Editora Record
Não entendo como escritores de tal escrita e poética em narrativas bem elaboradas, podem passar desapercebidas nesse mundão literário.
As histórias bem escritas com uma ambientação bem elaborada, desfilam os personagens e a trama em um ritmo suave, sem grandes sobressaltos, mas pontuados com seus ápices de tal modo que praticamente ter quase um filme na mente.
A Balada do Café Triste é um conto narrando a vida de uma típica mulher do interior, empreendedora e educada para ser durona na vida. Eventos pessoais recheiam a trama que se desenrola em algum lugar interiorano estadunidense, em uma época que beirava a Grande Depressão.
Esse estilo de história, principalmente a do conto que nomeia o livro, pode-se categorizar atualmente como um Dark Folk. É categorizado principalmente por se tratar de histórias com fatos bizarros que ocorrem em cidades interioranas, em regiões notoriamente atrasadas. O clima de melancolia e quase beirando a uma tragédia mortal complementa a ambientação desse tipo de conto.
Outros contos são narrados de uma grande sensibilidade poética, onde a saudade de um relacionamento perdido no passado enternece em momentos de recordações que evocam a sensibilidade de honrá-los com ternura e dignidade.
O clima que reina nos contos permeia a melancolia dos eventos pessoais, mas com pinceladas de ternura e sensibilidade humana que tornam as tramas quase tão realistas que podiam ser as nossas ou a de alguém bem próximo.
É uma leitura fluida e bem agradável também. Graças a um bom trabalho da escritora, que apesar de sua triste história pessoal, soube como contar boas histórias.
Eu adorei a resenha. Parabéns Márcia!
Obrigada!