Acordou melancólico naquela manhã. Antes mesmo de seu desjejum, seguiu para o porão, que, antigamente, era usado como laboratório. Atrás de algumas caixas antigas, encontrou a carcaça do berço que tinha construído algumas décadas antes para seu filho.
Embora seja estudado até os dias de hoje na academia de ciências, como modelo de cápsula de ensino dinâmico infantil, este projeto não lhe traz boas lembranças, mas achou ser aquele o dia perfeito para revisitar suas emoções, daquele período conturbado.
A razão de trazer a tona essas recordações era a despedida de seu filho do convívio do seio familiar. Kal-El, estava prestes a iniciar sua vida, sozinho, num planeta distante. Longe da vista de seus pais.
Devido à longa viagem, a nave, comportava apenas os itens necessários para o sucesso da empreitada. Alheio à questão de espaço, Jor-El optou por incluir no HD da espaçonave, que serviria como guia de seu filho em relação ao equipamento e à vida dali para frente, uma série de lembranças e ensinamentos de pai para filho.
Provavelmente, aqueles dados seriam a única prova da existência de seus pais no futuro de seu filho. Um meio de regresso emocional a Krypton e à família, sempre que precisasse. Isto, o fez reviver o passado.
Há décadas, passou por uma situação semelhante àquela, mas conseguiu contornar a situação diante dos problemas. Embora não houvesse a urgência de outrora, seria uma despedida difícil.
Sua esposa Lara desceu ao local para lhe chamar, mas fitou calada aquela cena. Ela tinha sido coautora daquele projeto, que fora a única chance de salvação de seu filho à época. Abraçou seu marido com força, ao recordar que aquela separação poderia ter ocorrido muitos anos antes.
Kal-El daria por falta de seus pais a qualquer instante, mas decidiram continuar remexendo nas caixas empoeiradas. Encontraram a placa que Jor-El recebeu como salvador de Krypton, pelos esforços dedicados a eventos passados.
Aquela reverência a ele foi, na verdade, um pedido formal de desculpas do povo pela salvação do planeta.
Alguns anos antes, através de seus métodos científicos avançados, Jor-El foi capaz de descobrir que o planeta estava doente, podendo se deteriorar se nada fosse feito. Mesmo sendo extremamente respeitado pelo corpo científico, seus colegas e conterrâneos desdenharam de suas previsões.
A única saída encontrada por eles, à época, foi construir a nave de fuga para seu filho rumo a um planeta distante, onde pudesse ter chance de uma vida plena. Acoplaram a cápsula de ensino infantil e diversas tecnologias de seu planeta natal, que garantiriam a seu filho sobreviver sem eles. Mesmo assim, não havia garantias. Era contar com a sorte.
Não entendiam como uma sociedade avançada, como a Kyptoniana, era capaz de tamanho negacionismo ao fechar os olhos para as mazelas que estavam destruindo o planeta. Negavam-se a mudar seus hábitos e estilo de vida para dar uma oportunidade de o planeta se curar e poder manter a segurança e o bem estar de todos.
Lara lembrou-se com tristeza do período em que seu marido foi preso, por tentar persuadir as pessoas de que, se não houvesse mudança em seu modo de vida, todos iriam morrer. Foi exatamente nessa época que pensaram em exilar seu filho, para salvá-lo.
O conselho que governava Krypton era formado por pessoas que abnegavam as descobertas da ciência, sempre que elas ferissem sua popularidade. Incapazes de tomar medidas severas na tentativa de salvar milhões. Era mais simples não enxergar aquilo como um problema, diminuir os feitos científicos e creditar à fé a salvação de todos.
Visivelmente emocionada com as lembranças, Jor-El a tomou nos braços mais uma vez.
Kal-El, enfim, foi procurar os pais no antigo laboratório. Estava muito feliz com a viagem, porém descontente por seus pais estarem tristes com sua partida. Já era um homem para a sociedade, o que o capacitava para aquela viagem, considerada um ritual de passagem para a vida adulta, na sociedade kyptoniana.
