A diligência cruzou o vale em alta velocidade. Poeira foi levantada quando os cascos dos cavalos e as velhas rodas do veículo rasgaram aquele pedaço de chão abandonado por Deus.
Collin sabia que aquele era um lugar perigoso, repleto de armadilhas orquestradas, principalmente, pelo grupo do Touro Sentado. O velho índio havia se tornado um perigoso adversário para os viajantes depois do ataque traiçoeiro perpetrado por seu antigo camarada, Buffallo Bill. Não havia espaço para alianças no sudoeste.
Passado o vale, Collin Kinsley diminuiu o ritmo. Não queria machucar as garotas que transportava. Era seu intuito levá-las com segurança para o norte. Mesmo que para isso tivesse que enfrentar, sozinho, aqueles selvagens.
A tarde caiu. O Sol vermelho iluminava timidamente o caminho de Kinsley. Precisava encontrar abrigo antes do anoitecer. Parou a diligência próxima a uma encosta íngreme, certificando-se de que poderia se livrar de qualquer armadilha. Avisou as garotas para que permanecessem em segurança no veículo, não importasse o que acontecesse, e se colocou, ele próprio, junto aos cavalos para proteção. Pensou em acender uma fogueira, mas temeu que aquilo denunciasse sua presença a pessoas indesejáveis. Quando a noite finalmente caiu, um coiote uivou ao longe.
Collin acendeu um cigarro, pousou o chapéu ao lado e recostou na anca de um dos cavalos que havia deitado. A fumaça desenhou no ar memórias de seu passado. Lembrou-se de seu pai, um dos primeiros homens a viajar para o oeste, morto pela picada de uma cascavel. Passaram-se anos e aquele ambiente continuava hostil. Mas a peçonha, agora, vinha de outra espécie.
Kinsley não percebeu quando suas lembranças foram se tornando visíveis em demasia, metamorfoseando-se em sonhos. Ele não notou quando os seus olhos se fecharam, embalados pelos uivos dos coiotes e pelo som da respiração de seus cavalos.
Sonhou com seu pai e com Elizabeth, e com a dor de saber que jamais voltaria a vê-los.
Acordou com o Sol a queimar seu rosto e com o som de vozes.
– Acha que ele está morto?
Kinsley levantou instintivamente, sacando o revolver e encurralando o homem que havia feito a pergunta.
– Calma, amigo. – o homem levantou as mãos. Tinha os cabelos ensebados e a barba por fazer. E, na testa, tatuado um símbolo que ele nunca havia visto antes. – Não queremos confusão. – e se quisessem, Collin sabia, ele não teria chance.
Estavam em quatro, todos provavelmente armados. Atrás dele, havia um sujeito alto e forte, mas de traços suaves, apenas um pequeno bigode quebrando a feminilidade de seu rosto. Vestia uma estranha camisa com inscrições que diziam “SPORT GOLF CLUB”. Próximo aos cavalos outro indivíduo, de cabelos bem penteados e óculos no rosto. O último, o que mais lhe assustava, era um homenzinho atarracado, careca e de feição hostil. Carregava no pescoço um colar repleto de mamilos decepados. Foi para ele que Collin apontou a arma.
– Afaste-se da carruagem.
O homem obedeceu sorrindo, mostrando-lhe os dentes podres.
– Não precisa se exaltar, camarada. – ousou o sujeito grande. – Não queremos lhe fazer mal.
– Se conhece bem esse lugar, amigo. – respondeu Kinsley. – Sabe que não será fácil me convencer com palavras.
– Claro, claro. Não se deve confiar em estranhos. Pois bem, permita que me apresente. Eu sou John. Esse que você está enforcando é o Charlie. – o homem com a marca na testa acenou com a mão livre. – Perto dos cavalos temos o Jeff e o feioso é o Eddie. Como disse antes, não estamos atrás de confusão. Nós vimos essa diligência e resolvemos nos aproximar. Achamos que estava morto. Confesso que íamos pegar a carruagem para nós.
– Roubar, você quer dizer.
– Ora, bolas. – gargalhou Charlie. – Não se pode roubar dos mortos.
– Sim, sim, ele tem razão. – continuou John. – Mas, afinal, para onde está indo, amigo?
– Para o norte. – respondeu Collin.
– Ora, ora, mas não é uma grande coincidência, rapazes? Ele está indo para o norte. Será que não poderia nos dar uma carona? Considerando que você tem uma carruagem por aqui.
– Desculpe, amigo. Mas essa é uma missão de um homem só. – falou Collin, torcendo para que a presença das meninas dentro do carro ainda fosse um mistério para o bando.
– É uma pena. – John balançou a cabeça. – Mas talvez possamos ajudar uns aos outros. As rotas para o norte são cada vez mais raras. O presidente Davis realmente não quer que as pessoas atravessem a fronteira. Acho que mesmo o tal do Lincoln não quer que ninguém passe.
– Vocês não parecem sulistas.
– E não somos. Viemos do norte antes da guerra ser declarada para realizar alguns… negócios. Infelizmente tudo veio abaixo e ficamos por aqui.
– Espere um instante. – Collin olhou ao redor, reconhecendo pela primeira vez aqueles rostos. – Vocês são a gangue dos grandes lagos. São procurados pela União e pela Confederação.
– Eu não gosto muito do nome gangue. – suspirou John. – Prefiro o termo associação.
– Uma associação não faria o que vocês fizeram na Califórnia.
– Está falando da garota Tate? Isso foi coisa do Charlie.
– Mas, pra ser justo – disse o homem com a marca na testa – nenhum de nós encontrou um dedo nela.
– Ela era uma das atrizes do Buffalo Bill, não? Dizem que ele está feito louco atrás de vocês. – denunciou Collin.
– Você sabe que ele não ousa vir pra essas terras. – respondeu John. – Não depois do que aconteceu entre ele e o Touro.
– A traição que aconteceu entre eles é mais um motivo para não confiar em ninguém nesse lugar abandonado por Deus.
– É por isso que queremos voltar para o norte. Também estamos cansados de toda essa merda, amigo.
– Há dois caminhos para o norte. Eu estou seguindo por um deles, aquele que é mais seguro para mim. Posso lhe dar um mapa do outro e, assim, seguem o seu caminho.
– Ah, isso seria maravilhoso, não seria, rapazes?
Collin arrancou um papel amassado de seu bolso e jogou para o homem. John agarrou-o no ar e desdobrou-o em seguida.
– Só há um pequeno inconveniente. – disse, balançando a cabeça. – Esse caminho está bloqueado pelos escravos rebeldes.
– Ora, isso não deve ser um problema para vocês.
– Não seria se fossem a turma do King. – disse Charlie. – Mas esses negros malditos são ainda piores. Eles se vestem de guerreiros tribais e matam qualquer coisa branca que passa na frente deles. O líder deles é um tal de Sr. X. E ele anda cercado por um bando de psicopatas com nomes esquisitos.
