EntreContos

Detox Literário.

Entre Livros (Claudia Roberta Angst)

Olhou para aquela cena sem se dar conta de onde realmente estava. Não esperava muito mais da sua memória. Do alto daquela estante, escolheu outra vida. Mais de uma. Recolheu a poeira sobre histórias alheias. Por não saber quantas leituras mereceria o enredo dos seus dias, foi colhendo recortes de uma existência e outra.

Já respondera pelo nome Amélia Gonçalves. Disso tinha quase certeza. Menina sem grandes atrativos, pouco tinha a oferecer além do lento arrastar do seu olhar. Não se apressava em entender o mundo, pois gostava de observar suas faces como em um dado de lados espelhados.

Invejava de forma quase dúbia a biografia de sua vizinha. Ela sim, tão cheia de talentos, amasiada com as fronteiras de um mundo desconhecido. Leitora voraz, Pietra mantinha seus olhos pouco expostos à luz do dia. Seu maior prazer parecia ser registrar suas opiniões literárias nas folhas de um caderno de linhas infinitas.

─ Me empresta esse livro quando acabar de ler?

Pietra olhou para a outra garota com um desdém quase estudado. Talvez pudessem ser amigas se compartilhassem dos mesmos gostos, mas aquela sonsa parecia ocultar segredos demais. Uniu suas mãos como em um pedido de clemência pela interrupção.

─ Gosta de ler, Amelinha? ─ Seus olhos abriram-se entre o espanto e o aborrecimento. ─ Gosta mesmo?

─ Dizem que é bom para ficar mais inteligente, sei lá.

─ Livros não tornam ninguém inteligente, menina. Se fosse assim, o livreiro Jacó seria um gênio, cercado de todos aqueles livros, não acha?

Amélia desistiu de ler aquele livro e depois dele, vários outros acabaram para ela na primeira página. Parecia ter sido condenada a uma constrangedora inimizade com as letras. Seu rompante mais curioso fora deitar seus olhos sobre as folhas de um diário cheio de páginas amarelas, enfeitadas com desenhos e colagens. Depois de algumas linhas, sentiu enjoo. Teve de parar ao ler a palavra crepúsculo.

Embora sentisse ter sido rejeitada pelo mundo das palavras, Amélia insistiu na busca de uma nova brincadeira de contar. O primeiro livro que lhe sorriu foi indicado pela professora Juliana, uma narrativa descompromissada com a verdade, apenas alguns contos de fadas escolhidos para alimentar a imaginação infantil. De repente, entre uma página e outra, o encanto cresceu aos olhos de Amélia como um sonho sem razões para despertar.

Foi naquele momento que a menina construiu para si um mundo sem fronteiras: uma biblioteca que se expandia de acordo com suas leituras. Invisível através dos anos, o refúgio passou a existir, primeiro em sua imaginação, a partir de uma pilha de gibis herdados do Tio Nicolau.

 

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Os anos de meninice e suas brincadeiras de roda foram ficando para trás. Aos poucos, Amélia sentiu-se mais segura como leitora e despertou para novas possibilidades. Personagens ímpares que se convidavam sem cerimônia para os salões iluminados de seus olhos vorazes. Velhos e crianças, inocentes e depravados, carregavam seus traços e maldades como ofertas. Todos velejavam pelo mar de sua imaginação e faziam com que a jovem mudasse seus horizontes.

Amélia escondia, talvez por pudor ou por falta de ousadia, a sua crescente fascinação por livros. Retirava-se, sempre que possível, para cantos sombreados pelo esquecimento. Embora ainda se mantivesse distante das grandes bibliotecas, afastava-se cada vez mais do deserto literário que a infância parecia ter lhe reservado.

A cada dia, Amélia surpreendia-se com o prazer que sentia só de permanecer com um livro nas mãos. Passou a acreditar em uma simbiose mágica que ocorria a partir das palavras lidas, varrendo qualquer tristeza pelo vão dos parágrafos. Encontrou a si mesma, aos pedaços nos pequenos contos que a levaram pela mão a romances mais densos. Não era mais nem criança, nem mesmo uma menina. Agora ela era rede de fragmentos, miríade de movimentos, quebra-cabeça com todos os mosaicos de suas leituras.

Tornou-se aquela que só pedia livros de presente, a garota que trocava exemplares, sem medo de compartilhar páginas e aventuras.  Deixou os gibis um pouco de lado, folheando livretos de banca de jornal. Não estava preocupada com o valor literário daquelas histórias recheadas de adjetivos e descrições insinuantes. Sentia-se à vontade entre as imagens românticas daqueles livrinhos com capas de gosto duvidoso. Devorou tudo o que encontrou com todos os nomes que lhe vinham como sussurros: Júlia, Sabrina, Bianca.

Os seus primeiros amores confundiram-se nas folhas de muitas narrativas românticas, das mais açucaradas às mais brandas. Não lembraria o dia do seu primeiro beijo, nem mesmo gravaria o nome do namoradinho que lhe provocou as primeiras lágrimas. Isso tudo perderia a razão de ser. No entanto, jamais esqueceria as confidências que trocava com as heroínas que, como ela, esperavam seu príncipe, aquele que a buscaria na porta da escola e faria adormecer seus medos diante do mundo adulto.

Foram as leituras sem profundidade que provocaram em Amélia um salto no escuro das narrativas. No susto da descoberta, aprendeu a lidar com aquelas fantasias destiladas que lhe arrancavam suspiros a cada parágrafo. A outra dentro dela, tudo observava e, no fundo do corredor de pensamentos, dava gargalhadas sem fim.

 

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Já podia se considerar uma mulher adulta, dizia para si mesma. Ainda que se lembrasse de sua mãe, orgulhosa ao exibir a inteligência da filha devoradora de livros. Amélia sabia que a mãe, apesar de exibir uma imagem de versada em literatura, só havia se rendido aos livros quando Filomena Birmann, a decoradora de renome municipal, sugerira ornamentar as prateleiras da sala de estar.

Essa foi outra vida, repetia como um mantra de resignação. Aquela menina sem diálogos não viveu muito para entender os argumentos ditados por filósofos e teóricos.

Em outra ocasião, talvez outra encarnação, Amélia flertou com Paulo Coelho. Não se arrependia de tê-lo conhecido entre um porre e outro. Realmente, achava que havia, enfim, escolhido o melhor combate. Esperou que a alquimia cuidasse do resto e, com alguma sorte, talvez fizesse chover.

Foi quando conheceu Marcelo. No meio de uma livraria famosa, abraçava cinco ou seis livros, ainda escolhendo quais deles levaria para casa. O moço, com sua postura formal de quem já há muito havia se desconectado da adolescência, encantou-se pela garota desengonçada com olhos perdidos em um universo particular. Talvez pelo apelo intelectual, ou por algo que parecia sem razão, Marcelo esbarrou em Amélia, deixando os volumes caírem ao chão. Nem ao menos lhe pediu desculpas. Observou sua reação, tentando adivinhar se salvaria os livros ou se apenas xingaria todos os seus antepassados.

Amélia soltou um palavrão enquanto se abaixava para catar o que podia, receando pelo estado dos livros. Sem se importar com os olhares à sua volta, cheirou um por um como uma mãe tentando reconhecer seus filhos e assegurar que estavam todos bem.

Ao notar o extremo zelo da jovem, Marcelo apressou-se em revelar algum cavalheirismo apanhando o último livro do chão. Curioso, leu o nome do autor na capa cinza e o reconheceu de imediato.

