EntreContos

Detox Literário.

A Protagonista (Sonia Rodrigues)

Quem nunca desejou um encontro romântico com trilha sonora? Roubar a cena e passar de figurante a herói? Marlene, cujo nome homenageava a famosa diva de longas pernas herdara da mãe o fascínio pelas histórias açucaradas.

Nos primórdios do cinema, todo filme tinha galã, diva, clímax e beijos ardentes. Na verdade, muitos casais perdiam o filme inteiro, por demais ocupados com suas próprias cenas arrebatadoras e inesquecíveis, no escurinho…

Pausa para explicar para a geração mais nova: o cinema era escuríssimo, a gente levava uns vinte minutos para acomodar a visão ao entrar, o que dava à sessão uma preciosa sensação de mistério, e para os professores de biologia, o exemplo perfeito para esclarecer a diferença entre cones e bastonetes.

Programão de fim de semana, para ir ao cinema as pessoas se arrumavam. As moças passavam perfume; os rapazes, brilhantina. Os namorados compravam pipoca para as namoradas. Pipoca de verdade, estourada na manteiga ou passada no caramelo. Com direito a um dedo de prosa com um pipoqueiro solícito.

Essa história se passou em uma cidade do interior, dessas que só tem uma escola, uma igreja e um clube. O pipoqueiro, portanto, conhecia e era conhecido por todos; começara a trabalhar inda menino, ao lado do pai, de quem, aos 14 anos, herdaria o carrinho. Os coleguinhas o apelidaram de “o menino da pipoca” e logo esqueceram seu verdadeiro nome. Ele era, para todos os efeitos, o pipoqueiro, ou seja, como porteiros e atendentes, aquele tipo acessório ao qual ninguém presta atenção, não é verdade? No restaurante, por exemplo, se o pedido demora a chegar, o cliente olha ao redor e não sabe dizer se quem o atendeu foi o gordo, o alto, o bigodudo ou aquele sósia do Leonardo de Cáprio.

Na cidade funcionava uma hierarquia segregante: o padre, o prefeito, o promotor, as famílias endinheiradas da região e “os outros”, divididos entre “os de fora” e os pobres.

Supõe-se que ricos são educados o suficiente para conversarem com pobres e que pobres convidem os ricos para suas casas sem esperar reciprocidade. Rico, é claro, casa com rica. Marlene, portanto, casou com um herdeiro e preservou o patrimônio da família.

O pipoqueiro, um mero obstáculo entre os olhares das meninas e os rostos dos artistas nos cartazes do cinema, sobrara.

As matinês ocuparam cedo um lugar importantíssimo na vida de Marlene. Em meados do século XX, as crianças, aos domingos, assistiam desenhos clássicos: Dumbo, Bambi… Menina-moça, em companhia das primas, Marlene ousara trocar ousados apertos de mão com o pretendente da hora. Moça, ela experimentara enfim os beijos ardentes – os do escurinho, discretos, e não os da tela, escandalosos. Casada, os desenhos dos domingos foram o seu descanso da maternidade, mesmo porque ela se encantava com as histórias e ria mais que as crianças. Finalmente viúva, que melhor consolo para uma senhora de quarenta anos, com casa vazia, sem cachorros nem netos, que uma sessão da tarde?

Aquilo virou mania. Marlene não perdia uma estréia. Era vista a saltitar pelas calçadas, uma animação no andar, uma vivacidade nos gestos, uns olhares perdidos, uns suspiros, uns risos tortos…ai, o filme fora tão bom, tão bom…

As vizinhas (em uma cidade daquele tamanhico todos são vizinhos) cochichavam com a melhor amiga de Marlene em busca de fofocas. Iracema estranhava o comportamento de Marlene, que, ou era muito astuta, ou não havia nada mesmo a surpreender. Ela ia ao cinema, entrava e saía sozinha, comia seu saquinho de pipoca e voltava para casa.

Festa vai, festa vem, Iracema atenta, e o enigma não se esclarecia. O fato é que Marlene desabrochava. A viúva murcha retrocedia à adolescência, contava piadas, cantava, gargalhava, até atirava ao padre uns ditos maliciosos. Seria o tal do Alzheimer, agora em moda, que lhe perturbava o cérebro? Qual, a mulher tinha uma memória excelente, detalhava o enredo de todos os filmes.

