Atabaques e baques do maracatu anunciam o amanhecer. Transpirando cajuína, carrego minha presença tão julgada pelos locais, mas almejada pelos turistas, ao espetáculo do qual sou atração principal. Atravesso portas, casarão adentro, com os clientes a esperar pela pele de morena tropicana. Do sabor cravo e canela.
Do primeiro, não nego. Gostei. Brotinho de ébano, cheirando cajá maduro, desses de sorriso largo, cândido. Vestiu a camisa de Vênus como que de força, tamanho M, desajeitada. Fogoso, puxou a anagua com os dentes. Levando o roçar dos corpos ao licor primordial.
Do último, nego. Meu suor já em conserva, travoso. A cachaça da pele, a má educação. A violência… A percussão da manhã vira lamento sertanejo, chorado pela mãe-da-lua. Fim do circo, mas que me dá o pão. E ao sair, os olhares turvos sussurram. Julgam.
Um dia será diferente. Mas já imagino os agogôs de amanhã, pedindo pelo meu trabalho…
௫ Dias de Fevereiro o Ano Inteiro (Osmar)
ஒ Estrutura: Um toque bem poético. Poético até demais. Faltou um pouco de harmonia no estilo de Osmar, sendo possível categorizar como prolixo. O leitor que ama poesia pode gostar, porém. Todo estilo é válido na arte, mas é inegável que certos estilos demonstram superioridade em relação a outros. Mas Osmar escreve muito bem, sabe desenvolver a estória e manter uma boa estética. Se trabalhar um pouco mais o equilíbrio de seu estilo, poderá produzir obras belíssimas.
ஜ Essência: O texto é belo em escrita, mas mundano em essência. Não representa muito para os profundos. Mas representa bastante para os ordinários.
ஆ Egocentrismo: Não gostei muito. Pendeu de forma exagerada para a poesia, e o estilo me pareceu prolixo. Mas admiro o potencial de Osmar, que escreve bem e tem grande domínio da língua portuguesa.
ண Nota: 7.
Gostei.
O mais interessante foi a forma como o autor ou autora faz para descrever os clientes da moça. O jogo de palavras usados, não deixa tudo tão óbvio.
O fim deixa a mensagem. Um dia tudo muda, mas amanhã irão querer o meu trabalho. Um trabalho onde sempre haverá clientes. Sem oportunidades em outro meio, fica difícil largar.
Belo conto.
O enredo regionalista é interessante, tem sua originalidade no conto muito bem escrito. Interessante a construção das frases.
Boa sorte.
Opa. eu senti algo relacionada a religião do Candomblé, e também uma excelente representação da cultura que as vezes não é aceita dentro do próprio pais.
Gostei do resultado!
Conto meio que em prosa, meio que em verso(pelo menos para mim). Taí um estilo de escrita que me atraiu. O tema é conhecido(mas, realmente há algo de novo debaixo do sol?), mas foi abordado de uma forma interessante. Qualidade gramatical impecável. Gostaria de saber escrever assim.
Sucesso!
Gostei. Parece sempre triste a sina de alugar o corpo, mas o misto de esperança e desencanto temperado de realidade funcionou muito bem. Apenas achei a menção a cravo e canela meio clichê.
.:.
Dias de fevereiro o ano inteiro (Osmar)
1. Temática: Prostituição. A carne pelo metal.
2. Desenvolvimento: Sutil na textura, apesar de enxertado de sofrimentos descritos com discrição. A carne pelo vintém que sangra o corpo e a alma, alimentando o mundo desigual.
3. Texto: Temática atual e universal. Em que mundo não há prostituição? Em todos! O interessante foi a sutileza da inclusão do tema ao texto.
4. Desfecho: A perspectiva de esperança deixou tudo menos cruel, apesar de ainda existir a necessidade de se vender no dia seguinte. Até quando, senhor? Somos os autores da nossa história, sempre existem vários caminhos.
Show
Perveso, dolorido e inteligente.
Muito bom!!!
Sutil na textura, apesar de enxertado de sofrimentos descritos com discrição. A carne pelo vintém que sangra o corpo e a alma, alimentando o mundo desigual. Show!
Olá!
Gostei muito do seu conto.
