Mexendo a colher na tigela, ele imaginava se a mistura ia prestar. Ao começar o preparo, ainda tinha todos os ingredientes, mas agora a ideia de fazer um bolo parecia completamente absurda. Despejando a massa na forma, suspirou. O que não era absurdo nesses dias, afinal de contas? Ontem, por exemplo, só o que havia restado da velha Ernestina era a marca do traseiro no sofá puído. Hoje, o sofá também havia ido, e sentira-se culpado por lamentar mais perda do móvel do que a da pobre senhora… E se consolou pensando que talvez o bolo que ele colocava pra assar pudesse ser alguma forma de homenagem a ela, uma tentativa débil de aplacar o remorso.
– Problemas – disse Clarice com voz cansada, entrando abruptamente na cozinha e colocando uma caixa de papelão meio desmantelada em cima do balcão. – Isso é tudo o que temos pra beber… – dando uma espiada, ele viu três garrafas de água mineral, duas de suco de uva e uma latinha de cerveja barata. – Leite? – perguntou a garota, indicando a geladeira.
Ele negou com a cabeça, explicando:
– Usei o restinho nessa porcaria de bolo.
Ela apenas deu de ombros, conformada. Os dois sabiam que não havia muito mais a ser dito. Ainda pela manhã haviam conferido a despensa e contado suprimentos para mais duas semanas, pelo menos, e agora mal chegariam ao dia seguinte. Ficaram encarando o forno, desanimados, até que ela quebrou o silêncio novamente:
– Bolo demora… Acha que vai dar pra comer?
– Espero que sim. Fiquei sem fermento enquanto batia a massa, mas, se terminar de assar, pelo menos o gosto deve estar bom.
– Vou deixar todo mundo a postos, então.
Ele ficou escutando enquanto ele voltava para a sala, chamando os nomes um a um. E cada grito de resposta tirava um peso que ele não havia percebido sobre o próprio peito.
Meia hora depois, estavam todos reunidos em volta da pequena mesa redonda, se acomodando como podiam. Agora que Ernestina se fora, Sandro tinha preferência em uma das duas cadeiras disponíveis, já que a perna amputada se tornara um peso morto após a perda da prótese. No outro assento se recostava Laura, acariciando a enorme barriga enquanto seu olhar se perdia na direção das cinco crianças espalhadas pelo chão, entretidas com alguma bobagem qualquer. E ele, fumando ao lado na janela e observando de longe, era capaz de imaginar para onde se conduziam os pensamentos da jovem grávida… Não era uma perspectiva feliz.
Ficaram assim por alguns minutos, até a chegada de Clarice, que trazia as garrafas de suco embaixo do braço e vários copos nas mãos. Sandro se inclinou sobre a mesa para ajudá-la e logo todos bebiam, afoitos, esvaziando os copos rapidamente e repetindo, até esvaziar as garrafas. Mesmo as crianças já haviam aprendido.
Hugo foi o primeiro a terminar e bateu o copo no chão, lambendo os beiços, satisfeito:
– Suco uva! – ele era o menorzinho, devia ter uns três anos, e o pouco que falava ainda saía meio enrolado. Francisca foi a primeira a gargalhar, batendo palmas. Ela era só um pouco mais velha e, na ignorância infantil da situação em que se encontravam, não perdia a oportunidade de exibir o buraco do primeiro dente de leite que caíra recentemente. Amanda, Otávio e Tiago não tardaram a rir também, contagiados pelo jeito animado dos pequenos. E talvez porque tudo parecesse tão natural, tão corriqueiro – reunir crianças sorridentes para tomar suco e comer bolo – eventualmente até os adultos se deixaram levar, arriscando um ou outro sorriso enferrujado.
O momento leve, tão raro nos últimos tempos, foi bruscamente interrompido por um baque metálico vindo da cozinha. As risadas e sorrisos morreram, restando apenas silêncio enquanto todos se entreolhavam, constrangidos. Com pesar, ele apagou o cigarro no batente da janela e se virou na direção do barulho. Só precisou de dois passos para adentrar a cozinha e constatar o que já sabia: ali, no espaço em que segundos antes o bolo estivera assando dentro do forno, havia apenas a forma caída de lado no chão com parte da massa ainda crua escorrendo para fora.
—–
Havia começado devagar. Muito discretamente. Como aquela velha história da árvore que cai no meio da floresta e ninguém escuta. Só que nesse caso não houvera queda, nem som. A árvore simplesmente desaparecera. Depois algumas pedras. Provavelmente alguns animais já tinham ido também. Mas não era só na floresta… Algumas coisas desapareciam debaixo do nariz das pessoas e não eram notadas. Uma caneta na escrivaninha, um pacote de biscoitos, um bloco de pedras no muro da esquina. Algum gato de rua, umas flores no canteiro, até aquele parente distante que de repente ninguém mais tinha notícias e era tomado como um antissocial convicto. Essas eram as coisas para as quais ninguém dava importância, portanto ninguém sabia dizer desde quando elas desapareciam.
