EntreContos

Detox Literário.

Tendências Sombrias (Thiago Mendonça)

meh.ro1863

Eu espreito na escuridão, como uma criatura das sombras sedenta de sangue. Observo o casal que adentra o apartamento, alheio à minha presença, e o desejo de matar apodera-se de meu monstro interior. Quanta ironia. Eu sou o monstro.

“Obrigado por me receber, senhora Murray,” o homem ajusta os óculos e retira uma câmera fotográfica da bolsa que leva no ombro. Seu olhar desatento vagueia pela sala.

“Pode me chamar de Gloria… desculpa, esqueci seu nome,” a delicada voz da mulher se mistura ao seu perfume adocicado, e meus pelos se arrepiam por debaixo da jaqueta. Seus longos cabelos repousam sobre os seios fartos, escondidos sob o decote provocante, como se me convidassem para entrar.

Meu corpo se move inconscientemente na direção dela, mas resisto ao impulso e recuo de imediato. Não faria sentido me revelar agora.

“Pode me chamar de Earl,” o fotógrafo fita a mulher, demorando-se em seu corpo estonteante. Assim que seus olhos se encontram, ele desvia o olhar. Distraída, ela não percebe a indiscrição dele.

“Muito bem, Earl. Vou ser direta com você. Suponho que saiba da situação incomum do apartamento. O motivo pelo qual o estou vendendo pela metade do preço?” ela franze as sobrancelhas, como se esperasse uma má notícia.

“Sim,” ele é firme em sua resposta, “mas eu não me importo. Esse tipo de coisa não me afeta.”

Ela fecha a porta do apartamento, aliviada, deixando que o luar ilumine o seu rosto. Em seus olhos dorme um profundo oceano, e uma delicada camada de batom realça o vermelho-sangue de seus lábios carnudos, que se movem com a harmonia de uma bailarina.

“Há meses tento vender o imóvel, mas os possíveis compradores desistem logo de cara. Não os culpo, eu mesma ainda sinto calafrios quando venho aqui.”

“É verdade que a mídia o chama de Assassino da Impressão Digital?” pergunta o fotógrafo, desconcertado.

Por pouco não caio na risada. Jamais imaginei que teria um apelido carinhoso como esse. Me faz parecer um daqueles assassinos em série famosos. “Jack, o Estripador”, “Fritz, o Açougueiro de Hanover”, “Hannibal, o Canibal”, e agora “Brooks, o Assassino da Impressão Digital”. Simplesmente hilário.

“É verdade,” a mulher evita olhá-lo nos olhos, como se fugisse à pergunta.

Por um instante eu quase sinto pena dela.

“Me desculpe, não foi minha intenção,” não seja indelicado, Earl.

“Não tem problema.”

Earl hesita, constrangido, e o silêncio paira no ar por um segundo, o suficiente para eu tragar mais uma vez a fragrância extasiante da mulher. Saboreio o momento. Meu prêmio pode esperar.

“Posso tirar umas fotos do lugar? Pra mostrar à minha esposa,” Earl quebra o gelo.

“Fique à vontade.”

Enquanto ele examina os cômodos, câmera em mãos, eu aproveito os flashes de luz para apreciar minha futura obra de arte. Observo-a de cima a baixo, revisitando em minha cabeça os momentos que se seguirão muito em breve. Só de pensar no sangue se esvaindo de seu corpo sem vida, eu perco o controle, mas respiro fundo e me recomponho. Minha arte é um equilíbrio entre paixão e planejamento. Um não pode viver sem o outro.

“Isso é tudo, senhora Murray,” Earl é um perfeito cavalheiro. Eu prefiro chamá-la de Gloria, bem mais apropriado.

“Posso te ajudar em mais alguma coisa?” a voz trêmula da mulher denuncia sua aflição, como se esperasse ser ameaçada a qualquer segundo.

“Seria possível eu ver… o quarto?” que rude, Earl. “Juro que será rápido, se você não se importar, claro.”

“Não tem problema, a polícia deixou o local como novo. Nem dá pra perceber…”

Gloria, sua mentirosa. Qualquer idiota vê o pavor estampado em seu rosto.

Ela o guia até o quarto – palco de minha mais recente obra-prima. A mão hesitante de Gloria alcança seu bolso, e o tilintar das chaves toma conta do corredor. Algumas tentativas depois, ela insere a chave correta no ferrolho. Posso cheirar seus nervos à flor da pele enquanto ela gira a maçaneta.