Em 150 palavras, ou menos, não contei, conseguiu transmitir com muito sucesso os dias de uma prostituta.
Toda a descrição me deu uma vívida imaginação… A esperança dela de que um dia mude e ao mesmo tempo uma vida conformada.
Parabéns!
Apesar de a imagem remeter às lavagens do pelourinho, com suas baianas e guias, girando nos paralelepípedos do conjunto arquitetônico barroco, o texto me levou a meninice, onde levada pelos meus pais, assistia no Recife antigo os desfiles de Baque virado, com destaque para o Rei e sua Rainha, e toda uma corte fantasiada seguindo o cortejo, aumentando o ritmo do andor conforme a batida da percussão.
Tinha também o Baque Solto, com os Caboclos erguendo suas lanças representando o corte da cana dos trabalhadores rurais.
Mas aqui, vejo o Maracatu de Baque Virado e sua forte pegada religiosa, com a morena tropicana, das canções do Alceu Valença, e a sensual sertaneja de Jorge Amado, representadas pela Rainha, mal vista pela corte, mas desejada por seu Rei.
Ri com a referencia “Camisa de Vênus”, porque era assim que eu ouvia sem saber do que se tratava. E a Cajuína então… e quando li anágua, lembrei da minha curiosidade em saber o que dava volume aquelas roupas de veludo bordadas.
Voltando ao labor da sua persona, devo dizer que o tronco está para todos. Para o que o faz, para quem se beneficia de quem o faz, e de quem apenas assiste sem nada fazer.
Caríssimo autor, findo meu comentário, que mais parece uma explosão nostálgica que a análise do que fora escrito, mas, devo agradecer-lhe por me trazer tão rica lembrança.
Se quem escreveu não for pernambucano, certamente fez uma boa pesquisa, ou eu viajei legal rsrsrs
Meu caro Osmar, axé pra você!
TEMÁTICA: narrativa de uma prostituta sobre o seu cotidiano. Universo interessante, mas, pela narrativa, envolto numa espécie de folclorismo que realmente não teve muito apelo para mim.
TÉCNICA: muito boa, a história está bem escrita e claramente delineada. Acho só que a narração na primeira pessoa personifica demais a opinião sobre os fatos vivenciados. Ou não, como diria Caetano…
TRANSCENDÊNCIA: o texto é bastante significativo, mas pelo aspecto cultural e regional estabelecido, não consegui me envolver. Poderia ser o cotidiano de uma prostituta em Berlim, ou em Rio Branco, ainda sentiria falta de uma elaboração maior.
Não é o tipo de história de que costumo gostar, mas, ainda assim, está bem escrita. A leitura é fluída e você conseguiu mostrar, em poucas palavras, como ela se sente quanto ao julgamento alheio: tentando se manter forte, mas ainda assim sem conseguir deixar de reparar nos olhares (de pessoas que, muitas vezes, nem procuram compreender pelo que ela passa).
Massa!
Precisei reler para captar a mensagem, e que mensagem!
Nessa época de pré-carnaval aqui em Fortaleza e das festas de largo em Salvador, que antecedem o carnaval de lá, identifico a personagem em vários rostos na multidão enlouquecida atrás dos trios e das fanfarras. Sem distinção de sexo.
Parabéns!!
Coisa linda de ler!
Apesar do tema pesadíssimo, o autor consegue abordar a prostituição com certa beleza e, eu diria até, alegria. É a beleza de quem luta para ter o que precisa para sobreviver, custe o que custar. Quem mais depende do dinheiro que ela ganha com sua atividade? Cabe a quem julgá-la, senão ela mesma?
Ao mesmo tempo, o texto também aborda o problema do turismo sexual. Por fim, nas entrelinhas e mais para o final, está a constatação: ela bem que gostaria que este tipo de vida terminasse mas…. de onde tiraria o seu ganha pão então? Este tipo de vida tem mesmo um fim?
Tudo isto atrelado a uma escrita impressionante, MUITO bem trabalhada, com regionalismos no tom certo e o fluxo perfeitamente construído.
Um excelente texto, talvez o melhor que li aqui!! Parabéns!!
O ritmo é a melhor parte do micro-conto, as palavras realmente dançam pela leitura e bem sintonizadas com os sentimentos da personagem principal, ambos fazem a linguagem única. Gostei muito do seu micro-conto!
