EntreContos

Detox Literário.

O Rosto da Atriz (Claudia Roberta Angst)

1ba079c0fa461b69f7a717eb8c65cab3

Se eu pudesse entrar na sua vida…

Foram as primeiras palavras que ouviu assim que se sentou. Alguém repassava a fala da protagonista com a impaciência de iniciante. Restavam ainda algumas horas antes do primeiro ato. A tensão da estreia dominava elenco e direção. Cansado, após  responder as perguntas pouco criativas de uma jovem e inexperiente jornalista, o diretor Rafael Mansano isolou-se na última fileira. O anonimato caía-lhe bem naquela tarde de outono. Como chovia! Logo mais, um rio de guarda-chuvas invadiria a calçada do teatro.  A peça estava fadada ao sucesso.

De longe, passou a observar tudo com atenção, buscando coesão de pensamentos, ou quem sabe,  acomodação para os seus sentidos. Concedeu olhar à cênica expressão de todos que ali se encontravam, ocupados demais para lhe despertar do tédio. Cenas simultâneas desenhavam-se com cada personagem tomando o espaço que lhe cabia. A trama tecida a cada minuto emprestava um misto de suspense e trivialidade ao local do espetáculo.

Como improvisada aparição, uma jovem atravessou o palco e sentou-se na beirada do tablado, deixando as longas pernas balançarem no ar por um instante. Nas mãos, folhas de papel amassadas e repassadas por dias e olhos.

Mansano observou a moça com certa estranheza, talvez, até desconfiança. Imaginava o que havia ali, escondido naquele perfil delicado esboçado em giz. Adivinhava-lhe um quê de tristeza. Ou seria o contrário? Uma pintura de disfarçada alegria?

Sorriu como se soubesse que, cedo ou tarde, ela o descobriria em sua camuflada presença. Seu sorriso permaneceu como um engasgo de espanto, um riso de éter.

Os braços da atriz, muito brancos, lembravam o alabastro dos lustres do teatro. Beatriz era encantadora, com ares de diva, mais para Adele do que para Audrey Hepburn. Havia nela a exuberância imprecisa de formas e cores. O rosto cheio, com maçãs pronunciadas e o sorriso largo invasor de lábios recém pintados entre covinhas perfeitas.

O diretor prestou atenção ao descaso estudado da jovem. Será que era feita de louça? Pensou, hipnotizado por aquela que parecia destoar dos outros atores. Nela, nada parecia se agitar, era o retrato da serenidade. Aparente calma acobertar início de tempestade. Mansano já conhecia aqueles olhos que pareciam dançar no sétimo céu, muito longe do firmamento do texto.

Para sempre é sempre por um triz.  

Sim, todos ali já sabiam quem era ela. A jovem Beatriz Martins, de olhos tão profundos quanto o oceano. A princípio, o diretor debochara da imagem que lhe apresentaram de Beatriz. A descrição parecera-lhe brega demais fosse quem fosse a dona de tais olhos. No primeiro dia de leitura do texto, ele a viu, desorientada entre tantas falas e  compreendeu tudo no primeiro olhar. Muitos ainda haviam de se afogar naquele clichê.

Diziam que Beatriz amontoava presentes, flores e propostas no íntimo do seu camarim. Colecionava bilhetes na moldura do espelho que, um dia, denunciaria as suas primeiras marcas de expressão. Ela, certamente, não as recusaria. O diretor podia imaginá-la beijando o próprio reflexo, manchando de batom o destino que lhe fosse apresentado.

Se eu pudesse entrar na sua vida… Agora, ele repetia o verso da canção para si mesmo, como confissão ou quase arrependimento. A discrição era essencial para que o seu trabalho rendesse aplausos. Por isso, condenava Beatriz ao esquecimento durante os ensaios. Para que aquela sede de sonho cessasse antes que a jovem ousasse  despertar para o seu olhar.  Sem juramentos, ele abrigava a paixão como chave de sua própria condenação.

Quantos desastres tem na minha mão?

