organizar melhor, dividirei minha avaliação em três partes: a técnica, o apelo e o conjunto da obra.

    Técnica: uma escrita experiente, sem dúvidas. Não por acaso, cada parágrafo propõe uma nova perspectiva sobre as coisas mais simples, como se a arte reinventasse o ambiente – ou os olhos. O peso poético acaba tornando a leitura um pouco cansativa em determinados pontos, ainda que compense pela beleza que incute nas construções.

    Apelo: devo confessar que essa passagem de pontos de vista de Carlos para Lurdinha chegou despercebida para mim e ganhou bons pontos. Carlos não é raso o suficiente para o chamarmos de um legítimo filho de quenga, que merecia o que estava por vir. É aí que está a riqueza da coisa, na complexidade de alguém que poderia ser apenas mais um estereótipo do marido ignorante.

    Conjunto: gostei bastante do conto, da trama simples que surpreende nas sutilezas, dos personagens contraditórios… enfim, ótimo trabalho.

    Parabéns e boa sorte.

  3. Bia Machado
    30 de março de 2017

    Fluidez da narrativa: (3/4) – Gostei da narrativa, mas principalmente na primeira metade, em alguns trechos fiquei desatenta e voltei para recomeçar, quebrando um pouco o ritmo.

    Construção das personagens: (3/3) – Bem delineadas, cumprem seu papel e foram bem cuidados pelo autor.

    Adequação ao Tema: (1/1) – Sim, adequado, trouxe um mito interessante, que eu não conhecia.

    Emoção: (1/1) – Gostei do conto, do “clima” criado pelo autor/autora para a narrativa.

    Estética/revisão: (1/1) – Percebi nada ou quase isso na narrativa, um verbo no presente colocado após outro no pretérito imperfeito, por exemplo, mas nada que atrapalhe, bastando uma revisão mais apurada. Quanto à estética, manteve um tom sério na narrativa, apesar de simples, sem muitos floreios, além de uns trechos bem bonitos, até poéticos. Bom trabalho!

  4. Marsal
    30 de março de 2017

    Olá, autor (a). Parabéns pelo seu conto. Vamos aos comentários:
    a) Adequação ao tema: sinceramente, não sei. Nunca ouvi falar de uma entidade feminina relacionada ao garimpo e garimpeiros. Talvez seja ignorância minha. O conto e’ ótimo (veja abaixo) mas tenho duvidas se esta adequado ao tema ou não.
    b) Enredo: bem estruturado. Ótima a ideia de enfocar a questão do garimpo e as aventuras e desventuras inerentes a ele. O final e’ triste e surpreendente.
    c) Estilo: muito bem trabalhado. O autor (a) parece saber muito bem o que esta fazendo e tem bastante facilidade com as palavras.
    d) Impressão geral: Um conto de ótima qualidade, bem escrito e original. Veja ressalva acima em relação ao tema. Boa sorte no desafio!

  5. Cilas Medi
    29 de março de 2017

    Concordância com o substantivo: suas íris = sua íris ou suas írises.
    Com uma revisão (até pelo word) evitaria os erros:
    1. cerimonia = cerimônia e
    2. mal estar = mal-estar.
    Li e tentei encontrar a mensagem no final. Reli. Entendi a morte do Carlos, mas “ainda restava um noivo, sujeito ciumento, etc…,” quem seria e vou especular: Noivo da Dona do Ouro (ele a matou e enterrou no local?). Ela é Oxum que, por vingança, atraiu o Carlos e o fez se afogar? Ou a vingança é sobre o noivo que morreu no local? Não resta a dúvida que se trata de um autor romântico e de talento para nos conceder uma aura de singela abstração, mas tornou-se confuso, para mim, o final.

  6. Gustavo Castro Araujo
    29 de março de 2017

    Gostei do conto. A narrativa é firme e desperta o interesse, até porque trata de uma lenda folclórica pouco explorada. Os personagens são ricamente construídos, com defeitos e qualidades que os aproximam do leitor, especialmente o protagonista Carlos. Aliás, há nele certa melancolia, conferida na medida certa para não resvalar para o piegas. Até mesmo o médico, no fim, revela-se dúbio, apesar das poucas linhas dedicadas a ele. O arremate manteve o mesmo nível do desenvolvimento, fechando o conto de maneira exemplar, algo difícil de fazer quando as expectativas se elevam.