Parabéns e boa sorte!
Olá, Osmar! Tudo bem?
Vamos lá… adorei o que criou aqui. Amei o modo como contou a história da personagem, e trouxe para dentro da obra seus pensamentos e angústias, preocupações e esperanças… gostei do tom que deu ao texto. Cru, mostrando a realidade. Achei muito legal o fato de ter dito que a personagem gostou do começo do dia. É um detalhe, sabe? Mas é um belo detalhe. Todos possuem coisas que não gostam sobre o trabalho.
Bom conto!
Grande abraço e boa sorte!
Hmm.
Osmar, seu conto está muito bem escrito. Senti uma certa musicalidade com suas descrições. Se o conto fosse grande, talvez eu ficasse entediado e tivesse dificuldade para terminar de ler, mas como todos os contos do desafio deste mês são curtinhos, a leitura acabou por ser fluida e prazerosa.
Aparentemente, há muito mais prazeres ocultos entre suas linhas. Eu, todavia, sou um leitor simples, que tem dificuldade em compreender descrições poéticas. Mas é possível notar que o autor demonstra completo domínio na escrita, e é muito habilidoso.
O conto em si não caiu muito no meu gosto, por não fazer parte do estilo que me agrada. Mas parabenizo o autor pela ótima escrito e desejo boa sorte no desafio.
Olá!
Temos aqui um escritor baiano, novato entre nós? ^^
Parece que sim!
Gostei muito do que trouxeste, esta protagonista está digna de um Jorge Amado, cheia de força e não de vitimismo… Negando-se e permitindo-se ao prazer como quem sabe de seu poder pessoal.
As referências culturais da Bahia estão aí, casadas nas frases de forma agradável e inteligente.
Parabéns
Olá, Osmar.
Conto bem escrito, com um estilo bem característico e um jeito de agarrar o leitor nas entrelinhas. Parece um pouco complicado de primeira, mas depois você entra no jogo e entende muito bem a intenção do autor. É apenas um trecho e não tem nada muito surpreendente, mas é justo. Um bom conto narrado como deve ser.
Parabéns e boa sorte!
Vejo uma influência de Jorge Amado aqui? Pelo modo que você usa as palavras, as construções, penso que é algo com forte ligação com a Bahia.
Eu dispensaria certas descrições, como o sexo com o moço “afrodescendente” de membro mediano (ou o tal M maiúsculo seria de “monstro?”). Não me interesso em ver nenhum “licor primordial”. Achei repugnante.
Enfim, você fez um bom texto. O mais importante é conseguir se sair bem dentro daquelo que se propôs a fazer. Se a sua intenção foi narrar, em primeira pessoa, um pouco da rotina de uma prostituta soteropolitana, utilizando linguagem local, apontando inúmeras referências culturais locais, vejo que você fez isso muito bem. Realizou um ótimo trabalho.
Boa sorte.
Hey, autor/a estão dizendo que o seu conto é meu. Que lisonjeiro pra mim, mas você deveria se defender lá no grupo, afinal o conto é bom. Li e depois falei “ CARAIO” muito phoda essa escrita.
Eis aqui a prova de que se pode falar de tudo, do mórbido ao libidinoso sem ter a necessidade de chocar, nem ser chulo (salvo como recurso artístico, para dar credibilidade ao universo da criação). Gostei horrores da execução elegante, de como houve poesia ao mostrar a sina da prostituta. Passaria horas lendo sua narrativa saborosa.
Muito bom. Trama simples e bem exposta, construções inspiradas.
Queria o conto pra mim.
Tá na lista.
Parabéns.
Conforme vou lendo vou tendo a certeza de que um conto com esse tamanho tem que ser como uma combinação jab/direto. Um atrás do outro, sem tempo a perder, sem muito enfeite. Mesmo assim pode ser bonito.
Esse foi muito bonito, trazendo beleza pra falar de uma vida dura e triste. As frases trazem o ritmo da leitura e da música.
Muito bom! Parabéns!
