EntreContos

Detox Literário.

Uma Espada Para Lilibeth (Vladimir Ferrari)

Impotência. A terra seca da estrada sob seus passos parecia fincar agulhas nos calcanhares fazendo as panturrilhas latejarem. Era apenas a poeira de uma longa estiagem. Nada podia fazer. Não se humilharia mais, deixando o corpo desabar. As dores seriam ainda mais excruciantes se fosse arrastada como um trapo. O ruído dos cascos do cavalo suplantava o fraco sopro do vento e a desolação daquela estrada.

— Água!

A voz, apesar de todo o sacrifício imposto, soava forte. “Uma Ulianov não se curva assim tão facilmente”. O soldado não se moveu na sela, mas ouviu o pedido. Os pulsos de Lilibeth começavam a arder pelo atrito da corda, mas não ousou esticá-la para chamar a atenção dele.

O homem fungou e o cavalo parou. Lilibeth teve um lampejo e deu dois passos para à direita, enquanto ele desmontava à esquerda. Outros dois passos e o animal estaria entre os dois. Poderia tomar de volta sua espada.

— Ei — gritou ele desembainhando uma adaga e apontando-a — Quietinha aí!

Contrariada, deu um passo atrás. Ainda com a arma em riste, livrou a correia e sacou o cantil da sela. Avançou com um sorriso cínico e tirou a tampa com a própria boca. Ela segurou o odre com dificuldade, por conta das mãos atadas.

— Um bom gole e só — avisou, encostando a faca no pescoço dela.

Abriu a boca ao máximo e prendeu a respiração, deixando a água invadir e encher a garganta. Devolveu o cantil com as bochechas infladas. Ofegou com os olhos fixos na espada no flanco do cavalo. O captor tornou a montar e retomaram o passo.

O sol escaldante — incomum naquela época do ano — não era problema para o homem. Um bom chapéu de feltro e aba larga o protegia. Lilibeth sentia o topo de sua cabeça arder. A pele clara não resistia a tanta exposição e a vermelhidão se estendia entre os fios de cabelo, o rosto, o pescoço e o colo. O suor empapava as peças íntimas. O maldito poderia amarrar suas mãos às costas e colocá-la sobre o cavalo, sentando-se por trás. A viagem seria mais rápida. Mas a ordem era extenuá-la.

Sabia o destino. A fortaleza na montanha não era segredo para mais ninguém. Como não era também a intenção de a terem caçado e capturado para o tal Conde Tepes. Lilibeth Anna Ulianov era a filha mais velha do mestre espadachim Viktor Ulianov. Sua cabeça estava a prêmio, por frustrar o ataque dos soldados à aldeia de Sevich, na noite de Saint Remy.

Entre tantos mortos por golpes de sua espada, dera cabo também de uma das prediletas do Conde — uma das concubinas assassinas — revelando a todos os aldeões as reais intenções do sinistro personagem: alimentar-se do sangue dos indefesos, estendendo o domínio dos vampiros naquela parte dos Cárpatos.

Dois esfarrapados haviam pedido abrigo sob a muralha de Sevich, alegando terem escapado da fortaleza. Ao cair da noite de festa, renderam os vigias e permitiram a entrada de uma leva dos soldados do Conde, que capturaram todos os jovens ainda vivos. Uma carroça cheia deles partira para as montanhas, antes dela. Lilibeth deveria seguir a pé, humilhando-se conforme as exigências do vampiro. A viagem drenaria suas forças. Desejava-a impotente, incapaz de lutar pela vida.

Lilibeth intuía que o real desejo do vampiro era transformá-la. Daí a viagem torturante. Onze milhas entre a aldeia e as montanhas. O caminho agora serpenteava pela encosta e em breve, chegariam à fortaleza. Exausta e sofrendo com as dores nos pés descalços, pensava em como mudar sua sorte.

O corpo — e a cabeça decepada — da concubina, transformara-se em pó tão logo raiou o dia. O Sol cuidou de apagar de vez a existência daquela “coisa”. Lilibeth sofria com as queimaduras da viagem, mas não era avessa ao astro-rei. Apreciava vê-lo brotar atrás dessas mesmas montanhas que ora escalava, dourando as hastes de capim nos campos além da muralha de Sevich. Isso enchia seu coração de esperança. O clima naquela região, predominantemente frio, convidava as pessoas a apreciarem a luz solar. Detestaria ser transformada e obrigar-se a evitar o contato para todo o sempre.

Detestaria todas as outras obrigações também. Subjugar-se como uma escrava sexual de um ser abjeto e desconhecido. Alimentar-se do sangue e da vida de pessoas indefesas. Submeter-se a uma ideia de dominação que não considerava a comunidade e sim o indivíduo. Não era seu projeto de vida.

Nada indicava se teria sucesso em uma tentativa de fuga. “Mas, seria mais útil morrer tentando, ao invés de se entregar”. Não gostaria do sangue da última dos Ulianov, cooptado por seres das trevas.

Uma curva na estrada os levou para a parte sombreada pelas escarpas e algo pareceu mudar ao redor deles. A atmosfera ficou espessa e fria e alguns passos bastaram para Lilibeth recobrar um pouco o ânimo. O soldado não pareceu notar isso. Um corvo crocitou, atraindo os olhos da mulher. Vislumbrou, adiante, o grande portão da fortaleza e dois soldados, portando lanças compridas nas laterais. “O lugar deve estar cheio deles, todos lacaios do tal Conde”.

Forçava-se a imaginar uma maneira de escapar da armadilha. Os guardas da entrada exibiram um sorriso cínico ao pôr os olhos em Lilibeth. Sua fama a precedia. O portão subiu para lhes dar passagem e viu outros dois cuidando do içamento. O lugar parecia um antro, à parte do mundo além das sombras. Sentiu-se penetrar em um súbito inverno.

Varria com os olhos o local, calculando a utilidade de cada descoberta. Poucos archotes nas paredes, forneciam luminosidade ruim. Mas muita coisa de madeira estava à vista. Uma mesa, à esquerda da construção principal, reunia outros seis homens. Seu “acompanhante” desmontou e com um movimento de braço, fez a corda girar no ar e enrolar-se ao longo do tronco dela. Fez uma mesura e apontou o caminho com a adaga. A espada permaneceu no flanco do cavalo. “Perdida. Ao menos até me livrar do Conde.”

O interior era melhor iluminado. Ouviu vozes vindo de uma escada que conduzia a um piso inferior. Gemidos, em sua maioria. “Os aldeões”. O homem a acompanhou até uma porta dupla de madeira e bateu nela com o cabo da arma.

— Entre Ulianova!

Uma voz grossa, um tanto rouca. “Deve ser o tal Conde”. O soldado a livrava da corda, na soleira da porta aberta. Lamparinas a óleo, fixas na parede que podia ver, deixavam a sala bem iluminada. A ponta da adaga encostou em seu pescoço e seu braço esquerdo foi torcido nas costas. Foi empurrada para dentro e ao se empertigar, livre de seu vigia, vislumbrou todo o aposento. Era uma sala de estar com poltronas acolchoadas, uma estante de livros e uma pele de urso diante da grande cadeira onde se sentava o Conde. A única janela, por trás dessa cadeira, estava selada com tábuas de madeira.

Tinha cabelos negros e olhos de um azul cinzento e mórbido. Um ricto decorava a expressão de curiosidade naquele rosto de um branco irreal. Lilibeth não se deixou levar pelo olhar sinistro da “criatura”. Fixou os olhos em um broche oval preso logo abaixo do pescoço. Uma gema esverdeada, com detalhes em dourado. Apoiava o queixo em uma das esqueléticas mãos de unhas compridas.

— Ah! — disse ele.

A visão periférica dela captou um brilho de aço sobre o tampo de um aparador e a esperança encheu seu coração. Abaixou a cabeça e cruzou os braços diante do corpo, mantendo-os esticados. Entrelaçou os dedos. Esse gestual durou um instante e seus olhos voltaram para o broche. Mas durante esse mísero instante, pôde perceber que a empunhadura da espada estava ao alcance dele.

— Então, essa é a Espadachim? Deixe-nos a sós.

O soldado fez uma mesura e antes de sair o Conde recomendou que não desejava ser incomodado. Lilibeth estava exaurida e não saberia dizer se poderia mover-se com rapidez suficiente para suplantar seu oponente. Sabia o “como” fazer: tomar a espada e executar um giro antes de estocar o pedaço de pescoço à mostra. Não podia prever, no entanto, o quão rápido aquela “coisa” se moveria ao tentar impedi-la. Por isso, como boa aluna de seu pai, buscou o controle da respiração, agarrando-se à pequena possibilidade de sucesso.

