EntreContos

Detox Literário.

Versões do Oeste (Cláudia Roberta Angst)

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Há três dias, chegara àquela cidade. Desde então, desenvolvia a mesma rotina com metódica complacência. Até seu cavalo acostumara-se à monotonia de espaço e tempo. Um belo e forte animal, em ônix esculpido.

John Demony não era um homem comum. A altura denunciava sua presença a longa distância. O rosto talhado pelo tempo, não revelava idade ou sentimento. Por mais que tentasse ser discreto, sua figura destacava-se na multidão. Surgia em qualquer lugar como uma rajada de vento. Não era o caso ali em Nothingville. Aquela parecia ser uma cidade fantasma. Um lugar sem alma, esquecido por um autor distraído. Na vila minúscula, cravada no meio de um deserto de ideias dantescas, qualquer ser vivente ganhava ares de astro hollywoodiano.

Naquela tarde, o forasteiro perfez o mesmo caminho dos últimos dias. Cavalgou pelos limites fantasmas da vila, do hotel barato à espelunca com placa de saloon. Permaneceu por alguns instantes do lado de fora, avaliando situação e a própria sombra. Cuspiu no chão, fez o sinal da cruz e só então entrou. Atravessou o corredor irregular formado pelas mesas e cadeiras.

Pediu ao barman o único uísque disponível e recebeu a dose dupla em um copo mal lavado. A poeira na garganta exigia urgente hidratação. Deu-se então o mesmo ritual da véspera. Uma troca furtiva de olhares e o despejar de cumprimentos, nada mais do que resmungos. Tudo repetido como um eterno ensaio.

Depois de tomar dois goles da bebida de origem duvidosa, Demony recordou a razão de estar ali. Uma missão nada santa que pretendia cumprir o mais rápido possível. Contava com a sorte como sempre. Já havia conseguido quase todos os dados necessários para executar seu trabalho com eficiência. As moedas recebidas ainda tilintavam em sua mente reforçando profissionalismo e coragem.

As paredes mal delineadas permaneciam encobertas pela intensa fumaça dos cigarros e charutos. O local exibia uma gama heterogênea de cowboys, garimpeiros e bêbados. Ali também estavam o pianista cego e dois pistoleiros de quem John Demony já ouvira falar. Todos pareciam viver sob torpor e profundo alienamento. Faces cansadas de tudo já visto e cuspido naquele mundo esquecido.

A impaciência dos homens borbulhava sob a atmosfera viciada do local. Faltava muito pouco para alcançarem o auge do dia: o show das coristas. Mulheres tão elegantes quanto aqueles dias sem banho. Uma delas era o real motivo da presença de Demony. A mais sedutora, disse o mandante do trabalho. A mais adorável e insinuante das flores do deserto. Estas foram as palavras, adocicadas por uma paixão intensa, mas fadada ao claustro do esquecimento.

Sem se importar com o burburinho crescente ao seu redor, John Demony deixou-se observar pelos curiosos. Entre vítimas e testemunhas, eram todos, de certo modo, culpados pelo que viria a acontecer.

Um sujeito de porte médio e fisionomia trancada encostou no balcão e ali despejou tédio e aguardente no mesmo copo. Olhando o rosto arredondado e bem barbeado daquele cowboy, John Demony percebeu que a sua missão seria finalizada muito em breve, antes mesmo do primeiro compasso da apresentação da noite. Entendeu, de repente, a verdadeira razão do trabalho tão bem recompensado. Não que se importasse com os motivos alheios. Tanto fazia para ele serem justos ou não. A morte era o seu ganho, seu começo, meio e fim.

− Algum problema?

John despertou do seu devaneio particular a tempo de perceber os dedos do homem tremulando nervosamente sobre o coldre de couro gasto.

− Ah, me desculpe. Sofro desses lapsos.

Os rapazes em volta focaram sua atenção no duelo que ali se anunciava. Semblantes rasgados pela escassez de amenidades procuravam confirmar a sentença de morte enquanto tragavam seus cigarros e se embebedavam.

− Mais um desses almofadinhas vindos de Sherrywood?

A menção da cidade vizinha quase fez John Demony rir. Fingiu irritação e tomou de um só gole o resto do álcool que o copo continha. A tensão tornava o ar do saloon cada vez mais denso.

John Demony sentiu o peso da própria respiração ao tocar o cabo do seu Colt 45, ironicamente chamado de peacemaker. Não precisava mais simular uma motivação. Em menos de dez segundos, viu-se mirando precisamente o centro da testa do cowboy que se sentara a um metro e meio de distância. O som da bala em disparada perfurou os ouvidos dos não tão discretos espectadores.

