EntreContos

Detox Literário.

Fênix de Gelo (Victor O. de Faria)

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Tentei, eu confesso! Mas as lembranças daquele dia não serão facilmente esquecidas. Quando nos deparamos com o incompreensível, leva-se tempo até filtrarmos as sensações, e nem sempre a lógica vence essa batalha. Não sei por que estou lhe contando isso, sei apenas que os mineradores preferem manter distância. Acham que estou louco, sabe? Agradeço por meu ouvir.

A propósito, já lhe contei desde o início? Acho que não…

Estou falando de uma semana lucrativa. Lembro de quando meu fiel companheiro apontou o local exato de perfuração, o sorriso estampado em seu rosto e as significativas leituras projetadas em seu pulso. Sim, os asteroides de nosso quadrante possuíam alto teor mineral. Apontei a ferramenta, liguei o temporizador e realizei preciosos cálculos mentais. Foi nesse instante que o vi, pela primeira vez.

Branco. Cintilante. Veloz. Cruzando o espaço como um meteorito, abrindo suas majestosas asas ao notar a presença de outros seres vivos. Deixando rastros de gelo no vácuo, pavimentando de forma suave seu caminho às estrelas distantes.

E assim atravessou nossa órbita, de um lado ao outro. Aquele estranho fenômeno cósmico, incomum, indistinto e intelectual, subvertia nosso conhecimento. Se pudesse, teria coçado os olhos. Estávamos presenciando algo novo: uma criatura de gelo, com asas!

Seu intenso reflexo nos atrapalhou. Fiquei confuso. Fui obrigado a acompanhar sua trajetória com meu próprio corpo. Sem estar completamente lúcido, apertei o botão, lançando a perfuratriz a toda velocidade contra… Contra… Bem, é por isso que estou aqui (eu acho). Infelizmente, a única pessoa que poderia provar tudo isso, está na câmara de recuperação. Culpa minha.

Mas, sabe, a criatura (que apelidei de “pássaro celestial”), entrou em contato conosco durante aqueles segundos eternos. Sinceramente, não sei como. Telepatia, talvez? Em um piscar de olhos recebi instruções de como encontrá-la! Acredita? O problema é que isso implica admitirmos que não estamos sozinhos no universo, uma ideia ligeiramente assustadora. Apesar de procurarmos evidências durante décadas, nunca estamos realmente preparados.

Alguns dizem que vi uma espécie de inteligência mecânica e em meio à experiência dei-lhe formas mais convenientes. Não me pareceu assim. O que importa é que nunca vi nada igual, entende? O ser de luz enviou-me ondas, números, figuras e ruídos incompreensíveis, incluindo seu nome. Aliás, qual era mesmo?

A colônia sabe de sua existência, tenho certeza. Caso contrário, não haveria motivo para me colocarem em quarentena. Concordo, foi um acidente terrível, mas sinto que existem outros fatores envolvidos. Chame de intuição. Parece que os maiorais têm medo. Já imaginou como esse evento pode influenciar a exploração espacial?

No entanto, não vejo motivo para tanto segredo. A criatura, sozinha, é mais perigosa que todos nós? Pelo que pude perceber, não é tão diferente assim. Afinal, também busca respostas.

Irei até ela, assim que sair daqui. Se me deixar pilotar esse veículo de contenção, posso provar que não estou errado. Existe vida lá fora!

Então, temos um acordo? Hein?

Por que não responde, máquina imprestável? Maldita era em que deixamos a tecnologia assumir o controle. Se não posso sair, pelo menos me deixe visualizar as coordenadas que acabei de digitar! O que? Eu já pedi isso ontem? Tudo bem; mostre novamente.

Nove planetas que orbitam uma única estrela. Impressionante! De qual deles partiu o ser alado? Seu movimento elíptico deve ser totalmente diferente do nosso, afinal, Gliese orbita uma estrela anã. Será que todos possuem asas, antenas ou apêndices?

Falando em asas, a minha direita está bem queimada. Também, quem mandou ficar próximo de todo aquele gelo… Ah, lembrei!

V-o-y-a-g-e-r. Esse era o nome do pássaro celestial. Eu imploro! Deixem-me seguir as coordenadas! Poderão nos guiar a uma civilização avançada, perfeita e completamente pacífica. Se todos forem assim em seu planeta natal, que criaturas fantásticas devem ser!

