EntreContos

Detox Literário.

Centro do Mundo (Vitor Leite e Thales Soares)

Estou no centro do mundo. Bem, não verdadeiramente de todo o mundo, somente deste mundo. Posso estar no Rio ou em S. Paulo, México, Nova York ou outra qualquer cidade. Brasília não, pois aqui o ar não é limpo nem o céu é azul. Fica muito próximo este céu cinzento. Estou aqui mas até podia estar noutro mundo, por exemplo Madrid, Veneza ou Par… não! Paris agora tem muito futebol! Também não nos podemos esquecer que agora em Londres não querem estrangeiros! Puf! Risquemos Londres também. Lisboa? Tem muita luz, por isso também não serve. Fiquemos portanto com este nosso mundo. Estou no seu centro.

As pessoas correm, não sei para onde, mas correm, e em todas as direcções, vêm de todo o lado e desaparecem, sempre a correr, por entre as edificações. Não olham para o lado, simplesmente correm. O sol imita as pessoas, começa de manha, sempre no mesmo canto da praça, passando o dia a correr até chegar ao outro lado, deixando, no final, tudo na penumbra. Mesmo depois do desaparecimento do sol, as pessoas continuam a correr, para um lado e para o outro. Não dorme esta praça, nunca.

Este centro parece cortado à faca, os edifícios altíssimos acabam todos bem alinhados, deixando livre uma quantidade enorme de chão. Enorme, sem ter qualquer utilidade. As pessoas correm, passam para um lado e para o outro, sem viver aquele pavimento. Tanto chão exclusivamente para as sombras se deitarem. Ali, o vento é como as pessoas, vem de todo o lado e vai para todo o lado, faz frio e, quando forte, deixa espirros no ar e distribui bofetadas ao virar de cada esquina. As construções, de tão cinzentas, falam mas nada dizem, nem ninguém sublinha o que falam. Após uma breve pausa, fecho os olhos e questiono-me se os edifícios têm janelas, certamente têm, mas como são? Compridas? Altas? Abrem? Pergunto-me diretamente como leitor, aguardo pela resposta, segundos feitos eternidade, e fico sem resposta.

No centro deste mundo impera o silêncio. Longe andam os pássaros, talvez nem saibam que aquele pedaço da cidade ali está, apesar de existir nos mapas e em todas as tecnologias modernas, não se encontra qualquer vida ali. Não há árvores, portanto não há pássaros nem cães, também não se veem meninos a brincar, a correr, nada. Muito frio o centro deste mundo, possivelmente por estar repleto de silêncio. Quem se importa com o que o silêncio diz? Encontro a resposta na frase deixada naquela parede escondida na sombra, letras brancas sobre a pedra cinzenta: “morte aos poetas e que se queimem todos os papeis”. Precisassem os poetas de papéis e aí sim acabariam os silêncios desafinados.

No lado onde o sol nasce, surge todos os dias, uma bancada a vender sonhos, um velho com óculos muito grossos, com uma tremenda barriga, o único elemento que mantém aquele homem a uma certa distância daquela mesa, onde vende sonhos e outras mezinhas. Sacos cheios de ar puro, água límpida, pedras com conhecimento do futuro, feijões mágicos e muitas outras coisas que só cabiam naquele posto de venda, e todas com garantias de uma boa vida. Engraçado, olhando para aquele lado da praça, bem junto daquele vendedor de sonhos está a sede do partido do governo, onde certamente também se comercializam futuros, não do povo, mas unicamente para os escolhidos.

As pessoas passam a correr, sempre para lá e para cá, vêem-se refletidos nos vidros e arranjam o cabelo e a roupa. Porque será que nunca arranjam o coração? Olham a sua imagem e preocupam-se unicamente com a aparência exterior. Será mesmo que o interior desta gente tem sempre um sabor a antibiótico, como disse aquele escritor que eu queria ser. Haverá alguém com sabor a café, não a pele, isso é comum, mas, o seu interior! Pessoas onde mexemos e sentimos o seu cheiro de inteligência a sair, a espalhar-se, impregnando-se na nossa língua, nos olhos em cada poro da nossa pele. Se todos aqueles que falam silêncios, não fugissem nem se escondessem e nos fizessem rir até às lágrimas, haveria mais enchentes nas praças.

Fiz silêncio por um segundo, pois pareceu-me ver movimento naquele monte de panos naquele canto vazio que já foi entrada de uma loja antes da chegada da crise. Nunca são pessoas que vivem na rua, disse aquele político que todos queremos esquecer, são somente farrapos velhos abanados pelo vento. Desculpem-me, mas ali tem uma pessoa, sim, está a sair debaixo de papéis velhos e de um monte de trapos. Apesar do calor está coberto por um largo e longo casaco, sujo e gasto. Não se vê a face, o cabelo e a barba são uma autêntica juba, mas move-se bem, já está em pé, a amontoar as tralhas. Baixou-se a procurar algo num saco, parece uma bola que põe debaixo do braço.

Saiu da sombra, aquela figura, encontrando-se no meio da passagem daqueles atletas que correm para lá e para cá. Com uma mão segura a bola e com a outra faz movimentos dirigidos aos transeuntes, como se pretendesse fazer uma pergunta, pedir uma informação. Nem chegava a abrir a boca e os outros respondiam: “Não tenho!” ou “Agora não posso, dou na volta!” diziam isto batendo com as mãos nos bolsos. Os que falavam, pois grande número desviava-se ou mantinha os olhos no chão. Engraçado, ver aquela cena desde este sítio, o mendigo não abria a boca e os outros desviavam-se ou faziam-no transparente, poucos eram os que atiraram palavras abstratas para se perderem no meio dos seus cabelos sujos.

O homem continuou a andar, parecia completamente perdido, movimentos lentos entre a correria desenfreada de tantos, mantendo a bola debaixo do braço. Viu um casal a tirar fotografias e aproximou-se, não muito, pois à distância de dois braços, o casal começou a fugir, correndo e olhando para trás, confirmando que não eram seguidos. O homem abriu os braços, deixando cair a bola e ficou imóvel de braços abertos. Incrédulo! Deu uma pequena corrida para não deixar fugir a bola. Movia-se bem este andrajoso. Voltou a agarrar a bola e aproximou-se, uma outra vez, dos que passavam, com a bola numa mão e um convite na outra. Ninguém percebia aquele gesto e todos passavam ao lado daquele barbudo piolhoso.

A bola caiu, talvez propositadamente, e ele começou a dar pequenos chutos com a ponta do pé direito, e ao fim de sete ou oito toques, pôs esse pé no chão, passando a controlar a bola com o esquerdo. Não, seguramente não se tratava de um velho e muito menos de um vagabundo, era um autêntico dançarino. Não sei de onde surgiu um pequeno rapaz que ficou imobilizado a olhar para aquela figura dançante debaixo do enorme casaco. Num movimento rápido, o nosso bailarino da bola, passou o pé esquerdo para cima da bola, conduzindo-a até ao chão, comprimindo-a entre o sapato roto e o chão, ficando estática em menos de um segundo. Os olhos do menino quase saltavam, e antes que esboçasse alguma reação, com um pequeno toque o homem lançou-lhe a bola para a cabeça. Baixou-se, como reflexo de defesa, e com um grito abafado, o rapaz correu atrás da bola e começou uma brincadeira entre os dois.