BODE (Base, Ortografia, Desenvolvimento, Essência)
B: Numa primeira leitura, parece uma coisa. Depois, lendo com atenção, faz-se a luz. – 9
O: Regionalismos na medida certa. Nem tão simples, mas fáceis de entender. Parágrafos bem construídos que enganam o leitor distraído. – 9
D: Fui surpreendido pela troca de perspectiva ao compreender a história. Um evento “cotidiano”, mas bem enfeitado com várias camadas. – 9
E: Trouxe uma história crua e direta, disfarçada de regional, com panos quentes. Excelente. – 9
Ficou muito fera a introdução de instrumentos musicais e ritmos no meio do conto, o cotidiano da prostituta narrado por ela mesma foi muito bem conduzido pela técnica do autor.
Lembrei-me dos microcontos eróticos do Dalton Trevisan. A inversão da linguagem, os anacolutos, os zeugmas, criaram uma obra de arte literária e bastante original. Como diz o Leonardo, texto em destaque: “os olhares turvos sussurram”.
Embora o enredo seja comum, a beleza das construções e das imagens ganhou minha atenção.
Fluídez – 10/10 – texto bem escrito, sem aparentes problemas;
Estilo – 7.5/10 – no geral, um texto que faz uso de muitas imagens soltas para formar o todo, o que nos leva à categoria a seguir;
Verossimilhança – 7.5/10 – faltou concretude;
Efeito Catártico – 7/10 – talvez por não gostar de carnaval, a coisa toda não me tocou.
Não tinha curtido muito numa primeira leitura que fiz logo que saiu o desafio. Agora, relendo antes de comentar, consegui apreciar melhor a beleza das construções de frase e a inteligência com que a história foi conduzida por esse caminho diminuto das 150 palavras.
Gostei!
Abraço.
Achei interessante o roteiro e sua criatividade em descrever a cidade turística, com sua música e festa em contraste a uma vida marginalizada, o que realmente foi muito bom. Eu apenas retiraria alguns adjetivos, como já salientado pelos colegas. Boa sorte!
UM CONTO SONORO
A princípio considerei inadequada a linguagem empregada pela narradora, bastante culta para uma prostituta. Mas, quem disse que apenas na pobreza se encontra a prostituição? Ademais, em cidades turísticas, sugerida pela ambientação, mais do que nas outras, é possível encontrar com facilidade profissionais do sexo bem escolarizados. Portanto, essa suposta mácula do texto não o é, na verdade.
Uma vez excomungado meu preconceito (ou apenas “explicado”), ainda assim vejo problemas na linguagem. É que ao lado de expressões desatualizadas como “camisa de vênus” (camisinha), “anágua” e “brotinho”, temos a referência contemporânea “morena tropicana”, música de Alceu Valença dos anos 80. A expressão “sabor cravo e canela” pode ou não ser entendida como contemporânea. Se for em relação ao livro de Jorge Amado, não; se for quanto à telenovela, sim.
No trecho “[…] carrego minha presença tão julgada pelos locais, mas almejada pelos turistas, ao espetáculo do qual sou atração principal”, o pronome relativo DO QUAL está mal empregado, pois significa AO ESPETÁCULO DO TURISTA, o que não faz sentido.
No trecho “do primeiro, não nego. Gostei” há um problema com a pontuação. Não nega o quê? Que gostou? Então deveria ser “do primeiro não nego: gostei”, sem vírgula e com dois pontos.
No excerto “vestiu a camisa de Vênus como que de força” o correto seria “como que à força”.
Muito boa a constante referência a ritmos e músicas, inclusive no começo com uma repetição sonora em “tabaques e baques do maracatu”, o que acaba lembrando o som do tambor. Além disso e da já citada “morena tropicana” temos “percussão da manhã”, “lamento sertanejo” e “agogôs de amanhã”.
Eduardo, obrigado pelo comentário minucioso! O conto não tenta ser verossímil, mas uma homenagem aos ritmos e ao ar nordestino, como que escutando uma música, mesmo. Por isso não me apeguei ao realismo da personagem ou do contexto, sendo mais alegórico.
Quando cita a parte da camisa, ela é uma referência à camisa de força, não que tenha sido colocada à força. Então não sei se cabe a mudança. Fiquei um pouco confuso com a parte do espetáculo (leva sua presença ao espetáculo do qual é a atração principal). Acho importante essa troca de apontamentos, pra tentarmos ir melhorando, fico feliz que pegou o clima e referências!
Olá, Osmar.
