EntreContos

Detox Literário.

A Iniciação (Marquidones Morais)

bruxas - a iniciação

Era uma manhã de domingo, o céu estava carregado de nuvens limpas e o vento levantava as folhas secas no pátio do templo Rosacruz. Em seu interior, um grupo de pessoas confraternizava em mais um evento regado de palestras, meditações e, claro, um almoço simples para agradar a gregos e troianos. Entre estes estavam elas, cinco mulheres distintas, mas unidas por uma coisa que todas tinham em comum: o estudo do oculto e o interesse pela prática deste. Fato que as levou para aquele lugar, onde aprimoraram o que já carregavam e descobriram a especialidade de cada uma: Beatriz era a astróloga do grupo, Ana Alice era mais interessada na medicina oculta, Carmen gostava mais de tarô, Daniele parecia saber tudo sobre cabala e Elaine, que era a mais simples de todas, parecia entender muito de magia prática. E foi assim que todas decidiram montar um grupo no qual apenas as cinco fossem integrantes: a Confraria Astral. O nome as agradou e apenas as pessoas certas, na concepção de cada uma, podiam saber de sua existência. Enquanto membros desse grupo criado por elas, rituais e encontros eram organizados e executados, a maioria destes em prol delas mesmas, mas todos muito simples. Até aquela manhã.

Elaine sugeriu que um rito mais complexo fosse feito, mas nenhuma das cinco conseguia encontrar um foco para o mesmo. Ana Alice estava interessada na cura de um parente, ele estava com câncer de pulmão e acharia interessante que testassem um ritual mais forte nele, com o intuito de curá-lo, mas nenhuma das outras, com exceção de Elaine, concordou com isso, não tinha importância para elas algo que não dissesse respeito a elas, o que deixou Ana Alice um pouco chateada, mas relevou a decisão das amigas e manteve-se em silêncio. Elas discutiram por muito tempo até que Carmen trouxe uma ideia que cativou a todas, sem exceções: invocar o espírito de um ocultista famoso. E a escolhida para dizer quem seria este, naturalmente, foi Elaine, que conhecia muitos nomes nesse meio. O escolhido foi Éliphas Lévi, um ocultista francês que havia sido padre, mas que havia escrito obras incríveis, apesar de um pouco difíceis de serem lidas, na opinião de Beatriz e Carmen.

Muito embora a escolha tenha sido feita, elas agora precisavam se preparar. Eram necessários quarenta dias de preparo prévio para a realização desse rito e uma série de coisas deveria ser feita para evitar que algo desse errado, como evitar comer certos alimentos, relações sexuais, meditar todos os dias e mais alguns detalhes sobre os quais todas tomaram nota em seus grimórios, cadernos de anotações de práticas místicas que todas levavam em suas bolsas. Foi aí que a contagem regressiva começou.

Beatriz incumbiu-se de escolher o melhor dia, observar em seus estudos se dali a quarenta dias havia algum empecilho na realização do ritual, ver qual seriam a melhor hora, o incenso adequado e as cores; Carmen não conseguiu evitar e tentou descobrir, através das cartas do tarô, se seriam bem sucedidas na realização; e Elaine buscou os detalhes dos preparativos para informar a todas, coisa que fez prontamente, muito embora tenha ficado de dizer mais detalhes do decorrer dos dias.

Dez dias haviam se passado e os primeiros problemas começaram a surgir na vida de algumas delas. Daniele estava tentando evitar discussões com o namorado que estava ficando chateado com o pedido dela de ficar mais de um mês sem ter relações, principalmente por ela não querer contar o porquê, visto que não queria mentir para ele, mas também não queria contar o real motivo; Elaine, a mais nova do grupo, estava sendo alvo de sua família, que comia carne todos os dias e fazia chacota com ela justamente por ela dizer que estava evitando comer carne por motivos de força maior, mas que não revelava o real motivo, também fazia parte do processo preparatório; Carmen tinha vizinhos barulhentos que atrapalhavam suas meditações, até mesmo nos finais de semana; Ana Alice e Beatriz foram as que levantaram uma questão importante, na qual nenhuma delas havia pensado até então, que era o que elas fariam depois que tivessem invocado o espírito. Foram necessários muitos dias, semanas até, para que conseguissem decidir o que fazer, até que a decisão final veio de Daniele, que já estava impaciente com as ligações de seu namorado enquanto elas discutiam. Elas fariam uma pergunta ao espírito, que basicamente consistia em saber o que acontece com a pessoa após a morte, uma dúvida que passava pela cabeça de todas elas, assim como pela de várias pessoas que elas conheciam, do meio esotérico ou não.