Copos caíram sobre o balcão em uma sucessão de entonações de surpresa. John olhou com indiferença a massa sangrenta que antes limitava-se a ostentar um sorriso de desafio e deboche. Aqueles traços desenhados por uma provável mistura de raças revelavam uma simetria delicada. Eram as mesmas linhas exibidas pela corista celebrada em verso e jurada de morte. A possibilidade de serem um casal de irmãos não existia para qualquer observador mais atento. Eram iguais, não apenas semelhantes.

Naquele ambiente de conhecidos e incomuns rostos, era de se esperar que a semelhança gritante entre o cowboy e a corista despertasse desconfiança. Demony sentiu-se orgulhoso da sua descoberta e de seu feito. Havia sido preciso e rápido. Sem ceder a qualquer sentimentalismo, vestiu seu ato com justificada caridade. O que aconteceria se um daqueles homens descobrisse a identidade em sua versão travestida?

Ao observar os semblantes dos homens ao seu redor, o pistoleiro deu-se conta de que o segredo não havia sido tão bem guardado entre rendas e laços. Notou lágrimas no rosto mais velho de todos ali. O ancião, antes camuflado pela penumbra, refletia dor e lamento.

− Sinto muito, pessoal. Creio que o show de hoje contará com uma garota a menos.

Antevendo confusão e correria, o dono do saloon contou facas e possibilidades de fuga. Olhos apontados para a portinhola de entrada, observou o vai e vem das folhas de madeira com a saída dos assustados fregueses.

− Nada como a recepção calorosa do oeste – disse John Demony  acomodando-se  em uma das cadeiras moldadas pelo constante uso. O cansaço atingira corpo e espírito como um raio em desalinho no céu.

Uma moça vestida com poucos panos e bastante coragem, abriu passagem entre os últimos homens que ali ousavam permanecer. Seus longos e escuros cabelos caíam em desiguais camadas pelas costas e colo nu. Pareciam ter sido cortados com uma faca sem cuidado algum. Talvez, com a mesma lâmina que desenhara o contorno retalhado nos ombros estreitos. A cicatriz decerto não findava logo no alto das costas. John Demony já vira aquilo antes, mas nunca em sobreviventes.

Abrindo os olhos profundos como noites insones, a jovem procurou pelo corpo inerte sobre o chão. Nada indagou, apenas lançou olhar e maldição ao autor do disparo. Suas mãos simularam desespero e oração enquanto lágrimas transbordavam sem destino.

Uma senhora de idade e origem desconhecidas abraçou a moça e, sacudindo-lhe os ombros, tentou reerguer-lhe o espírito.

− Bloody Moon, vamos! O que está feito, está feito

A morena de selvagem beleza voltou-se para o forasteiro com olhos repletos de espírito guerreiro. Movida pela emoção em brasa, cuspiu aos pés daquele que a olhava intrigado.

John Demony levantou-se, agarrou os cabelos da índia e com eles enrolados no braço direito, curvou-se aproximando sua boca do rosto afogueado.

− Quer mesmo provar sua coragem hoje? – perguntou entre dentes.

A mulher de saias e faces amassadas fez sinal de conciliação. Puxou a jovem para si e ambas desapareceram em segundos pelos fundos do saloon.

Alguém aproveitando o desvio momentâneo da atenção, havia carregado o cadáver dali. Um rastro de sangue brilhava sob um feixe de raios do entardecer. Novos copos foram depositados sobre o balcão, ao lado de garrafas ofertadas em velada proposta de paz.

Os homens acomodaram-se nas cadeiras levantadas do chão e recolheram suas armas e intenções. Lançaram seus medos e indignação às paredes fingindo indiferença e descaso. Estavam todos acostumados a esconder qualquer traço de sensibilidade. A noite ameaçava chegar com irreparável melancolia.

Um rangido de madeira seca anunciou a entrada da autoridade. Ostentando estrela e confiança, o truculento xerife adentrou com passos largos. Em silêncio, impôs sua presença, saltando o olhar de mesa em mesa sem denunciar qualquer sobressalto.

− Alguma novidade, cavalheiros?

Alguns balançaram as cabeças em sucessivas negativas. O velho homem emudeceu voz e lágrimas, encolhendo-se ao lado do pianista cego que tudo soubera antes mesmo do acontecido.  O xerife voltou-se para John Demony e sustentou o olhar. Havia ali um misto de indagação e gratidão.

− Tudo em ordem por aqui, Milles − respondeu o barman evitando que o silêncio invadisse o momento.