Possivelmente passaram uma hora, talvez mais, naquele jogo, estava calor e quando o miúdo se preparava para atirar mais uma vez a bola, o velho afagou a barba longa, enfiou os dedos no cabelo e começou a retirar aquela farta cabeleira e de seguida a barba. O miúdo estava imóvel e incrédulo a ver aquele homem estranho a despir a pele, como fazem as cobras em metamorfose. Surgia o ídolo de todos os jovens deste mundo e do outro. Ele está ali, sempre esteve e, agora, estava só para si. Ninguém o quis, não lhe deram ouvidos, fizeram-no transparente, tão transparente que nem viram o que estava debaixo daquela pele de panos velhos e rotos. Já sem casaco nem outra máscara, era o jogador de futebol mais famoso do mundo, ali a brincar com uma bola, bem perto das pessoas verdadeiras. Começavam agora a parar pessoas, interrompiam as suas corridas diárias e deixavam-se ficar ali a ver, a aplaudir, a sorrir e a falar. De repente estava ali uma personalidade e a praça tinha vida, ouviam-se clicks vindos de todo o lado, todos pretendiam aparecer ao lado do rei da bola, fazendo selfies para esticarem aqueles breves momentos para além da eternidade.

Subitamente senti, no fundo de minha alma, que algo estava diferente. O céu continuava o mesmo, cinzento e sem graça. Os edifícios à minha volta continuavam ali, altíssimos e aparentemente sem janelas. O jogador de futebol e o mutirão de pessoas ao seu redor também não saíram do lugar. Cada maldita pedra parecia estar idêntica há um minuto atrás, mas mesmo assim tudo parecia diferente. Eu ainda estava no centro do mundo mas, de certa forma, o centro parecia ter se deslocado de forma tão abrupta que, para mim, era quase impossível ninguém mais ter percebido.

Comprei um jornal e ignorei aquela esdrúxula sensação. Ignorei o crescente aglomerado de pessoas que se formava ao redor do craque naquela praça. Ignorei todo o universo ao meu redor e mantive a atenção somente nas notícias contidas naquele pedaço de papel diante dos meus olhos. Classificados. Tirinhas de humor sem graça nenhuma. Notícias sensacionalistas. Tragédias. Não havia absolutamente nada de interessante naquela leitura. Mas fui logo interrompida por uma bola que passou rente ao jornal e acertou minha cara. “Desculpe!”, disse o famoso jogador de futebol, agora em minha frente. Todos observavam com plena atenção, aguardando com afinco para ver qual seria minha reação. Apenas virei e me dirigi para longe. Não gosto de ser o centro das atenções. Tampouco gosto de futebol.

“Pare! Por que não olhas para mim?”, gritava o jogador de futebol.

Com o intuito de passar despercebido por aquela constrangedora situação, continuei seguindo meu caminho e ignorei-o completamente. O jogador, porém, fazia questão de ser notado. “Sabes onde estás, filho da puta?”, disse ele quando, por fim, me interceptou.

“Estou no centro do mundo”, respondi.

“Muito bom! Que homem sabido tu és.”

Eu não conseguia entender por que aquele sujeito presunçoso falava de forma tão estranha e agia de forma tão vulgar diante de seus fãs.

“Mas diga-me…”, continuou ele, repousando uma das mãos sobre o meu ombro esquerdo. “De acordo com o conhecimento geral, o que há no centro do mundo?”

Pensei um pouco antes de responder. Lembrei-me dos desenhos que assistia quando jovem, onde o personagem cavava a terra sem parar, tentando chegar do outro lado de nosso redondo planeta. Nas ocasiões em que não parava à China, acabava bem no centro do mundo, onde ficava o inferno.

“Estamos no… inferno?”, disse eu, timidamente, temendo minha própria descoberta.

O jogador – que agora estava evidente que era uma criatura demoníaca – deu-me um tapa na cara e elogiou minha inteligência. Seus fãs pegaram fogo e gritaram em agonia. Pobres almas condenadas.

Corri para bem longe. Corri por entre as edificações. Não olhei para os lados, simplesmente corri. A cidade a minha volta parecia me engolir. Mesmo depois do desaparecimento do sol, continuei a correr, para um lado e para o outro. Parei somente quando cheguei ao posto de venda do velho barrigudo de óculos grossos.

“O que deseja, filho?”, disse o velho, de forma simpática, estudando-me com os olhos.

“Estou no inferno!”, disse eu.

“Sim. Todos nós estamos, não é mesmo?”

“Você… você pode me tirar daqui?”

O velho ponderou por um momento. Certamente ele era capaz de me ajudar. Afinal, mesmo dentro do inferno, vendia sacos cheios de ar puro, água límpida e feijões mágicos. Tais objetos não eram de interesse dos demônios, mas certamente atraía almas condenadas como eu.

“Existe um portal…”, disse ele, quase se arrependendo de fornecer tal informação. “Sua localização pode ser encontrada através deste mapa”.

Estendi a mão para pegá-lo, mas ele recuou. Perguntei então o preço daquela mercadoria, e o velhote respondeu: “O preço é a sua alma. Pode ficar me devendo, por enquanto. Mas ao final de sua jornada, você retornará aqui e sua alma será minha”. Maldito velho demônio! Eu não tinha escolha. Aceitei seus termos.

Segui o mapa à risca. O velho não me enganara, o portal estava exatamente onde estava indicado. Por um momento me senti intimidado por aquela anomalia escarlate que brilhava de forma sinistra e pouco convidativa. O que haveria do outro lado? Um mundo onde não há fome, nem guerra, nem violência? Felicidade plena? Ou será que do outro lado haveria somente uma rotina massacrante do cotidiano de um mundo capitalista, notícias aterrorizantes nos jornais e uma crise global batendo à porta?

Prendi a respiração, fechei os olhos e atravessei.

Apareci dentro de uma cozinha, no lugar onde aparentemente deveria ficar o fogão. Pratos e copos quebrados jaziam por todos os lados pelo chão. Cadeiras arrebentadas. Mesa rachada ao meio. Parecia que a pobre cozinha havia sido atingida por um terremoto. Será que eu ainda estava no centro do mundo? Não… só se fosse o centro de outro mundo. Aqui a atmosfera era diferente.

Olhando pelo corredor pude enxergar alguém se aproximando. Uma estranha garotinha, meio humana, meio aranha, acompanhada de um esqueleto que a observava de forma estranha, como se de alguma forma quisesse consumi-la – ou protegê-la… não sei dizer – se aproximavam. Enquanto eu os observava, alguém me assistia. Era um homem de roupão, segurando um jornal. Parecia estar sob algum efeito de hipnose, pois nem sequer piscava. Será que estava assustado comigo? Ou será que estaria apenas observando, de forma curiosa, o portal atrás de mim? Algo me dizia para dar o fora dali. Tive a sensação de que as coisas estavam para se complicar, e eu não gostaria de estar no meio da confusão quando o caldo fervesse.

Utilizando a janela, saí dali antes que o esqueleto e a menina-aranha chegassem. Corri para bem longe, em direção ao nascer do sol. Saí dos limites da cidade. Continuei correndo até meu corpo não aguentar mais. Do que eu estava fugindo, afinal? O que eu faria em seguida? Minha vida já não tinha mais nenhum sentido. Será que eu ainda estava vivo? Há tempos estava me sentindo morto por dentro. O que é a morte, afinal? Mas que merda! Meus pensamentos estavam confusos e agitados. Ajoelhei-me no duro asfalto da estrada e gritei.

De repente tudo mudou. O panorama agora era completamente diferente. A estrada não era mais estrada. O sol não estava mais nascendo. Não havia nada ao meu redor, a não ser o vazio. Ao invés de negro, tudo a minha volta estava branco. Será que agora eu havia morrido de verdade? Talvez um carro houvesse me atropelado enquanto eu estava em desespero. Ou talvez o mundo inteiro houvesse acabado num apocalipse. Na verdade, agora, mais do que nunca, eu me sentia no centro do mundo.

