EntreContos

Detox Literário.

A Partida (Fernando Cyrino)

Estávamos no parque quando, de repente, você fez cara séria. Encarou-me dizendo que quando fosse partir iria sem alarde, tal nave secreta que decola escondida e, devagar, voa suave rumo ao horizonte. Nessa hora sussurrou-me, sorrindo, o desejo de observar, lá distante, meus olhos criando preguinhas na tentativa de vê-la, pequenina. Pensei que fosse brincadeira, até que provei da sua ausência. Tarde constatei que a solidão, sutilmente, havia tomado conta. Bruto e descuidado que sou, meu amor, deixei que os céus a levassem. As lágrimas, impertinentes, têm feito com que o olhar se torne assim, apertado, tal qual imaginou.

87 comentários em “A Partida (Fernando Cyrino)

  1. Lohan Lage
    27 de janeiro de 2017

    Singelo e comovente. Obrigado por este micro, viu?
    Boa sorte!

  2. Thayná Afonso
    27 de janeiro de 2017

    Há algo na sua maneira de descrever que passa bastante sentimentalismo e somado ao tema do conto, isso fica ainda mais forte. Gostei, de verdade. Parabéns!

  3. Gustavo Henrique
    27 de janeiro de 2017

    Que texto bonito, gostei bastante. Parabéns e boa sorte no desafio!

  4. andressa
    27 de janeiro de 2017

    Alguém prepara alguém para a partida, mas infelizmente para essas coisas nunca se está pronto. Boa sorte!

  5. Sidney Muniz
    27 de janeiro de 2017

    Até que gostei do conto. Ele possui uma carga dramática, e o vi meio que como aquelas cartas que escrevemos quando estamos tristes ( tá bom, cartas que eu escrevo). É, eu gostei do texto, mas senti que ficou fechado demais e qe poderia ficar também mais enxuto. Parabéns!

  6. Lídia
    27 de janeiro de 2017

    Quanto sentimentalismo! Gostei do modo poético que retratou a saudade de um ente querido… Esses eram muito próximos, por sinal; seriam eles irmãos?
    Boa sorte!

  7. juliana calafange da costa ribeiro
    26 de janeiro de 2017

    belo conto, comovente, com forte linguagem poética. O tema da saudade é recorrente, todo leitor já sofreu da ausência de alguém q ama e é fácil se identificar com o personagem. Apesar de bem escrito e tocante, não me revelou nada de novo.

  8. Jowilton Amaral da Costa
    26 de janeiro de 2017

    Bom conto. Uma história triste. A narrativa poderia ter sido melhor trabalhada, na minha opinião. Boa sorte no desafio..

  9. Tiago Menezes
    26 de janeiro de 2017

    Saudades… um bom tema para se trabalhar, ainda mais quando existe um sentimento de culpa no meio. Bom texto, delicado, romântico… parabéns.

  10. Paula Giannini - palcodapalavrablog
    26 de janeiro de 2017

    Olá, Maria,

    Tudo bem?

    Seu conto é lírico, delicado, e fala de um sentimento doído que todos nós temos ou teremos um dia.

    Os olhinhos apertados em busca daquele que já se foi é uma imagem efetiva e muito bem construída.

    Gostei de sua verve e da fluência do estilo que utilizou.

    Um conto maduro e com alicerces sólidos naquilo que o autor que expressar.

    Parabéns por sua narrativa e boa sorte no desafio.

    Beijos

    Paula Giannini

  11. Pedro Luna
    26 de janeiro de 2017

    A metralhadora de vírgulas faz parte de um estilo, e não é o meu favorito. No entanto, aqui ficou bem bonito. A leitura só travou na primeira tentativa e gostei da situação descrita – dos olhos cerrados, tentando ver algo que se vai ou se foi. Bonito conto.

  12. rsollberg
    26 de janeiro de 2017

    É um texto que busca criar uma conexão com o leitor para lograr exito.
    Aqui mesmo com o curtíssimo número de palavras, creio que o autor conseguiu.
    Não há algo de novo, mas o jeito de narrar compensa essa ausência de originalidade. Esse trecho, por exemplo, é singelo, mas muito bonito “Já distante, meus olhos criando preguinhas na tentativa de vê-la, pequenina.”
    Serve inclusive como um ótimo final para uma história maior.
    Parabéns.