— Você conseguiu me irritar e ferir. Cortou-me o coração, ao matar Valerie. De verdade.

Tepes disse isso e riu. O som que saiu de sua garganta faria gelar o sangue de qualquer mortal. O medo se insinuou na mente de Lilibeth, mas não cedeu espaço. Espremeu seus olhos e manteve os olhos no ponto escolhido. Uma sensação estranha a invadia e forçava-a a encarar aqueles olhos cinzentos. “Olhos de um morto”. Continuava focada em sua estratégia.

— Valerie era especial. Já tive outras, mas nada como ela. Espero que você possa tornar-se interessante. Não costumo ser complacente com quem me rouba… um amor.

— Deveria tê-la alertado para não se meter com uma Ulianov.

Tepes espalmou as mãos nos braços de sua cadeira e inclinou o rosto à frente, num movimento firme. Lilibeth foi atingida por um vento súbito, gelado e não pôde evitar arregalar os olhos na direção dele. Nesse instante, ele a fisgou. Sentiu-se presa, como se a corda de seu lacaio ainda estivesse ao seu redor. Soprou o ar e piscou os olhos tentando cortar aquela sensação. Não conseguiu mover a cabeça. Algo invisível a prendia naquele olhar.

— Aprecio a sua valentia Ulianova. Será útil. Terei o seu sangue e lhe darei a vida eterna. Tu também te alimentarás do meu. Os Ulianov serão riscados da história, como tantas outras descendências. Desista de sua petulância.

Subitamente, a sensação se foi e Tepes gargalhou, voltando a se recostar no espaldar de sua cadeira. Levou um segundo ou dois nesse movimento. “É hora de dançar, Lili” — pareceu escutar o pai lhe falar. Descruzou os dedos e atacou.

Esticando os braços — como se preparasse um comprimento — atirou-se à frente, com toda a parca energia restante em seus membros inferiores. Dois passos rápidos, bailando em direção ao aparador. Um passo para à esquerda e girou o corpo, já de espada em punho. O Conde moveu o braço, tentando contê-la. A lâmina decepou parte daquele braço esquálido. A lâmina seguiu e voltou. Os olhos gelados tingiram-se de vermelho.

Abriu a boca numa horrenda mandíbula animal, com caninos proeminentes. A máscara do terror congelada num instante e, a seguir, o pescoço verteu um fio grosso de sangue vermelho.

Lilibeth ofegou e lutou para manter-se de pé. Suas pernas fraquejaram, mas golpeou novamente, terminando o serviço e desabando exaurida. A cabeça de Tepes rolou para o canto da parede, ainda exibindo os dentes pontiagudos e os olhos vermelhos. O corpo tombou para a frente. Sua algoz jazia a seu lado no chão, sem sentidos pelo esforço. Os soldados do lado de fora, escutaram o baque surdo de corpos contra o chão de madeira. Nada suspeito quando o Conde se alimentava.

Instantes depois, Lilibeth despertou. Não tinha forças para enfrentar os homens lá fora. Ainda que fossem apenas homens, não poderia dar conta de tantos soldados. O corpo sem cabeça ainda estava a seu lado. O sangue empoçara sobre a pele de urso. A respiração era difícil. Tentou controlar-se e apreciou as vigas e o madeiramento de sustentação do piso superior. “Haverá outros lá em cima? Sabem que decapitei o líder? Terão força igual a dele?”

Aos poucos foi se aquietando e controlando a respiração, lutando contra o extremo cansaço. Uma ideia se insinuou e seus olhos buscaram a cadeira onde o Conde Tepes estivera sentado. Forçou-se a erguer o torso sobre os cotovelos, girou o rosto e olhou a poça de sangue. Então, esticou os lábios e bebeu.

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60 comentários em “Uma Espada Para Lilibeth (Vladimir Ferrari)

  1. Renato Silva
    1 de junho de 2024
    Avatar de Renato Silva

    Olá, tudo bem?

    Conto bem escrito, com cenas bem conduzidas, breves diálogos, descrições e a construção da tensão até o seu último ato. Mas o que se seguiu após o encontro de Lilibeth com o Conde Tepes me desagradou bastante.

    Como que ele deixa uma espada ao alcance de uma pessoa conhecida por uma exímia espadachim? Poderia ser proposital, mas daí seria apenas uma forma de testar suas habilidades, sabendo que iria vencê-la da mesma forma. Mas o que se vê é um vampiro atrapalhado que perdeu o braço e a cabeça. Podemos dizer que esta espada estrategicamente colocada à frente de Lilibeth seria uma “deus ex machina”? Nem parece que se trata de um vampiro com séculos de existência, mas sim de um principiante.

    Boa sorte

    • vlaferrari
      2 de junho de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Olá, Renato! Estou respondendo após o resultado e confesso que meu apuro na descrição da viagem, deixou pouco espaço para o arremate. Há uma ideia pré-concebida de vampiros que tentei (em vão) desvirtuar. Mas o conto em si, gerou comentários que me motivam a reescrever a estória de Lilibeth com mais liberdade, incluindo o antes e o depois e talvez, descartando esse final de render-se às vantagens de se transformar na “Bad Ass” das redondezas. Muitíssimo grato pelo comentário e grande abraço.

  2. Sílvio Vinhal
    1 de junho de 2024
    Avatar de Sílvio Vinhal

    O autor/autora revisita com competência, um gênero já um tanto desgastado, portanto, de onde pouco se espera em relação à originalidade. (ou seria exatamente o contrário?)

    Qualquer que seja a resposta, estamos diante de alguém que tem um bom domínio da escrita e que consegue desenvolver uma boa história, que prende a atenção do leitor.

    A aderência ao tema é um pouco forçada, sob o meu ponto de vista, e faltou uma revisão mais atenta, que não chega a comprometer o texto.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

    • vlaferrari
      2 de junho de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Olá Silvio. Muitíssimo grato pelo comentário. Respondo após à publicação dos resultados. Realmente, é um tema batido e é muito necessário buscar a originalidade para se aventurar. Talvez você foi o único que destacou a “aderência ao tema”. Preocupei-me tanto com “Viagem”, que esqueci que protagonista e antagonista mereciam um embate mais impactante e apelar para beber o sangue, após exaltar o prazer dela pelo Sol, sem deixar no ar uma “pista”, foi ruim. Mas, seguimos escrevendo e melhorando. Fui 16º no “Desafio Recomeços” também. Isso equivale dizer que ao menos, não desapontei kkk

  3. Pedro Paulo
    1 de junho de 2024
    Avatar de Pedro Paulo

    RESUMO: Raptada para ser forçada à posição de concubina de Dracula, Lilibeth arma a sua última resistência.
    COMENTÁRIO: É uma aventura cativante, mas dentro desse certame eu acredito que perca em competitividade. Em seu rapto a personagem é forçada a fazer uma viagem e seu algoz realmente faz menção a ter sido roubado, mas, entretanto, parecem inserções realizadas para contemplar o tema, não sendo o real mote do texto. Julgo como o único problema do conto. Em linguagem leve, assertiva, sabemos o bastante do histórico da personagem e da posição dela no conflito a enfrentar, o que muito sabiamente não foi muito adiado, e cuja catarse ficou garantida por uma descrição competente da criatura e de seus horrores, bem como da mente disciplinada da espadachim. Só critico que o tema ficou meio marginalizado e, também, o desfecho surpreendeu, mas parecendo prometer algo a mais, como se fosse o primeiro capítulo de uma obra maior.

    • vlaferrari
      2 de junho de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Olá, Pedro. Realmente, a ideia resultante desse meu esforço, foi a possibilidade de extender a estória e criar algo mais “apurado”. Confesso que o tema “Roubo” não me passou pela cabeça. Citei-o por citar. Concentrei-me demais na “Viagem” e acabei deixando o restante meio de esguelha. O final poderia ser melhor. Muitíssimo grato pelo comentário.

