EntreContos

Detox Literário.

GP Papagaio na Hípica de Pipas (Sérgio Ferrai e Anorkinda Neide)

CAPACAVALO

Bem vindos de volta, amigos ouvintes, aqui na rádio Requinte, AM 890. Todos agitando as apostas em direção à pista, as pipas já estão no alto e a raia está macia. É o Grande Prêmio Papagaio na Hípica de Pipas!

Estamos no segundo páreo do dia e os apostadores ficaram agitados depois que o jóquei Cariacica fez barba, cabelo e bigode nos últimos metros da linha de chegada. Adoniran, o quê você achou do grande impulso que o cavalo Trisco proporcionou na primeira corrida?

― César Augusto, eu nunca considerei Trisco um azarão, muito pelo contrário. Embora, na temporada não tenha mostrado grande preparo, hoje deu um belo drible, que levou a pipa dos dois ossos duríssimos de roer, Coentro e Whatabout. ―

Também leva crédito Cariacica, o jóquei…

― Com toda certeza, César. Em forma e com um domínio exímio da linha. ―

Thunder Taio no box numero um, Lilica Disbíca no número dois, Chileno mordendo a porteira três. Raia de Puxe, na marca quatro, Envenenado relinchando para os dois mil e quatrocentos metros que lhe aguardam e, por fim, Embolera correndo pela pista seis, todo lustroso, o famoso Embolera!

Frango assado delivery? Agora tem. Restaurante Carlão do Frango. Chega a penosa quentinha. Zero, operadora, onze, nove, nove, quatro, sete, nove, dois, dois, treze.

Foi dada a partida / Thunder Taio toma a ponta / o peixinho tricolor bica o ar atrás de uma vítima / Embolera dá um zerinho no meio do páreo tentando cortar na lata / espatifa a rabiola do Lilíca / Alamir Fubá se desespera / recupera Lilíca, com a carrapeta dando flechada na direção de Envenenado / Faz sinal com o dedo, Roni Horroroso, enquanto empina Envenenado.

― Ou, Envenenado empina Roni Horroroso! ―

Alamir Fubá, ginete de Lilíca Disbíca, tem apenas um metro e trinta de altura e carrega um dos maiores latões de linha.  Aquele achocolatado de cinco litros, Adoniran.

(RISOS)

― A raia verde limão do Thunder Taio, comandado pelo experiente Popolino, passou de longe todos os demais. Incrível! ―

Sim, lotadão. Com a cabeça baixa demais, Embolado diminui a velocidade…

― Eu tenho medo, César, que o Embolado de uma pirueta com o focinho enterrado no chão. ―

É mal do nome… Duas cabeças pau a pau e no céu um baile entre arraia e pião… Que magnífica pipa pião do Raia de Puxe, Adonis; show de multicores e um rabãããão.

Gilete Fino do Fino, a gilete oficial da família Ramos

Chileno relincha atrás de Emboleira / Dirrã espoleta o equino que responde com coices / Chileno desvia com ótimo reflexo do novato jóquei Guerreiro / ambos descarregam o carretel / que duelo! / Roni Horroroso avança com a linha sangrando os dedos / gira com outra mão um pedaço de brita / estratégia, Adoniran?

― Vai tentar laçar e taiar. ―

Minha Nossa Senhora de Tibiriçá, a pipa de Lilíca rasgou com a laçada de Roni Horroroso!

― Claramente sem querer, César. Essa pipa está descontrolada! ―

Ah, que isso, ela está descontrolada… Faltam quatrocentos metros / Raia de Puxe empina / Jango na garupa disbica seu pião pra baixo / Vai dar relo / Vai dar relo / Deu relo! Reloooooooooooou! / Mandou o Thunder Taio buscar a pipa lá no Oiapoque e o Popolino está em fúria, xingando a mãe do Jango e dizendo que ela empina pipão de trinta sem camisa na laje.

― Fácil falar, difícil imaginar, César Augusto, mas a verdade é que o cerol do Raia está a maior faca. ―

E a corrida não para / Emboleira se aproxima da curva de chegada / Dirrã solta linha / Chega ao encalço Lilica/ tá com fome de papagaio o Alamir / Envenenado cruza em diagonal / uma, duas, três pistas / Roni Horroroso enrola a linha/ Dirrã está com um fone de ouvido e um radinho preso na cintura. Espero que esteja ligado aqui na Requinte, AM 890.

― Além de quase derrubar a lata de linha, César, o Dirrã também está fazendo uma ligação pelo celular. ―

Quanta imprudência, Dirrã! / Avança Popolino tentando erguer uma nova pipa / sem pipa não se ganha o GP / Raia de Puxe chacoalha a crina / Jango descarrega o carretel com um corpo inteiro de vantagem / o céu está preto e a corrida nos metros finais, Adoniran.

― A chuva não é o problema, todos temem a força do raio. ―

Hortifruti Satoshi, vem do campo a solução para o colesterol.

Chileno e Envenenado cabeça a cabeça / Quem vai levar? / mantém um ritmo preciso, Raia de Puxe / Lilica toma fôlego / Popolino dá sinal com uma enorme rabiola azul.

― Ele usa apenas sacolas recicladas ao confeccionar estas espalhafatosas rabiolas. ―

Lilica Disbica empina / Chileno contorna Embolera / Roni disbica para direita / solta linha tentando amanteigar Thunder Taio / dá um salto para a raia numero um o cavalo Trisco / opa, o Trisco? / todos em polvorosa / invadem a corrida Trisco e seu ginete Cariacica!

― Olha lá, olha lá! Os seguranças vão pular também na pista. O jóquei está com uma mochila térmica do restaurante Carlão do Frango. ―

Os invasores cruzam uma, duas, três, quatro pistas / encostam-se a Lilica Disbica / Envenenado separa os dois como um foguete / Os seguranças puxam os cabelos sem ter o que fazer/ Cariacica equilibra um frango assado na mão / Alamir manda jogar / é arremessado o frango / tropeça Trisco / são os metros finais / parece suculento o frango / doidinho, doidinho o Alamir.

