EntreContos

Detox Literário.

Uma Prece para Maria (Iolanda Pinheiro)

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O fim da tarde se aproximava sonolento, e os últimos visitantes caminhavam entre as sepulturas, produzindo um som crocante do atrito dos seus sapatos com o piso de dolomitas. Em poucos minutos tudo estaria esvaziado, os funcionários desligariam a energia e fechariam o grande portão de lanças negras, e apenas eu continuaria lá, sentada no banco de madeira e ferro, sob a vigilância dos salgueiros centenários.

Ao meu lado um jazigo de criança enfeitado por um ramo de perpétuas. No túmulo vazio, as inscrições de estilo, e na pedra ornada com a pequena foto, um peculiar epitáfio:

 

* * *

Este conto faz parte da coletânea “Devaneios Improváveis“, Quarta Antologia EntreContos, cujo download gratuito pode ser feito AQUI.

98 comentários em “Uma Prece para Maria (Iolanda Pinheiro)

  1. Carlos Henrique Fernandes Gomes
    22 de outubro de 2016

    Marrapaiz! Iolanda, essa sua mania de me emocionar… Li o conto durante o desafio e chorei, li agora e chorei, li mais uma vez, após ler os comentários e suas respostas, e adivinha… Seja qual for o assunto, a narrativa carregada de sentimentos fortes, sejam agradáveis ou não, falam coisas especiais ao meu coração; cada qual ao seu modo. Muito obrigado por despertar essa sensação que tanto desejo sentir numa leitura. Sair indiferente da leitura, só achando legalzinho o que li, nos últimos tempos parece-me uma certa perda de tempo. Realmente, um tanto diferente do que você costuma mostrar, esse conto foi muito mais fundo no sentimento. Acredito que sua habilidade ímpar em colocar o leitor dentro de cenários tão 3D contribua para fazer o mesmo com os sentimentos; talvez possa ser o contrário. Em pouquíssimo espaço você contou um causo que causou; ninguém saiu ileso, desde os que se identificaram, os que se emocionaram, os que acharam o tema batido, os que ficaram empanturrados de fantasmas, os que acharam qua a fórmula não deu certo, todos foram tocados pelo seu conto. Isso está claro até nos comentários mais desfavoráveis. Se lá na última frase você, por acaso, esquecesse de mencionar “nossos túmulos”, daria o que fazer aos leitores que leem com uma certa pressa; nem vou dizer que acho que deu trabalho. A cena inicial mostra essa sua habilidade profissional de construir cenários vivos, pulsantes, com cores, cheiros, texturas, movimentos, sons. “Crocante” ficou maravilhoso! E você coloca naquele banco uma pessoa e não um “fantasma”, afinal a irmã de Maria tem sentimentos de gente viva e essa ideia é sensacional, aí começa a história em si que é o túmulo da Maria. Túmulo vazio fisicamente, mas completo em tudo mais. Aí você entra na história de vida das irmãs e tudo é crível, inclusive a passagem da irmã da Maria para a vida adolescente, afinal ela já está com doze anos. É assim mesmo, na maioria dos casos. E é aqui que encontramos uma cena forte: a Maria, empurrada pela irmã, cai no chão e as peças de lego espalham-se pelo chão; o rompimento de um tipo de relação muito próxima rompida com brusquidão, sem nenhuma das duas estar preparada para isso. E por mais que se prepare, nunca estamos preparados para qualquer tipo de rompimento; é que nem a morte, nunca estamos preparados, guardadas as devidas ocasiões. Aí vem outra cena divisora de águas do conto: “Mandei que fosse com outra pessoa para casa, que me deixasse em paz, e ainda a vi se afastando com a sua fardinha cor de vinho, de cabeça baixa, com o vento espalhando seus cabelos.” Esse é o tipo de trecho que paro de ler e fico sem ação, de olhos úmidos, com a imagem num looping na minha mente, quase num não acreditar. Quando li “Caminho de pedras” da Raquel de Queiroz, tem uma última frase de um capítulo onde um menino, acho de sete anos, morre; tipo assim: “e ele morreu”. Isso causa em mim. E aí, com a sutileza que permeia todo o conto, você narra o processo de perda, a elaboração demoradíssima do luto da família, se é que esse luto foi elaborado, terminando com os pais chegando ao cemitério, a mãe sentando no banco, ao lado da filha que não está mais lá, para rezar pelas duas. Isso é muito foda! Iolanda, difícil comentar esse conto que tocou meu coração de uma forma especial. Permita-me uma dica: tire as mesas de sinuca do salão de jogos da escola, coloque no lugar outra distração onde a irmã da Maria poderia gastar seu charme. Fiquei muitíssimo satisfeito em vê-la agraciada com a “lápide reluzente” num quarto lugar de aplaudir de pé! Espero que tenha se divertido bastante. Sua habilidade em escrever profissionalmente em pouco tempo é impressionante. Cordialmente, seu fã.

  2. Pedro Luna
    14 de outubro de 2016

    No final, tive duas impressões. Ou a personagem se matou para encontrar a irmã, ou foram os pais que construíram dois túmulos, pois para eles a outra também havia morrido (no desgosto deles). Fiquei pensativo.

    O texto é bem escrito. Me agradou. Um dos motivos para isso foi a situação da irmã de mandar Maria arrumar outro jeito de ir embora. O que selou o destino. Acontecimentos trágicos e com culpa me fascinam, pois já passei por um. O texto cativou o lado da experiência de vida do leitor, no caso, eu.

    Parabéns

    • Marvin The Martian
      15 de outubro de 2016

      Olá, Pedro. O texto, propositadamente, não entrega tudo assim tão “de bandeja” para o leitor, era a intenção desta pessoa autora que agora lhe responde, deixar no ar que a mais velha havia se matado como forma de procurar a irmã no plano espiritual porque no plano material estava muito difícil encontrar Maria. Então há um parágrafo em que a irmã mais velha, Anna, se sacrifica para ir ao encontro da irmã mais nova. Mesmo tomando esta atitude extrema ainda assim ela não consegue achar Maria, prolongando o seu sofrimento, o sofrimento dos pais, que agora não têm filha alguma e o sofrimento do leitor que tem suas esperanças todas frustradas. Desaparecimento de criança é um assunto, realmente, doloroso. Mas, caro Pedro, eu adoro quando acontece isso que aconteceu com você, quando um leitor consegue ultrapassar o criador do texto (eu) e cria uma versão bastante interessante, como essa do enterro simbólico da filha sobrevivente. O texto também dá margem à esta interpretação, pelo comportamento dos pais em relação à Anna, e pelo fato da irmã fazer coisas muito humanas como folhear um velho álbum de fotografias, sentir frio, sentar em um banco no jardim do cemitério… Estou quase escrevendo outro conto para responder ao seu comentário, mas é porque eu gostei bastante dele (comentário). Fico por aqui. Abraços.

  3. Thiago Amaral
    14 de outubro de 2016

    Olá, Marvin!

    Parece que esse conto foi escrito com a intenção de fazer o leitor se debulhar em lágrimas, usando a culpa da narradora.

    Está tudo bem narrado, sem percalços. Não notei nenhum erro.

    A história apresenta uma série de situações identificáveis ao leitor, e tenta pegá-lo de jeito nos momentos “egoístas” da protagonista. Nessas cenas, me parece que o ritmo calmo e constante usado não confere tanto impacto e tenho a sensação de ver a intenção de emotividade mas não chego a sentir. Contudo, muitos provavelmente irão gostar e se envolver, mais pela empatia com as personagens e por ser um tema pesado. O sequestro de uma criança por si só já emociona, com culpa no meio, então!

    O final apresenta sua revelação de forma mansa, tanto que nem percebi na minha leitura inicial. Sutileza é algo bom para evitar aquele tipo de texto ansioso demais para surpreender. Contudo, uma alternativa seria colocar a informação ainda sutilmente, mas numa construção mais forte (Se fizer sentido e achar possível).