“Sim, você está no centro do mundo”, disse uma voz profunda ecoando por todo o ambiente. Será que havia mais alguém ali no vazio? Alguém que podia ler mentes? Ou aquela voz vinha de minha própria imaginação?

“Você parece confuso”, disse a voz. “Tente, por favor, se acalmar”.

“Quem está aí?”, perguntei.

“Sou um criador”.

Deus estava falando comigo? Parece que eu realmente havia morrido e estava prestes a ir para o paraíso.

“Não, seu tolo!”, disse a voz, que realmente podia ler meus pensamentos. “Eu não sou Deus, e você não vai para o paraíso. Eu o trouxe aqui para que pudéssemos conversar um pouco”.

Quem era aquele ser, afinal? Por que eu não podia vê-lo?

“Não seja tímido. Pode se dirigir diretamente a mim, mesmo em seus pensamentos.”

Tudo bem… mas quem é você?

“Sou um criador de universos. Mas não posso lhe revelar minha identidade. Isso seria contra as regras.”

Então você é realmente um deus?

“Bom… para efeitos práticos, pode-se dizer que sim.”

Que regras são essas?

“Existem vários ‘deuses’ como eu, criadores de universos. Nossos poderes de criação são regidos por uma série de regulamentos, criados por um deus ainda maior. Para dizer a verdade, eu nem sei se eu poderia estar conversando com você.”

Conversar comigo também seria contra as regras?

“Não exatamente. Mas acontece que, enquanto conversamos, os outros deuses estão me observando e me avaliando. Talvez não seja do agrado de todos me ver conversando com seres do universo ao qual eu deveria estar controlando os acontecimentos.”

Acho que não estou conseguindo compreender muito bem. Você realmente é o meu criador? Por que não me dá uma vida melhor? Por que me jogou no inferno? Por que está me revelando tudo isso agora?

“Acalme-se, rapaz. Não fui eu quem o criei com essa natureza tão questionadora, tão observador com as coisas que acontecem ao seu redor. Foi outro deus. Vou lhe explicar o que ocorreu. Cada um desses deuses, aos quais eu estava me referindo, criou um universo, um mundo. Cada um desses mundos possuía um centro. Em seguida, por ordens do deus supremo, cada um trocou de mundo com um colega, de forma aleatória, com ordens de que tomássemos conta do universo criado pelos nossos companheiros. Você percebeu quando a troca ocorreu. O centro do seu mundo foi deslocado, e você sentiu isso na mesma hora. Isso ocorreu pois obviamente eu não consegui manter as linhas de criações estabelecidas pelo meu companheiro, o seu verdadeiro criador.”

O quê?! Mas qual o propósito de tudo isso? Meu deus me abandonou? Chame-o de volta, e peça para que ele me dê uma vida mais tranquila, por favor.

“Não posso. Isso seria totalmente contra as regras. Eu também queria que seu criador pegasse seu centro do mundo de volta e eu pegasse o meu. Aliás, eu tentei colocar-lhe no meu mundo. Aquela menina-aranha que você viu, e o esqueleto, são minhas criações. Eu queria que você ficasse mais tempo com eles, interagisse com minhas personagens. Mas você fugiu.”

Não estou entendendo mais nada. Apenas… por favor… me leve de volta para casa. Dê um sentido para minha vida. Seja misericordioso e me dê um final feliz!

“Bom, teoricamente, eu até poderia lhe fornecer isso. Afinal, agora você está no centro do meu mundo, e eu sou o responsável por você e por tudo o que ocorre neste universo. Mas como eu lhe disse antes, estou sendo avaliado por outros deuses. Não posso sair fazendo qualquer merda. Aliás, toda essa nossa conversa com certeza será considerada, por muitos, como uma tremenda estupidez. De qualquer forma, meu tempo por aqui está se acabando. Também há um limite para isso, previsto pelas regras que eu havia mencionado. Agora preciso fechar sua história de um modo glorioso. Ou, no mínimo, de uma forma crível e satisfatória.”

O que pretende fazer comigo?

“Vou fazer com que você sofra as consequências pelas atitudes e escolhas que você tomou desde que comecei a te supervisionar.”

Parece justo, eu acho. Não fiz nada de errado. Não que eu me lembre.

“Muito bem. Lembra-se do velho de óculos grossos que lhe forneceu o mapa?”

Ah… droga!

“Você possui uma dívida com ele. Você vendeu sua alma. Não há nada que eu possa fazer a respeito disso. Divirta-se sendo a concubina dele durante toda a eternidade.”

Por favor… eu não sabia que o velhote falava sério. Você é um deus! Com certeza pode me ajudar.

“Sinto muito”. Essas foram as últimas palavras daquele deus impiedoso.

Como prometido, fui devolvido ao inferno, de volta ao velho da barraquinha de vendas. Ele me olhava com um sorrido sinistro, ansioso. Com certeza se divertiria muito comigo pelos próximos infinitos anos.

Após uns milhares de anos, eu até me acostumei com a vida de eterna escravidão. Não era muito diferente da minha vida anterior, onde eu era preso a um sistema opressor que controlava todas as pessoas da sociedade. Exceto pela parte da noite, onde ao invés de dormir e sonhar, o velho me obrigava a fazer coisas que não vou detalhar aqui. Tentei me suicidar diversas vezes. Enforcamento. Tiro na cabeça. Afogamento. Combustão. Tudo em vão. Minha alma imortal e minha liberdade pertenciam a um velho maligno e pervertido.

Diversas vezes chamei por aquele deus de volta, mas ele nunca retornou. Tenho certeza de que ele continua regendo todos os acontecimentos deste mundo, enquanto os malditos outros deuses apenas assistem. Se você é um deus criador e está, de alguma forma, me observando agora, só lhe peço uma coisa:

Por favor, me ajude!

 

Publicidade

38 comentários em “Centro do Mundo (Vitor Leite e Thales Soares)

  1. apolorockstar
    19 de agosto de 2016

    o conto tem mudança no narrador que não ficou bem trabalhada tornando o fluxo um pouco travado. porem os autores trabalharam muito bem a surpresa , e de toda a forma a trama não deixou de ser envolvente

  2. Gustavo Castro Araujo
    19 de agosto de 2016

    Creio que este foi um dos contos mais difíceis de se complementar. A narrativa pessoal, introspectiva do primeiro autor é bastante atraente, com jogos de palavras e metáforas interessantes e inspiradas, representando um desafio e tanto para o segundo autor. Se tivesse encarado a tarefa de frente, tentando mergulhar no âmago da primeira parte, o segundo autor teria minha admiração eterna. Infelizmente não foi isso que ocorreu. Ao contrário, tentou enveredar por uma narrativa de fuga, estranha à primeira parte, num estilo de escrita próprio e seguro. Isoladamente até seria interessante e engraçada – a metalinguagem presente me rendeu algumas risadas. Porém, no todo, vejo que o primeiro autor saiu prejudicado. Na minha concepção, a ideia de duplas era realmente que todos tentassem emular um estilo de escrita pouco familiar e que, de repente, encontrassem novos caminhos a seguir. No geral, digo com tristeza, isso não aconteceu aqui, resultando num conto fraco.