O dia escolhido se aproximava. A hora já havia sido marcada, os materiais comprados, elas já sabiam o que precisava ser feito no dia, mas então surgiu outro problema: elas não haviam definido um local para realizar a invocação. E não poderia ser feito em qualquer lugar, precisava ser um lugar específico, que elas pudessem usar com aquela finalidade. Mas a solução para esta lacuna não demorou a surgir, pois os avós de Carmen tinham uma propriedade no interior para a qual eles não iam com frequência. Ela conseguiu as chaves do local e foi para lá no final de semana que antecedia o dia do rito para ver como era o loca. Consistia basicamente em uma casa em uma vasta extensão de terra, grande o suficiente para conter alguns corpos florestais, e foi no interior de um destes que ela localizou uma clareira que parecia perfeita para a realização do ato, pois era distante de olhos estranhos e de qualquer forma de civilização.

Um dia antes da realização do ritual, todas foram para a casa de Carmen com bagagens para um ou mais dias de viagem e pegaram a estrada para a propriedade dos avós de Carmen. Todas estavam tensas, elas sabiam que não haviam esquecido nada e não conseguiam tirar da cabeça o peso da responsabilidade do que estavam prestes a fazer. Elas também entendiam que aquilo as introduziria de fato naquele mundo que elas haviam descoberto há poucos anos, que aquilo as tornaria de fato bruxas não perante outros, mas perante elas mesmas. Era mais que uma realização, era uma conquista na vida, e o sucesso daquela operação diria a cada uma muito mais do que qualquer pessoa seria capaz de falar a respeito. Elas chegaram e arrumaram a casa e seus pertences, descansaram um pouco e foram juntas até o local da realização do rito, cada uma prestando atenção em cada detalhe do ambiente para que não pisassem no lugar errado, mas o lugar parecia ter sido feito para aquilo. Ele era plano e feito de areia batida, perfeita para a realização de desenhos místicos, o vento era razoável, mas não suficiente para apagar uma vela ou incenso. Elas limparam a clareira, tirando folhas, galhos e pedras que pudessem atrapalhar, sabiam que no dia seguinte teriam que repetir o procedimento, mas seriam apenas folhas. Após a limpeza, todas voltaram para a casa e se prepararam para dormir, deixando os materiais necessários para o ritual sobre a mesa da sala de estar.

O dia do rito chegou todas se prepararam para ir. Vestiram mantos comprados especialmente para a ocasião e nenhuma outra peça de roupa, nem mesmo presilhas de cabelo. Quando chegaram ao local, levavam apenas os materiais necessários para a invocação. Cada uma das cinco realizou uma atividade diferente naquele momento, Daniele tirava com as mãos as folhas e pequenos galhos que haviam caído no espaço que seria usado, Carmen acendia incensos em torno do espaço usando como base os pontos cardeais, Beatriz cercava-o com pedras compradas com base no dia e signo correspondentes, Ana Alice acendia as velas nos pontos que Elaine marcou como sendo as cinco pontas do pentagrama que seria desenhado e esta, por sua vez, desenhava o mesmo com um galho escolhido para a ocasião e guardado longe de olhos estranhos até então. Todas agiam em harmonia e terminaram suas respectivas atividades quase simultaneamente. O momento havia chegado e todas sentiram o mesmo. Fizeram uma breve prece de proteção e, estando cada uma em uma ponta do pentagrama, Elaine começou a entoar as palavras mágicas que abriam o ritual enquanto segurava o galho escolhido, para então passa-lo para Daniele, à sua direita, que fez o mesmo e passou o galho para Carmen, que estava à sua direita, e assim o galho seguiu as demais, passando por Ana Alice e Beatriz, que, segurando o galho, falaram suas partes do ritual, até este chegar às mãos de Elaine novamente.

Elas haviam feito suas preces individualmente e o rito de proteção, agora era hora de Elaine, seguida das demais, realizar a invocação. O cheiro de incenso de acácia enchia o ar à volta de todas elas e as velas em seus pés queimavam seus pavios com intensidade. Quando Elaine começou a entoar a invocação, todas, sem exceção, sentiram que o ambiente havia mudado. Parecia que o próprio vento não passava no lugar onde elas estavam, mas à volta delas sim, pois as chamas das velas apenas tremulavam; seus mantos e cabelos também não se mexiam. E o cheiro do incenso e de algo mais, que elas não conseguiam identificar, estava concentrado naquele pequeno espaço escolhido para o ritual. Especificamente dentro do pentagrama desenhado, que parecia ser mantido pelas velas acesas e a presença delas.

Elaine então finalizou a invocação e elas esperaram. Por um momento as demais pensaram que não havia funcionado, mas eis que todas percebem que o ambiente à volta delas parece escurecer como o anoitecer, deixando como única fonte de luz aquela produzida pelas velas. No centro do pentagrama algo parecia fazer a realidade tremer, como se estivessem olhando para um objeto atrás de uma chama intensa, para, poucos segundos depois, verem surgir, pouco a pouco, a imagem translúcida de um homem de idade avançada. Ele tinha estatura baixa e o rosto coberto por barba e bigode espessos, mas grisalhos pela idade. Seu corpo pareceu tomar consistência à medida que o tempo passava e elas podiam jurar que haviam invocado o corpo físico do antigo mago, mas sabiam que ele estava ali apenas em espírito.