  7. Vitor De Lerbo
    29 de março de 2017

    A história é muito bem contada, mesmo sendo a lenda em si do começo ao fim. Não vejo problemas nisso, já que essa não é uma das lendas mais famosas do Brasil, por isso não exige uma releitura.
    As palavras fluem muito bem e os personagens são bem reais.
    Boa sorte!

  8. danielreis1973 (@danielreis1973)
    28 de março de 2017

    Uma história muito bem tecida, apesar do final ser um pouco previsível. Algumas coisas também nos diálogos, não sei se um certo laconismo, ou a escolha das palavras que não acrescentaram muito ao fluxo da narração. De qualquer forma, parabéns ao autor!

  9. jggouvea
    28 de março de 2017

    Retificando minha nota média é 8.34

  10. jggouvea
    28 de março de 2017

    Esse foi um texto bastante desafiador.

    A leitura fluiu agradável, até demais, mas eu já tive que ler umas cinco vezes e ainda não consegui entender o final. Isso pode ser falha minha, claro, mas me arrisco a dizer que o autor falhou em dar clareza ao desenlace da história. Minha impressão aqui foi a de que a “mãe do ouro” não é a “mãe do ouro” das histórias populares, mas uma representação do túnel de luz que acompanha as experiências de quase morte. Meu entendimento foi o de que ela, de uma maneira cruel, agravou o sofrimento do cara, que chegou a ser salvo do desmoronamento, mas morreu depois. Essa foi a solução de continuidade que faltou no final.

    Vamos às notas:

    Média 8,45
    Introdução: 8,0 – não compromete, mas não empolga
    Enredo 8,0 – idem
    Personagens 8,5 – não convencem e o narrador não está próximo deles
    Cenário 9,0 – correto, mas nada especial
    Forma/linguagem 9,0 – falha em alguns momentos, mas não perde pontos para valorizar a correção
    Coerência 7,5 – achei o final muito súbito e obscuro.

  11. rsollberg
    28 de março de 2017

    E ai, Celina!
    Ah, esses homens que jamais conseguem resistir a tentação.
    O conto é muito bem escrito, ambientado de foma muito competente e com trechos muito bem elaborados, esse por exemplo é magnifico e passa muito ao leitor :”A extração dava-se de forma contínua, como a deterioração causada por uma lagarta devoradora, no insaciável jogo do poder. Era assim, desde o começo dos tempos, de pai para filho. De grama em grama, o ouro escolhia os seus escravos” Muito bom.
    Meu único porém, é a repetição de algumas palavras, sensações, acho que no 8o e 9o paragrafo sobra um pouco “olhos” “olhar” ‘ver”, Creio que poderia ser explorados outros sentidos. Digo isso pois essa narrativa está bem acima da média e quase não precisa de lapidação. Ou seja, vejo um escritor maduro, que provavelmente sabe receber esse tipo de comentário.
    De todo modo, curti bastante!
    Parabéns.

  12. Bruna Francielle
    27 de março de 2017

    tema: falou da lenda, apesar de quase desconsidera-la no final, voltou a trás, então tá valendo

    pontos fortes: Muita inspiração nas montagens de frases. Várias frases ‘soam bem’, tem boas figuras de linguagem.

    pontos fracos: enredo não muito original, violência doméstica, justiça “cósmica” – o malvado morre ou se dá mal no final, e a presença de um justiceiro (justiceira no caso) que pune o ‘vilão”. Essa receita não me empolgou, é por demais batida.
    Bem antes do desfecho, já dava pra perceber que o Carlos iria se dar mal na mina, e foi exatamente isso que aconteceu. A reviravolta depois, com a informação de que ele tava no hospital (talvez depois do desabamento da mina, ou ele estava desde sempre no hospital e tudo fora alucinação) acabou não sendo muito surpreendente, pois o Carlos já estava mal, e continuou mal. Ou seja, não foi bem uma reviravolta, pois a situação permaneceu similar.

  13. Matheus Pacheco
    27 de março de 2017

    Por algum motivo esse conto me lembrou de “O Cortiço” do Aluísio de Azevedo, talvez pelos momentos iniciais onde mostra a exploração do Patrão aos trabalhadores, até pelas condições que trabalhavam na mina me lembrou da pedreira, e foi esse o principal motivo de ter adorado esse conto.
    Abração ao escritor.