Diz se é perigoso a gente ser feliz

Rafael Mansano não procurava significado algum no resto do elenco que começava a se mover com nítida ansiedade. As pausas na respiração de Beatriz lhe pareciam mais dramáticas, cruéis, prontas a despedaçar sonhos. Ele cismara com ela, só isso. Desejava adequar o cenário à personagem que  surgia diante dos seus olhos. Seria ela a redentora de tantos textos fracos e diálogos sem nexo?

Desde o primeiro momento, fora assim. Arrebatamento diante de uma obra de arte. De repente, tudo se encaixava, sílaba por sílaba, na fala da atriz. Seria comedia. Talvez divina, talvez romântica. Com Beatriz, a vida desfiava os mantos da sensatez. Rasgava os amanhãs sem temor. E ele só quis acreditar, enfim, que aquele seria o seu melhor projeto. Deixou-se inaugurar, entregue, em sonhos, transformado.

Dali, a certa distância, Mansano podia criar outros temas, visualizar muitos outros planos e movimentos. Não estava nervoso com a estreia da peça, mas sim com o que viria depois. Sabia que não seria capaz de aguardar o primeiro sinal para bordar interesse nas vestes e olhares de Beatriz. Ela, paciente menina, surgiria plena, a acumular tempestade e urgência.

Quando o teatro ficasse repleto de fãs e fantasmas, o diretor procuraria a estrela sob as luzes da ribalta. Sabia que seria em vão. O olhar que nela sempre buscara, ali mesmo se desencantaria. A cortina pesaria, fechando expectativa e a temida desilusão cederia aos aplausos.

Mergulhado no labirinto de sua imaginação, Mansano relia a história mal dirigida e se sentia cada vez mais só. A representação teatral logo se iniciaria e; assim,  recomeçaria, noite após noite, a troca de personagens e amores.

Será que é uma estrela?

Será que é mentira?

Olhando para Beatriz, sorrindo para os que passavam por ela, Rafael Mansano percebeu que o espetáculo da noite já se anunciava há meses, nas palavras do texto, na conquista do porvir. Perguntou-se como apagaria as provas das noites que passariam ali juntos, repartindo a glória do momento. Embevecido com uma beleza que, talvez só a ele parecesse tão sublime, varreu para o canto da alma a poeira de estrelas que lhe nublavam o olhar. Algum reflexo de intenção, por descuido do destino, atingiu Beatriz que dirigiu o olhar para o fascinado observador. Por um segundo, talvez dois, Rafael permaneceu no rastro dos sonhos que aquela pele alva e macia lhe provocavam. O encontro, na encenada aventura de amar, durou nada mais do que um piscar de olhos. O oceano acastanhado sob nuvens de tempestade.

De repente, Leandro Mortiz, o ator mais jovem da peça, surgiu de uma das portas laterais e atravessou o corredor entre as cadeiras da plateia com passos largos e decididos. Ignorou completamente a presença obscurecida do diretor.  Trazia com ele uma caneca com conteúdo fumegante.

Vendo o colega em calorosa aproximação, Beatriz saltou para o chão, arriscando torcer o tornozelo, pois calculara mal a distância. Leandro, loiro e sorridente, entregou a bebida para Beatriz como quem oferece o cálice sagrado. Ela ensaiou um agradecimento. Nada falou, poupando as cordas vocais de uma gentileza indevida. Esboçou um leve franzir de linhas e planos. O sorriso misturado ao café quente adoçava as expectativas do jovem colega. No fundo, o outro homem admirava suas palavras não ditas, em silencioso rosnar para Leandro Mortiz.

Beatriz soprou o café e tomou pequenos goles para afugentar o sono que lhe pousava nas pálpebras. Das noites no seu quarto de hotel, pouco lhe restara além de lágrimas e dores de cabeça. A dúvida quanto ao seu talento aumentava com as constantes críticas do diretor. As piores, em silêncio, como se ela nem mesmo existisse. Jurara a si mesma que não seria mais dirigida por aquele senhor tão desagradável. Não que ele fosse feio ou velho demais, mas lhe causava calafrios com aquele olhar de pagante exigindo bis.