Ele olhou para Elaine que, por um momento, engoliu o seco e não soube o que dizer. As demais apenas olhavam para ele fixamente. Haviam se preparado para aquilo, mas apenas fisicamente, psicologicamente todas se sentiam chocadas com a cena. Elaine então reuniu toda coragem que conseguiu, pois descobriu naquele momento que apesar do esforço conjunto, fora ela que havia invocado o espírito, que continuava olhando para ela, como se esperando por uma reação. Ela conseguiu reunir suas forças naquele momento e lhe perguntou aquilo que elas tanto discutiram por semanas, mas de forma clara e objetiva: “O que há além da morte para os humanos?”. O espírito pareceu abrir a boca para falar, mas elas, mesmo depois de realizado o rito, não tem certeza se isso realmente aconteceu, pois nenhuma voz foi ouvida, mas a resposta foi recebida por todas. E todas ficaram surpresas com o que descobriram.

Elaine então agradeceu com um aceno de cabeça, que foi respondido com o desaparecimento do espírito. Ela fez os procedimentos de fechamento do ritual, no sentido inverso ao de abertura dele, e cada uma delas fez uma prece de gratidão. Elas recolheram o material usado, apagaram o pentagrama e demais símbolos da areia e voltaram para a casa com a resposta obtida deixando-as mudas até o dia seguinte. Mas seus objetivos foram atingidos, principalmente aquele que todas almejavam.

Agora elas eram bruxas.

38 comentários em “A Iniciação (Marquidones Morais)

  1. Marquidones Filho
    22 de agosto de 2014
    Avatar de Marquidones Filho

    Obrigado pelas críticas seguidas de sugestões. De fato ainda estou engatinhando nesse tipo de conto, de uma perspectiva mais sutil. Confesso que o fiz “nas coxas” (às pressas, digamos assim), estava sem muitas ideias e tentei puxar os elementos para um lado não-convencional, menos clichê, menos cinematográfico. Buscarei melhorar! =D

    Obrigado novamente pelas sugestões, serão muito úteis.

  2. Pedro Luna
    21 de agosto de 2014
    Avatar de Pedro Luna

    Não gostei. A ideia é até boa. Mas o conto peca em descrições longas e sonolentas de coisas banais, como o período de preparação para o ritual, a limpeza do local a ser feito…além da pergunta sem resposta no final.

  3. Carmem Soares
    21 de agosto de 2014
    Avatar de Carmem Soares

    Sinto que o autor utiliza um estilo mais infantojuvenil. Gosto desse tipo de texto, embora tenha que destacar que , nesse, é necessário amadurecer um pouco mais a ideia.

    O que me incomodou:
    – Muitas descrições desnecessárias
    – Faltou uma revisão mais apurada. É necessário mexer na estrutura de algumas frases, cortar e/ou substituir palavras que se repetem muito no mesmo trecho, entre outros.
    – As cenas não despertam emoção, falta aventura, terror, medo, amor ou outras questões que pudessem despertar o entusiasmo do leitor.
    – As ações das personagens não se justificam, não tem fundamento, é tudo muito aleatório.

    • Marquidones Filho
      22 de agosto de 2014
      Avatar de Marquidones Filho

      Olá Carmen. De fato essa foi uma tentativa de escrever algo suave, não estou habituado a tal.

      Você poderia discorrer um pouco mais sobre o “é tudo muito aleatório”?

      Obrigado.

      • Carmem Soares
        24 de agosto de 2014
        Avatar de Carmem Soares

        Para conseguir ser mais explícita eu precisaria ler novamente! Então vou dizer apenas que não percebi motivações fortes o suficiente para as escolhas e as ações das personagens. As explicações não convencem o leitor!

        Também tenho problemas com isso pois não estou acostumada a escrever esse tipo de texto.

        Vamos aprendendo todos juntos né?!

        Abraços.

  4. Isabella Andrade
    21 de agosto de 2014
    Avatar de Isabella Andrade

    Senti a narrativa muito pesada. A ideia foi mal evoluída e cabe aí mais uma revisão.

    Não gostei.

    Desejo sorte para você.

  5. Fil Felix
    21 de agosto de 2014
    Avatar de Fil Felix

    Conto bastante simpático, mas que não empolga muito, principalmente por não trazer nenhum clímax, nem no momento da evocação. A quantidade de personagens também não ajudou. Um ponto positivo é seu contexto, que me lembrou muito o estilo wicca de ser.