Um dia, Marlene chegou constrangida à porta de Iracema, para um “particular”. Iracem cerrou as cortinas da sala e serviu café com bolinhos, impaciente. Enfim, ia conhecer o segredo da amiga, que começou, hesitante, a gaguejar:

– Estou com tanto medo de perder sua amizade…

Iracema, em pânico, imaginou alguma indiscrição do marido.

– Vou casar.

– Ora essa – Iracema, aliviada, perguntou quem era o misterioso noivo.

– Carlinhos.

– E eu lá conheço algum Carlinhos?

– O pipoqueiro.

A cena forneceria closes divinos para a telona. Os olhos bem abertos de Iracema, sem fala. A expressão suplicante de Marlene. As colherinhas de café escorregando para o tapete felpudo. A câmera passearia lentamente pela sala ricamente mobiliada, pararia em frente à janela, aproximando-se, e pela fresta da cortina, do outro lado da praça, a silhueta do pipoqueiro.

No entendimento de Iracema, as peças foram se encaixando. Na infância, o menino bom que brincava no recreio de esconde-esconde aparecia a servir pipocas quentinhas para as amiguinhas. Rapaz educado, bem humorado, em frente a ele quantas confidências foram trocadas! Os anos passando, o pipoqueiro a mimar com imitações e pequenas brincadeiras os filhos das antigas colegas de classe, quem sabe, com uma atenção especial para as crianças da Marlene.

Marlene viúva, ainda bela, a oportunidade o convidara a ousar. Uma palavra gentil aqui. Um olhar ali. Uma frase mais longa hoje. Uma confidência amanhã. Uma cumplicidade de roçar de dedos ao pegar o pacotinho das pipocas. Enfim… por que não?

Iracem completou o raciocínio em voz alta:

– Sempre é tempo de ser feliz. O povo da cidade não paga suas contas. Seus filhos são jovens, dizem ter mente aberta, ótimo momento para demonstrarem suas convicções. E se não compreenderem, vá em frente assim mesmo, o dinheiro é seu, você é livre.

Marlene abraçou a amiga com gratidão e a convidou para madrinha.

O povo todo comenta o romance entre a dona da sociedade e o pipoqueiro, história de amor mais bonita que muito filme premiado, por ser, no linguajar da terra, “um sentimento muito real e verdadeiro.”

42 comentários em “A Protagonista (Sonia Rodrigues)

  1. Nicole
    17 de novembro de 2014
    Avatar de Nicole

    Agradeço a vocês por todas as críticas. Acabei reescrevendo o conto, colocando o pipoqueiro desde o começo, bem como Iracema, que ganhou mais espaço. Tirei a parte do começo que está mais para crônica, enfim, ficou bem melhor.

  2. Rodrigues
    17 de novembro de 2014
    Avatar de Rodrigues

    uma historia bonita, mas contada de forma muito economica. o narrador parece com pressa. o pipoqueiro só vai ganhar importancia lá pro final, quando o segredo já foi revelado, e ainda assim a construção do personagem deixa a desejar. marlene, com sua febre por cinema e pipoca, é a personagem mais interessante do conto. acho que da pra trabalhar mais a história.

  3. Wender Lemes
    17 de novembro de 2014
    Avatar de Wender Lemes

    Estranhei um pouco o começo, mas depois as peças começaram a se encaixar. O final foi meio previsível, mas não considero isto demérito. Usou bem o tema (o pipoqueiro que o diga). As personagens talvez tenham ficado superficiais, mas não sei se poderia ser diferente considerando a temática “água-com-açúcar”. Parabéns e boa sorte.

  4. Gustavo Araujo
    16 de novembro de 2014
    Avatar de Gustavo Araujo

    O conto começa com um quê de nostalgia, o que me agrada muito – adoro esse tipo de abordagem, típica, por exemplo, de “Meia Noite em Paris”. O problema é que fica nisso. Não há um desenvolvimento satisfatório dos personagens. Tudo acontece de modo esquemático e automático. Não se cria nenhuma empatia com “a protagonista”. Antes mesmo da metade dá para perceber que ela e o pipoqueiro irão ficar juntos no fim e a confirmação apenas ratifica essa sensação de que, bem, o conto é chato no sentido literal da palavra. O que me deixa mais frustrado é ver que a pessoa que o escreveu sabe usar muito bem as palavras, é alguém que, enfim, que sabe escrever e que poderia, por isso, ter ousado mais. Ficamos assim numa promessa, olhando as nuvens se formar, agigantando-se até, mas sem nunca ver a tempestade. Sugiro, quem sabe, aprofundar as questões, mostrar como foi difícil para que o amor, no fim, vingasse, e não parecesse tão pasteurizado.

