EntreContos

Detox Literário.

Afeto e Ira (Mariana Gomes)

 

Afeto e ira(capadoconto)

‘‘Meu filho,

Que aflições tenho eu.

(…)

Sonhas nesse lenho entristecido;

Na noite cravejada de bronze,

Tens o corpo estendido no azul das trevas e brilhas.

SIMÔNIDES (c. 556-468 a.C.),“Dânae” (traduzido da versão em inglês de Richmond Lattimore)’’

A mãe embalou o filho com o cobertor, desejou boa noite e saiu do quarto silenciosamente, sendo seguida pelo breu da noite fria. Entretanto, para o menino, toda aquela ação foi estranha e distante. Ela não cantou sua cantiga de ninar favorita, ou beijou sua pequena testa, como sempre fazia. Apenas cobriu-o, maternal de certa forma, mas com os braços tensos e olhos preocupados. Aquilo o deixou perplexo. Será que seu pai enfim convenceu a mãe que o menino estava velho demais para toda essa atenção? Que crescera o suficiente e não era mais um bebê para ser tratado como tal? Esses pensamentos deixaram-no acuado, não queria mais noites sem o zelo tão necessário da mãe.

Triste e solitário esgueirou-se mais abaixo do cobertor até que seu pequeno corpo estivesse completamente envolvido pela macieis abafada. Tentou dormir a seu modo, contando as batidas do próprio coração. Não funcionou. Mesmo depois de já ter numerado cerca de duzentas e cinco batidas, e vincado as pálpebras com força sobre os olhos, o sono não amoleceu seu corpo ou desfez suas preocupações ingênuas.  Pensou em ir atrás da mãe pelos quartos.

Entretanto, quando escutou o rugido da porta da sala ser fechada furiosamente, e em seguida ouviu sons de passos pesados e rápidos preenchendo-destruindo o silêncio angustiante em que a casa estava; seu corpo petrificou debaixo do cobertor. E, estático, o menino conseguiu identificar de quem era toda aquela ira, que passou zunindo pelo corredor e foi em direção ao quarto dos pais. Era ele. Seu pai.

Uma porta distante foi escancarada. Batendo na parede com tudo. Um grito de puro ódio foi ouvido pelo garoto, um grito que quase explodiu seu coração.

– Você pensou que poderia me enganar, hein, vadia?!

Algo cai no chão, como carne morta. O piso treme junto com o garoto.

– Puta nojenta, me falando que cuidava do nosso filho enquanto ia dar praquele miserável!

As tardes sozinho com a babá significavam isso?

Levado pelo em desespero, o corpo do menino se curva, suas mãos crivam nas orelhas com força, as unhas perfurando a cartilagem.

– Cale a boca!- a voz da mãe abraça seu filho, remota, feroz e engasgada-Você não sabe de nada! Você não sabe ser homem! Você não sabe dar prazer! Você não sabe ser pai!

Vidro se partia. Coisas eram derrubadas. Carne era esmurrada.

Sangue e lágrimas penetravam no casulo macio do garoto, e espremiam seus pulmões e coração, fazendo-o expelir uma dor salgada pelos olhos e murmúrios desconexos pela boca. Empurrando o cobertor em todas as direções, tentando fugir daquilo debilmente, no fim acabou deixando somente a cabeça fora, repousada no travesseiro. A lua estava magnífica lá fora, por trás de sua janela nua de cortinas e estendido na cama, o menino reconfortou-se com sua beleza prateada e envolvida pela noite cravejada de estrelas.

A briga ainda ocorria. Então, exausto, levou as mãos novamente as orelhas, sentiu-as molhadas de algo viscoso, tampou-as mesmo assim e começou a cantar, para si mesmo ou para a lua, não importava, pois, em pouco tempo a escuridão da inconsciência era sua única companhia em meio a todo aquele caos.

*********

Acordou com a casa banhada em tranquilidade, uma tranquilidade frágil que o fez ficar imóvel por alguns minutos com medo de estraçalha-la. E levantou-se tenso da cama. Não ouvia nada preocupante, nenhum grito/choro ou objeto espatifando-se de encontro ao piso. Andou até a porta fechada, abriu-a metodicamente e saiu do quarto. Sombras bruxuleantes ainda enchiam o corredor, contudo, elas eram cortadas por um fio de luz provido da fresta da porta no fim do corredor. A porta do quarto dos pais.

Seguiu o risco luminoso até sua fonte cautelosamente, seus pequenos pés mal tocando o chão gelado. Quando já atravessara metade do corredor, pode escutar uns ruídos baixos, de passos delicados e gavetas fechando sem nervosismo, e chegando bem perto da fresta sentiu odor de rosas, tão característico de sua mãe. Nenhum sinal de briga. Esticou o braço e empurrou a porta autonomamente. No pouco tempo que ficou parado -ainda não percebido pela mãe- ele absorveu toda catástrofe resultante da noite passada. Pequenos cacos brilhantes espalhados pelo chão, mobílias caídas, e uma das poucas restantes em pé possuía uma bolsa de gelo molenga com um papel manchado de sangue ao lado. Mas, por um segundo, sua atenção voltou-se para uma mala encima da cama, aberta e com várias roupas dobradas por dentro. Sua mãe estava alguns passos a frente da mala e o garoto foi em sua direção, ignorando os cacos de vidro.