    A ideia de que a narradora se suicidou é muito boa, e escondida no texto para ser encontrada, muito melhor! Me atinge mais que o desaparecimento da irmãzinha. Mas, do jeito que está no texto, fiquei sem saber ao certo se isso estava na imaginação do autor(a). Fiquei na dúvida se ela morreu de alguma outra forma e foi procurá-la. Pelos comentários, percebi que foi suicídio mesmo, e acho fundamental para a história como golpe final no leitor hauhauh Se tivesse ficado mais claro para mim enquanto lia…

    Resumindo: Conto bom, identificável, mas vai ficar na memória pelo trágico fim da irmã mais velha.

    • Marvin The Martian
      15 de outubro de 2016

      Sim, a irmã mais velha se matou, ainda que não exista isso escrito de maneira direta, porém está fortemente sugerido. Uma pena suas emoções não terem sido despertadas pela trama toda, foi perdida uma grande oportunidade de imersão numa história que não foi, propositadamente, escrita para emocionar, mas que emocionou até ao próprio autor ao escrever. Esta carga sentimental apenas foi possível porque há muito da vida e das lembranças de quem escreve, no conto. Seja como for, agradeço a leitura, vou analisar com cuidado o seu comentário e extrair dele dicas para a revisão, que já está em andamento. =). Boa manhã de sábado para vc.

  4. Felipe T.S
    14 de outubro de 2016

    Uma escrita carrega de identidade e emoção. O autor é seguro e escreve com o coração. Busco isso toda vez que início uma história, parabéns, de verdade.

    Eu fui levado por suas palavras durante todo o texto, li atentamente cada parágrafo, sentindo e esperando, quando isso acontece, é pq realmente o texto está bem escrito. Ainda que a surpresa final não seja tão forte (como apontou o Pedro) acredito que foi o desfecho que mais funciona aqui, pois vai surpreender alguns e para outros (o meu caso) vai aumentar ainda mais a força dos sentimentos que o conto carrega.

    Parabéns mesmo, já entrou para os meus favoritos!

    • Marvin The Martian
      15 de outubro de 2016

      Acho que a melhor parte deste certame, foi ler este comentário. Sempre quis que você gostasse dos meus contos e agora este desejo se realizou. Feliz da vida. Não vou falar mais nada para que você não saiba quem sou eu. Abs.

  5. Daniel Reis
    14 de outubro de 2016

    7. Uma Prece para Maria (Marvin The Martian)
    COMENTÁRIO GERAL (PARA TODOS OS AUTORES): Olá, Autor! Neste desafio, estou procurando fazer uma avaliação apreciativa como parte de um processo particular de aprendizagem. Espero que meu comentário possa ajudá-lo.
    O QUE EU APRENDI COM O SEU CONTO: remorso, culpa, saudade… tudo misturado em uma história dolorida e bastante verossímil, bem contada. A escolha das palavras, principalmente, me pareceu impecável. Parabéns, está entre os meus preferidos, sem dúvida.
    MINHA PRIMEIRA IMPRESSÃO SUBJETIVA DO SEU CONTO, EM UMA PALAVRA: Quebracoração (heartbreaking)

    • Marvin The Martian
      14 de outubro de 2016

      Que comentário interessante! E que maravilha você ter apreciado o conto. Também é um dos meus favoritos, rs.

  6. Pedro Teixeira
    13 de outubro de 2016

    Olá, Marvin! Gostei do que que vi aqui, a narrativa é totalmente controlada, num ritmo e técnica muito bons. Outra coisa bacana é que você assumiu o risco de resvalar na pieguice que sempre ronda textos com essa abordagem mais, digamos, sentimental, e acho que se saiu bem. O final me surpreendeu, mas sinto que faltou alguma coisa, não sei dizer o que é, não funcionou tão bem pra mim quanto eu esperava: ele não chegou a causar um impacto, o que talvez se deva a vários outros contos com reviravoltas semelhantes no mesmo desafio, e não ao conto em si. É um bom trabalho. Parabéns e boa sorte no desafio!

    • Marvin The Martian
      14 de outubro de 2016

      Agradeço, Pedro. Que pena vc não saber o que faltou, assim eu tentaria colocar na revisão, mas tá valendo. Sorte para vc no desafio.

      • Pedro Teixeira
        16 de outubro de 2016

        Depois de matutar um pouco eu descobri o que estava faltando(na minha opinião, claro),hehe: é que senti falta de ela estranhar não ter encontrado a irmã no “outro lado”, até porque me pareceu que essa era uma grande motivação para o que fez.

  7. Anderson Henrique
    13 de outubro de 2016

    Gostei do conto, apesar de um ou outro excesso de dramaticidade (que talvez o conto tenha pedido por conta do sentimento de culpa da narradora). De qualquer forma, creio que o importante seja que ele tenha se mantido coerente. O tom é dramático do início ao fim e isso funciona como estética. Não gostei tanto do final que apreendi de primeira, mas lendo os comentários vi que, além da revelação da protagonista estar morta, existe a questão de que a irmã não está. Entendi que isso é uma possibilidade, mas não acho que o texto deixe claro em qualquer momento. Reli e não encontrei essa pista. Esse outro final seria muito mais interessante, mas acho que faltou alguma coisa que indique isso no texto. Se eu estiver enganado, aponte pra mim, pf. Belo conto.

    • Marvin The Martian
      13 de outubro de 2016

      Respondendo: A irmã mais velha está morta, a mais nova, desaparecida. No plano dos vivos ela nunca foi encontrada, nem ela e nem seu corpo, tanto que os pais enterraram o caixão vazio. Quando a mais velha morreu, pensou que ia, desta forma, encontrar Maria, pois julgava que a irmã estava morta. Mas não estava. Não entendo muito de mundo espiritual, mas uma comentarista explicou que quando uma pessoa se suicida, não fica no mesmo plano em que uma pessoa que morre involuntariamente. Eu, como escritor(a), deixei Maria viva e desaparecida, mas também cabe ao leitor decidir o destino dela. Um conto muito triste, mesmo. Tenho filho(s) e já tive vários pesadelos em que ele(s) desaparecia(m). É terrível. Agradeço bastante a leitura e o comentário.

  8. Maria Flora
    13 de outubro de 2016

    Olá, Marvin. Fui pega de surpresa no final, acreditei que a moça fazia vigília perante o túmulo da irmã naquele dia especial. Bom, o texto é gostoso de ler. Fisga a atenção no início e nos leva subitamente ao fim. A narrativa nos traz a personagem junto a nós. Então, nossas sensações se mesclam aos acontecimentos da história, trazendo nos suspense. Na verdade, trouxe angústia por que este tipo de situação realmente ocorre. Um conto real, humano. Meus parabéns! Boa sorte!

    • Marvin The Martian
      13 de outubro de 2016

      Agradeço, Maria Flora. Fico feliz que tenha gostado do conto. Só decidi matar Anna (este era o nome da irmã mais velha – tem nome porque existe de verdade, assim como a Maria), no dia da postagem. Inicialmente ela estava apenas lá visitando o cemitério, talvez por isso vc tenha tido a surpresa, nem eu sabia que ela estava morta. Então, agradeço pela leitura e comentário. Aprendo muito com as opiniões. Abraços.

  9. Gustavo Aquino Dos Reis
    13 de outubro de 2016

    Ah! O gótico! Os espectros que rondam os cemitérios e não conseguem esquecer as trajetórias de vida pregressa e insistem em sussurrar, para os vivos, as suas emotivas histórias.

    Esse conto é excelente gramaticalmente. Muito bonito, mesmo. Com palavras e construções frasais impecavelmente bem escritas.

    Porém, é só mais uma história de espectros. É simplesmente uma narrativa emotiva que começa muita bem, mas deságua no clichê.

    Não, autor(a), de nenhuma maneira achei sua obra ruim.

    No entanto, ela debruça-se em um tema batido por demais no desafio em questão.

    Os mortos contam histórias. Claro que contam.

    Mas, e os vivos?

    De toda a maneira, parabéns.

    • Marvin The Martian
      13 de outubro de 2016

      Muita gente tem reclamado da história ter envolvido um fantasma. Mas, minha singela opinião, um conto não perde o seu valor porque se utiliza de um artifício que outros contos também usam. Uma vez eu li em algum canto que todas as histórias já foram contadas, e que só há versões novas sobre o que já foi escrito. De toda a maneira, é sua opinião, sua visão das coisas, sua e de muitos outros escritores daqui, e eu respeito isso. Vou me lembrar de evitar o sobrenatural quando for participar do EC. Desculpando o desabafo e agradecendo pela leitura e pela opinião sincera, sempre bem vinda. Abraços.