Mas em algum momento as ausências passaram a ser percebidas… Coisas que simplesmente deixavam de estar ali. Brinquedos. Dinheiro. Eletrodomésticos. Animais de estimação. Famílias que amanheciam sem metade das roupas nos armários. Indústrias fechando as portas porque ficavam repetidamente sem parte da produção e da matéria-prima. A coisa ficou feia de verdade quando começaram a sumir equipamentos e estruturas inteiras. Regiões alagadas pelo desaparecimento de uma bomba de drenagem, outras sem água pela falta de uma bomba de abastecimento. Apagões gerais porque as companhias elétricas ficavam sem fios, sem postes, sem os servidores de controle da rede. Nesse ponto os governos decretaram estado de alerta e a população tinha que tentar se adaptar como podia ao “novo normal”, onde nenhuma instalação era considerada confiável.
O primeiro veículo em movimento que desapareceu foi um carro popular, deixando uma família de quatro pessoas e duas malas rolando em alta velocidade pelo asfalto. O jornal fez uma reconstituição de como as duas filhas bateram a cabeça, morrendo na hora, e o pai continuava em coma induzido após ter sido atropelado por um caminhão que vinha logo atrás. A mãe não quis dar entrevista. Os próximos a serem noticiados foram um carro esporte no meio de uma corrida, um caminhão de carga levando alguns cavalos de um senador recém eleito e uma balsa de passeio, que deixou um grupo de turistas flutuando no meio de uma lagoa artificial. Depois disso, os sumiços já estavam tão frequentes que não geravam mais audiência pra emissora.
No fim das contas o colapso da sociedade civilizada aconteceu mesmo quando passaram a desaparecer construções inteiras. Edifícios residenciais de muitos andares, cuja estrutura sumia e deixava na calçada uma montanha de móveis quebrados e corpos agonizantes que simplesmente haviam despencado dos pavimentos. Estações subterrâneas que faziam a terra se abrir em enormes crateras pela falta de sustentação. Pontes e ferrovias que jogavam fatalmente os transeuntes desavisados na água, nas rochas ou sobre outras pessoas, multiplicando o tamanho da tragédia.
Houveram tentativas de justificar o caos. Estudos científicos esmiuçando fenômenos e possibilidade nunca antes testados. Parábolas religiosas que revelavam profecias e prometiam milagres de salvação. As teorias mais aceitas diziam que o mundo sempre havia funcionado daquele jeito, apenas proporção em que as coisas desapareciam é que tinha aumentado. E então seguiam milhares de cálculos para desvendar o ritmo de aceleração entre os intervalos e os fatores de multiplicação de massa, e mais um milhão de formas de tentar explicar o inexplicável. Por fim, os registros das pesquisas e conjecturas desapareciam com a mesma velocidade em que eram criados, e ninguém conseguia prosseguir. E a pergunta sem resposta que assombrava a humanidade não era quando havia o começo, mas quando seria o final.
—–
– Quando terminar você me ajuda aqui?
Ele se virou para ver Clarice no tapete, esfregando uma grande mancha escura. Assentiu brevemente e voltou-se para a janela, tragando fundo. O cigarro ia diminuindo aos poucos, dando tempo para que pudesse organizar os pensamentos.
Uma de suas maiores capacidades sempre fora o instinto de sobrevivência. Não apenas físico, mas psicológico. Conseguia compartimentar os sentimentos e suprimir memórias que tinham o potencial de deixar sua saúde mental em frangalhos. Somente assim conseguira passar intacto pela infância difícil após a morte da mãe, sendo categoricamente ignorado pelo tio que lhe levara de herança. Somente assim pudera aguentar anos em um emprego medíocre, sendo humilhado de um lado pelo gerente da loja e do outro pelos clientes que atendia. Somente assim enfrentara a doença da esposa e os surtos de raiva do filho, quando a saudade da mãe fazia o menino destruir tudo o que estava ao seu alcance e depois chorar desconsolado até dormir de exaustão. Somente assim pudera suportar o dia em que saíram para comprar pão, e seu garoto fora eletrocutado na sua frente quando um disjuntor de alta tensão desapareceu, deixando os fios desencapados caindo soltos pela rua. Não lembrava como não tinha morrido também.
Depois disso, ele tinha vagado sem rumo durante algum tempo, tendo realmente mais sorte do que juízo. Não teve coragem de voltar pra casa por alguns dias, e depois não encontrou mais a casa para voltar. Então dormia ao relento e comia o que encontrava pelo caminho. Um tempo depois, a dor já não fincava tão fundo, o tal instinto ia falando mais alto, e ele ia sobrevivendo. Só tinha medo de sumir de repente: se os desaparecidos não fossem para o mesmo lugar que os mortos, jamais voltaria a ver o filho e a esposa.
Algumas semanas depois, ele se deparou com uma jovem andando perdida com três crianças. Clarice era professora, e no último dia em que a escola estivera aberta, ninguém viera buscar Hugo e Francisca. Otávio ela havia encontrado logo depois, sozinho no meio de um supermercado. Não podia abandoná-los. Nesse momento, já haviam mais pessoas andando sozinhas pelas ruas do que famílias reunidas nos acampamentos. As pessoas desapareciam deixando filhos, irmãos, avós. As histórias eram todas parecidas e no fundo não importavam muito.