─ Opa, esse não é aquele cara que ganhou o Prêmio Javali?

Amélia desmanchou o semblante carregado, deixando-se rasgar por uma gargalhada que ecoou pela livraria. Muitos olharam para a moça, alguns riram junto, outros censuraram sua indiscreta alegria.

─ Quase isso, quase isso. ─ Amélia apertou os olhos em um sorriso sem limites. ─ Acho que você quis dizer Prêmio Jabuti.

─ Jabuti, javali, é tudo bicho, não é? Não entendo muito de literatura, mas posso te explicar porque o sorvete do Copamar é o melhor deste universo. Você e seus livros estão interessados?

Marcelo tomou todos os outros volumes das mãos de Amélia e sem mais uma palavra, foi até o caixa e pagou por eles. Amélia pensou em recusar a gentileza e fuzilar sua generosidade ostensiva, mas depois concluiu que seria besteira. Afinal, eram livros e, por eles, quase tudo faria. Tratou de sorrir e agradecer.

Passaram aquela tarde de sábado conversando sobre livros e sorvetes. Prazeres que queriam revelar um para o outro. Marcelo ficou tão encantado por Amélia que a seguiu por dias, cobrindo-a com flores e gentilezas. Dezoito meses depois, perdeu o juízo. Casou-se com ela.

 

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A casa era enorme, confortável e abundante em cômodos. Amélia escolheu o maior deles para resguardar o que possuía de mais valioso. Marcelo concordou porque ainda ouvia os sinos da lua de mel soarem acima do bom senso. Gostava dela assim mesmo, do seu jeito estranho de quem prefere livros a joias. Amava a maneira como enfileirava os volumes e explicava sua origem, como se fosse a autora de cada história. Ele então, apenas sorria e dizia que ali seria o Universo de Amélia. Se a tal Sofia possuía seu próprio mundo, então ela, sua amada esposa, merecia ter seu cosmo particular.

─ Será aqui. ─ Ela sorria dando voltas na sala ainda vazia, rodopios de felicidade e encantamento. ─ É perfeito!

Marcelo abraçou mulher e projeto com a mesma intensidade. Não entendia toda aquela empolgação de Amélia por papéis e letras, mas sua alegria era tão contagiante que se deixou embriagar sem contestar.

─ Espero que seja muito feliz aqui, amor.

Ela olhou para o marido como se tivesse sido agraciada com a maior das glórias, ungida como a preferida dos deuses. Era o paraíso e ninguém o arrancaria dela. Essa possibilidade sequer existia. Aquele seria o seu real paradeiro, o seu destino sem limites, a alma dos seus dias.

─ Seremos muito felizes.

Falava por ela e por todos os outros. E assim foi.

 

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Autores de best sellers e escritores atormentados por raras ondas de inspiração faziam fila em sua plataforma de prioridades. Era assim que Amélia chamava a prateleira onde depositava as suas intenções de leitura. Sentia-se, cada vez mais fascinada por aqueles criadores de experiências alheias, às vezes com uma assinatura subjetiva demais e cores próprias de um esquizofrênico. Não eram livros que poderiam ser considerados tratados de lógica, pois terminavam sem cálculos ou conclusões objetivas. Eram muito mais do que isso. Eram sua vida ou vidas e lidas.

Marcelo, o marido engenheiro, até se divertia com as descobertas literárias de  sua jovem mulher. Atencioso, admirava Amélia lendo em voz alta parágrafos inteiros do que, para ele, era apenas loucura reproduzida em papel.

A vida seguiu seu curso, respeitando quase uma linearidade Os dias encheram-se de sons e pilhas de roupa suja e brinquedos. Com o tempo, Amélia começou a notar que seus livros multiplicavam-se pelos cantos, em abandonadas leituras sem esperança de recomeço. A novidade eram as páginas com impressões doces, meladas imagens carimbadas, dedinhos enfeitando margens e cabeçalho.

─ Mamãe, lê de novo?

E lá ia Amélia pegar o livro e recomeçar a leitura na página mais rabiscada. Era a história preferida dos seus meninos. Embora, o pequeno Lucas gostasse ainda mais de se aventurar nos enormes livros de gravuras em três dimensões.

Os filhos cresceram, deixando de empilhar blocos para construir verdadeiras esculturas bibliográficas. Nem sempre, rendiam-se ao que se pudesse chamar de literatura. Às vezes, era apenas horror e algum subtítulo do inferno. Amélia tentou várias vezes entender o enredo daqueles livros tão aclamados pelo público juvenil, mas sempre desistia antes do terceiro parágrafo.

Cansada da sua rotina de mãe de adolescentes, Amélia resolveu se reinventar. Escolheu os clássicos como companhia, pois pensava estar preparada para um pouco mais de profundidade. Apresentou-se a Balzac, ensaiando discussões com a adúltera Madame Bovary. Maupassant foi o seu segundo autor escolhido.  Pareceu-lhe um tanto esnobe, e o imaginou comendo croissants gordurosos sobre o próprio manuscrito. A quem queria enganar com aquela Bola de Sebo?

A partir daqueles dias junto aos clássicos, Amélia passou a ter amantes, mas isso não constaria das páginas oficiais de sua vida. Fossem imaginários ou não, só ela saberia da verdade. Talvez fossem apenas distrações, pausas necessárias como um marcador entre as folhas de um longo e maçante romance.

De todas as suas vidas, algumas eram felizes, outras não. Umas eram como Tolstoi, outras desfilavam cores berrantes. Todas lhe pertenciam, pois delas se apropriava aos poucos, agregando à sua vida, seus modos, costumes e pensamentos.

Karenina, Bovary, Blanche Dubois, Capitu, tantas mulheres percorriam os labirintos mentais de Amélia. Também com os personagens masculinos, ela identificava-se, deixando-se seduzir por todos, dos mais inocentes aos mais canalhas. Eram todos parte dela, da reconstrução diária de uma vida que nunca se definia como própria e única.

Todos a chamavam de Amélia, mas ela sabia que possuía outros nomes, em vários idiomas, em diversas vozes. Pedaços multicoloridos, retalhos de mil parágrafos e sangue de todas as frases escritas.

Sua melhor versão do que pretendia experimentar chegou com Edgar Alan Poe. Alimentou os corvos que pousavam em seus pensamentos com ideias que produziam sombrias indagações. Aves que conspiravam por sua companhia todas as noites. Durante o dia, ela não sabia ser assim, cúmplice. Poe e ela não combinavam em conversações solares, mas à noite, tudo se transformava. Taciturno, brilhante, quem não se encantaria pelos seus densos humores?

Poe inundou biblioteca e vida com sua melancolia nebulosa. Sem previsão, nem mesmo uma ave de mau agouro, anunciou os dias que viriam. Foi em um dia qualquer, desses sem precisão no calendário, que Amélia notou em Marcelo, um tom arrastado de enredo dramático. Foi o começo do ensaio para os seus dias sem parceria.

O marido, já não tão jovem como nos dias em que preferia sorvete a chá sem cafeína, mais vulnerável do que pretendia ser, depois de um breve período como paciente hospitalar, cedeu ao branco das paredes e misturou-se à orla de seus personagens inesquecíveis. Amélia chorou, molhando e amassando páginas de autores malditos. Com os olhos embaçados de tristeza, observou as paredes da biblioteca craquelarem em uníssono luto.

