EntreContos

Detox Literário.

Erro Humano (M. A. Thompson)

A fábrica do futuro terá apenas dois empregados,

um homem e um cachorro.

O homem estará lá para alimentar o cachorro.

E cachorro estará lá para impedir

que o homem toque nas máquinas.

Warren G. Bennis

 

Eram as primeiras férias em anos. Com a nova Lei da Empregabilidade o funcionário que quisesse tirar férias precisava deixar um clone em seu lugar. Bruno havia economizado parte do salário dos últimos cinco anos até conseguir o suficiente para pagar pela clonagem e finalmente poder tirar férias.

O que ninguém gostava era de ter que destruir o clone em até trinta dias. Seria bom poder guardá-lo e usá-lo nas férias do ano seguinte, mas como no passado muita gente abusou, apesar de a clonagem continuar permitida a existência do clone ficou limitada à no máximo trinta dias.

—Você marcou o doador?

—Não. Eu ia fazer isso depois. Foi eu sair da sala e deu essa confusão.

—Você entende o tamanho do problema que sua incompetência causou?

—Desculpe.

—Pedidos de desculpa não vão desfazer o erro. Agora é entrar lá e ver como vão reagir. Quem vai dar a notícia é você e se o doador decidir nos processar pode ir se preparando porque vou cobrar de você em dobro.

O ano é 2165. A tecnologia da clonagem evoluiu e qualquer um com quinhentos coins, a moeda da época, poderia encomendar uma cópia exata de si mesmo com todas as memórias transplantadas até o momento da extração.

A cópia era tão exata que o protocolo exigia a marcação da cópia imediatamente após a clonagem para que ela não fosse confundida com o doador.

Bianca, uma funcionária recém contratada pelo sistema de sorteio que substituiu o antigo sistema de cotas, negligenciou essa marcação. E era a única coisa que ela precisava fazer.

Se encarregassem as máquinas de todas as tarefas os humanos não teriam trabalho. Na clonagem a marcação era a única tarefa que dava para ser desautomatizada. E como a nova Lei da Empregabilidade obrigava as empresas criarem tarefas nos processos para os humanos fazerem, o fabricante da máquina clônica optou por deixar a cargo dos humanos apenas a marcação da cópia, mas nem isso a funcionária fez. Bastaria tê-la marcado assim que acordasse usando um código holométrico.

O começo da transferência transcorreu bem. Bianca precisou ir ao banheiro e calculou que daria tempo de ir e voltar antes de o processo encerrar. Não deu. Ao voltar o processo já havia encerrado e tanto o doador como a cópia saíram da impressora ao mesmo tempo e se misturaram. De pé contemplavam um ao outro e era impossível saber quem era quem. Ambos acreditavam ser o original.

Na época dos robôs erros como este não aconteciam, mas desde a proibição como substitutos da mão de obra humana e mais a implantação do sistema de sorteio substituindo o sistema de cotas, a empresa tanto podia receber um funcionário gênio quanto um completo idiota, que por sinal era a maioria.

Incidentes envolvendo imprudência, imperícia e negligência ocorriam com frequência alarmante. Ou era isso ou ter que lidar com um mar de desempregados perseguindo e destruindo robôs, como já acontecera.

Cópia e doador aguardavam a liberação em uma sala reservada. Não se falaram desde o procedimento, mas se olhavam tentando descobrir algum detalhe, alguma particularidade que os distinguisse.

Normalmente assim que abrem os olhos a funcionária explica a situação, mas neste caso, como a funcionária não estava, era impossível saber quem era quem.

Interrompendo a auto apreciação entraram na sala, o gerente e a funcionária Bianca.

—Bom dia senhor Bruno. Como se sente?

Os dois responderam ao mesmo tempo:

—Bem.

Se entreolharam e riram, não atentando para a gravidade da situação. O gerente explicou:

—Houve um pequeno imprevisto durante o procedimento. Nossa funcionária vai esclarecer a ocorrência e no final acreditamos que tudo vai dar certo.

A expressão de alegria dos gêmeo-clonados — o nome dos que se submetiam ao procedimento — cedeu lugar a apreensão.