– Não, espere!- A mãe exclama e anda veloz até ele e erguendo-o antes que alcance o vidro e carregando-o até a cama, onde se sentou e acomodou a criança em seu colo.

– O que aconteceu com suas orelhas, filho?- Indagou, tocando com a ponta dos dedos o sangue seco existente nos lóbulos e antélices do menino. A visão rosto machucado da mãe  entorpeceu-o. Vermelho vivo, vergões, roxos desfiguravam a beleza materna. Onde estava o causador de tudo aquilo?

– Para onde o papai foi? Ele ainda vai machucar você?- O garotinho rasgou o silêncio, transpassando sua duvida com a voz baixa. A mãe apertou mais o pequeno corpo de sete anos contra o seu em um abraço sufocador.

– Não. Ele nunca mais vai me machucar. – A mulher sorri meiga. O menininho pousou a cabeça no ombro da mãe, retribuindo o abraço da maneira que conseguia.

‘‘Oh meu querido;

Vamos dançar nas estrelas

Não há erros e pecados por lá;

E você descansará tranquilamente

Cercado de brilho… ’’

Sua mãe sussurra sua canção de ninar favorita tardiamente em seu ouvido. O céu brilha amarelo na janela a sua frente. Agora, a lua é apenas uma mancha branca desbotada.

62 comentários em “Afeto e Ira (Mariana Gomes)

  1. wilson barros
    23 de fevereiro de 2015
    Avatar de wilson barros

    Um conto comovente, em um estilo moderno e sutil, que esconde mais que mostra, produzindo uma atmosfera misteriosa, de penumbra. Além disso, o conto é poético, e mesmo contém um poema muito bonito, que não sei se é da autora, além da epígrafe de Simônides. A poesia em um conto é sempre bem-vinda. Encontrei apenas um erro: “encima”, no lugar de “em cima”. “Encima” vem do verbo “encimar”, que quer dizer “estar em cima”, e não é um advérbio. Em suma, quem gosta de boa poesia deve gostar do conto. (P.S. Acho que a grande poetisa da atualidade é Wislawa Szymborska, a escritora polonesa que ganhou o Nobel em 1996 e tem um livro publicado no Brasil pela Companhia das Letras. Leia, você vai gostar).

    • Mariana Gomes
      24 de fevereiro de 2015
      Avatar de Mariana G

      Olá, Wilson!
      Fico feliz que tenha gostado e observado tanto em meu conto 😁. Se você está falando da canção no final do conto, ela é original minha mesmo 🙂
      Obrigado por avisar sobre os erros, revisareI eles melhor!
      Valeu pela dica de leitura! Vou procurar algo dela para ler com certeza!
      Tchau e obrigado!

  2. Jowilton Amaral da Costa
    22 de fevereiro de 2015
    Avatar de Jowilton Amaral da Costa

    O conto mostra um drama cotidiano, a violência doméstica decorrente entre brigas de casais. Interessante a narrativa sendo conduzida pela visão do menino. O suspense foi bem trabalhado. O desfecho foi poético. Gostei. Boa sorte.

    • Mariana Gomes
      24 de fevereiro de 2015
      Avatar de Mariana G

      Obrigado pelas considerações e que a história tenha te agradado ! E infelizmente essa realidade é uma situação cotidiana 😦
      Obrigado novamente e tchau!

  3. Edivana
    22 de fevereiro de 2015
    Avatar de Edivana

    O conto é uma doce e melancólica poesia. Sentimos pela criança e sua inocência rompida por causa da violência. Sentimos pela mulher e sua triste realidade, que alimenta casos diários de sofrimento doméstico. Parabéns.

    • Mariana Gomes
      24 de fevereiro de 2015
      Avatar de Mariana G

      Oi!
      Ainda bem que gostou e conseguiu captar a mensagem que tentei passar! Fico realmente feliz com isso! 😆
      Obrigada e tchau!

  4. Alexandre Leite
    21 de fevereiro de 2015
    Avatar de Alexandre Leite

    Um bom texto abordado através de um estilo melancólico e poético.

  5. Leandro B.
    21 de fevereiro de 2015
    Avatar de leandrobarreiros

    Oi, Deryka.

    Consegui sentir a mensagem do conto, o que já é um bom feito, mas acho que a narrativa não conseguiu carregar a sensibilidade da história.

    Desde o início eu imaginei que se tratasse de uma criança pequena (havia dúvidas, afinal, o pai dizia que o garoto estava “velho demais” para as coisas de mãe), mas ao final é revelado que ele, de fato, só tem sete anos.

    Vou sugerir que você reescreva a primeira parte mais voltada para a linguagem de uma criança. Acho que no início você tenta demonstrar o ponto de vista dele, mas as palavras e os conceitos são muito complicados para um garoto dessa idade, na minha opinião. Veja:

    “Apenas cobriu-o, MATERNAL de certa forma, mas com os braços tensos e olhos preocupados. Aquilo o deixou PERPLEXO. ”

    Mas mais importante do que isso, acho que o grande deslize foi misturar o narrador com o pov do personagem (eu, particularmente, adoro isso) e parar a coisa no meio do caminho. Veja, na mesma frase:

    “Será que seu pai enfim convenceu a mãe que o menino estava velho demais para toda essa atenção?”

    Você começa a indagação falando “seu pai enfim convenceu a mãe”, que faz alusão ao pensamento do garoto. A própria dúvida desconstrói o narrador onisciente. Mas, logo em seguida, você diz “que o menino”, o que descaracteriza o pensamento da criança, porque ela não se vê como “o menino”, entende?