Depois de poucos goles, o bastante para aquecer sua disposição, Beatriz deixou que uma das funcionárias do teatro levasse a caneca de suas mãos, reclamando qualquer coisa sobre normas.

Com o calor invadindo corpo e mente, Beatriz conseguiu afastar suas dúvidas. Voltou a se armar com a sua segurança natural. Indagou-se sobre seu talento para despertar as mais variadas reações do público. Se nela havia o mundo, que país acreditava ser? Abriu os olhos, aqueles dois caprichos castanhos que pareciam  sonambular  em outra constelação.

Começaram os dois, Leandro e Beatriz, a ensaiar as falas que guardavam de memória nos olhos depois de tantos e longos ensaios. Cúmplices nos atos, interpretavam entre si e para o observador enciumado.

O diretor Mansano suspirou, ansioso pela ausência do seu antagonista.  Pensamentos escorreram entre as pedras dos ciúmes, que começavam a abrir as cortinas e  entrever o público. Sem pensar, fez-se reconhecer presente, ditando ordens aos técnicos. Elevou o tom, firmando voz e vontade. Queixou-se das poucas instalações do cenário, das luzes mal trabalhadas, do nublar dos diálogos ditos às pressas pelo ator que rodeava e devorava Beatriz.

Esperou que Leandro se afastasse da sua estrela, entre surpreso e aborrecido. Levantou-se com o cansaço inerente a quem já revisara letra e música. Aproximando-se do palco, manteve o passo o mais firme possível.

Ele sorriu porque era o que lhe restava fazer. Dentes e alguma esperança a oferecer. Mordida e beijo. No rosto da atriz.

……………………………………………………………………………………………………………..

“Beatriz”, composição de Chico Buarque e Edu Lobo,  disponível em:

40 comentários em “O Rosto da Atriz (Claudia Roberta Angst)

  1. Carolina Soares
    4 de outubro de 2014

    Um conto belo demais, bem descrito e baseado em uma música igualmente bonita, porém faltou alguns elementos da trama principal como um climax.

  2. Lucas Almeida
    4 de outubro de 2014

    Mais um conto que peça no quesito clímax. É bem escrito mas falta emoção, clima, tensão, alguma coisa pra prender o leitor. Fora isso está de parabéns. Boa sorte 🙂

  3. Alana Santiago
    4 de outubro de 2014

    Um texto que lida com sensações e emoções. Gostei muito, apesar de não haver diálogos e do final que não teve cara de final, acho que senti isso mais por querer que tivesse continuado, não estou reclamando de forma alguma. Está de parabéns, pelo cuidado com a linguagem e pela coragem de escrever tão bem fora do padrão que temos visto por aí.

  4. Fil Felix
    4 de outubro de 2014

    #O QUE GOSTEI: estou num mix de amor e ódio com seu conto. Adorei seu modo de escrever, é suave e fluído. A ambientação é ótima, a imagem que criamos é perfeita. Aquele clima de teatro clássico. Bem gostoso de ler.

    #O QUE NÃO GOSTEI: como comentaram, não acontece muita coisa nele (um clímax ou alguma tensão), ao terminar de ler fica um grande “e?” na cabeça.

    #O QUE MUDARIA: tiraria a Adele ali da comparação com a Audrey, ficou estranho. Colocaria alguém de sua época.

  5. Gustavo Garcia De Andrade
    4 de outubro de 2014

    Bem, claramente há uma sensibilidade elaborada dx autorx. Toda uma carga poética que transcorre por todo o texto, mas: acho que essa ideia se daria melhor num poema que num conto.
    Digo isto porque, embora a intenção tenha sido claramente somente a mensagem e a poesia, acho que se faz necessária a construção de personagens que nos carreguem pela sua trama, pela sua mensagem; faltou isso. Achei jogados os conceitos definitivos dos personagens, entende? Entendi que o diretor é x, a atriz é y, mas quem me prova? Ninguém, só as linhas filosóficas, que são OTIMAMENTE construídas, mas que deixam um vácuo de ações e interações que seria muito bem preenchido..

