EntreContos

Detox Literário.

Caída (Edivana Berganton)

Caida

Ninguém está a salvo nesse mundo. Minhas mãos deslizam pela minha testa oleosa. Meus poros absorvem o óleo e o regurgitam de volta para o ambiente. Tenho fome e sinto sede. O copo vazio defronte a mim e a garrafa com teias de aranha. Conto os arranhões da mesa. Rasos, antigos, de outras eras. Batuco ali as minhas unhas com o esmalte descascado. Não me podem deter, penso. Um olho pisca convulsivamente. Rolo pela língua o catarro que suguei direto do nariz. Os pulmões gritam por fumaça de cigarro, mas acabaram. Estou aqui nesse local isolado, do rádio sai um blues imortal. Sequer ouço. Com certa dificuldade, levanto-me e vou até a janela. Ela me desvenda todo o entorno e também o entardecer. O céu está laranja e o vento a balançar as folhas das árvores. Não consigo vê-lo em lugar nenhum, mas sinto que está retornando à casa. Sinto em meus ossos, em minhas pernas trêmulas, em meus dedos secos, em minhas costas ossudas, em minha vagina úmida. Ele está chegando por mim. Minhas pupilas dilatam ávidas por encontrá-lo. Necessito dele em mim. Necessito seu arfar e seu salivar em minhas costas, sua língua macia e seu agarre firme. Estremeço em frenesi; consegui avistá-lo! Vem correndo, destilando charme. Abro a porta para ser agraciada em seu abraço festivo, para ser lambuzada em seus beijos sacanas. Não posso me conter. Levanto a aba do vestido vermelho e me curvo de quatro no chão. As costas arcadas, a cabeça por terra, o oco entre as pernas… Ele sobe em mim, engata suas patas caninas em minhas coxas e busca minha cavidade deliciosamente profana, abusadamente luxuriosa.

54 comentários em “Caída (Edivana Berganton)

  1. Edivana
    25 de fevereiro de 2015
    Avatar de Edivana

    Senhores, Senhoras! Muito grata por suas avaliações, críticas, elogios e sinceridade! Que a inspiração não lhes abandone! Abraços.

    • Claudia Roberta Angst
      25 de fevereiro de 2015
      Avatar de Claudia Roberta Angst

      Seu conto não ficou na minha lista top10 por um triz.

      • Edivana
        26 de fevereiro de 2015
        Avatar de Edivana

        Quem sabe uma próxima, né?! rs

        Obrigada, Claudia!

  2. rsollberg
    23 de fevereiro de 2015
    Avatar de rsollberg

    Aqui o escritor tirou onda, esbanjou o limite de palavras.
    Narrativa simples e direta.

    Zoofilia anda em alta nos desafios aqui do EC.
    É um conto onde o autor, arquiteta tudo para a surpresa final. Penso que poderia ter abusado ainda mais do preparo, como o “Nascido nas Brumas” fez. O impacto seria maior.

    Curti o desfecho, mas não curti a frase final “deliciosamente profana, abusadamente luxuriosa”, sei lá, não soou legal pra mim. Tentei até dizer em voz alta, sem um cachorro por perto, é claro.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  3. wilson barros
    23 de fevereiro de 2015
    Avatar de wilson barros

    Você escreveu um conto erótico com a temática da zoofilia. É um assunto extremamente profano, como você mesma(o) faz questão de deixar claro no último parágrafo. É o estilo poético de Baudelaire, Maurice Rollinat, Augusto dos Anjos…E para falar à verdade, com a atual profusão de contos eróticos na internet, a zoofilia já não choca tanto. O seu foi o único miniconto do desafio. A modalidade, como o microconto, teve um “boom” no Brasil e depois decaiu um pouco, mas ainda está de pé. Acho que você conseguiu construir um bom miniconto, bastante conciso, sobre um tema considerado atroz por muitos, principalmente pelas mulheres. Na modalidade do miniconto os meus autores favoritos são Ambrose Bierce e Jacques Sternberg, sugiro-lhe a leitura desses mestres.

