Western para adolescentes: era essa a proposta norteadora do musical “Purple Flame Saloon” organizado e apresentado pelos alunos do Chula Vista High School durante dois anos consecutivos. Tendo em vista o sucesso estrondoso da peça nos anos precedentes, fez-se necessário dar continuidade à tradição recém-consagrada para satisfazer pais e professores afoitos.
O musical, escrito pela professora e diretora de artes cênicas Indira Gupta (uma mulher muito criativa, mas dona de um senso de modéstia quase nulo), girava em torno do bar ao qual o título fazia referência. O Purple Flame Saloon — cujo cenário consistia em móveis de papelão e barris emprestados de uma feira expositiva qualquer — era palco de disputa contrastante entre garçonetes (afinal, o termo prostituta nunca foi bem aceito em núcleos estudantis), forasteiros irascíveis e um romance protagonizado pelos personagens que estampavam os panfletos de divulgação: Brick Barracuda, o filho desvirtuado do xerife; e Diana, a donzela indefesa responsável por cantar boa parte do repertório escolhido a dedo pela Sra. Gupta.
Entretanto, apesar do enfoque ardente no casal, uma personagem secundária também encontrava brecha para irradiar seu brilho (ofuscado, infelizmente). Serendipity, a indígena apaixonada por Brick, contemplava a chance de cantar apenas duas músicas em cenas porcamente distribuídas. Em face da obviedade do roteiro, a pobre não era capaz de competir o amor do garanhão com Diana e seu nome caía no esquecimento da plateia antes mesmo do fim.
Após esta breve introdução regada a muitas cuspidelas em vasilhas de bronze, voltemos nossa atenção à heroína de nosso relato. A palavra heroína — de cunho divinizado e comumente utilizada para designar autoras de imensuráveis atos filantrópicos — infelizmente só se aplica ao contexto perante a relevância de nossa querida protagonista para a história, e não necessariamente devido à sua personalidade insossa ou seu destino pré-fixado.
Leonora Gutierrez nasceu como fruto do casamento de uma filipina com um madrileno; ambos radicados nos Estados Unidos. O lugar escolhido para exercerem tamanho amor não poderia ser outro. Chula Vista (Califórnia) era panorama de comunidades latinas, asiáticas e qualquer outro grupo étnico que não fosse americano. Desta junção carnal resultou uma imagem mais filipina que espanhola: Leonora, menina magrela de olhos puxados e pele levemente bronzeada, muitas vezes era confundida com japonesa ou até mesmo vietnamita.
Assim, associa-se uma pergunta ao exposto: isso era um problema? Claro que não. O pinoy pride prevalecia ante qualquer preconceito cultural. Avante!
Devidamente acordada, ostentando cabelos desgrenhados (última moda em Manila) e um moletom do time de cricket local, Leonora saiu de seu quarto bem disposta e imersa em um riso contido. A seleção de papéis para o musical se daria naquela manhã e nada a faria desistir da expectativa de ganhar algum papel na peça após dois anos abarrotados de sonhos e tentativas frustradas. Comeu alguns pedaços de manga que sua estimada nanay carinhosamente cortara em pequenas tiras para o café-da-manhã e apressou-se em sair de casa para pegar o ônibus. Caso a timidez não fosse um empecilho, certamente teria pulado e cantarolado sua vitória durante o trajeto.
— Tira esse sorriso da cara, Leonora. Todos sabem que a vadia da Gupta vai escolher Diana Clark para fazer o papel principal de novo. Eu sei que é um absurdo, mas não adianta choramingar pelo favoritismo.
Nem o pessimismo de Nadine (prima gorda, mordaz e — convenientemente — sua melhor amiga) seria capaz de apagar toda a quimera acumulada e exaustivamente construída em sua mente. Sorriu amarelo e terminou de guardar seus livros no armário metálico. Não cogitava a hipótese de assistir Diana mais uma vez interpretando (coincidentemente) Diana. Nem o rostinho angelical e a cabeleira loura da dita cuja eram páreos para seu talento nato.
— Tenho certeza que o critério de avaliação vai ser a voz, e não o físico. Escute o que estou te dizendo! — retrucou confiante, emendando uma risada baixa que soou convincente.
Com o sinal esganiçado ecoando pelos alto-falantes, os alunos dirigiram-se até o salão nobre e acomodaram-se nos assentos azuis à espera de Gupta e seus pronunciamentos pouco animadores. Assim, uma mulher extremamente baixa e com forte aspecto de boneco playmobil adentrou os aposentos e desfilou até o palco com uma prancheta em mãos. Ajeitou com dificuldade o pedestal até que o microfone se adequasse à sua pouquíssima altura e, suspirando fundo, começou a cuspir palavras envoltas por um desagradável sotaque oriundo de algum lugar que todos os presentes desconheciam.
— Primeiramente, gostaria de informar que as fichas para tortas de maçã ainda estão sendo vendidas na cantina em prol de fundos para a construção da nova sala de professores. Provavelmente todos já sabem, mas aproveito a oportunidade para enfatizar. Comprem. — a última palavra tinha um quê de ameaça. — Agora vamos às considerações iniciais…
A pequena Nora retraiu suas pálpebras isentas de curvas, fitando a megera de um metro e quarenta de forma tão compenetrada que quase chegava a babar. Nadine estourou uma bola de chiclete e precisou conter o riso. Ficava triste ao vê-la tão auspiciosa, mas satisfeita por estar prestes a constatar que suas observações haviam sido certeiras desde o princípio.
— Depois de muitos testes, indicações, votos e todas as formas mais demagógicas possíveis de seleção, estou convicta de que posso informar quem participará dos ensaios oficiais. — pausa dramática. — Felizmente, podemos contar mais um ano com a presença de Diana Clark da décima segunda classe interpretando Diana. Proponho uma salva de palmas.