  13. vitormcleite
    25 de janeiro de 2017

    A temática não é nada original, embora a forma de estruturares o teu texto demonstre muita qualidade na tua escrita. Não sei se introduzisses parágrafos no teu texto, dando outra forma, poderias tornar a leitura mais “fácil”.

  14. Renato Silva
    25 de janeiro de 2017

    Este conto conseguiu tocar meus sentimentos. Simples e singelo, falando de algo que muitos de nós acaba se identificando. Gostei da analogia com a nave que parte voando baixa e silenciosa para nunca mais voltar. A dor da saudade, que só a conhecemos de verdade após a partida da pessoa amada. Não tenho nenhuma crítica a fazer, está tudo ok. Parabéns e boa sorte.

  15. Douglas Moreira Costa
    25 de janeiro de 2017

    Outro conto com alma, e esses são os que mais me agradam. Explico: seu conto tem substância, transmite sensações, cria empatia, nos apresenta um sentimento e nos faz compartilhar dele. A narração é muito bonita, e a forma como conduziu a relação dos dois e logo após o sentimento de perda foi muito bem feito. Não acho que faltaram coisas, está tudo ai. Parabéns!

  16. Daniel Reis
    25 de janeiro de 2017

    Um texto bastante confessional e pessoal, admiro a coragem do autor em se expor assim. O resultado, apesar de simpático (no sentido de obter empatia) não gerou mais do que um reconhecimento desse sentimento compartilhado. Acho que algumas coisas na técnica narrativa, como a voz (talvez na terceira pessoa, e mostrando os dois lados da história) pudesse ser um bom exercício. Boa sorte no desafio.

  17. Victória
    24 de janeiro de 2017

    Texto muito bem escrito sobre solidão e despedida, com uma linguagem poética e imagens muito românticas. Parabéns

  18. Wender Lemes
    24 de janeiro de 2017

    Olá! Maneira muito sensível de narrar a despedida. Do remorso pelo que não foi feito, e nem poderia, aos gestos indignados do que não tem volta. A narrativa em primeira pessoa foi uma boa escolha, ajuda na transposição do leitor como protagonista, pelo breve momento que proporciona.
    Parabéns e boa sorte.

  19. Simoni Dário
    24 de janeiro de 2017

    Bem escrito, mas não me despertou a emoção pretendida. Li duas vezes para tentar captar o impacto e não conectei.
    Bom desafio!

  20. Lohan Lage
    24 de janeiro de 2017

    Bonito. Gostei da imagem que me ocorreu.
    Senti falta de um ”algo mais”… talvez alguma metáfora mais arrebatadora, não sei. Mas em todo caso, é um conto bonito. Parabéns.

  21. Srgio Ferrari
    24 de janeiro de 2017

    Muito bonito, muito bonito. Belisco-me, enfezado, por ter visto os olhos criando preguinhas como se virando verdadeiros pequenos cus. Caramba, pode ser algo bom, pode ser top 20 por conta dessa minha cabeça de lata de lixo

  22. Fil Felix
    24 de janeiro de 2017

    Escrita ótima, adorei o uso da nave ali no meio (amo). Um conto que prima pela linguagem, bem construído, ótimas sequências e imagens. Lida com a partida e despedida, traz aquele tom melancólico de finais. Não sou muito fã de textos doces, mas é um ótimo conto!

  23. catarinacunha2015
    24 de janeiro de 2017

    MERGULHO em perdas é sempre doloroso. O conto tem uma imagem bonita, mas não há revelações, IMPACTO ou descobertas dignas de lembrança. Uma passagem rápida e despretensiosa.

  24. Tom Lima
    24 de janeiro de 2017

    Muito bonito, mas não me toca.
    Não tenho muita paciência pra esse tipo de personagem. Ela avisou que ia, e sem avisar… Então não reclama comigo da partida. Me fala do vazio que ficou, da falta que sente, da dor. Mas não da partida. Penso assim se o sentido do conto for de morte ou de término. A personagem só fala da ausência pra explicar como notou que ela foi realmente embora, como avisou que ia!

    Tirando essa minha relação com a personagem, é extremamente bonito. As construções e metáforas estão muito boas. Disso gostei.

    Parabéns.

    Abraços.

  25. Marco Aurélio Saraiva
    23 de janeiro de 2017

    Putz, que obra excelente! Você captou bem a essência de um micro-conto: falar muito em poucas palavras. Expressar sentimentos mil em 99 palavras.

    Meu coração ficou apertado!