—Senhor Bruno. O protocolo exige que o doador seja marcado imediatamente após o término da clonagem, mas houve um imprevisto. Eu me ausentei por alguns instantes e quando retornei vocês já haviam saído da máquina e se misturado. Não temos como saber quem é a cópia e quem é o doador.

—Como assim? Eu sou o doador., disse um.

—Nada disso. Eu sou o doador., disse o outro.

E o clima ficou tenso. Ambos sabiam que em trinta dias um deles seria descartado e o melhor a fazer seria destruir a cópia, um procedimento perfeitamente legal. Como tiveram a mesma ideia e ao mesmo tempo acabaram se atracando tentando tirar a vida um do outro, para não morrer depois.

A funcionária foi a primeira a deixar a sala e o gerente, que começou tentando apartar, acabou por tomar partido e decidiu manter vivo apenas um, fosse quem fosse, pois assim se livraria do problema. Traiçoeiramente golpeou um dos Brunos pelas costas e o outro Bruno fez o resto. 

Feito o descarte o gerente se comprometeu a providenciar outra cópia sem custo adicional e ainda fornecer alguns coins para que as férias fossem ainda mais prazerosas. O Bruno sobrevivente gostou da ideia e estava certo de ser ele o doador.

A clínica estava sendo investigada fazia algum tempo e um micro drone espião registrou tudo em 3D com 128k de resolução. Em princípio as imagens não poderiam ser divulgadas devido a nova Lei da Privacidade Máxima, porém um hacker curioso teve acesso aos vídeos e os publicou na Meganet. Acompanhando as imagens desde o fim da extração pôde-se ver claramente que quem sobreviveu foi o clone. E ele não poderia permanecer vivo. Para piorar, agora eram dois, outra violação grave da Lei das Cópias que previa pesadas multas e prisão para quem fizesse cópia de clone.

Prestes a embarcar no foguete que o levaria à estação de férias espacial, a cópia do Bruno foi retirada da fila pelas forças de segurança local e em seguida levada para a mesma cela em que se encontrava sua cópia e o gerente, formalmente acusado de assassinato.

Foi uma noite difícil em que se ouviram impropérios de ambas as partes até a chegada da manhã. Mas quando foram buscar as cópias para serem descartadas perceberam o erro que foi colocá-los todos juntos na mesma cela. O gerente não sobreviveu.

Bem que a Inteligência Artificial do depósito de presos tentou alertar, mas o funcionário não era um robô, era um dos sorteados.

21 comentários em “Erro Humano (M. A. Thompson)

  1. Elisabeth Lorena Alves
    15 de setembro de 2019

    Erro Humano (Sonny David Hal)
    Ficção Científica
    Resumo: Um erro de uma funcionária de clonagem ocasiona um crime, duas mortes e um escândalo político-administrativo.