  5. Thiago Mendonça
    14 de novembro de 2014
    Avatar de Thiago Lee

    Bem singelo o seu conto. Adorei a ambientação, pareceu bem real. A forma como você descreve as relações interpessoais na cidadezinha interiorana foi muito boa. Me convenceu.

    P.S: alguma hora no conto vc escreve ‘Iracem’ ao invés de ‘Iracema’

  6. Brian Oliveira Lancaster
    7 de novembro de 2014
    Avatar de Victor O. de Faria

    Meu sistema: essência. Texto leve e com ar de crônica que, a meu ver, talvez acabe prejudicando alguns julgamentos. É diferente, não se encaixa plenamente na categoria conto. Gostei do ar de “novela de época da globo” e referências à película. Mas isso, por si só, não me cativou. Há certas rimas perto do final que são legais, mas deslocaram-se um pouco do início. Peço desculpas, é um ótimo texto suave, mas não conseguiu dar aquele ar de curiosidade. No entanto, soou como uma pequena minissérie e isso se encaixa na essência.

  7. Wallisson Antoni Batista
    5 de novembro de 2014
    Avatar de Wallisson Antoni Batista

    Mais ou menos vamos dizer assim, ao meu critério que entra: enredo, pseudo (que sim, julga muito). ortografia e estética, seu texto tirou oito em todas exceto enredo que fico com sete.

  8. Virginia Ossovsky
    4 de novembro de 2014
    Avatar de Virginia Ossovsky

    Achei a história bonita e bem montada. Gostei da ambientação no interior, principalmente a descrição do “programa” de se ir ao cinema.

    Quanto aos personagens, acho que o pipoqueiro poderia ter um pouco mais de destaque, para sabermos como realmente brotou a paixão entre ele e Marlene. A Iracema também me pareceu meio perdida na história, apesar de ter uma participação importante no final.

    De resto, gostei muito. Parabéns!

  9. piscies
    4 de novembro de 2014
    Avatar de piscies

    Gostei como a narrativa mudou sem que eu notasse: de uma conversa com o leitor para o conto de Marlene e o Pipoqueiro. Nem senti a alteração, que foi feita com maestria.

    Mesmo assim, no geral acabei não gostando da narrativa coloquial e corrida, emendando perguntas súbitas e falta de pontuação. No início o narrador não tinha foco, falando disto e depois daquilo, sem um sentimento de continuidade. Alguns erros de digitação (como “iracem”) colaboraram para que a leitura não fosse muito agradável.

    Sobre a “história de amor”, não achei que fosse bonita como descrita no final (“história de amor mais bonita que muito filme premiado”), por que não teve história alguma. O pipoqueiro é apenas uma citação. Gostei de Marlene, mas não vi Carlinhos história. Por este mesmo motivo, também achei estranho o final repentino. Um pouco mais de profundidade na trama aqui cairia bem.

    Abraço!

  10. rubemcabral
    4 de novembro de 2014
    Avatar de rubemcabral

    Achei o conto simpático e inocente. Contudo, a narração soou meio distante, ao menos para mim. Faltaram também mais descrições dos personagens, do ambiente, por exemplo. Talvez mais diálogos pudessem injetar mais dinâmica ao texto.

    Há algumas falhas pequenas de revisão, feito vírgulas faltantes ou o nome de Iracema, que aparece duas vezes como Iracem (e que meio que pulou no colo do leitor, surgida do nada, sem apresentação).