    Imaginei um casal com os dias contados: talvez por uma doença terminal, que leva as pessoas que amamos antes da hora, ou talvez pela idade avançada. E aproveitando um momento raro de felicidade, ela segreda para ele que iria embora em paz, sem alarde. Mas ele só entende a mensagem quando enfim sente na pele a dor da perda.

    Foi um conto de um parágrafo, mas que não precisou de nenhum outro. A forma que você escreve é divina, única e muito romântica, cheia de sentimentos, como se escolhesse cada palavra a dedo.

    Parabéns!

  26. Gustavo Aquino Dos Reis
    23 de janeiro de 2017

    Maria,

    temos aqui uma obra bonita e bem triste. Assim como manda as despedidas (terrenas ou interplanetárias).
    As construções frasais e a escrita estão muito boas. Só achei “tal nave secreta que decola escondida” um pouco forçado. No entanto, para contrabalancear, temos a primorosa “(..) têm feito com que o olhar se torne assim, apertado, tal qual imaginou”.

    Gostei.

    Parabéns.

  27. Mariana
    23 de janeiro de 2017

    Quanta sensibilidade! Lindo, lindo, lindo. E não é triste, apenas saudoso. Está na minha lista. Parabéns e obrigada por esse texto

  28. Fabio Baptista
    22 de janeiro de 2017

    Eu fiquei com uma má impressão assim que li “tal nave secreta que decola escondida”. Não que tenha algo errado na frase, mas achei meio forçada essa metáfora e descabida dentro do contexto mais amoroso (pelo menos assim imaginei) que ocorria ali.

    Entendi depois que a pessoa morreu e isso traz lágrimas impertinentes aos olhos do narrador. Mas não conseguiu me despertar muita emoção.

    Abraço!

  29. Cilas Medi
    22 de janeiro de 2017

    Uma despedida anunciada. Nada de novo, um texto correto e bem escrito, mas, sem emoção, apesar de motivada por morte poder vir a exigir de um parceiro lágrimas e uma imensa saudade. Não me cativou. Boa sorte!

  30. Andre Luiz
    22 de janeiro de 2017

    -Originalidade(8,0): Um texto sutil que trata a morte com delicadeza e beleza na escolha das palavras.

    -Construção(8,0): Gostei da lírica que você trouxe para o conto, deixando-o gostoso e belo de se ler. Emocionante!

    -Apego(8,0): A protagonista se foi quase como uma figura etérea, mitológica, algo que foi valoroso.

    Boa sorte!

  31. Sra Datti
    22 de janeiro de 2017

    Belíssima despedida, com boas metáforas – pude imaginar o personagem sorvendo a ausência de seu amor numa xícara de café… “até que provei da sua ausência.”
    Um alguém vazio de solidão, de olhar apertado. Suave partida aos céus…
    Apreciado!

  32. Evandro Furtado
    22 de janeiro de 2017

    A sensibilidade impressa é sem precedentes. O trato com a linguagem é muito bem realizado concedendo ao conto um caráter poético extraordinário. A trama, em si, é suportada pelo uso das palavras certas e combinações perfeitas entre si.

    Resultado – Good

  33. Bia Machado
    21 de janeiro de 2017

    Muito bom, esse é um texto bem fechado, em minha opinião sem a necessidade de inferir coisas que nada têm a ver com o que está dito tão claramente. E, mesmo sendo claro, teve espaço de sobra para o poético, palavras bem escolhidas que me causaram emoção. Muito bom!

  34. Estela Menezes
    20 de janeiro de 2017

    Tema não tão inédito, mas original na forma de descrever uma perda. Escrita suave e delicada, imagens interessantes (“olhos apertados”, “criando preguinhas”). Alguns pontos um pouco ambíguos (porque ele, tão amoroso e sentido, haveria de se considerar “bruto e descuidado”?), mas nada que impeça de apreciar a leitura e de compartilhar das emoções que vão sendo reveladas…

  35. Fheluany Nogueira
    20 de janeiro de 2017

    Narrativa lírica, romântica em torno da morte da amada. Parece-me que esta preparou o marido para o seu fim, para a saudade. Não há um conflito, uma mudança temporal como requer a narratividade, apenas o lamento do sobrevivente. Não consegui concluir se a retomada no desfecho trouxe surpresa ou tédio ao texto. De qualquer forma, bem escrito, imagens delicadas, bom trabalho. Abraços.

  36. Leandro B.
    20 de janeiro de 2017

    Oi, Maria.