Após um longo período de reclusão voluntária, ela viu-se quase arrancada de seu confortável refúgio. Os filhos, preocupados com a sua saúde, fizeram com que Amélia renunciasse ao seu ostracismo. Atendendo aos apelos e chantagens emocionais, ela resolveu acalmar sua voracidade de silêncio. Precisava focar a energia em algo que pudesse animar sua rotina e a aliviasse dos pesados véus da viuvez.

 

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Tudo aquilo ficara para trás como uma história mal escrita, dessas rascunhadas em apressados parágrafos para cumprir o prazo estipulado por um editor mal humorado.

Mais de uma vez, Amélia cedeu ao impulso de abrir livros que os filhos ou amigos abandonavam em seu território. Mil vidas ela experimentou, algumas rasuradas, outras manchadas de café e lágrimas. Admitia para si mesma ter sido muito mais feliz com os livros do que com aqueles que lhe impingiam alguma empatia.

Depois de reler parágrafos, refletindo sobre as críticas contraditórias recebidas, Amélia abandonava livros sem chance de epílogo. Sua subjetividade de leitora, influenciada por resenhas, deixava de considerar algumas obras relevantes.

Chegou o momento em que Amélia considerou-se madura o suficiente para partilhar seu gosto, o seu inegável vício, sem se importar com a opinião de  estranhos. Tentou participar de clubes de leitura, mas as arrastadas reuniões só agregavam tédio aos seus dias. Não tolerava as colocações intelectuais, pasteurizadas de leituras de rascunhos. Embora muitos admirassem as opiniões nada acadêmicas de Amélia, não se esforçavam em atrair seu interesse. Então, ela voltava para o seu cosmo particular. Olhava para as paredes descascadas que começavam a embolorar suas memórias e sorria, sentindo-se acolhida por suas velhas amigas.

Nos últimos anos, as prateleiras tombaram aos pares, acompanhando o declínio da capacidade visual de Amélia. Ela fingiu não notar que o seu recanto mágico não era mais o mesmo. Talvez, tivesse sido a partida de Marcelo, o debandar dos filhos em busca de outros destinos. Tudo se desfazia como que devorado pelas traças do tempo.

Os mais jovens diziam que ela devia acompanhar as luzes de um novo mundo. O neto, metido a poeta, esnobava os clássicos e citava apenas o que retirava dos seus blogs favoritos.  Um dia, Amélia lhe pediu para encontrar o último livro de Quintana. Queria apresentá-lo com merecidas honras. Marcelinho subiu na escada, alta e meio bamba, e disse, depois de uma breve investigação: ─ Não há nada aqui, vovó.

Se pudesse, ela teceria as teias com as aranhas, comparando os nós de suas existências quase sem sentido. Havia uma delicadeza poética em seus passos, deglutindo moscas e fatos que ousavam distrair a atenção do que realmente importava.

Seus últimos dias passaram como uma contínua releitura de letras embaralhadas. Tinha certeza de que todas aquelas histórias ainda estavam ali. Não precisava relê-las para saber que aquelas linhas haviam sido escritas nas dobras de suas memórias.

O capricho da arrumação dos volumes perdeu-se com o tempo. Faxineiras não se importavam com letras antigas e amontoavam os volumes como achavam mais adequado, sem qualquer interesse além do pó acumulado. Eram de todos os tamanhos, tantos que se empilhados, subiriam ao céu tal qual uma Babel em fênix transformada. Podia sentir as lágrimas grudarem como lembretes em sua face.

O teto amarelado revelava uma iluminação precária que apagava rastros de enredos de lugares e épocas distantes. A passagem do tempo, impiedosa e incessante, não tardaria a fazer desabar teto e razões. O mundo parecia fechar-se rapidamente, com suas cortinas pesadas encerrando o espetáculo de tantas vidas.

Era quase noite, a que viria depois da milésima primeira, e Amélia não tinha mais pressa para reescrever o que já havia vivido. No caos que se aproximava, ainda restariam seus sonhos, mensagens a serem decifradas por outros leitores. Fossem eles daquele mundo ou das estrelas que piscavam convidando para uma nova aventura: o caos.

75 comentários em “Entre Livros (Claudia Roberta Angst)

  1. rsollberg
    11 de janeiro de 2016

    Entre livros (Mariana)

    Gostei muito do conto, afinal, acredito que todos nós aqui temos um pouco de Amélia. Quem nunca leu Paulo Coelho e amaldiçoou o Crepúsculo? Aliás, podem jogar a primeira pedra, mas eu curti o “Alquimista” e o “Monte Cinco’, rs. Às vezes, dou uma de Marcelo nas bibliotecas, procurando alguém para esbarrar e deixar meus livros caírem no chão.

    Esse trecho é belíssimo, triste, é claro, mas de força e beleza sem igual: “O marido, já não tão jovem como nos dias em que preferia sorvete a chá sem cafeína, mais vulnerável do que pretendia ser, depois de um breve período como paciente hospitalar, cedeu ao branco das paredes e misturou-se à orla de seus personagens inesquecíveis. Amélia chorou, molhando e amassando páginas de autores malditos. Com os olhos embaçados de tristeza, observou as paredes da biblioteca craquelarem em uníssono luto.”

    Penso que o autor soube narrar com maestria uma vida inteira em apenas um continho. (e isso não é nada fácil). E para não dizer que só falei de livros floridos. Penso que o vocábulo “Amélia” poderia ser suprimido algumas vezes, sem prejuízo e ganhando um pouquinho mais de agilidade.

    Uma ótima história!
    Parabéns e Boa sorte.

    • Claudia Roberta Angst
      12 de janeiro de 2016

      Obrigada pelo seu comentário, Rafael. Só li agora, mas antes tarde do que nunca. Vou tentar cortar as Amélias desnecessárias. Valeu pela dica. Abraço.

  2. Fabio D'Oliveira
    5 de janeiro de 2016

    ௫ Entre Livros (Mariana Mendes)

    ஒ Físico: O texto revela uma autora brilhante, que faz com que cada frase tenha vida própria. Mariana é talentosa. Isso é um fato. O desenvolvimento da estória acontece de forma tão natural, casa perfeitamente com a narrativa, que o leitor mergulha intensamente no texto. O tom poético se destaca no estilo, um pouco demais, às vezes. O ideal seria que Mariana trabalhasse isso, evitando exageros e mantendo a harmonia do conto.

    ண Intelecto: A estória não impressiona. E não foi feita para impressionar. Nota-se que Mariana não tinha grandes pretensões ao escrever esse lindo conto. É a estória da vida de Amélia. Simples assim. A autora consegue desenvolvê-la com tanta delicadeza, com tanta doçura, que fica difícil não se apaixonar pela estória. De fato, a forma como Mariana decidiu contar a estória não irá agradar muitos. Somente leitores seletivos irão apreciar tudo que o texto tem a oferecer.

    ஜ Alma: No início, fiquei pensando como a autora iria fundir a leitura com a biblioteca sem cair no erro de muitos outros contos. No entanto, após a morte de Marcelo, a biblioteca ganhou tanta importância, tanta força, que vemos nele como o verdadeiro refúgio de Amélia. Mariana é talentosa, já disse isso, e merece parabéns e palmas, muitas palmas. CLAP, CLAP, CLAP, CLAP, CLAP, CLAP, CLAP, CLAP, CLAP, CLAP!