  4. Mariana Carolo
    30 de maio de 2024
    Avatar de Mariana Carolo

    História: Um conto de fantasia, que narra a viagem de Ulianova até o Conde Tepes (Drácula, para os íntimos). Eu fui pesquisar e o sobrenome é como um “Silva” na Romênia. Foi legal e dentro do tema, mas admito que não me fisgou por completo. Pareceu um fragmento de história, algo que tinha um começo e o que acontece depois (não entendi as motivações dela ou se ela pretendia derrubar o “sistema de vampiros” por dentro). 2,5/4
    Escrita: Correta, fluída. Eu não gosto de fantasia, mas segui até o final sem percalços ou erros aparentes. 4,5/5
    Imagem/Título: Admito que impliquei com a imagem da Lagherta ali, mas, adequados. 0,8/1

    • vlaferrari
      2 de junho de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Olá, Mariana. Muitíssimo grato pelo comentário. Respondo após o resultado, para agradecer. Você quis dizer “Tepes” é como “Silva”? Pelo que li, é uma alcunha. Vlad, o Conde da Valáquia, ficou conhecido pela crueldade e ganhou a alcunha de “O Empalador”. Daí o Tepes.
      Você “matou” o resultante de participar desse desafio: transformar em uma noveleta a estória de Lilibeth. A referência à Katheryn Lagertha Winnick é realmente uma afronta, concordo. Lagertha é muito mais poderosa do que minha Lilibeth kkk

  5. Marco Aurélio Saraiva
    26 de maio de 2024
    Avatar de Marco Aurélio Saraiva

    Resolvi adotar um estilo mais explícito de avaliação, pegando emprestado do que o Leo Jardim fazia antes, com categorias e estrelinhas, e também deixando no final um “trecho inspirado”, que é uma parte do conto que achei particularmente bela ou marcante.

    ——————————————–

    Avaliação

    Lilibeth foi capturada após matar Valerie, a preferida do Conde Tepes, e agora é levada até ele para servi-lo como escrava – e lacaia vampiresca. Mas ela, sendo uma espadachim e uma Ulianov, não vai cair sem lutar.

    Sempre aprecio os contos fantásticos no EC. Eles têm se tornado cada vez mais raros. O seu é imaginativo e pitoresco. Você trabalha a atmosfera muito bem, e sabe dar personalidade aos personagens. Aqui, Lilibeth tem muita vida, e eu me vi fisgado por seu carisma, esperando para ver o que aconteceria com ela.

    Infelizmente o conto termina assim que começa. O final não foi satisfatório. Contos assim me soam como um “exercício de escrita”, uma cena avulsa, sem muito compromisso. Senti-me um pouco enganado no final, mas isso não tira a qualidade da narrativa antes disso.

    TÉCNICA ●◒◌ (1.5/3)

    Notei uma competência crua no seu conto. Você desenha bem o cenário, tem um bom ritmo e mostra mais do que conta. Porém, notei uma série de pontos na escrita que, na minha humilde opinião não-profissional, poderiam melhorar. Normalmente eu não enumero os problemas que eu vejo aqui, no comentário, mas neste caso vou listar o que vi e, se você achar útil, faça o que quiser com estas notas.

    1) Problemas com vírgulas, e pausas

    “Não gostaria do sangue da última dos Ulianov, cooptado por seres das trevas.” – considero esta vírgula desnecessária, e a frase me parece carecer de alguma coisa. Talvez: “Não gostaria que o sangue da última dos Ulianov fosse cooptado por seres das trevas”
    “Poucos archotes nas paredes, forneciam luminosidade ruim. Mas muita coisa de madeira estava à vista” – vírgula desnecessária.
    “Os soldados do lado de fora, escutaram o baque surdo de corpos contra o chão de madeira” – eu retiraria a vírgula, ou reescreveria assim: “Os soldados, do lado de fora, escutaram o baque surdo de corpos contra o chão de madeira”

    2) Problemas com repetição

    “Espremeu seus olhos e manteve os olhos no ponto escolhido. Uma sensação estranha a invadia e forçava-a a encarar aqueles olhos cinzentos. “Olhos de um morto”” – olhos, olhos, olhos, olhos.

    3) Problemas com a escolha de palavras

    “Sentiu-se penetrar em um súbito inverno.” – o certo não seria “sentiu-se penetrando em um súbito inverno”? A frase, como está, parece que Lilibeth estava sendo penetrada, e não que ela penetrava a escuridão.

    4) Problemas com narrativa cinematográfica

    “A única janela, por trás dessa cadeira, estava selada com tábuas de madeira.”
    “A ponta da adaga encostou em seu pescoço e seu braço esquerdo foi torcido nas costas.”
    “Abaixou a cabeça e cruzou os braços diante do corpo, mantendo-os esticados. Entrelaçou os dedos. Esse gestual durou um instante e seus olhos voltaram para o broche. Mas durante esse mísero instante, pôde perceber que a empunhadura da espada estava ao alcance dele.”

    Estes trechos entram em detalhes que qual braço foi torcido, onde exatamente estava a janela, entrelaçamento de dedos, etc. Todas estas coisas não fizeram a menor diferença depois. São descrições cinematográficas que eu acho que acabam atrapalhando a leitura. O leitor está pouco se lixando para qual braço de Lilibeth foi torcido, a não ser que a relevância da informação tenha sido estabelecida antes na trama.

    HISTÓRIA ●◒◌ (1.5/3)

    Dói muito no meu coração ter que dar apenas 1.5 para a história. Ela é imaginativa, e tem um “worldbuilding” bem interessante. Despertou muito o meu interesse. Mas ela não termina! E a única coisa que vemos no final entra em contraste fulminante com Lilibeth. Ela é orgulhosa, passa um parágrafo inteiro contemplando o Sol e como ama o Astro rei. Ela é narrada como uma guerreira de renome, forte, inabalável. Eu imagino que a Lilibeth do início do conto nunca beberia o sangue de Tepes. Ela preferiria morrer enquanto luta para sair daquela fortaleza, do que tornar-se uma vampira.

    TEMA ◒◌(0.5/2)

    Há uma viagem na história, e uma referência a “roubo”, mas a história mal encosta nestas coisas como “temas”.

    IMPACTO ◒ (0.5/1)

    Lilibeth é uma excelente personagem e acaba ecoando na mente do leitor. Queria ter visto mais dela.

    ORIGINALIDADE ● (1/1)

    Gostei de como você pega o conde Vlade Tepes, o Drácula, e o traz para o seu mundo, criando uma família de guerreiros orgulhosos que o desafia. Toca em todos os pontos corretos para uma excelente história de fantasia, mesmo que beba da fonte de muitas outras.

    • vlaferrari
      2 de junho de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Marco Aurélio, muitíssimo grato. Seu detalhamento me será de grande valia. Tanto para desenvolver a estória (que parece ser a regra entre os comentários: desenvolva-a Vladimir!!), como para aprender os pontos a analisar nos contos e desenvolver minha faceta de “comentarista”, (que é péssima). O desafio agora, com o texto “liberto”, é incrementá-lo conforme as sugestões.

  6. Thiago Amaral
    24 de maio de 2024
    Avatar de Thiago Amaral

    Olá, Drácula!

    Senti como se lesse um livro médio de aventuras vampirescas. “Médio” porque está bem escrito e contém os elementos que vemos nesse tipo de história. Poderia ser algo publicado em livros por aí!

    No entanto, senti falta de alguma coisa que destacasse a história, um diferencial. Claro, você pode estar perfeitamente feliz em seguir os padrões familiares desse tipo de narrativa, e aí o julgamento final é seu. Mas eu particularmente queria algo mais.

    Falando em expectativas: desde o início, até pelo pseudônimo, ficamos esperando pelo confronto entre a protagonista e o conde. Assim como os outros colegas, também achei anticlimático por ser fácil demais. O vilão também não diz nada tão interessante. Esse é o momento mais importante do conto, e o autor tem que trazer algo surpreendente e empolgante para conquistar o coração do leitor.

    Ao ler o parágrafo em que Lilibeth fala do Sol, já imaginei que ela se tornaria vampira. Só que ela pinta um desgosto tão grande por essa possibilidade, que fiquei na dúvida. E não é que ela vira, no fim? Acho que tamanha ojeriza pedia uma exploração maior na hora em que ela resolve beber o sangue. Demonstrar que ela está dividida, a dor de se ver obrigada a tomar uma medida tão extrema e indesejada! Esse mergulho psicológico poderia ser o diferencial do texto.

    Como outros comentaram, alguns erros de revisão atrapalham um pouco. Vírgulas estranhas, além de repetição de palavras. Sugiro deixar o texto de molho por alguns dias e depois reler com calma, se já não faz isso.

    Mas queria deixar claro que, se o seu desejo é escrever nessa pegada mesmo, e a ideia de expandir essa história te empolga, faça isso e seja feliz! O mundo precisa de mais gente que faz o que gosta hahahaha

    Obrigado pela contribuição e até mais!

    • vlaferrari
      2 de junho de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Muitíssimo grato, Thiago. Realmente, parece que no desenvolver das premissas que minha imaginação cria, tenho essa “mania” de propor um enredo mais longo do que apresento. Irei aceitar a opinião da maioria dos comentaristas daqui e estender a estória de Lilibeth Ulianov, com calma para não incorrer nos mesmos erros e contando com a ajuda de todos os pontos descritos. Valeu!

  7. Amanda Gomez
    24 de maio de 2024
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Um conto muito bem ambientado. 