Espere! O chicote neurônico? Não faça isso! Tenho tantas respostas… Basta fazer as perguntas certas! Por que devo esquecer o que vi? E como sabe que são perigosos? Argh… Minha asa direita! Pare! Preciso sair… Não… Eu… Preciso…

Eu…

Tentei, eu confesso! Mas as lembranças daquele dia não serão facilmente esquecidas… Não sei por que estou lhe contando isso… Acham que estou louco, sabe? Agradeço por meu ouvir.

A propósito, já lhe contei desde o início? Acho que não.

39 comentários em “Fênix de Gelo (Victor O. de Faria)

  1. Marcellus
    11 de janeiro de 2015

    Muito bom o conto. Tem o pequeno furo do alienígena conseguir soletrar “Voyager”, mas tudo bem. Licença poética.

    A sacada da criatura ser um satélite alienígena foi uma das melhores que li até agora. Parabéns MESMO.

    Boa sorte no desafio!

  2. Jefferson Lemos (@JeeffLemos)
    10 de janeiro de 2015

    Rapaz, eu li e comentei esse conto, mas minha internet quase me passa a perna!

    Sobre a técnica.
    Muito boa, narra bem e nos faz sentir empatia pela criatura. Gostei como fez as descrições e nos fez ver a criatura naquilo que não conhecemos.

    Sobre o enredo.
    Muito bom, o título casou muito bem com a proposta.Gostei da história e do desenrolar. O relato parece muito humano, mas no bom sentido. A magia de ver através dos olhos dos outros. Mesmo que sejam alienígenas.

    Parabéns, ficou muito bom!
    Boa sorte!

  3. Miguel Bernardi
    5 de janeiro de 2015

    Olá, autor(a)!

    Primeiramente… adorei seu texto. Por vários motivos: A narrativa, a surpresa -voyager-, o fato do narrador se aproximar do leitor a cada linhas…

    Mas, principalmente, porque curso Física, e trabalho do Dep. de Astronomia. Bem, vamos aos comentários.

    A narrativa é inspirada, a ideia que você criou é genial. A premissa funciona muito bem. O texto não tem repetições sem sentido, ele flui, dá prazer ao leitor. Parabéns pela sua criação!

    Bem, quanto ao tamanho… é pequeno. Deixou vontade de quero mais. Isso pode ser bom e ruim. Mas a história é tão boa que compensa tudo isso. A surpresa no final foi o melhor.

    Abraços, e boa sorte!

  4. Paula Mello
    30 de dezembro de 2014

    Me surpreendi em cada linha do texto, gostei da forma que fluiu e os detalhes projetados pelo autor. Muito bem estruturado, criativo e a linguagem está bem clara.
    Não observei pontos negativos no decorrer do texto. Parabéns!

    Boa Sorte J.Camarão!

  5. Swylmar Ferreira
    27 de dezembro de 2014

    Oi Jaime
    Achei seu conto interessante. Tenta apanhar em cheio o tema de visitantes extraterrestres. Vamos ao que interessa.
    A estrutura é objetiva, boa criatividade, bom enredo. A linguagem é clara e objetiva, o que facilita o entendimento do leitor.
    Parabéns!

  6. Anorkinda Neide
    27 de dezembro de 2014

    Muito bom!
    Eu já queria comentar que nao gosto de contos espaciais e blablabla, qd o conto mudou de perspectiva e me fisgou por completo.
    Parabens pela bela execução desta historia.
    Abração

  7. daniel vianna
    25 de dezembro de 2014

    Interessante essa discussão a respeito de se tratar ou não de uma criatura fantástica. Acho que ela remete à questão subjetividade/objetividade. Objetivamente, sabemos que não, já que se trata de uma nave espacial. Porém, subjetivamente, para o narrador, que vive em uma civilização aparentemente atrasada, o que ele vê nos céus é, sim, uma criatura, como costumamos dizer dos nossos antigos, que tinham explicações mágicas para tudo. Enfim, um texto bem escrito, apesar de eu sentir falta de um conhecimento maior acerca da natureza e da descrição do narrador/protagonista, uma criatura que possuía asas. Valeu.