    ஆ Egocentrismo: Gostei da leitura. Admito que me cansei, pois houveram alguns exageros no que se trata do tom poético, mas não posso desmerecer o texto por causa disso. A vida de Amélia ficou linda através dos olhos de Mariana.

    • Claudia Roberta Angst
      6 de janeiro de 2016

      Achei admirável a sua atitude de comentar os contos mesmo depois do fim do desafio. 🙂
      Mariana ficou muito feliz ao saber que você a considera talentosa. E realmente, ela não tinha pretensão alguma ao escrever este conto.
      Seu comentário até me deu uma animada. Obrigada. Abraço.

  3. André Lima dos Santos
    2 de janeiro de 2016

    O estilo não me agrada, mas devo reconhecer que está muito bem escrito. Só acho que poderia ser melhor lapidado, sabe? Há muita informação no conto que o fez ser longo e cansativo.

    A trama mais realística é boa. Acredito que o conto vá pegar uma boa posição!

  4. Leandro B.
    2 de janeiro de 2016

    Oi, Mariana.

    De vez em quando alguns contos por aqui fazem com que eu pense sobre mim mesmo como um bruto :(.

    Veja, seu trabalho está muito bem elaborado e a qualidade da escrita, das construções é excelente. Mas acho que faltou algo. O conflito da história (ou os conflitos, pelas mudanças de tempo) foi (foram), para mim, sutil (sutis, argh) demais. Já vi alguns manuais sugerindo justamente que isso é o que um escritor deve buscar, conflitos mais sutis, já que raramente queremos escritos a la novela mexicana com mortes, doenças e traições amorosas entre irmãos.

    Mas aqui não fui fisgado pela história. Em algumas partes me animei, como no primeiro encontro entre Amélia e Marcelo, me diverti com o Javali, mas tudo seguiu de maneira tão aparentemente mansa que me dispersei um pouco na leitura.

    Ainda assim, o conto ganhou pontos comigo pelas construções bem elaboradas e não exageradas. Acho que você encontrou um dos melhores equilíbrios neste aspecto no desafio.

    Enfim, parabéns pelo trabalho.

    • Mariana Mendes
      2 de janeiro de 2016

      Você não é um bruto, Leandro! Obrigada pelo comentário. Abraço.

  5. Rubem Cabral
    2 de janeiro de 2016

    Olá, Mariana.

    Acho que sei quem é você! 😀

    O conto é lindo, parece em grande parte autobiográfico e o nome da personagem “Amélia” deve ter sido escolhido em função do teor irônico embutido.

    Gostei bastante: está muito bem escrito, bem desenvolvido. Tem emoção, mas não resvala no sentimentalismo sem razão. Enfim, foi uma leitura muito agradável.

    Abraços e parabéns.

    • Mariana Mendes
      2 de janeiro de 2016

      Poxa, que surpresa! Jurava que você não ia gostar do meu conto. Minha intuição anda meio embaçada mesmo.
      Todos sabem quem eu sou. Deixei de ser um enigma.
      Obrigada pelo comentário. Abraço.

  6. Piscies
    2 de janeiro de 2016

    Isso aqui é uma obra de arte. Uma leitura exuberante, inspiradora, que conjura imagens sublimes na mente do leitor, fazendo-o refletir, sonhar, sorrir e chorar. Muito bom!

    A subjetividade do conto é única. O que eram os livros de Amélia? Livros físicos ou sua experiência de vida? Algo nas palavras do conto sugere que ambos estão mesclados durante a narrativa. Como nossas próprias vidas! Quem não sabe que ligamos os livros às épocas da nossa existência? “Este livro me lembra a viagem que fiz para …” ou “Este livro me lembra minha primeira namorada”.

    Este conto é uma homenagem aos livros, uma narrativa de como eles fazem parte importante da nossa existência. Não só os livros, mas a arte em geral. E que conto! Além disso, notei a breve colocação sobre a importância dos livros aparentemente “sem profundidade” na formação do leitor. Há aqueles que discordam, mas eu concordo e assino em baixo.

    Parabéns autor! Um dos melhores que li aqui!

    • Mariana Mendes
      2 de janeiro de 2016

      O que falar depois de ler um comentário desses? Só agradecer a sua leitura sensível e generosa. Boa sorte para você. Abraço.

  7. Phillip Klem
    1 de janeiro de 2016

    Boa noite.
    Você tem uma escrita bastante rica e muito bem estruturada.
    Gostei de todas as frases e enfeites que você usou.
    Mas, por ter enfeitado demais, ou talvez por que o conto é muito longo, foi bem cansativo de se ler.
    Resumindo. Você me deixou dividido. Por um lado adorei a sua escrita, por outro, não foi a leitura mais prazerosa que eu tive neste desafio.
    Enfim, eu sou confuso hehehe.
    Meus parabéns pela escrita e boa sorte no certame.

    • Mariana Mendes
      2 de janeiro de 2016

      Agradecida pelo seu comentário. Até eu fiquei dividida quanto ao conto.
      Abraço e boa sorte para você também.

  8. Evie Dutra
    1 de janeiro de 2016

    Olá, boa noite.
    Não há dúvida de que você escreve bem. Seu vocabulário é extenso e sua escrita leve e fluída. Porém, o tema que você abordou não me agradou muito. Acho que isso ocorreu pelo fato do conto ser muito longo.. se tornou maçante para mim.
    A história me fez lembrar um conto de fadas. Tudo aconteceu tão rápido na vida Amélia, inclusive o casamento.
    Enfim… você tem muito talento.
    Boa sorte.

    • Mariana Mendes
      2 de janeiro de 2016

      Todo mundo achou o conto longo, até eu! Obrigada pelo seu comentário. Abraço.

  9. Evie Dutra
    1 de janeiro de 2016

    Olá, boa noite.
    Não há dúvida de que você escreve bem. Seu vocabulário é extenso e sua escrita leve e fluída. Porém, o tema que você abordou não me agradou muito. Acho que isso ocorreu pelo fato do conto ser muito longo.. se tornou maçante para mim.
    A história me fez lembrar um conto de fadas. Tudo aconteceu tão rápido na vida Amélia, inclusive o casamento.
    Enfim.. você tem talento, muito.
    Boa sorte.

  10. Bia Machado
    1 de janeiro de 2016

    Sei de quem é esse conto! E com certeza, sei pela qualidade da escrita. Um conto longo, mas que nem percebi quando chegou ao final. Muito bonito, e me vi nessa personagem, muito mesmo. Parabéns por mais um ótimo trabalho!

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Será? Será? De repente, nem me conhece.
      Obrigada pelo seu gentil comentário.
      Abraço.

  11. Mariana Mendes
    1 de janeiro de 2016

    O caos sempre será o melhor em nós.
    Então, se o conto virou um caos morno, insosso,seja lá o que mais, mesmo assim, ele será o melhor (que tenho pra hoje).
    Agradeço pelo seu comentário.
    Abraço.

  12. Wilson Barros Júnior
    1 de janeiro de 2016

    A primeira coisa que salta aos olhos é o protesto do autor contra as pessoas que desestimulam as crianças a ler, algo mais comum do que se pode pensar. A descoberta da leitura vem a seguir. O Javali apareceu da maneira mais elegante de todas até agora. O enredo foi impressionante, e o fim emocionou-me: o caos, o caos, sempre o caos… Muito bem feito, parabéns.

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Agradeço pelo comentário generoso.Finalmente, alguém entendeu a presença de Pietra no conto! É isso aí: apesar de ter sido desestimulada a ler, Amelinha acabou se apaixonando aos poucos pelos livros. O caos sempre será o melhor em nós.
      Abraço.