A jornada consistia na escolha de um planeta, fora de sua galáxia, para explorar durante alguns ciclos translativos. Entretanto, devido à distância do astro escolhido, seu possível retorno para casa ocorreria, no mínimo, dali a vinte anos. Assim, havia um receio natural na despedida.
Repensou algumas vezes a escolha do destino para algum mais próximo, o que tornaria maiores as chances de um reencontro, mas seu pai nunca concordava com essa hipótese, pois um Kryptoniano deve assumir suas responsabilidades. Não sabia se concordava com isso, mas aceitara aquelas palavras como um voto de confiança pela pessoa que tinha se tornado.
Na chegada ao porão, observou de longe a cena de seus pais se abraçando. Não quis interromper o momento, pois se sentia culpado. Mas estava surpreso. Não se lembrava de ter visto seu pai demonstrando muitas emoções durante sua vida. Jor-El sempre tinha sido um cientista e, como tal, era frio e discreto no trato com as pessoas, permitindo-se apenas uma ou outra forma de carinho com seu filho.
Por fim, cedeu à emoção e abraçou seus pais. Durante alguns minutos, eram como um só.
Ao se levantar, o pai deu ao filho aquela placa para que ele se lembrasse daquele momento íntimo. O rapaz aceitou o presente, mas imaginava que aquela placa tinha um significado oculto.
Kal-El já tinha aprendido na escola ou em eventos formais sobre como seu pai era tido como o salvador do planeta, mas nunca tinha escutado de seus pais os fatos que antecederam àquele momento.
Jor-El, então, decidiu lhe explicar o contexto da época em relação à população, ao governo e sobre a doença do planeta. O filho percebeu que mesmo diante de tantas explanações técnicas sobre os eventos, havia uma forte carga emocional pesando sobre aqueles acontecimentos.
Alarmou-se ao saber da prisão de seu pai e, ainda mais, quando contaram a ele que a cápsula de ensino dinâmico infantil era, na verdade, o berço de fuga projetado por eles, para que ele pudesse se salvar. Tinha muitas perguntas, mas ouvia atento, para não perder nenhum detalhe daquela história.
– Após a soltura de seu pai, completou Lara, a nave foi construída e o mesmo HD, que hoje equipa a sua nave, levava o nosso amor por você, meu filho. Fizemos os cálculos necessários para sua viagem só de ida para um planeta onde você tivesse chance de seguir sua vida.
Observou seus pais emotivos com a recordação, mas antes que pudesse perguntar algo, foi interrompido por Jor-El afirmando que antes do lançamento de sua nave, eles tentaram mais uma vez salvar a vida do planeta.
Assim, munidos de todas as pesquisas e documentos que comprovavam a doença do planeta, bem como a única solução que eles haviam encontrado, foram ao encontro de Zor-El, seu tio, que trabalhava na rede de comunicação intraplanetária.
Ele acreditara, desde o início, no resultado de nossas pesquisas e nos confessou ter um plano de tentar expor aquela situação em rede mundial. Se tivessem sucesso, não haveria mais dúvida sobre o fim do planeta estar próximo. O conselho não poderia mais omitir a verdade. O poder de decisão retornaria às mãos dos cidadãos para escolherem seu futuro.
O plano, além de perigoso, não tinha nenhuma garantia de sucesso, pois a população poderia continuar inerte, deixando o planeta morrer, mas era a única chance que lhes restavam.
Zor-El aproveitou seu cargo na área de comunicação para produzir um programa voltado para o problema que Krypton enfrentava. Obteve resultados de sondas e outros métodos científicos para comprovar as alegações. No ápice daquele programa, Jor-El seria entrevistado ao vivo para poder expor a situação.
Embora as gravações do programa tenham ocorrido durante a madrugada, com pouca equipe técnica e sigilo absoluto, a informação vazou aos altos postos do conselho, que, por sua vez, decidiu mandar um emissário para prender os envolvidos no dia da apresentação da entrevista, nos estúdios da rede.