Na busca por abrigo, acabaram juntando o pequeno grupo. Sandro, que veio num dia de chuva, apoiando a perna ainda com a prótese cuidadosamente depois de perder as muletas. Amanda e Tiago, os gêmeos que chegaram de mãos dadas, sujos e famintos, numa manhã de frio. E a garota gestante, que chegou em silêncio e apenas sentou perto deles durante o jantar, parecendo precisar mais da companhia do que da comida. Eventualmente, acabaram na pequena casa da Dona Ernestina, uma matrona briguenta que só permitiu que ficassem porque não conseguia mais levantar do sofá e precisava de alguém que cozinhasse pra ela depois do sumiço da sobrinha.
Clarice gostava de dizer para as crianças que eles eram como uma família. Mas ele não poderia lidar com outra família sendo tirada dele, então tentava viver sem se apegar. Emoções suprimidas, respostas curtas, fazendo apenas o necessário para garantir a sobrevivência daquelas pessoas desconhecidas que haviam se encontrado por acaso.
Dando mais uma tragada no cigarro, desejou que a fumaça pudesse entrar em sua cabeça e enevoar a nitidez dos pensamentos. A velha capacidade de autopreservação estava falhando. O distanciamento tinha funcionado bem até agora – por mais que desejasse, porém, não podia esquecer do olhar de Laura, dias antes, logo antes de desaparecer.
Eles estavam na sala, decidindo o que precisavam buscar na próxima saída. Já não tinham mais água nem comida, e Tiago estava com um pouco de febre, seria bom conseguir um antitérmico. Ela se preocupava especialmente com as crianças, provavelmente por saber que seria a única oportunidade de direcionar seus cuidados maternais. Prestes a parir, não tinha ilusões sobre a expectativa de vida do bebê que estava em seu ventre – que chances a pobre criança teria numa realidade como essa? Mas nada havia preparado os dois para o que estava prestes a acontecer.
Laura gritou de repente no meio da conversa e ele deu um pulo, assustado. Olhou em volta, procurando algum problema, mas estava tudo quieto, só os dois no cômodo. Ela se dobrou e se apoiou nele, grunhindo e perdendo o equilíbrio com os joelhos visivelmente bambos. Foi então que ele conseguiu ter uma ideia do que se passava: por baixo da saia que ela usava, o sangue jorrava do meio de suas pernas, e a barriga parecia relativamente menor do que há alguns segundos; ainda enorme, mas flácida e vazia. Vazia. Entre todos os cenários que haviam discutido para quando chegasse a hora do parto, aquela nunca havia sido uma possibilidade. Eles imaginavam que a criança precisaria ao menos nascer antes de desaparecer.
Deitando a garota no chão, ele chamou por ajuda. Ela gemia de dor e de desespero, fincando os dedos na barriga mole. O sangue continuava saindo abundante, manchando as roupas e o tapete. Ele não sabia o que fazer. Ficou alguns segundos congelado, tentando imaginar se havia algum jeito de salvá-la. Foi tirado do estupor pela mão gelada que agarrou seu pulso. Os olhos dela giravam nas órbitas e ela repetia um “porfavorporfavorporfavor”, implorando por alguma coisa que ele não podia dar. E aí acabou. Quando Clarice entrou correndo, ele estava sozinho na sala, coberto de sangue com as duas mãos segurando o nada. A primeira coisa que ela fez foi limpar as lágrimas que corriam por seu rosto sem que ele percebesse.
Apagando o cigarro no batente da janela, ele pegou um dos panos de dentro do balde, torceu, e se ajoelhou para ajudar Clarice a limpar a sala. As crianças. Ainda tinham as criança e elas não mereciam ficar sem o tapete da sala.
—–
– Que espécie de nome é Lírio? – enroscado em uma coberta rasgada, Tiago falava com dificuldade de tanto que batia os dentes.
– É o nome de flor. Bom, era. Acho que agora não sobrou mais nenhuma. Você nunca tinha ouvido nelas? – ele tentava manter a conversa fluindo. Se o menino parasse de falar, provavelmente voltaria a alucinar de febre, e os gritos que dava chamando pela irã perdida eram insuportáveis no silêncio que reinava em volta.
– Nunca prestei atenção em flores. Mas o nome é bonito, combina com você.
Sentados num pedaço de terra onde antes havia um banco de praça, só havia restado os dois. Até onde a vista alcançava, era um descampado sem fim. Sem árvores, sem prédios, sem pedras, sem estradas. Terra nua e algumas lajotas perdidas aqui e ali, uns arbustos e alguns blocos de cordão de calçada. A febre de Tiago nunca havia passado, e agora já não havia remédios, nem água, nem comida, nem motivos para curá-la. Em breve já não haveria nada. Lírio se perguntou se o chão desapareceria antes deles e eles seriam jogados num núcleo de lava, ou no fundo do oceano, ou em qualquer coisa que houvesse por baixo.