      • Bia Machado
        23 de outubro de 2016

        Isso é uma coisa que não consigo entender nos comentários: “o tema está muito batido”. Quando escrevi um conto para o Desafio Imagem onde coloquei uma criatura que todos associaram a zumbi, mesmo eu não tendo sequer citado isso, como reclamaram nos comentários, de que o conto estava batido… qual tema não é batido? Eu concordo com isso que você leu em algum lugar, sobre que todas as histórias já foram contadas. Seja sobre o passado, seja sobre o futuro, como disseram no meu dessa vez: “mais um conto pós-apocalíptico”, rsss… Enfim, eu acho que se a gente for escrever só o que a gente acha que não é batido, pelamor, vai estar tornando a coisa científica demais. Acho que quem julga um conto por esse prisma do tema ser batido ou não, sinceramente… não deve ser levado muito em conta, não…

  10. mariasantino1
    12 de outubro de 2016

    Noosa! Como assim?

    Olá, autor (a).

    Seu conto me fez esquecer que não curto narrativas em primeira pessoa e me vi aqui atenta para saber mais, envolvida e torcendo por um final a altura da expectativa. O texto tem tom de conversa e se imagina até a voz da pessoa que escreveu o texto, aqui no ouvido. Está crível, repassa emoção e tem uma narrativa linear (exceto pela introdução, que achei meio floreada para o restante).Quem nunca se viu confuso com as intempéries da adolescência, não é mesmo? Confesso que tenho predileção por finais abertos, por mistérios que não são solucionados de todo, e por esse motivo gostei de não saber o que houve com a minha xará. Só o lance de as duas estarem mortas é que me deixou assim assim (meio forçado, sabe?). Acho mesmo que só a prece com um vento beijando as faces deles aí trazendo o cheiro do cabelo da menina (ou algo que valha), deixaria tudo na medida, sem alardes.

    Gostei, enfim.

    Parabéns e boa sorte.

    • Marvin The Martian
      12 de outubro de 2016

      Valeu, moça. Faltam poucos e bons para fechar o ciclo. Abraços. Também gostei do seu, rs.

      • mariasantino1
        12 de outubro de 2016

        Não gostou não. Mas, tá de boas 😉

  11. Luis Guilherme
    12 de outubro de 2016

    Poxa, Marvin, que brincadeira é essa de me deixar chorão em pleno feriado?

    Em primeiro lugar, que conto lindo! Parabéns!

    Ah, o arrependimento, sempre destruindo vidas.
    Fiquei me imaginando no lugar dessa irmã, que vai pra sempre se culpar pelo sumiço da irmã, não importa o que aconteça.

    E que destino trágico da Maria. :´(

    Enfim, não tenho nada de técnico ou estrutural pra apontar. A leitura tá deliciosa e fluente, meus olhos foram voando pela página sem pausa.

    Uma história forte, triste, sentimental, que causa sentimentos fortes no leitor (em mim, pelo menos), e acho que despertar sentimentos é o maior desafio e maior mérito do escritor, então parabéns pela belíssima obra!

    • Marvin The Martian
      12 de outubro de 2016

      Eu te entendo, chorei muito escrevendo aquela parte em que a irmã a deixou para ir ao supermercado com os amigos. Agradeço pela opinião, vendo o que vc escreveu percebo que o conto causou o efeito desejado.

  12. catarinacunha2015
    12 de outubro de 2016

    QUERO CONTINUAR LENDO? TÍTULO + 1º PARÁGRAFO:
    A figura sentada está viva ou morta? Quem é Maria? Quero continuar sim.

    TRAMA de técnica apurada. Há suspense e evolução linear. Mas o que me emocionou mesmo foi a expressão reveladora “em nossos túmulos”. Perder duas filhas deve ser uma dor inenarrável, mas narrada aqui nas entre linhas.

    AMBIENTE dolorosamente presente.

    EFEITO Cadê o corpinho que deveria estar aqui? Medo da resposta.

    • Marvin The Martian
      12 de outubro de 2016

      Maria Catarina, adoro teu método de avaliação. Ainda vou criar o meu. rs. Valeu.

      • catarinacunha2015
        13 de outubro de 2016

        Sou Catarina Maria. Nome composto como toda criança nascida com poucas chances de sobrevivência deve ter. Mete logo duas santas para cercar por todos os lados. Nasci mirradinha, um maracujá de gaveta. Deu certo! Tô aqui, bonita, formosa, escrevendo merda a torto e a direito.

  13. Bia Machado
    11 de outubro de 2016

    Tema: Conto totalmente adequado à temática do desafio.

    Enredo: É uma história triste, bonita, dolorosa, poética em sua narrativa e muito bem contada em primeira pessoa. E a surpresa ao final, pra mim, caiu bem, ou talvez eu tenha ficado tão absorvida com a narrativa que nem me dei conta de que pudesse ser isso.

    Personagens: São envolventes. Dá pra sentir a angústia da irmã que narra e sentir tristeza pela Maria. Isso deve ser horrível. Talvez pior do que a certeza da morte.

    Emoção: Emoção é mesmo a palavra para a leitura que fiz desse conto. Conseguiu me emocionar. Gostei muito, foi uma leitura que despertou muitas sensações. Parabéns a quem o escreveu.

    Alguns toques: Algumas coisinhas a serem arrumadas na revisão, mas é certo que isso é tranquilo de fazer. O que aparece aqui demonstra ser mais por conta da correria para a postagem nos últimos momentos.

    • Marvin The Martian
      11 de outubro de 2016

      Olhe, moça Bia, adorei o seu comentário. Não que não goste de críticas, gosto quando me fazem crescer, mas fico muito mais contente ainda quando percebo que alcancei meu objetivo passando emoção ao leitor. Emoção que vivi, emoção que senti ao escrever, e emoção de ver que as pessoas captaram a beleza do texto.

  14. Evandro Furtado
    11 de outubro de 2016

    Fluídez – Outstanding

    Leitura pega a gente sem perceber e só entrega a gente de volta no mundo quando o conto acaba.

    Personagens – Outstanding

    Brilhantemente desenvolvidos. As duas irmãs com suas características e personalidades próprias e a relação entre si são belamente construídas. E depois vem o desenvolvimento desse aspecto, também colocado de forma brilhante pelo autor, principalmente ao considerarmos o curto espaço que teve para isso.

    Trama – Outstanding

    O melhor plot twist é aquele que a gente não vê chegando. Some-se a isso estarmos em um desafio onde esse mesmo artifício foi usado de forma muito semelhante três ou quatro vezes. Acho que a razão disso é uma trama tão forte e consistente, que faz a gente esquecer que está lendo um conto. De certa forma, estamos vivendo aquilo.

    Verossimilhança (Personagens + Trama) – Outstanding

    Estilo – Outstanding

    A narrativa em primeira pessoa cria uma intimidade inédita entre o leitor e a personagem. A linguagem flui tão naturalmente que, em certos momentos, é o leitor que está vivendo a história, no papel da personagem.

    Efeito Catártico – Outstanding

    Uma história intimista e comovente que prende o leitor do início ao fim e o inunda de uma tristeza inexplicável.

    Resultado Final – Outstanding

    • Marvin The Martian
      11 de outubro de 2016

      Olá, Evandro Furtado. Li seu comentário e fiquei aqui pensando. Eu já havia lido outros comentários feitos por você e fui no google saber o que era Outstanding. Depois de saber o significado, fiquei esperando para ver se ia receber pelo menos um, na avaliação do meu conto, e aí GRANDE SURPRESA: vc gostou de tudo. Imergiu na estória, sentiu a emoção, se encantou. Esta identificação total do leitor com o que escrevo é aquilo que busco. Ganhei meu dia. Sorte no desafio.