  6. Weslley Reis
    20 de agosto de 2014
    Avatar de Weslley Reis

    Uma boa construção de trama como um todo, mas senti falta de um clímax. Ele existe ali, no momento do ritual, mas não me pareceu bem construído, não me fisgou. Isso não tira o mérito do restante do conto, mas me limita a avalia-lo apenas até certo ponto.

  7. Martha Angelo
    9 de agosto de 2014
    Avatar de Martha Angelo

    Gostei da abordagem do tema, mas o excesso de tramas secundárias dispersam a atenção do leitor, o clímax perde a força.

  8. Gustavo Araujo
    7 de agosto de 2014
    Avatar de Gustavo Araujo

    Um clima adolescente permeia todo o conto. É como se amigas de escola decidissem, um belo dia, brincar de bruxas. O texto é pueril, simples e ingênuo. Isso poderia até ser uma qualidade, mas a narrativa, na verdade, é travada. Frases muito longas e excesso de personagens para uma trama tão curta. Porém, o que mais me desagradou foi a falta de motivo para que um rito mais complexo fosse feito — de onde surgiu essa vontade? E por que, afinal, decidiu-se invocar o espírito do tal padre? Qual era o objetivo delas? Nesse contexto, a pergunta “o que há depois da morte”, que se faz a ele, surge deslocada e despropositada.
    O autor não escreve mal. Com um pouco de prática, estou certo, saberá apresentar textos mais instigantes. É isso. Continue escrevendo.

  9. Juliano Gadêlha
    6 de agosto de 2014
    Avatar de Juliano Gadêlha

    Achei a leitura um pouco cansativa. Parágrafos muito longos, pouca dinamicidade narrativa. O enredo me deixou curioso, mas houve um certo anticlímax no final. Este texto me pareceria um bom primeiro capítulo de um romance, uma história maior. Acho que carece um pouco de acontecimentos relevantes, reviravoltas para prender a atenção do leitor. O autor escreve bem e corretamente, espero que continue se aprimorando.

  10. Walter Lopes
    4 de agosto de 2014
    Avatar de Walter Lopes

    Fiquei curioso para saber a resposta do espírito

  11. fernandoabreude88
    4 de agosto de 2014
    Avatar de fernandoabreude88

    Achei meio água com açúcar. O trunfo do conto, que seria essa revelação final sobre o pós-morte, me pareceu mal aproveitado. Inegável a capacidade do escritor em levar o leitor linha a linha aonde quer, está bem escrito, mas para esse formato do concurso, quatro personagens foram muita coisa, algumas informações obviamente colocadas para caracterizar as 4 me deixaram confuso, meio tonto, Achei médio.

  12. Marcellus
    3 de agosto de 2014
    Avatar de Marcellus

    Stephen King escreveu uma vez que, apesar de achar que o que vale mesmo é a jornada e não o final, ele se “obriga” a escrever um fechamento satisfatório em seus livros porque o leitor assim o exige. E é verdade. Ao fim do conto, só ficou a frustração.

    Boa sorte.

  13. Lucas Almeida Dos Santos
    3 de agosto de 2014
    Avatar de Lucas Almeida Dos Santos

    Interessante, mas eu esperava um pouco mais, algo mais impactante nesta iniciação, pois me pareceu que as personagens já eram bruxas e não que almejavam ser.

  14. Edivana
    31 de julho de 2014
    Avatar de Edivana

    Sinceramente o texto não me foi muito atraente. É bem escrito, mas me senti tomada pela mãos e “vamos aprender sobre magias”, poderia ter ousado mais, talvez. Neste conto entra mais uma questão de gosto que qualquer outra coisa. Mas o final é interessante, que será que elas sabem e não vão nos contar?

  15. Thata Pereira
    31 de julho de 2014
    Avatar de Thata Pereira

    Gostei muito do conto! Algumas coisinhas passaram batidas na revisão, como os ecos que apareceram em algumas frases. Mas confessa: O que há além da morte para os humanos???? rsrs’ Adorei que a resposta não foi respondida, nem tudo precisa ser respondido.

    Boa Sorte!!

    • Marquidones Filho
      22 de agosto de 2014
      Avatar de Marquidones Filho

      Você captou o espírito da coisa!

  16. David.Mayer
    30 de julho de 2014
    Avatar de David.Mayer

    O que gostei:
    O texto bem escrito.

    O que não gostei:
    A história é cansativa, não prende a atenção do leitor. Parece corrido demais. Fatos demais narrados de forma sumária. Falta de intercalação de falas. Falta de um final impactante.

    O que pode ser melhorado:
    Colocar falas. Personagens mais individualizadas, com caracteristicas próprias. Não se ater apenas em narração sumaria. É melhor mostrar do que contar, equilibrar estas duas formas de narração.