Prevendo futuras consequências, Lara se trancou no laboratório com o bebê, com o intuito de lançamento da nave com a criança a bordo para fora do planeta, caso o resultado não fosse alcançado. Era um plano alternativo, caso fossem decretadas suas prisões, por traição.
O conselho acreditou que a simples ameaça de prisão seria suficiente para interromper aquele programa. Afinal, eram apenas cientistas e jornalistas. Assim, não mandou mais que dois soldados acompanharem o emissário. Se o professor Jor-El entrasse em cena, toda a família seria presa e seu filho seria mandado para um orfanato.
Lara e Jor-El se despediram uma última vez, ao telefone, antes da avassaladora entrevista que o cientista proferiu. Como anunciado, os soldados o prenderam, ao vivo, durante a transmissão. Porém, o próprio governo não previu as consequências daquele programa. Instantaneamente, a população de Krypton foi às ruas, protestando pela soltura do cientista e por mudanças.
Diante da pronta reação popular, Lara decidiu aguardar um pouco mais antes de mandar seu filho rumo ao desconhecido.
Após uma semana de manifestações populares, o conselho não teve outra saída senão convocar novas eleições, que culminaram em uma formação mais equilibrada e coerente do conselho, que, até hoje, mantém a segurança de Krypton.
Em liberdade, Jor-El foi condecorado com a placa comemorativa de salvador do planeta, sendo constantemente indagado sobre sua participação no conselho. Entretanto, sempre declinou, por ser apenas um estudioso da ciência.
Ainda perplexo, após ouvir todo aquele relato sobre sua família, percebeu que faltavam apenas algumas horas para sua partida rumo ao corpo celeste selecionado.
Antes de partir, seu pai lhe confidenciou que, coincidentemente, o planeta escolhido pelo filho para exploração era o mesmo que sua mãe e ele tinham definido para mandá-lo no passado.
Pelo que seu pai lhe falou, aquele planeta teria muita sorte de ter alguém com as suas qualidades, junto a seu povo. Mas fez questão de frisar sobre a sua capacidade super-humana naquele lugar, devido aos raios que emanavam do sol amarelo:
– Esta capacidade não pode sobrepujar a pessoa que você é! Lembre-se disso, falou o pai.
Despediu-se de seus pais com um forte abraço. Guardou o presente que o pai lhe pediu para levar, mas antes de entrar na nave, perguntou:
– Mas pai, por que você quer que eu leve essa placa na minha viagem?
– Para que você se lembre de que para ser herói não é preciso ter superpoderes, mas sim, a coragem de fazer a coisa certa!
Conto vencedor do Prêmio Planeta Diário, por Clark Kent.
Ao notar o desequilíbrio do planeta Jor-el e sua esposa planejam o envio do filho a um planeta distante onde ele possa ter alguma chance de sobreviver, porém após a repercussão de um programa para revelar os fatos científicos sobre a situação do problema o envio da criança é adiado e somente ocorre quando já adulto. Os fatos são revelados e Kal-el e ele se prepara para sua jornada levando consigo uma memória de seus pais para que nunca se esqueça de quem ele realmente é.
A retrospectiva foi um pouco exagerada aqui. ficou muito confuso a passagem de tempo entre o que era passado e o que era presente. assim como os acontecimentos do passados também estarem um pouco embolados. a ideia é boa, é interessante saber o que houve no passado e toda a história de um herói, mas pecou em organizar os fatos.
Marcelo Milani – Avaliação
O conto narra o momento final de Krypton e o desafio de salvar Kar-El da tragédia pelos seus pais.
O conto narra os momentos finais de Crypton e tem como personagem principal o pai do Superman. A extinção de um planeta todo com certeza é um achado para a escrita. Muita coisa acontece ao mesmo tempo.
