Um enorme vulto voador voa na madrugada
Rompendo o silêncio noturno de forma repentina
O bater de suas asas é uma sonora pancada
Que acorda até os mais íntimos da morfina!
Esta monstruosa borboleta realmente é sinistra
Sua negra presença é imperceptível na noite
Contudo ela não é nem um pouco querida
Já que seu borboletear estala como um chicote!
Filha da escuridão, criatura das trevas!
Tais epítetos todos lhe são bem dados
Já que a luz do astro-rei te enervas
Fazendo que os da tua espécie fiquem refugiados!
E quando a noite chegar mais uma vez
Novamente surgirás da tenebrosidade
Quando não mostrarás mais timidez
E sim, tua realeza sombria para a humanidade!
E sobre a égide das entidades noturnas
Sempre estarás a planar, vista por Selene
Longe de todas as criaturas diurnas
Porém com teu negro orgulho perene!
Oi, tudo bem?
Eu senti que dá pra enxugar algumas coisas. Sempre penso que poesia está intimamente ligada a fluidez. Se você consegue ler cantando, ritmado, declamar sem entraves, então, penso que esse é o caminho. Eu buscaria dar mais sonoridade. Mais ou menos assim (desculpe a ousadia)
Vulto voador que vaga pela madrugada/Silêncio noturno rompido com o bater de suas asas.
Gostei bastante do clima sombrio.
Achei muito sonoro a e repetição do primeiro verso mais incomodou do que agradou. Também aberto que poderia ser menor, pois tem poucas variações. Não vi nenhum sentido por trás, apenas uma raiva do poeta pelo bicho inconveniente (mas pode ter sido falha minha). Abraços.
Olá, poeta. Então, voador voa me incomodou um pouco, mas de resto, tudo bem. Fiz a associação entre a mariposa inseto e a mariposa mulher da vida. Pelo menos, lembro de alguém chamar assim uma moça de vida fácil. Acho que pelos hábitos noturnos e atração pela luz. No dicionário dos símbolos, achei que mariposa também simboliza a destruição da paixão.
Enfim, divaguei, divaguei, mas gostei. 🙂
Um enorme vulto voador voa na madrugada – “Voador voa” Achei bem redundante isso.
O excesso de adjetivos e as estrofes que dizem basicamente a mesma coisa (minha interpretação como leitor) não me agradaram.
Acho que o autor poderia ter encurtado o texto pois ele realmente não nos revela muito.
Não gostei não, mas desejo sucesso na escrita, sempre.
Gostei
Olá, Roberto Noir. Não sou grande admirador de versos rimados (nem em sonetos), porém achei interessante “Mariposa” como um poema centrado na observação de objeto (um exercício). O “tenebrosidade” soou meio forçado. No mais, está bacana.
Abraços.
As imagens que você apresenta são bem nítidas, mas fiquei tentando imaginar o algo mais por trás da construção. Imaginei a mariposa como o medo encarnado, talvez seja viagem minha. Gostei. Parabéns, Roberto.
Não sei exatamente quanto ao correto, pra mim tudo é correto em poesia, respeitando-se a língua, é claro.
Sua rima por aproximação, rimando através do som da última sílaba me é bastante agradável, é mais rico do que a rima simples de palavras terminadas em ‘ada’, ‘ade’.
Porém só funcionou legal com trevas/enervas.Já, noite/chicote não casou nem sinistra/querida.
O poema é muito bom, porém ele não diz muita coisa nem faz viajar… o último verso que carrega a força do poema é muito bom.
Os demais versos são repetições, dizendo a mesma coisa sobre a mariposa esconder-se da luz do dia.
Você quis mostrar mais a beleza da construção literária do que o conteúdo ou uma mensagem.
Mas é isso é sua proposta.
Parabéns!
Abração
Achei muito palpável o texto, baseado em coisas concretas demais. Faltou sentimento sobre o que essa borboleta te causa e porque ela te perturba. Procure buscar respostas dentro de si e coloque pra fora. Gostei das rimas sinistra/querida, madrugada/pancada, dados/refugiados… não são rimas perfeitas, mas proximidades sonoras, o que cai bem dentro de conceitos mais modernos.
Olá, Roberto!
Achei legal a ideia, me lembrou a do “Tigre, tigre… sinta a chuva como açoite, nas florestas da noite…”.
Mas o resultado final não me agradou muito. Achei algumas rimas um tanto forçadas, o que acabou quebrando minha conexão com o texto.
Abraço!