― Cariacica faz bico no restaurante do Carlão e provavelmente atendeu uma ligação do jóquei Alamir Fubá. Não sei não, vai ser cancelado este páreo. ―

Que rapidez de entrega, Adoniran. / Estamos chegando à reta final / Envenenado decola / enroscam-se três linhas no alto / Raia de Puxe arrasta a todos / Trisco morde o rabo de Thunder Taio / Cariacica passa voando pela linha de chegada / Que emoção! / Guerreiro desliza na raia quatro / derruba Alamir, que perde o carretel / voa longe o peixinho / Envenenado tira uma fina do Raia de Puxe / cabeça a cabeça / cabeça a cabeça / É mais um relo! Reloooooooou! / Foram as duas pipas pro vinagre / Cruzam, cruzam, cruzam a linha de chegada/ Envenenado em primeiro/ Raia de Puxe em segundo / Chileno na terceira posição / Embolera em quarto / Thunder Taio ficou pra quinto e em última posição passa Lilica Disbica.

― Agora, César Augusto, os juízes vão ter que decidir se a corrida valeu e quem, de fato, vai vencer, já que os dois primeiros colocados cruzaram sem suas pipas. ―

Parece que começou uma briga generalizada no Grande Prêmio Papagaio. Guerreiro estapeia Alamir / Roni cutuca o olho de Popolino / Dirrã, Jango e Cariacica se enroscam e os cavalos a paisana, ofegantes, sem entender nada.
― Começa a chover, César, e estão sinalizando que a corrida vai ser anulada! ―

Enquanto não sabemos o resultado, os cachorros se aquecem para a corrida de rabiolas, a Cachorriola. Lembrando que, ainda hoje, teremos a transmissão do décimo primeiro desfile de cavalos trabalhados no papel de seda. Vamos para um rápido intervalo e na volta o nosso comentarista Adoniran vai analisar a corrida. É já, já.

Seu Lotário, girou o botão de seu mais novo radinho de pilha e no silêncio que se fez o velho senhor soltou um suspiro demorado. E foi ouvido.

– Hey, por que desligou? O Senhor apostou no Envenenado, não foi? Eu te dei o dinheiro ontem. Seu Lotáaaario… Seu Lotáaaario…

O rapaz não gritava, apenas queria enfatizar o tom de crítica, alongando a vogal do nome de seu patrão. Edson estava cuidando do idoso há nove meses, eles se davam bem, conversavam bastante e haviam adquirido uma sintonia quase que de avô e neto.

– Não vão dar o troféu pro Envenenado. Você não ouviu? Estavam sem pipas.

– Ganhou, sim, Seu Lotário… Liga este rádio pra gente saber.

– Vai dar meia hora de comerciais, meu filho…

– O Senhor apostou, não apostou?

Observando o olhar do ancião que demorava-se a fitar o chão do quarto, estudando as rachas da madeira do assoalho, Edson teve a certeza:

– Não apostou! De novo, Seu Lotário?

O rapaz levantou-se de um salto, começou a andar de um lado para outro dentro do pequeno quarto, com as mãos na cabeça, tinha ganas de arrancar os cabelos. Quantas vezes ele deu dinheiro a Seu Lotário e o velhote bebeu a aposta!

O velho não era alcóolatra, mas não era permitido que bebesse em casa, a doença, os remédios… E nem era sempre que ele caía em tentação, mas…

– Estava frio e era preciso esquentar o corpo, meu rapaz. Entende? Não posso pegar uma gripe nessa idade…

Edson saiu do quarto. Seu Lotário ouviu o rapaz praguejando na cozinha enquanto acendia o fogão e fazia barulho com a porta do armário e com as xícaras. ‘Está bravo.’ Pensou e balançou a cabeça em negativa. ‘Jovens…’

O rapaz voltou com uma xícara de leite quente nas mãos.

– Seu leite, Seu Lotário. Para não tomar o remédio de estômago vazio.

– Você sempre repete isso, é papagaio?

– Ah.. nem me lembre.. nem me lembre… A gente poderia estar rico agora, eu sabia que o Envenenado ia encabeçar mais essa!

– Que nada! Você escolheu qualquer um. Entende nada de corridas.

– Não entendo, é? Mas ganhei e se o senhor tivesse apostado…

– Não vai valer. Estavam sem as pipas.

– Estavam é sem o whisky aguado que o senhor tomou naquele clube, Seu Lotário.

Uma vez por semana, o ancião fazia um passeio sagrado, aprumava-se todo arrumadinho com direito a água de colônia e pelo das narinas aparados, caminhava duas quadras, devagar e sempre, e divertia-se no antigo Clube de Apostas. Hoje, um bar que ainda monitorava alguns jogos e páreos através de transmissão via satélite, a freguesia era pouca para este tipo de evento, mas alguns resistiam ainda com afã de uma sobrevivente velha guarda.

A Rádio Requinte, AM 890 ajudava a manter a chama acesa. Sem suas transmissões as corridas de Cachorriola e o GP Papagaio já teriam virado cinzas.

Seu Lotário mergulhava em reminiscências nestes dias, é como se o vigor e o agito da mocidade estivessem de volta. Conversava e contava muita piada com os amigos e sem o dinheiro em mãos, se esquivava das bebidas alcóolicas e sorvia o saboroso cafezinho de D. Dalva, seriam pagos no fim do mês quando o filho dava uma passadinha por lá.

Mas, quando Edson lhe dava uns trocos para apostar, muitas vezes ele pedia:

– Vê uma dose, D. Dalva… Tô merecendo.

– Olha, Seu Lotário, o senhor não pode.

– Shh… é só hoje.

D. Dalva batizava bem a dose de whisky pretendida, ficava mais em paz com sua consciência.

Os amigos contavam causos da mocidade e Seu Lotário não ficava atrás. A maioria das histórias se repetia a cada semana, sem nunca aumentar um ponto, porque eram reais e eram lembranças cultivadas em algum setor especial da memória, quase um gravador.

“- Eu trabalhei nas cocheiras do Grande Prêmio Papagaio. É… Juçanã era meu cavalo favorito, não só por ser o maior campeão de todos os tempos mas o bicho se afeiçoou em mim. Só permitia que eu o lavasse e escovasse, nos outros tratadores, era relincho e cabeçada!”

Seu Lotário ria e sua plateia cativa gargalhava como se fosse a primeira vez que ouviam aquela narrativa.