  3. Wilson Barros Júnior
    19 de agosto de 2016

    A Primeira parte é bem sugestiva, e dá margem a várias possibilidades. Acho que há aí uma mistura de gêneros, a pessoa é “interrompida” pela bola e depois vira homem. Às vezes isso acontece quando o gênero do protagonista em primeira pessoa não é o do autor. A segunda parte envereda por um caminho “thalesiano”, tipo RPG, que por ser muito peculiar, não combina com outros estilos. O conto teria que iniciar assim para funcionar. Entretanto, o toque “Harlan Ellison” no final foi de mestre. Boas metades.

  4. Thiago de Melo
    19 de agosto de 2016

    Amigos autores,
    Acredito que alguns textos vão combinar melhor com determinado tipo de leitor do que outros. Infelizmente o conto de vocês não “bateu com o meu santo”, já que estamos falando de deuses criadores e centros do mundo.
    Gostei do início até certo ponto. Acho que há um limite para monólogos interiores sobre a vida e a existência. Não me atrevo a dizer que está ruim ou mal escrito. De forma alguma. A questão é que achei que a viagem interior se alongou um pouco demais. Curiosamente, o estilo de narrativa me lembrou “en passant” de um conto muito aclamado de Dostoievski – O Sonho de um Homem Ridículo. Apesar de muito aclamado, também não gostei desse conto do Dostoievski. Monólogo interior não é comigo.
    Achei que a metáfora da sede do partido do governo ao lado do vendedor de sonhos foi muito boa, mas o autor desse trecho em especial deveria ter segurado a caneta aí. A complementação ficou meio panfletária: “onde certamente também se comercializam futuros, não do povo, mas unicamente para os escolhidos”.
    Daí pra frente eu achei que vocês misturaram coisas demais. Tinha o Cristiano Ronaldo vestido de mendigo jogando bola na praça. Tinha um cara negociando alma pra sair do inferno. E, depois que o cara finalmente vende a alma para sair do inferno, vai para não se sabe onde pra em seguida voltar ao inferno, o que ele faz? Encontra mais uma oportunidade para panfletar: “eu era preso a um sistema opressor que controlava todas as pessoas da sociedade”. O pobre personagem ainda tem uma conversa com um deus criador que não leva a nada e ele volta para o inferno para sofrer pela eternidade.
    Apesar de tudo, no final das contas, tive um momento metalinguístico com esse texto. Aconteceu mais para o final da narrativa, quando o personagem principal falou exatamente as palavras que estavam na minha mente. Foi incrível esse momento, falando sério: “Não estou entendendo mais nada. Apenas… por favor… me leve de volta para casa. Dê um sentido para minha vida. Seja misericordioso e me dê um final feliz!”. Em determinado momento da leitura eu estava pensando exatamente isso.
    Como disse no início, não acho que esteja mal escrito, acho apenas que não é o tipo de texto que me prende a atenção porque mistura monólogos interiores muito longos com muitas situações em sequência que quase nada têm a ver umas com as outras.
    Boa sorte no desafio.

  5. Renata Rothstein
    19 de agosto de 2016

    Muito bem escrito, a questão existencial sob a visão de um condenado, a perspetiva de uma possível eternidade, e de um infinito castigo.
    Gostei também da presença da menina aranha e do esqueleto, deixando claro a co-autoria.
    Nota 9,5

  6. Daniel Reis
    19 de agosto de 2016

    Prezados Autores, segue aqui a minha avaliação:
    PREMISSA: a primeira parte, mais reflexiva, está bem escrita, mas ainda é bastante cansativa; o que era uma história de abandono virou, por culpa do segundo autor, uma derivação de outra história desse mesmo desafio.
    INTEGRAÇÃO: uma costura muito forçada entre as duas partes. Ficou parecendo que o segundo autor não gostou da história do primeiro.
    CONCLUSÃO: apesar da disparidade entre as histórias, a narrativa ficou complexa e prendeu a atenção.

  7. subindoladeiras
    19 de agosto de 2016

    Muito bem escrito, a questão existencial sob a visão de um condenado, a perspetiva de uma possível eternidade, e de um infinito castigo.
    Gostei também da presença da menina aranha e do esqueleto, deixando claro a autoria.
    Nota 9,5

  8. vitormcleite
    19 de agosto de 2016

    o comentário que quero deixar para o continuador do conto é um simples Muito Obrigado, não só pelo tempo e empenho, mas também pelo próprio texto. Na primeira leitura pareceu-me estranho o rumo dado à história, depois voltei a ler e até me pareceu bem esta continuação. Por tudo isto, obrigadíssimo continuador.

  9. Jowilton Amaral da Costa
    19 de agosto de 2016

    As duas partes são bem distintas. Bem escritas em suas diferenças de estilo. Na primeira, as divagações, apesar de serem bem construídas, acabaram por me fazer dispersar algumas vezes, perdendo o fio da meada. A segunda parte fluiu melhor no início, principalmente com a utilização de alguns diálogos. Depois entrou a metalinguagem, usando o desafio com tema do conto. Coisa que não gosto muito. No geral, achei o conto médio. Boa sorte!

  10. Jowilton Amaral da Costa
    19 de agosto de 2016

    As duas partes são bem distintas. Bem escritas em suas diferenças de estilo. Na primeira as divagações, apesar de serem bem construídas, acabou por me fazer dispersar algumas vezes, perdendo o fio da meada. A segunda parte fluiu melhor no início, principalmente com a utilização de alguns diálogos. Depois entrou a metalinguagem, usando o desafio com tema do conto. Coisa que não gosto muito. No geral, achei o conto médio. Boa sorte!

  11. Amanda Gomez
    18 de agosto de 2016

    Olá

    Mais uma vez, fico sem palavras ao terminar um conto, e vejo que o motivo é um certo autor rsrs

    A primeira parte, mostra um conto meio crítica social, bacana, bem escrito, falando da insensibilidade do mundo em si. Não fez muito…digo, não conta muita história, é apenas uma introdução totalmente aberta ou fechada, depende do que se imagina pro restante.

    Ok.. entendido. Agora o que o segundo autor fez com o restante, foi chocante. Já havia tido uma experiência com o autor de Pablo valdívia, que introduziu sua história dentro de outra, meio que subvertendo o conto do colega. Mas o resultado (apesar de meio egoísta), foi bom, neste caso, não posso dizer o mesmo.

    O coautor aqui, ficou tão empolgado com sua própria história, que ao invés de continuar a do colega usou a oportunidade pra escreve mais sobre o seu conto, dado até alguns spoilers de como seria a continuação original de “ paixão do demônio”. Fez praticamente um apanhado de cenas e características de seu conto. Não combinou, ficou confuso… Essa voz de deus… esse portal do inferno, e tudo mais… Sinceramente pareceu um delírio toda essa continuação. Um delírio interminável, pois não tem absolutamente nada a ver com o inicio.

    Coincidentemente eu havia lido agora pouco o conto A paixão do demônio, e logo havia lido outro que também usa religião e deus é etc. Então estou bem saturada deste tema. Me perdoem se estou sendo chata. 🙂

    Infelizmente, não gostei da experiência de leitura, não funcionou pra mim. Mas parabenizo os autores por terem concluído o Desafio. E certamente, outros leitores terão opiniões diferentes.