  14. Rafael Luiz
    27 de março de 2017

    Leitura interessante, sem barrigas desnecessárias e com uma boa ambientação. Talvez tenha faltado um pouco mais de desenvolvimento no enredo, mas não abalou demais o conteúdo

  15. Anderson Henrique
    27 de março de 2017

    Uma boa narrativa explorando o mito da Mãe do Ouro. Bem contada e com ritmo. Tive alguns problemas com a sonoridade em partes de seu conto, principalmente em trechos que usavam em demasia os verbos reflexivos. Um exemplo é o trecho a seguir: “Carlos já não sentia os pés no chão. Elevava-SE à outra dimensão, ausentando-SE do próprio corpo. Seus sentidos derretiam-SE em direção ao fundo da mina, mesclando-SE ao carvão e aos pedregulhos que forravam o caminho árido de todo dia.” Veja como o -se é recorrente nesse trecho. Gramaticalmente não há qualquer problema com o trecho, mas a sonoridade fica fraca. Leia em volta alta e me diga se não dava pra melhorar esse pedaço aí. Outra coisa é o chiado que alguns trechos tem: “Valter afastou-se assobiando uma”. AfaStou-Se aSSobiando. O mesmo ocorrre em: “desaCelerou-Se Sem”. DesaCelerouCeCem! Fora essas questões, um bom conto.

  16. Pedro Luna
    27 de março de 2017

    Vingadora de esposas? rs. Gostei do conto. É mais um que mostra um lado humano, mesmo misturado ao folclore. Personagens sofridos, empregos ruins, casamentos que ficaram só na promessa, o fraco pelas mulheres. Carlos pagou por seus desejos. Errado? Humano, antes de tudo. As ações estão bem descritas, e o mistério na mina leva o leitor até o fim. Um bom conto, e bem escrito também.

    Uma bobagem, mas eu eliminaria o “Seus Manés” no diálogo.

    Abraço

  17. Ricardo de Lohem
    26 de março de 2017

    Olá, como vai? Vamos ao conto! A obsessão pela riqueza é uma tema universal, e não existe maior símbolo quanto representante concreto da riqueza que o ouro. A lenda brasileira da Mãe-do-Ouro está perfeitamente inserida neste contexto. O conto segue essa tradição, seguindo um enredo previsível e moralista. Notei dois probleminhas no texto que talvez mereçam menção. Primeiro, não precisa colocar o verbo no plural ao falar em íris, pode ficar subentendido: “… causando o atrito que produzia faíscas em suas íris”. Poderia ser: “… causando o atrito que produzia faíscas em sua íris”. Outra coisa estranha: “− Obrigada, doutor. – Ela agradeceu, desfazendo qualquer mal estar que havia entre eles”. Acho que ficaria melhor: “− Obrigada, doutor. – Ela agradeceu, desfazendo qualquer mal estar que houvesse entre eles”. Um conto previsível e razoável. Desejo para você Boa Sorte!

  18. Priscila Pereira
    26 de março de 2017

    Oi Celina, se entendi bem, essa aparição levava os homens ambiciosos e que maltratavan suas mulheres até a morte. É isso? Essa lenda existe mesmo? Achei interessante e bem escrita, só o final que ficou meio nebuloso… Boa sorte!

  19. Elias Paixão
    26 de março de 2017

    Não houve ousadia neste conto. O autor trabalhou com a antiga receita da personagem que tem seu encontro com o fantástico e por não saber lidar com a realidade, acaba sucumbida por ele, de uma forma que nos leva a pensar em alucinação. O desenvolvimento e apresentação das personagens se dá de forma satisfatória e até um pouco de empatia pode ser despertada por eles. No fim, é um conto competente, que leva a ideia de uma continuação imaginada pelo leitor.

  20. felipe rodrigues
    26 de março de 2017

    Gostei da forma como foi escrito, sem muitos floreios, descrições precisas e um encadeamento de ações ritmado que vai nos levando linha a linha com curiosidade. A ambiente terroso, a cumplicidade errática entre os companheiros de trabalho e a aparição do ser folclórico foram os pontos marcantes para mim. A história parece carregar demais em dramaticidade a partir do momento em que o protagonista aparece no hospital e então é revelada a verdadeira função da lenda, o que também não me agradou muito, mas achei um conto bom.

  21. Iolandinha Pinheiro
    25 de março de 2017

    Não consegui gostar do seu conto. Comecei várias vezes e parei. O pior é que não havia nada realmente errado com ele, só o fato de tê-lo achado extremamente maçante. A história se desenrola num ritmo lento e nem os fatos que deveriam ser empolgantes, foram. Talvez a culpa seja só minha, e eu que não seja o seu tipo de público. Fui pesquisar sobre a DONA DO OURO, pois era um folclore desconhecido para mim até então. Observei que vc inseriu um contexto de crítica social no seu conto, através da exploração do proprietário da terra, e que o autor explorou bem a relação dele com a personagem Lurdinha, mas com todas estas inserções eu não consegui me sentir envolvida pelo conto, que se manteve morno, na minha opinião, do começo ao fim. É isso. Sorte no desafio.