  11. Victor Gomes
    31 de outubro de 2014
    Avatar de Victor Gomes

    A premissa é um baita de um clichê, embora não se possa exigir muito da ideia inicial do texto, pois muito pode ser feito com uma ideia simples. Mas não foi o que aconteceu. As intervenções do narrador foram desnecessárias e em vários momentos senti vontade de simplesmente abandonar a leitura com tantos floreados e curvas para dizer algo tão vazio. O enredo é enfadonho e raso, até porque o suposto clímax é bem previsível, desde o começo do texto. Até torci para a minha previsão estar equivocada. Achei a escrita simplista e informal demais. Na verdade, não haveria problema na informalidade se fosse verossímil com o contexto e houvesse uma constante durante toda a narração, como em O Apanhador no Campo de Centeio, mas passou longe deste. As personagens eu já esqueci, de tão efêmeras. Ademais, há erros gritantes no português. Não vislumbrei pontos positivos marcantes. Abaixo da média.

  12. Martha Angelo
    29 de outubro de 2014
    Avatar de Martha Angelo

    Narrativa agradável, prende a atenção, só pecou pela falta de conflito, o romance entre a princesa e o plebeu não encontra nenhum obstáculo, creio que algum conflito, ainda que fosse psicológico, traria mais força ao texto.

    • Nicole
      30 de outubro de 2014
      Avatar de Nicole

      Bem, eu não foquei no conflito e sim no suspense, qual seria o motivo da alegria de Marlene? quem seria o tal pretendente desconhecido?

  13. Pétrya Bischoff
    27 de outubro de 2014
    Avatar de Pétrya Bischoff

    Bueno, a princípio, uma estória simpática. Não me agrada a ambientação de interior, pelo menos, não dessa maneira, com tanta “meiguice”. Está escrito de maneira correta, penso eu. Não há grande narrativa ou mesmo descrição, somente esse tom inocente no passar dos anos (que, aliás, pincela a vida de Marlene e do pipoqueiro, revelando desde o princípio o que sucederia). O que gostei, por fim (e foi uma surpresa) é que a amiga apoiou. Afinal, o pipoqueiro, como “acessório”, parte do cenário, esteve presente em todos os momentos, já um velho des-conhecido… Boa sorte.

  14. Eduardo Selga
    27 de outubro de 2014
    Avatar de Eduardo Selga

    Em função de o conto estar narrado em uma terceira pessoa distante da ação, postado como um observador privilegiado e que tece considerações “pessoais” sobre o tempo histórico real (“Nos primórdios do cinema, todo filme tinha galã, diva, clímax e beijos ardentes”), uma avaliação mais rápida pode dar a sensação de se tratar uma crônica ao invés de conto, o que não é verdade. Dois elementos que fazem do texto um conto são a presença de enredo e de personagens.

    O enredo está calcado num clichê bastante exaurido, e que foi usado sem nenhuma releitura: o amor romântico vence todas as barreiras, inclusive as sociais.Tão bonito quanto em larga medida artificial se nos remetermos à realidade da vida, esse clichê demanda personagens mais complexos para o conto possa ter substância. Enquanto narrativa até funciona, afinal o antagonismo é uma ferramenta poderosa na ficção, mas não por si só: é preciso maior trabalho textual. O conto talvez funcionasse melhor se o tamanho do narrador fosse em menor, em função de um enrobustecimento da protagonista ou de mais um personagem, desde que esse movimento se desse no sentido de aclarar a “paisagem íntima” deles.

    Numa cidade de interior as divisões que as regras ocultas que o capitalismo estabelece se mostram bem mais marcadas. Isso significa que a reação de Iracema ao namoro de Marlene com o pipoqueiro, sem nenhuma objeção de cunho preconceituoso, como seria de se esperar, soa deslocado do ambiente interiorano, principalmente quando somos informados de que “na cidade funcionava uma hierarquia segregante: o padre, o prefeito, o promotor, as famílias endinheiradas da região e ‘os outros’, divididos entre ‘os de fora’ e os pobres”. Não encontro no texto elemento palpável que permita justificar o liberalismo de espírito de Iracema. Se ela tivesse vivido algum tempo na “cidade grande”, por exemplo, explicaria.

  15. Andre Luiz
    26 de outubro de 2014
    Avatar de Andre Luiz

    Primeiramente, meus critérios complexos de votação e avaliação:
    A) Ambientação e personagens;
    B) Enredo: Introdução, desenvolvimento e conclusão;
    C)Proposta: Tema, gênero, adequação e referências;
    D)Inovação e criatividade
    E)Promoção de reflexão, apego com a história, mobilização popular, título do conto, conteúdo e beleza e plasticidade.
    Sendo assim, buscarei ressaltar algumas das características dentre as listadas acima em meus comentários.
    Vamos à avaliação.