Apesar da narrativa ser sem erros de gramática, achei monótona demais. Se fixou unicamente num ponto de mostrar a destruição do planeta e de como era a vida de Jor-El e o conto acabou ficando sem emoção. Acho que o autor tentou explorar a ligação de pai e filho mas não ficou condizente com o final. Se o conto fosse focado na vida de pai e filho, acho que ficar mais e emocionante. Para quem assistiu o filme e conhece a história foi mais um relato do que já vimos. Faltou uma interação mais profunda acontecer. Um revés entre pai e filho talvez, um ensinamento passado para Kal-El, a placa sendo passada de avó, para pai e depois para filho. Ficou mais do mesmo e faltou intensidade.
Nota:3
🗒 Resumo: o conto trata de uma realidade alternativa na qual o planeta Krypton foi salvo na última hora por Jor-El, sua esposa e seu irmão. Kal-El, o Superman, só foi enviado para a Terra quando jovem e sem o trauma de ter perdido para sempre seu planeta natal.
📜 Trama (⭐⭐▫▫▫): a premissa é interessante, mas a forma como foi contada acabou deixado-a muito distante, sem emoção. Primeiro, já sabíamos desde o início que algo estava errado, já que Kal-El estava vivo em Krypton e que Jor-El era salvador do mundo.
O que veio a seguir foi só um relato distante, quase uma notícia de jornal de como a história aconteceu. É aquela história de mostrar e não contar: o ideal seria nos colocar na ação, sem saber o que ia acontecer, mostrar as cenas de como Jor-El salvou o mundo e não só nos contar como foi, entendeu?
📝 Técnica (⭐⭐▫▫▫): achei um pouquinho simples em excesso. Não que a simplicidade da narrativa seja um problema, mas em alguns momentos, principalmente quando há excesso de repetições e até mesmo pobreza nas descrições, deixa a leitura travada e sem grandes atrativos. Além disso, fica a dica para trabalhar melhor o uso das vírgulas, pois quando são mal usadas travam demais o texto.
▪ mas achou ser aquele o dia perfeito para revisitar suas emoções *sem vírgula* daquele período conturbado.
▪ Kal-El *sem vírgula* estava prestes a iniciar sua vida
▪ a nave *sem virgula* comportava apenas os itens necessários
▪ Isto *sem virgula* o fez reviver o passado
▪ *Isto* (Isso) o fez reviver o passado.
▪ passou por uma *situação* semelhante àquela, mas conseguiu contornar a *situação* diante dos problemas (repetição da mesma palavra muito próxima)
▪ o pai deu ao filho *aquela placa* para que ele se lembrasse daquele momento íntimo. O rapaz aceitou o presente, mas imaginava que *aquela placa* tinha um significado oculto. (repetição)
🎯 Tema (⭐⭐): fanfic de Superman.
💡 Criatividade (⭐⭐▫): não chega a ser um clichê, embora eu tenha visto alguns elementos presentes no livro e série Krypton.
🎭 Impacto (⭐⭐▫▫▫): pelos diversos motivos já expostos, principalmente pela distância da narrativa (contada e não mostrada), o conto tem pouca emoção e, infelizmente, um baixo impacto.
Uma observação importante aqui, sobre emoção: os personagens estão emocionados na cena e isso é perceptível. Dá pra entender seus motivos e compreender suas emoções, mas não senti-las. Percebeu a diferença? Num filme, por exemplo, podemos ver uma pessoa chorando e sabemos que ela está triste (o filme nos conta que ela está triste, por exemplo, no início), mas quando estamos envolvidos com ela, sentimos suas dores e acompanhamos sua saga até o momento derradeiro e choramos (ou nos emocionamos) junto com ela, a emoção não é só vista, mas sentida por nós. Essa é a diferença entre contar uma emoção e mostrá-la. Sei que não é fácil obter essa identificação, mas é nosso objetivo como escritores estar sempre a seu encalço.