  12. Simoni Dário
    18 de agosto de 2016

    Olá
    O texto inicial me parece que correu para lugar nenhum e o autor complementar aproveitou um gancho de outro texto no desafio, talvez o seu próprio texto inicial. O pessoal gosta de portais pro inferno, de conversas com um Deus punitivo, e enredos assim estão desgastados, em minha opinião.Logo, não curti o conto, achei ambos arrastados e a leitura não fluiu comigo (o complementar fluiu um pouco melhor). Boa sorte!
    Abraço

  13. Luis Guilherme
    18 de agosto de 2016

    Esse conto tem duas metades bem opostas, mas mesmo assim, de uma forma estranha, ficou bem condizente. Não sei explicar, mas as técnicas e ritmos opostos dos autores até que se completaram bem.
    A primeira metade achei muito lenta e arrastada. Gosto de observações e divagações, mas o texto não anda muito, e acaba ficando entediante. Por outro lado, a gramática tá muito boa, e o texto muito bem escrito. Também nos faz refletir um pouco sobre a forma como conduzimos a vida, né?
    Mas devo confessar que gostei mais da metade final. Achei mais fluida e interessante. O coautor conseguiu dar sequência à história de uma forma bem legal. Gostei muito dos conceitos e técnicas usadas. Gostei da sacada do centro do mundo como o inferno, e gostei muito dos diálogos finais entre criador e personagem. A intertextualidade ficou excelente! Hahaha adorei a forma como se referiu ao desafio, caiu bem no texto. Gostei especialmente dos trechos “Aliás, toda essa nossa conversa com certeza será considerada, por muitos, como uma tremenda estupidez.” e “Tenho certeza de que ele continua regendo todos os acontecimentos deste mundo, enquanto os malditos outros deuses apenas assistem.”

  14. Bia Machado
    17 de agosto de 2016

    Pra mim, o conto não funcionou. Começou arrastado, muito descritivo, eu sem saber o que era tudo aquilo ali, achando muito confuso. Mas foi interessante toda essa “mitologia” criada e o andamento que foi dado na segunda parte.

    Confesso que senti medo com a tal da menina aranha. Fiquei imaginando a situação e… ainda bem que não era um curta de terror, haha… O conto tem potencial para algo maior, porque toda essa doideira em menos de 5.000 palavras ficou meio over. E eu fico pensando no desespero do segundo autor, rs…

  15. Pedro Luna
    17 de agosto de 2016

    Achei interessante o crossover com os personagens do outro conto, mas simplesmente não funcionou. A primeira parte é excessivamente filosófica, e de certa forma, trabalhosa de ler, e de repente a segunda parte joga tudo isso fora e do nada o personagem está na cozinha do outro conto. Hahaha. Olha, eu achei curiosa a ideia, mas aqui, eu estou priorizando continuações que não me façam sentir que a primeira parte foi lida por nada. Entenda, não quero que o autor copiei o outro, mas que aproveite elementos e dê uma sensação de completar ou subverter com inteligência a história. Aqui isso não aconteceu. No fim, senti que não ganhei nada lendo.

  16. Marco Aurélio Saraiva
    17 de agosto de 2016

    Maluco, que zona! O primeiro conto fez minha cabeça rodar e, aparentemente, fez isso com o segundo autor também. Mais perdido do que eu, o segundo autor não tinha muito o que fazer e tentou salvar o conto com alguma comédia. Pior que eu ir, rs rs. Somos mesmo deuses. E muitos de nós somos impiedosos. Fiquei com pena do personagem.

    O primeiro autor tentou mesmo fazer uma metáfora com o nosso dia-a-dia, a escolha dos nossos líderes políticos e como nós damos mais atenção a um jogador de futebol do que a alguém que morre de fome. Ok, assuntos sempre válidos (apesar de já explorados ao extremo). O problema é que isso tudo foi abordado num milk-shake louco que mais parece o pesadelo de um esquizofrênico. São tantas imagens, tantos nortes, que eu me perdi e saí da primeira parte tonto.

    A segunda parte foi meio que o autor jogando as folhas pra cima e falando “ahhh foda-se!”. Daí eu liguei o foda-se também e li o conto neste ritmo. Até que foi bom, rs.

    Do mais, no meio desta bagunça, não vi erros de português. Ambos os autores escrevem bem! Só precisam maneirar mais na caipirinha antes de escrever o conto… rs rs rs.

  17. angst447
    17 de agosto de 2016

    Para este desafio, adotei o critério T.R.E.T.A (Título – Revisão – Erros de Continuação – Trama –Aderência)
    b
    T – Título simples e adequado.
    R – Escapou pouca coisa à revisão:
    de manha > de manhã
    os papeis >os papéis
    Mas fui logo interrompida > Mas fui logo interrompido ( o narrador é um homem, não?)
    E – Apesar do segundo autor ter seguido por um caminho bem diferente da ideia original, a junção das duas partes do conto não destoam entre si. Pelo contrário, acho que a continuação deu gás novo à narrativa. Considero que o objetivo do certame foi atingido.
    T – A trama começa com um narrador perdido no centro do mundo. Onde seria isso? O local para onde todos os olhos do planeta estavam voltados – tal como acontece em uma Copa do Mundo? Ou seria o próprio inferno como validou o segundo autor? A introdução dos personagens do seu outro conto (né, colega?) esqueleto, menina-aranha, o pai hipnotizado, ficou divertida. Assim como o paralelo que fez entre as regras do inferno e as do nosso desafio aqui. Nós, os deuses criadores!
    A – Apesar da primeira parte do conto possuir um ritmo mais lento, pois o autor pareceu mais preocupado com a qualidade da escrita e suas descrições, o conto ficou interessante. Eu diria que a segunda parte, mesmo correndo o risco de avacalhar geral a proposta do colega, revelou criatividade e trouxe leveza à narrativa. Ficou engraçado e claro, o autor abusou do recurso identificação narrador/leitor, referindo a detalhes que só nós conhecemos. Curti!

    🙂

  18. Leonardo Jardim
    17 de agosto de 2016

    Minhas impressões de cada aspecto do conto (li inteiro, sem ter lido a primeira parte antes):

    📜 Trama (⭐⭐▫▫▫): louca, sem pé nem cabeça. A metalinguagem incomodou bastante, mas acabou me divertindo. Não há dúvidas, porém, que não existe um fio de trama, apenas um conjunto de loucuras. O primeiro autor, provavelmente português (provavelmente um velho amigo nosso) criou um ambiente louco e repleto de metáforas. O segundo não soube o que extrair disso e partiu para um caminho sem direção. Ou seja, não há trama para se avaliar, mas ainda dou 2 estrelas pela pouca coesão obtida.

    📝 Técnica (⭐⭐⭐⭐▫): destaque para as boas metáforas do primeiro autor. O segundo mudou bastante o estilo, mas manteve a qualidade da escrita. Encontrei só esses problemas:

    ▪ começa de manha (manhã)
    ▪ Mas fui logo interrompida (não era um homem?)

    💡 Criatividade (⭐⭐⭐): não de se negar que a criatividade é um ponto alto desse texto. Uma pena que ela não tenha se refletido em uma trama coesa.

    👥 Dupla (▫▫): aqui ficou claro que não houve entrosamento entre os dois autores. O segundo não soube continuar o trabalho do primeiro e seguiu por caminhos tortuosos. São dois bons autores que infelizmente não souberam jogar em conjunto

    🎭 Impacto (⭐⭐▫▫▫): como já deve ter ficado claro, o impacto do texto acabou sendo bastante reduzido e o autor sabia disso (esse deus aqui é um dos que não gostou muito da intromissão dele). Apesar disso, a conversa do autor com o personagem e sua sinceridade me arrancaram alguns sorrisos.