  13. G. S. Willy
    30 de dezembro de 2015

    O conto não me fisgou, talvez por não haver em nenhum momento algo a se esperar em seguida. A vida de uma pessoa ao redor dos livros pode até ser interessante, mas nada de novo apareceu sobre toda a camada de metáforas e vidas vividas em livros. Acho que insosso seja a palavra que eu esteja buscando.

    Mas é inegável que o(a) autor(a) tem familiaridade com as palavras, e eu não relutaria em ler outras obras da mesma autoria.

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Por que foi tão insistente na sua busca? Ficaria tão feliz sem a palavra “insosso” !
      Brincadeira à parte, agradeço pelo comentário. 🙂

  14. Pedro Luna
    30 de dezembro de 2015

    Infelizmente não gostei muito. Esse tipo de texto, mencionando a todo momento obras reais e criando paralelos não me atingem em cheio : /

    Gostei do relato de toda uma vida acontecer a partir do contato com os livros, de diferentes formas, mas acho que a trama poderia sair um pouco disso e trazer mais do que uma biografia da personagem. O encontro com Marcelo foi o ponto baixo, clichê demais o tal esbarrão.

    Apesar da trama não ter me fisgado, valeu a excelente escrita.

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      A vida é um clichê! Pelo menos,foi um esbarrão intencional.
      Agradeço pelo seu comentário. Abraço.

  15. Jowilton Amaral da Costa
    29 de dezembro de 2015

    O conto é bem escrito, sem dúvida. Mas, o enredo não me prendeu, achei bem monótono. Se fosse mais curto, talvez eu tivesse me apegado mais ao texto. Tem passagens bacanas e tudo, mas, é muito guti-guti para mim, e além do mais a história é insossa, ao meu ver. Boa sorte.

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Monótono, hummm…Sim, pode aceitar isso.Insossa? Doeu um pouco, mas vai passar.
      Concordo que o conto deveria ser mais curto.
      Agradeço pelo seu comentário.
      Abraço.

  16. Thiago Lee
    27 de dezembro de 2015

    Sua técnica narrativa é impecável e bastante fluida.
    A história, apesar de seguir sem surpresas ou inovações, é bastante singela e conseguiu me fisgar. A protagonista foi bem construída ao longo dos paráfragos e as referências aos autores reais foram bem colocadas.
    Parabéns!

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Agradeço pelo seu comentário bastante agradável.
      Abraço.

  17. JULIANA CALAFANGE
    23 de dezembro de 2015

    Gostei do conto, desde o começo. Mesmo sendo “batida” a ideia, foi bem executada na minha opinião. A leitura flui com muita leveza, as imagens são belas e as metáforas precisas. Acho q ficou um pouco arrastado na fase madura de Amélia. Mas isso não me desconectou do conto. Gostei bastante. E vou passar o verão com a imagem de “livros e sorvetes” na cabeça. Absoluta delícia! Parabéns!

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Realmente, não primei pela originalidade neste desafio. O tom arrastado poderia ser suavizado se eu não tivesse me alongado tanto.
      Que o seu verão seja lindo com livros e sorvetes
      Agradeço pelo seu comentário.
      Abraço.

  18. Fil Felix
    22 de dezembro de 2015

    Conto muito bonito, romantizado. Essa ideia de mesclar a vida real com a vida dos inúmeros personagens que lê é muito boa, mas teve “açúcar” demais. Há diversas qualidades aqui, começando pela narração excelente e a forma como usou as metáforas, também ótimas. Todo um passar de vida, acompanhado pelos livros. Mesmo com os pequenos clichês que se comentaram (como o “livro mágico”), não faz com que a história perda o fôlego.

    Há muitas passagens bem construídas (como a que ela se torna amante), que saltam aos olhos. Mas preciso confessar, por gosto pessoal, que não é o estilo de conto que me leva numa viagem. Pelo contrário, me deixa com os pés no chão, um pouco arrastado, um outro pouco lento… Mas características essas que encantam outros leitores!

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Desculpe aí se eu aumentei a sua taxa de glicemia!
      Agradeço pelo seu comentário.
      Abraço.

  19. Daniel Reis
    21 de dezembro de 2015

    Conto bastante extenso, toda uma vida entre livros. Salpicado de experiências pessoais da autora, mas assim mesmo algumas delas chegaram a ressonar, porque acho que são comuns a todo mundo. O tempero em geral é agridoce, mas o final foi bem o esperado, sem grande impacto ou surpresa.

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Concordo – o conto está extenso demais. Ressonar? O conto deu sono, né?
      Agradeço pelo seu comentário.
      Abraço.

      • Daniel Reis
        2 de janeiro de 2016

        Não não deu sono… só reverberou, mesmo! Boa sorte!

  20. Eduardo Selga
    20 de dezembro de 2015

    A narrativa apresenta, sob alguns aspectos, uma sofisticação acerca da qual vale a pena refletir. Se levarmos em consideração o todo do texto, o início pode adquirir uma significação especial. Pietra pode ser entendida como ao “alter ego” de Amélia, uma vez que esta personagem atravessa, durante todo o conto, a face mais ingênua da leitura, focada no impacto da recepção, e vai à leitura mais exigente, preocupada com questões de ordem estética.

    Somado a isso o fato de que Pietra não mais aparece no corpo da narrativa, podemos entender o início como uma espécie de prólogo, que resume uma das questões de fundo postas pelo conto: o texto ficcional enquanto entretenimento ou arte. Reforça o que eu afirmo um detalhe, um aparente acaso: pietra, em italiano, significa pedra, e o empedramento é uma das consequências possíveis do intelectualismo, essa supervalorização do teórico a ponto de aspectos importantes do fato que demanda análise sob diferentes óticas serem desconsiderados.

    Apesar de o conto apresentar uma grande qualidade, uma camada alegórica bastante forte e que é o sustentáculo do conto, muito mais do que o próprio enredo, apesar disso ele peca por usar pelo menos três clichês situacionais que, segundo minha visão, comprometem a qualidade narrativa na medida em que o trato dado não apresenta nenhuma novidade. Temos primeiramente a concepção do livro como um objeto quase mágico, necessariamente transformador; em segundo lugar, o amor que surge a partir de um esbarrão ocasional; o terceiro clichê e talvez o pior de todo é a personagem dar “rodopios de felicidade e encantamento” ao modo de “A Noviça Rebelde”.

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Sim, acho que Pietra pode ser entendida como ao “alter ego” de Amélia. O que eu quis passar é que apesar de não ter estimulada a ler, Amelinha apaixonou-se pelos livros aos poucos.
      Quanto aos clichês, não me preocupei com eles. Nem reparei que estava usando o livro como um objeto mágico. Bom, talvez, eu veja mesmo uma certa magia nos livros.O esbarrão foi proposital, Marcelo provocou o encontrão. Os rodopios à la Noviça Rebelde foram mesmo um tanto exagerados.
      Agradeço pelo comentário muito bem embasado.
      Abraço.

  21. Rogério Germani
    20 de dezembro de 2015

    Olá, Mariana!

    Obrigado por resgatar o estilo Éramos Seis, o livro maior de Maria José Dupré!
    Você conseguiu fazer de um enredo comum, entre grande parte dos amantes de livro, uma trama doce permeada de belas passagens. Destaco esta:

    “Passou a acreditar em uma simbiose mágica que ocorria a partir das palavras lidas, varrendo qualquer tristeza pelo vão dos parágrafos.”