“- Seu jóquei era o Fubá. Sabem,  Alaor Fubá, pai desse boboca que monta a Lilica Disbica. Fubá era gente finíssima, tratava o pessoal da cocheira como sua família. Fizemos muitas festas de comemoração pelas vitórias dele, ele e Juçanã… que saudades, nunca mais aparecerão jóquei e cavalo como aqueles dois.”

– Esse Alamir se vende por quaisquer tostões. Já está comprovado. – disse Seu José, com firmeza. Ele acompanhava todos os bastidores das corridas pela Rádio Requinte AM 890.

“- Fubá vivia com Alamir pra cima e pra baixo naquele Jóquei Clube, eles viram Lilica nascer e se tornar uma potranquinha forte, rápida e valente. Mas o garoto não dá valor à herança que recebeu.”

E, assim, entre doses de whisky ou ‘da branquinha’ velhos amigos reviviam. Porque relembrar é viver. E falar mal dos mais moços lhes trazia uma certa auto-confiança.

Quando chovia, Seu Lotário ouvia as corridas em casa, para isso não descuidava de ter sempre um radinho de pilha novo e carregado com pilhas também novas. Seu desejo era ter ainda um bonito rádio de válvula, decorando a cabeceira da cama mas não se encontrava um em boas condições de uso, havia coisas que não se conseguia trazer de volta do passado.

– Seu Lotário, vamos ouvir o GP Papagaio juntos hoje? Mês passado o senhor fez um papelão, mas agora o senhor apostou certinho, não foi?

O velho apenas balançou a cabeça afirmativamente e com um leve sorriso, ele não conseguia mentir com palavras.

– Eu ouvi, Seu Lotário, que desta vez não haverá surpresas nem desvios de rabiolas, o Pacificador do jóquei Antenor Louzada vai arrebentar todos os balcões de apostas.

– Não aparecerão jóqueis como Alaor Fubá e nem cavalos como Juçanã, meu filho.

– O senhor é muito descrente, Seu Lotário.

– Sou fiel ao que vivi, Edson, sempre fiel.

O que o moço Edson não sabia e jamais haveria de saber era que seu nostálgico amigo sempre apostava em Lilica Disbica, em nome dos velhos tempos. E não havia whisky batizado que lhe fizesse quebrar este ritual.

“Bem vindos, amigos ouvintes, aqui na rádio Requinte, AM 890. É o Grande Prêmio Papagaio na Hípica de Pipas!…

 

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39 comentários em “GP Papagaio na Hípica de Pipas (Sérgio Ferrai e Anorkinda Neide)

  1. apolorockstar
    19 de agosto de 2016

    o conto ousou em começar com um narrador sendo o própio narrador do concurso, porem foi uma escolha que deixou a leitura difícil e pobre de detalhes, a escolha do coautor não ajudou muito e desviou um pouco a atenção do conto o que o prejudicou

  2. Pedro Luna
    19 de agosto de 2016

    Esse conto é diferente e louco. Achei bizarríssimo a narração do GP Papagaio, kkk. Não posso dizer que foi agradável, empolgante, mas a curiosidade guiou a leitura. Porém, a segunda parte quebra o clima “inovador” e foca em um personagem com nome sugestivo..kk. Fica melhor de ler, mas faltou algo, porque a trama não empolga, o diferencial era a narração dos locutores.

  3. Thales Soares
    19 de agosto de 2016

    Em primeiro lugar, gostaria de dizer que gostei muito da imagem utilizada no texto. Bom… agora, em relação à obra…

    A primeira parte está muitíssimo bem escrita. De forma impressionante, o autor consegue criar um relato de uma corrida de pipas bastante imersivo. Uma história totalmente inútil, mas que consegue prender totalmente a atenção do leitor devido ao alto nível de escrita do autor. Fica bastante claro que esse é o tipo de autor que consegue fazer mágica com as palavras, e que conseguiria escrever uma boa história até com o simples fato de alguém fritando um ovo.

    O segundo autor, por sua vez, não se saiu nem um pouco bem. Com medo de não conseguir manter o alto nível estabelecido pelo primeiro, nem sequer tentou seguir pela mesma linha. Na hora de escrever, essa parece ser uma boa escolha (eu sei disso porque eu mesmo optei por esse caminho), mas acabei me dando conta de que, para o leitor, isso é extremamente decepcionante.

  4. Wilson Barros Júnior
    19 de agosto de 2016

    Hahaha, muito engraçado. O conto é engenhoso, esse esporte poderia ter sido incluído nas olimpíadas, como os lampadófaros. O locutor é bem literário, nada de Galvão. Creio que a intenção do primeiro autor era continuar as corridas, mas a mudança foi até bem-vinda, deu um toque de literatura nostálgica. Um conto bem original e divertido, parabéns.

  5. Thiago de Melo
    19 de agosto de 2016

    Amigos autores,
    Antes de mais nada, tenho que tirar o chapéu para o primeiro autor desse conto. É de uma criatividade que eu mal posso descrever. Não só por retratar fielmente uma transmissão de rádio AM, não é só isso. A própria ação narrada é muito criativa: jóquei, cavalo, pipa, cerol, latinha pra enrolar a linha. Muito legal. Meus parabéns.
    O autor que precisou continuar essa história deve ter sofrido um bocado quando tirou “a sorte” de ter que continuar justo essa história do desafio. É muito desafiador continuar um texto tão fora dos padrões. Mas acho que o autor que continuou a história fez um bom trabalho. Achei que a continuação conseguiu aproveitar o contexto apresentado pela transmissão de rádio inicial e, ao mesmo tempo, apresentar novos personagens e suas próprias falhas e desejos. Tudo isso em apenas 2 mil palavras.
    Só posso dizer meus parabéns a ambos os autores e desejar-lhes boa sorte no desafio.
    Um abraço!

  6. mariasantino1
    19 de agosto de 2016

    Oi!