    Temos a viagem de uma prisioneira levada ao destino que embora já considere certo, em momento algum se entrega a ele sem lutar. 

    Gosto de historias com essa temática e com esse tipo de escrita. A trajetória do herói, o vilão, aquela situação impossível de sair ilesa. Você foi muito feliz na criação da personagem. 

    Temos os porém, o conto é um capitulo, um epilogo de algo muito maior, portando toda a sua resolução foi apresada. Ficou com aquela sensação de final do primeiro livro de uma saga, dando margem para a continuação com o segundo. Eu leria ambos, mas a questão aqui é que não temos um começo. 

    Dito isso, o final teria me decepcionado bastante, mas em um ápice de criatividade temos o inesperado, ela bebe do sangue, pois é a única forma de sair dali mesmo que o custo seja altíssimo. 

    Aguardemos os próximos capítulos. 

    Parabéns pela participação. 

    • vlaferrari
      2 de junho de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Olá Amanda, muitíssimo grato pelo comentário. Que pena o seu conto não ter vencido, pois me pareceu o mais belo do desafio. Como disse aos demais colegas, é certo que essa estória tera um prolongamento para o passado e para o futuro.

  8. Cícero Robson
    23 de maio de 2024
    Avatar de Cícero Robson

    Oi, Drácula!

    Gostei muito do seu conto. A história é bem narrada, com uma mistura entre história de vampiros com uma pegada histórica. A linguagem dá bem o tom dos acontecimentos, sem excessos e nos transporta para o ambiente, que nos leva a imaginar a estrada e o castelo de Vlad Tepes. Achei que Lilibeth seria mais uma vítima do infame empalador. Grata surpresa o desfecho da história. Mesmo vencedora, sucumbiu ao “poder das trevas”.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

    • vlaferrari
      2 de junho de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Muitíssimo grato, Cícero. Como relatei aos demais comentaristas, meu trabaho será acrescentar elementos para um conto mais longo sobre os Ulianov e sua descendente vampira.

  9. Gustavo Castro Araujo
    23 de maio de 2024
    Avatar de Gustavo Castro Araujo

    O conto reflete a típica jornada do herói – no caso, Lilibeth, que é levada prisioneira para o conde Tebes, um vampiro que vive em uma fortaleza. Chegando lá, ambos travam um combate, onde ele sucumbe a ela, que provavelmente tomará seu lugar.

    A história tem uma premissa interessante, ainda que pouco original. Tem como protagonista uma mulher, o que é bacana, ainda mais num conto que navega pelo ramo da fantasia. Também brinca com nomes e origens, misturando fontes, subvertendo regras, compondo uma colcha de retalhos curiosa onde o inglês, o russo e, vá lá, o romeno, entram em comunhão.

    A linguagem é um tanto empolada, mas creio ter sido intencional, já que esse tipo de literatura acaba exigindo uma abordagem mais pretensiosa, buscando o grandioso, o mistério e a sofisticação. É um conto vampiresco afinal de contas e como tal acaba bebendo na fonte de Bram Stoker.

    Confesso, porém, que apesar da emulação eficiente desse tipo de universo, eu esperava mais ousadia. A trama ficou um tanto previsível e o final, corrido. A impressão que tive foi de que o autor não utilizou todo o limite, de modo que poderia ter investido mais na história pregressa de Lilibeth ou mesmo do conde. Poderia, talvez, criado uma tensão sexual entre ambos, o que é próprio dos vampiros.

    Os temas do desafio ficaram por demais tênues. Não é uma história sobre viagem e tampouco sobre roubo, ainda que haja menção tanto a um como a outro. Erros gramaticais também me incomodaram um pouco, travando a leitura. Uma revisão antes de postar pode fazer bem da próxima vez.

    De qualquer maneira, parabenizo o autor pela postagem e desejo boa sorte no desafio.

    • vlaferrari
      2 de junho de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Olá Gustavo. Realmente, você percebeu o problema do meu conto. Gastei tempo demais descrevendo o calvário da viagem e precipitei o final insoso. A “tensão sexual” é uma boa ideia. Muitíssimo grato pelo comentário.

  10. Givago Thimoti
    15 de maio de 2024
    Avatar de Givago Thimoti

    UMA ESPADA PARA LILIBETH (DRÁCULA)

    Bom dia, boa tarde, boa noite!

    Primeiramente, gostaria de parabenizar o autor (ou a autora) por ter participado do Desafio Viagem/Roubo – 2024! É sempre necessária muita coragem e disposição expor nosso trabalho ao crivo de outras pessoas, em especial, de outros autores, que tem a tendência de serem bem mais rigorosos do que leitores “comuns”. Dito isso, peço desculpas antecipadamente caso minha crítica não lhe pareça construtiva. Creio que o objetivo seja sempre contribuir com o desenvolvimento dos participantes enquanto escritores e é pensando nisso que escrevo meu comentário.

    No mais, inspirado pelo Marco Saraiva, também optei por adotar um estilo mais explícito de avaliação, deixando um pouco mais organizado quando comparado com o último desafio. E também peguei emprestado do que o Leo Jardim fazia antes, com categorias e estrelinhas, e também deixando no final um “trecho inspirado”, que é uma parte do conto que achei particularmente digno de destaque.

    Mesmo diante de tudo isso, as notas e os comentários podem desagradar, como percebi hoje, dia 29/04/24. Como já está no meio do desafio, e eu já avaliei alguns participantes, eu vou manter o estilo de avaliação, “anunciando” a nota e tecendo minha opinião do mesmo jeito. A diferença é que essa nota é provisória e sujeita a alterações. Obviamente isso se estende aos contos já avaliados.

    Outra coisa que eu percebi que deu ruído até o momento também foram os critérios. Vamos lá, para tentar esclarecer: refleti bastante sobre o assunto e a minha conclusão é a seguinte: não consigo avaliar um texto literário como um conto, dentro desses critérios, sem considerá-los como um todo.  Afinal, uma técnica apurada pode beneficiar a história do mesmo jeito que o contrário pode ocorrer; um conto com a escrita não tão boa pode afetar a história, seu desenvolvimento e seu impacto e assim por diante.

    Por fim, é isso! Meu critério é esse e não sofrerá mais alteração. Creio que é o mais justo entre meu jeito de avaliar, a lisura do certame e o respeito e a consideração pelo autor/pela autora.

    AVALIAÇÃO + IMPRESSÕES INICIAIS

    + Inspiração no universo vampiresco do Conde Drácula. Fantasia gótica no ponto certo.

    – Desfecho um tanto previsível.

    HISTÓRIA  (1,5/3) 

    “Uma Espada Para Lilibeth” conta a história da espadachim Lilibeth Ulianov, filha de um mestre espadachim que, após matar uma das amantes-assassinas de um conde vampiro, é capturada pelo vilão numa arapuca armada.

    O conto fala sobre a viagem de Lilibeth sobre o sol escaldante até o castelo do Conde e como ela, encurralada pelo conde que visa transformar ela própria numa de suas amantes-assassinas, consegue virar o jogo a seu favor, decapitando o vilão e transformando-se em vampira para conseguir escapar do castelo.

    Bom, se eu tivesse que definir a história em uma palavra seria como “segura”. E segura até demais. Ela está redonda (pelo menos o desfecho), clara, bem escrita e bem tranquila de se acompanhar. Ao mesmo tempo que isso é bom, porque facilita a leitura do leitor, a história se torna meio previsível e batida. Eis meu primeiro ponto de crítica.

    A partir de uma gama de possibilidades que o gênero de fantasia permite, creio que poderia ser interessante utilizar de outros elementos para contar uma história um pouco diferente.

    Já a minha segunda crítica no quesito história está no desfecho. É um desfecho no qual a heroína se salva de uma situação de uma completa enrascada com um completo erro do vilão. A sensação que tive foi de muita facilidade para o feito. Quero dizer, quem em sã consciência deixa uma espadachim próxima de uma espada? O Conde parece ter controle mental (ou pelo menos uma capacidade de deixar seu adversário em um estado de letargia) e a Lilibeth simplesmente quebra o encanto e parte para cima desvairada dele…

    Além disso, achei um desfecho não tão bem claro. Em que sentido? Do nada surge uma espada dentro da sala do Conde? Ela se livra das amarras no pulso (ou das algemas, igual nos filmes de ação que a pessoa desloca os dedos para atacar) e já consegue alcançar a espada?  

    Resumidamente, essas lacunas na história prejudicaram um tanto nesse quesito.

    TÉCNICA  (2/3)

    Aqui, eu acho que tem algo interessante. Foi uma escrita que, exceto por alguns pequenos pontos, fluiu. A escrita conseguiu criar no meu imaginário uma cena de fantasia gótica, sem exatamente debruçar-se sobre descrições longas, grotescas, num estilo meio gore, de impressionar pelo horror. A escrita tem um quê de dinamismo também.