    A) A ambientação é certamente um ponto a se melhorar. Quem sabe maior descrição do ambiente, do local onde se passa a história; ou então uma profunda avaliação do psicológico dos protagonistas? Enfim, é apenas uma sugestão… No mais, gostei do enfoque à cidade de interior e da relação interpessoal dos cidadãos dela.

    B)Com relação ao enredo, gostei bastante do início e do desenvolvimento, que me prenderam à trama a todo o momento. O final em si foi um pouco raso demais, carece de uma modificação, talvez encaixando parte da história de amor de Marlene com Carlinhos na finalização. Além disso, a frase de Iracema ao final do conto é sensacional e motivadora, por isso acredito que poderia ganhar um pouco mais de enfoque.

    Considerações finais: A obra é sensacional no quesito emoção, visto que instiga uma busca ao amor simples e singelo, por vezes avesso à sociedade, que acaba afastando os amantes puros de coração. A história é bem contada e tem muito para ser bela do início ao fim. Parabéns pelo conto e sucesso no concurso!

  16. GARCIA, Gustavo
    26 de outubro de 2014
    Avatar de Gustavo de Andrade

    Embora bem feito e, enquanto calcado em clichês da vida, bem desenvolvido, achei que faltou aquele ~tchan~, sabe? Uma assinatura mais explícita do seu estilo ou da mensagem que você queria passar através deste texto; um conto que passa a sensação de simplicidade (ao mesmo tempo que pluralidade) de uma cidade pequena, mas que acaba por cair um pouco em uma espécie de lugar comum.
    Só tenho uma crítica mais pontual, não generalizada: a intensidade emocional da Iracema na última fala me pareceu meio forçada… porque cê apresentou ela como uma mulher fofoqueira, inferindo um certo umbiguismo e preocupação com a vida dos outros só enquanto crítica das mesmas, e depois mostrou uma mulher sincera e um tanto iluminada nesse sentido… ao meu ver!

    • Nicole
      27 de outubro de 2014
      Avatar de Nicole

      Gustavo,
      Iracema era amiga e curiosa,
      as vizinhas é que eram as fofoqueiras, preciso melhorar para não dar falsa impressão.

  17. Douglas Moreira
    25 de outubro de 2014
    Avatar de Douglas Moreira

    É um texto de narração rápida (prezo MUITO pela narração) e ela é muito bem feita. Pude imaginar Marlene a andar toda sorrisos pela cidade, “feliz e faceira”. Gostei do modo como me colocou dentro do mundo deles sem muita descrição. Mas gostaria de, primeiro, ter uma coisa a mais com o pipoqueiro, que apareceu apenas como um vulto, apesar de ter uma história. Exporia mais ele para poder ficar feliz por ele ter arranjado Marlene.. Porem fica meio vaga a existência dele.Você fechou bem, mas não houve coisas que me fizesse dizer “wow”. Apenas isso que mudaria, o aprofundamento.
    Boa sorte!

    • Nicole
      27 de outubro de 2014
      Avatar de Nicole

      Valeu, Douglas, vou caprichar mais no Carlinhos.

  18. Felipe Moreira
    25 de outubro de 2014
    Avatar de Felipe Moreira

    Eu gostei dessa leitura rápida sobre a pequena cidade e sua população. Lembrou várias histórias que já li e ouvi. Achei agradável ter o cinema e sua influência na imaginação das personagens. E achei que a proposta central do seu texto, o amor entre a “princesa e o plebeu”, tão mal visto pelo conservadorismo do interior, pouco explorado. Claro que poderia acabar caindo numa onda de clichês, justamente por se tratar de algo tantas vezes contado na literatura e no próprio cinema, mas eu gostaria de ver a sua versão, a sua narrativa trabalhando esse romance dentro dessa ambientação. Gostei da sua sutileza ao tratar esse mundinho tão brasileiro que ainda resiste em alguns cantos por aí.

    O texto é bom, mas o que haveria de conflito e picos de emoção, ficou de lado.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  19. Jefferson Reis
    25 de outubro de 2014
    Avatar de Jefferson Reis

    Para mim, seu conto é uma crônica. Adoro crônicas, e a sua foi gostosa de ler. Não tão bem aprofundada quanto poderia ser, é verdade, mas simples e leve. Achei bonita a participação do pipoqueiro, o personagem mais interessante.