  17. Wender Lemes
    30 de julho de 2014
    Avatar de Wender Lemes

    O tema é “Bruxas” e o conto inteiro fala de 5 delas, mas realmente não vi apelo reflexivo ou estético na narração. Me pareceu “apenas narração”, sem nada além que pudesse cativar – nem enredo notável, nem acontecimentos inesperados, nem riqueza de conhecimento, nem estética diferenciada. Sugiro que continue praticando. De qualquer forma, desculpe por ser chato justamento com o seu conto, boa sorte no desafio.

  18. Eduardo Matias dos Santos
    29 de julho de 2014
    Avatar de Eduardo Matias dos Santos

    Não muito arrebatador, mas achei interessante a maneira como as imagens são sobreposta. Creio que esta história se desenvolveria melhor se fosse mais extensa, mas não está mal, apenas ligeiramente vazia.
    P.S. Realmente gostei da imagem de Lúthien colocada na ilustração. Tolkien dá um bom subsídio para a concepção do cenário.

    • Marquidones Filho
      22 de agosto de 2014
      Avatar de Marquidones Filho

      Concordo Eduardo, se houvessem mais linhas disponíveis poderia ser diferente, mas acredito que um certo vazio permaneceria, na concepção de alguns.

  19. JC Lemos
    29 de julho de 2014
    Avatar de JC Lemos

    Achei um pouco sem sentido. Não consegui captar a mensagem do texto.
    Entendi que o foco era elas se tornarem bruxas, mas a ênfase no ritual acabou se mostrando uma pegado na. Pensei que o fim teria algo a ver com isso.

    A narração é até boa, mas não uma que eu costumo gostar. Enfim, o conto não me encantou muito, mas creio que isso seja questão de gosto.

    De qualquer forma, parabéns e boa sorte!

  20. williansmarc
    29 de julho de 2014
    Avatar de williansmarc

    Não gostei muito, parece estar faltando algo. Não estou dizendo que o conto seja ruim, porém não me cativou, achei a motivação das personagens muito fraca: quero ser bruxa e ponto final, talvez se houvessem menos personagens, teria havido espaço para abordar melhor isso. A conclusão também não me agradou muito, queria saber o que, na visão do autor, acontece após a morte. Um final aberto é totalmente válido, mas acho que nesse caso seria interessante mostrar o que foi dito pelo espirito invocado.

    Boa sorte no desafio!

  21. Fabio Baptista
    28 de julho de 2014
    Avatar de Fabio Baptista

    ====== ANÁLISE TÉCNICA

    Existe uma repetição excessiva de algumas palavras. Veja a quantidade de “todas” e “elas”, por exemplo…

    Algumas frases, apesar de corretas gramaticalmente, soaram estranhas (poderiam ser melhor trabalhadas):
    – Entre estes estavam elas
    – o estudo do oculto e o interesse pela prática deste
    – conseguia encontrar um foco para o mesmo
    >>> esse “o mesmo” não fica legal nem em placa de elevador
    – não tinha importância para elas algo que não dissesse respeito a elas
    – Muito embora a escolha tenha sido feita, elas agora precisavam se preparar

    Alguns pontos me pareceram “didáticos” demais, exemplo:
    – E não poderia ser feito em qualquer lugar, precisava ser um lugar específico

    – com o intuito de curá-lo
    >>> no contexto isso já estava bem claro)

    – do meio esotérico ou não
    >>> “várias pessoas que elas conheciam” já havia dado o recado.

    5 personagens foi um número muito dilatado. Acabou não dando para diferenciar a personalidade de nenhuma. Seria melhor deixar 3, no máximo e trabalhar melhor características peculiares de cada uma.

    – loca
    >>> Faltou o L no final (local)

    – “Por um momento as demais pensaram que não havia funcionado, mas eis que todas percebem que o ambiente à volta delas parece escurecer como o anoitecer”
    >>> O tempo de narração ficou estranho aqui. E não tenho certeza sobre essa crase.

    – O espírito pareceu abrir a boca para falar, mas elas, mesmo depois de realizado o rito, não tem certeza se isso realmente aconteceu
    >>> Mesma questão do tempo narrativo

    ====== ANÁLISE DA TRAMA

    O mote é um tanto simples… mas dessa vez a simplicidade não me agradou.

    Não sou versado nos ritos da bruxaria, mas, 40 dias para estabelecer contato com um espírito me pareceu um tanto inverossímil. Pareceu apenas uma desculpa para retratar os problemas do período (reclamação do namorado, etc).

    Também achei muita mão de obra apenas para perguntar o que havia depois da morte… sendo que a simples visão do espírito já daria a resposta mais importante (- sim, existe um mundo espiritual!). Não precisaria chamar um bruxo mega power pra responder isso.

    No final, ficamos com a impressão de que nada de fato aconteceu durante toda a história.

    ====== SUGESTÕES

    – Aprimorar a técnica.