    Pois bem, sempre observo elementos como apresentação, conflito, clímax e desfecho, mas nesse desafio eu também estou levando em conta a uniformidade, ou melhor, a manutenção do personagem, do universo criado pelo primeiro autor, e também dou bastante valor para o cerne, a mensagem, a dimensão do conto. Sendo assim, neste conto aqui eu fiquei um bom tempo pensando depois de ler a primeira parte, porque nela não havia todos os elementos que costumo observar, mas mesmo assim o conto consegue manter a atenção, é ágil, tem voz e é humorado também. Achei uma ideia para esporte original e fiquei ansiosa para a complementação. Ok, daí veio a segunda parte, que mesmo não dando continuidade a pegada narrativa, acabou inserindo os outros elementos estruturais que costumo pontuar. Sendo assim, acabei o conto gostando e desgostando ao mesmo tempo, sentido falta de algo e valorizando o que me foi oferecido. ^^
    Bem, dessa forma, por não ter nada pra falar, por não conseguir pensar numa avaliação e por me deixar aqui dizendo nada com nenhuma coisa.

    Desejo sorte no desafio e dou nota: 8 sendo 4,5 para a primeira parte e 3,5 para a segunda.

  7. Daniel Reis
    19 de agosto de 2016

    Prezados Autores, segue aqui a minha avaliação:
    PREMISSA: uma das histórias que partiu do ponto mais criativo desse desafio, fazendo com que o leitor ficasse “preso” à narrativa desde o começo.
    INTEGRAÇÃO: o segundo autor conseguiu manter a prosa, apesar de desviar o foco para outro núcleo narrativo.
    CONCLUSÃO: parabéns a ambos, conseguiram construir uma história bastante interessante, do começo ao fim.

  8. Renata Rothstein
    19 de agosto de 2016

    O dia a dia, ano após ano, a realidade de um simples mortal em forma de conto.
    Mais um conto para reflexão sobre a vida, a essência de tudo, nas (aparentemente) pequenas coisas.
    Nota 8,0

  9. vitormcleite
    19 de agosto de 2016

    a primeira parte não me envolveu, penso que foi a temática que não me agarrou e a segunda parte também não teve força para me agarrar, parece que a intenção de continuidade não foi inteiramente conseguida, mas é só a minha opinião, peço desculpa aos autores, pois o texto por vezes mostra muita qualidade na escrita dos autores

  10. Amanda Gomez
    18 de agosto de 2016

    Só eu li esse conto, fazendo voz de narrador e de garota propaganda de marketing? rsrs Que conto louco! Sim! eu li o conto em voz alta, e fiquei fazendo varias vozes de acordo com o que ia acontecendo, até mesmo os ‘(RISOS) da plateia, ah e a do comentarista convidado também. me julguem!

    Cavalos, cavaleiros e pipas, vejam só! Que mente exótica deve ser a deste autor(a). Não vou mentir, eu não entendi 50% dessa corrida, nem mesmo consegui decorar os nomes dos competidores, é muito difícil, um tipo de narrativa que foge do convencional, e tira o leitor de sua zona de conforto. Contudo, foi uma leitura muito prazerosa e divertida, até conseguiu me tirar da ressaca literária que eu estava.

    Estou impressionada com todos os detalhes, a imagem do conto foi feita especialmente pra isso, com os desenhos, data.. os nomes… muito capricho!

    Quando chega a segunda parte é como a sensação de ‘’despencar’’ na cama, apos um sonho. A quebra de ritmo deixa o leitor, respirar um pouco, mas também deixa confuso… e bem, não consigo descrever ao certo a sensação.

    Achei bem válida a continuação, desligou o rádio e simplesmente somos apresentados ao personagem dali em diante. Foi uma subversão, mas o que o autor poderia fazer? poucos conseguiriam manter o ritmo da primeira parte, foi compreensível.

    Achei meio estranho os diálogos, o cuidador do seu Lotário principalmente, me pareceu que ele é o senil dali rsrs. Muito estranho a forma como ele fala, e tudo mais. Arremeter o seu Lotário ao passado, e fazer referência ao presente foi a saída encontrada para continuar. Não foi surpreendente, nem muito empolgante, mas foi válido, diante da complexidade da proposta em sim.

    Achei engraçado a ultima parte, em que ele faz a aposta novamente na ultima colocada de sempre.

    Gostei.

  11. Simoni Dário
    18 de agosto de 2016

    Olá
    O conto não emplacou comigo. No começo do texto, por habilidade do autor, consegui ouvir a narração, mas ouvi tão bem que me incomodou como incomoda quando ouço no radio, de algum jogo ou coisa assim O enredo decaiu na segunda parte tornando o texto monótono e arrastado. Não curti a história, mas os dois autores mostraram que tem talento com a escrita. Boa sorte!
    Abraço

  12. Jowilton Amaral da Costa
    18 de agosto de 2016

    Um conto divertido. Deve ter sido complicado pra continua com tanto nome complicado pra escrever. O ritmo é alucinado, como em verdadeiras narrações de corrida de cavalo. As propagandas no meio da narração também foram bem legais. Dá para se sentir ouvindo rádio. No entanto, se eu entendi bem, a corrida era de pipas, e no decorrer do conto, provavelmente na escrita do segundo autor, ele fala como se a corrida fosse mesmo de cavalos, falando inclusive de uma poltranquinha. Isso aí deu degringolada no enredo, ao meu ver. Boa sorte.

  13. Luis Guilherme
    18 de agosto de 2016

    Ótimo conto!
    Já começou bem na imagem! Primeiro conto que eu paro pra olhar a imagem, e igualmente o primeiro em que comento sobre ela. Criativo, parabéns! Ahhaha
    Gostei bastante da história. A primeira parte tá bem convincente, o ambiente da corrida, a narração, e tudo. Achei que ficou um pouco confuso, é tudo muito rápido, muitos nomes, muita informação, e em alguns trechos eu só lia bem rápido. Mas isso não muda o fato de que tá tudo bem interessante.
    Também gostei muito da continuação, a mudança na pegada da história me agradou. Deu um sentido legal pra história, conduziu bem, criou um clima interessante, e concluiu bem! Parabéns!
    Além disso, os personagens são bem cativantes.
    A gramática e a técnica de escrita são excelentes, também.

  14. Bia Machado
    18 de agosto de 2016

    Esse foi um daqueles contos que eu fui deixando, deixando, deixando, com receio
    de que não fosse o que eu esperava. E isso, no final, acabou sendo bom. E que
    mudança de 180 graus entre as partes. Uma boa diferença entre os dois autores,
    mas a missão foi muito bem cumprida, com ambos se destacando, cada qual à sua maneira. Considerei isso como positivo. Boa dupla, bom conto! Agradeço pela leitura.