Doug Milles, o xerife, aguardou algum sinal sem qualquer intenção de revidar. De pernas abertas como a firmar determinação e vontade, fitou a denunciadora mancha no piso de madeira apodrecida. O fresco aroma de sangue afugentou qualquer conflito de consciência.

− Tenham uma boa noite, senhores. Estarei à disposição da ordem, lembrem-se – disse retirando-se do saloon.

Alguém no fundo do bar assobiou um compasso do tema das coristas e os homens sorriram em relaxada entrega. A noite despontava com um luar de arredondada fortuna. As moças chegariam em meia hora, não mais do que isso. A ordem estabelecida dos dias sob a poeira do oeste finalmente voltava.

O vento quente entoou a melodia triste da resignação. Os homens tomaram seus lugares, enfileirando desejo e esquecimento. Corpetes reveladores de curvas generosas finalizariam o presente, embrulhando o dia para o sempre andamento.

− O show vai começar, senhores.

Seis mulheres surgiram em fila com rostos assustados e úmidos olhares. Os sorrisos, tantas vezes ensaiados, emolduraram a cobiça dos homens que começaram a contar pernas e seios. Se deram falta de alguém, disfarçaram a decepção com gritos animados e hormônios exaltados.

− Bando de animais − sussurrou uma das mulheres com a boca tingida de carmim.

Demony aproveitou a agitação do saloon e camuflou sua saída com as primeiras notas de uma alegre canção. Outro trabalho realizado sem problemas.

O cavalo em breu revestido relinchou ao ser montado pelo dono. Na avenida coberta pela poeira dos dias e crimes, nenhuma censura aguardava o forasteiro. Apoiado no batente da velha cadeia, o xerife meneou a cabeça em respeitosa reverência. Ajeitou o chapéu e entrou sem olhar para trás. John Demony fez o sinal da cruz, cuspiu e seguiu seu caminho tendo o luar como companhia.

53 comentários em “Versões do Oeste (Cláudia Roberta Angst)

  1. Ricardo Gnecco Falco
    29 de maio de 2014
    Avatar de Ricardo Gnecco Falco

    Confesso que estava curioso para ler o texto de uma das mais poéticas e sensíveis participantes femininas do blog “travestido” (rs!) do árido e violento tema deste certame.
    Parabéns pela coragem de aceitar o convite feito por este desafio (teve mais “colhões” do que eu, que nem tentei… rs!) tão distante do estilo que mentalizo pertencer a você quanto o verdadeiro Velho Oeste.
    Grande abraço e que venha a liberdade de Temas e de estilo de Escrita!
    Paz e Bem!
    🙂

    • Claudia Roberta Angst
      29 de maio de 2014
      Avatar de Claudia Roberta Angst

      Lendo este comentário tão gentil (e exagerado, claro), fico contente por não ter desistido de participar. Senti sua falta entre os participantes e comentaristas. O tema livre me deixa perdidinha, mas vai que eu me ache por aí nessa liberdade toda, né? Coragem, inspiração e boa sorte para nós. 🙂

  2. Thiago Lopes
    23 de maio de 2014
    Avatar de Desconhecido

    O conto é bem escrito e tem boas sacadas. A única dica que eu daria para o autor é cortar um pouco. Talvez seja do estilo do autor, mas me desagradam algumas coisas, como uso excessivo de adjetivos, ou passagens como “Abrindo os olhos profundos como noites insones”. Esse “como noites insones” só enche o texto de informação inútil pro correr na narrativa. Mas há passagens com o mesmo esquema que me soaram bem, como: “Uma moça vestida com poucos panos e bastante coragem”, ou “O fresco aroma de sangue afugentou qualquer conflito de consciência”.

    • Tom Salt Lake
      23 de maio de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Entendi: menos é mais. Valeu pelo seu comentário, Thiago. Obrigado pela leitura e dicas.

  3. vitorts
    20 de maio de 2014
    Avatar de vitorts

    Achei o conto um pouco confuso por falta de incisão nas ações. Um excesso de perambulação. No entanto, está bem escrito, sim. Questão do autor(a) desanuviar esses pontos do texto.

    Ah, sim. E não seria um anacronismo o “astro hollywoodiano” ?

    Boa sorte no desafio!

    • Tom Salt Lake
      20 de maio de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Perambulei demais mesmo,ou talvez tenha sido atacado por um sonambulismo anacrônico. Enfim, não consegui me desvincilhar das nuvens. Obrigado pelo seu comentário.