  4. Alexandre Leite
    22 de fevereiro de 2015
    Avatar de Alexandre Leite

    Um único parágrafo cheio de fôlego para realçar o extremo erotismo do conto. Original.

  5. Leonardo Jardim
    20 de fevereiro de 2015
    Avatar de Leo Jardim

    Prezado autor, optei por dividir minha avaliação nos seguintes critérios:

    ≋ Trama: (2/5) achei simples, apenas uma cena bem descrita. Não houve exatamente uma trama.

    ✍ Técnica: (4/5) boa descrição e boas cenas. A técnica é boa com palavras bem selecionadas e algumas metáforas interessantes.

    ➵ Tema: (1/2) mas uma vez uma confusão de sexo/perversão com luxúria.

    ☀ Criatividade: (2/3) depois do centauro do último desafio, já estava preparado para o pior.

    ☯ Emoção/Impacto: (2/5) acho que o objetivo era causar impacto pelo nojo, mas não funcionou muito bem comigo. Acho que estou vacinado para perversões desse tipo.

  6. alexandre cthulhu
    20 de fevereiro de 2015
    Avatar de alexandre cthulhu

    nao li um conto. Pareceu-me mais um poema.
    Zoofilia? – pareceu-me!
    Se estiver certo, gostei muito!
    parabens

  7. Swylmar Ferreira
    18 de fevereiro de 2015
    Avatar de Swylmar Ferreira

    Conto corajoso, rápido e bem escrito. Linguagem objetiva, pouca narrativa e pouca descrição, Excelentes cronologia e conclusão. Luxuria?
    Parabéns Zoé.

  8. Pedro Coelho
    17 de fevereiro de 2015
    Avatar de Pedro Coelho

    Não necessita-se mil palavras para fazer um bom conto. Não ficou ótimo, mas ficou bom. Gostei da ousadia. Explorou bem o pecado proposto. Narrativa intensa. Em poucas linhas fez mais que muitos em muitas linhas. O único mal do conto curto é que ele geralmente fica vago, e esse não fugiu muito disso. Fica a impressão de que falta alguma coisa.

  9. Maurem Kayna (@mauremk)
    17 de fevereiro de 2015
    Avatar de Maurem Kayna (@mauremk)

    Onde a história? É apenas um coito envolto de alguém decadente em um cenário decrépito que sequer se desenha claramente. Não identifiquei qualquer conflito, climax ou anticlimax.

  10. Lucas Almeida
    16 de fevereiro de 2015
    Avatar de Lucas Almeida

    Eu não gostei muito deste texto. Podia ter trabalhado melhor a luxúria, fazer o leitor entender o que está acontecendo com a mulher, dar vida a essa cena, quem sabe detalhes da relação e não apenas do espaço horrendo em que ela está. Se entendi bem ela esperava um cão para fazer sexo com ela? Não captei a mensagem. Boa sorte.

  11. Sidney Muniz
    16 de fevereiro de 2015
    Avatar de Sidney Muniz

    Não gostei.

    Minhas – Minha – Repetição durante todo o texto – pareceu-me proposital, mas ainda assim excessivamente carregado.

    O céu está laranja – Fica melhor em minha opinião – O céu está alaranjado.

    A formatação do texto estruturalmente não me agradou, E a narrativa também ficou a quem do que li até aqui.

    No mais percebe-se o talento do autor(a) em trechos interessantes. E a revelação final é bacana, por mais que perceptível em certo ponto.

    Trama (1-10)=6,5
    Técnica 1-100=6,5
    Narrativa (1-10)=6,5
    Personagens (1-10)=7
    Inovação e ou forma de abordar o tema (1-5)=5
    Título (1-5) = 3 – O título não me chamou a atenção para leitura antes, e depois de ler o texto o achei ainda menos interessante.

    Boa sorte e continue firme!