– Sim. – completou John. – Eu me encontrei com um deles uma vez. Um tal de 2PAC. O cara era um maluco de primeira, sem dúvida.
– Bem, de qualquer forma, isso não é problema meu. – respondeu Collin. A tensão cresceu no ambiente. A face de John ganhou uma expressão de total obscuridade.
– Há, há, há! – gargalhou o líder do bando, acompanhado logo em seguida por seus asseclas, que entre dentes podres demonstraram seu escárnio. – Não, parceiro. Esse, definitivamente, é um problema seu.
John sacou o revolver e atirou. A bala passou a centímetros da orelha de Kinsley, que se abaixou e lançou Charlie em direção ao tiroteio. O homem com a marca na testa correu para trás da diligência. Nesse instante, ambos Jeff e Eddie já haviam sacado suas armas.
Ciente de que precisava afastar o bando do veículo e das garotas, Collin correu para perto da encosta, escondendo-se em uma gruta.
– Esconda-se mesmo, covarde! – gritou John. – Nós ficamos com os cavalos.
Sabendo que seu plano havia falhado, Collin precisou agir rapidamente. Ele saiu da gruta atirando. Os membros da gangue se abaixaram atrás da diligência.
Eddie foi o primeiro a ser atingido. A bala arrebentou o lado direito de sua cabeça, espirrando sangue e miolos no rosto de John. Incrédulo, o líder do bando passou a mão no rosto, simplesmente para transformar aquela sujeira em uma máscara abominável.
Collin avançou pelo terreno aberto, aproveitando a distração de seus inimigos. Ele se pôs do lado oposto da diligência, imediatamente verificando se alguma das balas havia atingido o veículo e, possivelmente, ferindo suas ocupantes. Suspirou com alívio ao verificar que estava intacto.
Foi arrancado de sua investigação ao sentir uma pontada de dor no ombro direito. Ao olhar para trás, notou que era Jeff que o mordia. Seus dentes já haviam rasgado a carne, e os nervos que ligavam o pescoço eram visíveis. Sem pensar duas vezes, Kinsley levantou a arma e atirou na cabeça do homem, explodindo seu rosto. Collin caiu, sua face repleta de sangue e seu ouvido ainda assoviando por causa do barulho do tiro. Restavam apenas dois.
Ele notou o homem grande de feições femininas avançando contra ele. O sangue havia se concentrado ao redor da boca de John, os olhos tomados por olheiras artificiais manchadas de terra e o restante da face estranhamente pálido. A camisa também estava toda manchada. A inscrição na camisa havia sido quase toda apagada, apenas quatro letras ainda visíveis: PO GO.
Do chão, Kinsley apontou a arma. Conseguiu atirar na perna do homem. John sentiu o impacto e dobrou sobre os joelhos. Como vinha correndo, seu corpo arqueou-se para desabar sobre Collin, mas o homem caído conseguiu se virar no último instante e o líder do bando colapsou no chão ao seu lado.
Kinsley se levantou com dificuldade. John havia batido a cabeça na queda e estava desacordado. Collin apontou para a cabeça do bandido e atirou. Mas as balas haviam acabado. Ele olhou para o lado e viu Charlie fugindo ao longe. Exausto, Kinsley se deixou cair no chão.
– Já acabou? – ouviu uma voz perguntar de dentro da diligência.
– Fiquem aí. Está uma loucura aqui fora. – ele respondeu. Mas, contra suas ordens, dois rostos surgiram pela janela da diligência. Eram duas pequenas garotas que sequer haviam chegado à adolescência.
– Meu Deus, como tudo é esquisito hoje! E ontem tudo era exatamente como de costume! – disse a primeira. – Afinal, onde estamos?
A segunda garota, agarrada a um cachorro, olhou ao redor e respondeu:
– Não sei. Mas com certeza não estamos mais no Kansas.
“Cortem as minhas pernas e me chamem de baixinho”. Um faroeste. Legal. Tô doido pra escrever um e meter frases legais como essa do filme 8 Odiados.
O conto é bem escrito, passa rápido, e tem ação a moda antiga (bala no quengo), o que anda um pouco em falta nesse desafio. Mas a história por trás é confusa. De cara já assumi que a realidade descrita engloba outras, pegando elementos do futuro e passado. 2pc, Sharon Tate? Kkk. Ao mesmo tempo que as menções ficaram engraçadas, também soaram longes de parecer natural. Mas a temática é essa mesmo.
O maluco com uma carruagem cheia de mulheres lembrou Mad Max. Só não entendi direito a função delas na trama. Aliás, nem a dele (além de protegê-las). No fim, uma loucura que eu aceitei melhor porque relaxei a mente.
O seu conto é igual aquaplay, como diria Emicida: “Divertido, mas não passa de fase”. Não leve pro lado pessoal, autor ou autora, o conto funciona, a leitura foi muito boa, mas ficou muita coisa no ar. Não que eu cobre explicações demais, mas do jeito que está, parece um saco de referências dentro de um universo faroeste. Enfim, já me alonguei muito. No geral, um bom conto.
Gostei da ideia do velho oeste. Se os brasileiros dominassem o tema, não teria havido necessidade de importar os livros espanhóis da Cedibra-Bruguera. Essa litertura de massa tem seu lugar, e não vejo porque não escrever sobre o faroeste. Alás os banguebangues eram todos escritos por autores espanhóis, que ganharam muita grana exportando livros para o mundo todo. O final, Ive got a feeling were not in kansas anymore, é uma frase clássica e muito usada quando se quer dizer que mudou tudo, e encaixou muito bem aí. No mais, o estilo é bom, moderno e forma um conjunto instigante e insólito, parecido com os contos marcianos de bradbury.
Oii! Então, eu gostei do conto, tem muita ação e é envolvente. Eu percebi que tem algumas referências mas só conheço superficialmente então não posso opinar muito, só sei que gostei do que li. Só tem uma coisa que achei meio estranho, quando o conto acaba me pareceu meio incompleto, não entendi quem eram as meninas nem por que o Colin estava protegendo elas… quando elas falam em Kansas e cachorrinho eu lembro da Dorothy do Mágico de Oz, será que um furacão levou essas meninas pro meio do deserto? Rsrs se for gostei mais ainda, parabéns escreves bem !
Olá, Quentum!
Posso dizer que o senhor escreve muito bem. Não identifiquei nenhuma falha gramatical, apesar de não ser a pessoa mais adequada para esse tipo de avaliação, haha. No entanto, posso falar que sua narrativa é fluida e natural. Isso facilita a leitura.
Agora, não posso dizer o mesmo sobre a estória e seu desenvolvimento. O estilo adotado não possui muitos atrativos, não há poder poético, não há jogos, é uma leitura simples. Então, o que deveria compensar é a estória. Mas o que encontramos aqui é um emaranhado de ideias e personagens, que fazem parecer que o autor se preocupou mais em parecer criativo do que realmente ser criativo. Sem falar que o enredo não carrega uma autêntica RHA.