  15. phillipklem
    10 de outubro de 2016

    Boa noite.
    Foi um conto muito bem escrito e quase sem erros gramaticais (notei apenas um ou dois)
    A narrativa manteve um bom ritmo mesmo quando retorna ao passado para contar a história das irmãs.
    Os fardos e as lutas internas da protagonista foram extremamente bem explorados e revelam um autor experiente e com ótima visão das pessoas.
    O final foi bom, mas achei o fato de a irmã mais velha estar também morta desnecessário. A historia se mantém bem sem isso.
    Continue escrevendo, autor, por que você é muito bom!
    Boa sorte no certame

    • Marvin The Martian
      10 de outubro de 2016

      Agradeço, Phillip. Gostei da análise. Já transferi o conto para meu computador e ele passará por uma revisão, eliminando os erros. Já escrevo há um tempo, e acho que sempre podemos melhorar. Abraços para ti.

  16. Gilson Raimundo
    10 de outubro de 2016

    Lego, Susi, Opala… não acho interessante o uso de marcas, parece um comercial inserindo no texto… farda encaixa mais como uniforme militar, algo meio regional. .. uniforme escolar é mais genérico neste Brasil diversificado. .. gostei de como o segredo da narradora foi mantido até no fim, somente ali descobri quem era é o pq de tudo… muito bom.

    • Marvin The Martian
      10 de outubro de 2016

      Olá, Gilson. No meu estado a gente chama “farda” quando se refere à roupa da escola. O Brasil é muito grande mesmo. O Opala, e a Susi fizeram parte da ambientação, o Opala porque era um carro comum no tempo em que se passa o conto, assim como a boneca, que posteriormente foi substituída pela Barbie. Agradeço por ter gostado, a gente conversa mais no final, quando vc descobrir quem eu sou, rsrs.

  17. Gustavo Castro Araujo
    9 de outubro de 2016

    Um conto de muitas qualidades. A principal é a caracterização dos personagens. A protagonista é muito bem construída, com anseios e remorsos bem típicos da fase de transição por que passa. A culpa que carrega é muito bem explorada, sendo perfeita sua utilização para abrir o conto, eis que estimula a curiosidade do leitor. A explicação que se segue – contando o contexto em que Maria, a caçula desapareceu é muito bem amarrada, condizente com a penitência eterna a que a irmã mais velha está condenada. Eu estava pronto para elogiar o conto também pelo fato de não cair no apelo fácil do sobrenatural, mas o final, que revela a narradora morta, acabou com essa possibilidade. Se posso fazer uma sugestão é que esse arremate seja eliminado. O conto não precisa disso para ser brilhante, não carece de surpresa ou reviravolta no final. Basta por si, pelo desenvolvimento fácil e pelo uso hábil de palavras inteligentes. Quanto à gramática, observei um “mal” pressentimento, quando o correto é “mau”, e também um errinho de concordância no “fumar escondido”, quando quem pratica o ato é uma garota. No geral, portanto, um texto muito bom e que, a meu ver, pode se tornar ainda melhor. Parabéns.

    • Marvin The Martian
      10 de outubro de 2016

      Agradeço à apurada análise, o erro do mal é mau eu me dei conta logo que publiquei, mas pelas regras não é possível corrigir e ele acabou ficando. Sairá na revisão . Gosto do final do conto, mas vou avaliar se o mantenho após tanta torcida para modifica-lo. Um abraço.

  18. Paula Giannini - palcodapalavrablog
    9 de outubro de 2016

    Olá, Marvin,

    Gostei de tudo, do título, da imagem, do conto.

    Seu trabalho parte de uma premissa muito pesada, mas você, incrivelmente, consegue tratá-la de forma leve e delicada.

    É sempre muito complicado lidar, na escrita, com emoções tão profundas. Normalmente, a tendência, ao se tratar temas como os aqui em questão – morte e sequestro de filhos, algo de indizível dor – é escorregar para o piegas. Você, no entanto, não fez isso. Passeou pela história, mostrando a dor, sem explorá-la como em programas sensacionalistas.

    A única ressalva que faço é sobre a narradora ser um fantasma. A ideia não é ruim, ao contrário, mas a transição foi um tanto quanto abrupta para mim. Ainda assim, seu conto é irretocável. Afinal, mortas ou vivas, as personagens são criações suas e é você quem decide seus destinos.

    Parabéns pelo belo trabalho e sorte no desafio.

    • Marvin The Martian
      9 de outubro de 2016

      Olá, mocinha! Vamos ao conto. Eu comecei a escrever este conto no ano passado, e era um pouco sobre minhas memórias, mas as personagens, a duas meninas não eram pessoas conhecidas minhas, eram apenas personagens que eu havia inserido no que era a minha rotina enquanto criança. Quando chegou a hora de escrever para o desafio, eu ia contar a história de uma mulher que foi reconhecer o corpo de uma amiga no cemitério de Caju, no tempo da Ditadura Militar. Mesmo sendo uma história impactante, eu não conseguia transmitir emoção ao conto, e o prazo estava quase no fim. Aí fui mexer nos meus contos antigos e encontrei a minha Maria, ali, sem fim, um conto pela metade, pedindo para ser usado. Foi neste momento que Maria deixou de ser uma simples personagens e passou a incorporar sentimentos e lembranças reais. E a narradora, que era apenas uma vizinha, passou a ser irmã de Maria. Então quando chegou ao último dia, baixou aquele raio de inspiração e fui escrevendo… Deu no que deu. Inicialmente eu não ia matar a narradora, mas na hora de fechar o conto, achei que seria uma boa saída, já que a relação dela com os pais havia desaparecido junto com a irmã. Uma pena que algumas pessoas não gostaram. Eu adorei esta auto imolação. Este amor profundo que se sacrifica. Enfim. Agradeço pelas palavras. Espero que seu conto obtenha uma excelente posição no desafio. Abraços.

      • Paula Giannini - palcodapalavrablog
        9 de outubro de 2016

        O importante é escrever, sempre. Seu talento é inegável! Beijos

  19. vitormcleite
    8 de outubro de 2016

    Aqui está um boa trama, um texto bem escrito, só faltou um pouco de surpresa para o leitor estremecer um pouco, não de medo, mas de surpresa. Se apostas nesse efeito surpresa, terias um texto dentro dos três melhores, certamente.

    • Marvin The Martian
      9 de outubro de 2016

      Agradeço pela análise e pela sugestão. 😉

  20. Pétrya Bischoff
    7 de outubro de 2016

    Olá, Marvin! Estive lendo o conto durante meu horário de serviço e, além de me emocionar durante a leitura, com a derradeira revelação ao final, soltei um sonoro e involuntário “PQP!”.
    Que condução majestosa obtiveste com essa narrativa, em momento algum desconfiei dessa última revelação.
    A escrita é bonita, característica e apenas remotamente lírica. A ambientação é vívida e as primeiras frases, com descrição do local que a personagem se encontra e o anseio pelo chá são, realmente, muito boas; pude vislumbrar claramente.
    A história me emocionou por si, obviamente, e pelo sentimento de culpa e remorso que também me acompanha por saber que fui um monstro de reclusão e arrogância na adolescência, também destratando meu irmão mais novo. Hoje ele é meu maior exemplo de persistência, afinco e comprometimento.
    Enfim, uma leitura embotada de diversos sentimentos. Parabéns e boa sorte!

    • Marvin The Martian
      7 de outubro de 2016

      Estava esperando pelo seu comentário. No facebook alguém apontou este conto como sendo seu. Queria ver se você se identificava, se gostava, se reconhecia o seu estilo aqui (não o conheço – estilo- ainda). Então fico duplamente feliz que tenha gostado. Depois vou te ler para ver se me encontro em teus escritos.

  21. Fheluany Nogueira
    6 de outubro de 2016

    Ontem vi um filme em que o filho do meio, com três anos, é sequestrado e nove depois é reencontrado. Ocorre uma grande dificuldade de adaptação na família. Chorei muito. E, hoje me deparei com este conto! Chorei mais ainda. É um assunto que toca fundo, ainda mais com as confissões de remorso da fantasma-suicida ao lado da cova vazia.

    Outros assuntos explorados, que trazem muita emoção, são a passagem de menina para moça e as mudanças de comportamento, sobretudo com os irmãos mais novos.

    Todas estas abordagens, mais uma escrita impecável, frases de efeito, descrições perfeitas construíram uma narrativa fluida, elegante e com sucesso garantido.

    Parabéns! Abraços.