É inegável o talento do escritor, aqui, mas penso que “morena tropicana” e “sabor cravo e canela” estão tão batidos que poderiam ser substituídos por equivalências. A personagem se regozija nesse mundo de prostituição (ao menos, não vê a “profissão” como alternativa última contra a miséria), e esse é um ponto curioso no texto. Enredos assim não me prendem, mas parabéns pelo texto.
Sucesso neste desafio.
Minhas impressões de cada aspecto do conto antes de ler os demais comentários:
📜 História (⭐⭐▫): uma garota de programa na Bahia. Não chega a ser uma grande trama, mas existe uma história. E ela é boa.
📝 Técnica (⭐⭐⭐): ótima, com palavras bem escolhidas, metáforas, sinestesias e paralelismos.
💡 Criatividade (⭐▫▫): o tema é interessante, mas comum.
🎭 Impacto (⭐⭐▫): gostei do texto, mas faltou um pouquinho pra causar aquele impacto. Acho que talvez um final mais forte.
Gostei. Um tema interessante – o dia de uma prostituta, narrado por ela. Mas parece que o limite de palavras pesou mais para este autor do que para vários outros do desafio. A introdução rápida e a enumeração dos clientes deixa transparecer que havia mais a ser dito. Um bom conto.
olá, este texto foi o primeiro que li e pareceu que devia continuar, não sei justificar. Na primeira leitura não gostei. Na segunda, sim, valeu bem o tempo de leitura e a reflexão. Muito bem escrito e desejo-te as maiores felicidades.
Sempre tenho dificuldade em apreciar, melhor, a escrita feita na primeira pessoa, o autor sendo o personagem, explicando o que faz e os detalhes da ação. Romancear um dia de uma prostituta, um clichê, faz sempre parecer falso o que se escreve sobre ela. Independentemente de ser bem escrito, bem delineado e finalizado. Parabéns e boa sorte!
Algumas frases são bem construídas, mostrando o lado regional e belo da cultura nordestina, mas outras não se casaram bem. Mas, gostei do enfoque poético na construção da personagem.
Deu vontade de continuar lendo sua escrita, porém acho que você pode melhorar a construção das frases e o casamento das palavras. Adorei.
O texto atende aos requisitos da modalidade proposta. Apesar de brincar com as expressões regionalistas e metáforas, o autor não perde o controle da história nem peca na fluidez da narrativa. Não gostei da forma como o autor retrata a prostituição, mas este conto certamente estará entre os meus favoritos. Gostei muito!
O INÍCIO promete e cumpre. FILTRO poderoso, cada palavra tem sua função primordial. ESTILO rico com alto controle do vocabulário. A TRAMA nasce, cresce e morre aos pés do leitor inebriado pela PERSONAGEM apaixonante. FIM? Pra que fim?
Gostei bastante. Dos que li até aqui foi o que mais apreciei. Poderia dizer que foi por conta do tempo em que morei em Salvador, mas isso seria desonesto com o autor deste texto. A narrativa é bem construída, fluida e, como se espera de um bom micro conto, diz muito sem expor demais. Um dos maiores problemas sociais do Brasil — especialmente do Nordeste — é aqui tratado com maestria e sem adornos. Mais importante, sem romantizar demais a profissão. Tais aspectos ficam à mercê do leitor, acertando em cheio no objetivo de fazê-lo pensar. Em suma, um conto muito competente, belo e melancólico ao mesmo tempo e que oferece entrelinhas na medida certa. Parabéns!
Não que seja a mesma personagem, mas me lembrou de alguma forma a Teresinha, de Chico Buarque. Mas, enfim: Um conto de carnaval, mostrando um lado do carnaval que a gente não vê. O lado de quem trabalha, as profissões perigosas, o preconceito. Mesmo assim, sendo leve e poético. Gostei.
Bonito, triste, bem escrito e muito bem narrado. Gostei dos detalhes das emoções da prostituta, do gostei/não gostei da clientela. Ela tinha dias de prazer no trabalho e outros nem tanto. O título é curioso, deixa a sensação de orgulho quando descreve-se como atração principal para os turistas e ao mesmo tempo num circo quando o cliente não agrada, revela a frustração…ossos do ofício. Reconheço o talento do autor apesar de concordar com outro comentário sobre o conto parecer um emaranhado de referências regionais.