A porta se abre e o odor metálico invade minhas narinas, entorpecendo meu olfato. O tímido cheiro de sangue se mistura ao de produtos de limpeza, mas o identifico mesmo assim. O cômodo está diferente desde a última vez que o vi, alguém reposicionou os móveis e trocou a cama por outra menor. Não faz mal. Nova peça, novo plano de fundo.

“Realmente parece como novo,” Earl parece não se importar que um casal fora assassinado naquele exato local meses atrás. “não vou mais tomar o seu tempo, senhora Murray. Aqui está meu cartão de visitas, vamos manter contato.”

Gloria apanha o papel da mão dele, sua pele fria e branca como um fantasma e sua respiração ofegante como se fugisse de um. A lua ilumina sua bela face, agora a um metro de distância da cama, e eu a imagino deitada sobre os lençóis limpos, inerte como uma majestosa estátua. Um desejo irresistível me invade. Meu peito começa a formigar e meu coração dispara, fazendo meu corpo inteiro pulsar num único ritmo.

Hora de tomar o controle.

Entro no quarto, desligo as luzes e fecho a porta atrás de mim, deixando-nos em total escuridão. Os gritos de Gloria reverberam entre as quatro paredes, abafando todos os outros sons. Empurro-a em direção à cama e começo meus preparativos. Com a destreza que adquiri em anos de experiência, apanho minha pistola, acoplo o silenciador e cubro a mão da arma com um saco plástico.

Ligo as luzes.

Gloria se mantém paralisada na cama. Ótimo, odeio resistência desnecessária. Em prantos e entre soluços, ela me encara com total incredulidade enquanto eu aponto a arma pra ela. Não posso culpá-la.

“Por favor, me… me poupe,” ela olha de relance o cartão de visitas em cima da cama. “Earl Brooks, em… empresário? Você não… não era… fotógrafo?”

Por Deus, Gloria. Você estava indo tão bem, odeio quando minhas vítimas se apavoram a ponto de não enxergar o óbvio.

Eu me descuido, e, com a raiva, ele volta ao controle.

“Droga, Marshall! Você não pode mais agir por impulso dessa maneira, eu estava quase conseguindo me conter!” Earl briga comigo.

“Você quer isso, Earl, não tente mentir pra si mesmo. Apenas aproveite e tente se divertir um pouco, ok?”

“Você prometeu, Marshall! Me prometeu que tentaríamos parar. Minha mulher está grávida, não posso mais viver desse jeito.”

“Você nunca vai se livrar de mim, Earl. Nós dois existimos em equilíbrio. Um não pode viver sem o outro, esqueceu? Eu sou a paixão, e você o cérebro.”

“Eu lhe suplico, me deixe ir…”

“CALADA! Estou tentando me concentrar!” nós respondemos. A mulher obedece.

“Por favor, Marshall, essa é a última vez.”

“Foque-se no presente, Earl, não dá pra voltar atrás agora. Nosso prêmio está bem à nossa frente,” eu aponto para a mulher acuada na cama em prantos. “Tome-a. Você merece.”

Ele a admira com olhos pesarosos. Por um instante, penso que vai desistir de nossa caça, mas ele não me decepciona.

“Que Deus me dê serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as que posso e sabedoria para distinguir entre elas.” Earl não consegue matar sem antes repetir seu mantra, como se isso pudesse expiar seus pecados e tornar seu ato menos desumano. Eu não tenho esse problema.

Gloria se apavora ao perceber a expressão decidida em nosso rosto. Ela ameaça gritar por socorro. Mulher tola.

Apertamos o gatilho.

A bala atravessa a testa de Gloria e um prazer intenso domina nossos sentidos. Fechamos os olhos e deixamos a sensação fluir por nosso corpo como um orgasmo que engole todas as outras emoções, nos levando ao chão de joelhos, sem forças. A linha tênue entre lucidez e insanidade se desfaz. Somos um só.

Quando recobramos os sentidos, admiramos nossa obra de arte. Um filete escarlate divide a expressão de pânico que ainda habita seu rosto.

“Sublime,” Earl deixa escorrer uma lágrima.

“Eu sei, Earl. E você a merece. Agora vá criar sua obra-prima, meu trabalho aqui está feito,” ele me ignora e saca sua câmera.