– Achei que era um meteoro, sabe. Nos filmes era sempre um meteoro que explodia tudo e os cientista faziam de tudo pra salvar a gente… – Tiago teve que parar para tossir, mas logo emendou em um monólogo sem sentido sobre os cientistas meteoros. O menino também parecia achar o silêncio assustador.
Vendo que a conversa ia longe sozinha, Lírio tirou o último cigarro do bolso, vendo algumas lajotas desaparecem ao lado. Não tinha mais fósforo nem isqueiro, então apenas rodou o objeto entre os dedos e depois colocou na boca, por hábito. Ele concordava com Tiago, em parte: muitas histórias tinham descrito pragas arrasadoras, explosões apocalípticas ou invasões alienígenas, prevendo o fim do mundo em fogo, sangue e gritos de agonia. Quem imaginaria que tudo ia acabar em nada. Vazio e silêncio. A simples ausência de tudo. Ele riu da ironia. Podia ter tido tantos finais mais interessantes. E assim, o desespero provavelmente era o mesmo. Chegar ao final sem nenhum alento, somente ele e o menino febril.
Percebeu que Tiago agora apenas gemia, incompreensível. Fez uma nova tentativa:
– Lírio era um dos símbolos da paz. Acho que a minha mãe queria que eu tivesse uma via tranquila. Acho que deu certo, até certo ponto… Pelo menos evitou o meteoro, né? – era uma besteira, o garoto nem teria muito o que responder. Olhou ao longe, tentando fingir que tragava o cigarro apagado enquanto pensava em algo mais interessante para dizer.
– Acho que eu queria ter tido um nome assim… Tiago significa
Ele não precisou olhar para o lado para saber que por fim estava completamente sozinho. Se consolou com o pensamento de que o garoto não tinha ficado por último. Teria sido cruel. Em volta, não havia mais nada. No céu, nenhuma nuvem. Naquele mundo vazio, ele se permitiu finalmente pensar nas lembranças que tinha. Fechou os olhos e lembrou da mãe, do filho, da esposa. Lembrou de Clarice, Laura, Sandro, de Amanda e Tiago, de Otávio, Hugo e Francisca. Lembrou até da velha Ernestina, que tinha reclamado de tudo até o fim. Pensou no bolo que nunca assou e em tantas histórias que não terminaram. De repente se deu conta que havia muito mais dentro da própria cabeça do que no lado de fora. Sentiu o chão sumindo debaixo de si, mas não quis abrir os olhos.
E desapareceu que Lírio era mesmo um bom nome.
Oiii . Abaixo falarei um pouco mais dos seguintes elementos do texto:
Ambientação: A história é ambientada em um mundo assustador em que as coisas, pessoas e até prédios completos somem do nada.
Enredo: O enredo acompanha Lírio, um homem que tenta sobreviver nesse mundo em que tudo parece sumir. Ele encontra outras pessoas que também estão tentando sobreviver e eles são como se fossem uma família, apesar dele ter medo de se apegar devido ao fato dele ter perdido a família dele. No final resta somente ele e um menininho. O garoto some e no final ele mesmo desaparece no que parece ter sido o fim daquele mundo.
Escrita: A escrita é boa.
Considerações gerais: Um conto criativo que apresenta um fim de mundo diferente e igualmente assustador.
Boa sorte no desafio!
Ambientação: boa, construída aos poucos. Comecei achando que era um mundo pós-apocalítico e fui me surpreendendo com o descrever.
Enredo: bom, mas algumas personagens estão sobrando, o que torna a história um pouco confusa. Mas a ideia é excelente, um mundo desaparecendo sem explicação aos poucos.
Escrita: acho que em alguns pontos faltaram palavras. A escrita é simples e direta, acho que ajuda a dar o tom melancólico do conto.
Considerações gerais: gostei da ideia de fim de mundo e do desenrolar da história. Me prendeu.
Ambientação: Muito boa. A princípio é apenas o nosso mundo, com coisas e pessoas sumindo. Mas a ambientação vai sendo construída ao longo do texto, com as consequências desses desaparecimentos. Algumas passagens são particularmente inspiradas e visuais, como a do prédio que some e deixa móveis e pessoas em queda livre e a do carro que some em movimento. Um ponto alto do conto.
Enredo: Bom, mas se perde um pouco com o excesso de personagens. Apenas Lírio tem uma construção mais aprofundada, os outros estão ali apenas para cumprir função. Entendo a ideia de formar um grupo, mas talvez funcionasse melhor com menos personagens e uma maior construção para cada um deles. A trama segue uma estrutura linear, sem grandes surpresas, mas conta a história de forma segura e competente. O final apela para o emocional, mas o faz sem cair na pieguice. Não brilha tanto quanto a ambientação, mas é um bom enredo.
Escrita: De forma geral, é uma boa escrita, mas deixou passar muitos erros de revisão. Palavras sobrando ou faltando, erros de digitação, coisas assim. Faltou um maior zelo com o texto. A insistência em se referir ao protagonista apenas como “ele” gerou alguns momentos confusos no início, com o pronome não parecendo se referir a ninguém.