  15. Marco Aurélio Saraiva
    17 de agosto de 2016

    Gostei! Apesar do segundo autor ter tomado as rédeas do conto e virado a história em 180º, o que me fez torcer o nariz um pouco, ele me conquistou com o seu Lotário e Edson.

    A primeira parte do conto é muito louca. Juro que pesquisei corridas de cavalo com pipa no google pra ver se isso realmente existia. O autor fala da corrida com tanta autoridade que é como se fosse tradição nas suas terras!

    A escrita da primeira parte está muito boa. O autor reproduziu com perfeição o som das rádios AM. Eu mesmo só conseguia ler os comentaristas com aquelas vozerões na minha cabeça, com direito a eco adicionado e musiquinha na hora dos comerciais. MUITO legal! O tom cômico da primeira parte é muito legal também. Curti muito. O lado negativo é que o autor usou TANTOS regionalismos linguísticos que muitas vezes me vi atrapalhado com a leitura, tentando entender o que estava escrito.

    O segundo autor, de inicio, parecer cometer um pecado terrível em mudar completamente o enredo e o ritmo do conto. Partiu de um conto cômico e inusitado para um conto lento e nostálgico; Só que fez isso com tanta maestria que não há como avaliar a alteração de forma negativa. Lotário é um personagem e tanto, desenvolvido em poucas linhas mas que conquistou o meu coração. Que escrita divina, essa do segundo autor! Os detalhes são muito bem descritos, incluindo objetos do passado, costumes antigos e afins. Parabéns!!

    Eu geralmente tiro pontos por falta de entrosamento entre os autores… mas desta vez, gostei! É nota 10!

  16. angst447
    17 de agosto de 2016

    Para este desafio, adotei o critério T.R.E.T.A (Título – Revisão – Erros de Continuação – Trama –Aderência)

    T – Título original que só intriga.
    R – Escapou pouca coisa à revisão:
    Bem vindos > bem-vindos
    o quê você achou > o que você achou…?
    numero um > número um
    de uma pirueta > dê uma pirueta
    auto-confiança > autoconfiança
    radinho de pilha novo e carregado com pilhas > para evitar a repetição = radinho novo e carregado com pilhas novas
    E – As duas partes do conto não destoam entre si. Não encontrei quebra de ritmo ou conflito de estilos. Aliás, que estilo, hein, autor A ? Considero que o objetivo do certame foi atingido.
    T – A trama baseia-se em uma curiosa corrida de pipas, papagaios, seja lá o que for. A mistura dos termos empregados em uma corrida de cavalos com o linguajar dos empinadores de pipas ficou interessante. Ainda mais porque toda a corrida foi narrada como se fosse um jogo de futebol. Tudo junto e misturado. A segunda parte, tirou o foco da disputa de papagaios e entrou no mundo dos personagens Lotário ( Loteria + Otário?) e Edson (Pelé?), o que humanizou a narrativa.
    A – Apesar da primeira parte do conto revelar criatividade e me obrigar a ler os parágrafos com a voz de um locutor de rádio enlouquecido, não me interessei muito pela trama. Muita informação corrida, embora o tom bem humorado tenha me agradado. A segunda parte trouxe personagens mais próximos à realidade, o que prendeu minha atenção. Simpatizei com o Sr. Lotário.

    🙂

  17. Leonardo Jardim
    17 de agosto de 2016

    Minhas impressões de cada aspecto do conto (li inteiro, sem ter lido a primeira parte antes):

    📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫): doida, um início alucinante e difícil de acompanhar. Entendi, depois de um tempo, que era uma espécie de corrida de cavalos com Pipas (!). Quando o velho desliga o rádio (provavelmente na mudança de autoria), a trama se desenvolve melhor e fecha bem, se resolvendo em si.

    📝 Técnica (⭐⭐⭐⭐▫): sem erros, apurada, doida no início e bastante boa na segunda parte. Não encontrei nenhum problema, a não ser a loucura da primeira parte, mas isso eu credito mais como mérito que como falha.

    💡 Criatividade (⭐⭐⭐): muito criativa, tanto pela forma, quando pelo novo esporte criado.

    👥 Dupla (⭐⭐): boa combinação. Apesar de imaginar onde ocorreu a mudança de autores, acredito que a mudança foi leve e o segundo autor respeitou bastante a loucura do primeiro.

    🎭 Impacto (⭐⭐▫▫▫): gostei do clima nostálgico de ouvir no rádio (nunca ouvi corridas de cavalo, mas acompanhei muito futebol qdo menino), mas o impacto não foi muito forte porque minha cabeça demorou a acompanhar a história e o fim, embora fechado, não chegou a marcar.

  18. Ricardo de Lohem
    15 de agosto de 2016

    Olá, como vão? Vamos ao conto! Nossa, mas que loucura! Foi uma deliciosa viagem surreal essa de uma corrida na qual os jóqueis carregaam papagaios, me sinto mergulhado num delicioso clima dadaísta, porque a história parece se passar nos anos 10 do início do século XX. De onde saiu a ideia dessa corrida doida? Você leu alguma coisa parecida com isso em algum lugar, ou usou só a imaginação? Adorei também a imagem que ilustra o conto, queria saber: o desenho já existia, e você se baseou nele pra criar a história? Ou você mesmo o desenhou? Os seis quadros abaixo, com retratos e nomes dos corredores, ficou genial! O conto em si é meio exasperante, muito rápido e aflitivo, difícil de acompanhar, mas bastante divertido. A segunda parte foi ótima. Uma fusão sem emendas, mantendo o espírito e talvez até melhorando o timing. Toda a estrutura e o clima da história lembra muito o estilo de Antonio de Alcantara Machado, esse conto parece uma história perdida de “Brás, Bexiga e Barrafunda”, que alguém tenha encontrado por aí. O final, poético e nostálgico, faz um fechamento perfeito. É um conto que comecei não gostando, mas acabei elegendo um dos melhores do desafio. Parabéns pra vocês, desejo muito Boa Sorte!