  22. Olisomar Pires
    25 de março de 2017

    Muito bem escrito, envolvente e tranquilo.

    O personagem é contraditório, bruto e gentil, meigo e rude. Parece-me que isso tirou-lhe veracidade.

  23. Fabio Baptista
    24 de março de 2017

    Texto muito bem escrito, um dos melhores na parte técnica nesse certame.
    A história é simples, mas atende bem ao tema e consegue segurar a atenção. Achei só que o relacionamento com Lurdinha não ficou muito bem desenvolvido. Penso até se não seria mais interessante descrever um pouco da relação no começo (embora daí ficariam duas sequências muito próximas de aparição da “Dona do Ouro”, enfim…).

    Gostei!

    – abrigava mais lendas do que riquezas
    – Melhor que cão de caça é um homem movido a ambição
    – De grama em grama, o ouro escolhia os seus escravos.
    – O brilho derramava-se como uma cortina de diminutas estrelas, salpicando o céu com uma aura de fantasia.
    – despia-se de todos os pudores e carregava no sorriso o mistério de séculos de sedução
    >>> Sensacional

    – Encerrou a questão, Carlos.
    >>> essa vírgula não deveria existir

    – de novo em que lhe queria bem
    >>> quem

    Abraço!

    NOTA: 9

  24. Marco Aurélio Saraiva
    24 de março de 2017

    Gostei muito da leitura. Sua escrita é suave, passando os sentimentos corretos nos momentos corretos e, é claro, também na proporção correta. Gostei também da escolha do tema: você e alguns outros autores escolheram histórias do folclore que eu nunca havia ouvido falar!

    O conto é muito bem escrito, mas peca na originalidade. Tudo o que ele me parece é uma versão muito bem moldada da lenda da Mãe do Ouro. Não há novidade. O início foi muito interessante por iniciar a narração focando no dono das terras, para então mudar o ponto de vista para Carlos. Mas, além disso, a história é incrivelmente previsível visto simplesmente narrar o mito já conhecido.

    De qualquer forma, foi um deleite ler as suas palavras. Parabéns!

  25. Evelyn Postali
    24 de março de 2017

    Oi, Celina,
    Está bem escrito – não vi erros de escrita ao longo da leitura – a gramática está correta; adequado ao tema do desafio. Com relação ao enredo também está ok, mas com relação à criatividade, ele não traz muita coisa diferente, não inova. Conta a lenda como ela é, com uma roupagem diferente.

  26. Elisa Ribeiro
    23 de março de 2017

    Conto excelente. Sua narrativa é encantadora. Destaco as transições que você fez, primeiro, entre as cenas no fundo da mina e no hospital. Depois, de novo, de Lurdinha para a Dona do Ouro no final do conto. Coisa de gente grande! O enredo é muito bom, personagens e ambientação idem. Não entendi o porque da cena inicial com o personagem Abillio Antunes, para mim, se descartada, faria bem ao texto. Parabéns pelo ótimo conto e boa sorte!

  27. Miquéias Dell'Orti
    23 de março de 2017

    Olá.

    Muito legal a lenda da mãe-do-ouro e como ela foi inserida dentro da narrativa. Não sei se foi intenção do autor mas para mim há a mensagem dentro do contexto, com o homem bruto estereotipado e a violência (física e psicológica) contra a mulher. Eu não achei essa mensagem forçada (como costumam ser essas imersões) e isso considero um mérito do autor.

    O único ponto a considerar seria talvez a questão da criatividade. Acho que a lenda poderia ter sido incluída dentro de uma narrativa que fosse mais inesperada… não apenas o homem que é atraído pela mãe-do-ouro e morre, para depois a viúva encontrar um homem bom… ficou tudo muito certinho como dita exatamente uma versão da lenda… nesse ponto, talvez inovar poderia ter trazido um resultado melhor. Fora isso… é um ótimo conto.