Pessoalmente, a leitura foi agradável, não travei em nenhuma parte e foi fácil. Mas a estória é pobre demais.
Bom trabalho e nunca desista de escrever!
Olá, Tarantoni. Seu conto é minha primeira leitura neste desafio.
Observações: gostei do conto, lembrou mesmo a pegada do Tarantino, tanto pela ambientação, quanto pela violência “extrapolada”. Foi ousado em relação à adequação ao tema. Acho que a proximidade que conseguiu alcançar com o estilo Tarantino foi uma faca de dois gumes para você neste certame, pois é um estilo que nem sempre prioriza a “Realidade”. Vou te dar um exemplo: uma pessoa é baleada de frente bem no meio do peito e voa para o lado. Não faz sentido, certo? Ela deveria ser jogada em linha reta, seguindo os vetores da bala. Este é o tipo de coisa inexplicável que ocorre nos filmes do Tarantino e que deixamos passar porque é uma marca dele e funciona muito bem. Quando o tema envolve Realidade e você cria o “inexplicável”, todavia, pode ser algo prejudicial. O cerne do tema é justamente explicar as coisas, especificamente como a história se desencadeia para/após algumas mudanças.
Destaques: a propriedade com que levou a narrativa é algo positivo, assim como a representação de violência, digna do autor que homenageou (repito: é um ponto alto do conto, mas não creio que seja para o desafio).
Sugestões de melhoria: é complicado trabalhar com muitos nomes e muitas referências em apenas 3000 palavras – o leitor acaba ficando perdido. Confesso que tive que voltar na leitura algumas vezes porque não houve tempo de associar o nome ao personagem. Quando um morria, eu não tinha certeza se era o feioso, ou o cara com a marca na testa, por exemplo. É algo que pode melhorar se não tiver um limite de palavras.
No mais, parabéns e boa sorte!
Prezado escritor: para este desafio, adotei como parâmetro de análise um esquema PTE (Premissa, Técnica e Efeito). Deixo aqui minhas percepções que, espero, possam contribuir com a sua escrita.
PREMISSA: faroeste misturado com guerra dos direitos civis… a salada em que não só a Realidade Histórica foi alterada, mas que os eventos cronológicos foram tirados de ordem, acabou complicando um pouco o entendimento do conto.
TÉCNICA: particularmente, achei a história bem contada, apesar de confusa. Não deu certo, a meu ver, a salada. Mas os ingredientes foram bem escolhidos.
EFEITO: eu acho interessante que exista diversidade, e o faroeste, apesar de não me fascinar ou fazer parte da cultura brasileira, merece absolutamente ter espaço também aqui no EC. Parabéns pela coragem de escolhê-lo.
Quentum, temos aqui um trabalho intenso e com uma gramática muito bem aplicada. Gostei. Sou familiar ao western e li muitas histórias de Robert E. Howard que lidam com o tema – embora de uma perspectiva mais sobrenatural. Em termos de RHA, entretanto, creio que deixou um pouco a desejar. Não obstante, fique sossegado: você tem um viés literário muito bom e um trabalho que, devidamente lapidado, será excelente. Colocar 2PAC no mesmo bojo foi como escutar um rap no filme western Django.
Parabéns pelo trabalho.
Muito boa sorte no desafio.
Gostei muito deste texto repleto de imagens. Tem algumas incongruências mas que até são irrelevantes no desenvolvimento da trama. Gostei particularmente do tiroteio, apesar de haver alguma confusão com tantas personagens. Mas muitos, muitos parabéns.
Gostei muito deste texto repleto de imagens. Tem algumas incongruências mas que até são irrelevantes no desenvolvimento da trama. Gostei particularmente do tiroteio, apesar de haver alguma confusão com tantas personagens. Mas muitos parabéns.
Quentum, seu texto é bom! Me deixou preso o tempo todo.
Sem monotonia alguma. Gosto disso.
A “estranha camisa com inscrições que diziam SPORT GOLF CLUB” muda tudo! Tira o chão da coisa, saca? Gostei! Dá um nozinho bom na cabeça.
Seriam passado e futuro entrelaçados? Um futuro decadente?
Isso, somado ao meu desconhecimento sobre a história dos EUA, deixou em mim a impressão de um “Mad Max”. Essa confusão criou um efeito positivo, mas há também um negativo: não me permitiu captar a realidade histórica alternativa com clareza.
Quanto às discussões acima, acho o seu texto válido e muito rico.
Sim, está cheio de clichês de uma cultura dominante (minha opinião), porém, penso que não se deve atacar a cultura, e, sim, discutir os motivos e instrumentos dessa dominação. (sou fã da Janis Joplin… como é que fica? )
Olá, autor(a). Gostei bastante
deste ambiente ameríndio
Assim, pega num instante
o cenário como um vídeo
A princípio não entendi bem
a RHA, mas nos comentários
entendi do que desconfiei também
os brancos seguem salafrários
Mas dos indígenas não abusaram
e estes brigavam entre si
índoles humanas não mudaram
em uma citação não compreeendi
Por que e de quê morreram
o pai e a amada do protagonista?
Achei que os ‘bandidos’ falaram
em demasia, será mania de nortista?
Os States estão separados
entre norte e sul?
Muito tiro foi disparado
me ofusquei neste céu azul
Decerto a inocência me protegia
na diligência com as meninas
do doce mundo da fantasia
Gostei deste tom traquinas
surgido num momento crucial
pois, melhor do que chorar
de tristeza no ponto final
é sorrir com vontade de brincar!
Abração!
Gostei do western misturado, intrincado e ao mesmo tempo gostoso de ler. Não vi imperfeições gramaticais, mas percebo a dificuldade de formar os personagens tão diferentes em um contexto único, em suma o enredo é muito bom e muito criativo.
obs. Gostei demais das rimas na resposta ao colega.
Parabéns e boa sorte
Oi, amigo!
Gostei da sua narração, algumas frase são bem poéticas, o título que o diga!
Acho que você captou bem o estilo e isto me agradou.
Até a cena do diálogo – inclusive – eu estava me divertindo mais. As cenas de luta, apesar de terem sido bem trabalhadas, me causaram certa confusão, pois são muitos personagens juntos. Você nos ajudou nesta parte, pois ao invés de citar os nomes, algumas vezes você usava alguma característica do personagem. Mesmo assim, não achei muito crível a cena, pois eram quatro homens armados contra um. Embora este tipo de jogada “impossível” seja concebível em histórias do tipo.
Não peguei algumas referências, somente entendi quando você explicou. Alice e Dorothy passaram longe da minha cabeça! Foi uma mistura bacana, inusitada, talvez isto pudesse estar mais claro, exatamente por ser interessante.
No mais, senti falta de mais enredo. O conto todo parecia uma cena de algo maior, e não a história completa. Mesmo assim me diverti bastante, é um bom conto. Abraços.