  8. Laís Helena
    25 de dezembro de 2014

    Gostei muito do conto. Você conseguiu, em poucas linhas, fazer uma breve apresentação sobre seu mundo e o personagem, e ainda aprofundá-lo um pouco. Também manteve um tom de mistério durante todo o texto, o que me levou até o fim.
    No entanto, a descrição da fênix de gelo me pareceu pouco memorável; para algo que chamou tanto a atenção de seu personagem, merecia ser melhor trabalhada.
    E você certamente ganhou pontos comigo ao misturar anjos (foi isso o que imaginei pela menção das asas) a um mundo futurístico. Uniu ficção científica e fantasia de forma bastante interessante.

  9. Silvio Ferreira
    20 de dezembro de 2014

    O primeiro ponto que me chamou a atenção foi o estilo: bem claro e direto, seco e envolvente.
    No meio da narrativa, fiquei perdido com as descrições espaciais e aí veio a grande recompensa. Gostei da mudança de perspectiva. Eu esperava um ponto de vista humano.
    A fantasia aliada à ficção científica foi algo bem diferente do que li até agora por aqui.
    O conto também flerta com o mistério pelo fato de o narrador não ter compreendido muito bem o que viu. Kubrick total! Uma Odisseia Espacial pela visão de um E.T, dá para imaginar?

    Escrita clara, inversão de perspectiva e a incerteza e o mistério do universo transmitidos pelo narrador. Essa combinação me fez gostar tanto do conto.
    Muito bom!

  10. Eduardo Matias dos Santos
    19 de dezembro de 2014

    Achei legal a construção adotada e a inconstância da narrativa que denota um eu lírico “perturbado”. Esse recurso tende a acrescentar uma riqueza ao texto, o narrador não confiável, que já conhecemos.

  11. Letícia Oliveira
    18 de dezembro de 2014

    Confesso que tive que reler para entender o conto, mas valeu a pena. A ideia foi muito boa e teve uma narração adequada. Não vi muitos pontos negativos na escrita. A história não teve grande impacto, mas foi interessante ver as coisas por esse ponto de vista. O autor deu um relance do que é esse planeta distante, e já deu pra imaginar bem como é e, claro, deixar uma curiosidade. Sobre ser em primeira pessoa: Talvez se fosse em terceira, o conto deixaria de ser sobre criaturas fantásticas, afinal de trata da perspectiva de uma ser extra-terrestre de uma nave espacial. Achei o conto muito bacana. Parabéns.

  12. Sidney Muniz
    16 de dezembro de 2014

    Eu gostei, sim. Um conto curto, com inicio meio e fim, ainda que cronologicamente ele nos dê uma rasteira.

    A trama não é excelente, ma com uma pergunta, você criou um conto cheio de reflexões, entrelinhas e pontos interessantes. Isso me cativou.

    O desenvolvimento é filosófico. Mais um ponto para você.

    O final é uma boa sacada. Gostei muito dele!

    Curti, mas queria que o conto me dissesse algo mais, que não fossem tão simplesmente as perguntas. Senti falta de descrições e de ambientação, como também de envolvimento com o personagem.

    Dentro de sua proposta você obteve êxito, isso é fato.

    Parabéns e muito boa sorte autor(a)!

  13. Gustavo de Andrade
    16 de dezembro de 2014

    Cara, a revelação no final é muito boa. Não imaginava, realmente, se tratar de um ônibus espacial a descoberta da personagem. Mas: por que, por exemplo, “eles” (que eu também não sei quem são) prenderam o personagem principal? Por conta do narrador querer narrar somente um ponto de vista em primeira pessoa, sem nenhum outro personagem pois o focado está preso, faltaram informações que com certeza enriqueceriam (e esclareceriam) a trama.
    Me pareceu um bom prólogo de um livro interessante. Mas talvez não tenha sido o suficiente para um conto, que deveria ser um pouco mais aberto, em relação ao universo tratado, e fechado, em relação ao arco do personagem (isso ao meu ver).
    Boa escrita!

  14. mariasantino1
    11 de dezembro de 2014

    Olá!

    O conto é bom, mas muito curto. Poderia ser mais instigante. Algumas comparações são legais, na medida para o tamanho do texto (lá eu falei do tamanho do texto de novo 😛 ). Eles eram seres com asas. É bem bacana retirar a mesmice que se pinta dos extraterrestres (parabéns por isso). Sim é interessante que seja outra civilização. Teu conto tem aquela pegada de mini, que oferece muito em poucas linhas e preza pela surpresa, mas você usa “a única PESSOA que poderia provar tudo isso, está na câmara de recuperação”. Entendo que tentou esconder que era outros seres (não humanos), mas deixo a dica de usar “SER”e não “PESSOA”, ok? Fora isso, você utiliza termos populares “Fiel companheiro”, por exemplo. Uma sugestão para mudar a estrutura do conto (se me permite o pitaco, é claro) seria ele mandar uma mensagem em nossa língua. Escapar da quarentena e começar a narrar o conto como mensagem, daí não perderia o clima instigador do início e retiraria a estranheza dele falar com a máquina. Você ainda poderia dizer que o ser aprendeu a falar assim depois do contato com a Voyager, por exemplo.