    • Marvin The Martian
      6 de outubro de 2016

      Acredite, Fátima, eu chorei escrevendo este conto. Há muito de minha infância nesta história. Agradeço pela sua sensibilidade, pela análise bem feita (uma marca sua) e por deixar fluir a emoção do conto em você. Adorei.

  22. Davenir Viganon
    6 de outubro de 2016

    Olá Marvin
    O título foi bem escolhido pois condensa bem o assunto do conto, a separação dolorosa, a irmã e a mágoa.
    O texto foi competente em passar a angústia e o vazio da narradora, o final acertou em deixar sem uma solução feliz ou redenção. Algumas vezes a narrativa oscila entre o íntimo e o frio. A estrutura do conto foi bem feita de modo que queremos saber como ela foi parar no cemitério. Ao fim descobrimos que ela ficou desaparecida por décadas, provavelmente morta. Eu achei bom.
    Um abraço.

    • Marvin The Martian
      6 de outubro de 2016

      Agradeço, Davenir. Nada sabemos sobre Maria, se está viva ou morta, só que está desaparecida. Quanto à irmã, esta morreu mesmo. Não se sabe como, provavelmente suicídio pela culpa, pela saudade. Achei o seu comentário bastante inteligente. Fico feliz quando percebo que o leitor se dedicou, compreendeu, e falou com precisão sobre a história que leu. É bom ter leitores como você.

  23. Fabio Baptista
    6 de outubro de 2016

    O texto é muito bem escrito e a leitura corre que é uma maravilha. Destaquei a frase “Somente uma cova tão vazia quanto os nossos corações”: meio clichê, mas muito boa mesmo assim.
    O tema abordado (me refiro ao desaparecimento de crianças, não ao cemitério rsrs) é bastante pesado e me dá calafrios. Achei que o autor acertou a mão nesse ponto. (Só por curiosidade: Tem um livro do Rafael Gallo, chamado Rebentar, que trata desse assunto. Não li, mas parece ser interessante).

    Tudo se encaminhava para figurar numa boa colocação da minha lista, mas daí… mais fantasmas!
    Juro que estou escrevendo isso decepcionado comigo mesmo por não conseguir tirar da cabeça os outros 35 contos do desafio onde aparecem fantasmas… mas, infelizmente não consigo, já estou saturado de um jeito que cheguei a jogar a cabeça para trás, pensando “putz, não acredito…”.

    Enfim… desculpe pelo desabafo justamente no seu conto, autor. Mas eu realmente estava gostando muito até a revelação e aí veio um balde d’água fria.

    Mas acredito que ainda vá para a lista.

    Abração!

    • Marvin The Martian
      6 de outubro de 2016

      Olá, Fábio. Boa madrugada. Obrigada pela análise, uma pena o conto ter te decepcionado pelo detalhe do fantasma, mas é a vida, cada escolha que se faz decreta a morte de todas as outras possibilidades, e eu escolhi este final. Um abraço para ti e sorte no desafio.

  24. Fil Felix
    4 de outubro de 2016

    Duck Dodgers of the 24 and ½ centuryyyy….

    Confesso que o pseudônimo me levou ao Marvin do Duck Dodgers, fiquei com a música de abertura na cabeça. Mas o conto logo me trouxe pra realidade, triste realidade.

    GERAL

    Muito bem escrito e desenvolvido, tem seu início, meio e fim bastante delimitados. Não chegou a surpreender, já vamos percebendo que a irmã guarda um trauma e se sente responsável pelo sumiço/ sequestro/ morte da caçula. Nada de novo sobre o fronte, mas o modo como caminhou as coisas merece elogio. Escrita bem tranquila e gostosa, não cansa ou deixa o leitor enfadonho. Aposto que irá mexer com o sentimental do pessoal, principalmente por esse cuidado. O ambiente também conseguiu me colocar no passado, lembrar de quando passamos de uma fase da infância pra outra. Quando passamos a ter novos amigos e deixamos outros, inevitavelmente, de lado. Contos nesse formato são sempre acima da média, confesso. Mas não costumam me fisgar tanto, por eu preferir algo mais espalhafatoso e menos dramático. Sendo assim, ótimo para o público alvo!

    ERRORr

    Só percebi um “otas” ali em cima, fora isso está com a gramática ótima.

    • Marvin The Martian
      4 de outubro de 2016

      O meu pseudônimo foi realmente retirado do nome do personagem marciano que contracena com o Duck Dodgers. Sou muito fã daquele desenho. Ah, fiquei feliz que, mesmo não sendo o conto no estilo que você aprecia, ainda assim tenha encontrado boas qualidades nele. Escrever bem, no fim das contas, é o objetivo que todos nós perseguimos. Abs.

  25. Anorkinda Neide
    4 de outubro de 2016

    Olá, autora!
    Gostei tanto tanto… O texto é fluido muito gostoso de ler e emocionante. Na primeira vez q li nao captei toda a emoção, mas agora li vagarosamente e coincidiu com um dia bem down, entao…me pegou.. hehe
    .
    Realmente, eu acho q vc fechou tudo no limite q o desafio propôs e eu acho q se aumentasse, estragaria.Gostei da solução de q a narradora estava morta, deu um toque final à emoção toda q já estava bombando!
    Maria pode estar morta mas nao está enterrada ali por isso elas nao se encontram, ou está viva, a pobrezinha, este é o tipo de final aberto que fica bom, fica bacana, é uma opção dada ao leitor.
    Muitos parabéns pela tua sensibilidade, talento e obrigada por compartilhar conosco.
    Boa sorte ae e abraços

    • Marvin The Martian
      4 de outubro de 2016

      Olá, Kinda. Fiquei muito feliz com o seu comentário. Sei o quanto é rigorosa em seus julgamentos e agora que vi que você gostou, percebi que havia acertado a mão. Ainda não consegui saber qual é o seu conto, mas também ainda não li todos. Um grande abraço para ti.

  26. Brian Oliveira Lancaster
    3 de outubro de 2016

    VERME (Versão, Método)
    VER: Um texto bastante singelo, mas com um final confuso. Emotivo, melancólico e muito real, o que aproxima o leitor.
    ME: Pensei que a garota apenas tinha se afastado da família, mas ao final você menciona que a mãe rezou pelas duas. Se ela era um fantasma, por que a menininha também não? Talvez por ainda estar viva em alguma lugar? Se esse foi o objetivo, não captei de primeira. As descrições leves e os sentimentos saltam à vista. Um texto simples, mas de atmosfera poderosa.

    • Marvin The Martian
      3 de outubro de 2016

      Sim, você acertou. A irmã mais velha era um fantasma e a mais nova ainda estava viva. Agradeço pela leitura e pelo comentário. Sucesso em seu trabalho aqui também.

  27. Wender Lemes
    2 de outubro de 2016

    Olá! O conto quase cria uma armadilha para si mesmo. Quando opta por explorar um acontecimento tão emocionalmente rico, a história usualmente acaba se sobressaindo à técnica. Bom, aqui a técnica é muito boa, então a história não a ofusca. Percebe-se a sensibilidade de quem escreveu, nota-se também o cuidado na construção dos cenários e das personagens. Há verdade por trás das descrições, mas também há algo verdadeiramente literário no ato de descrever. Pode não ser o meu conto favorito do certame (principalmente pelo esgotamento que esse tipo de abordagem criou em mim), mas não há como não reconhecer o talento de quem o criou. Parabéns e boa sorte.

    • Marvin The Martian
      3 de outubro de 2016

      Agradeço. Sabia onde estava pisando ao esparramar tanta emoção neste texto, sabia que muita gente ia reclamar, mas não poderia ser diferente, eu estava completamente ali, que bom você ter apreciado. Bom dia.

  28. Jowilton Amaral da Costa
    2 de outubro de 2016

    Bem, fiquei muito dividido ao analisar este texto, eu achei que o conto passou tangenciando a pieguice, quase que eu não gosto. Acabei gostando. A leitura é fluida, poderia ser um pouco mais literária, digo isso, por conta da história se tornar quase e apenas um relato, apesar de emocionar. É um texto muito triste. A mudança de hábitos da menina com apenas doze anos ficou realmente inverossímil. Meninas de doze anos andando em bares de sinuca, sinceramente, não vejo nem hoje em dia. E olha que eu ando em bares, hahahaha. Enfim, fiquei com um pé atrás durante a leitura, mas terminei por gostar, não muito, do conto. Boa sorte.