Meu apetite foi saciado. Volto às sombras para espreitar na escuridão, sem saber quando regressarei. Mas um dia retornarei, e quando isso acontecer, estarei mais faminto que nunca.

 

Conto baseado no filme “Instinto Secreto” (“Mr. Brooks” no original), estrelado por Kevin Costner.

http://www.imdb.com/title/tt0780571/

28 comentários em “Tendências Sombrias (Thiago Mendonça)

  1. Andre Luiz
    17 de novembro de 2014

    Primeiramente, meus critérios complexos de votação e avaliação:
    A) Ambientação e personagens;
    B) Enredo: Introdução, desenvolvimento e conclusão;
    C)Proposta: Tema, gênero, adequação e referências;
    D)Inovação e criatividade
    E)Promoção de reflexão, apego com a história, mobilização popular, título do conto, conteúdo e beleza e plasticidade.
    Sendo assim, buscarei ressaltar algumas das características dentre as listadas acima em meus comentários.
    Vamos à avaliação.

    A)A dupla personalidade me confundiu muito, sério. Isto, no entanto, é bom, ao meu ver e era exatamente a impressão. Quando eu pensava que eram duas pessoas diferentes, não fazia sentido a existência do fotógrafo, porém, ao ver que eram dois em um só corpo, tudo se revelou.

    B)O enredo é bom e cativa. Senti-me atraído a chegar ao final, fluindo no texto com tamanha precisão que mostrou-me a ótima nota do conto.

    Considerações finais: O autor escreve bem e não tenho nada a declarar para acrescentar ou modificar. Acho que está excelente do jeito que está, não colocando nem tirando nada, nem nenhuma emoção sequer. Sendo assim, somente tenho a dizer parabéns e sucesso no concurso!

  2. Wender Lemes
    17 de novembro de 2014

    Muito bom. Me lembrou “Clube da Luta”, mas como se fosse narrado pela personalidade que o Bread Pitt interpreta – e ele fosse o Dexter kkk. Gostei do conto. Parabéns e boa sorte.

  3. rubemcabral
    17 de novembro de 2014

    Muito bom! Bem escrito, caminha para o clímax da história sem tropeços, boa surpresa do personagem oculto. Não vi o filme que inspirou o conto, mas não precisei para entendê-lo.

  4. Gustavo de Andrade
    17 de novembro de 2014

    Achei que faltou desenvolver a questão da “obra-prima”, além de ter achado desnecessária esta última linha. Para quê um gancho em um conto? Além do mais, por que falar da “obra-prima” sem desenvolvê-la e dar a quem lê o que prometeu (algo extremamente importante)?
    O texto é desenvolvido de uma maneira interessante, mas não acabou oferecendo nada que livros como Dexter, A Mão Esquerda de Deus (e inúmeros outros da série Dexter) não tenham oferecido… ainda, apresenta uma psique bem desenvolvida — embora eu ache que a qualidade se fez dever também por conta da extensão.

  5. JC Lemos
    16 de novembro de 2014

    Olá, tudo bem?

    Já me arrisquei a escrever sobre dupla personalidade, e achei interessante o processo. Gostei do que li aqui. Nunca vi o filme, mas falando pelo conto, senti uma atmosfera bem Sherlock Holmes (só não me pergunte o porquê). A ambientação e a mudança das personalidades foram bem trabalhadas. Confesso que a té a metade eu achava que era alguém escondido por ali, e que a vítima seria o cara, não a mulher. hahah
    O autor ganhou ponto com isso.

    Enfim, bem narrado, com boas sacadas!

    Parabéns pelo trabalho!
    Boa sorte!

  6. williansmarc
    16 de novembro de 2014

    Achei o conto um pouco confuso no inicio, mas depois compreendi que se tratava de dupla personalidade. Gostei do ritmo rápido do conto e do jeito que foram usados os pronomes eu, ele e nós.

    Sou outro que prefere o travessão ao invés das aspas.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  7. Gustavo Araujo
    16 de novembro de 2014

    Curto, mas eficiente. Sinceramente, não conhecia o filme, mas não acho que tal ignorância tenha prejudicado a leitura. A ideia de esquizofrenia é bastante comum em Hollywood (acho que o caso mais emblemático é “O Clube da Luta”), releituras de O Médico e o Monstro, de modo que dá para ler o texto sem sobressaltos. Está bem escrito, as ideias fluem bem e, ponto positivo, o embate entre as personalidades também se mostra interessante. O único senão é que talvez houvesse espaço para mais. Achei muito curto. O autor poderia ter focado mais no suspense, pois é evidente que se trata de alguém com mais bagagem literária. Claro, é uma questão de opção, mas a meu ver uma história mais elaborada, com mais conflitos, teria sido melhor. De qualquer forma, um bom conto.

  8. Anorkinda Neide
    15 de novembro de 2014

    Gostei muito, muito, Se fosse o velho sistema de votação, estaria no topo de minha lista!
    Achei perfeita a condução do leitor até a descoberta da segunda personalidade do homem.(Hummm…acho que já sei quem escreveu..hehehe)
    Parabens, nem há o que dizer.

  9. piscies
    15 de novembro de 2014

    Gostei bastante. A ideia foi sensacional. Não assisti ao filme mas não precisei assistir: gostei de cada momento que usei para ler o conto.

    A escrita está excelente; sem falhas. A separação dos dois egos está perfeita. Assim como muitos, eu acho, só fui sacar que eram duas pessoas em uma só quase quando ele já a estava atacando.

    Muito bom! Parabéns!

    • piscies
      15 de novembro de 2014

      Ah eh, só achei estranho uma coisa: geralmente serial killers têm um ritual que envolve muito mais do que um tiro na testa da vítima. No filme era assim? Se foi assim, entendo que você manteve da mesma forma para ficar fiel ao longa. Mas se não era assim no filme, achei que um serial killer desses, fanático pela morte e por seus rituais, faria algo mais “sinistro” do que um tiro na cabeça.

      Também fiquei curioso para saber por que ele era o Assassino da Impressão Digital. O conto não fala nada sobre isso, mas como até a imagem do texto é uma impressão digital ensanguentada, fiquei curioso xD

  10. Eduardo Selga
    14 de novembro de 2014

    É uma proposta narrativa difícil, demanda habilidade, pois o protagonista é um esquizofrênico com duas personalidades, e marcar bem ambas as personas não é uma tarefa fácil, uma vez que pode haver uma tendência, quando se escreve situações assim, de manter-se entre elas uma unidade de tom, uma dicção muito parecida, de modo que a “diferenciação”, nesses casos, na verdade não ocorre, tornando-se letra morta porque artificial. Quando esse processo tem lugar, uma persona pode até estar bem construída, mas a outra não (ou o contrário), por se tornar apenas um eco disfarçado da primeira.

    Mas isso não ocorre neste conto, felizmente. A personas não são a “mesma coisa”, são antagônicas entre si, embora o impulso assassino seja marca comum. Por meio da fratura de personalidade, ambas as faces se completam na diferença. E nem poderia ser diferente, afinal trata-se da mesma alma, a mesma personalidade doente. Portanto, temos um conto em que a habilidade narrativa em manipular as “vozes” é evidente.

    Tanto que existem um EU (Marshall), um ELE (Earl) e um NÓS, fundindo os dois anteriores, fazendo nascer o Assassino da Impressão Digital. Demarcando bem inicialmente o lugar do EU e o lugar do ELE, o(a) autor(a) logra êxito numa estratégia ousada: narrar na primeira pessoa do plural (“Apertamos o gatilho”), que na verdade é um falso plural, e talvez por isso funcione tão bem: falso porque de fato não são duas pessoas (embora sejam duas personas), e sim uma só, fraturada ou dividida.

    Interessante a não glamorizarão do homicídio. Isso será consumar o esperável, seria repetir a fórmula de Madame Roliúdi e de seu cinema de consumo imediato. No assassinato da personagem não se vê a ritualização do ato (e ritual sacraliza, não nos esqueçamos), como aquelas falas cínicas do vilão e o sadismo exacerbado. É um homicídio e ponto. Como de fato eles ocorrem em grande parte das vezes. O gozo, o prazer do assassino não fica demonstrado no ato em si, mas a posteriori, nas falas das personas. Sintomático, inclusive, observar que o choque entre ambas, existente pouco antes do ato, se desfaz e elas se deliciam.