Os aplausos eram os menos entusiásticos possíveis. Na primeira fileira, Diana esboçava um sorriso tão ensaiado quanto o papel conquistado pela terceira vez, jogando seus longos e macios cabelos de Sol para o lado enquanto fingia estar surpresa com a ovação dos colegas. Arrogância era um luxo ao qual não podia recorrer: mostrava-se sempre simpática e sorridente; não bebia, oportunamente participava de campanhas anti-bullying e auxiliava na confecção das já citadas tortas. Uma genuína e amada mocinha, não só do western enfadonho voltado aos conterrâneos de Chula Vista.
Já na última fileira, as reações divergiam. Nadine soltou um “eu avisei” quase inaudível e Leonora permanecia de olhos arregalados; no entanto, sem qualquer resquício da esperança antes aparente.
Enquanto Gupta prosseguia com a relação de alunos e seus respectivos papéis, Nora pensava em como a vida havia lhe sido injusta. Fazia covers famosíssimos no YouTube. Aos onze anos, participara de um show de talentos conceituado no qual avançou até as semifinais; aos quinze, foi convidada para cantar o hino nacional antes de uma partida (televisionada!) de gridiron entre times estaduais. Nenhuma cantora com tão pouca idade havia chegado tão longe naquela cidadezinha mergulhada em culturas emprestadas.
Neste indispensável rombo reflexivo da trama, uma pergunta assolou nossa pequena mártir do mundo artístico: por qual razão aquela desgraçada havia insistido no erro de escolher uma garota que nem sequer conseguia atingir um F5 sem parecer uma cabra para o papel principal?
O queixo tremeu. As lágrimas que pendiam não tardaram a escorrer. Antes que pudesse atropelar Gupta e Diana mais uma vez em seu mundo imaginário, algo a fez despertar do transe em que se encontrava.
— E por fim, Leonora Gutierrez da décima segunda classe como Serendipity. Os ensaios começam terça-feira. Alguma objeção? Sugestão? Não? Ótimo. Então está tudo acertado. Não se esqueçam de comprar fichas na cantina durante o intervalo.
Olhares curiosos cercaram Leonora. Olhares satisfeitos. A protagonista, dona de um timbre estridente e extensão medíocre, finalmente teria uma oponente à altura. Oponente esta que finalmente teria seu valor reconhecido em uma peça (de modo mais irônico que infeliz) rasa que não fazia jus ao seu dom inerente. Fato: apesar dos inúmeros pesares, nem tudo estava perdido.
E assim, num passe de mágica, bastou um sorriso debelador de lágrimas para que a nossa pinoy queen alcançasse o primeiro passo de sua apoteose particular. Alakazam.
***
Leonora evidentemente, indubitavelmente, irrefutavelmente possuía uma voz muito mais marcante e afinada que Diana Clark. Mas isso não bastava para provar ao mundo (leia-se, Chula Vista) que havia sido injustiçada com um papel aquém de sua capacidade vocal. Para tanto, precisaria converter sua personalidade amena em uma memorável labareda de emoção e energia.
Os ensaios arrastaram-se durante semanas a fio com a loura cantando um disco de vinil inteiro e o resto do elenco discente fazendo mera figuração. Quem interpretava Brick Barracuda? Ninguém se importava. O desejado galã era apenas marionete de Diana: mal tinha frases de impacto e suas aparições resumiam-se a brigas, flertes e duetos românticos com sua prometida. À humilde Serendipity restavam poucas cenas e duas singelas canções — Eternal Flame e Try a Little Tenderness. Dois grandes sucessos oitentistas que de forma alguma se encaixavam no enredo à la old west incoerente redigido pela nem tão ilustre Sra. Gupta. Todavia, ater-se ao nexo do script não era uma de suas prioridades.
Emagreceu mais do que já era magra. Cortou relações como quem corta legumes com um cutelo. Definhando em seu subconsciente, restringiu toda a sua atenção e força de vontade ao que lhe interessava no momento: a peça e a repercussão que seu bom desempenho causaria. Não só decorou falas como suprimiu toda a sua essência para dar lugar à Serendipity; seus anseios, dores e sabores. Embora assustada, sua mãe compreendia tal obsessão após dois anos assistindo-a fracassar sem justificativas plausíveis, de modo que até incentivava a pequena a persistir com sua dramática experiência no mundo das artes. Estava tudo preparado: sem comer e sem dormir, gritou desesperadamente durante semanas todas as notas até chegar ao tom almejado. Virara sua própria professora, técnica e ajudante; mas não restava tempo para orgulho.
O dia de estreia finalmente chegara.
Caracterizada como uma Sacagawea texana às avessas, fazia o gargarejo com água atrás das cortinas enquanto a figurinista não-remunerada terminava de trançar seu cabelo com um barbante. Trajava um vestido que mais parecia um saco de pão e, descalça, permanecia com o braço estendido no ar para que a tatuagem (digna de uma índia powhatan) feita com tinta própria para tecido secasse. Cada poro de seu corpo — marcado por dias de esgotamento psicofísico — formigava graças à fé que lhe respaldava desde o dia em que fora convocada para o papel.
— Santa María, Leonora. Você está péssima.
Tamanho escárnio lhe soava familiar. Girou o pescoço e deparou-se com Nadine também vestida e maquiada como uma índia. Franziu a testa. Se ela não fazia parte do espetáculo, então não existiam motivos para submeter-se a tamanha humilhação. Tão logo descartou a hipótese da prima ter pensado em prestar apoio moral vestida a caráter, passou a prestar atenção no que a mesma dizia:
— Precisa comer alguma coisa, parece até um cadáver. — antes de continuar, tomou fôlego. — De qualquer forma, houve uma mudança de planos hoje de manhã e eu não consegui te ligar a tempo. A saxofonista pegou rubéola e precisei substitui-la.