  6. Andre Luiz
    3 de outubro de 2014

    É uma falha terrível de minha pessoa assimilar os nomes dos textos com a trama. Sendo assim, eu enfiei minha mente com tudo em seu texto e mergulhei em sua história brilhantemente escrita. A atriz é uma personagem bem composta, emotiva e forte, de forma a prender o autor na leitura. Entretanto, senti que faltou algo mais no final, por exemplo, uma frase de efeito ou até mesmo uma alíquota da música original que, por sinal, é excelente. Enfim, o conto é muito bom, parabéns ao autor!

  7. felipeholloway2
    3 de outubro de 2014

    É um bom conto, na medida em que, sem recorrer a diálogos, consegue transmitir as “feições” psicológicas dos personagens centrais, tornando-os críveis. A obsessão do diretor por Beatriz me convenceu, assim como a melancolia da atriz e sua ânsia por aprovação. Sem mencionar a tessitura do desencontro, quando a indiferença e o desdém de Rafael são tomados como desprezo pela suposta falta de talento da atriz, retroalimentando a insegurança da moça, que até lhe daria alguma chance, não fosse aquele pouco caso…

  8. Fabio D'Oliveira
    3 de outubro de 2014

    Sublime! O texto transborda poesia. Sensibilidade pura! Mas devo ser sincero, não gostei muito da história. E realmente não sei dizer o porquê disso. Não me tocou. A narrativa está viva e morta ao mesmo tempo. O texto se apoio inteiramente na escrita. Mas isso não tira seu brilho. Parabéns.

  9. pisciez
    2 de outubro de 2014

    O que que é isso meu deus? Palmas!!

    Que texto bonito de ler! Gostei muito. É um dos mais belos do concurso. Não tem erros, é agradável aos olhos e passa os sentimentos dos personagens de forma perfeita. Gostei muito da troca repentina de foco na narrativa, passando de Mansano para Beatriz. Também gostei da antagonia de sentimentos entre os dois. São conflitos interessantes de ver e ainda mais interessantes quando expressados por um texto poético como este.

    Eu senti a falta de final no conto; de uma conclusão. Essa falta ficou ofuscada pela execução belíssima, mas ainda assim está lá. De qualquer forma, gostei demais deste conto. Muito bonito mesmo. Parabéns!

  10. Edivana
    1 de outubro de 2014

    Bom, acho que faltou alguma coisa nesse final. Passei a história toda desconfiada, do café, do amor do diretor (embora eu não seja uma grande reconhecedora desse nobre sentimento), dessa empatia toda da moça, seria ela mesmo isso tudo, não estariam me enganando com olhos dúbios? Parece que não, eu que sou desconfiada mesmo. As descrições são mesmo boas, então carregue meus elogios!

  11. Gustavo Araujo
    1 de outubro de 2014

    Rapaz, um dia quero escrever com essa sensibilidade, com essa riqueza de detalhes. É um conto para os sentidos. Dá quase para sentir o cheiro da madeira do palco. Bacana mesmo, lembra Zafón.

    Gostei da trama e dos dilemas que se passam na cabeça de Rafael Mansano. Quem já não esteve numa situação parecida?

    Mas creio que a autora poderia ter ido adiante e aprofundado os fatos. Sim, as descrições estão ótimas, mas falta acontecer algo. Ficamos numa expectativa que não se cumpre. Não me entenda mal, mas para mim o conto ficou “parado no mesmo lugar”, como dizia aquela música (!) do Rappa.

    É isso. Boa sorte no desafio.

  12. Eduardo Barão
    30 de setembro de 2014

    Achei morno. Morno não quer dizer mediano: quer dizer sem clímax, sem grandes guinadas, onde a linearidade se faz presente em tempo integral. A ausência de diálogos tornou os personagens rasos e, assim, não pude criar empatia pelo diretor ou pela atriz. Ambos são meros (e descartáveis) instrumentos da prosa poética.