    (O que você escreveu sobre pessoas uniformizadas invisíveis é verdade).

    Você poderia ter trabalhado mais em seu texto, mas acredito que cativará bons leitores.
    Boa sorte no desafio.

    • Nicole
      25 de outubro de 2014
      Avatar de Nicole

      Aproveitarei as críticas recebidas aqui para o texto em dois: uma parte vai virara crônica. A outra vai ser revisada para elaborar melhor o conto – é conto, já que tem começo, meio e fim e um conflito – a senhora enviúva, estabelece um novo relacionamento e se casa – desafiando a sociedade. Tem tante gente dizendo que a gente não deve citar os persamentos dos personagens e focar nos fatos, que tento fazer isso e empobreço a história – afinal, é uma técnica, e posso prescinder dela – muitos bons autores usam discuros indireto livre e fluxo de consciência, mergulham mesmo nos pensamentos e emoções dos personagens e dá certo, então, vou mudar a técnica.

      • Nicole
        25 de outubro de 2014
        Avatar de Nicole

        virar crônica.
        gente, estou com um problema sério nesse meu teclado.

      • Jefferson Reis
        5 de novembro de 2014
        Avatar de Jefferson Reis

        Crônicas literárias também podem apresentar aquela famosa estrutura “apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho”. Sobre não revelar os pensamentos dos personagens somente por meio de ações acho uma bobagem. Há ótimos contos íntimo-existencialistas que se passam completamente na cabeça dos personagens.

  20. Fabio D'Oliveira
    24 de outubro de 2014
    Avatar de Fabio D'Oliveira

    Olá, Nicole. Espero que esteja bem contigo! Sem delongas, vamos analisar seu texto.

    TEMA: Mais ou menos. Senti que o cinema ficou muito no plano de fundo. O que importa, de fato, é Marlene e o pipoqueiro. A cidade também teve grande participacao e isso ajudou a ocultar o cinema. Vamos dizer que ele ficou como um dos cenários principais da história.

    TÉCNICA: Muito bom. De fato, a narrativa fluiu de forma maravilhosa. Tão íntima! Parecia que estávamos conversando! Preste mais atenção na revisão final, Nicole! Faltou algumas letras aqui e acolá. Isso prejudica, no final das contas.

    ENREDO: Mediano. A história está bem construída, mas não sai do fator comum. Não impressiona. E, de fato, lembra algumas historinhas que já li. Os personagens fazem parte do cenário. Você não os conhece. Você sabe o que aconteceu com eles, mas não o que eles pensavam. Isso é um pouco ruim. E entra em contradição com a narração íntima.

    PESSOAL: Pelo fato de não sair do fator comum, o conto não me agradou muito. Gostoso de ler, mas sem maiores atrativos. Eu, pessoalmente, procuro um propósito para ler. Sem um motivo, acredito que seja perda de tempo.

    Nicole, você escreve muito bem. A historia não me agradou muito, mas você merece os parabéns pelo texto. Parabéns, uhul!

    Boa participação no concurso.

  21. Leonardo Jardim
    24 de outubro de 2014
    Avatar de Leonardo Jardim

    Achei o desenrolar da história e o final muito rápido. Descreveu bem o contexto, preparou o terreno, mas correu e finalizou sem muito brilho. A história de amor entre uma dama da sociedade e um pipoqueiro realmente renderia uma boa história, mas ela não foi contada. Seria uma espécie de Lisbela e o Prisioneiro, mas não houve um diálogo, uma cena em que a história de amor pudesse se desenvolver. Encontrei também alguns erros de redação (em geral me envolvo na história e só noto os erros se atrapalharem). Enfim, faltou contar como os dois se conheceram, como se apaixonaram. A forma como foi contada não me convenceu. Abraço.