    Essas são somente algumas observações. Parabéns pelo conto. Abraço!

  15. rubemcabral
    9 de dezembro de 2014

    Bom conto: interessante a mistura de FC com fantasia, fazendo da velha Voyager uma criatura fantástica para outra civilização. Bacana o “loop” também.

  16. Fil Felix
    9 de dezembro de 2014

    Esquema do comentário + nota: 50% Estética/ Tema e 50% Questões Pessoais

    = ESTÉTICA/ TEMA = 4/5

    Não notei nenhum erro que vale a pena comentar, apresenta um trabalho bem fluído. A ideia do loop é muito interessante, gosto dessa ideia de repetir a frase do início (que, convenhamos, não é nenhuma novidade ^^), mas se encaixou muito bem com a amnésia, com a loucura da personagem, com a repetição. Há muita informação subliminar aí, que sempre é interessante. Fazer o leitor pensar um pouco, sair da zona de conforto. Por mais que não seja tradicional, você trabalhou em várias vertentes do que pode ser fantástico, do que pode ser uma criatura.

    = PESSOAL = 3/5

    Por algum motivo, seu conto me lembrou Arquivo X (que simplesmente adoro), principalmente na parte da quarentena. Isso me levou à uma outra vibe no conto. E talvez seja isso que me fez querer mais da narrativa, mais alienígenas, mais sobre o que podem esconder de nós, tramas governamentais… E por ser um conto curto, não daria pra desenvolver tanta coisa (apesar que mesmo assim você falou sobre vários assuntos). Então, fiquei com esse gosto de que faltou algo.

    Mesmo assim, foi um conto bem legal!

  17. Pétrya Bischoff
    9 de dezembro de 2014

    Bueno, gostei muito dessa troca de olhares, a criatura fantástica sendo o que é incompreensível para eles (alienígenas). Gostei, também, desses laços entre a realidade, a mitologia e a ficção, e penso que o autor soube mediar tudo muito bem. O tamanho também está bueníssimo. O que nunca me agrada nos contos são essa questão cíclica, bom que aqui tenha aparecido somente no final.
    De maneira geral, gostei e me instigou a pensar: “Seríamos, então, nós os seres mais evoluídos?” Parabéns e boa sorte.

  18. Brian Oliveira Lancaster
    8 de dezembro de 2014

    Este texto gera uma discussão muito boa (diria eterna) sobre o que é fantástico. Acredito que depende muito do ponto de vista de quem vê ou do próprio personagem descrito. Realmente gera dúvidas, apesar de ficar claro (para mim) que a criatura-narradora é o elemento fantástico do texto. Não sei por que me veio a ideia uma barata falante. Um ou outro errinho não chegou a atrapalhar a experiência. Gostei.

  19. bellatrizfernandes
    8 de dezembro de 2014

    Muito bom, muito bem escrito! Adorei o efeito circular da história, bem pensado! A princípio parece algo futurista, mas na verdade não é. Será que estivemos mesmo tão perto de conhecer uma outra espécie? Talvez…
    Acho que só a interlocução ficou um pouco confusa. Ao mesmo tempo que o autor parecia que queria deixar fluir, as palavras pareciam meio engessadas, meio arcaicas. Talvez fosse o estilo do alienígena, mas foi a única coisa que me impede de dar uma nota integral.

  20. Sonia
    7 de dezembro de 2014

    correção gramatical – 10
    técnica – 10 Desenvolveu de forma interessante, inteligente, com maestria.
    impacto – 10 Ao colocar a Voyager no meio do conto, além dos nove planetas esclareceu que se tratava do sistema solar mas não do nosso planeta, o que causou uma reviravolta na trama.
    inovação – 8 Segue a mesma linha de alguns bons contos de ficção científica, não sendo totalmente original, porém é bem criativo.
    trama – 10 Muito interessante e bem elaborada.

  21. Douglas Moreira
    7 de dezembro de 2014

    Que boa interpretação de uma criatura fantástica. O nome me fez imaginar apenas uma fênix de gelo no céu, porém ao longo do texto surgem possibilidades e mais possibilidades. E o narrador, pego em um ponto de vista muito interessante. Gostei muito do texto.
    Parabéns!

  22. Jéssica Stewart
    7 de dezembro de 2014

    Uau, nossa. Precisei de um tempo para digerir tudo. Acabei tendo que reler o texto porque fiz uma leitura dinâmica dos comentários e vi que fiz uma interpretação do além kk. Enfim, essa inversão da realidade em que a história é narrada por alguém exterior ao planeta Terra e a crítica ao uso da tecnologia (“Maldita era em que deixamos a tecnologia assumir o controle.”), foram os pontos altos do texto. Confesso que fiquei um pouco perdida ao ler pela primeira vez, já que demorei para perceber que havia um diálogo entre esse ser e a máquina que o torturava (achava que era entre ele e o leitor, contudo, creio que era essa a intenção do autor). Outro coisa que me chamou a atenção é o duplo sentido que a última frase (como dita anteriormente, a cereja do bolo) deu ao texto, uma vez que sua insanidade poderia ter sido provocada pelas torturas, ou a sua insanidade ter provocado a alucinação de ter visto algo de outro mundo (o que provavelmente era a imagem que seu torturador queria passar ao restante da população). Percebi um leve traço de uma crítica que circula por aí contra a NASA, uma que “afirmam que esta já possui provas de vidas exteriores ao planeta Terra, no entanto não divulgam, pois assim perderiam investimentos, uma vez que um de seus objetivos primordiais já teria sido alcançado”; teorias, acredite quem quiser. Um texto leve, daqueles que usamos para “desintoxicar” de histórias muito carregadas, e muito bem conduzido. Obrigada! Boa sorte no concurso!

  23. williansmarc
    5 de dezembro de 2014

    Olá, autor(a). Primeiro, segue abaixo os meus critérios:

    Trama: Qualidade da narrativa em si.
    Ortografia/Revisão: Erros de português, falhas de digitação, etc.
    Técnica: Habilidade de escrita do autor(a), ou seja, capacidade de fazer bons diálogos, descrições, cenários, etc.
    Impacto: Efeito surpresa ao fim do texto.
    Inovação: Capacidade de sair do clichê e fazer algo novo.

    A Nota Geral será atribuída através da média dessas cinco notas.

    Segue abaixo as notas para o conto exposto:
    Trama: 9
    Ortografia/Revisão: 9
    Técnica: 8
    Impacto: 7
    Inovação: 8

    Minha opinião: Gostei. A trama misturando realidade (voyager) com a mitologia ficou bem interessante. O protagonista também me agradou, ao ser um louco com tais divagações conseguiu me prender. A frase repetida no fim do texto foi a cereja do bolo.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  24. Andre Luiz
    5 de dezembro de 2014

    Adorei a forma como o autor conduziu o texto, explicando tudo passo a passo desde o encontro com a “criatura de gelo alada”, que só depois viria a ser chamada de Voyager. Curioso que penso ter ouvido este nome certa vez… Seria uma sonda espacial soviética? Posso estar me confundindo. O mais interessante, no entanto, é a questão da dominação das máquinas sobre os humanos, algo que se tornou um perigo nos tempos modernos. Acredito, sim, que o futuro sonhado por muitos pode acabar naquilo que se chama inteligência artificial(e que foi perfeitamente retratado no conto). A parte que mais gostei foi: “Já imaginou como esse evento pode influenciar a exploração espacial?No entanto, não vejo motivo para tanto segredo. A criatura, sozinha, é mais perigosa que todos nós? Pelo que pude perceber, não é tão diferente assim. Afinal, também busca respostas.” É isso mesmo que estamos tentando ao tencionar colonizar Marte? Respostas? Parabéns e sucesso no concurso!

  25. Claudia Roberta Angst
    5 de dezembro de 2014

    “A propósito, já lhe contei desde o início? Acho que não.” Tenho uma amiga assim, que reconta o enredo vivido só para ter certeza de não ser uma alucinação, ou quem sabe, compartilhar seus delírios.
    Conto bem escrito, tamanho ótimo, imagens interessantes. No começo, pensei em Pégasus, o cavalo alado, não sei porque…mas, depois foi logo mencionado que se tratava de uma ave. Um cavalo alado é ave ou mamífero? Enigmas da mitologia!
    Enfim, a narrativa não cansa e a dúvida quanto à veracidade do relato do narrador torna a leitura instigante. Boa sorte!