    – Diminuir para 3 bruxas e definir características peculiares de cada uma.
    – Criar uma bruxaria digna, uma interação mais convincente com o espírito do bruxo.
    – Eu teria optado por um final onde o espírito do bruxo engana as meninas (algo do tipo “querem saber o que há depois da morte? Vão descobrir agora… MUHAHAHUAHAUA”)

    ====== AVALIAÇÃO

    Técnica: **
    Trama: **
    Impacto: **

    • Marquidones Filho
      22 de agosto de 2014
      Avatar de Marquidones Filho

      Obrigado pelas dicas Fabio. A ideia do número de protagonistas para o tamanho da história realmente a torna desfocada e cansativa.

      Sobre a questão dos 40 dias, esse é um dado verídico, sendo que é um tempo utilizado para ritos realmente grandes ou importantes. Se a história fosse maior, ficaria melhor colocado, de fato. Vou levar isso em conta em histórias posteriores.

  22. rsollberg
    28 de julho de 2014
    Avatar de rsollberg

    Sinceramente, não consegui criar muita conexão. São muitos personagens e todos são muito rasos. A trama em si, é frágil. Acho que faltou uma reviravolta, algum susto, a história é muito linear. De qualquer modo, essa é apenas a minha opinião e tenho certeza que outras pessoas irão entender melhor sua proposta.
    Parabéns e boa sorte no desafio.

  23. rubemcabral
    28 de julho de 2014
    Avatar de rubemcabral

    Achei mediano, meio morno, em verdade. Se, por um lado, me pareceu que houve alguma pesquisa sobre o rito e o espírito que seria contactado, como conto não funcionou muito para mim, pelo clímax muito fraco, e pelas descrições muito simples. O texto está bem escrito, só notei um erro de concordância verbal, mas ele não ousa também: não há alguma construção frasal mais interessante ou algo do tipo, que poderia tornar a experiência de quem lê mais rica.

  24. Ricardo Gnecco Falco
    28 de julho de 2014
    Avatar de Ricardo Gnecco Falco

    Primeiramente, o mais importante: gostei do conto. 🙂 Como escritor, sei que gosto é pessoal e, independente de se gostar ou não de um trabalho apresentado, é sempre bom (e o autor conta com isso!) embasarmos nossas opiniões (e gostos) nos motivos que nos levaram a gostar ou “desgostar” de uma obra.
    Então vamos lá!
    Gostei do conto…
    … porque a história é legal. Na verdade, este conto exerce o principal papel que um conto deve exercer: contar uma história. E ação é o que não falta nesta! Somos apresentados a várias personagens e atraídos de forma “mágica” para dentro dos acontecimentos narrados. A autora (ou autor), literalmente, “invoca” o leitor para dentro deste terreno mágico das palavras, com o qual nos brinda nesta obra. Tem um bom começo, desenvolvimento e fim (misterioso). Em outras palavras, cumpre direitinho o “ritual” do Conto. Parabéns!
    Poderia ser melhorado se…
    … as personagens não fossem apresentadas assim, tão às pressas e de uma vez. Afinal, tratam-se de 5 protagonistas. 5 nomes; 5 personalidades; 5 especialidades… Me vi várias vezes recorrendo ao primeiro parágrafo novamente para ligar nomes a especialidades (rs!). Talvez, se elas fossem apresentadas mais aos poucos, cada uma em um parágrafo próprio, tratando especialmente e exclusivamente de cada característica, ficaria mais fácil para o leitor assimilar suas particularidades e ir ajeitando naturalmente no pensamento cada uma delas.
    Poderia ser melhorada também…
    … a subdivisão dos parágrafos do conto. eles estão muito grandes (gigantes!) e muitas (muitas!) ideias acabam ficando agrupadas/espremidas neles. Percebe-se a grandiosidade imaginativa da autora (por que eu acho que trata-se de uma menina?), e talvez esta dificuldade realmente apareça devido a enormidade criativa da mente da autora (?), muito rica visualmente. Sabe aquele caso das pessoas (mais inteligentes) que, exatamente por pensarem muito rápido, possuem uma caligrafia de médico? Pois é assim que imagino os rabiscos desta autora (?), caso escrevesse à mão. O conselho aqui é: calma. Respira, relaxa; escreve.
    Dá para melhorar…
    … a revisão. Os primeiros parágrafos estão mais caprichados do que os seguintes. Incluo aqui as construções das frases também. Talvez pelo exposto acima, a correria tenha feito a autora (?) comer algumas bolas. Tipo no sexto parágrafo, onde não apenas a palavra “local” está com seu “l” final comido como, se parar(!) para pensar, verá que a palavra inteira é desnecessária, pois já foi até escrita antes… (“Ela conseguiu as chaves do local e foi para lá no final de semana que antecedia o dia do rito para ver como era o loca.” – sic.). Como nesta também, no mesmo parágrafo, com a palavra “lugar”: ” E não poderia ser feito em qualquer lugar, precisava ser um lugar específico…” São pequenos detalhes, mas que muitas vezes passam despercebidos para quem escreve; por isso creio ser válido ressaltar alguns.
    Valeria a pena também…
    … dar uma melhorada na pontuação; que está diretamente relacionada com o tamanho dos parágrafos; que relaciona-se e influencia na padronização exacerbada do tamanho das frases, com vários períodos interpondo-se de modo a causar um conflito lógico-visual na mente do leitor, que espera avidamente pelo famigerado ponto final para poder organizar suas ideias. (viu?) Principalmente lá pelo oitavo parágrafo, com a sobreposição dos “;” (que eu, particularmente, também sou fã).
    Um cuidado maior também…
    … daria um brilho mais fluído na descrição da passagem do galho (varinha?) de mão em mão, entre as meninas, na hora da esperada invocação. Esta parte, em especial, ficou um pouquinho aquém do que até então foi apresentado ao leitor. Basta uma reconstrução de frases por ali que certamente tudo fica mais “redondo” naquele movimento. Aliás, movimentação é mesmo uma parte sempre a nos exigir, enquanto escritores, um pouquinho mais de desprendimento, tornando-nos quase que etéreos mesmo… 😉
    No mais… Parabéns pela obra e boa sorte!
    Paz e Bem!