Nora fez um novo gargarejo, dando pouca (ou nenhuma) importância ao que acabara de ouvir. Só pensava em como ambas pareciam duas gêmeas retardadas usando a mesma fantasia — ignorando a diferença berrante entre portes e estaturas.
— Tive tempo para ensaiar poucas músicas, então optaram por cortar Eternal Flame do repertório.
Cuspiu toda a água abarcada em sua boca. Com o choque irrecuperável surgiu uma vasta gama de dilemas: estrangular Sra. Gupta ou a saxofonista acamada, atear fogo no salão com a plateia dentro ou esperar até todos saírem, chorar até ficar desidratada ou improvisar um seppuku para lavar sua honra. Nenhuma alternativa parecia dolorosa o bastante para equiparar-se à desgraça na qual acabara de cair. Não bastasse o favorecimento explícito à Diana unido ao roteiro canastrão, estava sendo obrigada a abrir mão de uma das duas únicas chances que dispunha de mostrar ao público sua competência como cantora.
A visão turvou. Naquele momento de náuseas e sofreguidão quase refreada, tanto Nadine quanto o mundo pareciam girar ao seu redor.
— Vai começar!
Seria sensato de sua parte trocar de roupa, passar demaquilante bifásico para livrar seu rosto de meio quilo de maquiagem, pegar sua bolsa e ir para casa destilar indiretas venenosas em alguma rede social. Decerto não valia a pena trocar sua dignidade por míseros minutos de fama.
Contudo (e é com muito pesar que declaro tal ressalva), a sensatez não mais se sobressaía em face do esperado colapso que acometera nossa simplória heroína.
— É tua deixa, Leonora. Entra e arrasa! — tremendo como uma vara de bambu salteada pelo vento, mal conseguiu despertar e reconhecer a voz que a orientara antes de ser empurrada palco a dentro.
As chances de sair pela tangente foram abortadas. Passar meia hora agitando água com a boca não havia sido de muito proveito: sua garganta estava seca. Chorosa e desnorteada, esqueceu toda e qualquer fala, limitando-se a contornar o ambiente com os olhos. Notou que alguns integrantes da banda do colégio encontravam-se espremidos na lateral do palco, bem como avistou Diana e pôde constatar que a mesma parecia um bolo de casamento com seu vestido de pastorinha.
— Olá, doçura. Você é nova por estas bandas?
Brick Barracuda. Rapaz louro, alto. Não fosse o visual de cowboy, teria pinta de galã de soap opera infindável. Na cabeça, um country hat preto; no pé, bota com espora. Completando o visual, um coldre de couro na calça surrada cintilava ao exibir uma pistola de plástico muito similar a uma Remington 1858. Nora tinha sérios motivos para desconfiar dos méritos de Indira como roteirista, mas assumia em silêncio o ótimo trabalho na caracterização estética dos personagens.
— Er…
Esqueceu o script.
Ababelou-se.
Pranteou baixinho.
Fixou o olhar na plateia e teve a nítida visão de sua mãe colocando a mão na testa em sinal de constrangimento, ao mesmo tempo em que Sra. Gupta (sempre compreensiva) lançava investidas de reprovação em direção ao palco; vermelha como pimenta-caiena. Não mais insistiu em prostrar-se diante da humilhação e impaciência alheia que lhe afligiam sem ponderar. Não mais.
Fechou os olhinhos.
Um, dois, três.
Não apenas abriu os olhos, como sentiu nascer dentro de si uma flama que a consumiu em questão de segundos. Uma flama roxa, em conformidade com o nome da peça. Flama que tinha nome e presença — Serendipity. Entrar na personagem não mais constituía um artifício teatral: a neta do cacique apache dominara cada um dos sentidos anteriormente controlados por Leonora.
As fileiras de poltronas nas quais os espectadores encontravam-se sentados haviam se transformado em dunas de areia. Suas narinas estavam impregnadas com o cheiro árido de feno e esterco de cavalo. O Purple Flame Saloon não era mais fruto fictício da mente perturbada de uma professora de artes baixinha e pessoalmente intragável: podia tatear cada mesa e interagir com cada pessoa inserida naquele cenário. E, em suma, a pistola no coldre de Brick nunca havia lhe parecido tão verdadeira.
— Sou Serendipity, neta do mestre Sahale e eterna devota da Lua. Rogo humildemente por abrigo e comida.
Brick estendeu sua mão de encontro à dela e, numa romântica reverência, flexionou seus lábios sobre a pele macia e curvou o rosto para baixo, fazendo com que a sombra do chapéu camuflasse seus olhos dissimulados. Diana, visivelmente enciumada, bufou e fez seus cabelos revolutearem com o abano de um leque bordado contra a face coquete.
As falas fluíram com precisão. Se antes sobravam indícios de que Nora estava nervosa, naquele momento não restavam dúvidas de que a mesma havia se recuperado como uma fênix pronta para enfrentar sua adversária e conquistar o afeto do cafajeste em pele de cordeiro. A peça desenrolou-se com parcas e porcas reviravoltas: duetos desafinados ali, bang bang acolá.
Serenora (a junção nominal entre intérprete e personagem talvez cause menos confusão e mais conforto ao leitor) precisava apenas de uma abertura propícia para cantar sua primeira e única música. Eternal Flame fora retalhada da trama, mas a trama não precisava dela. Dura realidade: a trama nem ao menos precisava de Serendipity.
— Oh, doce e serena neta do mestre Sahale. Teu espírito de bondade me encanta, mas prometi amor à Diana e não há nada que possa ser feito para alterar meu destino.