  28. G. S. Willy
    21 de março de 2017

    O conto está muito bem escrito, detalhado na medida certa, com as informações necessárias, nada a mais e, parece, nem a menos. A lenda está bem inserida, sendo sua aparição a motivação do personagem. O que senti um pouco de falta foi uma maior aproximação minha com o personagem. Não senti suas dores e problemas e não fiquei torcendo ou não por ele. Um pouco mais de suspense também quando ele entra na mina finamente cairia bem. No mais, um dos melhores contos até o momento, parabéns…

  29. Antonio Stegues Batista
    20 de março de 2017

    O conto é uma versão da Lenda da Mãe de Ouro, uma bela mulher que protege alguns locais onde tem ouro. É também, defensora das mulheres maltratadas pelo marido, como é o caso do personagem Carlos. A lenda não está inserida na história, é a própria lenda narrada. Seria legal se fosse uma historia com a lenda e não a lenda como história.

  30. Neusa Maria Fontolan
    18 de março de 2017

    E a Mãe do ouro fez justiça a mais uma mulher maltratada pelo seu homem. O idiota do Carlos sabia que estava errado, mas continuava com os maus tratos. Levou o que merecia.
    Ótimo conto, parabéns.
    Destaque: “Uma bela aparição, tão impressionante quanto os antigos mineiros haviam cantado nas rodas de viola. Impossível definir o que Carlos via, pois nem mesmo acreditava no que seus olhos lhe revelam. Não era a primeira vez que isso acontecia. Mesmo assim, ele duvidava o quanto podia, resistindo àquilo que julgava ser encantamento. Esfregou os olhos novamente e se fixou na linda mulher que lhe sorria. Para ele. Somente para ele.”

  31. Evandro Furtado
    18 de março de 2017

    Resultado – Average

    O conto desenvolve bem os personagens, mas o final vai por um caminho diferente desse desenvolvimento e, talvez, por isso, não funcione. O teor de crítica social, o personagem principal que (in)justifica os seus atos, não combina muito bem com essa “justiça sobrenatural deus ex-machina”. Pareceu-me demasiado piegas.

  32. Roselaine Hahn
    17 de março de 2017

    Celina, engraçado esse negócio de dar pitaco no conto dos outros, mas acho que essa é a graça da coisa, eu te ajudo com o seu, vc. ajuda no meu, e todo o mundo fica feliz. Algumas questões em relação ao seu texto: achei a escrita, em certos momentos, previsível, talvez pelo excesso de clichês, sem causar no leitor arroubos de emoção, mas isso faz parte da nossa caminhada na escrita, são estágios, até chegarmos ao burilamento necessário com as palavras. Causou-me um certo estranhamento no texto o fato de Carlos pesar a mão na esposa, não consegui fazer um paralelo na história, talvez tenha sido para mostrar a personalidade violenta do personagem, mas parece que isso contrastou com o outro lado dele, o que se encantou com a dona da mina, não sei, não ficou claro a psiquê do personagem. No mais, siga em frente afinando a pena. Abçs.

  33. catarinacunha2015
    17 de março de 2017

    Um certo exagero na licença poética (ex: “uníssono silêncio” foi dureza) deixou o texto lento e gorduroso. Revisão da trama: A mina era de ouro, diamante ou de carvão? Carlos demonstrou ver pela primeira vez a mulher, mas depois foi demonstrado como uma cena recorrente.
    No entanto, não sei como e nem o porquê , depois do “− Estou indo… –“, o conto cresce e fica belíssimo, veloz e eloquente. O fim se agiganta e custo a acreditar ser do mesmo autor. Será que começou frio e depois aqueceu e pegou no embalo? Fiquei curiosa.

  34. Rubem Cabral
    17 de março de 2017

    Olá, Sucupira.

    Achei o conto correto, mas sem muitos atrativos: narração, desenvolvimento de personagens, etc. O enredo apresenta alguma surpresa no desfecho, porém, no todo, foi um tanto morno: Carlos e Lurdinha são um tanto unidimensionais.

    Há, contudo, algumas frases bem bonitas, que valorizaram o conto.

    Nota: 7.5

  35. marcilenecardoso2000
    17 de março de 2017

    Homem batendo em mulher. só quem já apanhou sabe a revolta que dá ver isso até na ficção. Não é uma lenda muito conhecida, por isso mesmo a ideia de escrever sobre ela já oferece credito extra ao(à) autor(a). É uma justiceira de mulheres que sofrem violência doméstica? Já gostei.

  36. M. A. Thompson
    17 de março de 2017

    Olá “Celina Sucupira”. Parabéns pelo seu conto. Considero-o digno de figurar em um desses livros de contos que a gente compra e lê com prazer. Sucesso.