    Acho que você pode dar uma reforçada na revisão do conto (crases, palavras faltando, etc), como:

    “A visão rosto machucado da mãe”

    Mas isso é besteira e facilmente corrigível.

    Enfim, acho que seu conto carrega uma sensibilidade que acho característica de autores latinos e não vejo replicada em nenhum outro continente. Mas tem que lapidar mais, mais e mais.

    Lembrando que meus apontamentos são de leitor e pessoais, tecnicamente posso ter falado muita besteira =p

    Boa sorte!

    • Mariana Gomes
      25 de fevereiro de 2015
      Avatar de Mariana G

      Olá, Leandro!
      Não se preocupe, você não falou nenhuma besteira! Gostei de saber sua opinião :).
      A questão das palavras complicadas demais para uma criança, eu pensei que não haveria nada demais em narrar assim, já que é em terceira pessoa, e não o garotinho propriamente dito que narra a história, pois se fosse em primeira pessoa eu tomaria todo o cuidado para isso não ocorrer. E quando o narrador emerge os questionamentos do menino, também não vi isso como um problema, por que, para mim (na minha humilde opinião), o narrador onisciente pode fazer tudo o que desejar na história e acabei retratando isso.
      E como você indicou, ”acho que o grande deslize foi misturar o narrador com o pov do personagem (eu, particularmente, adoro isso) e parar a coisa no meio do caminho”, talvez o meu erro tenha sido interromper os pesamento do garoto abruptamente. Foi isso o que você quis dizer?

      Foi um baita deslize deixar esses erros passarem! Vou ficar mais atenta nisso. E me esforçarei com certeza para que minha escrita fique melhor :).
      Obrigada e tchau!

  6. Luan do Nascimento Corrêa
    20 de fevereiro de 2015
    Avatar de Luan do Nascimento Corrêa

    Tocante e bastante inspirado, gostei bastante do conto! Parabéns!

  7. Pedro Luna
    20 de fevereiro de 2015
    Avatar de Pedro Luna

    O pai estava dentro da mala? Vou precisar dizer que esse conto não acrescentou muito em mim. Bem escrito, mas simples demais. Não tem gancho, nem nada que dê emoção. Apenas a cena da violência doméstica e a reação do filho. Não teve desenvolvimento e o parágrafo final, na minha opinião, ficou fraco. É como se a história fosse interrompida. Não gostei :/

    • Mariana Gomes
      25 de fevereiro de 2015
      Avatar de Mariana G

      Olá, Pedro!
      Tudo bem por não ter gostado. Obrigado pela sinceridade!

  8. Swylmar Ferreira
    20 de fevereiro de 2015
    Avatar de Swylmar Ferreira

    Texto bem escrito, trama interessante, quase triste mostrando a Ira e a Luxuria do ponto de vista de uma criança, que é o observador.
    Parabéns pelo conto!

    • Mariana Gomes
      25 de fevereiro de 2015
      Avatar de Mariana G

      Obrigado pelas considerações! É realmente triste perceber que nem as crianças estão salvas disso!
      Obrigada novamente e tchau!

  9. Lucas Almeida
    20 de fevereiro de 2015
    Avatar de Lucas Almeida

    Muito bom, você mostrou bem como um momento de ira pode deixar as pessoas insanas e nem perceber, nesse caso do casal, que há um menino ali ouvindo tudo, o filho, recebendo um péssimo exemplo de como se deve resolver os problemas. Fiquei feliz que a mãe nõ descontou frustração alguma no filho.
    Boa sorte 😀

    • Mariana Gomes
      25 de fevereiro de 2015
      Avatar de Mariana G

      Oi, Lucas! Obrigado pelos elogios 😀

      É triste como a ira faz as pessoas cometerem coisas terríveis e traumatizar os outros.
      Tadinho do garoto se isso acontece-se, ia ser muita maldade com uma pessoa só rs rs rs
      Obrigado pelo comentário e tchau!

  10. Bia Machado
    20 de fevereiro de 2015
    Avatar de Bia Machado

    Achei o texto cansativo. Não gostei do desenvolvimento, não me cativou também. Da metade para o final achei melhor, mas ainda assim pra mim não funcionou. Algumas coisas para arrumar em uma revisão. Boa sorte.

    • Mariana Gomes
      25 de fevereiro de 2015
      Avatar de Mariana G

      Oi, Bia!
      Que pena que meu conto não te agradou, mas obrigado pela sinceridade de toda forma 🙂
      Tchau!

  11. Leonardo Jardim
    20 de fevereiro de 2015
    Avatar de Leo Jardim

    Prezado autor, optei por dividir minha avaliação nos seguintes critérios:

    ≋ Trama: (2/5) muito simples, uma passagem comum na vida de vários de nós.

    ✍ Técnica: (2/5) mediana, houve problemas no tempo verbal (o texto ficou alternando narrativa no passado e no presente, como exemplos abaixo), mas com um pouco de treino e revisão, tem tudo pra ficar muito boa.

    ➵ Tema: (1/2) ira, mas não como foco principal.

    ☀ Criatividade: (1/3) como disse, acontece todos os dias.

    ☯ Emoção/Impacto: (3/5) a briga dos pais no ponto de vista de uma criança é bastante emocionante (me remete ao passado), mas faltou um clímax que melhorasse o final.