  19. Ricardo de Lohem
    15 de agosto de 2016

    Olá, como vão? Vamos ao conto! A primeira parte da parte 1 foi um pouco lenta demais; reflexões que não me pareciam levar a nada. Então começou a tal história do mendigo que era um jogador de futebol famoso disfarçado. Um conceito que poderia render muitas histórias boas. Gostei bastante dessa primeira parte, e fiquei esperando pelo que seria da segunda. Só esperei que o continuador
    não fizesse discursos sociais. Para minha surpresa, o autor 2 optou em ir para o lado do Fantástico. Normalmente eu adoro isso, mas aqui achei que ficou totalmente deslocado. Foi como se o segundo autor pensasse “não sei o que fazer, acho que vou por o protagonista no inferno e pronto”. Essa metade final foi bastante fraca: não entendi o que o autor 2 quis dizer; o discurso de deus não fez sentido nenhum, não levou a nada, tal como a própria história, que não
    entendi onde queria chegar: era uma aventura, uma mensagem de vida, ou mensagem social, ou o quê? Notei uma certa tentativa de humor, mas foi muito, muito fraca, não achei graça nenhuma. Pra mim ficou a impressão que tudo saiu de controle na parte 2, o segundo autor não conseguiu pensar numa continuação satisfatória. A frase final é perfeita: “Por favor, me ajude!”. Eu bem que gostaria de ter ajudado, mas agora é tarde, a parte 2 já está feita, da próxima vez,
    capriche mais, autor 2. No geral, um conto entre ruim e regular, Desejo para vocês muito Boa Sorte.

  20. catarinacunha2015
    13 de agosto de 2016

    Todos os contos foram avaliados antes e depois da postagem da 2ª parte; daí a separação:

    1ª PARTE: Os primeiros seis (6!!!) parágrafos são divagações solitárias com algumas boas construções poéticas e muitas imagens repetidas. Vá lá, afinal foi para ambientar a trama. Mas aquela viagem pelo vendedor de sonhos não encaixa. O ritmo é lento, intimista; cheguei a pensar que o autor excedeu as 2.000 palavras. Pena que o conto só começa no 7º parágrafo e não deixa nenhum gancho para continuação.

    PIOR MOMENTO: “ As construções, de tão cinzentas, falam mas nada dizem, nem ninguém sublinha o que falam.” – Ou não disse nada ou eu não entendi a metáfora.

    MELHOR MOMENTO: “O sol imita as pessoas, começa de manhã, sempre no mesmo canto da praça, passando o dia a correr até chegar ao outro lado, deixando, no final, tudo na penumbra.” – A ideia de comparar o movimento do sol com o das pessoas foi bem legal.

    PASSAGEM DO BASTÃO: Ronalesse passou o bastão para ….bem escorregadio, quase caindo. Acho que não queria mais nenhuma letra em seu conto.

    2ªPARTE: Depois que o troço descambou para negociação de alma achei que não podia dar em algo bom. Infelizmente minhas suspeitas se confirmaram. Parece que o autor da primeira parte de “A paixão do demônio (Rhoda Penmark)” resolveu continuar aqui o seu conto sacrificando este combalido. Ficou sem pé e nem cabeça. Pena, acho que não entendeu o significado de dupla.

    PIOR MOMENTO: “ Seus fãs pegaram fogo e gritaram em agonia.” – Como assim? Combustão espontânea?

    MELHOR MOMENTO: ““Estou no inferno!”, disse eu.
    “Sim. Todos nós estamos, não é mesmo?”” – Adorei a constatação, coube como uma luva na trama.

    EFEITO DA DUPLA: Desastroso, começou chato e terminou enrolado. Lembrei da frase: “Quem cobra absurdo merece ser enganado”.

  21. Wender Lemes
    13 de agosto de 2016

    Domínio: considerei bom o domínio da técnica nas descrições meio surreais dos “centros de mundo”. É bem interessante o intertexto que o conto fez com o próprio desafio no complemento. Não notei problemas gramaticais ou de coerência que merecessem ser levantados.
    Criatividade: é esbanjada neste conto. Dei boas risadas das passagens do protagonista pelo inferno e achei bem legal mesmo a conversa dele com o autor-deus. Afinal, é o que somos em determinada perspectiva… eu suponho.
    Unidade: a sacada da interpretação dos centros de mundo como centros de narrativa funcionou muito bem para engatar as duas partes. Sem reclamações neste sentido.
    Parabéns e boa sorte!

  22. mariasantino1
    12 de agosto de 2016

    Olá, autores!

    Acho que o primeiro autor é das terras do além mar, hum? Bem, senti que houve repetições em demasia “aquele, aquela, aquilo, bola, bola…”, mas por outro lado, se há uma espécie de purgação, então isso ajuda a repassar o estado aflitivo do personagem. Bem… bem… Curti a saída (a ideia), mas não a execução, a conversa com a criação e o lance de Deuses casando com o desafio e seus autores. Não curto porque me parece que vc quis ganhar tempo e preencher caracteres até chegar a cota para permanecer no páreo (Deus, isso parece rude, mas não é minha intenção). Então, gostei das divagações, mas senti que as explicações do por que de ele estar em danação eterna me soaram nada com nenhuma coisa. Ele é criação de um escritor e pah! Ah! Faltou aí.

    Boa sorte no desafio.

    Nota: 7

  23. Paula Giannini - palcodapalavrablog
    12 de agosto de 2016

    Me diverti!

    Ao ler a primeira parte do conto, muito descritivo e bem fluido, fiquei imaginando onde o autor gostaria de chegar com o centro de seu mundo, o mesmo de todos nós (ou quase). Nessa primeira parte, gostei muito das pessoas arrumando os cabelos no espelho e “Por que não arrumam seus corações?”. A crítica ficou claríssima.

    Ao iniciar a segunda parte da leitura, vi, claramente o deslocamento do centro do mundo e do conto. E estranhei à primeira vista, a “homenagem” ao texto “A Paixão do Demônio”, talvez do mesmo autor… Ou não?! Não sei dizer, pois a metalinguagem com seus deuses criadores me surpreendeu ao dialogar diretamente com os participantes do “Desfio de Duplas”.

    Muito legal!

    Parabéns para ambos os autores.

  24. Júnior Lima
    11 de agosto de 2016

    Essa história me deixa dividido. Por um lado, a segunda metade quase que totalmente ignora a primeira, o que me parece golpe baixo. Tudo bem, parece haver algum tipo de relação metafórica entre o inferno e o que a primeira parte considera o centro do mundo, e o protagonista mantém suas características questionadoras até o fim, mantendo parte da personalidade e do estilo. Mas, mesmo assim, há um grande choque e quebra no ritmo, tornando a primeira parte da leitura quase irrelevante.

    Por outro lado, o conceito metalinguístico da segunda metade está excelente e, se não estivesse amarrado forçadamente à primeira, mereceria uma ótima nota. Lembra muito os quadrinhos do Homem-Animal, escritas por Grant Morrison. Se você não leu, deveria.

    A conclusão e a frase final estão impecáveis, mas o Deus poderia ter dado uma desculpa melhor para não ajudar nosso protagonista, uma vez que tinha tudo em suas mãos. Poderia dizer que decidiu finalizar a história num tom mais dramático e interessante.

    Que os outros Deuses abençoem esse conto.

  25. Fabio Baptista
    9 de agosto de 2016

    Imitando descaradamente nosso amigo Brian, utilizarei a avaliação TATU, onde:

    TÉCNICA: bom uso da gramática, figuras de linguagem, fluidez narrativa, etc;
    ATENÇÃO: quanto o texto conseguiu prender minha atenção;
    TRAMA: enredo, personagens, viradas, ganchos, etc.;
    UNIDADE: quanto o texto pareceu escrito por um único autor;

    ****************************

    Conto: Centro do Mundo

    TÉCNICA: * * * *

    Gostei bastante. A primeira parte mais densa, com boas construções (às vezes exagerando até). Só pecou nas repetições de palavras, que tornaram o texto cansativo em determinado momento.
    A segunda, com mais fluidez e diálogos inteligentes.