    Enfim; um conto acima da média pela escrita apurada, mas enfadonho em termos de análise. Boa sorte.

  13. Camila H.Bragança
    27 de setembro de 2014

    Prezado/a colega

    Vim por meio deste comentário discorrer acerca das impressões causadas pelo seu texto. Vossa escrita poética conduz de maneira aprazível. O clímax do texto é o amor que não se realiza e por haver fortes conotações, o receptor da mensagem/leitor, acaba torcendo para que haja entendimento das partes que culmine na união, atesto que essa escolha não foi uma das melhores, porque também torci para que houvesse a união de ambos – apesar de ter gostado do clima subjetivo -. Sugiro que narre em primeira pessoa para elevar as sensações de Rafael Mansano.

    Saudações!

  14. Swylmar Ferreira
    23 de setembro de 2014

    Interessante! A emoção quase chega a ser palpável no texto.
    É um conto de forte conotação sentimental onde o(a) autor(a) navega entre sentimentos como amor, desejo e ciúmes, camuflados em personagem de cena teatral. Muito bom Lya Rossi.

  15. tamarapadilha
    23 de setembro de 2014

    Uau! Bom demais a inserção dos trechos da música no meio do texto, em algumas partes nem percebi que fosse a letra e só depois fui me dar conta.
    Essa parte da letra me chama especialmente a atenção: “Para sempre é sempre por um triz.”.
    Sem muito a comentar, esse está na lista dos melhores contos aqui postados. Amei a música de Buarque. Não a conhecia.

  16. Felipe Moreira
    23 de setembro de 2014

    Existe uma emoção no texto, mas empregada com projeções e não acontecimentos. Isso foi interessante porque instiga uma reflexão mais profunda do que qualquer evento ou reviravolta que o texto pudesse arriscar. Beatriz tem uma característica bem particular e esse balanço ao longo da trama foi positiva, ao meu ver. Já a troca súbita de ponto de vista quebrou o ritmo da minha leitura.

    Parabéns pelo trabalho. Tecnicamente bem acima da média. Boa sorte. \o

  17. Thiago Mendonça
    22 de setembro de 2014

    O conto é bem escrito e bem revisado, o uso das palavras e pontuação é bastante satisfatório. Fiquei, porém, um pouco perdido nos acontecimentos e motivações dos personagens, talvez por eu estar acostumado com um estilo de escrita menos ‘comtemplativo’ e com mais ‘movimento’ (isso não é uma crítica negativa, apenas uma questão de gosto).

  18. Wesley Buleriano
    22 de setembro de 2014

    É um conto que presa mais pela viagem e menos pelo destino. Quer dizer, não há uma estrutura que nos leve a um clímax. E não há mal algum nessa estrutura. Apesar de correr o risco de frustrar leitores mais acostumados com essa estrutura baseada no clímax. O uso das figuras de linguagem e a alternância das vozes deu uma rebuscada no conto, tornando-o mais difícil de se ler, exigindo mais critério e atenção do leitor. No geral, um bom conto, quase beirando uma prosa-poética. Parabéns.

  19. Angélica Vianna
    20 de setembro de 2014

    Adorei o conto e a escolha da musica, gostei do enredo e das descrições dos personagens e a sensibilidade que eles passam. Só que o desfecho na minha opinião deixou a desejar. Boa sorte!

  20. Pétrya Bischoff
    20 de setembro de 2014

    Bueno, narrativa e descrição medianas, sem sobressaltos ou mesmo emoção. Não, todo o choramingo do texto não foi nada senão maçante, a meu ver. Não conhecia a música, escutei e me deu vontade de cortar os pulsos :s Não culpo o autor pela tediosa leitura, a música é chata pra caralho T_T
    No entanto, há quem goste, boa sorte.

  21. Thata Pereira
    19 de setembro de 2014

    É delicado como a música. Conheci apenas na voz da Ana Carolina e acho a letra perfeita. Estava afoita para ler este conto, pois a imagem também me seduziu. Não me decepcionei.

    Boa sorte!

  22. rsollberg
    19 de setembro de 2014

    Um conto muito bem construído. Com frases sublimes e sensíveis.