    Como disse em outros contos anteriores, não procurei, desta vez, correr atrás de erros ortográficos e, sim, na criatividade do autor(a) para desenvolver o texto ao redor da imagem proposta para o desafio. Apesar de narrar um lugar comum, seu conto soube seduzir a atenção dos leitores.

    Boa sorte!

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Li muito Maria José Dupré quando menina. Éramos Seis, Gina, Os Rodrigues…
      Que bom que você gostou do que leu aqui.
      Agradeço pelo comentário generoso.
      Abraço.

  22. Antonio Stegues Batista
    19 de dezembro de 2015

    Com certeza um bom conto! Acompanhei com com atenção e curiosidade a vida de Amélia e seus livros. Livros que ela amava e em sua imaginação se tornava um de seus personagens. Montou uma biblioteca real e imaginária. Através dos anos a real foi se desfazendo assim como a aquela, a da sua imaginação, criou poeira e teias de aranha, uma biblioteca em ruínas.

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Captou bem a ideia que eu quis passar!
      Agradeço pelo comentário.
      Abraço.

  23. Lucas Rezende de Paula
    18 de dezembro de 2015

    Por favor alguém me explica essa história de javali???
    Adorei o conto, mesmo não me achando o alvo da técnica utilizada.
    O tamanho do conto não me incomodou, a leitura foi fluída e não consegui parar antes do final.
    A personagem está muito bem construída, cativa o leitor e sua vida também ganha a importância do mesmo.
    Não tenho nada a reclamar, muito bom.
    Parabéns e boa sorte.

    • Anorkinda Neide
      18 de dezembro de 2015

      Oi!! é o seguinte.. havia na votação para o tema do desafio, uma meia duzia de imagens, uma delas era a de um soldado da SS, com um javali ao lado, parecia um companheiro…
      No grupo dos escritores do EC no facebook, nós brincamos muito com esta imagem, achamos mesmo q ela fosse ser a escolhida para o desafio. Ela perdeu para a Biblioteca devastada então nós apostamos que muitas pessoas fariam alusão ao javali em seus contos.
      😉

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Ainda bem que a Anorkinda já explicou o javali.
      Agradeço pelo seu comentário.
      Abraço.

  24. Leonardo Jardim
    18 de dezembro de 2015

    Caro autor, seguem minhas impressões de cada aspecto do conto antes de ler os demais comentários:

    📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫): a história é bem contada e narra com suavidade toda a vida de Amélia. Senti falta, porém, de alguma coisa mais extraordinária ocorresse, além da paixão dela por livros. Principalmente no final, faltou algo para criar um clímax.

    📝 Técnica (⭐⭐⭐⭐⭐): muito apurada, não vi nenhum motivo para retirar uma estrela. Muitas frases inspiradas, as numerosas referências à literatura e ao próprio Entre Contos e a suavidade com que o tempo foi passando foi tudo muito bom. É o maior mérito do conto.

    🎯 Tema (⭐▫): a biblioteca está no centro da trama, mas não tinha como ficar tão destruída como na foto. Abandonada, mas não em ruínas.

    💡 Criatividade (⭐⭐▫): algumas frases foram muito criativas, mas o mote em si (viciados em leitura) é um pouco comum.

    🎭 Emoção/Impacto (⭐⭐⭐▫▫): o texto é bonito e me peguei sorrindo algumas vezes (como na parte em que Marcelo perde a cabeça e se casa). Mas o impacto ficou reduzido pela trama ser simples e sem clímax.

    💬 Trecho de destaque: “Não se apressava em entender o mundo, pois gostava de observar suas faces como em um dado de lados espelhados.”

    • Leonardo Jardim
      18 de dezembro de 2015

      Depois de ler os demais comentários, resolvi não tirar uma estrela do quesito “Tema”, pois entendi a ideia metafórica por traz da biblioteca destruída.

      • Mariana Mendes
        1 de janeiro de 2016

        Que bom que não vou perder uma estrela do quesito Tema.
        Agradeço pelo seu comentário.
        Abraço.

  25. Claudia Roberta Angst
    18 de dezembro de 2015

    Conto longo, hein? Mas gostei do tom de prosa poética e enfoque intimista. Acompanhar a vida de Amélia entre seus livros foi uma boa viagem. Acho que muitos aqui vão se identificar.
    A passagem com a vizinha Pietra ficou meio perdida no enredo. Qual a relevância da menina na vida de Amélia, além de lhe frustrar o interesse pela leitura?
    Não encontrei falhas de revisão, apenas uma frase que ficou estranha:”Eram sua vida ou vidas e lidas.” Acho que entendi que a autora quis mesclar a vida de Amelinha às dos personagens em suas leituras – vidas e lidas rimam, mas faltou algo aí
    A melhor parte foi a do encontro com Marcelo. E aí o Javali apareceu! Foi uma menção sutil, desta vez.
    O final é melancólico, anunciando a partida de Amélia,mas mesmo assim achei bem bonito. Somente evitaria a repetição da palavra “caos” porque tirou a força da última fase. Porque, afinal, como lembrou FB – “O caos sempre será o melhor em nós.”
    Boa sorte!

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Agradeço pelo seu comentário.
      Abraço.

  26. Gustavo Castro Araujo
    17 de dezembro de 2015

    Não adianta negar: existem estilos que cativam já na primeira linha. Acontece comigo quando leio Ammaniti ou Hosseini. É a maneira de escrever, de contar a história, o tipo de coisa que faz com que queiramos ler até mesmo a lista de compras do autor. Aqui acontece o mesmo. Vou tietar na cara dura: adoro o jeito que você escreve, cara autora. Essa mistura de prosa poética, o uso das palavras que me surpreende a cada parágrafo, tudo sem perder a linha de raciocínio, conduz o leitor embasbacado (eu) por um labirinto de maravilhas até o instante derradeiro. Sei que alguns podem considerar arrastado, enfadonho ou até mesmo morno, mas para mim é como uma injeção de ânimo.

    A história de Amelinha é a história de todos nós, leitores ávidos. Desde os primeiros contatos com livros, as influências por que passamos quando crianças, os gibis, a escalada no quesito profundidade, as experiências que buscamos, as vidas que testemunhamos e vivemos. Todo mundo que gosta de ler passa por isso, e é essa exatamente a razão por que este conto cativa tanto. É impossível, pelo menos para mim, não se identificar em algum momento com a protagonista, com suas experiências literárias, com sua vontade de, como um Visconde de Sabugosa, misturar-se às páginas de narrativas mil, saciar uma sede impossível.

    Achei excelente a ideia de falar do amor que sentimos pela leitura à medida que a vida de Amelia se desenrola. Fosse um romance de fôlego – e talvez possa ser, por que não? – poderíamos ter uma noção mais ampla de como as leituras, desde os sabrinescos livros de bolso até os clássicos influenciaram na maneira como ela viveu. Todavia, em face dos limites draconianos impostos pelo desafio (acho que a alusão a “nazista-de-óculos” à minha pessoa, no conto “Insensata” tem a ver com isso, embora eu não use óculos), o resultado ficou próximo da perfeição.