    Olha, parabens pelo texto. É um micro para ler sem pressa (e, apesar de estarmos cercado por micros, certamente temos pressa rs) e admirar o uso de metáforas.

    Vai sair meio embolado, mas o importante no escrever não está apenas no que falamos, mas em como falamos e acho que foi muito feliz neste quesito.

    Entendi como alguém que já sabia do seu destino tentando preparar a amante. Mas dificilmente há preparo para esse tipo de coisa.

  37. Priscila Pereira
    20 de janeiro de 2017

    Oi Maria, seu conto está lindo, imaginei uma mulher que sabe que tem uma doença terminal e prepara o marido para a sua morte… é difícil ver um texto tão sentimental com um protagonista masculino… eu gostei bastante. Parabéns e boa sorte!!

  38. Iolandinha Pinheiro
    20 de janeiro de 2017

    Li o texto e os comentários. Um conto pequeno e fechado com algumas metáforas boas, bonitas. Não gostei do uso excessivo do “tal”, foram apenas dois, mas num espaço tão pequeno as repetições saltam aos olhos. O texto é sobre saudade, despedida, e o autor soube utilizar bem o espaço que teve para afirmar e reafirmar este sentimento, usando um tom lírico para passar a ideia, o problema é que o conto gira e volta para o mesmo lugar.Não há uma história propriamente dita, apenas a lamentação de quem ficou, não há nada para ser discutido, não há surpresa. Fiquei esperando por mais, e não veio. É isso. Sorte no desafio.

  39. Amanda Gomez
    19 de janeiro de 2017

    Muito bonito,

    Imaginei uma pessoa preparando uma criança para a sua despedida. O homem, a mulher…Não sei. Sabe que sua morte se aproxima e tem aquela conversa já preparada, para fazer sua partida menos dolorosa, fazendo promessas que a olhará lá de cima, é que basta ela olhar pro céu, que sabera que ele estará lá.

    Eis que chega a hora, é a criança aperta os olhinhos em busca do prometido

    Pode não ser uma criança, pode ser um casal… Ou algo assim. De qualquer forma o conto é muito delicado, sem exageros.Simples e cumpre o que se propõe…emocionar. A escrita é tão agradável que podemos nos jogar nela, e esquecer do resto.

    Parabéns, boa sorte no desafio.

  40. waldo gomes
    19 de janeiro de 2017

    Conto ao estilo mensagem-secreta de sofrimento ( mais um).

    Há falhas em algumas construções: “ki kuando” – Nessa hora sussurrou-me ((vírgula)sorrindo(vírgula) o desejo de observar(vírgula) lá distante (vírgula) meus olhos …

    O texto é meio cansativo.

  41. Miquéias Dell'Orti
    19 de janeiro de 2017

    Cara… Muito bonito.

    Soube trabalhar o drama e carregar de sentimento cada frase até o mais triste dos desfechos, o de um coração partido.

    Gosto de histórias que carregam o lirismo de forma simples. Mostra que o autor é mais habilidoso do que aparenta.

    P.S.: Mostrei para minha mãe e a mulher quase chorou. Por ela, pódio pra ti kkkk.

  42. Felipe Teodoro
    19 de janeiro de 2017

    Olá!

    Um conto cheio de sentimentos. Os personagens são vivos e é possível sentir saudade junto. Gostei bastante, principalmente da escrita, bem cuidadosa, delicada. Queria uma frase um pouco mais impactante no fim, mas a retomada também foi uma escolha legal. Parabéns pelo trabalho, muito bem realizado. Sorte no desafio!

  43. Anderson Henrique
    18 de janeiro de 2017

    Bem escrito, arrumadinho. Uma história simples, mas conduzida com competência. As pequenas lacunas deixadas ajudam. Sem grande impacto, mas um recorte de história bem contado.

  44. Vitor De Lerbo
    18 de janeiro de 2017

    Bom texto, denso e belo. Há cotidiano, promessa e partida, o que leva o leitor a vários estágios sentimentais.
    Boa sorte!

  45. Juliano Gadêlha
    18 de janeiro de 2017

    Um belo e triste conto. As metáforas e associações são criativas e se encaixam perfeitamente. Muito bem executado, demonstrado domínio da escrita. Parabéns!

  46. brás cubas
    18 de janeiro de 2017

    Mais um conto sobre coração partido! Está muito bem escrito, é sutil sem deixar-nos em compreender nada. Não conseguir entender bem qual a relação entre o eu-lírico e quem se foi, mas creio que isso, no caso, não é importante. Bom conto! Boa sorte!