Oi, Quentum.
Rapaz, que polêmica hem rs
Só bati os olhos nos comentários, mas vi que o texto gerou discussão e isso é sempre bacana.
Bom, sobre o conto
Fiquei levemente confuso com o rumo que a história tomou. De início, pensei que estavamos no Velho Oeste, mas pelas referências contemporâneas pareceu-me que o Faroeste era o estilo, e não o espaço tempo. Basicamente a Guerra de Secessão não aconteceu ou foi vencida pelo Sul e, por isso, o desenrolar na história dos EUA foi diferente. Nessa realidade, como seria o trabalho de Malcolm x e MArtin Luther King?
Até aqui tinha achado a pegada interessante, embora a citação a outras personagens estivesse jogando esse entendimento no lixo.
Acho que só quando Lincoln foi citado que compreendi que a pegada do texto era mais fazer um amalgama temporal (creio que tenha sido isso). No que diz respeito ao encaixe e às referências funcionou bem.
O que me incomodou mesmo foi a cena de ação. Entendo que seja típica do estilo, mas tenho certa barreira com personagens construídos em textos que resolvem uma situação como essa sozinhos. Apesar de ser um grande admirador de HQ’s, não consigo lembrar de um conto em que tenha achado isso realmente adequado.
Então acho que gostei menos do estilo escolhido do que da técnica utilizada. Parabéns pelo trabalho.
Não enxergo este conto como uma espécie de submissão a uma cultura dominante ou algo que o valha. Antes, vejo um autor escrevendo sobre um tema que lhe é caro. Não vejo problema algum nisso. Em termos de comunicação e de entretenimento, o mundo desconhece fronteiras. Somos bombardeados com filmes, livros, revistas e música dos quatro cantos do planeta. Podemos até admitir que a influência americana é maior, ou bem maior, mas isso não significa que as demais, europeia ou mesmo asiática, não se façam presentes no nosso dia a dia. Ao curioso é possível assistir ou ler Truffaut, Miyasaki, Murakami ou Mia Couto.
O que quero dizer é que não vivemos num casulo. Não precisamos e nem devemos escrever ou assistir, sempre, livros ou filmes 100% nacionais, ou com temáticas brasileiras. Sinceramente, não entendo essa aversão pelo que é estrangeiro. Nossa cultura é tão rica quanto às demais, certo? Isso é o mesmo que dizer que qualquer cultura é tão boa quanto a nossa. Logo, considero válido que se escreva sobre temas ricos, mesmo que provenham do além-mar.
O blogue funciona exatamente assim, procurando dar vazão a todo tipo de tema, não importando sua origem. Faroeste, Fantasia (com diversas variantes) e Ficção Científica — temas que têm origem em outros países — já passaram por aqui com resultados excelentes, demonstrando a versatilidade e a criatividade dos nossos autores.
Claro que posso estar errado, mas este site ficaria um saco se todo mundo só escrevesse à luz da cultura brasileira. Isso, na verdade, é uma falácia, já que somos reflexo de um multiculturalismo histórico e que, querendo ou não, continua a evoluir (ou a involuir, dependendo do ponto de vista). Se fosse para ignorar influências externas, estaríamos limitados a escrever sobre os índios que aqui habitavam antes da colonização portuguesa. E só.
Por certo não deixaremos de admirar um quadro de Picasso, de Monet, de Van Gogh, de Rembrandt ou de Edward Hopper; a música de Chopin, de Beethoven e Mozart só porque esses caras nasceram em países que exploraram suas colônias na América e na África. Por certo, não deixaremos de usá-los como modelos por aqui, copiando seus estilos e técnicas. Tarsila do Amaral e Villa-Lobos são exemplos dessa influência. O mesmo vale para a literatura. Diversos autores estrangeiros nos marcam e não é a temática sobre a qual escrevem, e nem o país de onde vêm, que fará com que sejam ignorados ou que não sejam imitados.
Com todo respeito às opiniões em contrário, não creio que escrever sobre um tema vindo de fora se constitua em bajulação. Poderia ser, se o autor se limitasse a isso, mas dado o anonimato que caracteriza os certames por aqui, acredito ser precipitado imaginar que o autor deste texto nunca se aventurou em outras paragens, inclusive brasileiras. Não vejo problemas, mais uma vez, em abordar temas típicos de outras culturas. Pode-se criticar a construção do texto, mas, a meu ver, não a opção temática, mormente quando não se sabe quem o escreveu.
Gustavo,
Estava me referindo ao colonialismo cultural, ao imperialismo cultural, não ao atravessamento cultural, que é sobre o que você fala em sua argumentação ao usar o termo multiculturalismo (*). O atravessamento, além de natural, é inevitável em todas as sociedades, ou seja, elas em algum momento de sua história foram influenciadas por outra cultura e tiveram incorporadas ao seu “modo de ser ” manifestações que lembram outra cultura. É um fenômeno de absorção lenta, gradual, e “consciente”, não é uma imposição. A cultura latino-americana, por exemplo, em larga medida, é o resultado do atravessamento entre a cultura autóctone e a africana.
No atravessamento não existe a intenção deliberada de uma cultura engolir a outra, como acontece no imperialismo cultural. Voltando à América Latina, foi isso o que a Espanha pretendeu fazer, sufocar a cultura autóctone. E por que? Porque o domínio cultural é essencial ao país que pretende dominar politicamente outro ou outros.
Cultura é política, enquanto fenômeno social. A percepção disso é o que está por detrás da malfada tentativa de extinguir o Minc, muito mais do que corte de gastos. Quem sabe o poder que a cultura exerce sobre o povo que a pratica sabe o quanto ela deve ser manipulada. Sufocada. Silenciada. Adulterada. Se possível transformada em outra, conforme os interesses do dominador.
No mundo de hoje o imperialismo continua, muito mais forte do que nunca, porém é muito mais sutil do que antes. Não mais é o territorial, como o praticaram Portugal, Espanha, Inglaterra e boa parte da Europa. Ele é fundamentalmente cultural, o caminho por onde é possível penetrar na alma de um povo e, assim, domesticá-lo.
Domesticar como se domestica bichinhos de estimação.
Quem é o Império, hoje? Não é necessário dizer. Mas é necessário lamentar o quanto o domínio está naturalizado entre nós, autores (novos principalmente); é preciso ao menos tentar demonstrar que quando o autor replica uma estética essencialmente norte-americana, sem o tom de crítica ou paródia, ele está abraçando o domínio, o imperialismo.
Não se trata, nesse caso, de atravessamento, pois é a repetição de um elemento da cultura norte-americana, não a sua mescla com elementos da nossa.
Não vivemos num casulo. Porém, vivemos em um espaço geográfico e político que não é o mesmo de outros espaços. Há singularidades. Mas, principalmente, é preciso ter em mente que uma nação (não é o mesmo que país) é uma comunidade imaginada. É fruto do seu imaginário, além de fruto de ações políticas. Ora, se nosso imaginário estiver colonizado (não é atravessado) por outrem, não seremos nós mesmo, e sim esse outro. Os brasileiros não seremos brasileiros, e sim norte-americanos ou europeus fora de seus países. Seremos turistas dentro de nosso próprio país. Estaremos exilados em nosso próprio corpo. Olharemos para o outro, também brasileiro, e não o conhecermos, pois estamos num outro espaço. Num espaço colonizado. Porque o imaginário está colonizado.
Boa parte da briga política que tomou conta do país é isso, uma briga de identidades. E podemos comprovar o fato aqui no espaço do Facebook, na defesa de um cosmopolitismo artificial, na defesa da ideia de que não há fronteiras “em termos de comunicação e entretenimento”. Uma globalização muito bonita em tese, porque é entendida como se fora mundialização, o que são coisas distintas. No primeiro caso, é o poder econômico que condiciona a sociedade mundial, onde se inclui a colonização e o imperialismo cultural; no segundo, ocorre uma aproximação de comunidades humanas distintas geográfica e culturalmente, onde se inclui o atravessamento cultural.
Será que a cultura brasileira está inserida nos Estados Unidos da mesma forma que a norte-ameircana se inclui aqui? Logicamente não, e muito do que é mostrado lá como cultura brasileira não passa de reforço de estereótipos culturais. O cinema brasileiro tem espaço lá na mesma proporção que as sagas de super-heróis têm aqui? Alguém pode levantar o dedo e objetar algo sobre a qualidade técnica, que eles são muito melhores etc. Mas o motivo essencial não é esse, e sim o fato de que são modos de pensar e sentir o mundo diferentes que estão na tela. Sem heroísmos, sem revira-revira-revira-voltas. Agora observe quais filmes nossos têm espaço lá. Exatamente os que copiam o modo de pensar e sentir deles, como as lamentáveis comédias de costumes e o Tropa de Elite. Mas isso não é cinema brasileiro: é cinema feito no Brasil, no máximo.
Tudo isso exposto, podemos dizer que reproduzir um texto de faroeste é apenas um ato estético, cheio de inocência, e que portanto deve-se ater apenas aos aspectos formais e narrativos ao analisá-lo?
É apenas um ato estético o grafite nas cidades brasileiras? É claro que não, há uma carga política e epistemológica (modo de sentir e pensar o mundo) muito grande e ela atinge o espectador, mesmo sem percebê-la. Do mesmo modo, o bangue-bangue carrega em si a gramática emocional e epistemológica do povo que o produziu. Essa gramática não é a nossa. Essa dureza não nos pertence.
Isso não quer dizer que tenhamos que escrever apenas “sobre os índios que aqui habitavam antes da colonização portuguesa”. Podemos e devemos escrever sobre absolutamente tudo, mas não com os olhos dos outros, porque nesse caso quem enxerga são eles.
(*) O termo multiculturalismo nasceu e se desenvolveu nos EUA. Não é sintomático?
Isso me lembrou aquele filme “Saneamento Básico”, inclusive sugerido em outros desafios pelo Fabio Baptista, onde os protagonistas não sabem definir o que é ficção – e acabam investindo na temática “pulp fiction”, americana. Tem um clima de interior do sul excelente e bem representado. Pode ser considerado “cinema brasileiro” com uma metalinguagem bem aplicada sem ser um grande arrasa-quarteirão.
Esse conto permite um discurso imenso sobre o colonialismo cultural, uma das marcas de nossa sociedade, mas não sei se estou disposto a fazê-lo exatamente porque o conto é entristecedor.
Sim, é triste ler em uma obra de ficção brasileira uma tentativa tão esmerada de repetir, reproduzir, igualar, imitar, copiar, reeditar uma narrativa que não pertence à nossa cultura, o western. Esse gênero transporta em si os mitos de uma sociedade que não é a nossa, mas que nos são empurrados por diversos meios, inclusive por contos iguais a esse. Um deles é o justiceiro, o que resolve qualquer pendenga à bala, posto que o diálogo é para os fracos. Esse gênero, junto a outros também nascidos nos EUA como a narrativa de super-heróis, representam a concepção violenta de convívio social que sociedade americana tem, principalmente em se tratando de território alheio. Tentar ser absolutamente fiel a isso, na narrativa, como se estivesse escrevendo aquelas estorinhas de bolso de autores brasileiros com pseudônimos ridiculamente americanizados, é de uma subserviência lamentável.
Um autor não é um ente isolado da cultura que o engendrou. É reflexo dela, ao mesmo tempo em que pode contribuir para enriquecê-la. Mas o que é a cultura brasileira? É assustadora a quantidade de autores, calejados ou não, que desconhecem o seu berço. Preferem adotar o discurso muitas vezes falacioso do cosmopolitismo.
Por essa percepção, o autor escreve sobre o universal porque o sujeito não é a sua província, e sim uma quantidade enorme de influências culturais. Mas não é bem isso. Ele não é APENAS a sua província, é ela também. Esse cosmopolitismo muitas vezes é entendido e praticado como uma ferramenta para o autor abrir mão de sua cultura é bajular a majoritária.
Eu não tenho muita paciência com isso.
E a realidade histórica alternativa? Se houve, ficou desimportante no todo narrativo.
Oh, amigo, entregaste-me tal fardo
Que será difícil livrar-me, Eduardo
Não é objetivo meu perpetuar nacionalismo
Tampouco ser modelo de decência
Ante a derrocada moral do mundo
Resta-me dizer: viva a violência!
Eu gostei bastante da primeira parte, entrei no climão gostoso de faroeste. Não me importo muito com clichês, então achei até divertidas algumas frases feitas já meio batidas, tipo “lugar abandonado por Deus”.
Comecei a estranhar no momento em que elementos “futuristas” entraram na história – estampas de camiseta, nomes de cantores de rap. Até o final, não entendi muito bem o sentido disso… pensei que descambaria para algum tipo de sátira, mas não foi o caso.
O diálogo que precede o tiroteio é um pouco cansativo. As cenas de ação são bem descritas, mas me confundi um pouco com os nomes nessa parte.
Se havia alguma referência no final (as duas meninas), eu não entendi.
E também fiquei sem entender qual foi a RHA empregada, de forma que aqui será difícil não descontar pontos por adequação ao tema. Se o autor puder aparecer para explicar melhor, seria interessante.
– revolver
>>> revólver
– Calma, amigo. – o homem levantou as mãos
>>> Assim, com minúscula depois do ponto, etá errado.
>>> Eu usaria:
– Calma, amigo – o homem levantou as mãos
>>> Assim também ficaria certo:
– Calma, amigo. – O homem levantou as mãos
Resumo: bem escrito, mas sem foco e sem adequação clara ao tema.
Abraço!