    Verbos que escorregaram para o presente:
    ● Algo cai no chão (caiu)
    ● O piso treme junto com o garoto. (tremeu)
    ● suas mãos crivam nas orelhas (crivaram)
    ● pode escutar uns ruídos baixos (pôde)
    ● A mãe exclama (exclamou)
    ● anda veloz até ele e erguendo-o antes que alcance o vidro e carregando-o até a cama, onde se sentou e acomodou a criança em seu colo (andou; ergueu-o)
    ● A mulher sorri meiga (sorriu)
    ● O céu brilha amarelo (brilhava)
    ● a lua é apenas (era)

    Outros problemas de revisão:
    ● A visão rosto machucado da mãe (faltou um “do”)
    ● Levado pelo em desespero (“em” sobrando)

  12. rsollberg
    18 de fevereiro de 2015
    Avatar de rsollberg

    Poxa, infelizmente não funcionou comigo.
    Achei o inicio bastante arrastado.

    A troca de tempo verbal durante toda a narrativa também incomodou muito.
    A trama é simples e a meu ver faltou um desfecho mais forte. Queria ter visto mais ira.

    Gostei do uso de alguns vocábulos menos usuais. ´

    Bem, é isso.
    De qualquer moda, parabéns e boa sorte.

    • Mariana Gomes
      27 de fevereiro de 2015
      Avatar de Mariana G

      Oi, rsollberg!
      Compreendo o porque de você não ter gostado do conto.
      Obrigado pelo comentário e sinceridade.
      Obrigado e tchau!

  13. Rodrigues
    18 de fevereiro de 2015
    Avatar de Rodrigues

    Gostei desse conto. O que me ganhou foi a descrição das reações do menino em meio ao espancamento da mãe, a angústia que sente, seus movimentos, tudo isso me causou uma sensação estranha e boa. Gostei também da conclusão, não muito dramática e com essa descrição sobre a lua fechando com chave de ouro. Belo texto!

    • Mariana Gomes
      27 de fevereiro de 2015
      Avatar de Mariana G

      Olá, Rodrigues!
      Muito obrigado pelos elogios, e fico contente que o conto te agradou:D!

      Obrigado novamente e tchau!

  14. alexandre cthulhu
    18 de fevereiro de 2015
    Avatar de alexandre cthulhu

    Pontos fortes:
    Gostei deste conto, pois consegue trespassar a tristeza de um lar sem amor, onde há traição e violência. Costumo dizer que o crime passional é o maior acto de amor.. e este texto é anda por ai: está cinzento e tingindo de dor e angustia.
    Pontos a melhorar: Penso que poderá resumir alguns parágrafos mais logos a apenas 2 ou 3 frases. Aprenda a fazer isso, e vai ver que os seus textos vão ser lidos como água 🙂
    Força nisso!

  15. Carlos Henrique Fernandes Gomes
    17 de fevereiro de 2015
    Avatar de Carlos Henrique Fernandes Gomes

    Conto bem contado pela visão de uma criança, suas preocupações, medos, a leitura do que não entende e surpreende quando vemos que entendeu. A personagem mãe é bem construída; só faltou na última cena dela estar chorando ou algo assim e tentar esconder do filho. O final é meio dúbio: o pai foi embora ou a mãe deu um fim nele? Mesmo assim, ela chorando ou, pelo menos, transtornada daria mais credibilidade ao final.

    • Mariana Gomes
      27 de fevereiro de 2015
      Avatar de Mariana G

      Olá, Carlos!

      Fico feliz que tenha gostado do conto! E muito obrigado pelos elogios! Eu iria colocar a mãe chorando mas o limite de palavras não me permitiu isso :/. O final foi dúbio de proposito, eu queria que o leitor decidisse o final mais confortável para si.
      Obrigado e tchau!

  16. Maurem Kayna (@mauremk)
    17 de fevereiro de 2015
    Avatar de Maurem Kayna (@mauremk)

    O início do conto me deixou com a sensação de se tratar de uma bebê, apesar da fala contestando isso, toda a descrição me faz imaginar uma criança que mal aprendera a falar. O clima convence e gosto do final aberto, mas essa imprecisão me incomodou um pouco.

    • Mariana Gomes
      27 de fevereiro de 2015
      Avatar de Mariana G

      Olá, Mauren!
      O final ficou impreciso por que eu precisei dar uma picotada para caber nas mil palavras.
      Obrigado pelo elogio e tchau!

  17. Gustavo de Andrade
    16 de fevereiro de 2015
    Avatar de Gustavo de Andrade

    Vimos aqui um texto potencialmente sensível. A sinceridade entre o filho e a mãe é tocante, mas achei a cena descrita um tanto curta demais (parece um julgamento injusto). Me faltaram detalhes, sensações, conclusões etc. que tirassem dessa narrativa o valor de “prólogo de um livro”, como parece na atual configuração, para torná-la algo fechado, um conto.
    Ele tem uma boa fluidez, mas acaba não passando muito disso — já que as personagens não trazem a nós o calor que há entre elas. A questão da orelha machucada foi muito corrida, pouco desenvolvida e esclarecida como a veracidade da traição (ou não) da mãe.
    Trazer um enredo mais completo/amarrado à habilidade desta fluidez apresentada certamente trará frutos.
    Boa escrita!