Novamente, aquela era sua deixa. Segundos após a última fala de Brick, o som do saxofone de Nadine reverberou pelo saloon. Na sequência, o resto da banda passou a acompanhá-la. As primeiras notas emitidas pela boca de nossa talentosa heroína foram suaves como o canto puro de um rouxinol à beira da janela. A índia-filipina passou a explorar o palco em movimentos bem sincronizados, cercando o cowboy e despertando sua atenção. Diana finalmente ficara em segundo plano: na peça, no coração de Brick e no foco do público.
A letra (escrita a seis mãos e conhecida mundialmente através da bela interpretação de Otis Redding) nada mais era que um delicioso discurso relativo ao ideal tratamento de uma dama. E clamando para que o filho do xerife tentasse um pouco de carinho, uma extasiada Serendipity conversava melodicamente com seu amado sem fazer rodeios.
Com o som do saxofone ficando cada vez mais alto, suas feições tomaram ares agressivos e o tom de sua voz intensificou-se. As notas altas e firulas — perfeitamente executadas — eram escoltadas por uma rouquidão que rasgava o ar e ressoava como grunhidos cheios de sentimento. Membros da plateia permaneciam boquiabertos em seus assentos. Diana tentou controlar o choro. Sra. Gupta quase teve uma síncope em sua poltrona.
Quatro longos e impressionantes minutos haviam se passado. Antes de entoar a última frase, Leonora sentiu algo banhando o filtro de seu lábio superior. Sangue. A epistaxe era resultado claro da rotina exaustiva de treino que se forçara a cumprir nas últimas semanas.
“Try… A little…”.
As pernas bambas já não sustentavam mais o resto do corpo. Acoplou todas as forças que ainda lhe restavam para exprimir uma última (e altamente destrutiva) nota.
“TENDERNEEEEEEEEEEESS”.
E estatelou-se no chão como fruta madura caindo de uma árvore. Em pouco tempo, uma multidão em pé aplaudiu emocionada a performance voraz da garota com feições asiáticas, nome latino e voz de negra que naquele exato momento encontrava-se desvanecida sobre o piso amadeirado. A plateia — incluindo os que já haviam acompanhado o musical em suas edições passadas — certamente pensava que o desmaio fazia parte da encenação; mesmo porque a peça se amoldara a diversas mudanças em função da notória incompetência de sua principal organizadora. Os elementos do elenco, cientes de que aquilo não estava previsto no roteiro, correram até Leonora no intuito de acudirem nossa desventurada heroína.
Antes que suas vistas fossem definitivamente obstruídas pelo breu da fadiga extrema, conseguiu enxergar Brick ajoelhado à sua frente. Ele a tomou nos braços e seu olhar parecia brilhar num misto de preocupação e admiração pelo que acabara de testemunhar. Os aplausos não eram mais relevantes. O objetivo traçado e alcançado dizia respeito exclusivamente à Serendipity, que só teve tempo para pensar em como Diana deveria estar se remoendo de inveja por não ser mais o centro das atenções antes de finalmente desfalecer.
E assim, num passe de mágica, deu-se o segundo passo da apoteose particular de nossa alucinada pinoy queen. Aquele era o final perfeito para o western teen promovido pelo Chula Vista High School e, se dependesse dela, as cortinas vermelhas poderiam ser fechadas sem maiores problemas. Alakazam.
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Nota:
Para uma interessante experiência audiovisual, recomenda-se ao leitor ouvir a versão cantada por nossa querida protagonista: https://soundcloud.com/leonora-g/try-a-little-tenderness
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Eu achei a escrita muito boa. Só que o conto em si não me agradou. Primeiro, que a trama da peça não me desceu redondo, e ao final, já estava meio cansado do drama quanto a participação no musical e a inveja adolescente. Mas isso é só gosto pessoal mesmo. O autor escreve bem, só a trama não me agradou. Abração.
O texto é bem escrito, mas não é muito o meu estilo. Pareceu-me uma mistura de faroeste/glee/cisne negro e eu gostei disso, por que misturar temas/referencias é algo de que gosto muito (não a toa Tarantino é um dos meus diretores preferidos). Uma coisa que me incomodou foi o excesso de parenteses, mas me parece ser algo que faz parte do estilo do autor(a), então OK. Algo que não entendi é o Alakazam no fim do texto, se é referência a algo, eu desconheço.
Parabéns pelo conto e boa sorte!
Não é o que costumo ler, ou às vezes até leio, mas apenas para diversão e… quem disse que isso não é bom? Achei o texto bacana mesmo. Fugiu um pouco do tema em si, mas é perdoável. =)
Try a little tenderness é muito boa, na voz do Otis Reding então!
Sinceramente, achei que não fosse gostar (malditos pré-conceitos), mas apreciei bastante. Conto muito bem escrito e absolutamente original. Foge da proposta clássica e isso é bom, pois assim dá para descansar um pouco da maratona.
Parabéns!
Boa sorte no desafio!
Achei interessante por trazer uma abordagem diferente para o western. Pessoalmente, não me atrai tanto este estilo; algo meio com ares de filme teen. Dito isso, não me deixei levar pelo conto, mas não posso negar que está bem construído.
Boa sorte no desafio.
Entendi que o autor é bom, conhece profundamente a arte (como fez questão de mostrar ao leitor) mas me parece que o tema do desafio deva ser o PRINCIPAL do conto e não o coadjuvante.
No mais, é obviamente bem escrito e só posso parabenizar o autor e desejar boa sorte.