  12. Carlos Henrique Fernandes Gomes
    15 de fevereiro de 2015
    Avatar de Carlos Henrique Fernandes Gomes

    Essa é a vó da Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau? Ou é o neto do Lobo Mau e a Chapeuzinho? Achei interessante a levada do blues imortal, quer dizer, do conto e acho que podia acabar na hora que ele “engata suas patas caninas em minhas coxas” e podia ter usado mais palavras no meio do texto com outras excelentes imagens. Mesmo assim, em pouco espaço você deu conta do recado. Li um conto que o morador de rua conheceu a Daiana na praia de Copacabana, começaram a namorar e na primeira noite de amor deles, o cara apanhou muito da polícia… adivinha por quê?

  13. Bia Machado
    15 de fevereiro de 2015
    Avatar de Bia Machado

    Infelizmente não gostei. No começo pensei que era a gula o pecado, mas depois fica claro que não. Tá, mas era a Chapeuzinho Vermelho, doida pra ser pega pelo Lobo Mau? =P Foi o que entendi com essa parte da “aba do vestido vermelho”, rs. Acho que ficaria melhor se desenvolvesse mais, explicando: quem é a mulher? Por que está ali, daquela forma? Por que espera tudo isso da criatura? Não confundir com “entregar tudo de mãos beijadas para o leitor”, por favor. Mas havia espaço para um desenvolvimento maior, umas 300 palavras pelo menos, por aí. De qualquer forma, o texto é forte. Certamente agradará a muitos leitores, aqueles que procuram uma temática e um jogo de palavras mais forte.

  14. Leandro B.
    14 de fevereiro de 2015
    Avatar de Leandro B.

    Unnn..

    Está aí um conto que acho difícil de analisar.

    O parágrafo único foi opcional? É mais do que viável dividi-lo em alguns mais… Contudo, o episódio fica mais rápido assim.
    Não parei a leitura por nenhum erro de ortografia.

    Achei bem escrito, mas não sei. Tem algo que me parece estranho. Acho que toda a construção da primeira parte não possui uma relação harmoniosa com a segunda (não que deva existir, mas parece que está apenas ali). Entendo que ela da um tom animalesco e primordial que, em certo sentido, combina com o fim, mas também parece gratuito, uma crueza sem razão de ser.

    A leitura me agradou como um todo, mas admito essa sensação de perdido. De algo fora do lugar.

  15. Pedro Luna
    11 de fevereiro de 2015
    Avatar de Pedro Luna

    Lembrou um pornô que eu assisti quando era mais jovem. Não sei o que comentar…rs. Nem achei bom e nem ruim. Infelizmente não me pegou. Bizarro, mas sem elementos que o tornaria mais interessante.

  16. Rodrigo Forte
    11 de fevereiro de 2015
    Avatar de Rodrigo Forte

    Dei muita risada com esse final, sinceramente não estava esperando nem um pouco por isso. Mesmo sendo um conto tão curto tem um impacto forte no leitor (seja ele positivo ou negativo).

  17. Rodrigues
    10 de fevereiro de 2015
    Avatar de Rodrigues

    conto bem escrito, imagens muito bem trabalhadas por alguem que já escreve há tempo, mas esse finallll…. hahaha po, sei la. esse final não rolou, do nada o dogao chega currando a protagonista, não dá. apesar que, voltando, toda essa estranheza do personagem, amplificada pelo cenário decadente, da ate uma substancia pro conto, isso deve ter sido pra justificar a entrada por trás do cao no final, mas pra mim ficou muito gratuito isso ai. preferia que fosse um conto de terror e o lobisomen fosse um estuprador. alias, é um lobisomem? oq é?

  18. Gilson Raimundo
    10 de fevereiro de 2015
    Avatar de Gilson Raimundo

    Surpreendente. Não esperava este fim, um conto curto porém muito criativo, história animalllll…..