  18. Ricardo Gnecco Falco
    15 de fevereiro de 2015
    Avatar de Ricardo Gnecco Falco

    Faltou(aram) uma(s) revisão(ões)… Mas deu para continuar a leitura por causa da pequena película poética que paira pela dura história, tornando-se — ela própria — a personagem principal desta trama encarecida pelo desleixo “gramático-ortográfico” do autor. Além do retumbante “encima” que fica ecoando até o final da leitura, muitas repetições sequenciais de palavras (pais, fora…) também menosprezam a poesia desta obra, minando-a com a mesma dureza encontrada em sua história.
    Boa sorte no Certame,
    Paz e Bem!

  19. Cácia Leal
    14 de fevereiro de 2015
    Avatar de Cácia Leal

    O conto está tão bem escrito, tão bom… mas cadê o final? Ela matou o marido, por isso ele não irá mais voltar? O que houve? Nem uma pista sequer pra ajudar o leitor? Acho que essa questão necessita ser revisada. Todo o mais está muito bem, exceto pela maturidade exagerada para um menino de sete anos. Acredito que ele não iria pensar tudo aquilo.

  20. Virginia Ossovski
    14 de fevereiro de 2015
    Avatar de Virginia Ossovski

    Muito bom, forte e intenso através da visão de uma criança. a técnica está boa como a história, forte e intensa, apesar de alguns erros de revisão. O final aberto me fez ler tudo de novo, mas depois cheguei à conclusão de que a intenção do autor foi deixar a dúvida no ar. Sucesso no desafio !

  21. mariasantino1
    13 de fevereiro de 2015
    Avatar de mariasantino1

    Putz! Terá dois comentários por aqui, autor (embora eu preferisse que só esse fosse liberado)

    De fato trabalhar mostrando a inocência do guri repassa melhor os sentimentos, por que o leitor percebe aos poucos o desenrolar dos fatos. Eu estive pensando pensando em alguns textos e esse foi um dos quais achei que não comentei de uma forma decente. O lirismo que está incutido aqui é muito bom. O calor do lençol é como a infância mesmo sendo perturbada pelo ato de crescer. Quando ele acorda e sai do quarto e a mãe canta a canção tardia, eu tambem assimilei ao fim de uma fase que o gurizinho não vai mais voltar.
    Há alguns deslizes aqui (por isso penso que errei o chute, mas não foi por isso que voltei a comentar, voltei porque o texto surgiu em minha mente sem que eu pensasse nele, e acho que quando isso acontece, é porque algo tocou em nós)
    Parabéns pelo texto que não vai estar entre os meus favoritos só porque são 48 contos para se retirar apenas dez, mas saiba que eu apreciei bastante).
    Boa sorte. Abraço!

  22. Thata Pereira
    12 de fevereiro de 2015
    Avatar de Thata Pereira

    Gostei do conto. Achei interessante o fato do conto ter trabalhado dois sentimentos apostos, os explícitos no título, mas também as cenas calmas mescladas com a balbúrdia. A cena que a mãe pega o garoto para que ele não pise nos cacos de vidro foi muito bonita de imaginar.

    • Thata Pereira
      12 de fevereiro de 2015
      Avatar de Thata Pereira

      PS: Boa sorte!

  23. williansmarc
    12 de fevereiro de 2015
    Avatar de williansmarc

    Olá, autor(a). Primeiro, segue abaixo os meus critérios:

    Trama: Qualidade da narrativa em si.
    Ortografia/Revisão: Erros de português, falhas de digitação, etc.
    Técnica: Habilidade de escrita do autor(a), ou seja, capacidade de fazer bons diálogos, descrições, cenários, etc.
    Impacto: Efeito surpresa ao fim do texto.
    Inovação: Capacidade de sair do clichê e fazer algo novo.

    A Nota Geral será atribuída através da média dessas cinco notas.

    Segue abaixo as notas para o conto exposto:
    Trama: 6
    Ortografia/Revisão: 8
    Técnica: 6
    Impacto: 6
    Inovação: 5

    Minha opinião: Achei a estória verídica em excesso. Infelizmente, esse tipo de brigas acontece rotineiramente e esse tipo de realidade já retratada em vários lugares.

    Encontrei algumas falhas de revisão como uma falta de travessão e uma palavra que sumiu nessa frase: “visão rosto machucado da mãe entorpeceu-o.”

    Boa sorte no desafio.

  24. Claudia Roberta Angst
    11 de fevereiro de 2015
    Avatar de Claudia Roberta Angst

    A imagem escolhida é linda. Alguns apontaram este conto como meu. Só porque gosto de poupar criancinhas (e a Pétrya odeia quando falo isso, com certeza)?
    Macieis? Deixa eu ver se encontro isso no Google. Encontrei Praia do Maciéis, Angra dos Reis. Serve? Só se for para pecar na areia.
    encima da cama > em cima da cama
    O que foi feito do cadáver? Pois, eu imaginei que a mulher cansada dos desmandos do marido, tenha finalmente dado cabo dele. (Aí a narrativa lembrou-me do meu conto Lua Dora, além da menção à lua). Só encontrei resquícios da briga, perdi algo?
    Gostei das imagens poéticas da lua. Boa sorte!

  25. Rodrigo Forte
    11 de fevereiro de 2015
    Avatar de Rodrigo Forte

    Apesar de história ser interessante, faltou uma boa revisão. Claro, nenhum de nós aqui é profissional, mas devo confessar que fico um pouco distraído quando vejo alguns erros como “encima” e “macieis”. Apesar de tudo isso, ainda temos que avaliar a história em si, que é boa, compensando um pouco essa parte que comentei. Parabéns pelo texto e boa sorte!