    Comentário.
    Introdução.
    Um texto interessante. Inicia mostrando qual será o conflito e a frase que inicia parece quebrar o processo de inserção na Leitura. Não chega a tanto. Nem mesmo interfere na narrativa, que tem um bom encadeamento. Mas meu comentário não tem muito a ver com Estrutura ou Linguagem. É mesmo a história em si.
    Erro humano no uso da tecnologia é um medo real. Hoje um dígito errado suspende a Aposentadoria de um necessitado e coloca milhões na conta de desconhecido, mas, excetuando o caso do necessitado, tudo se conserta rápido, com um estorno e um pedido elegante de desculpas enviado com uma cesta de vinhos e queijos caros. O velho aposentado volta ao Instituto e por meses a fio, tirando cópia até de documento do tataravô, consegue comprovar que está vivo, se não morrer de fome durante o processo burocrático. Em “Erro Humano” é com a vida de um humano que a garota do “Sistema de Sorteio” brinca, em seu descuido. Erro que depois se repete na morte do gerente pelas mãos dos clones.
    O texto mostra que os medos atuais já influenciaram outros conflitos: por causa do desemprego os robôs foram destruídos. As Leis ainda estarão para proteger das consequências e não combater as causas. Assustadoramente o Sistema de Cotas comum hoje ainda durará por séculos, perpetuando o medo, o preconceito. O conhecimento e o Ensino estão fora de moda, as pessoas normais que precisam da Lei da Empregabilidade são destituídas de inteligência e iniciativa, o que torna constantes os erros de humanos no manuseio das máquinas. É um pesadelo para quem, como eu vive gritando sozinha que se as causas são combatidas as consequências são abortadas.
    A Ciência Tecnológica se expandiu por um lado, mas a ‘pocototização’ ou o FEBEAPÁ se tornaram realidade e o povo acabou burro: “… desde a (…) a implantação do sistema de sorteio substituindo o sistema de cotas, a empresa tanto podia receber um funcionário gênio quanto um completo idiota, que por sinal era a maioria.” A imperícia é constante nessa nova realidade: “Incidentes envolvendo imprudência, imperícia e negligência ocorriam com frequência alarmante.”
    É Ficção, mas infelizmente é uma possibilidade e assusta… Por si só já é um acerto. E mesmo que eu não queira falar da Linguagem, a utilização de termos tecnológicos, principalmente os ligados à Engenharia de Automação foi importante para a ambientação desta nova era e na medida certa, sem exageros. Tanto os termos reais quanto os adaptados: clônica, códigos holométricos. Também há as informações não dadas, mas presentes, como a existência de uma aceitação hiperfísica, já que clones e doadores dividem mais que a mesma capa e estrutura corpórea, dividindo os mesmos sonhos, pensamentos e temores: “Ambos sabiam que em trinta dias um deles seria descartado (…)” e tendo a cópia princípio de autoconservação e o de sobrevivência, como se vê mais a frente, no mesmo parágrafo: “Como tiveram a mesma ideia e ao mesmo tempo acabaram se atracando tentando tirar a vida um do outro, para não morrer depois.”
    O Conto faz refletir sobre nosso comportamento como criadores e nossa impossibilidade de comando sobre o que podemos criar e que obviamente pode se virar contra nós. Os robôs dos filmes mais antigos tinham um dispositivo de bloqueio que evitava o ataque aos seus criadores, nessa nova Tecnologia Clônica apresentada no Conto não há, tanto que Bruno e o gerente morrem.
    Em tempo… A Inteligência Artificial é superior que o homem comum, informação que é repetida ao final, quando o gerente morre: “Bem que a Inteligência Artificial do depósito de presos tentou alertar, mas o funcionário não era um robô, era um dos sorteados”.
    Boa sorte, Sonny…

  2. Jowilton Amaral da Costa
    15 de setembro de 2019

    O conto narra a história de Bruno um trabalhador humano que vive num mundo em que as máquinas realizam quase todos os trabalhos, ficando para os humanos selecionados por meio de um sorteio, substituindo as cotas, um mínimo de responsabilidade nos serviços.Bruno vai fazer um clone para substituí-lo nas suas férias e tudo sai errado por conta de um vacilo da funcionária humana.

    Achei um bom conto. Talvez tudo tenha acontecido muito rapidamente, o autor poderia ter desenvolvido um pouco mais a trama, mesmo assim, a história me agradou. O conto tem claramente um tom crítico e irônico. A narrativa é ágil e direta, sem firulas, o que gerou uma leitura rápida. Boa sorte no desafio.

  3. Adauri Jose Santos Santos
    12 de setembro de 2019

    Resumo: Homem economiza durante cinco anos para comprar um clone que o substituiria por apenas um mês durante suas férias e seria destruído logo após. Porém, por um descuido da funcionária durante a duplicação, o homem que deu origem ao clone acaba sendo morto pelo gerente da fábrica por engano.
    Considerações: muito boa estória, parabéns! A citação caiu como uma luva. O enredo é bem simples e direto, parece um pouco falho em alguns pontos, mas isso não tira o brilho geral do texto. É uma estória que prende o leitor e dá prazer de ler. O sarcasmo permeia toda a estória, o que deixa o texto melhor ainda. Realmente, um dos melhores textos que já li nesse certame. Não vi erros de revisão. Parabéns e boa sorte!

  4. Gustavo Araujo
    12 de setembro de 2019

    Resumo: Bruno está para tirar férias e para isso precisa deixar um clone no seu lugar. Ocorre que a funcionária encarregada da clonagem erra ao deixar de marcar o original e acaba permitindo que Bruno e clone se confundam, sendo impossível distinguir um do outro. Para resolver o problema, o gerente do projeto mata um deles, sem saber que era o original. Um hacker que viu tudo denuncia o erro e no fim o clone é preso enquanto está no embarque para as férias. Preso com seu outro clone e com o gerente denunciado segue-se o assassinato do último.