  22. Anorkinda Neide
    24 de outubro de 2014
    Avatar de Anorkinda Neide

    Muito bem, vc teve uma ótima ideia, a colocou no ‘papel’, esquematizou…agora, por favor, escreva o conto… rsrs
    Como está ele é um esboço.. veja bem.. vc narra, explica, mas os detalhes dos personagens, do enredo.. onde estão?
    ao invés de ser didático, como alguns colegas mencionaram, vc poderia colocar o parágrafo assim:
    ‘Antigamente, nos cinemas, rolava …(isso, isso e isso)’
    Aborda assim, o ambiente e o cenário onde se passará a historia e depois a historia deve desenrolar e não apenas ser narrada como uma redação, entende?
    Até aceito o pipoqueiro não falar, não aparecer, marcando assim, o lugar dele na sociedade, que é ser invisível.
    Iracema aceitou muito prontamente o romance.. acho que a ideia era colocar um clímax aqui, onde a sociedade rica não aceitaria com bons olhos este romance.. acho q perdeu a oportunidade aí de tornar a historia mais interessante.
    Boa sorte
    Abração

    • Nicole
      30 de outubro de 2014
      Avatar de Nicole

      sugestões aceitas, grata.

  23. Maria Santino
    24 de outubro de 2014
    Avatar de Maria Santino

    Boa Noite, autor (a)!

    Achei a ideia simples, mas pouco aproveitada. Gosto de contos assim, de cotidiano e cidades pequenas, de pessoas comuns, mas, me desculpe, a entrada do “Pausa para explicar para a geração mais nova:” já me deixou com pé atras. Não gosto dessas interrupções do narrador e acho até descartável essa frase.
    Apesar de gostar da ideia, eu não me afeiçoei aos personagens centrais. Achei tudo tão distante e quando há a conversa entre as duas amigas eu só li. Acho que você poderia desenvolver mais sua trama focalizando muito mais nos personagens. Para mim houve certa atenção para narrar algumas passagens da cidade e fazer piadinhas e quando veio a trama em si o conto acabou sem que eu pudesse me afeiçoar, mas eu só somente uma opinião dentre os demais.

    Desejo sorte!

  24. JC Lemos
    23 de outubro de 2014
    Avatar de JC Lemos

    Olá, tudo bem?

    O conto foi bem narrado, atendendo com eficiência sua proposta. Tirando as letras que faltaram e a falta da vírgula logo no começo, não vejo muito o que falar. A história legal, mas não me cativou. Como disse o Fábio, soou didática demais a narrativa. Acho que, se fosse eu, tentaria a abordagem de forma diferente, mais intimista.

    De qualquer forma, é um bom conto.
    Parabéns e boa sorte!

  25. Luiz Eduardo
    23 de outubro de 2014
    Avatar de Luiz Eduardo

    Gostei muito da ideia de falar de cinema antigo, e apesar de achar que a descrições tiveram mais espaço que a história.achei muito legal a simplicidade do conto. Ficou com um jeito romântico que combina muito com o cinema do começo do século passado. Parabéns!

  26. Fabio Baptista
    23 de outubro de 2014
    Avatar de Fabio Baptista

    ======= TÉCNICA

    Achei muito boa a narrativa, imbuída de clareza e simplicidade que casaram muito bem com a história.

    Teria colocado duas vírgulas a mais no 1º parágrafo para separar melhor as sentenças.

    – inda / Iracem
    >>> Faltaram alguns “a”s 😀

    – Marlene ousara trocar ousados
    >>> repetição

    – pretendente da hora
    >>> trocaria esse “da hora” por “da vez”, para não confundir com a gíria que quer dizer “legal”.

    ======= TRAMA

    Fiquei com a mesma impressão de outro colega: sem sal.
    A personagem principal não cativou, não me importei se ela se casaria e seria feliz/infeliz ou não.

    E o narrador soou meio didático vez ou outra.

    ======= SUGESTÕES

    Tentaria deixar o conto mais focado no evento principal (relacionamento da mulher com o pipoqueiro).

    Talvez arriscar diálogos entre os dois, para que pudéssemos assimilar melhor suas personalidades e, assim, talvez gostássemos mais deles.

    ======= AVALIAÇÃO

    Técnica: ****
    Trama: **
    Impacto: **

  27. simoni cristina dário
    22 de outubro de 2014
    Avatar de simoni cristina dário

    O texto foi muito bem escrito, com simplicidade, bom humor e estilo. O enredo é simplório mas pela qualidade da escrita não deixa a desejar. Cairia bem em um capítulo de novela das 6 de antigamente, já que o cenário é de cidade pequena, onde provavelmente todos se conhecem. Pipoca, beijo no escurinho e ingenuidade fizeram parte da história do cinema por muito tempo, e a torcida para que os protagonistas fiquem juntos e sejam felizes para sempre me parece que dura até hoje. Parabéns, gostei!