  47. Gustavo Castro Araujo
    17 de janeiro de 2017

    É um conto muito bonito, com forte carga poética. Dá para degustar cada palavra, percebendo o esmero do autor em encaixá-las de modo a extrair a emoção da leitura. Despedidas em geral mexem com nossos mais profundos sentimentos. Neste caso, não é possível divisar com certeza se quem se despede é uma criança ou uma garota, mas isso de maneira alguma tira o impacto da narrativa. Antes, serve como entrelinha convidativa, que se preenche conforme o anseio do leitor. Enfim, um ótimo trabalho.

  48. Claudia Roberta Angst
    17 de janeiro de 2017

    Conto bordado na poesia, falando de uma perda sofrida. Os olhos apertados, como quem quer enxergar sendo míope. A distância física torna-se distância no tempo também. O ser amado partiu, levado pelos céus.
    Triste, singelo, sem exagerar no sentimentalismo. Palavras empregadas sem desperdício.
    Boa sorte!

  49. ROSELAINE HAHN
    17 de janeiro de 2017

    Oi Dona Mari Deodorina, o lirismo do seu conto me cativou, vai para a lista dos Top mais. Acho que apenas a primeira frase poderia dar uma densidade maior, tal qual o resto do texto. Se é morte ou separação não importa, a perda está ali, esparramada em suas primorosas linhas. Go ahead! abçs.

  50. mariasantino1
    17 de janeiro de 2017

    Oi, tudo bem?

    Seu conto fala de perda, e eu entendi essa perda como a morte de um dos companheiros, deixando o outro incompleto. Eu gostei do cerne do conto e de perceber os sentimentos do que ficou sem par. Mas achei a linguagem pouco natural para, como ele mesmo diz ser, um cara bruto. Acredito que o uso de palavras menos polidas, para emergir a rudeza do menos instruído imerso no amor o texto ficaria melhor e mais real.

    Boa sorte no desafio.

  51. Thata Pereira
    17 de janeiro de 2017

    O conto dá margens para dois pensamentos: uma morte e uma separação. A morte porque os “céus” levam a pessoa amada. Uma separação porque o personagem narrador foi a pessoa que “deixou” que isso acontecesse.

    A dúvida faz com que o lirismo se perca para mim. Até porque as primeiras imagens que me vieram na cabeça, dos dois conversando, a nave voando e ela observando os olhos do narrador cerrados para enxerga-la, foram muito bonitas e poéticas, como pedia o conto. A última frase fecha o microconto com a delicadeza do início (e faz isso muito bem).

    Acredito que a morte tenha acontecido. Então, eu só ajustaria a frase “Bruto e descuidado que sou, meu amor, deixei que os céus a levassem.” para deixar isso claro.

    O conto é lindo, não vejo a necessidade de ser aberto para chamar a atenção do leitor (e isso não é uma afirmação, de que isso foi feito, é apenas uma sugestão).

    Boa sorte!

  52. Eduardo Selga
    17 de janeiro de 2017

    A pior maneira de um conto abordar o lirismo é por meio do sentimentalismo exagerado, pois esse instrumento retira uma importante característica do lirismo, a sutileza de sentido.

    A presente narrativa não comete esse equívoco. Não corta os pulsos, não se derrama, não se esvai em lágrimas, não quer um príncipe encantado, o que concede mais humanidade e verossimilhança ao sofrimento do protagonista. Se a partida é metafórica -eufemismo para a morte- ou literal, significando ruptura do relacionamento ou abandono por parte dela, ambas as possibilidades estão postas, sem que cause o desconforto de não fazer sentido. É, portanto, uma narrativa madura, com recursos bem utilizados. Ressalto, nesse sentido, as imagens suaves e o uso da aliteração em “nessa hora sussurrou-me, sorrindo […]”, em que a repetição da consoante S, está intimamente relacionada com a ideia de sussurro.

    Há pelo menos duas situações curiosas. A primeira está na na frase “provei da sua ausência”. Provar de alguma coisa significa experimentar parte dela, não sua totalidade. Para que assim fosse, a redação seria “provei sua ausência”. O que parece um erro pode não ser, pois é possível entender que apenas parcialmente ela está ausente, que a outra parte dela está no coração do protagonista.

    A segunda situação é “[…] quando fosse partir iria sem alarde, tal nave secreta que decola […]”. Aqui entendo haver um erro, pois “tal nave” seria “essa/esta/aquela nave”, quando na verdade acredito que o sentido que se pretendeu dar foi comparativo. Assim, deveria ser “tal qual nave secreta”.