Considerações gerais: é um bom conto, inventivo e bastante visual. Carece de uma revisão mais acurada e um maior aprofundamento dos personagens, mas fica acima da média.
Desejo sorte no desafio.
Abraço.
Caramba, esse continho me conquistou. A ideia é excelente, gosto muito desse tipo de viagem, inclusive, já escrevi um conto semelhante, onde as coisas iam sumindo, sem aviso, até revelar que o protagonista estava dentro de um jogo sendo formatado. Era uma IA.
AMBIENTAÇÃO
Excelente.
O melhor do desafio até o momento, pra mim. Cada detalhe, cada cena apresentada, consegui imaginar. E como gosto dessa situação sombria, conquistou-me fácil.
Adorei a cena final, da solidão apresentada, não apenas na narrativa, mas também com toda a situação, fazendo uma bela alegoria. E também gostei da parte que mostra o prédio sumindo. Sinistro, pesado e real.
ENREDO
Razoável.
O protagonista foi bem desenvolvido e uma boa escolha para o cenário. O medo de se envolver para não sofrer é comum nesse tipo de história, mas certeiro. Achei a morte do filho dramática demais, algo mais sutil já funcionaria, mas é apenas um ponto de vista. O conto segue um ritmo sombrio e solitário, então o tom lento ficou bem encaixado.
O que me confundiu um pouco, sendo sincero, foi a quantidade de personagens. Não precisava disso, duas crianças fariam o mesmo papel: dar esperança, alegrar o ambiente. No final, quando você menciona o Thiago, tive que retornar pra lembrar quem era, por exemplo. Costumo encarar isso como uma falha.
Outro ponto que me incomodou foi o salto abrupto entre a cena do sumiço de Laura para a parte final. Poderia descrever o sumiço de todos os personagens, num só parágrafo, pra situar o leitor melhor.
ESCRITA
Mais ou menos.
Você escreve bem, Maroll. A narrativa é boa, quase natural e sem exageros. Diálogos razoáveis. Construções de imagens legais. O problema está nos detalhes. Muitos erros de digitação, concordância, etc.
Preste mais atenção na hora da revisão e lapidação do conto, pois você aparenta ter propriedade pra entregar algo bem revisado. É até uma desfeita com o leitor.
Agora, uma coisa que me incomodou, um pouco, foi na forma como você decidiu revelar o mundo. Você simplesmente nos conta, tudo, sem deixar que as imagens apareçam de forma natural. Poderia revelar muitas coisas com uma cena do passado de Lírio, por exemplo. Imagina contar a morte do filho, mostrando o prédio sumindo um pouco antes, para então o filho morrer ou desaparecer. Não iria sair do que você já apresentou e seria uma apresentação mais natural para o leitor. Ele poderia situar muito bem o que estava acontecendo com o mundo.
É apenas uma sugestão. Pesquisa sobre a técnica “mostra x contar”. Estude-a. Vale a pena.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Apesar da fraqueza na escrita, continua sendo um dos meus contos favoritos. Com certeza vai estar no meu top 10. Deu sorte, costumo perdoar erros na escrita, que julgo como obstáculos mais fáceis de superar, e valorizo a criatividade e poder de escrita, Você está num bom caminho, agora se preocupa em melhorar a parte técnica da sua escrita.
Parabéns!
Olá caro autor ou autora.
Ambientação: É bem eficaz no que se propõe (nesse cotidiano sombrio da história) bem construído e mais próximo da “realidade” com pé no chão.
Enredo: Uma história interessante. Por mais que a ideia base de “deixados para trás” não seja nova aqui se sobressaiu bem. Além da boa construção de personagens com certo carisma e profundidade. Um ponto bem positivo.
Escrita: É arrastada e o conto e longo, o que torna a leitura um tanto sofrível. Além disso é necessária uma revisão aqui.
Considerações gerais: Eu gostei da construção, porém me frustrei um pouco dado o volume e a velocidade do texto, no entanto a história e os personagens se sobressaem, tudo coberto de um tom sombrio típico de pré-fim-do-mundo.
Parabéns pelo trabalho e sorte aqui.
AMBIENTAÇÃO: cenário insólito, original, partindo para o realismo fantástico, eu diria. Um fim de mundo que acontece aos poucos, com desaparecimentos misteriosos.
ENREDO: gostei muito como você conseguiu introduzir o mistério dos desaparecimentos de modo gradual, sem a necessidade de um preâmbulo explicatório ou uma pausa para explicação.
ESCRITA: bem conduzida, sem erros, fluida, com um tom melancólico perpassando de início ao final.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: achei uma proposta bastante original e bem conduzida.
Ambientação: Outro com pegada do seriado The Leftovers, mas esse me agradou em cheio. Uma história cotidiana bem construída, atmosfera intimista e um fim como apenas o pano de fundo.
Enredo: Confesso que, ali no meio, achei que o texto iria descambar para algum terror barato, mas o autor(a) soube manter a sensibilidade, mesmo diante à uma cena tão chocante. O final foi melancólico e sublime. Textos tristes me atraem.