  37. Fheluany Nogueira
    16 de março de 2017

    Foram pesquisados por quatro anos inúmeros casos de avistamentos luminosos em regiões de garimpo. São várias testemunhas de ocorrências diversas onde figuram “bolas de luz” ou “de fogo” e “luzes inexplicáveis” a que os ruralistas denominaram “Mãe do Ouro”. Parece-me que o conto foi inspirado nestes acontecimentos.

    Uma história triste, que contém certa crítica social nos relacionamentos entre patrão X empregado, marido violento X mulher, bem escrita, ouro x cachaça.

    Vocabulário rico e adequado ao conteúdo, frases de efeito (“A cada passo que dava no interior da caverna, Carlos percebia o silêncio ganhar mais espaço. Vozes e risadas pareciam ondas do mar derramando-se pelo ralo da memória”), personagens e ambiente bem construídos, mas alguma coisa na composição não me convenceu, o final ficou previsível, algumas situações meio clichê.

    No geral, é um bom trabalho. Sorte no Desafio. Abraços.

  38. mitou
    16 de março de 2017

    o conto começou meio morno mas teve um reviravolta positiva, no final eu pensei que ia mostrar o obvio do homem morrer pelas mãos da mãe-de-ouro o fato dele enlouquecer foi engenhoso. ganhou pontos por isso

  39. Eduardo Selga
    12 de março de 2017

    Há pelo menos duas versões sobre a Mãe do Ouro: na primeira, ela seria uma entidade cuja aparição indicaria a presença de veios do mineral; na segunda, ela funcionaria como protetora de mulheres contra companheiros violentos, atraindo-os para o fundo de minas, eliminando-os e abrindo espaço para a presença de homens de índole diversa. Assim sendo, ao que me parece, o(a) autor(a) pretendeu em sua narrativa unir ambas as versões.

    Contudo, talvez tivesse sido mais producente o enredo desenvolver-se tendo por base apenas uma das versões. É que elas me lembram triângulos opostos pelo vértice: encostam-se minimamente, mas a afinidade termina por aí. No caso em questão, a proximidade se dá no fato de que tanto mostrar onde há ouro quanto punir o mau companheiro é tarefa executada pela mesma personagem, a Mãe do Ouro, mas os elementos que amarram as duas ações me parecem frágeis, de sorte que resulta na sensação de dois enredos em um conto.

    Acredito que o desconhecimento, por parte do leitor, de que há no mínimo duas versões no folclore brasileiro, se evidentemente não causará a impressão de vínculos unidos, também não fará perceber o texto como um todo arredondado. A parte inicial, por exemplo, que mostra o proprietário da terra como explorador de mão de obra barata, não tem continuidade. Do mesmo modo, o comportamento mais humano da esposa dele.

    Em “não, Lurdinha não merecia isso, mas tampouco ele merecia pagar por um instinto que não conseguia controlar” o MAS é redundante junto a TAMPOUCO. Basta o segundo termo.

  40. Fernando Cyrino
    11 de março de 2017

    Nossa, esse seu conto me fez relembrar tantas histórias desse tipo. É que por muitos anos trabalhei com mineração e as minas subterrâneas carregam demais essas histórias da mãe do ouro, da rainha do ouro, da dona do ouro a enfeitiçar os garimpeiros, até que sucumbam na busca do metal precioso. Sabe, que cheguei a imaginar, uma hora na leitura, que você iria citar a protetora deles, Santa Bárbara. Ela costuma se fazer presente em muitas dessas histórias. Mas não fez a menor falta. Gostei da maneira como relata a história, gostei dos conflitos paralelos que você criou, da exploração pelo dono da terra, o cuidado da mulher dele, o conflito com Lurdinha e suas manchas arroxeadas… Bem legal. Possa lhe sugerir algo lhe diria para realizar uma última revisão no texto. Há uns detalhes pedindo para serem cuidados. Bacana, parabéns.

  41. Anorkinda Neide
    10 de março de 2017

    Ahhh que pena eu não participei, mas vou ter que comentar, principalmente este conto que é lindíssimo! Assim é covardia… desafios de profissionais já… 🙂
    Que texto lindo este A dona do ouro! quantas frases elegantes, deliciosas de ler e no meu caso de compulsão pelas palavras.. de reler e reler, #arquivado!
    Parabens pelo texto e pela sensibilidade.
    Nem vou dizer mais nada além deste elogio rasgado de inveja (boa!, muito boa!)
    abração!

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Publicado às 10 de março de 2017 por em Folclore Brasileiro e marcado .