  53. Brian Oliveira Lancaster
    17 de janeiro de 2017

    GOD (Gosto, Originalidade, Desenvolvimento)
    G: Bastante singelo e emotivo. Romântico. A prosa poética traz uma história embutida, e contém muitas entrelinhas. Esse é um caso em que o não dito funciona, pois está ali, implícito nos sentimentos. – 9,0
    O: Outro texto de alguém que se foi. Ganha pontos pela forma como é contado, apesar de ser um mote bastante comum. O que o diferencia aqui é o lirismo e as quase-rimas. Cativa para quem gosta de algo mais emotivo. Talvez, para outros, esse texto seja muito água com açúcar. – 8,5
    D: Escrita poética firme, sem floreios desnecessários, o que é um ponto muito positivo. Fácil de entender. – 9,0
    Fator “Oh my”: gosto de contos mais emocionais e esse parece atingir o âmago do ser.

  54. Davenir Viganon
    17 de janeiro de 2017

    Gostei do lirismo. É um conto cantado. Indiscreto, pois o narrador fala diretamente para o assunto. Como a estória é batida o brilho é na construção das imagens. Não tem mais o que dizer. Parabéns!

  55. Laís Helena Serra Ramalho
    17 de janeiro de 2017

    O conto está muito bem escrito, e traz uma dúvida interessante: eles se separaram ou ela morreu?

    No entanto, achei que faltou alguma coisa. Tem uma história aí, mas ela ficou diluída no fluxo de pensamento do personagem, como se desenvolver esse pensamento fosse mais importante que a história em si.

  56. Victor F. Miranda
    17 de janeiro de 2017

    Bonito, mas não me fez sentir nada. Boa escrita, história batida.

  57. Luis Guilherme
    16 de janeiro de 2017

    Boa noite.

    Gostei das metáforas e da veia poética da história.
    Realmente, o arrependimento é amargo e triste, né?

    Mas achei que faltou algo que conduzisse a leitura e a atenção de forma mais completa, não sei.

    Ainda assim, um belo conto. Parabéns!

  58. Fil Felix
    16 de janeiro de 2017

    A história é bastante simples e pode até ser corriqueira (quem já não adotou uma borboleta, mariposa, lagarta que seja quando criança?) e lida com a questão da partida. Nessa parte, acho que poderia ter uma ousadia maior ao texto. Por outro lado, essa reflexão sobre saber deixar ir, lidar com a perda e com o desapego, é muito interessante e se desdobra bem.

  59. Tatiane Mara
    16 de janeiro de 2017

    Olá…

    Bonito conto, poético e sensível.

    Bem escrito, sem erros visíveis de construção.

    Meditação de alguém sobre a perda ou partida de alguém próximo.

    Não há ação ou surpresas, apenas o lirismo puro.

    Boa sorte.

  60. Andreza Araujo
    16 de janeiro de 2017

    Mais um exemplo de texto em que precisei ler mais de uma vez, pois na primeira leitura me pareceu coisa completamente diferente. A linguagem do texto é belíssima, quase um poema, e somos levado para esta atmosfera terna.

    Na minha primeria leitura, imaginei um texto de FC, em que existiria de fato uma nave para levar a pessoa amada para uma viagem longe, até perder de vista.

    Na segunda leitura, convenci-me que tratava-se de uma metáfora, e que a partida na verdade é a morte. Imaginei inúmeros cenários, desde um acidente onde a pessoa vê a alma da outra pessoa indo embora para os céus, até uma situação de enfermidade, onde a partida seria algo esperado. O conto é aberto e dá essa liberdade pra gente pensar no que ocorreu. Parabéns pelo trabalho!

  61. Rubem Cabral
    16 de janeiro de 2017

    Olá, Maria.

    Lindo conto, muito imagético. Teria a amada morrido? Ou o voo para outras paragens seria apenas metáfora para o fim de um relacionamento?

    Achei a escrita segura e, no espaço diminuto do conto, que soube explorar bem os sentimentos do narrador.

    Nota: 9.

  62. Sabrina Dalbelo
    16 de janeiro de 2017

    Eu achei uma bela construção com uso de metáfora.
    O narrador/protagonista sente a partida da amada. E sofre.
    É isso. Esse conto é uma fotografia daquele momento, em câmera lenta.
    Parabéns.