🔗 Links úteis:
▪ Uma pesquisa sobre contar e não mostrar (não achei uma página específica, mas várias boas): https://www.google.com/search?q=mostrar+nao+contar
▪ Uso da vírgula: https://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-virgula-seus-pre-requisitos-.html
▪ Uma boa ferramenta para avaliar se o texto está com muita repetição próxima: http://www.repetition-detector.com/?p=online
Muito obrigado pela crítica e pela ajuda. Vi nesse desafio a chance de ter um feedback e crescer nessa área, em que apenas engatinho. E ter essa “mini aula” vai me ajudar bastante a explorar meus pontos fracos.
Que bom que curtiu, brother. Já vi muitos escritores usando o tesouro que são as críticas construtivas desse site melhorar consideravelmente. Continue escrevendo e participando. Nos vemos no próximo.
Em um conto escrito por Clark Kent, o Superman imagina uma realidade em que seu pai, Jor-El salvou Krypton da destruição e não precisou enviar o filho Kar-El para a Terra. Crescido, o jovem escolhe justamente o terceiro planeta do sistema solar para fazer sua viagem de entrada na vida adulta e seus pais lhe contam sobre os eventos que ocorreram próximos ao seu nascimento.
Tiburcio, gostei muito da ideia do seu conto. Ótima a estrutura de metaconto, bem como pensar em como seria a vida do Superman se seu planeta fosse salvo. Parabéns pela originalidade.
Não fiquei tão satisfeito com a execução da ideia. Partir de uma cena, os pais refletindo ao ver a cápsula que enviaria o filho para a Terra, é um princípio bonito. Mas o conto fica um pouco arrastado, condicionado a essas lembranças. A parte do conflito da história, o pai lutando contra o negacionismo dos governantes de Krypton, perde a dramaticidade – afinal, sabemos previamente que, ao menos no metaconto, o planeta está salvo. Sugiro mais cuidado com isso. Início de contos são fundamentais para cativar o leitor e o seu, no meu julgamento, não conseguiu isso.
Também sugiro tomar cuidado com o excesso de didatismo. Acho muito pertinente a sua crítica ao negacionismo em relação à ciência. Porém, me parece que você insistiu demais nessa tecla, com medo do leitor não entender que era um recado para o nosso Brasilzão de 2020. Na primeira menção deu para compreender, não precisa reafirmar tanto.
No mais, é isso. Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio!
Olá, Tibúrcio Tavares, cá estou eu com a sua história do Superman ainda lá no seu planeta de origem. A história contada a partir dos seus pais. O início é terno com a visita do pai ao porão, antiga oficina, onde ainda está guardado o berço do filho super herói. A narrativa caminha por me explicar os motivos do envio do filho para a Terra. O pai, cientista, tinha concluído por seus estudos que o planeta estava doente e que não sobreviveria. O problema é que ele não era escutado pelos poderosos – chegou mesmo a ser preso . Daí que a única possibilidade de salvação para o filho (e a espécie, talvez), fosse o envio naquela nave para o planeta que ele, o filho, escolhera e que, por coincidência, era o mesmo que os progenitores tinha optado para ser alvo anteriormente. Seu conto está bem narrado. Não é essa a minha praia e por isto tive dificuldade de entendimento algumas vezes, precisando retomar a história. Bom uso do idioma, senti que você foi criativo e sabe usar do nosso idioma. Faltou, Tibúrcio, um uau, que bacana isto, sabe?
O conto relata os momentos que antecederam a partida de Kal-El, mais tarde Clark Kent e secretamente Super-Homem, do seu planeta original, Krypton. Também revela os motivos que levaram a que essa partida se tornasse necessária.
Olá, Tibúrcio. O seu conto leva-nos ao passado do Super-Homem, quando ele era apenas um bebé e conta o percurso do seu pai, na tentativa infrutífera de salvar o planeta Kripton. Lutando contra os poderes instituídos e a cegueira do povo. Enfim, nada mais nada menos, que uma boa caricatura da sociedade que nós mesmos construímos para viver e do nosso planeta, que continua a caminhar para a destruição, sem que ninguém tome a sério as medidas necessárias para a impedir. Está bem escrito, não encontrei falhas dignas de nota (exceto a falta do “r” por mais de uma vez em kriptoniano), aguenta-se bem por si só e trás uma mensagem poderosa no final – a de que qualquer um de nós pode sempre fazer a coisa certa sem precisar de superpoderes. Obrigada por participar e boa sorte no desafio.