  19. Gustavo Araujo
    9 de fevereiro de 2015
    Avatar de Gustavo Araujo

    O uso de “patas caninas” pode levar à conclusão que se trata de zoofilia, mas não penso que tenha sido essa a intenção do autor. Pelo menos não fiquei com essa impressão, embora a leitura permita concluir que quem possui a narradora pode ser tanto um homem como um cão. Bem, nessas horas os homens podem se portar como animais, não é mesmo? Texto bem escrito e que, em poucas linhas, traz o leitor para a mente ensandecida da protagonista. No entanto, fica nisso. Talvez pudesse buscar algo a mais, aprofundar a dúvida que se apodera do leitor quanto à identidade do parceiro. Quem escreve bem assim pode seguramente entreter mais.

  20. Cácia Leal
    7 de fevereiro de 2015
    Avatar de Cácia Leal

    No início, achei que tomaria outro rumo e até gostei, achei que teria surpresas maravilhosas. Principalmente quando vi o tamanho. Fiquei na espera de ser surpreendida por um conto bem escrito e dinâmico, que conseguisse transmitir sua mensagem em pouquíssimas palavras. Porém no meio comecei a me decepcionar, quando fui percebendo que o assunto, outra vez, seria a luxúria, o sexo. O conto está bem escrito, bem trabalhado, mas o rumo que ele tomou não me agradou. Gosto desse tipo de conto que pega um pedaço da vida da pessoa e apenas descreve o que se passa, sem dar um início e um fim propriamente dito. Parabéns ao autor pela visão pós-moderna de um conto assim.

  21. Anorkinda Neide
    7 de fevereiro de 2015
    Avatar de Anorkinda Neide

    Muito boa construção, um conto em parágrafo! Ousado!
    Parabens.
    Zoofilia novamente? hehehe
    Como outro conto, eu considero o tema abordado uma fantasia sexual.. pra mim difere um pouco do tema..pecados capitais.. é pela abordagem.
    bem é isso.
    boa sorte!

  22. Luis F. T.
    6 de fevereiro de 2015
    Avatar de Luis F. T.

    Confesso que me surpreendi com o final. O texto é curto, mas isso não o desmerece. É um conto bom e, para mim, um tanto chocante, rs.

    Não é, contudo, meu tipo preferido de leitura, então acabo não conseguindo apreciá-lo como talvez devesse.

  23. Luan do Nascimento Corrêa
    6 de fevereiro de 2015
    Avatar de Luan do Nascimento Corrêa

    Gostei bastante do conto, da forma como você conseguiu misturar o animal e o homem e, dessa forma, permitir a interpretação na direção de qualquer um dos dois. Bem escrito, embora algumas vírgulas estejam faltando – nada demais, todos pecamos nisso vez ou outra – e um período possua interpretação ambígua devido à forma como foi apresentado.

  24. Thales Soares
    5 de fevereiro de 2015
    Avatar de Thales Soares

    Um texto curto e, para mim, nada chamativo. Aliás, mesmo sendo curto, para mim foi cansativo. Leitura pesada e entediante. Porém, vale ressaltar que o escritor é extremamente habilidoso e mostra-se capaz de criar algo muito mais grandioso do que isso! Com um pouco mais de esforço, talvez, o autor(a) desta obra conseguiria facilmente sobressair sobre os demais. Mas o que foi mostrado aqui, no entanto, não me agradou.

  25. Brian Oliveira Lancaster
    5 de fevereiro de 2015
    Avatar de Victor O. de Faria

    Meu sistema: EGUA.

    Essência: Rápido e rasteiro, apesar da famosa síndrome dos parágrafos colados. Nota – 9,00.

    Gosto: Bem escrito, quase um mini conto. É seco e direto, o que, para este desafio, serve bem. Apreciei pela leitura rápida. Nota – 8,00.

    Unidade: Sem erros aparentes, mas cabia dois parágrafos ali (dividido), sem alterar a essência. Nota – 8,00.

    Adequação: Também não tenho dúvidas quanto a isso. Nota – 9,00.

    Média: 8,5.

  26. Alan Machado de Almeida
    4 de fevereiro de 2015
    Avatar de Alan Machado de Almeida

    Dividir em parágrafos ou linhas diferentes iam ajudar bastante na leitura. Tirando essa ressalva, a escrita em forma de poema ficou legal. Tente não escrever tudo no mesmo parágrafo, quando muito grandes cansam demais.