  63. Thiago de Melo
    15 de janeiro de 2017

    Olá, Maria,

    Parabéns pelo seu texto. Recentemente vivi uma experiência muito dolorosa que me mostrou o quanto não estamos preparados para uma despedida assim.
    Seu texto mexeu muito comigo, no bom sentido. É muito bem escrito e leva a várias reflexões. Parabéns.

  64. Ceres Marcon
    15 de janeiro de 2017

    Estamos despreparados para as perdas.
    Mesmo que o tema seja batido, não vejo problema no conto. Há emoção, um pouquinho de lirismo, até. Gostei das metáforas e da linguagem.
    Um bom conto.
    Parabéns!

  65. Glória W. de Oliveira Souza
    15 de janeiro de 2017

    A partida enquanto morte. A morte como partida. Partida não desejada. Partida que deixou culpa. Partida que foi, mas deixou lembranças. Lembranças de que podia impedir a partida. Alguém se foi, mas os lamentos ficaram, como se fosse possível impedir a partida. As lágrimas continuam a martelar a memória, o passado e um presente temporal que ainda não é passado. Houve-se a partida, mas o tempo não foi parido.

  66. Remisson Aniceto (@RemissonA)
    15 de janeiro de 2017

    Evocando temas surrados ainda se pode tecer bons enredos. Tocante.

  67. Vanessa Oliveira
    15 de janeiro de 2017

    Muito bonito e tocante, apesar de a morte e a perda não serem temas novos. Gostei como as palavras fluíram, como concordaram e trouxeram uma sutilidade que não faz o texto ser pesado. Gostei bastante, boa sorte!

  68. Matheus Pacheco
    14 de janeiro de 2017

    Um conto sobre perda, com metáforas fantásticas sobre a ascensão de alguém para a morte, ou até mesmo para um paraíso, talvez até um pouco baseado em Raul Seixas com a historia do Disco Voador.
    Um abração e muita boa sorte

  69. Zé Ronaldo
    14 de janeiro de 2017

    Texto fechado, descaracterizando o microconto, que exige texto aberto e esforço do leitor. O texto principia parecendo que vai ser aberto, mas do meio para o fim, estamos diante de um texto de final fechado, já está tudo lá. Gosto da temática das despedidas, usaste bons eufemismos, para abrandar a morte e sua dor.

  70. Givago Domingues Thimoti
    14 de janeiro de 2017

    Um ótimo conto, versando sobre despedida, ou talvez a morte da companheira. Bem lírico e muito bem escrito.
    Parabéns e boa sorte!

  71. Edson Carvalho dos Santos Filho
    14 de janeiro de 2017

    Muito bonito e tocante! A saudade de um grande amor e a sensibilidade de quem partiu em antever a dor da despedida. Parabéns, gostei!

  72. Bruna Francielle
    14 de janeiro de 2017

    Uma boa metáfora de ”abandono romântico”; fica a dúvida se ela morreu e saberia que ia morrer, quando disse partir, e ele depois disse que os céus a levaram, ou se apenas largou dele, cortando laços românticos.
    é claro que ficou um conto sem surpresa, pois já no começo, leva-se a se pensar que a pessoa irá abandoná-lo, e é o que ocorre.
    Mas penso que realmente não teria o sentido que tem se fosse doutro modo.

  73. Patricia Marguê Cana Verde Silva
    14 de janeiro de 2017

    Triste despedida imaginada em metáforas. Um cheiro de realidade profundamente dolorida. Assim se vão os amores descuidados e por vezes desprezado… Gostei da condução…

  74. José Leonardo
    14 de janeiro de 2017

    Olá, Maria Deodorina Bettancourt Marins.

    Triste, mas melífluo. Não percebemos o que temos ao nosso lado até perdermos. Se ela se afastou ou se faleceu, aqui, não importa. O sentimento de perda é o mesmo, e da oportunidade perdida, e o da falta de valorização.

    Sem ser meloso, apelativo, você conseguiu transmitir ao leitor o mesmo sentimento de seu personagem.

    Boa sorte neste desafio.

  75. Olisomar Pires
    14 de janeiro de 2017

    Mais um conto introspectivo, doloroso ou dolorido. Narração de sentimentos sobre algo que não se vislumbra muito bem.

    Infelizmente é o tipo de conto que não me conquista.

    Quanto à técnica, achei meio truncado, as ideias não se alinham.

    A expressão “que quando” é ruim aos ouvidos.