    Impressões: a ideia do conto é muito boa, mas a execução deixou a desejar. A premissa de termos clones de nós mesmos no futuro não chega a ser novidade, mas o assunto sempre instiga. Aqui vemos que em uma realidade distópica, em que os humanos precisam ser empregados por meio de sorteio, devem deixar um clone de si mesmos se quiserem sair de férias. Creio que há um contrassenso aí porque se é necessário um sorteio para que as pessoas arranjem emprego, porque é necessário deixar um clone no lugar delas quando há afastamento? Não seria melhor deixar outra pessoa? Isso não seria melhor para reduzir o déficit de emprego?

    Mas, passando por cima disso, acredito que o conto não foi desenvolvido a contento. A narrativa peca pelo atalhos que toma, sem qualquer aprofundamento, sem qualquer dilema ético, psicológico ou filosófico. O que resulta disso são personagens planos e que não cativam. Uma história boa que se perde em superficialidade. Não sabemos quem é Bruno, o que ele pensa, o que ele quer. A funcionária que comete o erro (humano) também é deixada de lado. Nada sabemos sobre ela ou sobre o gerente que acaba morto no fim. Em suma, o conto se assemelha mais a um relato do que a uma história em si.

    O que há de positivo nesse contexto é que se mostra evidente a criatividade do(a) autor(a), de modo que resta apenas torcer para que em ocasiões futuras não haja receio de executar mergulhos mais profundos e ousados. De todo modo, deixo aqui meus parabéns e desejo boa sorte no desafio.

  5. Rafael Penha
    12 de setembro de 2019

    RESUMO: Num futuro distante, os clones são normais na sociedade, e ao fazer um procedimento de clonagem, graças a um erro, o original e o clone ficaram frente a frente, indistinguíveis um do outro. O problema foi solucionado descartando um dos dois aleatoriamente, até se descobrir que o descartado fora o original.

    COMENTÁRIOS: A história não é muito original, mas traz uma crítica interessante e um mundo distópico divertido e assustador. Entretanto, achei pouco verossímil uma empresa tão tecnológica não ter mais contra-medidas para evitar confusão entre clone e doador. O conto é ousado e mostra de forma satírica o quanto a interferência humana pode atrapalhar um sistema que funcionaria muito bem com inteligências artificiais.
    A narrativa é simples e objetiva, não brilha, mas tampouco incomoda. O que me incomodou foram alguns nomes como: “Lei da Privacidade Máxima”, “Lei da Empregabilidade “, “Meganet”, Lei das Cópias”, todos estes nomes me pareceram pouco inventivos, como se o autor sequer tivesse pensado ao criá-los, o que deixa o universo menos rico.
    O tom cômico e sarcástico do conto são seu ponto forte, tornando uma história que facilmente poderia ser dramática ou até aterrorizante, num conto divertido e leve.

  6. Fabio
    11 de setembro de 2019

    Erro Humano

    Resumo: Ano de 2165 com uma tecnologia avançada que permite a copia de pessoas para que estas possam gozar de férias do trabalho em um lugar especial. O doador faz a doação dos genes que são imediatamente marcados na copia sua a ser feita. Uma funcionária nova do sistema de copias que deveria fazer a marcação comete o erro de não o fazer, isso acaba gerando um conflito que interrompe a vida (ou do doador, ou da copia feita). Um hacker consegue acesso ao erro deste sistema e o divulga.

    Pontos fortes: Explorar um cenário virtual, uma ficção que a princípio não parece assim tão distante de acontecer em alguns aspectos.

    Ponto Fraco: Narrativa pouco explorada, sem descrições dos personagens, sem muitas características ate mesmo do personagem principal (isto é apenas um ponto de vista).

    Conceito Geral: Bom para mediano, longe de ser perfeito. O texto decai um pouco. Faltam virgulas em alguns pontos que me confundiram nas falas.