  27. rubemcabral
    4 de fevereiro de 2015
    Avatar de rubemcabral

    Bem escrito, mas… Puxa, o conto é uma cena, muito bem descrita, mas sei lá, ainda assim é só um punhado de frames do que deveria ser ao menos um curta-metragem…

    Seria interessante saber mais da mulher, entender o que a faz copular com o cão, compreendê-la, conhecer outras facetas…

  28. Ricardo Gnecco Falco
    4 de fevereiro de 2015
    Avatar de Ricardo Gnecco Falco

    Uma verdadeira cadeira elétrica.
    Desnecessariamente chocante.
    “Eu quero é ver o o…”…utro conto.
    Boa sorte!
    🙂

  29. AJ Paes
    3 de fevereiro de 2015
    Avatar de AJ Paes

    Um conto de zoofilia, acho que desenvolver um pouquinho mais pra deixar a revelação final mais impactante.

    Mas o caminho é por ai mesmo, parabéns.

  30. Pétrya Bischoff
    2 de fevereiro de 2015
    Avatar de Pétrya Bischoff

    Eita pow! A zoofilia está ganhando corpo no EC hahahahah. Brincadeiras à parte, belíssima escrita! Um microconto que não deixa a desejar e vence o seu proposto em pouquíssimas linhas. A narrativa é invasiva e põe o leitor na mesma peça que a moça está. Tenho quase certezas da autoria… em outro desafio houve algo semelhante, “rápido, rasteiro” e bem executado. Gostei muito, parabéns e boa sorte.

  31. Andre Luiz
    1 de fevereiro de 2015
    Avatar de Andre Luiz

    Olá, Zoé, você entrou bem na proposta de microcontos, não? Vamos à avaliação!

    A)O texto é interessantíssimo dentro do que pretende trazer de novo e inusitado. Percebe-se que a mulher anseia pelo libidinoso, está sedenta pela luxúria. Mesmo com poucas palavras, descreve a ambientação de forma minuciosa, e tudo o que podemos ver e sentir está lá nestas palavras. É completo naquilo que propõe e possui um bom clímax, quando o homem chega e satisfaz seus desejos carnais.

    B)Entretanto, sinto que o final do conto é bastante “no vácuo”, partindo diretamente do clímax para um desfecho cru. Uma sugestão pessoal seria finalizar melhor a produção, pois o enredo está excelente, e uma boa frase de efeito – por exemplo, daria plenitude a toda a trama.

    Parabéns e sucesso!

  32. Virginia Ossovski
    31 de janeiro de 2015
    Avatar de Virginia Ossovski

    Gostei da narrativa curta. Pareceu um estilo naturalista, que não gosto muito, mas ficou bem narrado e com umas descrições perturbadoras. Sucesso no desafio!

  33. Willians Marc
    29 de janeiro de 2015
    Avatar de Willians Marc

    Olá, autor(a). Primeiro, segue abaixo os meus critérios:

    Trama: Qualidade da narrativa em si.
    Ortografia/Revisão: Erros de português, falhas de digitação, etc.
    Técnica: Habilidade de escrita do autor(a), ou seja, capacidade de fazer bons diálogos, descrições, cenários, etc.
    Impacto: Efeito surpresa ao fim do texto.
    Inovação: Capacidade de sair do clichê e fazer algo novo.

    A Nota Geral será atribuída através da média dessas cinco notas.

    Segue abaixo as notas para o conto exposto:
    Trama: 7
    Ortografia/Revisão: 9
    Técnica: 7
    Impacto: 6
    Inovação: 6

    Minha opinião: Difícil analisar esse conto. Ele nos traz o tema luxuria, não tem erros de português, mas mesmo assim não conseguiu me conquistar. O final que poderia ser impactante, porém não me deixou surpreso.

    Onde está escrito “convulsivamente” não seria “compulsivamente”?