  26. rsollberg
    4 de dezembro de 2014

    Texto muito interessante. Bem escrito, com ritmo bom.

    Na verdade, me lembrou, ainda que de forma superficial, de outro texto de um desafio passado. Um conto onde uma última mensagem era repetida sem parar nesse efeito loop.

    Não sei se em razão ainda do filme Interestelar, consegui visualizar muita coisa e, também, criar algumas imagens. Esse é um dos textos em que você precisa dialogar com o autor para tentar pescar tudo, rs.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  27. Tiago Volpato
    4 de dezembro de 2014

    Bacana o texto. Bem escrito e com uma sacada legal. As coisas só são fantásticas para aqueles que não as conhecem! Gostei do texto. Parabéns.

  28. simoni dário
    4 de dezembro de 2014

    O texto é muito bem escrito, precisei ler mais de uma vez, não pela narrativa, mas pelo enredo.
    Não sou entendida nessas coisas do espaço, apesar de gostar muito do tema, então tive que ler algumas vezes para captar a mensagem, que foi bem interessante.
    O conto apresenta questões instigantes como o que me pareceu “loucura” do protagonista por ter visto alguma coisa que ele não conseguiu identificar e quando fala da culpa por ter causado um acidente levando uma outra pessoa para a câmara de recuperação “a única pessoa que poderia provar tudo isso, está na câmara de recuperação. Culpa minha.” Fiquei com peninha dele, poderíamos enlouquecer de ver (saber) que existem coisas por aí que não conseguimos identificar até hoje? Dá pra entender a angústia do pobre, com tudo isso tendo que ficar em quarentena. Só fiquei na dúvida quando ele fala da sua asa direita queimada, o que seria o personagem? É uma espécie de criatura fantástica voadora? É, porque pelo jeito ele chegou bem perto da Fênix de gelo. Muito bom! O texto faz quebrar a cabeça pra entender (“tentei, eu confesso!”)
    Enfim, gostei bastante, a narração é impecável e apesar de parecer complicado, é leve e fluído. Parabéns!
    Abraço e boa sorte!

  29. Ledi Spenassatto
    4 de dezembro de 2014

    Bom. Um conto que instiga a leitura, para buscar os quês que ficaram (in)palpáveis, suspensos num espaço abstrato.
    Gostei da narrativa _, Tenho tantas respostas… Basta fazer as perguntas certas!
    Essas respostas ficaram suspensas, dando vazão a muitas vertentes. Isso prova que ninguém lê um texto da mesma maneira que outros leem.

  30. Wallisson Antoni Batista
    4 de dezembro de 2014

    Muito bom, o enredo e a ortografia andam juntas e com pequenos erros quase insignificantes. Um conto que poderá ser vitorioso nesse desafio.

  31. Leonardo Jardim
    4 de dezembro de 2014

    Muito legal o conto! A técnica e a narrativa transcorreram sem um deslize que pude notar e a história encerra-se de forma surpreendente e interessante, nos levando a pensar como as demais raças do universo reagiriam à nossa existência.

    Os únicos problemas que incomodaram um pouco foram algumas frases pouco naturais, por exemplo quando o narrador transcreve em forma de pergunta o que o seu interlocutor está dizendo (“O que? Eu já pedi isso ontem?”) ou quando ele narra um acontecimento (“Espere! O chicote neurônico?”). Além disso, apesar do final muito bom, acabou que o conto não trouxe nada de “criatura fantástica”, né? Aqui me refiro ao conceito de “fantástico” como algo que não pode ser explicado pela ciência. Enquanto lia, estava esperado mais uma mistura de gêneros (ficção científica e fantástica), que acabou não acontecendo.

    Apesar dos problemas citados, gostei muito, como já disse. Parabéns e boa sorte!

  32. Wender Lemes
    4 de dezembro de 2014

    Gostei. Conseguiu provocar muitas reflexões com um conto relativamente curto. Tecnicamente inquestionável, o fato de explorar um ponto de vista que não o humano e de colocá-lo em ciclo causa uma angústia quase indescritível, como se houvesse um olho gelado piscando eternamente na sua nuca (viagem minha, mas é mais ou menos por aí). Enfim, parabéns e boa sorte!