    Em termos de gramática, não tem grandes erros. O que eu percebi mesmo foi alguns deslizes, aqueles errinhos de pontuação, crase (etc) que seriam salvos numa revisão gramatical um pouco mais apurada.       

    TEMA  (1/1)

    A viagem está ali. É bem verdade que ela não é o grande foco da história. Mas está ali.

    IMPACTO  (1/2)

             Não é um daqueles contos marcantes do desafio. Tampouco está abaixo da média. Acho que a escrita tem qualidade, mas a história não empolga, especialmente por conta do desfecho meio “hollywoodiano”.     

    ORIGINALIDADE  (0,5/1)

             Acho que faltou um pouco de ousadia para fazer uma história um pouco mais diferente, menos segura e previsível.

    Trecho interessante: O corpo — e a cabeça decepada — da concubina, transformara-se em pó tão logo raiou o dia. O Sol cuidou de apagar de vez a existência daquela “coisa”. Lilibeth sofria com as queimaduras da viagem, mas não era avessa ao astro-rei. Apreciava vê-lo brotar atrás dessas mesmas montanhas que ora escalava, dourando as hastes de capim nos campos além da muralha de Sevich. Isso enchia seu coração de esperança. O clima naquela região, predominantemente frio, convidava as pessoas a apreciarem a luz solar. Detestaria ser transformada e obrigar-se a evitar o contato para todo o sempre.

    Nota: 6

    • vlaferrari
      2 de junho de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Olá, Givago. Muitíssimo grato por suas observações. Serão de grande valia no desenvolvimento da estória que pretendo alongar para o passado e o futuro desse recorte. Realmente, a relação de Lilibeth com o Sol ficou marcada como a grande “cagada” (com o perdão da expressão) que cometi. Um dos colegas até citou a composição do apreço da protagonista pelos raios solares como “destaque”. Ou seja, “estava indo tão bem, né?” kkk
      Prometo revisar isso e mais uma vez, muitíssimo grato.

  11. Jorge Santos
    13 de maio de 2024
    Avatar de Jorge Santos

    Olá. Estranha história para um desafio de viagens /roubos. O tema fica minimamente explícito pela viagem que a personagem principal faz, arrastada por um cavalo até um vampiro. A narrativa é pouco inovadora até ao desfecho, no qual o autor ou autora mostra um lampejo de criatividade que deveria ter sido espalhado ao longo do texto. Gostei da imagem da concubina assassina, algo que me remeteu ao filme Dracula, de Francis Ford Coppola. Gostaria de ter lido a forma como foi morta, mas já percebi que seria uma repetição do duelo final. Não encontrei erros, a narrativa flui bem, mas sabe a pouco.

    Um pormenor: se o nome da personagem é russo, o apelido deve ser Ulianova. E Anna Ulianova era irmã de Lenine, o que não deve ser coincidência.

    • vlaferrari
      2 de junho de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Olá Jorge. Muitíssimo grato pelo comentário. Só esclarecendo: o sobrenome na verdade é Ulianov. O “a” é algo como um identificador de descendência, como em Dracul”a”, ou seja, “filho do Dragão”. Usei Ulianova em alguns pontos do texto por conta disso. Apenas pesquei o nome na memória, nada proposital ou relacionado a figuras históricas. A sua frase “gostaria de ter lido a forma como foi morta”, repete o que os demais comentaristas me sugeriram: continua a escrever e contar. E é isso que pretendo, agora que o desafio terminou.

  12. claudiaangst
    4 de maio de 2024
    Avatar de claudiaangst

    Oi, Dracula, tudo bem?

    O conto aborda os temas propostos pelo desafio. A protagonista viaja, arrastada, mas viaja. O conde faz menção ao fato da moça ter roubado a vida da sua concubina preferida. Enfim, embora apareçam apenas como um tênue pano de fundo, ambos os temas estão presentes.

    Não encontrei falhas importantes de revisão. Talvez eu discorde do uso de algumas vírgulas (e a falta delas em algumas passagens).

    A linguagem empregada é clara, e o enredo desenvolve-se de forma fluida.

    Apesar da lentidão descritiva no começo da narrativa, há bastante ação durante o desenrolar final da trama, culminando em um desfecho que considero interessante.

    Boa sorte!

    • Drácula
      6 de maio de 2024
      Avatar de Drácula

      Muito grato pelo comentário. Sigo tentando agradar aos públicos mais exigentes e reconheço que ainda tenho muito a melhorar. Espero contar sempre com o incentivo de todos os participantes desse desafio, ainda que com críticas “incisivas”. Muito me honra ter um parecer favorável de uma escritora tão profícua.

    • vlaferrari
      2 de junho de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Olá Cláudia. Parabéns pelo conto e pela primeira posição. Confirmo que os pontos citados serão avaliados no prolongamento da estória que pretendo adicionar ao conto aqui postado. Sigo aprendendo e muito me honra ser apreciado por você e outros “cobras” do universo dos contistas. Só me faz querer continuar.

  13. Queli
    27 de abril de 2024
    Avatar de Queli

    Caramba!!!
    tenho que confessar, inicialmente, que não curto histórias envolvendo zumbis e vampiros, mas amei a sua história.

    Você escreve muito bem! É envolvente, claro, fluido e conduziu muito bem a trama.

    Não tenho ressalvas!

    • Drácula
      28 de abril de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Olá Queli. Confesso que com elogios assim, minha sede até se manifesta hehehe.
      Muitíssimo grato pela leitura e comentário. Como há vários colegas insistindo, pretendo em breve contar a estória toda dos Ulianov e a saga da secular Lilibeth.

  14. Luis Guilherme Banzi Florido
    24 de abril de 2024
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Olá, Drácula. Tudo bem?

    Estou voltando aos desafios após longos anos, então estou um pouco enferrujado, mas muito empolgado em ler os contos e deixar minha opinião! Obrigado por enviar o seu, e vamos lá:

    Um resumo rápido do conto: mulher é capturada após sua vila ser atacada e destruída pelo exército de um conde vampiro. Por ter matado a esposa do conde durante o ataque, Lilibeth, que descende de uma família de espadachins, é levada a pé até o castelo amarada ao cavalo, para que sofra bastante. Ao chegar ao castelo, consegue matar o conde e bebe seu sangue para se tornar vampira e sobreviver.

    Opinião e comentários gerais:

    De modo geral, é um conto gostoso de ler, que flui muito bem por contar com uma boa escrita e boas descrições. Percebi que o foco do autor está na viagem, e não tanto na cena no interior do castelo, o que pode ser justificado pelo tema do desafio. A impressão que fiquei é que o conto funcionaria melhor como algo mais longo (mas você precisou se manter dentro do limite do desafio e decidiu focar na viagem, eu entendo). De todo modo, um pouco mais de desenvolvimento na cena do encontro entre Lilibeth e o conde com certeza valorizaria muito a história. É criada bastante expectativa para esse embate, que acaba sendo um pouco frustrada pelo curto diálogo entre eles e pela facilidade com que a mulher derrota o vampiro.

    Quero dizer, com certeza a criatura é centenária, experiente e já lutou e matou centenas de pessoas poderosas e capazes, então me parece meio infantil a maneira como ele é derrotado. Além disso, fica estabelecido que ele possui um tipo de controle mental, o que me faz estranhar que, mesmo pegando-o distraído, a moça tenha tido tempo de dar dois passos, girar e atacar. De todo modo, são apenas minhas impressões sobre a parte final. Acredito que esse conto possa ser retrabalhado, agora fora dos limites do desafio, dando profundidade ao encontro entre eles com mais diálogos e um embate mais desafiador, quase impossível.

    Por outro lado, gostei da conclusão No momento em que acreditei que ela simplesmente aceitaria a morte, ela decide fazer algo terrível para sobreviver, o que combina com a construção da personagem que você fez bem durante o conto para justificar esse momento de coragem. Minha única dúvida sobre a cena é: me parece que você se inspirou e seguiu a mitologia do Drácula, e fica de certa forma estabelicido no seu conto que a pessoa que seja transformada pelo conde precisa beber seu sangue para continuar vivendo. Se isso for correto, como ela será capaz de sobreviver se o sangue dele vai “morrer” com ele? Essa pergunta não faz diferença no contexto do conto, que se fecha bem do jeito que está. Estou perguntando apenas como sugestão caso você realmente deseje continuar a história e ampliar o universo que criou. 