    • Ferrari Sérgio
      20 de agosto de 2016

      Peguei uma imagem livre do google depois de ter terminado o conto. Obrigado 😉

  19. Andreza Araujo
    15 de agosto de 2016

    A primeira parte é extremamente repetitiva, o que tornou o texto muito chato. Aconteceu de meus olhos implorarem para uma leitura dinâmica, e precisei me esforçar para concluir a leitura da primeira metade. O texto é original, criativo, e as falas do narrador são bem feitas, mas ler um conto inteiro (metade, no caso) apenas na narração de uma corrida foi bem tedioso.

    A segunda parte salva um pouco, tem uma história, uma motivação… Tem a questão da aposta, e percebe-se ao final por que Lotário desligou o rádio ao fim da corrida. Fizeram um bom trabalho com o que se tinha em mãos. Ou seja, o texto passa a ser divertido, mas ainda assim não é nada muito memorável ou emocionante. Não teve nada que me fez querer continuar a leitura, é isto que eu quis dizer.

  20. Catarina
    14 de agosto de 2016

    Todos os contos foram avaliados antes e depois da postagem da 2ª parte; daí a separação:

    1ª PARTE: Adorei a agilidade do texto. O autor conseguiu dar a velocidade de uma transmissão de rádio (geralmente confusas). Todo o mérito deste conto está no formato inusitado e num puta domínio de bola. Pura ousadia.

    PIOR MOMENTO: Fiquei meio apatetada entre o campeonato de pipa e/ou GP com entrega de frango. O vocabulário, com várias expressões regionais, atrapalhou um pouco o ritmo da leitura. Mas é só reler 3 vezes. Rsrsrs.

    MELHOR MOMENTO: “Enquanto não sabemos o resultado, os cachorros se aquecem para a corrida de rabiolas, a Cachorriola.” – Aí tive a certeza de se tratar de um “samba do crioulo doido”. Muito bom!

    PASSAGEM DO BASTÃO: Acho que foi a passagem mais rápida e perigosa deste desafio.

    2ªPARTE: Embora esteja longe do pique frenético da primeira parte, há poesia na existência de Seu Lotário. O contraste entre a locução da rádio e o marasmo da vida do velho foi chocante.

    PIOR MOMENTO: O balde de água fria ao desligar o rádio.

    MELHOR MOMENTO: “E falar mal dos mais moços lhes trazia uma certa auto-confiança.” – Legal a frase. A sabedoria dos idosos esconde frustrações.

    EFEITO DA DUPLA: Uma talentosa dupla bipolar.

  21. Bruna Francielle
    13 de agosto de 2016

    Bem, este conto ,é um que antes de distribuirem os contos para continuar, eu pensei “Não quero pegar esse!” E torci.. para não pegar ! hehe , o motivo, a extrema dificudlade em continuar algo assim, ainda mais q não tenho conhecimento e aqui parece ter sido muito bem feita a ‘imitação’de uma corrida. Uma leitura dificil, a parte do rádio, acho q os nomes dificeis escolhidos pros cavalos e pessoas, embaralhou ainda mais, mas algmas partes mais comicas, como as entrecortadas do Adonirane as propagandas. Este foi um conto q, parece q o segundo autor saiu da linha, montou uma historia paralela d um idoso q ouvia o ´radio e eu gostei. Ate agora, o unico conto q me lembro,q o segundo autor fez algo diferente do q havia sido iniciado q me agradou, ate pq, ele nao fugiu da história, e colocou ainda uma outra historia, coerente e interessante, junto. Pois é mais facil mesmo visualizar um velhinho ouvindo rádio, ainda com o toque do cuidador, d ele gastar dinheiro em bebidas e ser nostalgico, ficou realmente bem legal. Gostei.. a primeira aprte muito mais dificil d ler, a segunda, fluiu melhor.

  22. Wender Lemes
    13 de agosto de 2016

    Domínio: ambos os autores representaram muito bem seus estilos: o primeiro com uma pegada mais entorpecente, voraz, crua; o segundo com uma narrativa mais cativante, serena. O que mais me impressionou é que o diálogo entre as duas partes foi ótimo.
    Criatividade: divide-se também em duas formas neste conto. Na primeira parte, a criatividade é mais estilística, com um modo de narrar muito próprio e um enredo de dar pirueta em cabeça de maluco. A criatividade do coautor, por outro lado, está no modo como consegue criar um segundo conto totalmente diferente partindo do primeiro, mudando para um jeito muito mais tranquilo, mas sem tornar o conto entediante.
    Unidade: eis a questão. Há provavelmente quem esperasse a continuação do programa e que se decepcione com a opção adotada. Para mim, funcionou muito bem, minha mente pedia um pouco de calmaria após aquela tempestade descritiva indescritível.
    Parabéns e boa sorte!

  23. Paula Giannini - palcodapalavrablog
    12 de agosto de 2016

    Ficou bonito!
    Ao ler a primeira parte, me intriguei muito com a narrativa. A impressão que tive foi a de que o texto é fruto de uma boa pesquisa ou de conhecimento prévio de um determinado universo. Muito bem escrito, quase podemos “ouvir” as vozes dos radialistas, narrando a corrida.

    Na segunda parte, gostei muito do respeito à carga emocional da memória (ainda que ficcional) de um tempo que não volta mais. Muito bom o personagem fiel a seu tempo, amigos e ao “cavalo campeão” de sua época.

    Parabéns para os dois escritores.

  24. Júnior Lima
    11 de agosto de 2016

    Achei o texto muito bom! A parte inicial, da corrida, é fantástica. cada frase traz uma ideia nova e interessante, nomes e expressões surpreendentes, que não sei de onde foram tiradas. Uma leitura realmente prazerosa.

    A segunda parte fugiu um pouco da ideia e perdeu força, mas continuou com um texto também competente. De fato seria difícil continuar algo de estilo tão idiossincrático!

    Estão de parabéns!

  25. Gustavo Castro Araujo
    10 de agosto de 2016

    Quando li a primeira parte deste conto, logo que foi postado, torci para que fosse eu o sorteado a complementá-lo. É exatamente o estilo que invejo e aprecio, tão diferente da maneira que eu mesmo escrevo. Teria sido um desafio e tanto. O narrador e o comentarista estão ótimos — e os comerciais que invadem o espaço, ainda melhores. Tive a perfeita sensação de estar ou vindo um GP de turfe (com o complemento impagável das pipas) no rádio.