  7. Miquéias Dell'Orti
    10 de setembro de 2019

    RESUMO

    É futuro e Bruno é um rapaz que quer tirar suas merecidas férias. Para isso, ele faz um clone que passará seus dias realizando suas funções. A clonagem é legal e tem protocolos definidos nesse tempo, mesmo assim, uma funcionária responsável por realizar a marcação do clone não consegue identificá-lo e cópia e original se misturam.

    Sem saber qual dos dois é o real Bruno, a gerência do lugar avisa ao(s) cliente(s) do imprevisto, mas as coisas saem do controle. Os “uns” se digladiam e, em um embate envolvendo os dois mais o gerente, um deles é morto.

    A empresa então oferece ao Bruno que sobrou uma nova clonagem sem custo e outras regalias no intuito de reparar o erro grotesco.

    Para tristeza da gerência, tudo foi filmado e descobriram que o Bruno que sobrevivera era, na realidade, o clone. O gerente foi preso e os dois Brunos foram colocados junto dele na mesma cela. Na manhã seguinte, porém, o gerente foi encontrado morto.

    MINHA OPINIÃO

    Gostei muito dessa história! Tem um tom cômico muito bom, é gostoso de ler e no final ainda da para entender porque (pelo menos nesse seu mundo) as máquinas substituíram os seres humanos e sua total falta de senso com as coisas.

    Achei também que o mundo que você criou pode dar margem para mais histórias, como, talvez, sobre o mar de desempregados perseguindo robôs.

    Um ótimo trabalho. Parabéns!

  8. jetonon
    10 de setembro de 2019

    Ano 2165 – clonagem humana.
    A cópia era tão idêntica a ponto de ser necessário marcas para não confundir o verdadeiro co clone.
    A lei de empregabilidade exigia trabalhadores humanos.
    Ocorreu que quando na clonagem, por erro humano, houve desvio de atenção e não foi marcado o clone.

  9. Gustavo Aquino Dos Reis
    10 de setembro de 2019

    Resumo “Erro Humano”: num futuro próximo, funcionários de um empresa, ao saírem de férias, são incumbidos de deixar o seu clone no desempenho de suas tarefas. Bruno, após economizar todas as suas economias, realiza o processo de clonagem. Bianca, uma das funcionárias responsáveis pelo serviço, comete um erro humano e acaba permitindo que clone e o original se encontrassem logo após o processo. A confusão se estabelece e, sem saber quem é quem, mas tomando partido mesmo assim, o gerente facilita o descarte de um dos dois.

    Considerações:. Olha, foi difícil até fazer o resumo.

    O conto não é ruim e demonstra um autor competente, com uma sólida escrita e evidente experiência.

    Porém, embora as primeiras partes sejam bem polidas e executadas, o restante decepciona um pouco.

    É um conto curto, que poderia ter sido melhor desenvolvido.

    Em suma, gostei; mas acho que o autor deveria ter usado todo o limite de palavras.

  10. Cicero Gilmar lopes
    6 de setembro de 2019

    Resumo: O ano é 2165 e a tecnologia da clonagem evoluiu e qualquer um com quinhentos coins, poderia encomendar uma cópia exata de si mesmo com todas as memórias transplantadas até o momento da extração. O protocolo exigia que o doador fosse marcado após o término da clonagem, houve um imprevisto. E agora não sabiam quem era a cópia e quem era o doador. Os dois indivíduos começaram uma luta, o gerente tomou partido de qualquer um, não importava mais, para resolver o problema e deixar tudo encoberto fez mais um clone e aparentemente, resolveu a situação. Porém, a clínica estava sendo investigada e ocorreu um registro em 3D com 128k de resolução. Depois um hacker teve acesso aos vídeos e os publicou na Meganet. Resultados todos presos e na mesma cela. O gerente foi morto pelas criaturas com I.A. instaladas e mais um vez a culpa foi do humano.

    Considerações: Mais uma história com potencial absurdo que não se desenvolve a contento. Deixando claro, que essa é uma informação pessoal deste leitor em específico. Sob meu ponto de vista, o (a) autor (a) poderia ter criado muitas outras situações que tornariam o conto mais instigante. O (a) autor (a) meio que tendência que os humanos são culpados pelos “estragos” no sistema. É citado um Sistema de sorteios que surgiu em substituição ao sistema de cotas e me pareceu uma crítica, muito justa, aliás a famosa indicação por “QI”. Pode ser viagem minha. A escrita é muito boa, clara e limpa. Não encontrei erros gramaticais, também não os procurei e considero o trabalho bom, com as considerações já apresentadas.

