O choro
chega, avisa, dói primeiro e depois se materializa em gotas
salgadas
que fere o rosto, crava a alma e aprisiona o espirito.
O choro
chega, avisa, emociona primeiro e depois se materializa em
gotas suaves
que lava o rosto, sensibiliza a alma e liberta o espirito.
O choro
chega, nem sempre visa e nem sempre se materializa mas as
gotas caem
rasgando por dentro, sufocando voz e guardando dores.
O choro
chega, nem sempre avisa e nem sempre se materializa mas as
gotas saem
regando por dentro, liberando vozes e fortalecendo amores.
O choro
chega, vai, volta e some de novo.
Choro ação,
choro reação,
choro emoção.
Há choro que machuca.
Há choro que liberta.
Não entendo quase nada das estéticas estilistas da poesia, mas notei bastante cuidado com a sonoridade, tornando-se um texto agradável de assimilar enquanto se passeia pelas emoções e trocas de pensamento.
Eu gostei da simplicidade na exposição dos sentimentos. Posso estar enganada, mas do jeito que está, dá ideia de um equívoco na concordância verbal.
(…) em gotas salgadas/que fere o rosto > seria melhor – gotas salgadas que FEREM
(sendo o sujeito GOTAS) – talvez a autora tenha pensado no CHORO como o que fere, mas ele está distante.
(…) gotas suaves/que lava o rosto > gotas suaves que LAVAM o rosto
Gostei principalmente dos versos finais. 🙂