    – ou outra qualquer cidade
    >>> o simples teria ficado melhor: ou outra cidade qualquer

    – começa de manha
    >>> manhã

    – Se todos aqueles que falam silêncios, não fugissem nem se escondessem e nos fizessem rir até às lágrimas, haveria mais enchentes nas praças.
    >>> Muito boa!

    – bola
    >>> essa palavra se repete demais

    – mutirão
    >>> acho que essa palavra não foi muito bem empregada no contexto.

    – estou sendo avaliado por outros deuses. Não posso sair fazendo qualquer merda
    >>> kkkkkkkkkk

    ATENÇÃO: * * * *
    Prendeu bastante minha atenção, principalmente na viagem de LSD que foi a parte 2 kkkk

    TRAMA: * * *
    Não vi trama no início, apenas uma boa ambientação e boas cenas.
    Depois, veio essa coisa de fugir do inferno (era o CR7 xingando o jogador? hauhua) com uma metalinguagem muito bem empregada, fazendo referências ao desafio sem forçar a barra (mas viajando um bocado! kkkkk).
    Inclusive, ficou na cara que o autor que complementou é o que começou “A Paixão do Demônio”.

    UNIDADE: * * *
    É possível notar a troca de escritor e os caminhos da trama mudaram completamente em relação ao que parecia planejado (acho até que ficou melhor, mas…)

    NOTA FINAL: 7

  26. Danilo Pereira
    8 de agosto de 2016

    O texto inicial segue uma linha de monólogos, questionamento entre o eu lírico com o mundo ao seu redor. Mundo esse em que o personagem não encontra lugar. Se sente um estranho. Tudo é melancólico ao seu redor. A segunda parte o personagem vê algo novo acontecer na sua vida. um Pacto é firmado, entretanto nem no inferno, e muito menos em outro mundo. O personagem sofre um descontentamento não pelo ambiente, mas sim pela vida!!! Texto de início melancólico e final trágico!!! NOTA:8

  27. Andreza Araujo
    8 de agosto de 2016

    Olha, eu tive vários sentimentos diferentes ao longo da leitura deste texto, tanto sensações boas como ruins. Vou tentar comentar na ordem!

    O início é interessante, as descrições são boas, mas depois de alguns parágrafos, a ideia ficou um tanto repetitiva. E algumas frases, inclusive, repetem as mesmas palavras, deixando a leitura um pouco travada.

    Além disto, é um tanto confuso, mas estranhamente é um tipo de confusão que me agrada, e acredito que tenha sido proposital, pois sequer sabemos onde o personagem principal está, e onde seria o tal centro do mundo.

    Então vem a parte do mendigo, fui acompanhando a história, achando tudo meio sem graça, sem mistério, até que é revelada uma surpresa sobre este personagem. Achei completamente sem sentido, fiz cara de ponto de interrogação, mas vida que segue…

    A parte onde é dito que ele está no inferno volta a ser pé no chão pra mim, apesar da loucura da cena em si! Achei muito fácil o modo como ele encontrou o portal para sair do inferno, mal chegou e já vai sair? Mas beleza, vamos seguir adiante.

    Não gostei, a princípio, da conversa do personagem com o criador. Mas do meio da conversa pro final eu fiquei realmente interessada. Achei muito bacana a ideia de vários mundos com seus respectivos centros. E o finalzinho (os últimos dois parágrafos) manteve o meu interesse e foi o ponto mais forte do conto, pra mim. Foi uma ótima conclusão, com uma pitada de humor na dose certa, apesar do desespero do narrador.

    Então é isso, gostei de algumas partes e não muito de outras, acho que formaram uma boa dupla, mas no geral não foi o texto mais impactante que li no atual desafio.

  28. Wesley Nunes
    8 de agosto de 2016

    Chama a atenção todo o conto ser conduzido por uma narradora tão atenta em relação ao mundo. Gosta da forma como ela observa a cidade com seus olhos críticos e acusadores, mas que também questionam. O leitor segue em sua leitura ate que o narrador encontra por acaso alguém e resolve segui-lo, e logo em seguida passamos a observar o jogador. O leitor vê as cenas, pensa que irá acompanhar o jogador e o texto novamente tem uma virada e voltamos para os olhos que observam o mundo. Essas mudanças, esse trocar, traz criatividade e originalidade para o conto.

    O tom poético é bem emprego, gosto da sutileza na escrita e também da crítica social realizada. O inicio é incrível, e é fantástico como a autora (acho que é uma autora, se não for me desculpe) humaniza elementos naturais e os compara a pessoas comuns.

    A segunda parte seguiu o tom que a precede e decidiu focar na trama e não no olhar o mundo. Essa escolha demonstra personalidade e confiança do autor. A trama é bem conduzida e possui boas reviravoltas. Achei interessante e bem feito os diálogos entre homem e Deus.

    Uma falha deve ser mencionada. No momento em que o personagem fala:

    “eu não sabia que o velhote falava sério”

    Essa frase me pareceu forçada, sendo que, anteriormente o personagem não apresenta nenhum indicio de que não acreditou no velho.

    Também aponto um pequeno detalhe: Na primeira parte o narrador é mulher e na segunda ele é homem.

    Parabéns pelo trabalho.

  29. Anorkinda Neide
    7 de agosto de 2016

    Comentário primeira fase:
    Eu vi esta cena onde Cristiano Ronaldo se finge de mendigo, muito legal! Eu gostei do início do conto, com as reflexões já de praxe do autor, embora tenha ficado um pouco monótono. Depois a narrativa da cena do famoso foi apenas uma transcrição do vídeo, não vi maiores motivos para fazê-la, a não ser q eu pense q tudo o que veio antes preparava a cena… mas dae perde o encanto que aquela parte teve para mim… rsrs
    .
    Comentário segunda fase:
    Foi uma continuação interessante, mais por não parecer com continuação! haha Pegou o gancho da expressão ‘centro do mundo’ e só. Ficou bastante simpático o aparecimento dos personagens do outro conto e da metalinguagem, mas como no texto mesmo foi dito foi só uma passagem. Me parece q esta continuação foi escrita em tres partes.
    .
    União dos textos:
    Pois, parecem vários textos dentro deste. Não acho que houve uma coesão e isso dentro da parte do primeiro autor, q parecem duas historias ali e do continuador tb, parecem tres historias.. rsrs Mas foi um todo interessante de ler.
    Boa sorte e abraços!

  30. Gilson Raimundo
    7 de agosto de 2016

    kkkk… Boa. O inicio intimista e filosófico se não atingir o deus vizinho faz a vida do personagem perder o interesse… Gostei muito das comparações feitas pelo segundo deus, foram pertinentes e bem humoradas, uma boa parábola moderna, pena que na minha humilde opinião A Paixão do Demônio teve um fim não merecido… gostei do seu bom humor.

  31. Evandro Furtado
    6 de agosto de 2016

    Complemente: upgrade

    Genial! Não, de verdade. Até o começo eu estava um pouco receoso questionando, aonde esse cara vai? E o texto entregue, oh, palmas! A primeira parte já havia sido interessante, mas uma mudança na trama – não vou chamar de plot twist, pois não creio que se encaixe nisso – meio que me desanimou. A segunda parte começou no mesmo ritmo e, de repente, houve uma mudança significativa no comportamento do jogador. Logo pensei, “poxa, vai ficar inconsistente”. Então veio a primeira reviravolta e ali, o texto já me ganhou. Então veio a segunda, extremamente transgressora, e me ganhou mais ainda. Sério, gostei mesmo.