    Essa ideia de misturar fatos corriqueiros da vida de alguém ao mote principal necessita de uma habilidade diferenciada, eis que é muito fácil perder-se em um ou outro caminho. Bons exemplos dessa perícia são vistos em “Reparação”, do Ian McEwan, e, pasme, em “Marley e Eu”, do John Grogan. A proximidade com a rotina do protagonista faz de nós, leitores, seus confidentes, levando à inevitável afeição. Não tem como não ficar triste quando Marcelo se vai, ou mesmo quando a própria Amelinha também parte.

    Enfim, um conto maravilhoso, que só não ganhará a nota máxima por causa da pequena confusão entre Amelinha e Pietra no primeiro ato. De resto, isto é, 95%, está sublime. Obrigado pela leitura e… Parabéns!

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Agradeço, contente e ruborizada, pelo seu comentário.
      Abraço.

  27. Evandro Furtado
    16 de dezembro de 2015

    Olá, seguem as considerações:

    Fluídez – 10/10 – apesar da complexidade – e da beleza, diga-se de passagem – do texto, ele flui bem, corre bem, é compassado como música clássica com leves toques de uma guitarra bem afinada aqui e ali;
    Estilo – 10/10 – é isso que chamam de sabrinesco? Pelo menos o começo? Acho que sim. Gostei do tom que imprimiu aqui e foi mudando conforme a história foi avançando, a trama sempre bem amarrada. Tem aquela coisa de “Éramos Seis”;
    Verossimilhança – 10/10 – é tudo tão bem desenvolvido que passa como um filme diante dos olhos. À personagem principal foi conferida tamanha complexidade que ela quase salta de dentro do texto. Acaba sendo metaalgumacoisa aqui, considerando que ela própria trazia à vida os personagens dos livros que lia;
    Efeito Catártico – 9/10 – só o final que não fez muito juz ao fantástico texto que temos aqui. Sempre dou um valor enorme à última frase, acho que é a mais importante – diante de tudo que se apresentou anteriormente. Talvez a palavra “caos” tenha perdido força porque você usou ela pouco antes, questão de duas frases. Isso não tira, de modo algum, a brilhantia desse conto.

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Agradeço pelo seu comentário.Adorei!
      Abraço.

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Ah, esqueci de agradecer por ter me alertado da repetição de CAOS. Era para eu ter trocado o primeiro por outra palavra e acabei me esquecendo de fazer isso. Realmente, tirou o impacto da última frase.

  28. Davenir Viganon
    15 de dezembro de 2015

    Gostei muito. Se entendi bem, a imagem do desafio serviu de metáfora para uma vida repleta de tudo que há numa vida. Conseguiu me agradar mesmo não sendo a minha praia. O inicio ficou meio arrastado, talvez por não entender onde aquilo ia levar, depois fez sentido. Parabéns!

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Você entendeu muito bem.
      Agradeço pelo seu comentário.
      Abraço.

  29. Simoni Dário
    15 de dezembro de 2015

    Muito boa a abordagem da evolução de uma vida acompanhada pelos livros e a Biblioteca de Amélia. O paralelo traçado foi muito feliz, prendendo a minha atenção do início ao fim. Bem escrito e bem narrado, o texto é de uma sensibilidade cativante e tem um final de categoria, aliás, como todo o texto. Gostei muito.
    Bom desafio!

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Agradeço pelo seu comentário.
      Abraço.

  30. Brian Oliveira Lancaster
    15 de dezembro de 2015

    MULA (Motivação, Unidade, Leitura, Adequação)

    M: Impressionante. Começa simples, mas vai ganhando força ao repassar os capítulos da vida da jovem. Atmosfera cotidiana bem apresentada, sem ideias mirabolantes e “altas confusões”.
    U: Escrita leve e fluente. Consegue criar empatia imediata. Nada me incomodou.
    L: Demonstra de forma prática, a passagem de tempo e suas influências, sem muitas frescuras. O que foi essencial para o desenrolar da trama. Gostei de todo o tom apresentado, do início ao fim (literal) de uma vida “comum”. Olha o javali aqui!
    A: Captou toda a essência que a imagem poderia transmitir. Excelente.

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Agradeço pelo seu generoso comentário.
      Abraço.

  31. Andre Luiz
    15 de dezembro de 2015

    Achei o desenvolvimento do conto muito lento, mesmo que sua premissa tenha sido boa, o que no geral me desanimou de continuar na narrativa. O apego de Amélia pelos livros, quando criança, é muito interessante, lembrando-me de meus próprios dias de infância e pré-adolescência. Contudo, senti que o desenvolvimento da personagem foi muito demorado, bem como sua “fase adulta” muito intrincado, complicado e extensivo. Talvez se você limpasse seu texto e garimpasse aquilo que realmente completa a “trama principal” o ritmo ficaria muito mais fluido. Boa sorte!

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Concordo que uma limpeza e uma enxugada fariam bem ao conto.
      Agradeço pelo seu comentário.
      Abraço.

  32. Cleber Duarte de Lara
    14 de dezembro de 2015

    CRITICA
    O trechinho inicial animou-me, parecia que iria assumir tons de Clarice em seu olhar corrente e sem pressa de julgar, de aplicar reducionismo…
    Daí ficou confuso, e a dupla indecisão na junção de “quase” com “dúbia” soou como uma tentativa de tornar o obscuro em algo que o leitor vá achar além da sua compreensão, quando é só imprecisão gratuita. O caráter da menina Pietra é assim, extremamente diluído e o diálogo só reforça a impressão de que se trata de uma personagem acessória.
    A dificuldade de leitura inicial, o começo tímido com os gibis, apesar da ânsia por pertencer às letras fica meio cambaleante como comentou a Anorkinda logo abaixo. Poderia ficar melhor sequenciado essa evolução dela, mais esclarecido se o problema era por conta de tédio, expectativas frustradas, falta de vocabulário ou assiduidade familiar ausente em relação a cultura, etc. Ou se o problema era de dislexia mesmo por parte dela, e os símbolos a aturdiam apenas por estarem lá amontoados sobre a página. O tédio com as Sabrinas e afim de minha parte é puro e injustificado preconceito, e o encontro foi condizente com o tipo de leitura que ocorria no momento precedente ao encontro, e o clichê dos livros derrubados foi só um detalhe no açúcar do trecho. O rapaz não era dado a leituras e simplesmente aparece pra tombar com a heroína romântica e salvar sua carteira como bom príncipe em seu cavalo branco.
    Concordo que poderia ter enxugado alguns momentos, e aproveitado pra inserir diálogos e mostrar momentos com maior intimidade na parte inicial até logo após o casamento…
    PONTOS POSITIVOS
    …e as críticas vão até esta parte, como se a trajetória dela fosse mudando de acordo com a experiencia de leitura da personagem, o tom vai ficando mais realista, mais denso e poético (no bom sentido, o que nem sempre é o caso em se tratando de contos). A partir sobretudo da leitura de Poe, a coisa vai nos prendendo como areia movediça, lenta e morna, uma agonia inominada, de bastidor. Senti que a humanidade da personagem inicia sua trajetória ascendente rumo um crescendo. Paradoxalmente sua vitalidade vai decaindo, como prevê a lei natural da entropia, e tudo desemboca magistral e inevitavelmente no caos.
    Aqui cabe a observação da Neusa: Descreve a vida de todos nós.

    Não tenho como saber o quanto a qualidade duvidosa inicial não é devida a essa adequação da personagem, pois o discurso direto livre empregado sugere um sequestro sistemático do ponto de vista dos protagonistas.
    De qualquer modo sinto que o conto se salva e se redime conforme se encaminha ao final. O gráfico poderia ser representado por uma parábola: de início quase paralelo ao eixo x, acelera e explode rumo ao clímax do último instante.