  11. Tiago Volpato
    3 de setembro de 2019

    Resumo:

    Inicio()
    { Imprimir(“Fulano quer tirar férias, mas pra isso tem que fazer um clone pra ficar no lugar dele”);
    Se (clone==clone) {
    Destrói(em 30 dias);
    }

    Cagada:= ninguém sabe quem é o clone;
    Matar: Se (ninguém sabe quem é o clone)
    então (
    gerente:= mata qualquer um;
    original:=morto;
    clone:=original;
    Criar(cloneDoClone));

    Função tirarFérias(Clone){

    Imprimir(‘não tão rápido meliante, teje preso’);
    }
    Função fimDoConto() {
    clone:=preso;
    cloneDoClone:=preso;
    gerente:=preso;
    Imprimir(“As autoridades pegam a putaria e matam todo mundo”);
    }
    Fim()

    Obs: Fiz gracinha no resumo, espero que não me batam 😀

    Comentários:

    O conto é bem escrito, a história me lembrou um filme do Schwarzenegger. De início estava bem promissora, mas depois teve o tal erro e achei que ficou caricato, a esquete do clones+original lutando pra um matar o outro e sobreviver, não curti.
    O que me veio na cabeça foi o seguinte, não seria mais fácil inserir no DNA do clone uma doença degenerativa que no final dos trinta dias destrói o clone? Ou outra doença qualquer que em trinta dias faz todos os órgãos do clone falhar? Bem, aí não teria esse problema, nem o conto. Pensei nisso e estragou a história pra mim.
    No restante não entendi o que aconteceu, parece que você desistiu e forçou um final. A história começou interessante e mudou drasticamente para lugar nenhum. Uma pena.

  12. Vladmir Campos Leão
    2 de setembro de 2019

    Resumo: A história trata de um conflito entre um clone e seu original após uma funcionária não fazer seu trabalho direito e marcar um deles para diferenciá-los.

    Comentários:A história tem muito potencial. Mas tem alguns problemas:
    1º Explicar que coin é “a moeda da época” é uma forma de subestimar a inteligência do leitor. Pelo contexto, já dava pra entender que era de dinheiro que se falava.
    2º Há uma confusão sobre quem deve ser marcado. No meu entender deveria ter sido a cópia. Correto? Porque tem momentos que falam do “doador” ser marcado. Fiquei confuso.
    2º Como se convence um clone a aceitar que em trinta dias ele vai ser assassinado? Tem todo um drama aí dentro que não foi explorado.
    3º Como foi decidido esse tipo de contratação aleatória?
    Creio que corrigindo estes pontos e incrementando a lacuna da questão da existência X coisificação, o conto ficará incrível.
    Continue praticando!

  13. Jorge Santos
    2 de setembro de 2019

    Resumo:
    Num futuro que espero não chegue a tornar-se realidade, os humanos são obrigados a trabalhar, só podendo tirar férias depois de serem clonados, ficando o clone a trabalhar em seu lugar. Depois do original regressar de férias o clone era destruído. Para que não houvesse erros, a funcionária que tratava do processo de clonagem marcaria o clone para posterior destruição, dado que era idêntico ao original e não era possível distingui-los. No caso narrado no conto a funcionária cometeu o erro de não os marcar e este erro vai terminar na destruição do original.
    Comentário:
    Este conto fez-me lembrar o Blade Runner e a questão central de sabermos o que nos faz ser humanos. Embora goste muito de ficção científica e entenda a ideia base do conto, creio que ficou incoerente. Se as máquinas faziam todo o trabalho, não restando muito que fazer para os trabalhadores humanos, não percebo a necessidade do clone. Também não entendi o final. Qual é o interesse de sabermos que o funcionário era um dos sorteados? Ele era também um clone e assim poderia ajudar os clones condenados pelo assassinato? Acho que ficou muito em aberto a conclusão do conto, na minha opinião.