  26. Gustavo Araujo
    10 de fevereiro de 2015
    Avatar de Gustavo Araujo

    Violência doméstica é algo deplorável e que, infelizmente, revela-se mais comum do que gostaríamos de admitir. A autora demonstra coragem em abordar algo tão desconfortável para falar do pecado da ira (fomentada, talvez, pela luxúria), especialmente por retratá-la sob o ponto de vista de uma criança. Gostei dos momentos em que o pequeno busca abrigo consigo mesmo, mas, em outras partes, esse refúgio parece ter servido como atalho para que não se mostrassem os trechos em que a mãe dá cabo do pai. Opção da autora, sem dúvidas, mas que, em mim, produziu um certo desapontamento. De qualquer maneira, o conto tem vitalidade. Apesar de alguns deslizes (“macieis” e “encima”), está bem escrito, transmitindo bem a angústia do pequeno protagonista. As canções de ninar trazidas pela mãe completaram bem a dualidade amor/ódio que permeia toda a narrativa. Num texto que obrigatoriamente deve se adequar a um limite cruel, esse equilíbrio é mais do que louvável. Afeto e ira em partes iguais. Parabéns.

  27. Gustavo Aquino dos Reis
    9 de fevereiro de 2015
    Avatar de Gustavo Aquino dos Reis

    Conto bem escrito e com descrições muito bem feitas. Parabéns.

  28. Gilson Raimundo
    9 de fevereiro de 2015
    Avatar de Gilson Raimundo

    Este conto reflete muito da vida em centenas de lares pelo mundo afora, bem contemporâneo. No final, poderia ter uma frase tipo: ” e no canto do quarto, coberto por um lençol, jazia aquele que mal algum poderia lhe causar”… Sei lá… Bobagem minha….

  29. Anorkinda Neide
    9 de fevereiro de 2015
    Avatar de Anorkinda Neide

    Novamente digo que é um conto que caberia em varios motes, não há o holofote no pecado da ira ou da luxuria em si, mas o brilho é do relacionamento do garoto com sua mãe,,, e isso nao é pecado.hehehe
    mas é um bom conto, parabens por ele!
    abraço

  30. Andre Luiz
    8 de fevereiro de 2015
    Avatar de Andre Luiz

    Olá, Deryka!

    A)Seu texto é maravilhoso, com um belo poema inicial, uma narrativa ágil e leve que cria em todo o conto um clima monótono essencial para manter o suspense. Inusitadamente, há inovação ao abordar a perspectiva do garoto e todas as suas reações infantis a tudo que acontecia a seu redor. Nisto a forma de narrar, com os verbos no particípio em algumas vezes, ajuda e muito. Além do mais, a reviravolta do clímax e a resolução de tudo trazem ainda mais tempero à belíssima trama que me fez refletir. Parabéns!

    B)Porém, achei alguns errinhos de ortografia, que não prejudicam muito a leitura, mas podem ser facilmente consertados. Assim, deixo meus parabéns e meu desejo de boa sorte!

  31. mariasantino1
    8 de fevereiro de 2015
    Avatar de mariasantino1

    Angst? Será que acertei?

    Gostei. Algo que acho bom é esse repasse de sentimentos, quando o autor usa a inocência do gurizinho para fazer o leitor perceber lentamente o desenrolar dos fatos. A mãe matou o pai? Putz! Bom imaginar isso. Queria mais flash da vida do menino, talvez inseri-los na discussão e deixar o garoto mais aflito com o que escuta. Se ele falasse mais infantil seria mais tocante também, criaria mais imagem e repassaria mais inocência.
    Boa sorte. Abraço!

  32. Tiago Volpato
    8 de fevereiro de 2015
    Avatar de Tiago Volpato

    É triste uma criança tão pequena já mergulhar em violência. Tem pessoas nesse mundo que não serve pra nada mesmo!

  33. Thales Soares
    7 de fevereiro de 2015
    Avatar de Thales Soares

    O conto possui uma narração excelente. Descrições agradáveis fazem a história fluir límpida e cristalina. Assim como comentei em vários outros contos deste desafio, reconheço o mérito do autor, tenho certeza de que bastante gente vai gostar deste conto, mas a mim não agradou. Não é o meu tipo de história, infelizmente, e eu acabei ficando um pouco entediado com todo o sentimentalismo presente na trama. O final eu achei que ficou meio fraco, estava esperando alguma surpresa a mais.

  34. Mariana Gomes
    7 de fevereiro de 2015
    Avatar de Mariana G

    Olá!
    Eu agradeço muito a quem leu! E a primeira vez que participo de um desafio assim e fico muito feliz por ter essa oportunidade, e fico grata as criticas, que sempre serão bem-vindas! (mesmo que agora eu não possa ver).
    Obrigado e tchau!

  35. Sonia Rodrigues
    7 de fevereiro de 2015
    Avatar de Sonia Rodrigues

    Português – muitos erros, como, por exemplo:
    Macieis / maciez
    levou as mãos novamente as orelhas / levou as mãos novamente às orelhas
    mobílias ? não cabe plural aqui, afinal suponho que seja uma casa só; use móveis caídos, se quiser usar o plural.
    Trama – trabalhada de forma original. colocar uma referência literária foi interessante, bem como o crime em si não aparecer a não ser pelas evidências.