    • Marquidones Filho
      22 de agosto de 2014
      Avatar de Marquidones Filho

      Olá Ricardo, sou o autor do conto (pois é, sou homem hehehe). Muito obrigado pelas sugestões. Concordo com muito do que escreveu, de fato este conto em particular foi escrito às pressas, para complementar, ele segue uma estrutura a qual não estou acostumado, o tema, o corpo, tudo! É adolescente mesmo. Digo isso porque não tenho o hábito de escrever com mulheres, muito menos, garotas, como protagonistas, e quando o faço a temática continua densa, como na maioria dos contos que escrevo.

      Este conto foi uma fuga da minha escrita costumeira, essas críticas e sugestões me ajudam a entender melhor por onde seguir, sem perder a identidade, claro.

      • Ricardo Gnecco Falco
        23 de agosto de 2014
        Avatar de Ricardo Gnecco Falco

        Que legal, M.F.! Eu gostei bastante da história e, exatamente por isso, decidi ser um pouco mais detalhista na análise do texto. Mais do que aplaudir vencedores nos pódios (que certamente tropeçaram muito no caminho até chegarem lá em cima), acho válido incentivar autores (meninos ou meninas) que “possuem o dom”, mesmo que ainda em pedra bruta, como vislumbrei aqui por detrás das linhas deste seu trabalho. E só faço isso com quem acredito valer a pena fazer. Não por me achar superior ou melhor do que qualquer outra pessoa, mas sim única e exclusivamente por amor. Por amar a arte da criação literária – a escrita. E, como já disse, gostei à beça da sua história, seu trabalho; sua criação. Vou te contar um segredo: as histórias e personagens que mais gostei/gosto de criar foram/são, todas, protagonizadas por/protagonistas mulheres. Acredito, até, que meu “eu lírico” seja mesmo feminino.
        Com o tempo, e a prática, este “dom” se transformará em muito “suor”. Mas um suor doce, certeiro e, principalmente, (re)conhecido. Pois, sabendo sua origem (de onde ele vem?), conseguirá percorrer o caminho em ambas as direções; não mais apenas de dentro para fora. E, conectando-se diretamente com a Fonte, dominará o “peso da pena” (ou caneta, ou lápis, ou teclado…), com total desenvoltura.
        Arrisque, salte, voe, caia… Não importa. Só não pare de criar. Nunca. 😉

  25. Pétrya Bischoff
    27 de julho de 2014
    Avatar de Pétrya Bischoff

    Bueno, o conto está todo correto, sabe?. Ortografia -nao reparo muito nisso, mas pereceu-me -, narrativa, estória coerente. No entanto, senti como uma leitura adolescente, não que seja ruim, só não é o suficiente para mim. A última frase me agradou, passou bem o recado. Boa sorte.

  26. José Geraldo Gouvêa
    26 de julho de 2014
    Avatar de José Geraldo Gouvêa

    Não vi muito mérito literário na história. Desde o começo. É uma narrativa convencional, que mais rotula do que caracteriza os personagens e não cria empatia com o leitor. Espera-se na verdade, que o autor já esteja interessado. A história em si nada tem demais, convencional ao extremo. Nem fornece ao autor a desculpa de que a forma é simples, mas a ideia é original. De bom nesse texto só a correção gramatical. Mas eu preferia que ele estivesse carregado de erros de ortografia e gramática e fosse bom.

    Demonstrando que mais rotula do que caracteriza:

    – Era uma manhã de domingo, o céu estava carregado de nuvens limpas e o vento levantava as folhas secas no pátio do templo Rosacruz.