    Enfim, o que mais gostei do conto foi a escolha da imagem, haha.

    Boa sorte no desafio.

  34. Sonia Rodrigues
    28 de janeiro de 2015
    Avatar de Sonia Rodrigues

    Em minha opinião não é um conto, pois não há uma trama. O autor apenas descreve uma cena. Não chega a esboçar um enredo. As personagens não são elaboradas. Não se sabe quem é a pessoa, como chegou a esse local, onde está, onde encontrou o cão, como chegaram a esse comportamento etc.
    O gancho inicial é bom “ninguém está a salvo neste mundo.” Faltou escrever o conto.

  35. Thata Pereira
    28 de janeiro de 2015
    Avatar de Thata Pereira

    Gostei do relato, só achei que você deveria cuidar mais um pouquinho do final. O conto vem preparando o leitor para o que vai acontecer de uma maneira muito gostosa de ler, mas o final vem e passa como um raio. Isso nada tem a ver com o fato de ser pequeno, mas uma esticadinha, com todo o charme do início, faria toda a diferença.

    Boa sorte!

  36. Jowilton Amaral da Costa
    27 de janeiro de 2015
    Avatar de Jowilton Amaral da Costa

    Gostei. Só achei que o começo não bate direito com o desfecho. Pareceu-me que o escritor(a) começou o texto meio sem saber no que ia dá e de repente teve um insight e, aí sim, conduziu o conto para direção que foi finalizado. Penso que poderia ter sido um tantinho maior, ou então, modificar do início até “… Rolo pela língua o catarro que suguei direto do nariz.”, toda esta parte achei que não foi uma boa ligação para o resto do conto. ” … Levanto a aba do vestido vermelho e me curvo de quatro no chão. As costas arcadas, a cabeça por terra, o oco entre as pernas…” hohohoho, isto é hot. Aí vem um cachorro, putz, doideira. Bom conto. Boa sorte.

  37. JC Lemos
    27 de janeiro de 2015
    Avatar de JC Lemos

    Sobre a técnica.
    Boa, só achei que o conto deveria ter tido uma pausa, porém entendi a ideia do autor, de mandar tudo logo de uma vez.

    Sobre o enredo.
    Pesado. No meio do conto já imaginei que seria algo meio animalesco, só não sabia o animal, porém isso não desmereceu o conto. Esse mês o que vai ter de conto com aquelas conotações hentai… hahahaha
    Ficou bom, mesmo achando que poderia ter um pouco mais.

    Parabéns e boa sorte!

  38. Tiago Volpato
    26 de janeiro de 2015
    Avatar de Tiago Volpato

    Texto bem interessante, apesar de curto cumpriu bem o papel que você queria e por isso pode ser considerado um sucesso.

  39. Lucas Rezende
    26 de janeiro de 2015
    Avatar de Lucas Rezende

    Olá, autor(a).

    Muito bem escrito, tem ótimas passagens. Pude observar bastante competência na construção das frases. Parabéns.
    A história indubitavelmente lembra uma outra do último certame, zoofilia talvez vire moda nos contos (espero que não rs).
    O conto mostra muito bem o “estado” da personagem, a presença do cão no fim foi bizarra, mas impactante.
    Interessante, mas pessoalmente não gostei.
    Boa sorte!!!
    May the force be with us…

  40. Claudia Roberta Angst
    26 de janeiro de 2015
    Avatar de Claudia Roberta Angst

    Ui! Conto bem curto, na dose certa para causar o impacto necessário. Não encontrei falhas na linguagem. Bem escrito, alinhavado para levar o leitor ao final luxurioso. Choca um pouco (ou bastante, dependendo do leitor),mas acho que era esse mesmo o objetivo do autor. Conseguiu com maestria manter a atenção e a tensão. Bom trabalho! Boa sorte!

  41. Marcellus
    25 de janeiro de 2015
    Avatar de Marcellus

    Ah, a bestialidade… essa força sempre evocada para chocar o leitor. O conto ganha pontos pela revelação se dar apenas ao final e, claro, encaixar-se perfeitamente (no pun intended) ao tema, mais especificamente a luxúria.