  33. Virginia Ossovsky
    3 de dezembro de 2014

    Gostei muito! É dessas histórias que melhoram a cada parágrafo, e a revelação do final me deixou passada ! O autor(a) sabe o que faz e apresentou um conto surpreendente e com o dom de fazer pensar(ou dar um nó no pensamento). Parabéns e boa sorte !

  34. Fabio Baptista
    3 de dezembro de 2014

    ======== TÉCNICA

    Muito boa.

    Cumpre bem o papel de contar a história de maneira clara, com bastante fluidez e quase nenhum erro (só notei um “meu” no lugar de “me” em “Agradeço por meu ouvir”).

    ======== TRAMA

    Gostei da “reviravolta” na trama.
    O loop também ficou bom.

    Só não captei legal com quem o personagem estava conversando. Às vezes soava mais como loucura do que como um diálogo.

    Ou seria o personagem também uma máquina, daí o loop?

    Bom… a única ressalva que faço é em relação ao tema (e olha, esse é um ponto que costumo relevar bastante): acho que tanto robôs quanto alienígenas resvalam na classificação de “criaturas fantásticas”. Sei que a fênix foi usada como uma metáfora e tal, mas não foi o suficiente, na minha opinião.

    ======== SUGESTÕES

    – Acredito que o texto ganharia com alguns diálogos.

    ======== AVALIAÇÃO

    Técnica: ****
    Trama: **
    Impacto: ***

    • Jaime Camarão
      4 de dezembro de 2014

      A gente revisa, revisa e revisa, mas a Lei de Murphy sempre aparece!

  35. Lucas Rezende
    3 de dezembro de 2014

    O conto surpreendeu brincando com a proposta, transformando a Voyager em uma criatura mitológica.
    O começo precisava ser um pouco mais atraente, fiquei bem desanimado com o início, mas conforme a história prosseguia, ela melhorava e intrigava.
    Pontos por não ter se empolgado e aprofundado desnecessariamente em alguns aspectos.
    Boa sorte!!!

  36. Ana Paula Lemes de Souza
    3 de dezembro de 2014

    Bem criativo. ADOREI, eu interpretei como um ser de um outro planeta de nosso sistema solar (Júpiter, Saturno, Urano, Netuno ou Plutão), vendo nossa belíssima sonda do programa Voyager no espaço, que realmente parece um pássaro.
    Parabéns e boa sorte! Nenhuma observação ou sugestão a acrescentar, foi um texto muito bom!

  37. piscies
    3 de dezembro de 2014

    ===TRAMA 3/5
    A trama é bem interessante. Fui pego de surpresa no final: não consegui prever a verdadeira identidade do narrador. Engraçado como você conseguiu nos apresentar a duas criatuars ao mesmo tempo, sem sabermos: o ser humano, e a “outra”, que no caso é o narrador, rs.

    Só achei estranho o fato da criatura estar conversando com um computador através do teclado, mesmo sabendo que a máquina não iria respondê-la. E ela digita também as vezes em que esita e pondera? Estranho.

    A história tem pouco impacto, mas é interessante. Parabéns!

    ===TÉCNICA 4/5
    A história está bem escrita, sem falhas, até onde vi. Se existirem, são poucas. O estilo é sucinto e direto. Consegui formar todas as imagens na minha mente e tive uma boa ideia de tudo o que aconteceu. Nada a reclamar aqui.

    Parabéns pelo conto e bom desafio!

  38. Jowilton Amaral da Costa
    3 de dezembro de 2014

    Gostei e está muito bem escrito. Bacana também o termino do conto como no início. “A propósito, já lhe contei desde o início? Acho que não.”. O que nos leva a pensar que ele não esteja realmente bem de suas faculdades mentais, talvez pela tortura que vem levando para esquecer o que havia visto. O nome do pássaro celestial, Voyager, nos remete as sondas americanas de exploração espacial. Será que foi isso que ele viu? Achei instigante o conto, principalmente a visão de que uma civilização alienígena não saiba que nós existimos, ou melhor, seus comandantes sabem, mas, não querem que seus cidadãos saibam. Já que nossa periculosidade é conhecida por todos os confins do universo. Muito interessante. É um outro olhar. Um olhar de fora para dentro. Muito bom. Abraços.

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Publicado às 3 de dezembro de 2014 por em Criaturas Fantásticas e marcado .