Parabéns! Conto muito bem escrito, muito bom. Trata-se de um musical cujo tema é um western, Gostei da luta da personagem e o fato de dar seu melhor na execução do trabalho, mesmo não sendo o principal. Apenas creio que não está dentro do desafio (opinião minha). Não sou critico, apenas um leitor que gostou do conto.
Fiquei encantado com o conto, porque é muito bem escrito. Uma narrativa deliciosa. E esse pegada teen me surpreendeu positivamente, porque confesso não ter lá muita paciência com o estilo. O domínio dos detalhes merece palmas.
Parabéns e boa sorte no desafio.
Achei o conto divertido e meio maluco (a fala da professora, por exemplo, é de quem tem alguns pinos soltos). Contudo, achei que a história só passou de raspão pelo tema do desafio. O mote do conto lembrou-me muito “Glee”, com talvez uma encenação típica de Ação de Graças, feito no 2° filme da Família Adams.
Nota-se que o autor já tem alguma experiência pelo tipo de narrativa escolhido, com pormenores interessantes e de qualidade.
Reparei em algumas frases que não soaram muito bem, como por exemplo “Leonora evidentemente, indubitavelmente, irrefutavelmente…” ou “Emagreceu mais do que já era magra”.
Pessoalmente, o narrador omnisciente não conseguiu conectar-me com as personagens, nem mesmo com a protagonista, que poderia ser bastante interessante.
Parabéns pelo conto e boa sorte!
Hugo Cântara
Assumindo ares de diva preguiçosa quase da terceira idade, reconheço que relutei um pouco para ler este conto. Li apenas dois comentários antes da leitura e portanto, estes em nada me influenciaram.
Gostei da abordagem diferenciada do tema. Ficou leve, divertido e adorável como uma sessão da tarde acompanhada de pipoca e refrigerante. Sou mãe de uma adolescente, então passei pela experiência de conhecer em detalhes o boom High School Musical. Notei uma certa semelhança na trama: a mocinha com maior mas desprezado talento (a morena Gabriella/Leonora) rouba a cena da loirinha paparicada pela professora (Sharpay/Diana) e conquista o coração do herói (Troy/Brick). Se me desagradou ou incomodou? Nem um pouco. Nada mais americano e dentro do conceito duelo de vaidades no oeste.
O nome da escola achei bem interessante – Chula School – escola chula, baixa, vulgar…rs. Brick Barracuda também me fez criar uma imagem bem divertida.
O tal F5 – tenha paciência com esta leitora e momentânea crítica literária – pensei em qualquer coisa relacionada ao teclado do meu notebook ou mesmo em um avião caça F5. Jogue lá no Google para ver o que acontece. Atente para o fato que esta que vos escreve formou-se em técnica pianística e deu várias aulas de música nos anos…, bom vamos pular esta parte cronológica. Não estou familiarizada com cifras, pois usávamos o tempo todo o sistema de notas musicais mesmo – do, re, mi , etc. Sei, no entanto, que F é a cifra correspondente à nota fá (coincidentemente, pois C, por exemplo, corresponde ao dó). Fá maior com quinta. Quanto ao Chaves, bem, nem todo mundo via tal programa. Eu, pessoalmente, detestava. Portanto, acho que dizer que a moça era incapaz de atingir um Fá Maior sem engasgar teria sido melhor. Ou talvez, incluir uma nota de rodapé explicativo.
A linguagem está muito bem trabalhada, o que torna a leitura prazerosa e sem sobressaltos. Só fiquei em dúvida durante essa passagem: ” (…) indicações, votos e todas as formas mais DEMAGÓGICAS possíveis de seleção.” Pensei em “formas mais democráticas”. Não sei se a demagogia encaixa-se bem aí no contexto, mas posto que faz parte da fala da professora endoidecida, pode ter sido proposital.
No geral, gostei, achei o conto bem desenvolvido, uma trama simples e agradável. Considero que o autor (ou autora) possua domínio de vocabulário e ótima redação. Boa sorte!
Só assim para eu entender o maldito F5… tudo bem que a notação padrão estadunidense para música é essa, mas custava ajudar o ignorante leitor?
Obrigado, Claudia! 🙂
Saudações, pessoal. Gostaria de fazer algumas considerações finais.
Peço desculpas ao colega Fabio Baptista. Em momento algum ele foi grosseiro ou depreciou meu trabalho. O direito de criticar surgiu no exato momento em que assumi o compromisso de expor publicamente a minha obra. A insegurança e imaturidade de quem está traçando seus primeiros passos na carreira literária fez com que eu remoesse coisas em minha mente; e faço questão de declarar aqui o meu arrependimento por ter iniciado uma discussão desnecessária.
Obviamente, o gosto pessoal do leitor sempre será válido perante a concepção geral de sua crítica.
Para evitar aborrecimentos posteriores, evitarei rebater novos comentários. Conto com a ajuda de vocês para aprimorar (hehe) minha escrita. Isso é muito importante para mim.
Novamente, peço desculpas.
Meu, bora tomar uma Budweiser e tá tudo certo! 😀
Acho que esse tipo de coisa só demonstra o quanto gostamos e nos dedicamos a esse nosso “trabalho” (entre aspas porque acredito que, infelizmente, seja pouco mais que um hobby para a maioria, como no meu caso por exemplo). Normal. Às vezes aparecem umas críticas que nos fazem respirar fundo e contar até 10 mesmo kkkkkk
Infelizmente acabei sendo o chato da vez aqui no seu conto.
Parabéns pela sua atitude em escrever essa mensagem, da minha parte está tudo tranquilo.
E vamos continuar escrevendo! 😀
Grande abraço!
Quero deixar claro que, como todo comentário que faço aqui, este não se guia pelo meu gosto pessoal e, não obstante ser impossível livrar-se dele , por certo seu peso não é determinante. Fio-me por conceitos da análise literária e da construção textual.