  32. Jefferson Lemos
    5 de agosto de 2016

    (Parte Um) Durante a primeira leitura, o conto não me agradou. Mas na segunda, descobri que essa primeira parte é um belo retalho de uma vida monótona, e um retrato da realidade do mundo em que vivemos. Gostei e me arrependo de não ter gostado antes. É bem escrito e o autor parece lidar bem com as palavras. Todo o desenvolvimento em torno do personagem dá um tom distante ao conto, como se o mundo fosse em preto e branco.

    (Parte dois) O que aconteceu aqui? O autor do conto da Aranha pegou esse, e levou para o seu universo. Não aprovei, mas não por falta de qualidade. Ambos são bem escritos, mas as narrativas estão tão diferentes que parecem duas histórias diferentes. Talvez a segunda parte devia ter tentado se ater mais à ideia da primeira, para deixar a história mais coerente. Não gostei dessa reviravolta e achei que descaracterizou um pouco a trama.

    Parabéns e boa sorte!

  33. Olisomar Pires
    3 de agosto de 2016

    Senti o texto muito longo. Parágrafos imensos.Uma viagem ruim ? há tantos clichês nas sentenças que pensei ser intencional, talvez seja, mas não funcionou, pelo menos pra mim. Uma ou outra palavra que precisa ser revisada, nada muito grave. Ponto positivo na perseverança do enredo.

  34. Bruna Francielle
    3 de agosto de 2016

    Vishhhhhhhhhhhhh… Nossa…. sem comentários. Ah não, pera.. devo comentar algo 😀 Eu estava curtindo.. apesar de diversas repetições de “pessoas correndo pra lá e pra cá”, e “pra cá e pra lá”, o cenário foi se montando em minha mente. A aparição do falso mendigo foi completamente sensacional ,as pessoas o evitando o ignorando.. e depois que descobriu-se que era um famoso, e todos passaram a prestar atenção nele. Vi nisso uma nítida Critica Social sobre a sociedade de hoje. ADOREI… Ai .. quando começou a segunda parte… puffff.. foi… triste. Infelizmente, acredito que o conto tinha um grande potencial, e foi …. transformado em algo… ahn…. Digamos que transformaram uma crítica social em algo fútil.. medíocre… Não gostei da continuação. Gostei do começo.. Infelizmente a nota é pro conjunto da obra. As duas partes não casaram, não tem nada a ver uma com a outra. A dupla, não deu certo. Seria ótimo se eu pudesse aqui descascar elogios, mas a verdade do que penso e analisei é o que citei. Meus pesames . Até pensei quando o jogador foi até o protagonista que lia o jornal. e disse “pq não olhas pra mim ?”, de repente viria ai algum tipo de elogio do jogador ao fato d o protagonista não se importar com ele só porq ele era famoso.. e ter notado ele qnd estava disfarçado. Acho q teria feito mais sentido para a história. A parte em q ele tira o disfarçe, me lembrou aquelas quadros de pegadinhas q vemos na televisão. Isso foi bem legal. A conversa sobre deuses da criação, e as regras do desafio, sinceramente não vejo isso como uma história. É alguma outra coisa, que não tem a ver com o desafio que nos foi proposto, e Fugiu totalmente de qualquer coisa que seria aceitável. Enfim.. é isso. :,(

  35. Matheus Pacheco
    3 de agosto de 2016

    Amigos, o que é isso? historia para ensinar a não aceitar coisas de estranhos? por favor não vejam isso como uma critica ranzinza mas há umas certas partes fora de sentido aí.
    Uma que eu gostaria de perguntar é sobre o “Inferno” que o protagonista foi mandado, esse inferno seria algo abstrato, um lugar ou um dos mundos que foi apresentado pelo deus?
    Por quê é muito estranho ser uma cópia de nossa realidade e ninguém perceber seres demoníacos por todos os lados.
    Pelo menos se todos nesse “Inferno” fossem tristes ou de alguma maneira sofressem todos os dias, mas pelo o quê parece, nem tem a noção que estão lá.
    Apesar de desenvolver bem a historia (de uma maneira um pouco confusa) os parágrafos são ,muito grandes e somente com descrições.
    Apesar de tudo Abração amigos e me perdoem por esse tijolinho.

  36. Brian Oliveira Lancaster
    3 de agosto de 2016

    CAMARGO (Cadência, Marcação, Gosto) – 1ª leitura
    JUNIOR (Junção, Interpretação, Originalidade) – 2ª leitura

    – Centro do Mundo (Ronalessi)
    CA: Profundo e um pouco difícil de ser digerido. Contém muitas reflexões para um simples conto. Creio que o autor quis imprimir uma marca diferente, misturar crônica com poesia. Não flui tão bem, mas nesse caso, as emoções estão acima de qualquer enredo. Nesse sentido fez de modo excelente. – 8,0
    MAR: Notei apenas a falta de alguns acentos, mas nada, além disso, me incomodou. É um texto bastante denso, onisciente. A profundidade por vezes atrapalhou a compreensão geral, e não consegui entender o objetivo do narrador. Não notei exatamente onde está o gancho, mas tenho uma ideia para continuar caso seja o felizardo. – 7,5
    GO: Gostei das sensações. No entanto, achei o conteúdo bastante complexo, apesar de notar que está bem escrito. Contém várias camadas, mas nenhuma se sobressai. Um desafio e tanto. – 8,0
    [7,8]

    JUN: Divisão excelente, com uma troca de ideias abruptas, mas feita de forma suave. Será que vi um “cameo” (uma aparição especial) de outros personagens de outros textos por aqui (menina-aranha e o esqueleto), com a desculpa do portal? Foi de caso pensando ou foi só coincidência? Divertido. – 8,5
    I: O texto em geral vai fazer sentido apenas na conclusão. O segundo autor conseguiu captar bem as digressões anteriores, condensá-las e transformá-las em algo novo. Teve química, apesar de complexo. – 8,0
    O: Gostei particularmente da metalinguagem, das aparições especiais e do final direcionado ao leitor (ou criador, como você define). Não sei se o personagem encontrará a redenção nesse desafio, mas quem sabe no próximo. – 9,0
    [8,5]

    Final: 8,2

  37. Thomás Bertozzi
    2 de agosto de 2016

    kkkkkkkkkk! Muito bom!
    Eu já estava meio perdido depois da cozinha, mas a parte dos Deuses esclareceu tudo.

    Só há um problema: a personagem principal às vezes é homem,
    outras vezes é mulher… ou isso também foi uma artimanha das Divindades??

  38. Davenir Viganon
    31 de julho de 2016

    Olá. Achei a primeira parte muito parecido com uma crônica e não gostei muito não. Não sei onde o continuador entrou, mas a ideia da metalinguagem, usando o desafio foi divertida. Não faria muito sentido em outro contexto, sem ao menos uma nota explicativa antes do início. Terminei o texto com uma sensação dúbia. De um lado, que o bastão caiu no revezamento e o continuador terminou a corrida dando cambalhotas e, do outro, que eu achei o resultado dessa subversão legal porque eu não havia gostado do início.

Deixe uma resposta para Danilo Pereira Cancelar resposta

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Informação

Publicado às 5 de julho de 2016 por em Duplas e marcado , .
%d blogueiros gostam disto: