
Era o décimo dia de 2016. Ele sufocava sua primeira promessa com um longo trago no cigarro. Seus demônios agarravam sua garganta e pulmões, impedindo-o de respirar. Fechou os olhos. Soltou os demônios pela boca. Os pulmões e a mente, vazios, aliviaram-se.
Através da janela aberta, a fumaça invadiu o ar noturno da cidade, dissipando-se na sinfonia de sirenes, funk e latidos. Quem cantava eram os pneus dos carros: distantes; impunes. A canção, uma ode à juventude.
A esposa, atrás de si, dormia serena. Dormiam também, diante dele, seu distintivo e a pistola. Ainda podia ver a fumaça que fugia do cano; ainda podia ver a bala penetrando o peito do garoto sem nome.
Puxou os demônios novamente para os pulmões. Fechou os olhos.
Em 2017, com certeza, pararia de fumar.
Olá!
Um homem olhando para a noite, presos aos seus demônios e prometendo mudar no próximo ano. Engraçado, lembra muita gente! Gostei do texto e achei ele bem escrito. Tem um toque poético agradável.
Grande Aka, devo te dizer que no começo eu achei que era mais um texto sobre o suicídio, sem desmerecer nenhum, mas muito bom
Um bom conto sobre o vício de fumar e a dificuldade em parar. Foi um conto mediano, não me despertou curiosidade e nem me deixou instigada por mais.
Você escreve bem.
.:.
Demônios (Aka Manah)
1. Temática: A gangorra das promessas anuais, nunca cumpridas.
2. Desenvolvimento: As imagens criadas sugerem ‘tapa’ na consciência, ‘tapinha’ no cigarro, tapa nas promessas.
3. Texto: Bem escrito, fluindo conforme o ritmo das tragadas.
4. Desfecho: Promessa, apenas. Será que em 2017 vai parar mesmo?
Esses textos estão invadindo as cidades literárias… Faltou inovação.
Boa sorte!
Aka Manah, esse pseudonimo tem uma sonoridade legal.
Fiquei até com vontade de dar uma tragada aqui. kkkkk, zueira, eu não fumo. Mas as descrições foram feitas com tanto esmero, que quase pude sentir qual é a sensação de um fumante.
Gosto muito desses policias amargurados com a vida, devido à vida difícil proporcionada por seu trabalho.
O conto ficou bom e acima da média. Parabéns.
E aí, Aka Manah. Tudo bem?
Gostei do conto, da ideia, da questão de fazer a mesma promessa ano após ano… A construção de algumas frases, entretanto, não me agradaram muito.
Cito aqui “dissipando-se na sinfonia de sirenes, funk e latidos.”. A mescla de palavras e elementos, ao meu ver, não funcionou muito bem. As palavras pareceram não se encaixar…
O tom intimista é legal, e coube muito bem no limite imposto pelo desafio. Pra um conto curto, notei certa falta de fluidez (não li os comentários acima, então não sei se estou sendo o chato =[ ). Talvez seja o excesso de pontuação. Tentei ler sem alguns pontos finais e a coisa ficou mais interessante.
Abraço e boa sorte!
Até perto do final, achei o conto excelente! Toda a ambientação, a descrição, a alegoria do cigarro, a poluição auditiva… tudo conspirando pra uma boa tragada (verde?)! Um conto que prima pela boa estética, pelo bom desenvolvimento.
A parte final, gostaria muito que não tivesse o trecho sobre o garoto morto. Se tivesse ficado em aberto, poderia dar a entender que ele matou até a própria esposa. Mas ficou muito bom!
Muito bom! O clima construído com a quebra de uma promessa de ano novo é uma ótima abertura para as dores e culpas que são desveladas a seguir. Coube perfeitamente no número reduzido de palavras. Parabéns.
Esses textos estão invadindo as cidades literárias… Faltou inovação. Boa sorte!
Estranhei, jurei que já tinha comentado esse, mas certamente apenas o li no início do desafio.
Tem uma pegada crua, meio Rubem F., com aquele personagem fudidão com cigarro, estilo Constantine. Essa é a parte que gostei. Mas também achei simples demais, e não vi sobrevida no conto, faltou algo a mais. Enxerguei a lembrança de algo ruim no passado do sujeito, isso tornou o personagem mais marcante, mas não a trama.
De ponto muito positivo, a boa escrita que me permitiu visualizar perfeitamente a cena.
O enredo parecia simples no início, faz uma reviravolta e traz uma surpresa para o leitor no final. Bem criativo e bem escrito.
Boa sorte.
Lindo! Um dos mais bonitos até agora.
A forma coma a história aparece no fim do terceiro parágrafo é ótimo.
Sem palavras aqui. É intenso, soa real, intimista, e belo, além de tudo, tem poesia nesse caos da cidade…
Parabéns!
O que dizer? O que argumentar? Tropa de Elite? Miami Vice? CSI? Não faço nada além de ecoar o que os colegas aqui disseram. E corar de vergonha do meu humilde conto…rs
Sucesso!
AKA, então é o seguinte;
TEMÁTICA: opressivo e sufocante, o texto transmite bem a vida interior de um policial.
TÉCNICA: narrativa ágil e direta ao ponto. Muito bem!
TRANSCENDÊNCIA: acho que a identificação com o sentimento do protagonista é inevitável. Mas, mais uma vez, a história parece somente uma cena de remorso, sem desdobramento. Se não tivesse limites, ia mais longe…
Credo, terrível. Quem não parar de fumar depois dessa. Uma mistura de demônios interiores com exteriores, e fumaça para todo lado. Mesmo depois de fechar os olhos ainda posso vê-la. Os barulhos dos carros, sirenes, latidos, como a música “antinome”
“A noite morre
Ouço um “quem me socorre?”
Como se Grozny aqui fora
E era alguém que ia embora
E o outro que ficava
Implorava companhia
Perdão, misericórdia”
Um clima de terror, mesmo, muito real, como um filme, dá pra ver tudo. Muito bem executado.
Um final surpreendente e tecnicamente bem executado. Foi um deleite ler esse micro-conto.
Parabéns e boa sorte!
Excelente! Achei que podia ser uma parte de um texto mais longo, ou o início de um livro policial, Mas, e daí? Tá bem escrito pra caralho, denso, uma cena muito bem construída. Assim que terminei de ler, fui acender um cigarro. Tenso. Parabéns e boa sorte.
olá, gostei muito não só pela fumaça – tema que me excita – mas essencialmente pelo noir, pelo urbano, pela intimidade, pela poesia… consegues transmitir tudo isso com poucas palavras. No texto parece-me que não há problemas de escrita, a história corre bem, quase como um filme, quase se consegue ver as imagens e nem é preciso fechar os olhos, muitos, muitos parabéns e desejo-te as maiores felicidades neste desafio. põe aí mais textos deste calibre para lermos.
O conto diz muito em poucas linhas. A rotina estressante do protagonista acaba por sufocar-se no vício do cigarro. A culpa remói o policial, muito bem metaforizada como “os seus demônios”. Ao ler um texto dessa categoria eu vejo que o desafio vale a pena. Parabéns!
Muito legal! Me fez lembrar romances policiais… Um texto bem escrito, apesar de pouca história, cativa o leitor a prosseguir na leitura. Parabéns!
A incerteza de querer ser e saber se as atitudes são as corretas em nosso dia a dia. Para quem leva a vida perante e perto da morte, como profissional, está sempre sufocado pelas atitudes que precisa e teme ser obrigado a fazer. Bom conto, enredo e final que surpreendeu. Parabéns e sorte no desafio.
Gostei da narrativa: conseguiu, em poucas palavras, construir todo o ambiente e me fazer sentir dentro da história, ainda que curta. Gostei do enfoque no psicológico e no sentimento de culpa, acompanhado de uma recompensa pelo dia difícil.
Minhas impressões de cada aspecto do conto antes de ler os demais comentários:
📜 História (⭐⭐▫): boa, intrigante. O texto não diz, mas parece que ele matou o menino sem nome em uma operação policial e, como que para desestressar, descumpriu a promessa de ano novo. Quem sabe ano q vem?
📝 Técnica (⭐⭐⭐): muito boa, soube dosar bem o lirismo e metáforas com a trama em tão poucas palavras.
💡 Criatividade (⭐⭐▫): uns bons elementos criativos.
🎭 Impacto (⭐⭐⭐): gostei bastante do texto. Uma verdadeira porrada. Parabéns!
Fluídez – 9.9/10 – só destacaria o trecho “Quem cantava eram os pneus dos carros”. Ficou estranho por alguns motivos: quem normalmente remete a pessoas, e “cantava” ficou no singular enquanto “pneus” ficou no plural. Uma pequena reformulada na frase corrige isso;
Estilo – 10/10 – uma bela narrativa que parece bem afastada do personagem, combinou com o estilo da trama;
Verossimilhança – 10/10 – cenário belamente descrito, complexidade de personagem e de trama;
Efeito Catártico – 10/10 – senti certo humor negro no final. Parar de fumar como se esse fosse, de fato, o maior dos problemas.
Não tem como fugir das comparações, alusões e outros ões e esse conto me faz lembrar de muitos filmes que vi, aqueles policiais durões (!) que fazem justiça, não pela Justiça, que muitas vezes é falha, mas por eles mesmos e suas famílias. Bom conto.
Fiquei com pena do policial. Tive a sensação de assistir a um filme em 150 palavras (não contei). Comecei lendo achando que era mais um texto sobre suicídio, ainda bem que não era…sei não, o cara me pareceu um suicida em potencial…são muitos demônios sufocados por enquanto pela fumaça do cigarro…
Parabéns, está excelente!
Bom desafio!
INÍCIO pesado e depois só aumenta a pressão. FILTRO equilibrado, sem palavras desnecessárias. O ESTILO FDP sempre me conquista. TRAMA envolvente e sufocante como o próprio PERSONAGEM. FIM com a culpa implícita. Bravo!
Gostei do conto do início ao fim. A fumaça fazendo o papel de demônio, os pneus dos carros que cantavam em uma ode à juventude e o dia do policial que atrapalhava o sono… tudo perfeitamente encaixado!
Conto espetacular, parabéns!
Tem enredo, tem conflitos, tem metáforas. Gostei do cigarro como um demônio, da atmosfera urbana. Bem escrito. Gostei muito do conto. Parabéns.
Achei seu conto peculiar e bastante sufocante, no que tange a fumaça do cigarro personificada em demônios que se apoderam das pessoas. De algum jeito, os vícios também são como demônios, e consomem quem os detém. A frase final reflete exatamente o dizer de um viciado que, por experiência pessoal, está verossímil ao extremo. Conheço uma dezena de fumantes que, infelizmente, continuam agarrados a seus demônios. Boa sorte!
Taí um contaço! Poucas linhas que concentram força, suspense e sarcasmo típicos de uma excelente novela noir. O policial irônico e com um conceito baixo de si mesmo. A mulher (fatal, quem sabe) e a trama recoberta por uma fina camada de fumaça. Caramba, por que eu não pensei em algo assim haha
Discordo daqueles que viram algo nítido neste conto, como violência policial ou coisa do tipo. Sim, o texto permite essa interpretação, mas também permite considerar que o policial invadiu o apartamento e acabou com a vida de um assaltante. Improvável? Talvez, mas nem menos nem mais do que a primeira hipótese. O caso é que por vezes o leitor emprega, na interpretação, forte carga ideológica, prejulgando o texto de acordo com suas convicções. Provavelmente eu também faço isso, mas procuro ser isento.
Polêmicas à parte, este conto é um dos meus favoritos. Parabenizo o autor pelo ótimo trabalho.
EM 2016, COM CERTEZA E INFELIZMENTE, a brutalidade policial vai continuar.
Um dos elementos que reputo da maior importância na construção do texto ficcional é a utilização da camada simbólica, ou seja, o uso da palavra de modo que ela consiga atravessar, alinhavar e costurar sentidos muitas vezes opostos entre si. E este conto trabalha muito bem essa ferramenta. No trecho “seus demônios agarravam sua garganta e pulmões, impedindo-o de respirar”, por exemplo, a palavra demônios faz menção à fumaça do cigarro consumido pelo personagem e à sua violência internalizada.
Além disso, é evidente o bom domínio da técnica narrativa, pois a ambientação de cidade foi conseguida no segundo parágrafo fazendo-se uso de alguns substantivos-chave como sirenes, funk, latidos, pneus e carros.
Ainda no segundo parágrafo, vi um traço de ironia. Ao considerar que o som dos pneus cantando era uma “ode à juventude”, o narrador está sendo sutilmente ácido, pois imediatamente antes ele afirma que tal atitude, possíveis “pegas” — e por metonímia os jovens em si —, permanece sem punição. E é, assim ele pensa, pela necessidade de punir que o assassinato do “garoto sem nome” não significa para ele absolutamente nada demais. Ele está “fazendo justiça”.
O conto toca em um ponto importante: a banalização da violência e, mais do que isso, mas por vias não tão diretas, no seu emprego enquanto solução para a criminalidade nas metrópoles. A ponto de gerar satisfação em mentes doentias. Observe-se o prazer que o protagonista sente em puxar outra vez a fumaça-demônio para os pulmões. Ele fecha os olhos. Não é apenas prazer: é omissão, pois o personagem fecha os olhos também para o assassinato, considerado afinal um “higienizador” da sociedade.
Do ponto de vista ideológico (e a literatura necessariamente está impregnada de ideologia) pode ser considerado repugnante, na medida em que se torna não uma “ode à juventude”, e sim à violência policial. isso por um lado, porque por outro também pode ser entendido como denúncia à sensaboria com que a violência urbana é vista pela sociedade, de um modo geral. Do ponto de vista literário é muito bom.
Simples e bonito. Pensei que mais uma vez veria um suicídio, após a apresentação da pistola, mas ele não veio. O final me surpreendeu mais ainda, não era esperado. Gostei, o conto passa esse ar místico da noite em cidade grande, acho que o cigarro foi um casamento perfeito.
Boa sorte!
Olá, Aka.
História bem escrita, com uma trama bem amarrada e um final que fechou em um xeque-mate. A realidade descrita em forma de uma linda prosa, contando mais nas entrelinhas do que se pode imaginar. Acho que estará no pódio.
Parabéns e boa sorte!
Ui, até o pseudônimo é um demônio, hum?,e um bode. KKKK
Então, oNoirfoi muito competente e me lembrou o Capitão Nascimento. Percebe-se que o personagem deseja mudança pela dica da promessa quebrada e, portanto, se sente a melancolia ao se perceber que ele fracassou, entrou o ano ruim, não houve renovação. Os demônios ainda permanecerão com ele.
Enfim, um bom conto, boa escrita, narrativa e bom uso do espaço.
Boa sorte no desafio.
Abraço!
Olá.
Gostei do conto, em especial pela atmosfera urbana e suja que ele consegue emular. Bom final tbm!
Abraço e boa sorte.
Muito bom, passou bem todas as sensações de um ser humano,com todos os seus demônios. A última frase parece dar a entender que ele é insensível à morte que faz parte do seu cotidiano, mas o parar de fumar tem a ver com tudo o que passa. Fuma para esquecer. Desconta no cigarro. Quem sabe em 2017 pare com isso? Ótimo!
Olá, Aka Manah.
O enredo é o ponto alto, os paralelos sobressalentes (demônios/fumaça/crime), a última frase, perfeita e concisa. Não curti muito o estilo e nem cacei problema social (embora o prrsonagem, para muitos, caia na ciranda do “policial-brutamontes”, k PM violento e assassino).
Avaliação e sentimentos divididos quanto ao seu texto. Por ora.
Sucesso neste desafio.
Olá José Leonardo. Agradeço o comentário!
Não sou de responder comentários mas, neste caso, abrirei uma exceção. Apesar do conto tentar abordar, sim, problemas sociais, em momento algum tentei descrever o “policial-brutamontes, violento e assassino” que você menciona. O esforço do conto inteiro é, inclusive, para fazer o oposto: narrar os sentimentos de alguém que muitos julgam não ter sentimento algum.
Grande abraço!
Olá novamente, Aka Manah.
Sobre o “policial-brutamontes” que citei no comentário: não afirmei que sua intenção era de traçar um personagem nesse molde, e sim que atualmente muitos leitores farão alusão à banda podre da polícia, entende? Faz parte do pensamento majoritário (seja entre intelectuais, políticos e civis comuns).
Ou seja, extrapola a intenção do autor, não depende dele. Mas mesmo que fosse sua intenção, jamais poderia ser censurada, pois é um ponto de vista.
Abraços.
É verdade José, não havia entendido desta forma. Realmente, não tem como evitar este tipo de pensamento.
Novamente, obrigado pelo comentário!
Os conflitos urbanos foram primorosamente lapidados: conviver com cigarros, demônios e distintivo deve enlouquecer até as estátuas pichadas nos centros urbanos …rsrs
Texto bastante interessante. Acho que poderia melhorar se fosse criada uma certa confusão entre a fumaça do cigarro e a fumaça da pistola, mas a distância entre a fumaça exalada para a noite foi muito distante da fumaça da lembrança para que isso acontecesse.
Esse com certeza será um dos meus 3 primeiros! Dizer o quê? Brilhante, aplausos!
Mais um soco no estômago. O segundo aqui no desafio.
Mais uma história crua que retrata o nosso cotidiano, uma perspectiva de quem participa ativamente das desgraças diárias para manter a sociedade “civilizada”.
Vai pro pódio.
Parabéns!
Excelente!
Pais um pseudo que nos apresenta possíveis verdades!
O demônio das más intenções que tem por objetivo evitar que as pessoas cumpram suas obrigações morais, nesse caso; ser um bom policial.
Daí temos o conflito intenso na mente do personagem, o tira bom e tira mau… Caramba! genial!
Realmente o jogo de palavras é ótimo!
Não curti muito a repetição de demônios no início, mas é justificável, dado o compromisso com a ideia, e a tensão que precisa ser criada num intervalo tão curto de tempo, sendo assim concluo que era extremamente necessário.
Um conto bom em todos os sentidos!
Lhe desejo muita sorte e te dou os parabéns!
Gostei da história, só substituiria as palavras repetidas sequencialmente num mesmo parágrafo, como, “demônios e dormia, dormiam”.
Um pouco mais de cuidado com os dois pontos e ponto e vírgula.
Boa sorte!
Muito bom! Envolvente e assustador, ao mesmo tempo que reflexivo.
Microconto policial bastante bom, conseguiu passar emoção sem ter que apelar para problemáticas sociais, gostei disso. Realmente uma boa história, está de parabéns.
BODE (Base, Ortografia, Desenvolvimento, Essência)
B: Contexto baseado em reflexões muito bem pontuadas. Simples, mas eficiente – 9
O: Escrita leve e fluente, essencial para o entendimento da história. – 9
D: Escrito em forma de pensamento, cria um clima intimista e melancólico desde o início. O final me fez ler novamente para ver se captava a transmissão de ideias. Então tudo ficou mais claro. Exige uma leitura atenta. – 8
E: Cotidiano bem explorado. O título faz jus ao enredo. – 9
Aqui estamos diante de um conto no melhor estilo noir!
Desculpe, mas visualizei o personagem como um Mickey Rourke do Copola misturado com coração satânico! (na minha cabeça já é assim, pronto. rs)
A ligação entre os males do fumo e a o males da alma, através dos demônios metafóricos, foi absolutamente perfeita. A linguagem favoreceu muito, pois você reflete e imagina as cenas. Imagina, inclusive, o personagem lembrando-se de sua vitima.
Também achei muito interessante a ligação dos sons a juventude, e depois isso melhora ao sabermos do garoto com o tiro no peito. Esse fragmento de voz do personagem nos mostra um pouco de sua personalidade.
O final é a cereja do bolo, Pois ao mesmo tempo que ele fuma, para aliviar a tensão do seu trabalho brutal, ele também já demonstra certo conformismo com sua tarefa. Ele não escolhe se aposentar, largar o emprego e virar hippie. Ele apenas opta por parar de fumar, que na sua opinião é uma coisa muito mais palpável. O que também não é parece verdade, pois ele está apenas no inicio do ano e promete a coisa para o ano seguinte, rs. Aliás, esse finalzinho me fez lembrar dos mestres Raymond Chandler, James Elroy e Dashiell Hamett!
Muito bom!!!
Parabéns e boa sorte no desafio.
Esse conto lembrou um conceito de Bakhtin: polissemia. Aqui se aplica aos demônios que ganharam vários significados. O cenário urbano e a fluidez ajudaram a me conectar ao conto. Gostei bastante!
Porra! Que mini-contaço!
Sem muito a dizer aqui, tudo muito bem escrito e arquitetado.
O final vem com gosto de soco no estômago.
Parabéns.
Abraço!
PS: A imagem escolhida também ficou show! Esses cenários noturnos de metrópole são meu ponto fraco.
Muito bom! Disse muito em tão poucas palavras, com sensibilidade certeira. Habilidade com a linguagem e as imagens, sem dúvida.
A leitura fluiu fácil como assistir a um trailer no cinema, mas sem a necessidade de ver mais. A história já está toda ali, passado, presente e até o futuro do personagem.
Boa sorte!
Que paulada! Muito bom! Não gostei da escolha de palavras e imagens em alguns pontos (sinfonia cantada?), mas em outros é extremamente certeira. O conceito de “demônio” é repleto de significados nesse pequeno conto, foi uma surpresa muito agradável desvendá-los.
Turbilhão emocional. Carga dramática muito boa. A intensidade do protagonista solta das palavras. Muito bom. Parabéns e boa sorte.
Olá! Eu gostei muito do que li aqui… pois é um texto denso e intimista.
Acho que gostaria de tê-lo em primeira pessoa. Senti uma certa ‘trava’ com as muitas vírgulas, dois pontos, ponto e vírgulas, embora elas estejam ali com perfeição, acredito eu… porém o conto é curtinho e achei q estas pontuações dominaram muito sabe como é? Numa segunda leitura deslizei melhor no fluxo do texto.
Vc está de parabéns, é um bom texto.
Abraço