Bom desafio!
A espera de um dia diferente… Transmite um desejo de sobrevivência, enrustido no cotidiano do satisfazer. Leitura fácil.
Boa Sorte!
Pô, me desculpe, mas, não gostei tanto do texto como os outros leitores. Ao contrário deles, a construção das frases não me agradou. Pareceu-me uma colcha de retalhos de versos de músicas do Alceu valença. Não me empolguei muito. Boa sorte.
Pô, desculpe, mas, não gostei tanto quanto os outros leitores. Ao contrário deles, a construção das frases não me agradou, me pareceu uma colcha de retalhos de expressões regionais e de músicas do Alceu Valença. Não me empolgou muito. Boa sorte.
Um conto muito rico, bem escrito e com elementos regionalistas. Retrata de maneira muito original a prostituição. Adorei! Parabéns!
A vida de uma prostituta retratada com poesia e referências culturais regionais, como a canção Morena Tropicana de Alceu Valença e o romance Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado. Também me lembrei do grupo de rock, fundado em Salvador, Camisa de Vênus.
Conto bem escrito, sem economia de beleza ou sentido.Palavras muito bem empregadas em um espaço deliciosamente ocupado.
Boa sorte!
Contos sobre o prostituição costumam cair em clichês fáceis. Esse conseguiu escapar disso, uma história mínima, mas com narrativa agradável e divertida. Bom conto.
Excelente!
Anagua – Anágua
Fora esse deslize, uma escolha primorosa que mostra talento e nos faz dar uns palpites quanto ao autor do conto. Mas palpite cego demais ainda, se bem que palpite é cego mesmo… hehe
Gostei por demais!
A ambientação aqui foi a melhor parte, sustentada através de um regionalismo impecável.
Parabéns e boa sorte!
O conto é tão bem escrito que a leitura é fácil e saborosa. Além disso, o enredo é espetacular. Parabéns!
Show! Conto muito foda mesmo. Cara, que construções maravilhosas!! Não tem como selecionar uma frase preferida, simplesmente. O relato torna a história, que poderia ser triste, em algo até bonito e poético (que triste dizer isso, mas gosto dessas sensações). Parabéns!
Boa sorte!!
Olá.
Achei muito bom: é só um instantâneo, mas com grande carga sensorial, além de expressões criativas e outras “sacadas”, talvez, de “Morena Tropicana”.
O enredo é simples e eficiente, e o mais impressionante foi a atmosfera montada com tão poucas palavras.
Abraços e boa sorte!
Texto levemente escrito, com competência e fluidez. Tem a capacidade de nos transportar a outra atmosfera. Literatura na veia. Parabéns.
O autor teve muito mérito em criar uma ambientação tão rica com tão poucas palavras. O regionalismo funcionou sobremaneira, nesta história da dama da noite que é circo para ganhar o pão.
O conto não é só ação, afinal ela explica como é sua vida na localidade: “carrego minha presença tão julgada pelos locais”, “os olhares turvos sussurram. Julgam.” Aliás, sem qualquer prejuízo aparente, eu tiraria esse segundo “julgam” em tão curto espaço.
A brincadeira o tempo todo com os sabores funcionou muito bem: “licor primordial”, “suor em conserva” ” cheirando a caju maduro” “cachaça da pele”. Conto gourmet, bom de comer e comer.
Eu acho que “anágua!” tem acento, fora isso, o texto está muito bem escrito.
Ótimo conto.
Parabéns e boa sorte!
Adorei essa ambientação e a narração da personagem. Um texto poético, sim, com construções muito bonitas e equilibradas. Senti falta apenas de um acento na palavra “anáguas”. Talvez o micro conto bom seja aquele que nos dê tudo e, ao mesmo tempo, nos deixe com vontade de quero mais. Assim como esse. Parabéns!
A regionalidade não travou a leitura e deu personalidade ao conto. Gostei da ambientação e das situações variadas da personagem. Gostei bastante do conto
O retrato do cotidiano de uma prostituta tendo como fundo a cultura afro.
Parabéns!
Sensacional, hein? Adorei a leitura, a triste (ou nem sempre triste), situação da prostituta, em acordo com a resignação da vida.