  4. Bia Machado
    18 de maio de 2014
    Avatar de Desconhecido

    Achei o conto com todo o clima do tema do desafio, com certeza, e o melhor: com alguns jogos de palavras, de expressões, muito bacanas. Contudo, parece que não “peguei” toda a ação que ocorreu, precisaria de uma releitura para isso. Mas foi bom ler seu conto, tenha certeza! Boa sorte!

    • Tom Salt Lake
      18 de maio de 2014
      Avatar de Desconhecido

      Que bom que o conto encaixou-se no tema. Menos mal. Acho que fiquei tão entretido com o jogo das palavras que acabei empatando o enredo. Acho que me faltou objetividade em alguns pontos e ação ficou empoeirada. Muito obrigado pela leitura e comentário.

  5. Marcellus
    17 de maio de 2014
    Avatar de Marcellus

    Achei o conto um tanto confuso. Estava comentando antes de ler as opiniões dos colegas, mas desta vez será impossível.

    Agora entendi que era um travesti e que o xerife era seu amante e que também contratou o Zeca Diabo, digo, João Demônio, digo, John Demony.

    Pelo menos, era o velho oeste “clássico”.

    Boa sorte!

    • Tom Salt Lake
      18 de maio de 2014
      Avatar de Desconhecido

      A trama surgiu meio no susto enquanto eu estava escrevendo e por isso, deve ter ficado mesmo confusa. Como autor, eu conheço a situação, mas não soube expressar corretamente minha intenção. A sutileza não combina com a aridez do velho oeste. A comparação com Zeca Diabo foi perfeita..ahahhaha. Não tinha pensado nisso, mas se encaixa perfeitamente. Obrigado pelo comentário.

  6. Swylmar Ferreira
    15 de maio de 2014
    Avatar de Desconhecido

    Conto muito bem escrito, pareceu ser parte de uma novela um livro grande. Fiquei com a sensação que faltou algo.
    Boa sorte!

    • Tom Salt Lake
      17 de maio de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Obrigado pelo seu comentário. Eu também acho que falta alguma coisa quando releio o conto. Não sei se deveria ser mais longo. Ideias a serem trabalhadas com mais calma. Valeu.

  7. Leandro B.
    11 de maio de 2014
    Avatar de leandrobarreiros

    Devo vergonhosamente admitir que não havia entendido a grande sacada da história. Quando terminei, fiquei um pouco confuso, com a sensação de que havia perdido alguma coisa (e que coisa) .

    Foi pela explicação do autor em um dos comentários que tudo fez sentido para mim. Não creio que haja culpa do autor aqui. Afinal, a maioria parece ter compreendido o que se passava.

    De todo modo, achei a ambientação sensacional. Ainda que não tenha entendido a proposta da história em um primeiro momento [=( ], senti que as descrições valeram a leitura. Aliás, tive algumas ideias lendo. Se tivesse visto esse conto antes, o que propus ao desafio não existiria.

    Não sei se perdi alguma outra coisa, mas achei a índia extremamente desnecessária, como se estivesse ali só por estar, o que aumentou um pouco minha confusão ao final.

    Bom conto.

    • Tom Salt Lake
      11 de maio de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Caro Leandro, acredito que eu não tenha sido suficientemente claro na minha proposta aqui. Assim como penso que nem todos entenderam o enredo, a trama do conto. Ainda gosto da ideia, apeguei-me a ela, pois surgiu no meio da redação. A índia veio sozinha e realmente, olhando agora, vejo que sua passagem ficou muito vã. Vou repensar a participação indígena no conto. Obrigado pelo comentário, bastante generoso ao meu ver. Abraço.

  8. Felipe Moreira
    7 de maio de 2014
    Avatar de Felipe Moreira

    O conto carrega um potencial não explorado. É bem escrito, mas imagino que se fosse narrado em primeira pessoa, a sensibilidade da própria narrativa e das belas frases construídas passariam mais emoção.

    Parabéns pelo seu trabalho e boa sorte.

    • Tom Salt Lake
      9 de maio de 2014
      Avatar de Desconhecido

      Espero mesmo que este conto tenha algum potencial. Precisaria de mais calma para elaborar melhor toda a trama. Gostei da sua sugestão de narração em primeira pessoa. Acho que vou tentar. Obrigado pelo comentário. Abraço.

  9. Rodrigo Arcadia
    4 de maio de 2014
    Avatar de Rodrigo Arcadia

    Nossa, a escrita me pareceu muito certinha. com parágrafos certinhos, sem inventar ou sair fora do tom. o que percebi e pecou na minha opinião, é que o conto possui uma narrativa sem deixar o leitor animado pelo que irá acontecer. claro, tem as cenas, que se movimentam, porém, não atraem ou retiram um interesse. mas em compensação, gostei da escrita realizada.

    Abraço!

    • Tom Salt Lake
      5 de maio de 2014
      Avatar de Desconhecido

      Escrita muito certinha? Quer dizer muito chatinha? Já entendi que faltou tempero neste angu, digo, neste conto. Muito a melhorar, mas há um caminho, pelo menos. Obrigado pelo seu comentário, Rodrigo. Valeu!

  10. Isabella Andrade
    3 de maio de 2014
    Avatar de Isabella Andrade

    Bom, há de se destacar aqui a rebusques do conto, a qualidade da escrita e as frases tão bem colocadas, criadas e poeticamente desenhadas em nossas mentes. Entretanto o enredo infelizmente não me agradou, achei a história um tanto cansativa, densa demais e a narrativa poderia ter sido mais emocionante, trazendo o leitor mais para dentro do texto, ou vice e versa. No mais volto a elogiar o talento que tens e zelo na construção de frases excepcionais.

    • Tom Salt Lake
      3 de maio de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Achou o texto muito rebuscado? Espero que eu não tenha pesado muito a mão. Reconheço que o enredo deveria ter sido melhor trabalhado, enfocando mais objetivamente um determinado evento. Acho que a emoção perdeu-se pela trama, mas valeu pela tentativa. Sempre vale. Obrigado pelo seu comentário, Isabella.

  11. Brian Oliveira Lancaster
    2 de maio de 2014
    Avatar de Victor O. de Faria

    Nothingville já diz tudo… Pois é, entre tantos tiroteios (até nos comentários), o suspense de seu texto me prendeu. Até pelo fator inusitado no meio do conto. Neste desafio, por enquanto, o melhor está sendo focar em um evento em particular (em minha opinião). Afinal, o espaço é relativamente curto.

    • Tom Salt Lake
      3 de maio de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Sim, Nothingville foi um nome escolhido propositalmente Que bom que o suspense prendeu sua atenção, Brian. Tentei criar um clima, deixando pistas para que o leitor chegasse às suas próprias conclusões. Talvez, devesse ter enfatizado mais o ponto da semelhança entre os dois personagens. Vou ter que rever este e outros conceitos. Obrigado pelo seu comentário. Abraço.

  12. Thata Pereira
    2 de maio de 2014
    Avatar de Thata Pereira

    Uau!! Que escrita maravilhosa!! Achei as colocações das palavras lindas, sobretudo nas frases:

    “Uma moça vestida com poucos panos e bastante coragem”
    “Os homens acomodaram-se nas cadeiras levantadas do chão e recolheram suas armas e intenções.”

    O intangível, da forma que foi apresentado, aparenta ser sólido e eu adorei! A história não tem grandes surpresas, não causa impacto, mas eu gosto.

    Boa sorte!!

    • Tom Salt Lake
      2 de maio de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Uau digo eu, Thata! Obrigado pelo seu comentário generoso. Realmente, falhei no desenvolvimento de uma história impactante. A trama ficou um tanto seca e empoeirada, quase fugiu com a última diligência.
      Meu ego agradece por você ter gostado da escrita e do intangível (a ideia era essa !). Abraço.

  13. Tom Lima
    1 de maio de 2014
    Avatar de Tom Lima

    A escolha das palavras foi sensacional!
    Acho que o problema foi a história em si. Um homem entra num bar para cumprir um contrato de assassinato.

    Sua técnica é foi excelente, só não encaixou bem na história escolhida.

    Quero ler mais material seu.

    Parabéns e boa sorte.

    • Tom Salt Lake
      2 de maio de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Obrigado pelo seu comentário, xará. Percebi que não desenvolvi adequadamente a história, mas mesmo assim gostei da tentativa. Espero que possa apresentar uma material mais interessante na próxima vez. Agradeço pelo incentivo! Abraço.

  14. R.Sollberg
    29 de abril de 2014
    Avatar de R.Sollberg

    Tom Salt Lake, não vou fazer coro. O que faltou na trama, sobrou na escolha das palavras. Este trecho é fantástico “Um lugar sem alma, esquecido por um autor distraído. Na vila minúscula, cravada no meio de um deserto de ideias dantescas, qualquer ser vivente ganhava ares de astro hollywoodiano. Faces cansadas de tudo já visto e cuspido naquele mundo esquecido.”

    Suas frases são construídas de maneira sublime “Semblantes rasgados pela escassez de amenidades procuravam confirmar a sentença de morte enquanto tragavam seus cigarros e se embebedavam.”