    Achei também que o primeiro autor deixou um ótimo gancho para o segundo no momento em que disse que quem ganhou a prova poderia não levar o prêmio, já que atravessara sem pipa. Mais: que a própria corrida poderia ser cancelada. Isso dava margem para uma discussão bem interessante sobre os bastidores da prova e por aí vai…

    O segundo autor não seguiu por esse caminho. A narrativa está ótima e, fosse um conto autônomo, teria me ganhado na hora — gosto muito de digressões filosóficas que acompanham textos sobre a velhice. Contudo, fiquei com a impressão de que embora bem executada, a segunda metade não se encaixa na primeira.

    Para mim, o desafio era justamente adaptar-se a um estilo de escrita diferente. Não foi o que aconteceu aqui. Em vez de enfrentar o monstro, o segundo autor refugiou-se na própria competência, permaneceu na zona de conforto. Sinceramente, eu teria apreciado mais o texto caso o segundo autor se entregasse à provocante balbúrdia lançada pelo primeiro. Mesmo assim, a segunda metade cumpre a missão de fechar o conto de modo competente. Só poderia ter ousado mais.

    Nota: 7,0

  26. Fabio Baptista
    9 de agosto de 2016

    Imitando descaradamente nosso amigo Brian, utilizarei a avaliação TATU, onde:

    TÉCNICA: bom uso da gramática, figuras de linguagem, fluidez narrativa, etc;
    ATENÇÃO: quanto o texto conseguiu prender minha atenção;
    TRAMA: enredo, personagens, viradas, ganchos, etc.;
    UNIDADE: quanto o texto pareceu escrito por um único autor;

    ****************************

    Conto: GP Papagaio na Hípica de Pipas

    TÉCNICA: * * * *

    Aqui ganha pontos pela inovação da primeira etapa e pela narrativa competente na segunda parte.
    Confesso que não é meu estilo preferido, mas foi bem executado e ousado.

    As intervenções das propagandas são bem engraçadas.

    ATENÇÃO: * * *
    A etapa inicial é cansativa, repetitiva. Poderia dar uma enxugada.
    A mudança de pegada na continuação foi bem-vinda, deu um fôlego para o texto.

    TRAMA: * * *
    A trama começa, de fato, na segunda parte.
    A primeira é só um grande prólogo para a história. Quando li esse texto, logo que foi postado, fiquei pensando em como poderia continuá-lo e me veio uma solução parecida com a adotada pelo segundo autor, no sentido de deixar a narração apenas como pano de fundo (minha ideia seria um paralítico assistindo os outros empinando pipa e imaginando a narração).

    A solução foi simples e bem executada. E o final, bacana.

    UNIDADE: * * * *
    Houve uma mudança brusca, mas eu não faço a menor ideia de como poderia ser diferente.

    NOTA FINAL: 7

  27. Danilo Pereira
    9 de agosto de 2016

    Texto muito bem elaborado. Com forte regionalismo. Descrição e ritmo certeiros. Ao ler esse conto me senti em texto de literatura de cordel, me fez remontar lembranças das brincadeiras (hoje esquecidas) de crianças. O complemento seguiu o mesmo ritmo, porém enfatizou no personagem Lotário, mostrando a sua melancolia diante da vida, e como o mesmo personagem disse: “Sou fiel ao que vivi”. Isso nos remente não apenas ao tema central, mas nos faz pensar em toda a sua vida, o porquê do vício. Lendo esse conto, me lembrei do Grande Guimarães Rosa que dizia assim: “Felicidade se acha é em horinhas de descuido” NOTA:10

  28. Wesley Nunes
    8 de agosto de 2016

    A partir da intenção do autor, o conto está perfeito. A história é divertida e engraçada. O texto é dinâmico, possui um ritmo intenso e a leitura flui de forma prazerosa. A linguagem e os recursos utilizados dão vida a voz de dois narradores.

    Terminada a primeira parte e também terminado a corrida, já elogio o autor da segunda parte, que conseguiu prosseguir com a história de maneira magistral. O autor manteve o mesmo tom, sendo assim, o leitor continuou sentindo que estava em alguma periferia do Brasil. Tanto os diálogos são e a linguagem utilizada, transmitem as características dos personagens e um conversar rico e cheio de simpatia.

    Gosto da forma que me foi contada um pouco da vida do Senhor Lotário e fiquei curioso para saber muito mais sobre ele. Encerro informando que o final é de uma maestria sem tamanho.

    Contagiado pela história, aposto o meu dinheiro sempre dobrado e escondido no cantinho da carteira no GP Papagaio na Hípica de Pipas

    Excelente conto e um belíssimo trabalho em dupla.

  29. Evandro Furtado
    7 de agosto de 2016

    Complemento: downgrade

    A primeira parte apresentou um tom bem satírico, repleto de elementos bastante próprios. A segunda parte mudou completamente o tom – a despeito do final aberto do primeiro autor – optando por atuar em outra camada desse universo. A trama, em si, não é ruim, mal falta aquela ousadia inerente da primeira parte. O final abrupto, não permitiu um impacto maior. Talvez se o autor tivesse desenvolvido melhor a relação entre Seu Lotário e o GP, explorando com mais profundidade seu passado, o resultado poderia ser melhor.

  30. Jefferson Lemos
    5 de agosto de 2016

    (Parte um) Olha, é um conto bem escrito, muito ágil e descritivo, mas apesar de ser uma coisa bem original, não me agradou em nada. A leitura me cansou por não mostrar nenhum atrativo quanto ao enredo. Achei que faltou consistência na composição da obra, pois há, de certa forma, um surrealismo aí que não cabe à narrativa deste texto, ao meu ver. Fiquei analisando a história e analisando como seria possível um torneio de jóqueis soltando pipa…

    (Parte dois) Gostei. Instigante, real e simples. Uma narrativa direta e com boa qualidade. Os diálogos estão bem críveis e os dois personagens principais também. Algumas frases também ficaram bem escritas, e uma delas me fez ter uma introspecção breve aqui. Talvez seja por isso que tenha gostado tanto dessa segunda parte. Mesmo destoando da técnica narrativa, da primeira, gostei mais dessa.

    Parabéns e boa sorte!