    Conciso, eficaz e aderente ao tema. Boa sorte!

  42. Gustavo Aquino dos Reis
    25 de janeiro de 2015
    Avatar de Gustavo Aquino dos Reis

    Conto de tiro curto. Gostei, porém senti falta de um enredo mais extenso. Fiquei curioso acerca da identidade da narradora. Adorei a frase: “Estou aqui nesse local isolado, do rádio sai um blues imortal”. Muito boa

  43. Alan Machado de Almeida
    25 de janeiro de 2015
    Avatar de Alan Machado de Almeida

    Esse conto provocou inveja em mim. Gostaria de conseguir escrever em tom poético assim.

  44. itomachado
    24 de janeiro de 2015
    Avatar de itomachado

    Nossa! Muito Bom, me fez viajar para Paris, vendo uma dançarina do Cancan, entre os bares boêmios em busca de qualquer tipo de prazer para esquecer de sua doença(tuberculose) que tomava conta de sua vida

  45. Leda
    24 de janeiro de 2015
    Avatar de Leda

    Olá Zoé, se alguém dizer que seu texto ficou vago, que você poderia desenvolvê-lo mais, e muito mais, etc. Não acredite, não! Nós podemos escrever contos de apenas uma linha. Eu mesma já escrevi um assim. “Caiu mas ainda estava dependurado”. O seu está, simplesmente, bom. é gostoso de ler, é curioso e intrigante. O final, então, ficou sensacional, você deixou a imaginação do leitor a critério da sua imaginação.

    Bjos!

  46. Gustavo de Andrade
    24 de janeiro de 2015
    Avatar de Gustavo de Andrade

    Cara, sério… este texto seria bem mais aproveitado se tivesse vindo ANTES do notório Paixão de Primavera, me parece. Possui menos esmero que ele, uma vez que permite um deslize como: “do rádio sai um blues imortal. Sequer ouço.” — como se sabe algo que não se ouve/como você pôde saber que era um ~blues imortal~ se você sequer ouviu? Tira a credibilidade do texto. E, o valor que teria da inovação/choque da zoofilia, foi ROUBADO, USURPADO pelo texto do J.C. Lemos (e Escrevemos).

  47. Ito Machado
    24 de janeiro de 2015
    Avatar de Ito Machado

    Nossa! Viajei para Paris, logo vi uma das dançarinas do Cancan, vivendo em meio aos bares “Boêmios” para esquecer de sua doença (tuberculose) e querendo qualquer tipo de prazer.
    Muito impressionante, parabéns!

  48. Mariana
    24 de janeiro de 2015
    Avatar de Mariana G

    Mesmo com pouquíssimas palavras você conseguiu manter um bom ritmo ao texto. Parabéns e boa sorte!

  49. Eduardo Selga
    24 de janeiro de 2015
    Avatar de Eduardo Selga

    Muito boa a ambientação (não é o espaço ficcional) que o(a) autor(a) conseguiu imprimir ao miniconto. Provoca, competentemente, a sensação de que a trama se passa, por assim dizer, num tempo sem tempo. Não o contemporâneo: é outro, porém indefinido. O trecho que segue ilustra bem esse dado: “O copo vazio defronte a mim e a GARRAFA COM TEIAS DE ARANHA. Conto os ARRANHÕES DA MESA. RASOS, ANTIGOS, DE OUTRAS ERAS”.

    Por outro lado, não é a única interpretação possível. Os arranhões “de outras eras” podem significar apenas que são antigos, mas ainda assim contemporâneos. Mas o fato de ser um animal que chega à casa (pode ser um lobo, pode ser um cachorro), e a sugestão de que essa casa está num espaço ermo (“O céu está laranja e o vento a balançar as folhas das árvores”) aludem a uma antiguidade ancestral, que na literatura foi calcificado na figura do lobo mau, ou seja, o animalesco que nos invade naqueles espaços interiores que nem mesmo nós temos coragem de pisar. Nesse sentido, o conto é uma releitura muito competente de um antigo e muito famoso conto infantil (“Levanto a aba do vestido VERMELHO e me curvo de quatro no chão”) que, aliás, sempre é revisitado por contistas pelo potencial simbólico e psicológico.