  76. Anorkinda Neide
    14 de janeiro de 2017

    Começou com uma cena cotidiana e foi crescendo para um drama, um enlutamento. Aqui todas as palavras são importantes, como quando ele diz q deixou que os céus a levassem, talvez ele nao deu atenção a alguns sintomas ou sinais.
    Mas o texto em um parágrafo único me cansou, por incrivel que pareça, pois ficou embolado e tive q ler várias vezes pois a atenção se desviava.
    Mas vc trabalhou a emoção fortemente e o texto ficou denso, forte e bonito. parabéns.

  77. Lee Rodrigues
    14 de janeiro de 2017

    Ahhh… “Diadorim das Rosas”, o batido se renova nas mãos de quem sabe apresentar personagens e conflitos escrevendo pouco e mostrando muito.

    Numa primeira leitura, o autor sugere que uma das partes é ofuscada pela distrações que roubam a atenção do seu parceiro, como se o protagonista sofresse de uma fadiga ocular, a hipermetropia da vida, só percebendo a ausência quando a outra parte já se encontra longe.

    Mas lendo uma segunda vez, percebi que o autor oferece um outro ângulo, porque depois da seriedade da constatação que estaria longe, ela sorri e diz, dessa vez não com amargura, mas como quem quer confortar, como quem já aguarda a sentença da partida (morte), que mesmo longe, estará observando porque sabe a falta que fará.

    Encantada com a sutileza.

  78. andré souto
    13 de janeiro de 2017

    Pouca ação.muita introspecção,numa narrativa equilibrada.Boa sorte.

  79. Evelyn Postali
    13 de janeiro de 2017

    Não teve surpresas, mas não teve deslizes. Eu gostei dessa forma de escrita. Uma pitada de poesia, como outros que li aqui, mas também sem muita apelação. Contos muito apelativos passam longe da minha classificação. Gostei da forma como as palavras vão passando os sentimentos. É algo devagar, mas intenso também.

  80. Luiz Eduardo
    13 de janeiro de 2017

    Com certeza um dos melhores que li até agora. Poetico sem perder de vista a narrativa. Profundo sem ser piegas nem melodramático. Parabéns. Boa sorte!

  81. Fernando Cyrino
    13 de janeiro de 2017

    gostei do conto, achei que ficou de um lirismo bem legal. Achei-o bonito e significativo. O amor é sempre um tema gostoso de se ler. Talvez se houvesse nele uma pegada mais forte ainda ficaria mais bacana. parabéns e boa sorte.

  82. Tiago Volpato
    13 de janeiro de 2017

    Acho que dava pra cortar algumas palavras pro texto fluir melhor. Algumas frases me pareceram um pouco emboladas. No geral é um bom texto.
    Abraços!

  83. Guilherme de Oliveira Paes
    13 de janeiro de 2017

    Gostei demais, há profundidade e é muito bem escrito. Há uma narrativa bem definida e você deixa para o leitor o trabalho de inferir um significado mais específico.

  84. elicio santos
    13 de janeiro de 2017

    Por que ele deixou que “os céus a levassem”? Ela morreu? Era um anjo, alienígena? A narrativa inova no formato, mas deixa a desejar nas conclusões. Parece muito com um poema em prosa o que dificulta um pouco a elucidação dos fatos e o encaixe ao gênero literário proposto. Boa sorte!

  85. Leonardo Jardim
    13 de janeiro de 2017

    Minhas impressões de cada aspecto do microconto:

    📜 História (⭐⭐▫): gostei dela ser fechada e caber no espaço proposto. Mas é bem água com açúcar. Sacana essa menina, seria ela um anjo?

    📝 Técnica (⭐▫▫): a segunda frase ficou um pouco grande demais. No resto, tudo bem, mas sem grande destaque.

    💡 Criatividade (⭐▫): amores perdidos é um tema batido.

    ✂ Concisão (⭐⭐): conseguiu fechar toda a história no espaço do conto.

    🎭 Impacto (⭐▫▫): o impacto não é muito grande, pois acabou sendo muito dentro do previsto.

  86. Virgílio Gabriel
    13 de janeiro de 2017

    Interessante essa metáfora para personificar o sentimento de despedida. O microconto é um tanto lírico, o que dá um charme maior ao texto. Não há uma ideia inovadora, mas uma aplicabilidade muito bem feita no que fora proposto.

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Publicado às 13 de janeiro de 2017 por em Microcontos 2017 e marcado .