Escrita: Simples, com alguns floreios aqui e ali e apenas um errinho bobo (irã em vez de irmã), perdoável. Cativa pela forma como as palavras fluem.
Considerações gerais: Conseguiu ganhar minha atenção. O tema está bem presente, apesar de não existir explicação lógica (volto ao seriado como referência). Pode ter sido alguma experiência de outro universo, ou simplesmente o fim de tudo mesmo. Excelente. Esse texto tem cara de Cláudia ou Bia.
(Obs. essencial.: não leio os outros comentários antes de comentar).
Ambientação: o mundo é construído a partir das coisas que somem e dos sentimentos que tentam seguir em frente, muito bom.
Enredo: uma boa idéia o desaparecer do planeta por completo.
Escrita: fluida, direta e concisa, muito boa
Considerações gerais: um dos melhores do certame
Ambientação: há um clima bastante sentimental no conto e isso é passado tanto pelos personagens quanto pelo fenômeno do desaparecimento de coisas aleatórias (até mais misterioso que o desaparecimento do padre baloeiro em 2008). É uma abordagem interessante para o fim do mundo!
Escrita: uma escrita bem desenvolvida, mas meter uma frase dessas “Mas nada havia preparado os dois para o que estava prestes a acontecer” acaba com a seriedade de qualquer história ahuaheua só faltou falar “não perca o próximo episódio”. Os erros de digitação eu nem levarei em consideração, pois não atrapalharam em nada nesse sentido.
Enredo: me lembrou o tipo de condução dos filmes originais da netflix, vc sabe que tem um material ali de ficção científica, mas indiferente da premissa, tudo é apostado no drama vivido pelos personagens, deixando de lado outras perspectivas do fato fantástico do conto. Pelo menos o final conseguiu associar bem as duas coisas.
Considerações gerais: dramaticidade dos fatos bem desenvolvida, mas o texto não me despertou qualquer outro sentimento, que não um lamento pelo protagonista ficar sozinho. Sua história pessoal não me comoveu e tudo nesse conto some, menos o seu cigarro. A exceção de Tiago, cheguei ao fim do conto sem sequer lembrar quais os nomes das outras crianças e em que número eram, pois percebi que não sabia nada da vida deles. Eu gosto quando a causa de um fenômeno não é explicada, queria ter sabido de mais mistérios a cerca do fenômeno.
Ambientação: Nosso mundo, assolado pelo desaparecimento repentino de coisas e pessoas. As situações aleatórias, são impactantes e mostra um fenômeno inexplicável e que atropela qualquer sentido. A lá Kafka, as coisas não tem motivo. Apenas são.
Enredo: Apenas um homem aguardando tudo desaparecer. Simbolo da falta de esperança. A cena do bebe sumindo da barriga da mãe, apenas reforça isso, de forma mais chocante. O final foi condizente até o final com o bizarro da situação.
Escrita: Simples. Trabalha com a ironia e depois vai se mostrando cruel até o final patético. Gostei dos tons variados, pois o absurdo permeia tudo no fim das contas.
Considerações gerais: Se houvesse uma explicação para tudo, teria ficado decepcionado. O tom de desesperança, absurdo e do fim inevitável não foi surpreendente mas plenamente satisfatório na intenção de não satisfazer. Gostei muito da premissa e de como trabalhou com ela. Parabéns.
AMBIENTAÇÃO
Nosso mundo, em um futuro aparentemente próximo. Um fim de mundo desolador, situação bem descrita.
ENREDO
Simples e bem impactante. Um fim de mundo sem explicações, fantástico e cruelmente próximo da experiência que estamos vivendo na pandemia.
ESCRITA
Seria perfeita se o autor não tivesse descuidado da revisão. A última frase do texto, inclusive, parece ter sofrido com isso.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
História desenvolvida com muita habilidade. Gosto da introdução e de como o “apocalipse do desaparecimento” é descrito em seguida. A narrativa é desenvolvida de forma fluida, sem toneladas de informações. Mostra um autor experiente. Também achei muito inteligente optar por um “fim de mundo” sem explicação. Um caminho interessante para abordar simbolicamente o tema. Afinal, não é a forma do apocalipse que importa, mas o que podemos tirar dele.
Ambientação:
Muito boa, retrata de forma clara um mundo cheio de incertezas, onde qualquer coisa e qualquer um pode sumir sem mais nem menos. Gostei de como o cenário vai sendo construído aos poucos, aumentando a sensação de assombro com esse mundo.
Enredo:
O conto mais assustador até agora. Esta premissa é realmente aterrorizante e a cena de Laura, a mais aterrorizante de todas. Não, pensando melhor, o final, quando só resta Lírio foi mais terrível. Personagens interessantes, muito fácil de se identificar.
Escrita:
Excelente. Vai criando uma tensão crescente, dando mais detalhes gradativamente e conduzindo o leitor o tempo todo.
Considerações gerais:
Um dos meus favoritos até agora. Uma ótima premissa, uma ótima história, conduzida com muita competência.