    Seria bom se o(a) autor(a) passasse a escrever em brasileiro. Como assim? O uso das aspas para marcar diálogo é muito usado na Europa, mas não aqui. Usamos muito mais o travessão para introduzir o diálogo, e quando se foge a isso, conforme é possível ver noutros comentários, soa alienígena. É claro: não somos, felizmente, europeus. Aspas funcionam muito melhor quando para identificar a enunciação de um personagem EM DISCURSO INDIRETO, usando ou não os VERBOS DICENDI (verbos de elocução), como, no exemplo hipotético: “Eu detesto essa criatura inútil que dorme comigo,” disse Isabel.

  11. Lucas Rezende
    14 de novembro de 2014

    Muito bom, autor!
    Já vi o filme e no começo já imaginava o que podia ser. Você trabalhou muito bem a dupla personalidade do personagem no conto. Ficou ótimo.
    Eu só achei um pouco estranho os diálogos desta forma. Mas não atrapalhou em nada.
    Boa sorte!!!

  12. Fil Felix
    14 de novembro de 2014

    Seu conto consegue algo que acho de extrema importância e que sempre procuro criar: fazer o leitor refletir, pensar ou tentar ir além do que foi mostrado. Eu fiquei imaginando como que o cara cometeu os assassinatos anteriores (não vi o filme, caso seja explicado nele) e isso é bom, porque vamos além. Parar pra pensar como o método dele funcionou no passado e como poderia ser sua próxima vítima, ali no mesmo apartamento.

    A troca de personalidade tbm se destaca, pegou de surpresa e (voltando ao que falei no começo) faz o leitor entender de uma outra maneira o conto. Ao contrário da maioria que comentou, não me importo com falas sem travessão e aqui acho que funcionou dentro da proposta, de ser mais intimista e menos quadrada. Parabéns.

  13. Brian Oliveira Lancaster
    12 de novembro de 2014

    Meu sistema: essência. Achei interessante o método utilizado, apesar de levemente confuso, onde as personalidades de um mesmo ser se estapeiam. O clima foi bem planejado, mas demorei a separar as entidades das explicações. Dito isso, em minha opinião, começou no meio e terminou no meio – não que isso seja ruim, mas faltou um motivador ou objetivo maior.

  14. Rodrigues
    12 de novembro de 2014

    o grande êxito desse conto é a surpresa e a confusão entre os personagens, que trabalha a seu favor. baseado num filme, não poderia trazer nada de novo. o começo esta explodindo se adjetivos, mas depois rola um equilibrio. não foi dos meus preferidos.

  15. Claudia Roberta Angst
    11 de novembro de 2014

    Conto bem escrito, enriquecido com o apelo do suspense. A ideia da dupla personalidade caiu muito bem na trama elaborada. A obra de arte foi finalizada com sangue e talento.
    Também prefiro o uso de travessões para as falas. Bom trabalho! Boa sorte!

  16. Wallisson Antoni Batista
    10 de novembro de 2014

    Caro autor, seu texto essa fantástico. Essa coisa metamorfoma de pegar um personagem e transformá-lo em outro dentro de si mesmo, fantástico. Parabéns e boa sorte.

  17. simoni dário
    9 de novembro de 2014

    Que metamorfose louca! A narrativa é impecável, assisti uma parte do filme, achei muito pesado, mas o conto está muito bom.
    Parabéns e boa sorte!

  18. Maria Santino
    9 de novembro de 2014

    Legal, hum?

    Gostei. A dupla personalidade, Earl e Marshall em uma só mente. Não vi o filme, mas o que foi oferecido deu pra sentir. A tensão desse recorte foi boa (embora eu quisesse mais). Queria que a morte da estalajadeira (ainda se usa essa palavra? rs) fosse de outro modo, talvez um punhal para ser mais sádico. Se você quiser deixar mais claro para o leitor, use alguma diferenciação nas falas, itálico por exemplo, mas comigo funcionou, viu? Consegui ver e sentir ainda que muito rápido.
    Desejo sorte. Parabéns!

  19. Leonardo Jardim
    9 de novembro de 2014

    Muito bom! Gostei bastante. Realmente a dupla personalidade me pegou de surpresa e ficou muito bem escrita no conto. Teve uma hora que eu pensei: “onde esse cara tá que ninguém vê?” rs

    O texto é muito bom, só mudaria os diálogos para travessões (como sugerido por vários aqui) e também achei o tiro uma morte muito simples (esperava mais psicopatia). Além disso, não houve referência ao apelido dele (assassino da impressão digital) no assassinato, como não vi o filme, não esperando uma explicação.

    Fora esses pequenos detalhes, um conto muito bom. Parabéns e boa sorte!