    Nessa relação intertextual, se a Chapeuzinho deste conto não é exatamente uma versão nova (várias releituras sexualizam a personagem), há um traço original: sua animalização, ou seja, o desejo que ela tem de transar com o animal, na posição de uma fêmea do lobo ou cachorro, e isso expresso sem pudores, mas não de modo chulo. E, de fato, a condução do texto não pede outra linguagem que não a utilizada.

    Mas o conto levanta uma questão bem atual, qual seja, essa mesma animalização do feminino na sociedade, no sentido de a mulher ser representada em narrativas midiáticas e literárias como um bichinho de pelúcia à disposição do macho, e sua “posse” como se fora uma fêmea no cio ser algo natural.

    Por outro lado, uma das conquistas da liberdade sexual foi exatamente essa: boa parte da mulher de hoje não se sente mais “pecadora” ou qualquer asneira do tipo por praticar posições antes vistas como “coisa de puta” ou “próprias” de homossexuais.

    Assim, sob esse aspecto, o conto pisa em terreno limítrofe, gerando reflexões muito boas. O que, sem dúvida, amplia seu valor estético.

  50. Fabio Baptista
    24 de janeiro de 2015
    Avatar de Fabio Baptista

    E tome luxúria! Acho que será o pecado preferido aqui no desafio… e quem pode nos culpar? 😀

    Veredito : bem escrito, mas não teve o impacto que um mini conto necessita para se destacar. Talvez se fosse a vovó, melhoraria um pouco nesse sentido.

  51. mariasantino1
    24 de janeiro de 2015
    Avatar de mariasantino1

    Caraca! Tantas ideias me passaram na mente ao ler seu conto. Dois lobisomens (um macho e uma fêmea), ou dois caninos mesmo e você narrando o ato libidinoso. Mas infelizmente não foi assim. Bem, pensei na mulher em questão e me deu uma vontade de saber mais dela. Se fosse algo com freiras eu teria gostado mais (não disse que passou muitas coisas pela cabeça? haha!), tipo a freira-mor esperando a visita do seu demônio em forma de animal. Caberia mais coisas aí, Zoé.

    Não peguei a razão dessa frase “Ninguém está a salvo nesse mundo.”, ela me instigou e esperei que pudesse haver algo de ruim por parte da mulher, mas ela só se entrega para o cão/lobo/homem. Penso que poderia ser uma bruxa devido ao tempo decorrido, outras eras e adoraria que fosse mais claro o que a mulher era, bem como mais algumas descrições do ato em si, carregando na subjetividade, mas, enfim. O texto foi o que você me ofereceu e ponto.

    — à casa (casa, lar é sem crase). — mudaria algumas frases para deixar mais fluído. Tipo esse agarre aí — Necessito do seu agarrar, ou que ele me agarre. Os mente mente do fim desagradou um pouco.

    Boa sorte.

  52. Miguel Bernardi
    23 de janeiro de 2015
    Avatar de Miguel Bernardi

    Olá, Zoé.

    Então… temos aqui muita luxúria e zoofilia? Quando vi o tamanho do conto, pensei, ‘Este vai ser bom! O(A) Autor(a) arriscou mesmo. Bem, é bom conto? Sem dúvidas. O fator chochante vem no final do texto, é uma surpresa, a qual encarrei com uma expressão que não sei bem definir.
    Algumas frases parecem truncadas, mas acho que evitar espaços/quebras de linha foi proposital, para mostrar o desespero da protagonista: funcionou muito bem. Mesmo assim, algumas frases não soaram bem mesmo (minha opinião).

    Parabéns e boa sorte no desafio!

E Então? O que achou?

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Publicado às 23 de janeiro de 2015 por em Pecados e marcado .