Muito bom!! Parabéns!!
Temos aqui Jor-El, pai do Superman em nossas Hqs, se preparando para se despedir do filho, que irá para a Terra num projeto de pesquisa. Antes da partida, o pai conta como conseguiu impedir a destruição do planeta Krypton e como não precisou enviar seu bebê para o espaço.
O conto está bom, escrito de forma simples e direta.
Narra um personagem contando uma história ao filho, o que pode parecer o resumo de uma história maior e mais importante. Por isso, talvez, não passe tantas emoções ao leitor, e sim relata fatos.
Mesmo assim, é possível compreender a mensagem e as intenções de quem escreveu.
A frase final, sugerindo ser um conto escrito por Clark Kent, encerrou muito bem a história.
No começo há alguns problemas com vírgulas, o que incomodou minha leitura, mas depois o texto fluiu bem.
No geral, achei uma ideia interessante num formato bacana.
Jor El se lembra da situação que aconteceu anos atrás e que quase o fez exilar o próprio filho ainda bebê para outro planeta para mantê-lo a salvo. Kal-El ouve a história e, emocionados, toda a família se abraça. Kal-El finalmente vai para a terra, com uma placa em mãos para lembrá-lo que nem todo herói precisa ter superpoderes.
O conto tem uma vertente óbvia de proteção ao planeta e à natureza, trazendo para os dias atuais a situação em Krypton que é, na verdade, muito parecida mesmo com a nossa (guardadas as devidas proporções). A trama é bem politizada, humanizando bastante os habitantes de Krypton para que o leitor se identifique mais com a situação e, ao final, tentando empurrar a velha ideia de que “nem todo herói veste capa e tem superpoderes”.
A escrita é jornalística. Há uma tentativa de emprestar alguma emoção e alguns trechos até invocam um sentimento a mais, porém a maior parte é um simples relato dos fatos que aconteceram em sequência. Isso torna a leitura um pouco enfadonha.
Avistei alguns problemas com a escrita:
1) Confusão no tempo verbal da narrativa. O conto é narrado no pretérito mas em alguns trechos você usa o tempo presente (“… este projeto não lhe traz boas lembranças, mas achou ser aquele o dia perfeito para revisitar…”). Além disso em certo momento há uma confusão também na pessoa da narrativa. O conto inteiro é sempre na terceira pessoa mas em um momento ele é escrito na primeira pessoa (“Ele acreditara, desde o início, no resultado de nossas pesquisas…)
2) O uso de vírgulas precisa melhorar. A vírgula é essencial para manter o ritmo da leitura. Segue alguns trechos que destaquei e, ao lado, o que para mim seria o uso ideal das vírgulas nestes casos:
“Devido à longa viagem, a nave, comportava apenas os itens necessários para o sucesso da empreitada.” -> Devido à longa viagem, a nave comportava apenas os itens necessários para o sucesso da empreitada.
“Kal-El, estava prestes a iniciar sua vida, sozinho, num planeta distante.” -> Kal-El estava prestes a iniciar sua vida sozinho num planeta distante.
“Isto, o fez reviver o passado.” -> Isto o fez reviver o passado.
Uma coisa que me incomodou um pouco também foi o trecho abaixo:
” Jor-El sempre tinha sido um cientista e, como tal, era frio e discreto no trato com as pessoas, permitindo-se apenas uma ou outra forma de carinho com seu filho.”
O conto tem uma defesa óbvia à ciência e enfatiza vez após vez que a ciência e a comunidade científica devem ser ouvidas… mas o que isso tem a ver cientistas serem frios e desprovidos de emoções? Cientistas são pessoas como todas as outras. Não é preciso permitir-se poucos carinhos com seus filhos nem ser discreto e frio com eles para ser um cientista.