    Estilo – desnecessariamente complicado, poderia ser mais conciso e preciso.
    EX: para dizer que o menino chorou: “Sangue e lágrimas penetravam no casulo macio do garoto, e espremiam seus pulmões e coração, fazendo-o expelir uma dor salgada pelos olhos e murmúrios desconexos pela boca.”
    Para dizer que ele viu luz: “Sombras bruxuleantes ainda enchiam o corredor, contudo, elas eram cortadas por um fio de luz provido da fresta da porta no fim do corredor.”
    sugestão: já que escreveu do ponto de vista da criança, poderia usar uma linguagem mais infantil.

  36. Luis F. T.
    7 de fevereiro de 2015
    Avatar de Luis F. T.

    Bonito e trágico. De uma delicadeza ímpar. Gostei bastante! Parabéns!

  37. Pedro Coelho
    6 de fevereiro de 2015
    Avatar de Pedro Coelho

    Um bom conto, permeia bem o cotidiano de afetos e brigas de uma relação. Adequado ao tema, objetivo e fácil de ler. A maturidade do garotinho ficou muito forçada e não funcionou e o final ficou sentimental em excesso. mas é um conto bem elaborado.

  38. JC Lemos
    6 de fevereiro de 2015
    Avatar de JC Lemos

    Sobre a técnica.
    Gostei. É ágil, conta com suspense e não perde a qualidade durante a narração. Tem um clima bem legal, meio surreal.

    Sobre o enredo.
    Bom, ainda mais o final. Conseguiu dar profundidade em poucas palavras, criando a empatia com o coitado do rapazinho. Dois pecados com uma cajadada só. Hehe

    Parabéns e boa sorte!

  39. Eduardo Selga
    6 de fevereiro de 2015
    Avatar de Eduardo Selga

    A estória é extremamente simples, e mesmo banal, qual seja, briga entre marido e mulher seguida de agressão física, tendo o filho por testemunha. Isso, contudo, não é nenhum defeito, uma vez que o mais importante se faz presente: o bom trabalho narrativo e linguístico, aspecto que conta muito mais do que qualquer enredo mirabolante produzido sem técnica.

    O narrador em terceira pessoa procurou, quase sempre (porém não exclusivamente), apresentar a situação a partir do ponto de vista de garoto, não sendo este narrador o garoto. E aqui surge um dado que pode complicar. É que ao mesmo tempo em que a narrativa demostra a percepção infantil com um vocabulário simples, como em “Será que seu pai enfim convenceu a mãe que o menino estava velho demais para toda essa atenção?” (a terceira pessoa “entra” no pensamento do menino), temos um vocabulário mais complexo para demonstrar pontos de vista e percepções desse mesmo personagem, como em “[…] o menino reconfortou-se com sua beleza prateada e envolvida pela noite cravejada de estrelas”. Não obstante a frase estar bem construída, ela não segue a mesma orientação vocabular do primeiro exemplo.

    Sim, mas não é o personagem quem narra, e sim uma terceira pessoa próxima. É verdade, mas deveria haver, nesse caso, maior coerência na escolha vocabular, ou seja, ou uma simplificação para equiparar-se ao menino (e nesse caso o efeito de terceira pessoa com ponto de vista infantil ficaria muito mais forte) ou um texto mais “adulto” do ponto de vista vocabular (o que marcaria a distância de percepções entre narrador e personagem).

    Muito bom o uso que o(a) autor(a) faz da prosopopeia (personificação) e da metáfora, o que potencializa, nalgumas vezes, a visão infantil narrada por uma terceira pessoa. Isso acontece, por exemplo, em “[…] quando escutou o rugido da porta da sala ser fechada […]”. Rugir é uma metáfora atribuída para sublinhar-lhe o som estrondoso, e tem muita ligação com o universo infantil. Em “A mãe embalou o filho com o cobertor, desejou boa noite e saiu do quarto silenciosamente, sendo seguida pelo breu da noite fria”, a belíssima prosopopeia que diz que o breu da noite segue a mãe também exerce a mesma função.

    Há uma cena muito bonita no conto, no sentido de ser esteticamente bem pensada e narrada, muito embora a mim me pareça que a força da imagem deveria ter sido melhor aproveitada, principalmente por mostrar bem a agonia infantil de saber que a mãe está sendo espancada. Um trecho dela: “A briga ainda ocorria. Então, exausto, levou as mãos novamente as orelhas, sentiu-as molhadas de algo viscoso, tampou-as mesmo assim e começou a cantar[…]”.

    Apesar de o texto não ser claro nesse ponto, é de se supor que o marido ou a esposa vai sair de casa, selando a separação. Como não sabemos (eu pelo menos não enxerguei) de quem é a decisão, se as acusações dele procedem ou não, instaura-se a seguinte questão: quem quer que vá sair o fará porque venceu ou perdeu a briga? E aqui lembro que o fato de o homem não estar em cena não significa que ele tenha abandonado a casa. É a mulher quem vai sair porque não suporta as porradas ou porque foi descoberto o adultério? Tudo isso fica em aberto, mesmo porque a boa literatura não se mede pelo tanto que diz, e sim pelo tanto que sugere.