Ele chegou, ele tá na pista
Quem tá na área é o Fabio Batista
Dizer que estou sem foco é criminoso
Estás a brincar com minha miopia
A RHA está explicada abaixo
Junto com os restos de minha vida vazia
Olha aí, Tarantoni, você é gente fina
Se liga agora nessa minha rima
Sobre o tema, veio a explanação
Não sei se captei, mas o que vale é a intenção
Já fui lá e aumentei a sua nota
Eu curto faroeste e o tiroteio ficou foda…
LEAO (Leitura, Essência, Adequação, Ortografia)
L: Tem um “q” de insólito, aliado ao velho faroeste. Se reclamavam de ação, aqui está um conto que tem de sobra. Prestou uma homenagem excelente ao Tarantino, pelo menos na atmosfera árida e na sucessão de sacadas “pop”.
E: É apenas um evento, um tanto incompleto, cheio de reviravoltas que não se apoiam em nenhum contexto prévio. De início achei que contaria mais sobre a formação dos países nos EUA, mas o autor optou pela simplicidade. Infelizmente, apesar de criar um ótimo clima, aliado ao bom humor, a história toda se firmou em um simples fiapo de interação. Precisava de mais “corpo”.
A: Tem alguns diferenciais, mas sem contexto específico. Simplesmente os personagens atravessam um mundo louco (referência à Mad Max?). Ficou legal; pontos pela criatividade, mas não está muito dentro do tema.
O: Os diálogos convencem, mas as descrições das cenas de ação pediam um pouco mais de cuidado, com detalhes mais importantes para a trama.
Tua crítica foi certeira
Caro Brian Oliveira
Gostei muito de seu comentário
Apesar de temer, de início, esse leão
Preciso treinar mais a escrita em versos
Preciso treinar mais a minha descrição
Como vários colegas já disseram, vc escreve muito bem e mantém a atenção do leitor durante todo o conto. A trama é ágil, porém pobre. Além da “mistureba” de personagens, nada realmente acontece. Percebi as referências q vc usou no texto, mas não sei se isso basta para adequá-lo ao tema proposto, que era de uma realidade histórica alternativa. Esperei q o final o redimisse, mas a referência ao Mágico de Oz só deixou tudo mais confuso…
Bem vinda a essa realidade insana
Minha caríssima Juliana
Escrevo mesmo para confudir
E creio esse ser meu grande mal
Mas fosse eu um grande explicador
Escreveria mesmo um manual
Olá Sr. Tarantoni.
Que mistura temos aí. O tal Collin é o encarregado de transportar as personagens de histórias pelos tempos afora? Não sei se entendi alguma coisa, mas bem digo que o texto é fluido e você é competente em prender a atenção, pelo menos a minha. Sim, o conto menciona filmes de faroeste e usa fatos da história como pano de fundo, tem ação, aventura e suspense. Gostei do final, é a Dorothy? Uma salada bem calórica, um bom momento de laser e pela criatividade você está de parabéns!
Ainda: A justificativa para a mordida no ombro do Collin convence quando penso na Copa do Mundo no Brasil, se aqui pode no seu conto me parece que tudo pode, a não ser que o cara fosse um vampiro desses filmes da atualidade, mas daí a salada já seria uma bomba calórica.
Ah, e não gostei de vislumbrar a imagem de um colar de mamilos decepados. Cruzes!
Lazer* . Como bem disse “Deus”, a gramática é o capeta da Literatura, e eu fora de dar um abraço no coisa ruim.
Que bom ter sua companhia por aqui
Minha cara Simoni
Nossos vilões são bem cruéis
A verdadeira imagem do mal
A mordida aconteceu mesmo
O colar de mamilos também é real
Minhas impressões de cada aspecto do conto (antes de ler os demais comentários):
📜 História (⭐⭐▫▫▫): parece mais uma cena de uma trama maior, pois as coisas não se concluem. Se há alguma referência na parte das meninas, me desculpe pois não entendi. A cena é bem narrada, mesmo que as ações tomadas pelo grupo de maufeitores não sejam muito verossímeis. Os quatro estava armados e Collin matou três deles e um fugiu sem eles dispararem um tiro. Morder um homem armado também não é uma ideia muito boa. Enfim, como já disse, a conto não possui uma trama fechada e esse é o maior problema.
📝 Técnica (⭐⭐⭐▫▫): já adiantei que a narração foi boa e as imagens bem nítidas. Percebi as referências ao Tarantino e algumas outras, como ao Manson, mesmo com os problemas de verossimelhança já citados. Nos diálogos a regra é que, após o travessão, se usou ponto antes, incia com letra maiúscula depois. (Se quiser, dá uma olhada num artigo sobre isso: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/5330279).
💡 Criatividade (⭐▫▫): não senti nada de muito novo que histórias de velho oeste costumam ter. A parte das meninas, a missão, se fosse melhor detalhada poderia trazer essa dose de novidade.
🎯 Tema (⭐▫): pode ser ignorância ou descuido meu, mas não percebi a alternativa aqui. Se teve, não influenciou muito o texto.
🎭 Impacto (⭐⭐▫▫▫): para uma cena de ação impactar, precisamos sentir pela vida dos personagens. O fato dele defender a carruagem ajudou, mas teria sido melhor se soubéssemos o motivo dele estar levando as meninas. O fim aberto e a inverossimelhança já citados também atrapalharam o impacto.
Você machuca meus sentimentos assim
Não faça isso, Leonardo Jardim
A trama toda é de algo maior?
Talvez o seja, não posso dizer
Mas não o é todas as outras coisas
Que sempre fazemos ao nosso belprazer?
Quentum, em nenhum momento foi meio objetivo machucar seus sentimentos. Fiz uma análise técnica e imparcial do seu texto sob vários aspectos. Claro que é tudo baseado em minha opinião e gostos pessoais.
Aproveite dessa análise o que desejar e ignore o que achar fora de contexto. O importante é que aceite as críticas como ela são: impressões sinceras de um leitor.
Abraços.
em nenhum momento foi meu* objetivo
Ora,ora,não fique de bobeira
Foi tudo uma grande brincadeira
Olá, amigo,
Não vou ter como ser muito original após os comentários anteriores. Mass….
Eu também gostei muito do início. Achei que a construção inicial do cenário ficou muito bem feita. O clima western estava bem montado. Claro, com clichês, como também já foi dito, mas se a gente é fã de alguma coisa, às vezes queremos ter a oportunidade de fazer as coisas exatamente da maneira como as vimos quando viramos fãs, e não reinventar nada. Ora, aquele dilúvio de sangue em Kill Bill não era um ultra clichê dos filmes “C” que o Tarantino estava “homenageando” no próprio filme? Claro que era, e descarado. Use seus clichês e seja feliz. Esse não foi, pra mim, o problema da sua história.
Após a construção inicial do cenário, quando começou a interação entre os personagens e a apresentação das referências foi que eu me perdi (ou que você perdeu este leitor aqui, pra ficar mais poético e literário!).