O texto é bem escrito, mas no sentido linguístico do que isso significa. Ou seja, há uma rígida obediência à norma padrão. Não há deslizes relevantes quanto à regência, concordância, colocação pronominal,etc. Há, inclusive, o inesperado e adequado uso do verbo “ababelar” (tornar confuso).
Mas do ponto de vista narrativo há um problema, que se liga a esse texto muito normatizado, certinho demais, no sentido de que parece o(a) autor(a) estar sempre em busca da palavra rara, chegando ao extremo de usar “epistaxe” para se referir à hemorragia nasal: o narrador usa uma linguagem burocratizada, que prejudicou a dinâmica textual. Por outras palavras: o colorido da ilustração que acompanha o texto não se repete nele. Expressões como “proposta norteadora”, “fez-se necessário”, “perante a relevância”, se estão rigorosamente corretas do ponto de vista gramatical, não estão adequadas ao ambiente juvenil do conto.
Ok, é verdade: não existe nenhuma obrigatoriedade de o narrador ser alguém da mesma faixa etária dos personagens centrais (e essa identificação não se mostra no texto). Contudo, em se tratando de um narrador pertencente a um universo linguístico diverso dos personagens, seria necessário identificá-lo de modo a justificar sua postura linguística. Por quê? Porque ele é onisciente, então de alguma maneira ele pertence ao mundo narrado.
Num raro momento em que há alguma descontração narrativa, o narrador continua não se mostrando, mas talvez tenha deixado uma pista. Mas se o fez eu não captei. Refiro-ma a “Após esta breve introdução regada a muitas CUSPIDELAS EM VASILHAS de bronze, voltemos nossa atenção à heroína de nosso relato”.
No entanto, quero levantar uma hipótese. O conto é assinado Serendipity, o mesmo nome de uma personagem do texto. Ainda que considerando NARRADOR uma entidade e AUTOR outra, e que aquele é máscara ficcional deste, talvez o intuito tenha sido causar a impressão de que o autor (Serendipity) é o narrador.
Mas aí a coisa complica, pois a Serendipity do conto só existe no plano da reperesentação teatral, pois é uma personagem da personagem Leonora Gutierrez. Ela não existe no plano da realidade da ficção (refiro-me ao ensaio do musical). Logo, ter assinado o conto com o nome Serendipity pode ter prejudicado o entendimento do leitor.
Do ponto de vista da construção de personagem, foi muito interessante a ideia expressa na oração “Serenora (a junção nominal entre intérprete e personagem talvez cause menos confusão e mais conforto ao leitor) precisava apenas de uma abertura propícia para cantar sua primeira e única música”, por dois motivos:
1) Cria a sensação de uma terceira entidade ficcional, união de duas outras, que estão, no conto, em planos ficcionais diferentes. Talvez devesse ter usado mais essa ideia;
2) Revela que o narrador tem a certeza de que existe um público leitor para as palavras que acabaram de ser escritas. Então, o narrador está escrevendo o conto, não falando nem pensando, supõe-se. Mas precisaria de maiores informações no texto sobre isso.
Diferente do esperado. Isso já atrai minha atenção: fico me perguntando se foi ousadia ou tentativa de adequar o tema ao que já está acostumado. Achei muitíssimo interessante, a leitura fluiu fácil. Existem algumas coisinhas que me fizeram parar ao longo do conto e analisar melhor. Recordo apenas do trecho “Leonora evidentemente, indubitavelmente, irrefutavelmente possuía uma voz muito mais marcante e afinada que Diana Clark”, não gostei do eco nessa parte.
Boa Sorte!
Thata e sua implicância com os advérbios de modo….kkk. Acho que no caso citado, o autor (ou autora) quis dar ênfase à característica da voz de Leonora. Vou ter que ler todo o conto ainda para ter uma ideia melhor a respeito. Preguiça! Este não é meu, que pena, queria já ter me livrado da missão (ou duelo). Boa sorte.
Claudia, todo mundo já deve ter reparado essa minha implicância… (rsrs) Daria para dar a ênfase sem fazer uso dos três advérbios. “Mente” me causa um incomodo na hora de ler, bem pessoal. Faço uso dos advérbios, mas procuro espalhá-los o máximo que posso. Mas se foi proposital, não posso questionar o(a) autor(a), o importante é que ele sinta-se satisfeito. =)
Humm, gostei. Apesar da trama adolescente, não comprometera, meu interesse na história. E o tema, pelo que entendi, ficou em segundo plano, o que pra mim, não atrapalhou. Bom conto.
Abraço!
Acho que ler alguns comentários antes do texto (tá, eu sei que não deveria, mas de vez em quando não resisto) acabou elevando demais a minha expectativa.
Não que o conto não esteja bom. Muito pelo contrário. A escrita é realmente muito boa e faz o texto fluir sem (quase) nenhum problema.
Porém, estava esperando algo primoroso e “só” encontrei algo entre o bom e o muito bom.
Achei que faltaram construções de linguagem e detalhes mais marcantes. Aqui destaco algumas que gostei:
– forte aspecto de boneco playmobil
– a última palavra tinha um quê de ameaça
Algumas que acredito que poderiam ser melhor trabalhadas:
– seu nome caía no esquecimento da plateia antes mesmo do fim
– atingir um F5 sem parecer uma cabra (o que é um F5? Quando bati o olho lembrei da atualização da página no computador).
Algumas repetições de palavras que poderiam ser evitadas:
– nossa / nosso / nossa
– finalmente
E mínimos deslizes gramaticais (ok… sou chato pra cacete, eu sei… kkkkk):
– substitui-la
– a dentro
Palavras que, assim como o tal F5, poderiam ser substituídas por termos mais cotidianos e removido aquele “quase” entre parênteses ali em cima:
– debelador
– síncope
– epistaxe
Também vou na linha que o texto esbarrou na adequação ao tema, dado que o western não tem qualquer relevância para a trama.
Enfim, gostei do conto, a escrita está acima da média, o autor demonstra bastante qualidade, mas, infelizmente, não me cativou dentro do tema desse desafio.
Abraço.
Saudações, Fábio.
Penso que o conto (em sua acepção geral) é como uma fotografia: cada autor possui uma forma específica de captar imagens, difundir ideias e construir perspectivas. Fico triste em ver que apontou como erros coisas que dizem respeito ao teu gosto pessoal.
F5 é uma nota de extensão vocal, por exemplo. Não vejo como substituí-la no contexto. E, se bem me lembro, qualquer criança que já tenha assistido Chaves sabe o que é uma síncope.
Eu amo receber críticas. Elas nos instigam a melhorar; a buscar novos horizontes e alternativas. Afinal, mente aquele que alega não se importar com a opinião de terceiros sobre seu próprio trabalho.
Contudo, elaborar um comentário entulhado de referências ao fato de minha escrita não ser primorosa (e, apesar de já ter sido perfeccionista um dia, não faço mais questão que seja) me soa vazio. Não há sugestões de como efetivamente aprimorar meu trabalho ou minha escrita. Sinto como se tivesse lido a correção de uma prova acadêmica: fria e inflexível.
Perdoe o desabafo. Você com certeza não teve a intenção de ser grosseiro, mas isto realmente me desmotiva a continuar participando de novos desafios.
Haha!, agora tenho certeza sobre o autor 😛
Olá, Serendipity!
Olha, acho que você levou meu comentário para um lado muito negativo, então… vamos tentar um pouco de carinho! 😀
Veja, eu gostei do seu texto e o classifiquei entre bom e muito bom e referenciei a escrita como “acima da média”.
Somente não considerei um “primor” como outros consideraram… e infelizmente ter lido os comentários antes acabou me gerando um sentimento de decepção devido à elevada expectativa que criei, mas isso foi um erro meu!
Assim como estou tentando fazer em todos os outros comentários, apontei pontos positivos (destacando frases que gostei) e pontos que, na minha opinião de leitor, poderiam ser melhorados.
A única coisa que disse que estava ERRADA foram as palavras:
– substitui-la
– a dentro
É um acento agudo e um espaço no meio de 3.500 palavras, mas… está errado. A menos que isso tenha mudado nesses acordos gramaticais (não estou sendo irônico, não sei mesmo).
Se for o caso, me corrija, sem problemas, e todos aprendem um pouquinho mais. Acho que esse é o objetivo aqui, certo?
Quando digo que algo pode ser melhor trabalhado, não estou dizendo que está errado… uma das frases que usei de exemplo:
“seu nome caía no esquecimento da plateia antes mesmo do fim”.
Não tem nada errado aqui. Mas, acredito que a frase ficaria melhor com algo do tipo – “seu nome caía no esquecimento da plateia antes mesmo que a cortina pudesse pensar em ser fechada”, ou algo assim (só dei um exemplo bobo).
“antes mesmo do fim” ficou muito crú… no meu gosto pessoal, que é o único que consigo aplicar às minhas análises.
Sobre as palavras “difíceis”… ficou claro ali no contexto que F5 era algo relacionado a música. Mas aquele número destoou do texto.
Acredito que “Falsete” ou “Dó” ou “Ré”… “Mi”… poderiam substituir essa sigla, sem grandes prejuízos (posso estar falando a maior besteira do mundo, porque não entendo nada de música).
Ah… eu assisti bastante Chaves… e não faço a menor ideia do que seja uma “síncope”. 😀
Nada que uma “Googada” não resolva, mas isso trava a leitura… algo que poderia ser evitado, fazendo seu texto fluir melhor.
E essas são sugestões de como melhorar sua escrita. Sugestões que podem estar completamente equivocadas, é claro, porque sou apenas um leigo no assunto “escritor”. E mesmo se fosse um profissional, as sugestões poderiam estar “erradas” da mesma forma, porque a escrita não é uma ciência exata.
Mas foi o melhor que pude fazer, dentro dos meus gostos pessoais e limitações técnicas… lamento que tenha levado para um lado pejorativo, em momento nenhum foi minha intenção depreciar seu trabalho.
Abraço!
Puxa vida… desculpem me intrometer, mas não pude deixar de manifestar minha opinião diante da situação. Que forma recalcada e imatura de encarar a crítica de um amigo. Só digo isso pois o Fabio Baptista, ao lado do Eduardo Selga, é (em minha opinião) um dos melhores comentaristas deste blog. Adoro receber os comentários-análises deles em meus contos. Por mais que às vezes eu discorde de um detalhe ou outro, não acho justo tratar dessa forma o usuário que dedicou parte de seu precioso tempo para a ler e analisar de forma tão detalhada sua obra. Com certeza é de todo direito do autor dizer “não concordo com nada do que você disse”, porém, ficar rebatendo a crítica expondo argumentos insinuando que a opinião do leitor foi inválida só porque você não gostou, e ameaçar de sair e não participar dos próximos desafios por causa da crítica negativa… bom, para mim, isso nada mais é do que falta de maturidade na aceitação de opiniões alheias que divergem da sua.
Pô, Thales, tu veio no meio da bagaça e espremeu o limão forte no caldo. Não vi nada demais e os dois já tinham trocado impressões nos comentarios. rsrs Dedos longos, dedos longos.
Achei uma abordagem ousada, realizada por alguém com bastante competência. A narrativa está ótima. Particularmente, li como uma peça encenando outra peça.
Não gostei muito do final excessivamente feliz e um tanto batido. Tive a impressão que o autor desviou dos clichês do velho oeste para cair no clichê teen.
Tirando esse pequeno detalhe, achei um ótimo trabalho.
Haha, gostei! Curti esse clima exagerado e meio maluco do conto. A protagonista, apesar de ingênua, é muito carismática.
Continue escrevendo. 😉
Mais um drama teenager… Desta vez gostei do nome da índia.. Serendipity… adorei, parabens Serendipity.. rsrsrs
Mas o drama, exagerado demais, nao? Apesar de q o universo adolescente é exagerado demais. . nao tenho paciencia com eles.. rsrsrs deve ser daí a minha falta de paciencia com o conto.
Mas está bom, sim..com aquela leve referência ao tema do mês… :p
Boa sorte, Serendipity!
Saudações, Anorkinda. Teu nome também é muito bonito, viu?
O universo adolescente é realmente exagerado e repleto de peculiaridades, mas o conto tenta trazer isto em voga de forma bem humorada. Menos drama, mais arte!
Volte sempre.
Obrigada! E por falar no nome, Anorkinda, é indígena 😉
Bju
Bem escrito e gostoso de ler, mas também acho que fugiu muito do tema, que aparece somente como pano de fundo ao conflito adolescente. Entretanto o autor está de parabéns pela escrita primorosa. Talvez as explicações entre parênteses tenham me incomodado um pouco, mas isto é questão pessoal. Boa sorte no desafio!
Maravilhoso. Adorei que o autor tenha conseguido fugir do lugar comum do western ao passo que envolveu-nos em uma trama adolescente sem se tornar piegas. Gostei muito mesmo. O enredo em si, da guria que alcança seu ideal de perfeição e sucumbe lembrou-me o filme Cisne Negro. Muito bom, também, utilizar da música aqui.
Não sei, mas tenho a impressão de saber quem é o autor 😉
As palavras fluem muito bem. Gostei da abordagem diferente, mas senti falta, talvez um pouco, do clima “arenoso” do tema. Mas com tanta ênfase em clichês por aí, este aqui prova que somos um paradoxo (sem clichês se adequa ao tema?). Ainda estou tentando pronunciar o nome da protagonista (e garanto que você o fez agora, inconscientemente). No geral, gostei muito, mas não me cativou por completo.
Quantos comentários legais. Esse é o melhor combustível do mundo para continuar escrevendo! 😀
Achei o texto fantástico, muito bem escrito e cativante. A saga em busca de “vingança” pelos anos de desprezo ao talento da jovem é muito boa.
No entanto, o texto em nada se refere ao tema western. Mudando o cenário e enredo da peça para qualquer outra temática, pouco ou nada influenciariam na trama. É um excelente conto sobre as vicissitudes e pequenas glórias da adolescência e em nada, ao meu ver, se relaciona à proposta do desafio.
Parabéns por sua técnica, maestria vocabular e capacidade descritiva.
Boa sorte.
Muito bom! Bem escrito e ideia interessante.
Gostei de ouvir a voz de Leonora no SoundCloud. 🙂
Mas… fugiu do tema e muito. Faroeste é somente o tema da peça do plano de fundo. Já vi que alguns discordam de mim, essa é a graça desses desafios do EntreContos, diversidade!
Enfim, parabéns e boa sorte!
Bom… primeiramente gostaria de dizer que a escrita deste conto é primorosa! A leitura flui bem e as descrições feitas pelo autor são excelentes.
Você conseguiu fugir de todo e qualquer clichê sobre western. Porém, particularmente eu não acho isso algo tão positivo. Adoro os clichês e cenas manjadas que esse tema nos fornece, ele fazem parte da graça. Quando leio uma obra com esse tema mas sem esses clichês, fico com uma sensação de vazio, uma sensação de que fui enganado.
Todavia, pude me identificar bastante com a obra, já que faço parte de grupos de teatros e musicais. Parece que qualquer tema existente pode ser encaixado na forma de peça de teatro, e se não me engano no desafio do mês passado tinha algo parecido. Mas este conto foi muito melhor escrito do que aquele e encantou muito mais.
Enfim… senti falta do bang bang, mas gostei muito da execução da proposta do autor. Senti um pouco de pena da protagonista… me lembrou um pouco o filme Cisne Negro.
Eu gostei da ideia do conto em oferecer o show e também gostei desse ar atual.
Ao menos difere um pouco do que vimos até agora.
Parabéns! e boa sorte no desafio.
Amei!!! Doideira surreal !!! Fugiu do tema ? Não, agregou ideias, elementos e mesmo clichês de uma forma brilhante! Parabéns!
P.S. Talvez eu tenha um palpite sobre a autoria..rs
Texto extremamente bem escrito. Sério, a leitura flui de forma contínua e desliza tão levemente que a gente nem percebe!
Notei um pouco de semelhança com a narrativa de Lemony Snicket (Daniel Handler). Essa coisa “teen” e as explicações de algumas palavras lembram bem ele.
Eu gostei dessa ideia de usar o western como segundo plano. Pelo menos vi assim, pois o foco principal foi a perseguição do sonho da protagonista. Achei legal e inovador a ideia da peça.
Entretanto, não sei se esse seria minha escolha. Não por incapacidade do autor, mas sim por questões pessoais. Acho que não consegui me ligar com a história, e isso conta bastante para mim.
De qualquer forma, o autor está de parabéns!
Desejo-lhe boa sorte!
O título é ótimo. Lembrou. Um livro de contos do Sandman
Afeee ótimo ótimo ababelou! O q dizer quando Não precisa dizer? Teen festival com visual maluco. Parabéns isso q eu queria ler! Alakazam