Enfim: uma leitura arrastada e uma politização da situação em Krypton mas, também, um “twist” interessante da história do Super-homem (ele não vai para a Terra criança, apenas adulto) e, bem ou mal, uma boa tentativa de trazer uma questão importante em uma história de super heróis.
Resumo de De pai Para Filho – é a história de Jor- El, pai de Kal-El, o Superman, que, nessa versão, consegue salvar o planeta Krypton da destruição. Já, adulto, Kal-El vai partir para a Terra e os pais dele relembram aquele período difícil em que Jor-El quase foi preso por insistir em suas teorias.
Comentário- O autor optou por escrever a mesma história com poucas variantes; Jor-El salva o planeta e Ka-El vai para a Terra adulto e não, criança. Vai para a terra e se torna o Superman, o que não muda nada. Porém o conto foi bem escrito, boas frases e coerente com a essência da história original. Acho que é bem difícil fazer uma versão inteira do argumento, já que a história original se passa em dois mundos e para uma versão mais longa não caberia no limite de 3.500 palavras e por isso, parece que faltou algo mais no seu conto. Boa sorte.
RESUMO: Krypton não explodiu.
COMENTÁRIO: O conto tem uma premissa interessante, mas parece nunca sair dela. Teve a escolha infeliz de fazer de toda a estória uma longa recordação, pois ao invés de acompanharmos Jo-el tentando salvar o planeta, o que ocorre é que o vemos lembrar da situação já sabendo de antemão que o planeta está salvo e que seu filho não foi enviado pelo espaço. Então, com nenhum suspense colocado, o conto vai e volta no passado sem realmente envolver o leitor. Há um apelo emocional, por se tratar de uma despedida entre pais e filho, mas isso não é o foco e, pelo contrário, a narração fica voltada ao esmiuçar superficial – é mais expositivo do que realmente narrativo – da empreitada de Jo-el. A última linha, classificando o conto como uma investida literária de Clark Kent foi uma boa sacada, entretanto.
Boa sorte!
Nossa…,conto maravilhoso de extrema criatividade e muito bem contextualizado com o a situação que presenciamos de desprezo ao nosso planeta terra. Adorei o conto, com um fechamento perfeito, enredo bem elaborado e ainda termina com uma reflexão explicita sobre ser herói. O pai do herói enfrentou os mesmos riscos dificuldades e incompreensão que enfrentam aqueles que se dispõem a encarar de forma ousada e crítica o negacionismo que se espalha por toda nossa sociedade. Enquanto isso, o poder , Enquanto isso, recursos são utilizados para na corrida de novas descobertas de outros mundos que possam acolher aqueles que se preparam para a fuga , quando o nosso der o ultimo suspiro de resisência. Nota 5 para o conto. O autor esta de parabéns. Parabéns ao autor.
O conto narra a vinda de Kal-El, o suoer-homem, para a terra de uma outra perspectiva. Kal-El já é um adulto e não um bebê, além de sua viagem a terra não ser uma fuga e sim uma viagem programada.
Achei um bom conto. Mas o que me pegou mesmo foi o fim dizendo que a história foi um conto escrito por Clark Kent que ganhou um prêmio do Jornal Planeta Diário. Kkkkkkkkk foi muito bom isso. A narrativa é boa, a trama não gostei tanto e chega um certo momento que a história me pareceu cansativa. Achei criativa a a ideia. O arremate final, dizendo que para ser um herói não precisa de poderes especiais também foi legalzinha, raspou na pieguice, ao meu ver, mas valeu. Boa sorte no desafio.
Um cientista em outro planeta relembra fatos do passado enquanto se prepara para enviar seu filho, que logo percebemos se tratar do Superhomem, à Terra.
O texto tem uma premissa inovadora, que mantém o interesse do leitor assim que a referência é descoberta: por que o Superhomem não foi enviado quando bebê, como na história original? Mas o texto não flui muito bem, em parte por problemas de pontuação, e falta um certo lirismo, na minha opinião.