    Ademais, a escrita está boa e eficaz, com alguns poucos problemas, como quando você separa o sujeito do verbo por vírgula em um ou outro momento, como: “Os soldados do lado de fora, escutaram o baque surdo de corpos contra o chão de madeira.” Além desse, isso também acontece em alguns outros momentos, além de um excesso de vírgulas ao longo de todo o texto. Apesar de essas vírgulas estarem em geral usadas corretamente, elas atrapalham um pouco a fluidez do texto, algo que pode ser evitar ao refrasear.

    Obrigado por nos trazer um suspense/terror, algo que aprecio muito e que geralmente é escasso por aqui.

    Obs final: gostei de como a imagem se encaixa perfeitamente como continuação do final do conto, dando a impressão de que algo mais vem por aí. Se eu pudesse dar uma opinião final seria: esse conto é material para algo maior, off desafio: o antes, o depois, um melhor desenvolvimento do encontro entre moça e monstro, o universo onde eles vivem, o mito do vampíro nesse universo, o alcance e limites dos poderes, etc.

    Enredo 7,0

    Ritmo: 7,0

    Desfecho: 8,0

    Técnica 7,0

    Construção de personagem: 8,0

    Total: 7,4

    Parabéns pelo trabalho e sucesso no desafio!

    • Drácula
      24 de abril de 2024
      Avatar de Drácula

      Caro Luis Guilherme,
      Antes de mais nada, bem-vindo de volta. Muitíssimo grato pelos comentários. Na premissa original, a ideia não era o foco em Viagem e sim em Roubo. A pressa é inimiga da perfeição, mas meu tempo diante da folha em branco é escasso. E para atrapalhar ainda mais, o mês de abril foi extremamente fecundo. Várias idéias e concursos a se inscrever (a última, foi ontem à notinha).
      Lilibeth terá sua estória contada, de cabo a rabo, com toda a certeza. Já me organizei o suficiente para isso e aguardo apenas o final do desafio. A medida que construí e aparei as arestas da narrativa, tive vislumbres sobre o que e o como dizer a respeito do antes e do depois da “minha Lagertha”.
      Como bom aprendiz, voltei ao banco da escola e capturei aulas de gurus da nossa amada Língua Portuguesa, para aprender mais sobre vírgulas e sintaxe também. A ideia é nunca deixar de tentar e (mais) nunca (ainda) dar-se por satisfeito. Conhecimento não ocupa espaço.

      Sobre o “beber o sangue”, considerei o seguinte: imaginemos Lilibeth se explicando para seu Anjo da Guarda:
      – O que você queria que eu fizesse? – pergunta a vampira
      – Me esforcei para lhe proteger e dar-lhe coragem para o último golpe e você faz isso? Transforma-se em um monstro? – replica o Anjo.
      – Cara, sinceramente? Estava no bico do corvo, cansada pra dedéu, louca por um banho e cama. Teria que levantar e lutar com mais quantos? Uns dez? Pensei: “Quer saber? Vou beber essa magia aqui e virar a f*&dona da p** toda, ora bolas” E bebi. Agora quem manda na bagaça sou eu.

      E foi isso. Muitíssimo grato mais uma vez e um conselho desse iniciante: esses desafios são um “professor” excepcional. Mesmo que meu conceito final seja ruim, já ganhei um tesouro sem preço. Por isso, caríssimo, não se afaste. Abraços.

      • Luis Guilherme Banzi Florido
        24 de abril de 2024
        Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

        Fala, Drácula! Legal! Me parecem boas ideias para a continuação da história! Quando continuar desenvolvendo o texto, pós desafio, se quiser pode contar comigo como uma espécie de “leitor beta”. Posso continuar lendo e opinando, se te interessar. Abraço!

      • vlaferrari
        2 de junho de 2024
        Avatar de vlaferrari

        Olá Luiz Guilherme. Muitíssimo grato pelos comentários e pela interação. Fico me perguntando como se daria essa possibilidade da “leitura beta”. Sigo o perfil de alguns dos colegas aqui, por conta de outras reuniões literárias e apreciaria muito seguir o seu. No Instagram, sou @vlaferrari. Apareça, para estendermos essa troca de “figurinhas”.

  15. Mauro Dillmannn
    17 de abril de 2024
    Avatar de Mauro Dillmannn

    Um conto rico em cenas, como se estivesse narrando um filme. Aliás, tem bastante descrição, poucos diálogos, falas, pensamentos.

    Não sou familiarizado com a literatura mais voltada à fantasia, especialmente com o tema vampiros. Mas sei que existe muita coisa publicada nesse sentido.

    O conto está relativamente bem escrito, embora bastante entranhado de caracterizações, acredito que na ânsia de ambientar e conduzir o leitor.

    Um texto muito adjetivado cansa o leitor. Num mesmo parágrafo aparece cabelos “negros”, azul “cinzento”, branco “irreal”, broche “oval”, gema “esverdeada”, mãos “esqueléticas”, unhas “compridas”. O texto tem ‘gordura’, poderia ser mais limpo, seco.

    Penso que o tema foi contemplado na viagem de Lilibeth.

    Um detalhe: “dois passos para à direita” (aqui não tem crase, exceto se a construção fosse “dois passos à direita”. Como já incluiu a preposição ‘para’, não precisa do acento grave).

    Parabéns.

    • Drácula
      17 de abril de 2024
      Avatar de Drácula

      Muito grato pelo comentário. Não havia pensado nisso, do excesso dos adjetivos. Excelente dica. Sim, outros apontaram o erro na crase. Abraços

    • vlaferrari
      2 de junho de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Olá Mauro. Muitíssimo grato pelos comentários. Realmente, preciso pensar nesses adjetivos e em “emagrecer” o texto, se aceitar a proposição da maioria e ampliar essa estória para o passado e o futuro de Lilibeth. Sigamos escrevendo, que uma hora, fica bom. Valeu!

  16. Vladimir Ferrari
    16 de abril de 2024
    Avatar de Vladimir Ferrari

    Escrevi uma estória muito parecida com essa e por isso, tive de consultar meus cadernos velhos. No meu conto há um herói que luta com vários opositores desde o entardecer até a noite alta, quando invade o castelo e enfrenta o vampiro. Mas o componente da minha versão, é que “Conde” e “Herói” são amantes. Como você citou aos outros comentaristas, sua intenção era contar a viagem, o sofrimento. Ficou quase bom, na minha opinião. Deveria ter se aprofundado mais no que se passava na mente da protagonista. E antes que você me condene, é uma opinião. Aceite-a SE QUISER.
    Alguns comentaristas sugeriram e farei coro: continue. Dê asas de vampiro à sua imaginação. Por exemplo: conte o “antes” dos Ulianov. Os horrores do “condado” (ou reinado?) do Conde Tepes (SUGIRO trocar o nome, ficou clichê. Troque se quiser, ok?). A estória pode ficar muito boa e fugir do formato conto para uma novela talvez. Sucesso.
    P.S.: pode deletar meu comentário se quiser.

    • Drácula
      17 de abril de 2024
      Avatar de Drácula

      Interessante, Vlad. Mas um romance fugiria da proposta do desafio, que é Viagem e/ou Roubo. Realmente, Tepes é “manjado”, mas foi proposital por conta do Pseudônimo. Penso seriamente em dar sequência ao conto, transformando-o em uma novela talvez. Aprofundar-se na mente de Lilibeth é interessante, mas isso provavelmente deixaria o texto mais denso. Não tenho gabarito para um romance, ainda. Muito grato.

  17. Priscila Pereira
    16 de abril de 2024
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Drácula! Tudo bem?

    Vou deixar minhas impressões sobre seu conto, lembrando que é a minha opinião e não a verdade absoluta. (Obviamente)

    Conto muito interessante. O clima de suspense e a insinuação do terror foram bem elaborados, a ação bem descrita, as reflexões da personagem muito bem pensadas.

    O conto está bem escrito, fluído, com uma boa revisão. A ambientação ficou ótima, no começo podemos sentir a sede, o calor, a tortura da protagonista e depois o clima muda dentro do castelo do vampiro, o frio, a iluminação, tudo muito bem escrito.

    O tema pode ser considerado a viagem que a protagonista foi obrigada a fazer e também o sequestro (que não deixa de ser um roubo).

    Única coisa que pra mim ficou estranho foi a “facilidade” com que a protagonista conseguiu matar o vampiro… Foi meio anticlímax. Mas ela decidir beber o sangue dele para poder “sobreviver” com dignidade foi uma boa sacada.

    Boa sorte no desafio!

    Até mais!

    • Drácula
      17 de abril de 2024
      Avatar de Drácula

      Fico-lhe grato pela apreciação e sou obrigado a concordar sobre a facilidade (já que é quase uma unanimidade). Mas, pensando cá com meus botões: quem forjou vampiros super-poderosos foram os outros autores, não eu. Meu Conde Tepes é um morto-vivo um pouco mais poderoso que um Walker kkkk.
      Muto grato pelo comentário e prometo a você e aos demais, não fazer um vampiro tão banana kkkk (será que cometi um sacrilégio?)