    É conto para ser lido em voz alta: “Uma moça vestida com poucos panos e bastante coragem”

    – “Os sorrisos, tantas vezes ensaiados, emolduraram a cobiça dos homens que começaram a contar pernas e seios.”

    Fico com vontade de pegar emprestado o seu estilo linguístico e dar uma nova roupagem para algumas antigas ideias.

    Parabéns e boa sorte.

    • Tom Salt Lake
      29 de abril de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Quando li “não vou fazer coro”, logo pensei que outras falhas seriam apontadas, não a mesma falta de alma, mas outra coisa qualquer. Portanto, parceiro, seu comentário foi uma agradável surpresa. Gosto de todas essas frases que você citou do conto, pois as construí com a ajuda da alma (sim, eles têm alma) de cada personagem.
      Sei que posso melhorar o tom, o ritmo da narrativa e um monte de coisas, por isso estou aqui. Agradeço cada comentário postado. O seu foi especial porque olhou para o outro lado da estrada empoeirada. Obrigado mesmo pelo incentivo. Valeu!

  15. Fabio Baptista
    28 de abril de 2014
    Avatar de Fabio Baptista

    Está muito bem escrito do ponto de vista gramatical.

    Existem algumas boas frases espalhadas pelo texto, gostei particularmente dessa:
    – John Demony já vira aquilo antes, mas nunca em sobreviventes

    Algumas me causaram estranheza e talvez tenham sido responsáveis pelo “ar poético”, mencionado em outros comentários (também senti esse ar):
    – embrulhando o dia para o sempre andamento
    – rostos assustados e úmidos olhares
    – O cavalo em breu revestido

    As descrições são muito bem feitas, sentimos o clima árido o tempo todo, chegando a ver a poeira esvoaçar à nossa frente.
    Mas acredito que a história não é suficientemente clara. Sim, numa segunda leitura tudo fica bem explicado, mas acredito que hoje em dia, infelizmente, o autor não pode se dar ao luxo de esperar por uma releitura. Mal podemos contar com a primeira! 😦

    Ou seja, só tem uma bala no tambor e não podemos errar.

    Aqui o tiro até acertou, mas não no coração.

    Abraço.

    • Tom Salt Lake
      29 de abril de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Realmente,preciso treinar melhor minha pontaria. Por pouco, não atiro no meu próprio pé. Gostei da sua consideração a respeito da única chance do autor conquistar a atenção do leitor e apresentar o enredo. É isso aí mesmo. Estou me sentindo mais animado para encarar o próximo desafio. Desistir jamais. Valeu pelo comentário, Fabio Abraço.

  16. Tom Salt Lake
    28 de abril de 2014
    Avatar de Tom Salt Lake

    Obrigado pelo comentário, Eduardo. Realmente, a narrativa não surtiu o efeito que eu tentei ao menos esboçar. Não que tenha procurado por brilho, mas me decepcionei ao constatar que perdi o foco, talvez por uma questão de segurança ao querer permanecer na zona de conforto. Como já comentei em outras respostas, não estou familiarizado com o universo do faroeste. Falha minha não ter realizado uma pesquisa adequada e desenvolvido uma narrativa mais interessante. Valeu!

  17. Sérgio Ferrari
    28 de abril de 2014
    Avatar de Sérgio Ferrari

    John Demony está sendo apresentado…. no começo…. John Demony!!!!! E então ele faz o sinal da cruz antes de entrar no local. Báh…..sinal da cruz….acabou com a personagem durona que eu estava vendo. E no final novamente: John Demony faz o sinal da cruz. Demony…é mera casualidade o Demony mesmo. 😦

    • Tom Salt Lake
      28 de abril de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Pois é, você foi o primeiro a notar o Demony. Há uma contradição proposital entre o nome e hábito. Note que ele cospe primeiro e depois faz o sinal da cruz. No final, ele inverte a ordem: faz o sinal da cruz e cospe depois. Reverência e desprezo juntos. Como o ser humano em constante conflito.
      Demony não se preocupa em ser santo ou demônio: “Não que se importasse com os motivos alheios. Tanto fazia para ele serem justos ou não. A morte era o seu ganho, seu começo, meio e fim.”
      Valeu pelo comentário, que não foi nada casual.

  18. Weslley Reis
    27 de abril de 2014
    Avatar de Weslley Reis

    Acho que discordo da maioria em ter gostado do conto. Realmente faltou ‘ alma’, mas a ambientação compensou pra mim.