AMBIENTAÇÃO: O mundo vai acabando aos poucos. Coisas, pessoas e lugares somem repentinamente.
ENREDO: Descrição do fim do mundo de forma assustadoramente silenciosa. Gradualmente tudo some, sem explicação. Ideia diferente do que vem sendo abordado. Nada acontece. Li o conto achando que haveria algo que explicaria o fenômeno do desaparecimento das coisas em algum momento, mas ele termina da mesma forma que começou e se desenvolveu: com tudo sumindo e pronto. Criativo e provocativo!
ESCRITA: Precisa de revisão. O plural do verbo haver também me incomodou.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Gostaria que o conto abordasse de alguma forma reflexões sobre a efemeridade porque as brechas para esse tema permeiam toda a história, mas o autor optou pelo “niilismo” mesmo, rs, que se encaixou muito bem também!
Ambientação:
Um bom conto, que não tenta cair no erro de explicar o inexplicável. Vivemos o fim do mundo na primeira pessoa da última pessoa viva.
Enredo:
Excelente. Pausado. Sem explicações desnecessárias.
Escrita:
O texto está bem escrito, mas carece de uma revisão profunda. Aqui e ali são notadas letras e palavras que desaparecem. Não sei se isso não é propositado, com o fim do autor manter a coerência com o sentido do texto.
Considerações gerais:
Um bom conto, que merece uma revisão mais apurada.
Ambientação : em um mundo onde as coisas vão sumindo ao acaso, sem aviso prévio nem nada.
Erendo : As coisas só vão sumindo, você nunca sabe quando é seu último dia, não dá nem para ter uma civilização num mundo assim, ele perdeu tudo sua casa família e teve que se adaptar com uma nova família que acabou perdendo a mesma também e só lhe restaram lembranças deles.
Escrita : Simples e clara, houveram poucos erros.
Considerações : em algumas partes se prestasse bastante atenção teria me perdido, do jeito que as coisas vão acontecendo, o tempo em que as coisas foram acontecendo.
AMBIENTAÇÃO –
Um Gênesis às avessas: o vazio precede a criação do universo; no conto, o mundo acaba no caos. Um fim-de-mundo melancólico e triste bem caracterizado com o sumiço paulatino de cada elemento que o constituía.
ENREDO –
As desventuras de cada personagem, um grupo de pessoas que se reúne, depois de suas perdas, para enfrentar o apocalipse.
O texto se alongou devido ao número de personagens.
ESCRITA –
O(a) autor(a) tem muito talento com as palavras. É um texto cheio de emoção, com construções muito bonitas e uma ótima apresentação psicológica. Mesmo a trama sendo simples, a voz dos personagens ganha destaque e é possível sentir toda a angústia através das ações e das memórias construídas.
Minha dica é apenas para a revisão do texto; o plural do verbo haver incomodou (Houveram tentativas, haviam mais pessoas)
CONSIDERAÇÕES GERAIS:
O texto é bem estruturado, possui início, meio e fim, desperta a curiosidade do leitor. A narrativa é desenvolvida com coerência e parece que se encaixa no realismo fantástico, o gênero em que elementos da realidade e da fantasia se misturam, gerando um todo harmônico. Esta deformação da realidade gerou estranheza e um clima de mistério. Muito criativo e original. Gostei muito.
Parabéns e boa sorte! Abraço.
Ambientação: extremamente bem feita, criou uma tensão muito incrível do início ao fim
Enredo: a história é muito linda, não estou falando que é tocante, mas que foi bem feita e desenvolvida. As explicações sobre o passado de nosso protagonista foram ótimas e ajudaram a criar uma imagem bem calar dele
Escrita: Maravilhosa, que prende do início ao fim
Considerações gerais: foi um ótimo conto(sem dúvida digno de um top 5).
Ambientação: Bem descrita, um mundo onde as coisas iam sumindo ao acaso.
Erendo : Ele perdeu tudo casa, família, ficou vagando até encontrar uma nova família e um novo lar, onde poderia ficar e em troca teria que cuidar da dona da casa, ele não teve nem como fumar o seu último cigarro, todos já haviam partido e ele ficou por último, o que lhe restará era suas lembranças com a sua família.
Escrita : Boa, me senti nesse mundo vendo as coisas que eu mais gosto sumindo, meu jardim preferido, meu bar entre outros. E eu ficado puto da vida.
Considerações : Foi simples de ler me prendi do começo ao fim.
Ambientação: Boa até demais. Permite acontecer bastante coisa tanto no conto quanto antes do “tempo do conto”.
Enredo: Fantástico, e o mundo realmente acaba, o que é uma raridade por aqui.
Escrita: Não vi os erros que os outros estão apontando mas talvez seja porque também sou fraco nisso.
Considerações gerais: O mundo acaba sem que ninguém pudesse fazer nada contra isso em momento algum, tornando esse um dos contos mais pesados aqui de uma cera forma.
AMBIENTAÇÃO: Bastante inventiva e surpreendentemente aterradora. Dos fins de mundos apresentados, foi o que mais me assustou, provavelmente devido à sua natureza inusitada.