  31. Gilson Raimundo
    4 de agosto de 2016

    Bacana, eu gosto do imponderado, do inusitado, confesso que já estava enfarando da primeira parte do conto, começou legal, mas se prologou quase a té se perder, o segundo autor fez um bom trabalho falando das lembranças de seu Lotário e da fidelidade à Lilica Disbica, tirou um coelho da cartola.

  32. Olisomar Pires
    3 de agosto de 2016

    Bem, a segunda parte arranjou o conto e deu jeito na coisa. A primeira foi uma cacofonia só. Cansativa até, eu diria. Realço a criatividade para os nomes e a idéia da transmissão. Talvez tenha sido proposital ter deixado a estória para ser contada pelo autor complementar, se foi, parabéns, uma jogada insólita.

  33. Matheus Pacheco
    3 de agosto de 2016

    Amigo, eu achei sensacional a narrativa usada como um rádio dos anos (que presumo ser) 1960.
    Me lembrou muito das historias de meu avô, tanto na primeira como na segunda parte, dele falando que adorava ouvir o radio e das historias de sua juventude.
    Me mandou uma grande nostalgia.
    Abração amigos

  34. Thomás Bertozzi
    3 de agosto de 2016

    Excelente! A primeira parte, da narração, é engraçada e vai no ritmo preciso!
    Sensacional!

    Foi uma baita responsabilidade para quem assumiu a segunda etapa. Houve uma, quebra em todos os sentidos, mas ainda assim, a conclusão foi muito bem sacada.

    Sem mais comentários.
    Foi um prazer ler este conto!

  35. Brian Oliveira Lancaster
    3 de agosto de 2016

    CAMARGO (Cadência, Marcação, Gosto) – 1ª leitura
    JUNIOR (Junção, Interpretação, Originalidade) – 2ª leitura

    – GP Papagaio na Hípica de Pipas (O Pestinha)
    CA: Criatividade incrível. Demorei a entender que se tratava de pipas, com jóqueis (mesmo com o título). Então ficou tudo mais divertido. A estética non-sense prevaleceu e atingiu o objetivo. – 8,5
    MAR: O desenvolvimento pede entendimento e esforço do leitor. Depois que entendemos as separações e os diálogos dos dois cronistas, fica mais claro. É confuso de primeira, mas lendo atentamente, é possível entender as nuances. Não notei grandes erros, apenas marca de estilo. – 8,0
    GO: Como gosto pessoal, curti a diversão proporcionada pelos comerciais e o inusitado “delivery” em meio ao torneio. Como texto em si, é completo, e aponto apenas a dificuldade acima, mas que é superada logo. – 8,0
    [8,1]

    JUN: Trocar o contexto geral para um ouvinte foi bem acertado. Continua no clima nostálgico e cômico. No geral ainda precisa de algumas revisões, mas o resultado é satisfatório. – 8,0
    I: O texto, como um todo, satisfaz a curiosidade de um cotidiano rancheiro; com termos e referências aos próprios tempos antigos. Achei que os dois conseguiram transmitir de forma excelente essa sensação. – 9,0
    OR: Então, quem ganhou no fim das contas? O final ficou interessante por fechar a história do ouvinte, mas deixou a história maior em aberto. Uma pena. Como dito acima, há várias passagens que precisam de revisão, mas ganha pontos pela atmosfera conjunta. – 8,0
    [8,3]

    Final: 8,2

  36. Anorkinda Neide
    2 de agosto de 2016

    Comentário da primeira fase:
    Judiação duas vezes! Como comentar um lance tão genial de criatividade como este? A narração perfeita de um páreo… haha parecia que eu estava com o rádio ligado mesmo, na requinte FM 😛 Muito bom. a segunda judiação é que vc praticamente intimou o colega q vai continuar o conto a narrar uma Cachorriola e tb o comentário de Adoniran sobre a corrida de pipas, ou sei lá q corrida maluca era essa, cavaleiros com pipas…ouxi q doidera! haha Parabens!

  37. Anorkinda Neide
    2 de agosto de 2016

    Bem, cá estou, pra me desculpar pela continuação que fiz! hehe
    .
    Sim, eu achava que quem viesse lhe continuar ‘deveria’ narrar a Cachorriola e/ou os comentarios de Adoniran, pq era o gancho. Segui o caminho mais fácil: desligar o radio.
    Peço mil perdões, mas eu não tinha condições sequer de fazer um cover de sua originalíssima narração desta verdadeira corrida maluca, que eu achei sensacional! Me senti realmente ouvindo um radinho.
    .
    Meu avô era fanático pelo Prado. ou seja, frequentava a Hípica aqui de Porto Alegre e quando muito envelhecido, ouvia tudo pelo rádio. Eu não convivi muito com ele, senão eu teria mais lembranças e historias para contar. Mas de algumas coisas eu sei pelo q meu pai conta.
    Então, eu resolvi fazer uma homenagem aos amigos de meu pai, se reúnem por vezes aqui em casa, relembrando os velhos tempos, um deles, o compadre, fazia isso ae mesmo que Seu Lotário faz, frequentava um bar q transmitia e fazia apostas ainda nos cavalos, era o costume dele, a distração, o hobby, o coitado do véio está bem perdido hj em dia, sem as apostas no Prado, como se chama aqui e sem trabalho é daqueles que nao se habitua com a aposentadoria.
    Seu Lotário, era um amigo já falecido de meu pai, homenageei-o com o nome, ele não chegou a envelhecer, morreu alcóolatra.
    E tb sobrou pra meu proprio pai, pois ele é fissurado em rádios, está sempre comprando radinhos de pilha novos e sempre sonhando com o passado com seus rádios de válvula…. hehe
    Por isso que digo q eu precisava escrever este conto, gostei demais do que eu escrevi… 🙂
    Espero sua compreensão, caro autor/colega, que nem sei quem é mas que considero pacas!
    Abração

  38. Davenir Viganon
    1 de agosto de 2016

    Olá. Fazia tempo que não lia algo tão divertido quanto essa corrida, os nomes e a narração da “Rádio Requinte AM 890” (até o nome da rádio me fez rir). Ao mesmo tempo, enquanto lia, pensei que pica seria para o seguinte continuar com o clima bom dessa corrida. Não conseguiu superar a insanidade daquela narração, mas o ficou bem conduzido e a revelação da aposta do seu Lotário ficou bacana.

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Publicado às 5 de julho de 2016 por em Duplas e marcado , .
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