É um bom conto; conversa bem com o tema e tem um final legal, que fecha bem a história. Parabéns! 🙂
O conto relata uma ficção de Clark Kent sobre sua vida secreta como Kal-El em seu planeta natal, numa versão diferente da que conhecemos, pois nesse conto, Kal-El não é um bebê, mas se encontra em situação similar à história original, ou seja, de seus pais salvando-o de um planeta prestes a explodir. Uma ficção de Clark sobre seu alter-ego, Superman, talvez para ele mesmo, como ele queria ter sido e, sobretudo, reafirmando seu destino e missão como um ser elevado e seguidor da ética e compaixão.
O texto tem alguns erros de pontuação, mas compreensível (eu também esqueço, na pressa, de corrigir algumas letras e pontuações). Creio ter entendido o que o autor quis passar, ou seja, uma emoção de Kal-El já na Terra, uma lembrança idealizada e construída para si mesmo. É bonita a intenção e criativa a ideia! Achei um pouco confuso o desenvolvimento. Acredito que, talvez, existissem muitas ideias condensadas em um texto e não houve tempo para ordená-las melhor.
A sensibilidade do autor é bonita! Seu desejo pelo melhor, expresso em suas personagens, me dão a sensação de que o autor é uma pessoa boa.
Desejo outro conto do autor, com mais calma na construção.
Nota 3
Resumo: Jor-el conseguiu evitar a catástrofe em Krypton, tornando desnecessário o envio de seu filho, o pequeno Kal-el para a Terra. O menino cresce e, já adulto, se prepara para uma visita de estudos a este planeta. Nesses preparativos, Jor-el e Lara rememoram os fatos que levaram ao salvamento de Krypton anos antes.
Impressões: é um conto de altos e baixos. A história do Super Homem é recontada para fazer o leitor pensar sobre as escolhas que os habitantes de um planeta podem fazer para preservar a vida nele. A crítica social e sobretudo ambiental ao que vemos na nossa Terra é evidente, com foco também nas políticas de cabo e soldado do governo brasileiro.
Achei válida a opção. Um texto desse tipo pode ser classficado como panfletário, mas isso diminuiria a proposta. Precisamos de textos assim para olharmos para os nossos umbigos.
Em todo caso, creio que teria ficado melhor se o autor optasse por algo mais lúdico, aproximando o texto da comédia. Isso porque a narrativa ficou muito didática, com um Jor-el perfeito demais. Na verdade, o conto acaba caindo na armadilha de bons X maus, ou melhor, de ambientalistas bem intencionados X industriais insensíveis. Claro que é difícil abordar as matizes de cada lado e é por isso que, creio, o conto ficaria melhor se o tom adotado fosse mais próximo do humor, isto é, se confrontasse deliberadamente virtuosos e pecaminosos.
Há também muitos erros de digitação. Normalmente não falo disso, mas aqui são inumeros, o que demonstra certo desleixo na revisão.
Em todo caso, é um texto que incomoda e isso é sempre interessante. Parabéns ao autor e boa sorte no desafio.
Nota: 3
Resumo:
Kal-El está para deixar seu planeta natal. O pai, Jor-El, entrega-se à reminiscências e, depois, dá bons conselhos ao filho.
Avaliação:
Autor, não leia o presente comentário como crítica literária, pois se trata apenas de uma justificativa para a nota que irei atribuir ao texto.
O autor possui o domínio da língua bem encaminhado, mas precisa aperfeiçoar seu domínio das técnicas de narração. Sugiro estudar a diferença entre “mostrar” e “contar”. No texto, notei que o autor mais “mostra” do que “conta”, o que empobrece o seu trabalho. Falta beleza ao texto.
Sugiro ao autor também tornar seu texto mais dinâmico, introduzindo, por exemplo, diálogos. Ontem, li um conto também sobre super-herói. Ele está muito bem escrito (divertido e dinâmico – aqui: https://wp.me/p2QU7I-5bZ). Sugiro ao autor que também o leia.
Parabéns pelo texto e boa sorte no desafio!
Que belo conto.