    • Leonardo Jardim
      9 de novembro de 2014

      Maldito teclado! Não sei de onde surgiu o “não” em “não esperando uma explicação”. O correto seria “estava esperando…”. 😦

  20. daniel vianna
    9 de novembro de 2014

    Acho que o grande lance desse conto foi a dupla personalidade e a necessidade de atenção para percebê-la ao longo da leitura. A princípio imaginei o assassino escondido no apartamento testemunhando a conversa. Só depois é que percebi, o que me fez voltar a leitura. Só não entendi porque a mulher pressentiu um ataque quando ele pediu para ir ao quarto. Ela deveria reagir naturalmente. Poderia demonstrar hesitação por ter de apresentar o malfadado quarto, mas não medo, afinal estava diante do fotógrafo. Isso, no entanto, é apenas um detalhe. O texto é realmente bom, principalmente com a revelação final do monstro. Parabéns e sucesso.

  21. Fabio Baptista
    9 de novembro de 2014

    ======== TÉCNICA

    Muito boa.

    A princípio achei que não estava combinando muito a narração com o perfil psicológico do sujeito, mas depois as coisas se encaixaram.

    Também não gostei dos diálogos entre aspas, não está errado, é claro, mas torna a leitura desnecessariamente confusa em alguns trechos.

    ======== TRAMA

    A virada na trama foi realmente inesperada e muito bem feita.

    Demorei um pouco para assimilar o que tinha acontecido, mas quando entendi deu aquele estalo – “legal!”.

    Só achei que matar com um revólver com silenciador foi muito rápido. Dá a entender que o “outro” vai continuar ali, mas sei lá… esperava algo mais “psicopático” kkkkk

    ======== SUGESTÕES

    – Os diálogos que ficariam (na minha opinião) melhores se estivessem separados por travessões.

    – Trabalharia melhor a cena do ataque à mulher.

    ======== AVALIAÇÃO

    Técnica: ****
    Trama: ****
    Impacto: ***

  22. Barão de Baltimore
    8 de novembro de 2014

    Olha, muito bom. Em termos de narrativa e escrita está impecável. Não há desenvolvimento da trama porque, enfim, não era o foco, e não decepcionou. Fiquei surpreso com a dupla personalidade. A princípio, imaginei um serial killer escondido, observando a cena. As metáforas ficaram boas, mas um pouco exageradas em alguns momentos, como a “harmonia de uma bailarina”. Não gostei muito de algumas. Parabéns.

  23. Sonia Rodrigues
    8 de novembro de 2014

    Gostei do tema que está bem trabalhado, só duas coisas eu não gostei:

    Glória o guia até o quarto….Hora de tomar o controle.
    Entro no quarto – Como assim? Ele já não estava no quarto? Afinal, quando a gente vai ver um apartamento para comprar, a gente entra nos comodos. Acho que poderia mudar para Chego mais perto e a empurro para a cama ,.. ou algo assim.

    A linha tênue entre lucidez e insanidade se desfaz. – Essa frase conta toda a história e desmerece a inteligência do leitor.

    Parabéns pela história.

  24. Virginia Ossovsky
    8 de novembro de 2014

    O texto está bem escrito e explicita bem a condição psicopata do narrador. Não vi o filme e realmente não esperava a dupla personalidade do fotógrafo, levei um susto e quase não entendi o que estava acontecendo.

    Particularmente, acho que o uso de travessões poderia substituir as aspas, que acabo associando mais a pensamentos do que falas. Porém, isso é pessoal, escolha do autor. Parabéns e boa sorte!

  25. Jefferson Reis
    8 de novembro de 2014

    O(a) autor(a) conseguiu me fisgar, mas precisei lutar contra o uso das aspas. Fiquei um tanto perdido na primeira leitura e isso quebrou o bom ritmo da narrativa. Prefiro travessões para sinalizar falas.

    O conto está bem escrito, porém encontrei uma palavra usada duas vezes no mesmo parágrafo. Um sinônimo soaria melhor: “Realmente parece como novo,” Earl parece não se importar que um casal fora assassinado naquele exato local meses atrás.

    Gostei do que li e fiquei surpreso com a revelação de que o narrador-protagonista era uma segunda personalidade (ou algo do tipo) do suposto fotógrafo.

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Informação

Publicado às 7 de novembro de 2014 por em Filmes e Cinema e marcado .