  28. Eduardo B.
    22 de outubro de 2014
    Avatar de Eduardo B.

    A ideia trazida a lume no texto não é nova e tampouco complexa. É simples, mas nem por isso morna. Eu gosto de temas comuns; cheios de ternura e experiências críveis.

    Contudo, faço uma ressalva: entendo que a proposta da autora consistiu numa homenagem ao cinema em si, mas o começo arrastou-se de forma desnecessária e a trama principal acabou ficando em segundo plano (o final abrupto tornou isso ainda mais explícito).

    Um bom conto. Parabéns.

    • Sonia Regina Rocha Rodrigues
      22 de outubro de 2014
      Avatar de Sonia Regina Rocha Rodrigues

      Pois é, Eduardo, há umas frases no começo que dariam uma boa crônica. Vou enxugar o texto, obrigada pelos comentário.

  29. Willians Marc
    22 de outubro de 2014
    Avatar de Willians Marc

    Olá, a ideia foi boa, mas acredito que tenha faltado um pouco de desenvolvimento dos personagens e da trama. Apesar de a introdução trazer à luz importantes imagens a respeito do cinema, pareceu-me que foi dada mais importância para essa introdução do que para o restante do texto. Além disso, ficou evidente a falta de revisão, conforme foi comentando pelos colegas abaixo.

    Boa sorte e continue escrevendo!

  30. Daniel Vianna
    22 de outubro de 2014
    Avatar de Daniel Vianna

    PONTOS POSITIVOS – A história é boa. As afirmações aparentemente preconceituosas no início são ‘salvas’ pelo desfecho, além de serem perfeitamente compreensíveis, tendo em vista o tempo em que ocorre a história. PONTOS NEGATIVOS – Muita ênfase na abertura, que ficou extensa e um pouco explicativa demais. Acabou faltando desenvolvimento, e a trama ficou, assim, mínima com conflito praticamente inexistente.

  31. Fil Felix
    21 de outubro de 2014
    Avatar de Fil Felix

    Ms. Kidman, acho que faltou uma revisão no seu conto. Há frases um pouco confusas e alguns erros bem visíveis (tipo Iracem).

    Percebi um pouco de Cinema Paradiso aí, um pouco de homenagem ao Cinema, desde os primórdios até às produções mais recentes (devido a personagem envelhecer junto). A história entre uma mulher rica e o pipoqueiro do cinema que frequenta, numa cidadezinha, é muito bonita. Porém acho que isso ficou no mundo das ideias. A narrativa é rápida demais (o que nem sempre é um problema), mas no seu caso acelerou as coisas, não deu profundidade. Os personagens parecem jogados. Não há conexão do leitor com o pipoqueiro, com Iracema ou com a própria Marlene.

    Penso que tenha sido feito na correria. Volto a dizer que gostei do argumento, da questão da homenagem e do romance clássico, daria uma bela história. Porém, particularmente, não gostei de como foi desenvolvido.

  32. Claudia Roberta Angst
    21 de outubro de 2014
    Avatar de Claudia Roberta Angst

    ‘Iracema” apareceu sem o a final pelo menos duas vezes. Ah, esses teclados traidores.
    ‘Estreia” não possui mais acento, mas é difícil de aceitar, né?
    A narrativa pareceu-me bem ingênua como uma sessão da tarde. Nada de clímax, grandes malabarismos, mas foi uma agradável leitura.
    Boa sorte!

  33. Lucas Rezende
    21 de outubro de 2014
    Avatar de Lucas Rezende

    Bom, moça (ou moço, sei lá)
    Algumas frases ficaram meio confusas, mais uma duas lidas e isso seria resolvido.
    A história flui bem, não vi nenhum furo na trama. A premissa não me atrai muito, não tem conflitos no texto. A única coisa que poderia ser considerada um contratempo, é o fato de a sociedade ver com maus olhos o casamento do casal.
    Enfim, achei sem sal. (Minha opinião).
    Boa sorte!!!

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Publicado às 21 de outubro de 2014 por em Filmes e Cinema e marcado .