    • Marvin The Martian
      2 de outubro de 2016

      Agradeço a sua colaboração. As mesas de sinuca ficavam dentro do próprio colégio, num salão enorme chamado Sala de Jogos, era permitido até fumar nesta sala, e era um colégio de freiras. Você não viu. Eu vi e estou contando. Abraços e boa sorte no desafio.

  29. Ricardo Gnecco Falco
    1 de outubro de 2016

    Olá, autor(a)!
    Vou utilizar o método “3 EUS” para tecer os comentários referentes ao seu texto.
    – São eles:

    EU LEITOR (o mais importante!) –> Nossa… História triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiste que benza Deus! Pelo jeitão do conto e das palavras (hierarquia, inquebrantável, cavalos…) e emoções (tão bem) descritas, ouso arriscar dizer aqui que imaginei de modo bem forte o autor desta obra. Tem a cara (e a pegada) do Anfitrião, mas pode ser de qualquer um dos Medalhões do EC. Sim, a leitura é extremamente fluída e intimista, além de imagética e — completamente — eficiente em causar o ‘efeito imersão’ nos leitores, trazendo-os (pelo menos neste aqui) para dentro da história. Triste; muito, muito triste, mas uma delícia de leitura. Nota 9. Confesso que, já chegando ao finzinho das linhas, temi encontrar o final da história sem receber aquela (necessária) ‘sacolejada’ que — toda — história curta (conto) TEM que ter. E errei feio… Rude… 🙂 A leitura terminou exatamente como TEM que terminar: com aquela (deliciosa e marcante) sensação de “Ohhhh!!!”. Parabéns, de verdade. Conto profissa!

    EU ESCRITOR (o mais chato!) –> A escrita só não está perfeita porque encontrei uns dois ou três errinhos bobos de revisão. Aliás, o maior ‘defeito’ deste trabalho é exatamente ele não ser meu; não ter sido eu a escrevê-lo e, consequentemente, não vir a estar lááááá em cima do pódio, após o resultado das votações. É claro que rolam aquelas notas baixas (ou, aqui no caso, as não-indicações), por parte dos autores (concorrentes) mais competitivos, a fim de uma melhor (ou menos pior) colocação no ‘pódio’… Mas, como não é o meu caso (não, não sou bonzinho ou justão, não; foi só que este conto me agradou mesmo, por sua qualidade de planejamento e execução!), não tem como não colocá-lo entre os meus preferidos. Taí uma coisa (bem) difícil… Emocionar (tocar o gogó da garganta do leitor), sem parecer piegas. Só quem é bem fera consegue fazer isso, sem ‘perder a mão’. A (tão falada e buscada) ‘trajetória/jornada do herói’ está bem presente no trabalho. E este herói invisível é a TRANSFORMAÇÃO sofrida/experimentada (também pelos leitores!) da (1)Inocência; que ‘cresce’ e, ao perder-se(2), causa a crise, que é a tragédia(3) ocorrida(???) com a irmã, o seu sumiço; então vem a dor(4), o remorso(4), a culpa(4) e, com o passar dos anos, a constatação da impotência humana(5) frente a Morte. E esta pseudo-aceitação, ao final, torna-se a cereja do bolo, com a informação´surpresa(6) do estado da protagonista. Tá tudo aí! 😉

    EU EDITOR (o lado negro da Força) –> Trabalho primoroso e profissional!

    Boa sorte,
    Paz e Bem!

    • Marvin The Martian
      2 de outubro de 2016

      Uau! Adorei ler o seu comentário. Li, saí, voltei, li novamente, queria sentir o mesmo prazer outra vez, rs. O que mais aprecio em ter meu trabalho lido, é encontrar leitores que o compreendam, e você o fez em plenitude. Agradeço.

  30. jggouvea
    29 de setembro de 2016

    Contrariando muita gente que elogiou derramadamente esse conto, eu vou criticá-lo bastante. Não é dos melhores do desafio, está carregado de pieguice (talvez porque o autor tenha envolvimento emocional com o tema, como já disse), há vários momentos em que a narrativa descamba para o prosaísmo e o didatismo e o final é completamente previsível.

    Um exemplo de frase que saiu dolorida de ler é esta: “A diferença de quatro anos de idade entre nós determinava uma espécie de hierarquia tácita e plenamente aceita, sem que trocássemos uma palavra sobre o assunto”.

    Em um texto que se pretende intimista, o uso de termos rebuscados como ‘hierarquia tácita e plenamente aceita’ parece tão artificial que o leitor derrapa. Felizmente, não há muitas frases assim, mas o texto tem um tom carregado em alguns momentos.

    Uma falha significativa do texto, em minha opinião, é o excesso de envolvimento do autor, que se traduz em uma torrente de emoções e em uma narrativa piegas. A verdade é que nada que se pareça remotamente com “Memórias de um Sucida” de Yvone A. Pinheiro pode ser bom.

    Tudo isso, porém, são “escolhos” que prejudicam um texto que tem excelente potencial por causa do tema pouco frequentado pela ficção, sempre mais interessada em nuvens e elfos do que em pobres Marias.

    Sob esse aspecto o texto foi muito satisfatório e merecerá um voto meu.

    • Marvin The Martian
      29 de setembro de 2016

      Agradeço a franqueza, e a fundamentada crítica. Vou examinar com cuidado sua análise e o que pode ser mudado para aprimorar o texto. Boa noite.

  31. Ricardo de Lohem
    29 de setembro de 2016

    Olá, como vai? Vamos ao conto! Uma história baseada em fatos reais. Isso atrai muita gente, mas me dá calafrios. Por quê? Porque pode acabar servindo de desculpa para qualquer problema no texto de desculpa dizendo “ah, mas foi assim mesmo que aconteceu”. Acontece que literatura é uma coisa, vida real é outra, as duas não devem ser confundidas, ao se escrever uma história, o que importa é o texto em si, não a fidelidade à realidade. Até o “Diário de Anne Frank”, supostamente um texto realístico totalmente baseado na realidade, foi reescrito até ser expurgado de sua essência infantil, tornando-se uma verdadeira obra literária. O texto é um tanto confuso para um conto, deveria ter sido um romance. Mostrar as meninas crescendo, uma mudando de comportamento, a outra sendo morta por um psicopata, tudo isso em 1500 palavras? Difícil dar certo, você devia ter usado um tema menos ambiciosamente extenso. O final foi do tipo súbito, sem reviravoltas ou revelações. Da próxima vez, edite melhor suas memórias, ou, se achar muito difícil, utilize-as em um romance e use outro material para um conto. Lembre-se que a qualidade da história importa infinitamente mais que a fidedignidade. Um bom conto, Desejo para você muito Boa Sorte!

    • Marvin The Martian
      29 de setembro de 2016

      Olá. Agradeço pela leitura, e pelo trabalho que deve ter dado fazer sua crítica. Boa noite.

  32. Marcia Saito
    29 de setembro de 2016

    Olá
    Como vai?
    Não vou esmiuçar em detalhismos gramáticos ou mesmo em tenttivas de querer “melhorar isso ou aquilo”, que quem dera que tivéssemos de fato o talento de fazer algo ou a impáfia de querer mudar a estrutura de um conto bem escrito.
    As pessoas se esquecem que mesmos com “erros|” podem ser colocações criativas que o escritor dá a alma a uma história que, se fosse contada por outra pessoa, não seria a mesma coisa e nem o encanto que somente um bom autor sabe transmitir.
    Foi um bom conto, com leitura que transcorreu sem grandes problemas.
    Há tão poucos que sabem pôr em palavras que atinjam tantos leitores por suas emoções.
    Desculpo pelo comentário raso mas espero sinceramente que seu conto esteja dentre os melhores do Desafio.
    Boa sorte e fique bem.

    • Marvin The Martian
      2 de outubro de 2016

      Olá, agradeço pelo comentário e pelo prazer que o conto proporcionou a você, escrevi o conto pensando em mim, em minhas lembranças e coloquei uma situação ficcional para ilustrar a minha rotina na infância, acho que foi isso que tornou o conto mais interessante, o fato de ser tão fundamentado em memórias reais. Sorte no desafio.