Desse ponto em diante eu também tive dificuldades de me situar com relação à história, mas acho que em parte essa dificuldade se deu porque eu sabia do contexto em que essa história foi escrita, ou seja, um conto de realidade histórica alternativa. Então, como eu sabia da premissa, durante a leitura eu ficava tentando identificar qual seria a realidade histórica original para tentar entender qual foi a realidade alternativa que você tentou apresentar. E foi aí que a mistura de personagens de épocas diferentes me confundiu.
Achei que a parte do tiroteio ficou bem legal. É difícil construir esse tipo de interação entre personagens. Porém, também achei que houve algumas pequenas falhas, como a parte do cara mordendo o pescoço do outro. Essa daí não me convenceu. Se na sua realidade histórica alternativa tiver também zumbis, tá valendo. Mas em western não cabe mordida assim do nada. Pq não pegar uma pedra, ou um pedaço de pau, ou uma faca, ou uma arma. Mas morder? A não ser que os caras estivessem desarmados e rolando no chão tentando alcançar uma faca (babando clichê na câmera), não haveria porque o cara morder o pescoço do tiozinho. (ele era vampiro?)
Bem, camarada, acho que você é um cara que gosta de escrever, tem talento para dar início a sua história, inclusive no que diz respeito a título. Também acho que você escreveu esse conto mais pra você mesmo do que para tentar ganhar o desafio, e portanto, você incorporou personagens, e estilos que te agradam.
Resumindo essa missa, achei que seu texto está muito legal, mas alguns detalhes poderiam ser melhorados.
Um abraço!
Chegue mais junto. Uma bebida? Um trago?
Ou seria um moderno cavalheiro, meu caro Thiago?
A mistura toda é proposital
Abaixo ela foi explicada
Espero que entenda a explicação
E que tua nota seja elevada
Olá, autor! Desta vez, resolvi montar um esquema para comentar. Espero te encontrar no pódio.
* Título – Quase um verso esse título. Você é um romântico?
* Revisão – Não encontrei falhas importantes.
* Enredo – Clima de faroeste não é muito do meu gosto, mas foi bem caracterizado. As várias referências empregadas podem confundir o leitor. Ainda tenho medo de Charles Mason, que acabou causando uma grande tragédia, a morte da bela atriz Tate, mulher do Roman Polanski. Enfim, não se brinca assim com os traumas de infância da coleguinha. A narrativa está bem conduzida, com os elementos clichês rolando soltos. Nada contra. A vida é clichê, então a História deve estar cheia deles.
* Tema – O conto respeitou o tema proposto, mas de forma um tanto confusa, já que acabou misturando várias possibilidades.
* Aderência – Como já disse, não sou muito fã de faroeste. Parece ser conto de menino (sim, estou sendo sexista). O começo do conto prendeu minha atenção pela descrição e uma certa promessa de suspense. Não sei se eu esperava mais ação ou um acontecimento maior. Gostei de Dorothy no final. Ficou fofa. Boa sorte!
Preciso encontrar a rima certa
Para minha amiga, Claudia Roberta
A confusão abaixo está explicada
Peço perdão por bricar com o teu medo
Mais pavor lhe seria incutido
Se soubesse de meu pior segredo
Achei o conto divertido. A ideia de misturar várias referências num cenário de velho oeste rendeu um conto despretensioso e de leitura fácil. Charles Manson, Malcom X, 2Pac e até Dorothy se cruzam numa realidade improvável e criativa. A costura do conto, porém, é fraca. Os personagens e as citações são bacanas, como disse, mas tudo acontece rápido demais, como se a trama fosse, antes de tudo, uma justificativa para juntar todo esse pessoal. Lembrou-me, por isso, aqueles filmes onde uma penca de atores famosos se sucedem em situações inusitadas, sem que isso seja necessário para o desfecho da história em si. Em suma, um conto bacana mas que poderia ter ousado um tantinho mais.
É com firmeza que palavras cravo
Para explicar-lhe, amigo Gustavo
Que bom que gostou dessa mistura louca
Desse universo que é um tanto insano
Mas agora me fazes questionar
Seria o texto um pedaço de pano?
Olá, Quentum! Gostei da narrativa, até mesmo dos clichês do western, e há umas ideias e possibilidades bem interessantes nesse universo que você trouxe. Entretanto, há referências demais de épocas diferentes( Malcom X, Charles Manson, Lincoln, Confederação) que tornam difícil ao leitor se situar. Acho que se trabalhasse mais a premissa de que o sul se tornou um país independente depois da guerra civil, tornando isso o pano de fundo, melhoraria nesse aspecto. O final ficou um tanto abrupto, e apesar de gostar da cena de tiroteio, não me convenceu a facilidade do protagonista em se livrar da gangue. Enfim, é um conto interessante e bem-feito, mas que poderia render mais limando certos excessos e dando mais atenção ao desenvolvimento dos personagens principais. Parabéns e boa sorte no desafio!
É outro Pedro que por aqui se abeira
Mas, veja só, esse é o Teixeira
Peço perdão pela rima pobre
Mas preciso fazê-la sem medo
E por favor, meu caro senhor
Não venha a se meter em meu enredo
Mais uma vez desculpas peço
Às vezes sou cruel em minha resposta
Tens toda razão em seu comentário
Eu que sou um pedaço de…
o conto ainda que o sol nasça vermelho começou muito bem ,as descrições do local estavam maravilhosas, e você nos situou bem em qual momento histórico estava. entretanto isso se perdeu ao decorrer da história , o conto acaba muito rápido , o personagem principal não teve grande desenvolvimento como a trama . no mais você jogou muitas referenciais citando muitas figuras históricas. e também não consegui achar claridade no final , com a fala da última menina
Que se abra enfim o último selo
Para iluminuar Pedro Arthur Crivello
Há várias referências, isso é bem verdade
Dê uma checada na wiki abaixo
Talvez isso esclareça dúvidas
Ou aumento ainda mais o escracho
Ainda que o sol nasça vermelho (Quentum Tarantoni)
Eu gostei de imaginar Malcon x e 2PAC no velho oeste, mas misturar os tempos não foi uma boa escolha e acaba confundindo as referências e localizações, que dariam o impacto de se imaginar em um mundo alternativo. Ficou uma salada. Afinal é uma realidade onde os índios não foram conquistados ou é uma onde o velho oeste nunca acabou? (se bem que, se Malcon X não fosse assassinado, poderia ter conhecido 2PAC)
Tentando ver a estória por si, o nome referência clara a Quentin Tarantino, já adianta o tom pulp da narrativa. Sangue e tiroteio ficaram bacanas. Os clichês foram trabalhados sem medo de ser. Acho que poderia ter uma pegada mais forte, se afundar nos ícones e não correr o risco de ser levando a sério, demais. Se eu não me engano, temos uma personagem de ficção ganhando vida nesse mundo. A Dorothy do Mágico de OZ. Em obras retrofuturistas/Steampunks (que podem ser RHA também) isso é comum e não sei se o pessoal fará aqui.