    • Tom Salt Lake
      28 de abril de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Valeu pelo comentário, Weslley. O conto é muito semelhante ao protagonista: sem alma, aliás como a cidade inteira, sem alma. Fico contente por você ter apreciado a ambientação. Tentei ser cuidadoso quanto a isso.

  19. Anorkinda Neide
    26 de abril de 2014
    Avatar de Anorkinda Neide

    Li ontem a noite, e reli agora… realmente tem algumas frases ótimas, outras nem tanto.. mas todas elas destoam do conto, elas ficariam bem servidas em uma prosa poética.
    Essas foram as que mais me agradaram e cabem neste conto, na minha opinião:

    ‘As moedas recebidas ainda tilintavam em sua mente…’

    ‘…despejou tédio e aguardente no mesmo copo.’

    ‘Copos caíram sobre o balcão em uma sucessão de entonações de surpresa.’

    Mas a história é pobre, talvez se tivesse sido contada na ótica da corista que tenta salvar-se da condenação de morte, teria mais cores e emoção.
    Este relato, como está, não suscita nada no leitor.

    Penso que o(a) autor(a) nao tenha afinidade com o western, é tudo o que se retira deste conto.. hehe
    Um abração

    • Tom Salt Lake
      28 de abril de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Encontrou prosa poética neste conto? Não foi minha intenção, mas às vezes acontece. A história é árida mesmo e não sei se ficou clara o bastante. Não quis dar muitas dicas, pois acredito que o leitor deve descobrir a trama por si mesmo. SPOILER: O cowboy e a corista são a mesma pessoa, a paixão condenada do xerife. Por isso, o olhar agradecido de Doug Milles ao pistoleiro , por resolver o seu problema.
      Quanto a minha afinidade com western, você tem toda a razão, ela é inexistente.
      Agradeço pelo seu comentário.

      • Anorkinda Neide
        28 de abril de 2014
        Avatar de Anorkinda Neide

        sim.. entendi que a moça travestiu-se de cowboy para tentar matar o pistoleiro contratado para matá-la… não é isso?

      • Tom Salt Lake
        28 de abril de 2014
        Avatar de Tom Salt Lake

        Obrigado pelo feedback,Anorkinda. Com ele, percebo que fui realmente muito desastrado na exposição da narrativa. Havia um cowboy de dia, com atitudes másculas, etc e tal. O mesmo cowboy travestia-se de corista à noite e participava do show. O xerife encantou-se pela corista e inconformado com a revelação da sua real identidade (imagine um cabra macho, xerife de uma pequena vila, descobrir que está apaixonado por um homem!). Por isso, ele contrato o serviço de Demony – para desaparecer com a sua vergonha e manter sua honra. Agora, explicando a você o enredo, dou-me conta de que fui deveras raso e até ridículo na construção da narrativa. Mais uma vez, agradeço sua ajuda.

  20. Pétrya Bischoff
    26 de abril de 2014
    Avatar de Pétrya Bischoff

    Apesar de a estória não me interessar, a maneira que foi contada -com descrição e detalhamento bons- me agradou. A escrita e narrativa também estão legais. Nada me incomodou no conto. Parabéns e boa sorte 🙂

    • Tom Salt Lake
      28 de abril de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Fico satisfeito por você ter percebido meu esforço em fazer uma descrição razoável. De fato, seu comentário causou-me um certo alívio, embora já estivesse preparado para não agradar a boa parte dos colegas. Obrigado.

  21. Jefferson Lemos
    26 de abril de 2014
    Avatar de Jefferson Lemos

    Não conseguiu me cativar. Achei o texto até um pouco cansativo em alguns momentos. O final foi muito bom, com ele saindo da cidade e o xerife mostrando respeito, mas não compensou o restante que não me agradou.

    Entretanto, o autor escreve muito bem, e tenho certeza que algum outro trabalho poderia me agradar.

    Espero que outros possam gostar.
    Parabéns e boa sorte!

    • Tom Salt Lake
      28 de abril de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Obrigado pelo seu comentário, Jefferson. Pena que o conto não cativou sua atenção e o cansou. Pelo menos, o final não deixou um gosto tão amargo (ou pior, insosso), espero. Tomara que eu tenha oportunidade de apresentar algo mais interessante aos caros leitores.