  33. Simoni Dário
    28 de setembro de 2016

    Olá Marvin

    Um bom conto, do início ao fim. Juro que procurei ler em algum lugar da página que a história havia sido baseada em fatos reais. Pelos comentários do autor entendi que é ficção, pontos pelo talento narrativo.

    Título, emoções transmitidas, enredo, estética e narrativa impecáveis. Só me resta dar os parabéns.

    Bom desafio
    Abraço

    • Marvin The Martian
      2 de outubro de 2016

      Olá, Simoni, o conto foi baseado em lembranças mas há também criação minha nele. Agradeço seu comentário e torço para que o seu alcance um ótimo resultado. Sorte e um abraço.

  34. Marcelo Nunes
    28 de setembro de 2016

    Olá Marvin.

    A leitura foi boa, não foi uma escrita travada e gostei da estrutura. Prendeu minha atenção até quase o final do conto.

    Os detalhes do descaso entre as irmãs, me fez lembrar da minha infância.
    Confesso que me emocionei com isso.

    Criei uma expectativa muito grande para o final do texto, só que infelizmente não me surpreendeu. Gostei bastante do seu conto, parabéns.

    Boa sorte!

    • Marvin The Martian
      28 de setembro de 2016

      Agradeço pela leitura. Tenho percebido, lendo os comentários, que o conto tem mexido um pouco com as dores ligadas às lembranças das pessoas. Imagino que o conto passa credibilidade porque muito que está ali foi retirado de minhas próprias lembranças e de fatos vários que eu concentrei naquelas duas personagens. Quanto ao fim, bem, foi o final que eu quis dar, pode parecer clichê mas eu achei interessante colocar um fantasma tão cheio de sentimentos humanos, e sem uma pegada de assombração, mas apenas alguém com dores ainda não curadas, culpa, solidão, etc. Valeu.

  35. Claudia Roberta Angst
    28 de setembro de 2016

    Olá!

    Antes de tudo, parabéns pela fluidez do conto, pois quando me dei conta, já havia acabado a leitura. Bom ritmo, sem entraves, sem voltas desnecessárias pelo cemitério.

    O tema proposto pelo desafio foi abordado e com sucesso. Não é o foco principal da trama, mas funciona bem.

    A história contada é triste, tingida com poesia e belas lembranças. Por isso, me peguei recordando dos meus tempos de menina: a boneca Susi e as muitas peças de Lego.

    O conto está muito bem escrito. Talvez, eu empregasse mais vírgulas. E o único erro que encontrei já foi apontado pelo(a) autor(a): “mal pressentimento” no lugar de “mau pressentimento”.

    A narrativa comove pelo tom de confissão, remorso e, também, pelo envolvimento afetivo das irmãs rompido pelos efeitos da tal puberdade. Eu teria ocultado a informação de que o túmulo estava vazio, lá no comecinho do conto. Já deu a dica de que havia alguém desaparecido.

    Boa sorte!

    • Marvin The Martian
      28 de setembro de 2016

      O nível dos comentários aqui é bem alto. Tenho refletido sobre as dicas que as pessoas me dão, e já penso em como ficará o conto quando for reformulado a partir da orientação de vocês. Agradeço a leitura. ; ) Abraços.

  36. Amanda Gomez
    27 de setembro de 2016

    Olá,

    Olha, apesar de ser uma história que parece um filme que sabemos o roteiro de cor, e que vimos várias vezes, o conto ainda assim conseguiu me emocionar.

    Talvez por abordar um assunto tão perturbador, que é o desaparecimento.. o não encontrar…. Não consigo imaginar angustia maior, do que perder um ente querido dessa forma, com a dor presente a todo momento,e a esperança que nesses casos é mais uma tortura que qualquer coisa. É horrível, e você soube mostrar as emoções com delicadeza e verdade.

    O final pode ter ficado um pouco forçado, usar essa estratégia pra causar um impacto nas frases finas, nem sempre funciona.

    Fora isso, gostei do conto, ele fez o que poucos conseguiram até agora, me emocionar.

    Parabéns, e boa sorte.

    • Marvin the Martian
      28 de setembro de 2016

      Este conto foi feito a partir das minhas lembranças, com uma boa dose de ficção também. Fico feliz em ver que gostou. Até o último minuto, não sabia se iria matar a irmã mais velha ou não. Acabei achando que ela deveria morrer como uma imolação voluntária numa tentativa de se livrar da culpa. Sempre bom ler comentários em que a gente percebe que a pessoa leu mesmo o conto. Abraços.

      • Priscila Pereira
        28 de setembro de 2016

        Fiquei imaginando depois se a narradora tinha se matado por conta da culpa… pq a morte dela ficou meio que sem resposta…

    • Ricardo Gnecco Falco
      1 de outubro de 2016

      Imaginei a mesma coisa, Priscila… Se matado ou, pior, tivesse “morrido aos pouquinhos”, de tristeza, culpa, remorso…
      Estes sentimentos não têm mesmo como não nos tocarem; o autor acertou na mão! 😉

      • Marvin The Martian
        6 de outubro de 2016

        Feliz com suas declarações.

  37. Rodrigues
    27 de setembro de 2016

    Eu achei que o conto exagera na dramaticidade, simplesmente para tornar o final – já tão utilizado – ganhe impacto. Esse papo de alguém falando sobre a vida e que no final revela que está morto, ou que a família está morta, de alguma forma, já me deixou me saturou.

    • Iolandinha Pinheiro
      23 de outubro de 2016

      Ficou em quarto lugar e ainda ganhou um troféu. Acho que vc devia reler suas postagens antes de publicá-las. Ver se as frases estão escritas de modo correto e com sentido.

  38. Priscila Pereira
    26 de setembro de 2016

    Oi Marvin, que conto lindo o seu… Gostei muito!! É singelo, poético e me emocionou. Está bem escrito e a narrativa é comovente. Nunca havia ouvido (ou lido) a expressão crocante, se referindo a um som…. Gostei. Kkk
    Parabéns mesmo pelo texto e boa sorte!!

    • Marvin The Martian
      26 de setembro de 2016

      Agradeço, Priscila Pereira. Tentei fazer um conto pouco rebuscado. Preferi que fosse mais fluido, fácil de ler, envolvente. Estou fugindo um pouco do meu estilo habitual, mas o resultado me agradou.

    • Marvin The Martian
      28 de setembro de 2016

      Priscila, sobre a tua outra pergunta, eu não quis explicar muito os motivos da irmã mais velha ter dado fim à própria vida porque não queria colocar mais informações do que o estritamente necessário para que o conto ficasse inteiro e enxuto, mas por dedução minha, a menina se matou por culpa, saudade, e uma tentativa de encontrar a irmã, supostamente morta, em uma outra esfera, a espiritual. Não tendo encontrado, o leitor pode concluir que Maria não estava ainda morta. Quem saberá o que aconteceu com Maria? Nem eu sei.

      • Priscila Pereira
        2 de outubro de 2016

        Oi Marvin, a Maria pode sim estar morta. Segundo a Bíblia, os suicidas não herdarão o reino dos céus, então elas nunca iriam se encontrar mesmo. Maria está no céu e a irmã vagando por aí… Só especulações… Kkkk
        Seu conto está no meu top 5.

    • Marvin The Martian
      5 de outubro de 2016

      Oi, Priscila. O que você falou sobre as irmãs não poderem se encontrar mesmo as duas estando mortas porque uma se suicidou, faz todo o sentido. Em muitas religiões os suicidas não ficam no mesmo lugar do que aqueles que tiveram uma morte conforme a vontade de Deus. Não havia pensado nisso, agradeço por encontrar mais uma vertente do meu conto. Valeu, e também agradeço por estar no seu top 5. Só felicidade.

  39. Marvin The Martian
    26 de setembro de 2016

    Seria possível indicar os erros de ortografia encontrados? Para que eu os pudesse corrigir posteriormente. Agradeço desde já pelas correções e pelo seu comentário. Abraços.

  40. Marvin The Martian
    26 de setembro de 2016

    Errata: Onde se lê “mal pressentimento” leia-se “mau pressentimento”. Reli hoje e resolvi corrigir. Agradeço a compreensão dos leitores.