    • vlaferrari
      2 de junho de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Olá, Priscila. Passando mais uma vez, para agradecer aos comentários, vez que nos encontramos também no Recanto das Letras. Muitíssimo grato.

  18. Antonio Stegues Batista
    15 de abril de 2024
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Texto bem escrito, com algumas belas frases e palavras clichês, ambiente lembrando a região da Valáquia. A história me pareceu parte de uma maior, um resumo citando as cenas anteriores. O conto é uma clássica cena do Gênero Fantasia e gênero Terror/Vampiro. Uma guerreira que caça vampiros é capturada e levada ao castelo do conde Tepe, referência ao conde Vlad Tepes da Romênia, de que Bram Stoker se inspirou para criar o Conde Drácula, o rei dos vampiros. Se fossem os servos vampirizados de Drácula, com certeza, sedentos de sangue, não deixariam a Lilibeth viva. Acho que a guerreira venceu o vampiro muito rápido, a luta poderia ser mais extensa, demorada, dando mais emoção e suspense às cenas. Terminou rápido demais.

    • Drácula
      15 de abril de 2024
      Avatar de Drácula

      A proposta não era, em absoluto, descrever a luta entre o Conde e Lilibeth. A viagem, tanto no esforço físico da protagonista, como o roubo do poder da imortalidade, sim. Mas muito grato por apreciar o texto. Bram Stoker inspirou-se em “Carmilla”de J.Sheridan Le Fanu também.

      • Antonio Stegues Batista
        16 de abril de 2024
        Avatar de Antonio Stegues Batista

        Drácula foi escrito principalmente na década de 1890. Stoker produziu mais de cem páginas de notas para o romance, extraindo extensivamente da história e cultura da Transilvânia.[2] Alguns estudiosos sugeriram que o personagem de Drácula foi inspirado por figuras históricas como o príncipe valáquio Vlad, o Empalador, ou a condessa Elizabeth Báthory, mas há um desacordo generalizado. As notas de Stoker não mencionam nenhuma das figuras.[3] Ele encontrou o nome Drácula na biblioteca pública de Whitby enquanto passava férias lá, escolhendo-o porque achava que significava diabo em romeno.[4] Fonte; Wikipédia.

      • Drácula
        28 de abril de 2024
        Avatar de vlaferrari

        A Wikipédia é uma fonte um tanto quanto estranha. Além de um volume chamado “O Diário de Drácula” citado, de 2015, há também a longa reportagem da Revista Superinteressante, de 2020 e o citado livro de Sheridan Le Fanu, que introduziu o termo “vampiro” na literatura em 1872. Mas, tá valendo! Abraços, caríssimo Mr. Stegues.

    • vlaferrari
      2 de junho de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Ola Antônio. Muitíssimo grato pelos comentários. Nos encontramos também no Recanto das Letras e seguiremos trocando impressões, conhecimento e crescimento como artistas, certo? Grande abraço e mais uma vez, muito grato.

  19. Thales Soares
    15 de abril de 2024
    Avatar de Thales Soares

    Escrita:
    A escrita é de um nível bastante elevado, capturando efetivamente a essência do gênero gótico com descrições detalhadas e um tom sombrio. O autor demonstra uma habilidade extrema para compor cenas bastante vívidas, mostrando ser um grande escritor. No entanto, o excesso de foco nesse aspecto tornou o texto muito denso e descritivo. Na minha opinião (e agora saímos do âmbito da técnica, e entramos numa questão de gosto pessoal), histórias assim me deixam um pouco cansado ao ler, e por mais bem feito que as construções estejam, para mim não foi uma leitura muito fluida, com palavras excessivamente complicadas.

    Adequação ao Tema:
    O conto aborda ambos os temas, “Roubo” e “Viagem”. Porém, talvez pelo fato de não focar em um único tema, ele apenas dá uma pincelada em cada um, não sendo o cerne da história. O roubo, pelo que eu entendi, é da ameaça de ter a humanidade de Lilibeth roubada pelo vampiro, transformando-a em uma criatura da noite. A viagem é aquela relatada na introdução, mostrando Lilibeth indo com seu captor até a fortaleza do Conde Tepes.

    Entretenimento:
    O conto contêm suspense, ação e elementos de horror gótico. A tensão é construída de maneira eficaz, mantendo o leitor ansioso pelo desenrolar dos eventos e pelo destino da protagonista. O confronto final entre Lilibeth e o Conde Tepes é particularmente chato, devido à facilidade com que a garota derrota o antagonista. Tudo bem, foi dito na história que ela era foda, tipo a Buffy, a Caça vampiros. Mas um Lorde das Trevas que é derrotado sem dar nenhum trabalho, de forma tão… instantânea…. como se ele fosse um vampirinho de fundo de quintal, estragou um pouco da experiência do final. E por falar em final… a Lilibeth bebeu o sangue do vampiro? Pera… o quê?! Por que diabos ela fez isso? Foi por pura raiva e sede de vingança? Foi com o intuito de se transformar em uma vampira? Mas… por que ela quereria algo assim, sendo que de início, esse é justamente o maior medo dela? Não compreendi nada a respeito da motivação que levou a personagem a cometer um ato tão insensato!

    Conclusão:
    PONTOS POSITIVOS:
    – Escrita extremamente rica.
    – Temática gótica com elementos fantásticos de vampiros.
    – Ambientação da história muito bem descrita, dando uma boa atmosfera.

    PONTOS NAGATIVOS:
    – Não deu muito destaque ao(s) tema(s).
    – Texto descritivo demais em algumas passagens, deixando um pouco cansativo.
    – Desfecho insatisfatório, com facilidade de resolução, e um tanto inverossímil.

    • Drácula
      15 de abril de 2024
      Avatar de Drácula

      O Plot, meu caro Thales, é justamente Lilibeth decidir-se por assumir a posição de BadAss Vampire, no lugar de continuar lutando e quase perdendo a vida pela sobrevivência. Muito grato por apreciar a escrita, apesar de condenar as descrições. A intenção era focar na viagem e os motivos desta e não criar uma heroína.

    • vlaferrari
      2 de junho de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Olá Thales. Muitíssimo grato pelos comentários e observações. Como é a sugestão quase unânime dos colegas do desafio, pretendo continuar a estória de Lilibeth e suas observações são de grande valia.

  20. Kelly Hatanaka
    14 de abril de 2024
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Costumo avaliar os contos com base nos seguintes quesitos: Tema, valendo 1 ponto, Escrita, valendo 2, Enredo, valendo 3 e Impacto, valendo 4. Abaixo, meus comentários.

    Tema
    Ih, lá vem a chata do tema. Tem viagem? Até tem, porque Lilibeth é levada de Sevich até a fortaleza do Conde Tepes. Mas esta viagem, apesar de seu objetivo de exaurir as forças de Lilibeth, é apenas um pequeno detalhe da história. Ainda se algo relevante acontecesse durante o trajeto… Considero que atende parcalmente ao tema.

    Escrita
    Uma escrita muito boa, bonita, correta, gostosa de ler. Os diálogos e os pensamentos de Lilibeth estão bem definidos, têm voz própria.

    Enredo
    Não sei se sou eu, mas ando com a impressão de que as narrativas andam correndo no final. Gostei muito da história, mas fiquei com a sensação de que o trecho da viagem, em que nada acontece, se alongou e quando, finalmente, chegamos à fortaleza e há o confronto com Tepes, tudo ocorre rápido demais. Achei também que foi muito fácil derrotar o conde. Ok, Lilibeth é filha de um mestre espadachim e a história sugere que ela é uma excelente guerreira, mas mesmo assim. Tepes dá uma mostra de seu poder. Penso que deveria ter sido mais difícil matá-lo.

    Impacto
    Muito bom! Apesar do que apontei em Enredo, gostei muito da história e da ambientação, da escrita. É um ótimo conto, muito gostoso de ler e que dá vontade de ver mais. Gostei também do final dramático, em que Lilibeth se transforma em vampira para poder derrotar o inimigo. Fica a pergunta: o que acontece depois?

    Parabéns pelo conto e boa sorte!

    • Drácula
      15 de abril de 2024
      Avatar de Drácula

      É sempre um prazer contar com seus comentários Kelly. Creio que falta pouco para lhe “fisgar” por completo e muito me honra com os elogios e críticas neste e em outros trabalhos. Prova que sou um bom aluno. Sim, confesso que tive vontade de permanecer escrevendo e também um certo medo em “fazer algo na viagem”. Entendi que enveredei numa pegada um tanto “velho oeste”, com o sol escaldante e o suor. E que deixaria a estória entediante com mais adereços no covil, e na batalha final. Mas estamos crescendo. Muito grato pelo comentário.