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Pietra não é importante na trama, apenas simboliza a falta de estímulo à leitura.
      Gostei da ideia do gráfico explodindo no final.
      Agradeço pelo seu comentário.
      Abraço.

  33. Daniel I. Dutra
    13 de dezembro de 2015

    Edgar Allan Poe é com dois “L”. No texto está com um só.

    Sobre o conto. Achei um pouco confuso a passagem do tempo. Na verdade este costuma ser um problema comum na arte de escrever contos. Alguns manuais de teoria literária definem o conto como sendo um recorte curto de um determinado tempo. Uma história que se passa num cenário e tempo reduzido. Não é regra, é óbvio. Há contos que narram até milhares de anos da Terra, como o “Dia Milhão” de Frederick Pohl.

    Em suma, o conto ficaria melhor se a passagem do tempo não fosse tão brusca e houvesse algum indicativo de tempo mais claro (por ex: escrever “dia tal do ano tal” antes de iniciar outra fase da vida da protagonista).

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Falha minha ter comido um L do querido Poe.
      Infelizmente, não deu para fazer a passagem do tempo mais clara ou menos brusca. Na verdade, acho que o conto deveria ser mais curto e assim, a aceleração do tempo seria ainda maior.
      Não gosto de datar as passagens. Sou dessas – muito chata.
      Agradeço pelo seu comentário.
      Abraço.

  34. catarinacunha2015
    12 de dezembro de 2015

    O TÍTULO ronda a vida toda de Amélia. O FLUXO, longe de minha preferência e de uma delicadeza desconcertante extremamente controlado, descortina uma TRAMA simples e nuclear de quem sabe exatamente o que está fazendo. A PERSONAGEM cresce e envelhece junto com sua biblioteca. O que me fez pensar que pessoas que vivem mais intensamente suas leituras, do que a própria vida, acabam solitárias e tristes como suas bibliotecas. FINAL foi sofrido e me fez pensar em acabar com minha biblioteca. Arrasou.

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Agradeço pelo seu comentário.
      Poupe a sua biblioteca.
      Espero que o “arrasou” no final tenha sido no bom sentido do arraso..rs.
      Abraço.

  35. Neusa Maria Fontolan
    11 de dezembro de 2015

    Eu entendi tudo, e gostei. Da pra sentir a vida de todos nós descrita aqui, sei que dirão que são vidas diferentes com situações diferentes, mas no final só nos resta mesmo as lembranças. Espero que eu tenha sido clara. Boa sorte.

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      Que bom que você entendeu o contexto do conto. Melhor ainda que se identificou com a vida de Amelinha. Lembranças! Foi clara, sim.
      Agradeço pelo seu comentário.
      Abraço.

  36. Anorkinda Neide
    11 de dezembro de 2015

    Ui, que conto grande, hein?! rsrs
    Buenas, ‘ não entendi o enredo desse samba, amor… ‘ Não conhece essa né?
    Mas, assim, não entendi a infância da garota.
    A primeira parte ou primeiro capítulo me deixou totalmente confusa, ora ela não lia ora ela era devoradora de livros, sei que começou a ler influenciada por uma professora, mas a narração ficou indo e vindo sabe… e a personagem Pietra? Sumiu tão magicamente como apareceu…
    Muitas frases de efeito mas que acabaram por tumultuar o enredo. Foi bonito o surgimento de Marcelo e seu amor devotado (quem não quer um Marcelo em sua vida? ^^) Mas todas as descrições de leitura de Amélia se perderam como um labirinto, me senti Ariadne sem um novelinho de lã para encontrar a saida 😛
    .
    Então.. demorou demasiado para chegar ao final onde finalmente a biblioteca devastada aparece, mas coitada, de uma forma um tanto exagerada… Só por causa do envelhecimento da senhorinha não levaria a biblioteca a tb envelhecer de tal maneira…
    Bem, desculpe se fui azeda, mas veja pelo lado bom, eu já levei tanta bomba nos comentarios de meus contos e permaneço de pé e atuante!
    Você escreve bem, mas acho que se empolgou demais em ‘preencher’ este texto quando ele pede por enxugamento.
    Não leve a mal.
    Abraçao e boa sorte!

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      O conto ficou muito longo mesmo, né? Mas deram espaço e Amelinha tomou conta de tudo.
      Então, a biblioteca devastada, na verdade, era uma metáfora. Um paralelo entre o passar do tempo, as perdas sofridas por Amélia com o seu mundo concreto, seus livros.
      Ainda bem que gosto de coisas azedas..rs.
      Agradeço pelo seu comentário.
      Abraço.

  37. Fabio Baptista
    10 de dezembro de 2015

    O conto está muito bem escrito e a maior parte da nota será em virtude disso.
    Infelizmente a trama não conseguiu me fisgar. Foi inteligente essa mistura de realidade/ficção na vida da Amélia, onde ora era óbvio que era ficção (namorar Paul Rabbit, por exemplo) e ora nem tanto: “teve amantes”. Porém, todas as referências, aliadas ao desenrolar lento, deixaram o texto cansativo, daqueles que infelizmente parecem ser mais longos do que o número de palavras.

    Só me empolguei na parte do flerte com o Marcelo, mas logo veio o casamento e caiu na rotina de novo (a vida imita a arte? :D).

    – Prêmio Javali
    >>> uh, Javali!!! Uh, Javali!!! Uh, Javali!!!

    – “Agora ela era rede de fragmentos, miríade de movimentos, quebra-cabeça com todos os mosaicos de suas leituras.”
    >>> Trecho bonito. Gosto da palavra “miríade” 😀

    – daquelas histórias recheadas de adjetivos e descrições insinuantes
    >>> Sabrinescas? kkkkkkkkkkk

    – Júlia, Sabrina, Bianca
    >>> Sim!!! E também bianquescas! (Júlia eu não conhecia… :D)

    – Ainda que se lembrasse de sua mãe
    >>> Estou pegando uma birra com “seu”/”sua”… é pessoal, mas só para refletir: “Ainda que se lembrasse da mãe”, na minha opinião fica melhor (e ainda economiza uma palavra)

    – Dezoito meses depois, perdeu o juízo. Casou-se com ela.
    >>> Deus me perdoe, mas eu ri! Pobre Marcelo…

    – Eram sua vida ou vidas e lidas.
    >>> Essa frase não ficou boa.

    – linearidade Os dias
    >>> faltou ponto final.

    – O capricho da arrumação dos volumes perdeu-se com o tempo. Faxineiras não se importavam com letras antigas e amontoavam os volumes como achavam mais adequado,
    >>> Para não repetir a palavra volume com tanta proximidade, trocaria por:
    O capricho da arrumação dos volumes perdeu-se com o tempo. Faxineiras não se importavam com letras antigas e os amontoavam como achavam mais adequado,

    – convidando para uma nova aventura: o caos
    >>> o caos sempre será o melhor em nós! 😀

    Abraço!

    • Mariana Mendes
      1 de janeiro de 2016

      O caos sempre será o melhor em nós.
      Então, se o conto virou um caos morno, insosso,seja lá o que mais, mesmo assim, ele será o melhor (que tenho pra hoje).
      Agradeço pelo seu comentário.
      Abraço.

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Publicado às 9 de dezembro de 2015 por em Imagem e marcado .