  41. Eduardo Selga
    25 de setembro de 2016

    Para os que preferem acreditar que pedra é pedra, necessariamente e sempre e que a chamada realidade não é contextual e sim factual, a concepção do ser humano como um animal simbólico quase adquire ares anarquistas. Felizmente, porém, não somos o óbvio ululante, apenas, embora também o sejamos: carregamos conosco, em algum porão do DNA, a metáfora. E o significado de uma palavra pode ser o seu oposto.

    Esse o principal motivo que me anima a comentar a presente narrativa, a demonstração de nosso simbolismo. Decerto não é o único texto do desafio a seguir semelhante caminho. Há mesmo uma linhagem de autores afinados com essa abordagem. Na verdade, ao fim e ao cabo todos os fazem, na medida em que escrever ficção é uma tentativa de sobreviver a si próprio, a pessoa se traduzindo em outra dimensão, para além do que consideramos real.

    No entanto, se não está sozinho na concepção estética, o conto é seguramente, considerando o universo lido até o momento, um dos que o homem simbólico surge com maior pujança, exatamente porque para isso os artifícios narrativos usados (e escrever ficção é sempre um artifício) não são artificiais, ou seja, não “forçam a barra”, evitando cair no exagero estético, conforme já observei no belo conto “Flutuando na poeira”.

    Porque somos simbólicos, e porque personagens são representações de pessoas, Maria estava, sim, enterrada naquela sepultura, sob o epitáfio “aqui repousa a esperança”. Mesmo que concretamente não estivesse, isso não importa tanto quanto a concretude que o gesto simbólico faz brotar. Como as perpétuas. É sintomático, nesse sentido, que a personagem efetivamente sepultada, a irmã de Maria, tenha rendido homenagens a ela. É claro: Maria estava ali, numa lembrança absolutamente concreta, numa presença absolutamente simbólica.

    Mas do que isso: a personagem-narradora existe menos que Maria, perpétua (as flores no túmulo não são gratuitas) na memória do pequeno núcleo familiar, ao passo que a narradora, não obstante mais velha, é nada ou quase isso, nos diz o(a) autor(a) ao recusar-se, acertadamente, a fornecer parte fundamental da identidade da pessoa, seu nome. A personagem é apenas a irmã de Maria, é tanto o quanto basta. Se em vida Maria era, até a adolescência, a sombra da irmã, após as mortes isso se inverte.
    É a busca da nova conformação do “eu” por parte da personagem-narradora que indiretamente provoca o desaparecimento de Maria. A transição da infância para a adolescência, com suas inevitáveis tempestades magnéticas, ao atingir a narradora, causa um abalo sísmico em ambas as existências, de modo a ficarem em campos opostos, separados pelos hormônios. A narradora não apenas perde o antigo encanto pelas brincadeiras infantis: há certo menosprezo pela infância de Maria, traduzido pela falta de cuidado com ela, culminando com o desaparecimento da menina. Foi a prepotência de julgar-se de alguma maneira melhor porquanto “adulta” que derrubou as “peças de lego coloridas” da irmã e foi causando nela o sentimento de decepção. Essa mesma prepotência, no entanto, pede desculpas ao lado do túmulo ao folhear o passado. Desculpas perpétuas.

    Algumas questões relativas à construção do texto, e que afetam a coesão: em “[…] arrastada para dentro de um opala amarelo sem placa”, o nome do modelo do veículo deveria estar grafado com inicial maiúscula; em “peças de lego coloridas”, deveria ser Lego, por ser uma marca; em “bolsinha pequena” há um pleonasmo que até se justificaria se houvesse nele alguma função estética; em “de certa forma foi como uma folga para mim” há a repetição do fonema representado pela letra F, sem justificativa estética; o mesmo ocorre em “vi Maria vindo”, quanto ao V.

    Coesão textual: foi afetada pelo que assinalei acima.

    Coerência narrativa: Concordo com a afirmação do colega Olisomar quanto à passagem do mundo infantil para o adulto, ou seja, a coerência ficou abalada.

    Personagens: muito bem construídos, principalmente porque, embora não possamos confiar na descrição que é feita de Maria, pois não é a própria quem o faz —ela é vista pela irmã, queremos acreditar. E é a construção que causa isso.

    Enredo: muito bom.

    Linguagem: adequada ao propósito.

    • Marvin The Martian
      25 de setembro de 2016

      Olá, amigo. É muito bom quando alguém consegue nos desvendar com este nível de profundidade. O conto que escrevi não é de todo ficcional. As irmãs, a escola, o dia em que uma deixou a outra para trás para ir ao supermercado com os amigos, a história de fumar escondido aos doze anos – tudo isso aconteceu e faz parte das minhas felizes/dolorosas memórias. Vi que você decifrou as sutilezas que fui soltando pelo conto, quase todas, então acho que cumpri meu objetivo, ainda que tenha deixado para escrever o conto no último dia do desafio, e por conta disso não o tenha lapidado como deveria. Dobro-me às consequências das minhas limitações. Agradeço e aguardo pelas demais análises.

  42. Iolandinha Pinheiro
    25 de setembro de 2016

    Conto lindo, poético, emocionante. Seu conto me fez chorar. A simplicidade sem afetações deixou o conto muito fluido e envolvente. Nada sobra, nada falta. Gostei demais. Parabéns pela ortografia, pela falta de firulas, adorei.

    • Marvin The Martian
      28 de setembro de 2016

      Agradeço, moça. Muito bom saber que gostou. Abraços.

  43. Taty
    25 de setembro de 2016

    Muito triste o conto, no sentido da emoção, da culpa por um erro comum, chega a ser angustiante.

    Bem escrito, não é cansativo. Estranho somente a garota se perder tão nova e tão de repente.

    Não houve grande surpresa no final, mas não decepcionou como um todo.

    É isso.

    • Marvin The Martian
      26 de setembro de 2016

      Fico feliz em saber que gostou do conto. Abraços e boa sorte para você também.

  44. Evelyn
    24 de setembro de 2016

    Oi, Marvin…
    É um bom conto. A mudança repentina que o colega Olisomar menciona no comentário, também notei. Acredito que foi brusca e isso quebrou um pouco o andamento da coisa. Não tirou a beleza de tudo, não. Não percebi erros. A linguagem é simples, mas muito marcante.
    Parabéns pela história.
    Abraço!

    • Marvin The Martian
      26 de setembro de 2016

      Evelyn, o conto foi em grande parte baseado em minhas memórias. As irmãs existiam, e aconteceu, realmente, a maior parte os episódios relatados, inclusive piores do que ficaram no conto. A história foi bastante suavizada. Um abraço e agradeço pelo comentário.

  45. Olisomar Pires
    24 de setembro de 2016

    Olá, uma bela e triste estória. Não notei erros gritantes de ortografia, a leitura é fluída e os personagens principais são bem construídos.

    Talvez uma única parte sem muita coerência foi a transição da irmã mais velha para hábitos muito diferentes (fumo, sinuca, dividir o táxi), ela tinha 12 anos numa linha e na outra fazia essas coisas, não combinam, sendo que a irmazinha caçula ficou no mesmo desenvolvimento infantil.

    Em todo caso é um bom conto, o final era esperado quando foi anunciado lá no início, prevê-se logo que a garota era um fantasma.

    Boa sorte.

    • Marvin The Martian
      28 de setembro de 2016

      Olisomar Pires. Como já expliquei em outros comentários, o conto foi escrito com base em memórias da minha infância. A moça que agora é representada pela irmã mais velha é a soma do comportamento de meninas da mesma idade (na faixa dos onze, doze anos) que conheci quando eu tinha entre oito e dez anos. Na vida real não só estas transições acontecem numa velocidade maior que o senso comum aponta, como é necessário entender que o texto, ora em análise, é um conto, e com limitação de 1.500 palavras, não havia condições de descrever um processo detalhado e extenso de mudança gradual de comportamento da menina mais velha, compreende? Agradeço pelas suas observações e por ter gostado do conto. Abraços e sorte no desafio.

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Publicado às 24 de setembro de 2016 por em Retrô Cemitérios e marcado .