  22. Claudia Roberta Angst
    26 de abril de 2014
    Avatar de Claudia Roberta Angst

    A princípio, achei um tanto longo para pouca ação, mas isso é gosto pessoal. Prefiro algo mais conciso e impactante. Os elementos do tema faroeste estão aí: cowboys, saloon,pistoleiro, até uma índia deslocada. Demorei um pouco para entender o que de fato aconteceu com os personagens,mas relendo a história, ficou claro. A escrita está boa, sem falhas perceptíveis.
    Como não sou muito fã de faroeste, é preciso que seja algo com uma abordagem diferente para me cativar como leitora. Não foi o caso deste conto aqui, Boa sorte.

    • Tom Salt Lake
      28 de abril de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Obrigado pelo seu comentário, Cláudia. Não achei que o conto tivesse ficado muito longo, mas considerarei o fato de não ter havido muita ação ou mesmo diálogos mais consistentes. Sim, peguei os elementos do faroeste clássico, mesmo correndo o risco de transformá-los em meros clichês. Espero que tenha conseguido revelar a história, acho que não deixei tão claro quanto o desejável. Também não sou muito fã do faroeste, na verdade, acho que sou mais ignorante a respeito.

  23. Thiago Tenório Albuquerque
    26 de abril de 2014
    Avatar de Thiago Tenório Albuquerque

    Muito bem escrito, mas pouco cativante.
    Não conseguiu me alcançar em momento algum.
    O autor(a) mostra pleno domínio da gramática, mas tão somente isso. O enredo é raso, pouco convidativo e o final foi como uma cuspidela ao chão.
    Boa sorte no desafio.

    • Tom Salt Lake
      28 de abril de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Estou verificando que pelo menos o conto foi bem escrito. Isso me alivia a consciência por ter produzido um texto bem mediano. De fato, acho que poderia ter aprofundado mais o enredo, mas agora é tarde. Fica para uma próxima oportunidade. Obrigado pelo seu comentário e boa sorte para você.

  24. mariasantino1
    26 de abril de 2014
    Avatar de mariasantino1

    peacemaker foi ótimo 🙂

    Gostei da fluidez e descrições.

    Parabéns pelo domínio narrativo.

    Boa sorte no desafio.

    • Tom Salt Lake
      28 de abril de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Olá, Maria. Peacemaker era realmente o “apelido” do Colt 45, pelo menos foi o que encontrei durante minha breve pesquisa. Bastante irônico, não?
      Obrigado pelo seu comentário e muita boa sorte no desafio.

  25. Thales Soares
    26 de abril de 2014
    Avatar de Thales Soares

    Na minha mais sincera e pessoal opinião, não gostei do conto.

    Não consegui me conectar com a história. O autor tenta impressionar ao escrever, mas como resultado obteve uma narração cansativa e pouco cativante. A história foi bem fraca, nada demais aconteceu. O final ocorre quase que de forma despercebida, sem nada marcante.

    Enfim, eu particularmente não gostei, achei uma obra rasa e sem destaque. Mas acredito que haverá quem goste. Boa sorte.

    • Tom Salt Lake
      28 de abril de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Obrigado pelo seu comentário, Thales. Pessoalmente, prefiro que não gostem do que escrevi do que sejam indiferentes. Pode ser uma questão de gosto pessoal ou como acredito, não fui feliz na escolha do caminho para a narração. Acho que deveria ter me aprofundado mais, cavado uma cova ou uma piscina mais funda para que o leitor não corresse o risco de quebrar o pescoço em terreno tão raso. Levarei isso em consideração com certeza. Valeu.

  26. Eduardo Selga
    26 de abril de 2014
    Avatar de Eduardo Selga

    Temos aqui um narrador clássico, numa narrativa linear e sem brilho, na qual as palavras são usadas de modo excessivamente pragmático, ou seja, apenas para contar um evento, como se fora o narrador um historiador ou um jornalista, ao invés do que efetivamente é: máscara ficcional do autor.

    Sobrou narração, faltou arte. Isso, sem contar a sensaboria da estória, reprodução textual das empalidecidas cenas de faroeste (aliás, parece um roteiro), não obstante a correção gramatical. Característica que, por si só, não garante uma boa narrativa.

    • Tom Salt Lake
      28 de abril de 2014
      Avatar de Tom Salt Lake

      Obrigado pelo comentário, Eduardo. Realmente, a narrativa não surtiu o efeito que eu tentei ao menos esboçar. Não que tenha procurado por brilho, mas me decepcionei ao constatar que perdi o foco, talvez por uma questão de segurança ao querer permanecer na zona de conforto. Como já comentei em outras respostas, não estou familiarizado com o universo do faroeste. Falha minha não ter realizado uma pesquisa adequada e desenvolvido uma narrativa mais interessante. Valeu!

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Publicado às 26 de abril de 2014 por em Faroeste e marcado .