    Digo isso porque a questão da representação da mulher está colocada no texto.
    Se ela for uma “vadia” que foi “dar para aquele miserável”, temos a velha representação da mulher como um ser no qual não se deve confiar, origem do pecado, e blá-blá-blá; caso contrário, ou seja, se a atitude de sair for dela por acusações injustas, temos uma representação que foge da imagem negativa da mulher na literatura. Como o texto não esclarece, fica a dúvida. Salutar? Depende, como quase tudo em literatura.

    Do ponto de vista estético, muito boa a mudança de tempo verbal no último parágrafo. Todo o conto está no pretérito, exceto no fim, quando passa para o presente. Considerando inclusive a música de ninar, entendo essa mudança ser um recurso poderoso no sentido de produzir a seguinte sensação: o sofrimento ficou no passado; doravante haverá de ser outro dia.

    Gramaticalidades

    Na frase “[…] pequeno corpo estivesse completamente envolvido pela macieis abafada” a palavra MACIEIS está equivocada. Ela existe, é a segunda pessoal do plural do verbo MACIAR (que por sua vez é sinônimo de AMACIAR). Portanto, por ser verbo, não caba de frase. Acredito que, pelo contexto, a intenção tenha sido escrever MACIEZ.

    Em “[…] voltou-se para uma mala encima da cama […]”, ocorre algo similar: ENCIMA é do verbo ENCIMAR (pôr em cima), mas não cabe na frase. Imagino que a intenção tenha sido EM CIMA (numa posição superior).

    Em “praquele miserável!” o correto é PARA AQUELE.

    Em “pode escutar’, o certo é PÔDE.

  40. Brian Oliveira Lancaster
    6 de fevereiro de 2015
    Avatar de Victor O. de Faria

    Meu sistema: EGUA.

    Essência: Ponto por abordar um tipo diferente. Nota 10,00.

    Gosto: a construção do cenário pelos olhos da criança foi o ápice da história, apesar de certos diálogos tornarem confuso distinguir onde ele estava. A reviravolta não dita no final foi muito acertada. Não achei que o início com poesia caiu bem, mas no final foi como uma luva. Nota 8,00.

    Unidade: apesar das belas descrições, houve momentos em que o tempo gramatical foi bruscamente alterado e o diálogo de quando o garoto ouve a briga, dá a entender que havia outra criança por ali. Nota 6,00.

    Adequação: o dito e o não dito fizeram seu trabalho. Nota 9,00.

    Média: 8,30.

  41. rubemcabral
    6 de fevereiro de 2015
    Avatar de rubemcabral

    Um bom conto; bem dramático, com um enredo simples.
    Está bem escrito em linhas gerais, só observei um pouco de variação temporal (Algo cai no chão, como carne morta. O piso treme junto com o garoto – frases no presente com toda a narração no pretérito) e uma dobradinha de preposições (Levado pelo em desespero) e “encima”.

  42. Pétrya Bischoff
    5 de fevereiro de 2015
    Avatar de Pétrya Bischoff

    Bueno, gostei da escrita, de um tom leve. No entanto, a narrativa pareceu-me distante e as descrições não foram tão convincentes. A estória tem potencial e penso que o autor poderia explorar melhor os sentimentos do guri. Não entendi se o pai foi embora, se a mãe matou-o ou se ele só saiu para ela fazer as malas… De qualquer maneira, boa sorte.

    • Mariana Gomes
      26 de fevereiro de 2015
      Avatar de Mariana G

      Olá, Pétrya!

      Obrigado pelo comentário e pela sinceridade. O final eu não pude desenvolver muito, mas eu preferi deixar ele em aberto para o leitor tomar o final que ele acharia mais confortável para si.
      Tchau!

  43. Alan Machado de Almeida
    5 de fevereiro de 2015
    Avatar de Alan Machado de Almeida

    Gostei do modo descritivo do conto. O conto pareceu-me gótico, bem trágico, com um final mais trágico ainda. Ponto positivo para mim.

  44. Fabio Baptista
    5 de fevereiro de 2015
    Avatar de Fabio Baptista

    Olá,

    A narrativa não é ruim, mas foi prejudicada pelo excesso de adjetivos.
    A história não traz muitas surpresas, mas o final é bonito, foi a parte que mais gostei.

    – Levado pelo em desespero
    >>> sobrou um “em”

    – levou novamente as orelhas
    >>> às

    – pode escutar uns ruídos baixos
    >> nesse caso era “pôde”

    – A visão rosto machucado
    >>> Faltou um “do”

    – duvida
    >>> dúvida

    Veredito: não está escrito de um jeito que me enche os olhos, nem a trama é das mais inovadoras… mas gostei do conto (exemplo de como o gostar/não gostar é quase totalmente subjetivo).

  45. Sidney Muniz
    5 de fevereiro de 2015
    Avatar de Sidney Muniz

    Num geral não curti muito a estória.

    O enredo é batido demais, sempre o adultério, esperava por uma surpresa maior.

    O texto carece de uma nova revisão.

    Bem, há de se observar talento por aqui. A narrativa tem seus altos e isso me cativou em alguns momentos.

    Trama: (1-10)=6
    Técnica(1-10)=7
    Narrativa(1-10)=7
    Personagens(1-10)=8
    Inovação ou forma de abordagem do tema (1-5)=3
    Título(1-15)=5 Gostei muito da escolha do título.

    No mais desejo boa sorte!

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Informação

Publicado às 4 de fevereiro de 2015 por em Pecados e marcado .