    Não se faz muito para caracterizar o ambiente, espera-se que o leitor imagine com base nas suas impressões ou conhecimentos sobre o que seria um “Templo Rosacruz”.

    – Entre estes estavam elas, cinco mulheres distintas, mas unidas por uma coisa que todas tinham em comum: o estudo do oculto e o interesse pela prática deste.

    Linguagem de boletim policial.

    – O dia escolhido se aproximava. A hora já havia sido marcada, os materiais comprados, elas já sabiam o que precisava ser feito no dia, mas então surgiu outro problema: elas não haviam definido um local para realizar a invocação.

    Não se fala o dia e nem a hora, não são descritos os materiais. Todos são elementos que ajudariam o leitor a entrar na história e ter uma sensação de maior realidade. Sem eles, o texto soa distante e convencional.

    – O espírito pareceu abrir a boca para falar, mas elas, mesmo depois de realizado o rito, não tem certeza se isso realmente aconteceu, pois nenhuma voz foi ouvida, mas a resposta foi recebida por todas. E todas ficaram surpresas com o que descobriram.

    Um tremendo anticlímax. O/A autor/a desta história ludibriou o leitor, claramente.

  27. Eduardo Selga
    26 de julho de 2014
    Avatar de Eduardo Selga

    Este é o sétimo conto que comento neste desafio.

    Escrever em prosa não significa que o texto literário tenha que ser prosaico, no sentido de banalidade do conteúdo. O contista precisa, quando o texto pede, saber lançar mão de recursos narrativos e construir figuras com a linguagem. Claro, o texto não pode se tornar um palco performático, sobrecarregado de figuras. Ou até pode, a depender da intenção autoral, desde que não haja gratuidade.

    O presente conto incorre nessa falta de beleza estética. Quase como se o(a) autor(a) abrisse mão de erigir uma peça de arte, o conto, e o tratasse como simples veículo de informação, com uma linguagem linear demais. Chegando mesmo a certo formalismo ao usar algumas expressões anafóricas muito próprias de textos oficiais. Refiro-me, por exemplo, a “Elaine sugeriu que um rito mais complexo fosse feito, mas nenhuma das cinco conseguia encontrar um foco para O MESMO”. Absolutamente correto gramaticalmente, mas endurece o texto.

    O conto se torna apenas uma estorinha não apenas pela falta de trato linguístico: ao fim e ao cabo, o enredo está resumido no fim, cinco mulheres que se tornam bruxas. Logo, tudo o que veio antes é quase dispensável enquanto construção que deságue num desfecho. Elementos que poderiam fazer do conto uma peça interessante não foram devidamente aproveitados, como aspectos emocionais e psicológicos das personagens (o trato que se dá a elas é por demais raso) e o personagem real Éliphas Lévi, que poderia ter rendido boas cenas.

    Em 26/07/2014

  28. Claudia Roberta Angst
    26 de julho de 2014
    Avatar de Claudia Roberta Angst

    O começo do conto pareceu-me um pouco explicativo demais. Algumas passagens soaram redundantes.
    Frases longas demais são perigosas, pois sem uma pontuação precisa, confundem o leitor. Além disso, as palavras perdem impacto pela diluição das ideias apresentadas. Melhor recorrer mais ao simples ponto.
    Alguns ajustes precisam ser feitos para que a narrativa ganhe força e vida. No geral, o enredo surgiu como uma cartilha didática de iniciação. Há, sem dúvida, a preocupação em criar um quadro para o leitor. Talvez, este seja o problema. O autor deveria se soltar mais e sair da zona de conforto. Continue firme, pois está no caminho certo. Boa sorte.

  29. mariasantino1
    26 de julho de 2014
    Avatar de mariasantino1

    Hum… :/
    .
    Desculpe, mas achei o conto raso o clímax morno e quase sem nenhum sentimento. Acredito que mesmo que você tivesse colocado muitas personagens (como foi o caso) e se prendesse em uma apenas, descrevendo-a bem, sobretudo os sentimentos, dúvidas, conflitos… o conto poderia ter maior profundidade. Observe que na hora que o espírito surge não há sentimento das bruxinhas. O que elas sentiam? Medo, alegria, excitação?
    .
    Me incomodou a repetição de: DESTE, DESTA, O MESMO, OS MESMOS, ELA, ELAS, ELE. Você poderia optar pelo uso de sinônimos, pois também há muitas repetições de: Motivo, motivo. galho, galho, lugar, lugar, local, local (faltou um L em um local, aí).
    .
    É isso. Achei que seu conto tem potencial para brilhar. Boa sorte e siga firme. Um abraço!

    • Marquidones Filho
      22 de agosto de 2014
      Avatar de Marquidones Filho

      Hmmm, bom saber. Obrigado pela dica.

Deixar mensagem para Wender Lemes Cancelar resposta

Informação

Publicado às 26 de julho de 2014 por em Bruxas e marcado .