    • vlaferrari
      2 de junho de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Olá Kelly. Reafirmo meus parabéns pelo segundo lugar e agradeço muitíssimo pelos seus comentários. Estou alimentando meus monstrinhos para prolongar a estória de Lilibeth, tanto para o passado como para o futuro. Reafirmo ter ficado contente de agradar a você e outras autoras e autores que sigo e me inspiro. Valeu.

  21. Regina Ruth Rincon Caires
    12 de abril de 2024
    Avatar de Regina Ruth Rincon Caires

    A leitura dos contos do desafio, até aqui, também cumpre um dos temas escolhidos. Quem não está embarcando nesta VIAGEM?! Iniciamos a caminhada adentrando pelos horrores da Segunda Guerra, e, conforme devaneios do personagem, nós passamos pela Itália (citadas as Bases de Monte Castello, ou Castelnuovo, comuna de Vergato, ou na Toscana com a briga do soldado do 5º Exército Americano, e ”divagamos” até mesmo na miscelânea com a Guerra Civil Espanhola).  Depois, dentro da própria Itália, passamos pela apaixonante Veneza dos mistérios e dos ostentados amores, e dali partimos para a eterna Roma com sua encantada Via Appia Antica. E, num passe de mágica, estávamos em Singapura, dentro do parque “Gardens by the bay”. Não posso afirmar que em seguida fomos para a França, mas, como precisei pesquisar, particularmente e em pensamento, fui para o Louvre e acho que “analisei” a obra de Delacroix com o mesmo cuidado dispensado por Murilo, mas de outra perspectiva.   

    E, agora, chegamos à Romênia. Mais precisamente visitamos os tempos medievais da região da Transilvânia, universo dos vampiros. E estamos desfrutando de um texto de terror, obviamente com teor vampiresco.

    Um conto muito bom. Bem construído, com descrições perfeitas. Quem não caminhou com Lilibeth Anna Ulianov?! O leitor sente os pés esfolados, a terra seca fincando-os como agulhas, os punhos feridos e incomodados pelo atrito das cordas, a sede angustiante, e o corpo minado de forças pelo sol que queimava de modo inclemente.

    Texto de linguagem refinada, altiva. Há muita clareza no ato de narrar, a leitura flui sem qualquer embaraço. Diante da belezura da escrita, o uso de “mais bem” no lugar de “melhor” acho que seria mais harmonioso (“O interior era melhor iluminado”.). E, sonoramente, a palavra “ela” é danada para produzir cacofonia, portanto, acho que seria bom substituir “como ela” por “igual a ela – comparada a ela”. Quero reafirmar que a escrita do autor é refinada, admirável.

    Quanto ao tema, acredito que o roubo está bem definido quando, no desfecho, a personagem bebe o sangue do vampiro, roubando-lhe o poder: a supremacia sobre aquele povo. E a viagem sofrida, e competentemente descrita, feita por Lilibeth, também configura o outro tema (“Lilibeth intuía que o real desejo do vampiro era transformá-la. Daí a viagem torturante. Onze milhas entre a aldeia e as montanhas”).

    Parabéns pelo trabalho, Drácula!

    Boa sorte no desafio!

    Abraço…

    • Drácula
      15 de abril de 2024
      Avatar de Drácula

      Confesso que fiquei extremamente feliz em ter lhe encantado dessa vez. Aprecio verdadeiramente suas sugestões e, outra confissão, estou aprimorando meus conhecimentos de revisão, tentando manter um fio narrativo uniforme, sem “licencinhas poéticas” conforme você observou.
      São incentivos que indicam que estou no caminho certo, mesmo diante de um ou outro Troiano. Muito grato pelos comentários.

      • Regina Ruth Rincon Caires
        15 de abril de 2024
        Avatar de Regina Ruth Rincon Caires

        “Licencinhas poéticas”?!

    • Drácula
      17 de abril de 2024
      Avatar de Drácula

      kkk
      Utilizar “mais bem” no lugar de “melhor” e a cacofonia citada. Considero “licenças poéticas” (ou seja lá que nome dão ao fato de ver o erro e deixá-lo propositadamente ali no texto). Muito obrigado pelo comentário, caríssima.

    • vlaferrari
      2 de junho de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Olá Regina. Findo o desafio quero agradecer-lhe muitíssimo pelos comentários, pois foi a partir dele que a vontade de prolongar a estória se instalou na minha mente. Muitíssimo grato, portanto e perdão pelas “licenças poéticas” em assumir expressões prolixas, a despeito dos alertas dos corretores disponíveis na internet kkk. O “mais bem” ficou “melhor” registrado kkk. Grande abraço!

  22. Emanuel Maurin
    12 de abril de 2024
    Avatar de Emanuel Maurin

    Uma mulher capturada é levada ao castelo de um vampiro por um soldado. Ela luta com o vampiro, o mata e bebe seu sangue. O resto da vida dela é incerto.

    Achei que o conto não atende ao propósito do certame. Não vi nenhuma construção de viajem ou roubo, a não ser uma pequena parte sobre roubo, bem pequena mesma. A narrativa é fluida e a trama, que é meio batida tá bem estruturada e fluida.  

    • Drácula
      15 de abril de 2024
      Avatar de Drácula

      Acompanho seu caminhar pelas veredas escuras dos comentários e vejo-o sempre resumir o enredo antes de opinar. Na minha opinião, isso é desnecessário. Mas é apenas minha opinião.
      Agradeço seu comentário e confesso que sinto muitíssimo não atingir seu discernimento com minha narrativa. Mas continuarei tentando encantar a você também nos próximos desafios. Fico descontente quando um leitor não consegue imaginar comigo a estória que narrei.
      Continuarei tentanto. Muito grato pelos comentários.

      • Emanuel Maurin
        17 de abril de 2024
        Avatar de Emanuel Maurin

        Faço um pequeno resumo para meu aprendizado, às vezes acerto, às vezes erro. Eu não sei fazer comentários elaborados com dicas de literatura, como muitos aqui fazem. Mas, o que realmente faço aqui é tentar.

  23. Angelo Rodrigues
    12 de abril de 2024
    Avatar de Angelo Rodrigues

    Olá, Senhor Drácula.
    Conto legal de ler. Está bem escrito e mantém do começo ao fim um ritmo interessante.
    Um conto de vampiros e a luta contra eles. Ulianov e o Conde Tepes.
    O conto toma um curso bastante descritivo, falando da viagem do captor levando sua presa até o conde do mal. 
    O roubo, até onde pude perceber, está apenas em uma frase: “Não costumo ser complacente com quem me rouba… um amor.”. Concordo plenamente. Não se rouba o amor de ninguém, muito menos de um vampiro. Vai dar ruim.
    Bem, é o que temos. Um amor roubado.
    Um texto um pouco estranho quando mostra a saga de uma família, os Ulianov, combatendo o conde vampiro e, após ser morto pela última da raça, ela capitula e bebe o sangue do vampiro, transformando-se, ela própria, no vampiro que combatia. É isso?
    Achei que, por decorrência de não poder escapar da situação em que estava, ela resolveu dominar aquele povo todo tomando para si as competências daquele que foi o algoz de sua família. 
    Um conto rápido, ao estilo vim, vi e venci, quer dizer quase venci, porque me tornei aquele que combatia.
    Fiquei um tanto decepcionado com a garota. Tinha espaço para o conto continuar e ela, com as habilidades típicas dos Ulianov, quebrar a cara daquele povo todo que a cercava, gente do mal, com certeza. Mas isso não veio, e nossa heroica garota virou vampira.
    Notei algumas derrapadas textuais, tais como:
    “…deu dois passos para à direita…”
    “…deu dois passos à direita…”
    Algo que pode ser revisto com facilidade.
    Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.

    • Drácula
      15 de abril de 2024
      Avatar de Drácula

      Como citei acima, a outro colega, caro Angelo, a ideia era Ulianova (o “a” do final, remete à descendência, como em Dracula, que vem a ser Filho do Dragão), tornar-se a Grande Vampira, ao beber o sangue do Conde, infiltrando-se no lado opressor no lugar do maior dos opressores. Como citei para a Regina, acima, estudo revisão de textos e pretendo evitar tais deslizes.
      Muitíssimo grato pelos comentários e confesso que ao chegar ao final dessa lista de comentadores, a vontade de escrever uma continuação faz meu sangue ferver.

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Publicado às 12 de abril de 2024 por em Viagem / Roubo e marcado .