  14. Fernanda Caleffi Barbetta
    27 de agosto de 2019

    O conto é criativo, interessante, mas me pareceu um pouco incoerente em alguns momentos. Essa é a minha percepção, não estou dizendo que o conto está mal escrito, pelo contrário, mas não me pareceu muito coerente.

  15. Ana Carolina Machado
    18 de agosto de 2019

    Oiiii. Um conto sobre um trabalhador chamado Bruno, o clone do Bruno e o clone do clone do Bruno. Uma sociedade futuristica é apresentada em que para se sair de férias é preciso deixar um clone no lugar, um indicativo de como as relações de trabalho mudaram para uma forma mais exploradora. Bruno quer sair de férias e vai fazer um clone dele, mas algo dá errado e devido a um erro humano não fazem a marcação de quem é o clone. O verdadeiro Bruno acaba morto pelo clone e é feito um clone do clone, tudo em uma tentativa do gerente encobrir o erro, mas no fim é descoberto e ele acaba morto pelo clone e o clone do clone que em um erro humano foram colocado junto com ele não cela. Achei o conto bem legal, principalmente a ambientação e como falei gostei de como foi mostrado a modificação das relações de trabalho, de começar a existir uma cota para humanos em uma industria cheia de robôs e de ter que criar clones somente para substituir durante as férias. E o conto deixa no ar uma reflexão sobre o que diferencia o humano do clone, pois todos os dois acreditavam ser o verdadeiro Bruno e era como se fossem. E a frase no começo do conto se encaixou bem com a narrativa. Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.

  16. Luciana Merley
    17 de agosto de 2019

    Num futuro em que clones humanos idênticos se tornaram rotineiros, o erro de uma funcionária ocasionou a confusão entre doador e cópia e uma tragédia humano-robótica por consequência.

    Gramática – Não encontrei erros ortográficos.

    Pontos fortes – Você utiliza bem o início do conto pra apresentar o conflito e o personagem.

    Pontos a melhorar – O texto é altamente explicativo. Em alguns momentos me vi lendo uma matéria jornalística. Na minha percepção, você impede que o leitor complete o raciocínio, e isso é fatal para a narrativa de ficção. Por ex: “a moeda da época” ou “e o clima ficou tenso” são falas desnecessárias, sendo que no segundo caso é suficiente mostrar através de ações dos personagens ou diálogos. Outra coisa: não me parece verossímil que numa era tão avançada, não haja monitoramento de um erro tão básico. A história poderia fazer sentido se a funcionária fizesse algo intencionalmente ou se alguém invadisse o sistema, mas desse modo não convence muito. Outra coisa: a forma de descoberta, não me surpreendeu e você explicou mais uma vez ao invés de mostrar. Por ex: um investigador poderia ter chegado com voz de prisão por já ter acompanhado tudo nos bastidores e você não teria que explicar. O final também é confuso e desconectado. Tive que ler várias vezes e ainda assim não ficou claro pra mim.
    Desculpe se foram muitas observações, mas espero que possam contribuir de algum modo. Um abraço.

  17. Claudinei Novais
    16 de agosto de 2019

    RESUMO: A história se passa no ano de 2165, com lei trabalhista bastante diferenciadas devido à mudança do tempo, e nessa época, para o funcionário pegar férias, ele precisaria deixar um clone, uma cópia exata sua, em seu posto de trabalho. No entanto, quando o funcionário Bruno passou pelo procedimento de clonagem, houve um imprevisto: ambos, Bruno e seu clone, saíram da máquina ao mesmo tempo, sem a supervisão da encarregada de clonagem, e esse fato tornava-se impossível de saber quem era o real e quem era o clone. Sem ser possível identificar o real doador, o gerente da empresa resolveu dar fim em um dos homens, e, sem saber que era o doador e quem era a cópia, o gerente acabou golpeando o Bruno original. Com a ajuda do clone, deram fim no corpo e criaram uma cópia do clone. No entanto, quando o Bruno clone estava embarcando para as férias, foi detido e levado à prisão, onde já estava preso o gerente. Ambos ficaram presos por assassinato. O gerente morreu na prisão e o Bruno clone ficou preso ad eternum.