ENREDO: Este já é mais típico, tratando-se de um grupo de sobreviventes lutando contra a maré de um mundo que desaparece e com os poucos mantimentos que os mantém. Achei bem equilibrado ter dedicado um parágrafo ao passado do personagem, de modo a não só explicar sua personalidade estoica, mas também fazendo perceber como ele assimilava tudo que vinha lhe acontecendo. Não escreveu demais ou de menos para caracterizá-lo, foi na medida certa. Da mesma forma, gostei que tenha explicado como o grupo se montou, mas deixado implícito como o sumiço pegou um a um, inclusive o bebê da pobre Laura, em um dos momentos mais brutais da leitura. Ter apresentado o personagem anteriormente serviu muito para dar impacto ao final, pois nele sobra apenas o protagonista e os seus pensamentos. É por conhece-lo que sentimos pelo seu final.
ESCRITA: Perfeitamente equilibrada, alguns poucos erros de revisão, sabendo separar o passado do presente e mantendo viva a sensação de tragédia iminente.
CONSIDERAÇÕES GERAIS: Com uma premissa simples, acabou entregando um dos fins de mundo mais criativos, em pouco tempo conseguindo consolidar um personagem duro, mas cativante, cujo grupo também acaba nos importando apesar da improbabilidade de sua sobrevivência.
Ambientação= Bem construída, como um filme da criação do mundo de trás pra frente.
Enredo= Diferente, Pessoas e coisas vão desaparecendo aos poucos até não restar mais nada.
Escrita= Muito boa, frases bem construídas, descrições perfeitas.
Considerações Gerais= A história é boa e ao mesmo tempo meio que fora de lógica. Mas o impacto que ela causa cala qualquer dúvida. Não há o que discutir. Toda pergunta é inútil. Alguém pode reclamar que há personagens demais, mas para mim, sem eles algumas coisas não poderiam serem ditas. Acho que eles foram necessários para mostrar o que estava acontecendo. O conto é assim e pronto! Fim. Boa sorte.
Ambientação: gostei, você descreve bem o que anda acontecendo, o fato dos desaparecimentos, a partir deste explicação o mundo do conto fica muito mais claro
Enredo: Interessante, achei a ideia original.
Escrita: Muito boa
Considerações gerais: Eu gostei, apesar de que demorei um pouco pra entender as personagens, mas depois que entendi me apeguei a elas. O final é bem impactante
Ambientação: Muito bacana pela premissa proposta pelo conto. Há um desentendimento inicial com a situação, mas o absurdo dos desaparecimentos é bem desenvolvido conforme o avançar da trama.
Enredo: Apesar do cenário absurdo, um conto pé no chão, cujo roteiro não se perde quando faz o flashback necessário para contextualizar a situação atual do protagonista e das demais pessoas que o acompanham. Há gestos, ações, características muito próprias para cada um dos humanos que povoam essa ficção. Um fuma, a outra está grávida, as crianças são banguelas, animadas, há a senhora rabugenta, o amputado, enfim, uma série de personagens humanas e únicas que dão dinâmica para a trama simples. Sentimos a ausência de todas elas, assim como o protagonista.
Escrita: Direta, muitas virgulas e frases curtas para criar a ideia de ação, principalmente quando explica a morte do filho e o bebê que desaparece na barriga da Laura (um dos pontos mais fortes do conto, que trás mais seriedade para o tom, até então, mais para o cômico ou de humor-negro). Há um ou outro erro de revisão que poderiam ser evitados.
Considerações Gerais: Seguro do que queria e como queria contar, você trouxe um conto breve, firme, que pouco titubeia. A premissa é simples, mas bem explorada, com um final bastante reflexivo.
Parabéns e boa sorte!
Ambientação: A ambientação é suficiente: o autor quis representar o desaparecimento gradual do cotidiano. Bem, isso está no conto. Não sei precisar se o que há no texto é bastante para adequá-lo à literatura de gênero (o que não chega a ser um problema pra mim, já que não sou mesmo um fã dessa literatura).
Enredo: O enredo possui méritos. Inclusive, o desaparecimento súbito de objetos esteve representado na obra do único Nobel de literatura na língua portuguesa: conto “Coisas”, do José Saramago, presente na coletânea “Objeto-quase”. Saramago também descreve o desaparecimento de um prédio: “desapareceu um prédio inteiro, e as pessoas que lá viviam foram encontradas todas mortas, sobre a terra. Completamente nuas. Nem anéis tinham.”
Escrita: É o ponto fraco do conto, pois o autor foi descuidado na revisão.
Considerações gerais: O conto possui méritos, mas o autor cometeu o erro de negligenciar a revisão – foi o que fez o texto perder pontos. É um nota 9,6.
Ambientação: A ideia é bem original
Enredo: O clima muda muito rápido. Não dá tempo de entender direito o que você tá lendo e alguns desenvolvimentos são nulos para a história.
escrita: É um pouco arrastada.
Considerações gerais: olha… 6,0/10,0
Alias, as crianças…personagens demais sem a necessidade.