É difícil avaliar teu conto agora, enquanto durar esse estado de confusão. Quem sabe retorno para um veredicto. Abraços e boa sorte!
Preste atenção à explicação por vir
Talvez lhe esclareça, caro Davenir
Não há confusão se todos vivem juntos
No mesmo mundo, no mesmo universo
Alternativo é esse desafio
Não tenho rima para o último verso
1. RHA apresentada: Não sei.
2. Tempo do conto: Pode ser no passado ou futuro pós apocaliptico;
3. Dilema: Levar duas garotas pra algum lugar, uma delas parece ser a Dorothy do Mágico de OZ;
4. Escrita: Dentro da normalidade;
5. Ritmo ou desenvolvimento: Bom, as cenas de ação se completam, há algumas falhas de continuidade ou de coerência – ex.: as meninas não ouviram os estranhos chegando, nem o cachorro latiu em momento algum, apesar do barulho intenso, o grupo malfeitor não pensou sequer em vasculhar o interior da diligência enquanto Collin dormia a sono solto, porque não o amararam de imediato ?
6. Conclusão: O conto é bom, as referências, pelo menos a mim, não são claras, mas isso é culpa minha e não do autor, é uma estória que pede continuação, o que é positivo.
Olá, como vai? Vamos ao conto! Confesso que não entendo muito da história dos EUA nesse período, por isso não vou poder avaliar a RHA do seu conto, o que você mudou na história oficial. Vou me concentrar aqui em avaliar a sua história enquanto história. Primeiro, os erros e más escolhas. Só porque o gênero Western é formado basicamente por limitados clichês que precisamos nos restringir a isso: escritores devem transcender! “Poeira levantada pelos cascos dos cavalos”, “pedaço de chão abandonado por Deus”, isso é um pouco demais pra se aguentar… Outros problemas: “Kinsley levantou instintivamente, sacando o revolver e encurralando o homem que havia feito a pergunta.”. A cena foi confusa pra mim: ele acordou e já encurralou o homem no mesmo instante? Como, havia uma parede em algum lugar? “– Mas, pra ser justo – disse o homem com a marca na testa – nenhum de nós encontrou um dedo nela.”. Claro que não é “encontrou”, é “encostou”.”– Há dois caminhos para o norte. Eu estou seguindo por um deles, aquele que é mais seguro para mim. Posso lhe dar um mapa do outro e, assim, seguem o seu caminho.”. O final foi confuso, “seguem seu caminho”? “Nesse instante, ambos Jeff e Eddie já haviam sacado suas armas.”. Por que esse “ambos”? É uma tentativa de copiar a língua inglesa, na qual se usa “both” antes de citar dois elementos? Se foi isso, ficou idiota.”Seus dentes já haviam rasgado a carne, e os nervos que ligavam o pescoço eram visíveis.”. Nervos? Você não quis dizer “tendões”? Sei que popularmente o povo às vezes chama tendões de nervos, mas isso é simplesmente um erro que não há necessidade de perpetuar, na minha opinião. Achei a história confusa, a cenas de ação foram bastante fracas. E na última frase, com referência ao Mágico de Oz:: “– Não sei. Mas com certeza não estamos mais no Kansas.”, foi para quê? Uma referência totalmente aleatória? Achei o conto bem fraco, e não pude julgar se foi mesmo RHA, deixo para os outros essa tarefa. O que senti foi a falta de objetivos mais coerentes na história e motivações emocionais mais convincentes para os personagens. Desejo Boa Sorte.
Permita que te livre de teu fardo
E explique tudo com clareza, Ricardo
Mas que beleza era o velho oeste
Lugar sadio para uma boa luta
Não precisava de explicações
Pra atirar em um filho da p…
Gostei muito deste COMEÇO em forma de ação direta. FLUXO intenso e rico em imagens. Colocar no mesmo caldeirão Abraham Lincoln, Malcolm X, Martin Luther King, Charles Manson e outras figuras deixou a TRAMA frágil e desconexa e eu não entendi bem a ALTERNATIVA histórica sem um FIM que a justificasse.
Olá, moça elegante, de postura fina
Agradeço o comentário, amiga Catarina
Tentei explicar o que aconteceu
Está mais embaixo, tente olhar, assim
Mas pergunto-lhe de volta
Precisa toda história ter mesmo um fim?
Toda história com ponto final tem um FIM, já que não há continuação. Não precisa ter uma conclusão ou objetivo, mas isso exige maestria; o que não encontrei no texto.
Bem escrito, o texto é bastante palatável, aguça e nos faz querer saber a continuação. Talvez, por minha ignorância, não tenha entendido algumas referências. Se ou autor, puder esclarecer, usando seu pseudônimo, claro, seria muito produtivo.
Diante de teu solicitar
Vamos a uma wiki, Olisomar
Buffalo Bill era caçador
Em nosso mundo, touros matava
Mas nessa terra imaginária
Os seus amigos apunhalava
Touro Sentado foi uma vítima
Do traiçoeiro ator-viajante
E se em nossa terra, morreu mais cedo
Nesse outro mundo saiu confiante
Temos bandidos vindouros do norte
Todos eles bons psicopatas
Sejamos breves em suas descrições
Na pobreza suja dessas rimas natas
Charlie é Manson que a ninguém fere
Ao menos não com suas próprias mãos
Matou a pobre garotinha Tate
Convencendo a outros malditos pagãos
John, o líder sóbrio, de fala bonita
Em nosso mundo em Chicago habitou
Era conhecido por palhaço louco
Pogo em seu porão muitos apagou
Jeff é Dahmer e gosta de uma carne
Mas só da humana, tem maior sabor
Eddie é mais terrível, Gein é outro nome
Após o qual foi feito vilão de terror
E nessa terra temos escravos rebeldes
Que lutaram contra os brancos e seu julgo
King é da paz como em nosso mundo
O outro pede a guerra, X é seu vulgo
2Pac não é rapper, provavelmente
Rap nessa terra não deve existir
Isso não impede que suas palavras voem
Pelo ar, terror a incutir
Temos ainda duas garotinhas
Famosas por sinal, se não percebeu
Uma seguiu um coelho por sua toca
E nos país das maravilhas de perdeu
A outra foi tomada por um furacão
E levada à companhia de três amigos
Passaram eles por grandes aventuras
Enfrentaram juntos inúmeros perigos
Pesso perdão pela inclareza dessa história
Que em cada um levantou uma pergunta
Mas não seria bacana um universo
Em que essa galera tivesse nascido junta?
Parabéns, meu caro !
Com suas rimas fez mais que um ponto,
Em tempo confesso algo raro,
mais delas gostei que do complexo conto !!!
Brincadeira, gostei de ambos, e obrigado pelas explicações, certamente valorizaram seu texto. Abraços.