    CONSIDERAÇÕES: Trata-se de um conto de FC, uma distopia. O enredo é bastante interessante e curti pra caramba!
    Ao autor(a) deixo minha dica: desenvolva uma história mais robusta, mais consistente, e nos presenteie com este mesmo enredo em forma de uma boa distopia com pelo menos 150 páginas. Gostei, acho apenas que poderia ser um pouco mais elaborado.

  18. Lucas Cassule
    15 de agosto de 2019

    A história de um humano que mandou fazer seu clone para ocupar sua posição no trabalho enquanto se ausenta por motivos de férias, que, pelos vistos o mesmo tomou conta de tudo, incluindo sua vida 🙂

  19. Luis Guilherme Banzi Florido
    13 de agosto de 2019

    Boa tarde, amigo. Tudo bem?

    Conto número 19 (estou lendo em ordem de postagem)
    Pra começar, devo dizer que não sei ainda quais contos devo ler, mas como quer ler todos, dessa vez, vou comentar todos do mesmo modo, como se fossem do meu grupo de leitura.

    Vamos lá:

    Resumo: homem paga um clone para tirar férias, a funcionária mocoronga falha na unica função que tinha (diferenciar homem de clone), e ninguém sabe mais quem é quem. No fim, matam o errado e ainda clonam o clone, crime duplo. O gerente é preso junto dos clones (outro erro humano), e acaba assassinado.

    Comentário: conto muitíssimo interessante! Gostei muito da premisa, muito mesmo, e fiquei super empolgado quando comecei a ler, querendo ter tido essa ideia! Hahahaha

    Porém, o enredo seguiu um caminho um pouco diferente do que eu imaginava. Claro que isso não é um problema, pois o caminho escolhido também foi muito bom. Vamos por partes:

    Pra começar, a citação inicial é muito boa, e somada à foto, dá um clima bom logo de cara no conto (pelo menos pra mim que adoro essa temática).

    E o conto não decepciona a expectativa inicial.

    Eu imaginava que a história teria uma pegada meio Asimov, abordando um cenário em que os funcionários tentariam usar a lógica pra diferenciar clone de humano.

    O caminho que você seguiu foi bem interessante: como o humano é inferior à máquina. Não to concordando nem discordando da ideia, apenas dizendo q é uma ideia interessante. Acredito que com o crescimento da robótica e da automação em ritmo acelerado que nós vivemos, em breve essas questões não serão mais história pra FC, então vamos aproveitar pra escrever, rsrs.

    A única ressalva que faço são alguns errinhos que provavelmente foram por falta de revisão. Nada comprometedor.

    Enfim, gostei! Uma temática muito apaixonante e bem explorada. Parabéns e boa sorte no desafio!

  20. Evelyn Postali
    8 de agosto de 2019

    Caro(a) escritor(a)…
    Resumo: Uma ficção cientifica onde Bruno ao fazer um clone de si para tirar férias acaba sendo confundido com seu clone e morto.
    O conto está muito bem escrito, com frases bem construídas. Não há erros visíveis de escrita.
    O roteiro, apesar de despretensioso nos leva a refletir sobre a condição humana, sobre as incertezas da tecnologia a serviço do homem, sobre as fatalidades da vida. É um texto leve e, apesar das mortes, divertido.
    Boa sorte no desafio.

  21. Emanuel Maurin
    8 de agosto de 2019

    Olá
    Um funcionário teria suas tão sonhadas ferias, para tal feito era necessário fazer um clone de si mesmo para ficar no seu lugar, era uma obrigação do contratado com a empresa. A clonagem era tão perfeita que se colocasse o clonado e o doador juntos não sabia quem seria quem. Um…daí uma humana, que sua única obrigação seria marcar o clone para saber quem era quem, foi ao banheiro e negligenciando seu trabalho. E os dois clones saíram juntos e não se soube quem era quem, pois ao final de trinta dias um teria de ser descartado.

    Não encontrei erros.
    A narrativa flui bem.
    É de fácil entendimento.
    Gostoso de ler e da vontade de saber o que acontece na trama, isso é importante, porque ninguém merece ler algo narra.
    Achei sua criatividade elevada.
    Gostei.

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Informação

Publicado às 1 de agosto de 2019 por em Liga 2019 - Rodada 3, R3 - Série C e marcado .