    Na verdade, sobrou muita categoria e faltou um tantinho de trama. Beatriz é apaixonante e suas descrições são ótimas. Senti falta de um clímax, ou até mesmo uma reviravolta. No entanto, ainda assim é uma belíssima narrativa. Dependendo do dia e do espirito do leitor, o texto será muito bem apreciado.
    Em suma, um excelente texto.

    Parabéns e boa sorte.

  23. Rogério Moraes Sikora
    17 de setembro de 2014

    Para aí! Música do Chico Buarque já é covardia! É claro que o conto ficaria excelente. Gostei mesmo. Um texto quase poético. Narrativa elegante, sensível e inteligente. Mexeu comigo. Parabéns!

  24. José Geraldo Gouvêa
    16 de setembro de 2014

    Conto magistralmente escrito, mas nenhuma trama digna desse nome. Não que seja defeito. “Missa do Galo”, do mestre Machado, é um exercício sobre o nada, em que a verdadeira história não é a que os personagens vivem, mas uma outra, latente, que eles lembram ou imaginam ou querem. Mas isso faltou um pouco aqui. Talvez o escritor tenha se obcecado demais com a Beatriz!

  25. José Leonardo
    15 de setembro de 2014

    Olá, autor(a).

    Temos aqui uma escrita bem cuidadosa, apurada, costurada como que através de um bastidor. A mescla da descrição do interior de Rafael, de suas impressões daqueles momentos de ansiedade e das boas figuras de linguagem conseguiram um efeito próximo ao de “fluxo de consciência”. O autor obteve êxito em centrar a narrativa no diretor e esquadrinhar seus sentimentos/sensações. Para mim, tudo é sutileza psicológica sobre uma disputa que não existe fisicamente, mas na alma de Rafael.

    Esse texto vai de encontro aos meus gostos pessoais, no entanto. Talvez me falte certo grau de sensibilidade para tê-lo desfrutado de maneira efetiva (como outros fizeram). Não houve massiva inserção da letra da música (ponto positivo), mas há trechos “escondidos” em alguns parágrafos — não vejo razão para eles; o autor poderia usar outras palavras, ainda que preservasse o sentido de tais versos.
    O estilo deixou o enredo meio “parado”, sem grandes movimentos.
    A partir da entrada de Leandro na narrativa, o conto me remeteu àquelas histórias “Sabrina” de bancas de revista (não entro no mérito quanto ao valor literário das coleções “Sabrina”, nem estou “desqualificando” seu conto. Perdoe-me; é que vejo um pouco de semelhança, mesmo). “Sabrina” me deixou bem irritado quando li — na época, ainda não conhecia a Biblioteca Pública da minha cidade.

    Boa sorte.

  26. Willians Marc
    15 de setembro de 2014

    Conto bem escrito, mas a trama deixa a desejar. Pouco é contato a respeito dos personagens a não ser os devaneios que se revezam entre o diretor e a atriz, aliás, essa troca de pontos de vista sem nenhuma indicação me deixou um pouco incomodado pois o leitor tem de pensar: agora é atriz? não, acho que é o diretor… não, “pera aí”…

    Em comparação com a musica, percebo que há uma predominância do sentimento de amor platônico e da observação do espectador em relação a atriz, isso é um ponto forte do conto na minha opinião.

    Enfim, tens muito talento, parabéns e boa sorte no desafio!

  27. Leandro Cefali
    14 de setembro de 2014

    Muito boa escolha e o conto ficou muito bom tb, um pouco longo mais nada que incomodou tanto.

  28. Andréa Berger
    14 de setembro de 2014

    Delicadíssimo seu conto. O tema do ciúme e do amor platônico, quase sempre vai mais para o lado do desespero, das brigas, da confusão… quase sempre é meio brutal, e você utilizou os dois de uma forma tão bonita e singela. A música é linda e combinou muito com a história. Só me incomodou um pouco a mudança de perspectiva do diretor para a atriz, e logo depois voltar ao diretor, não sei, saiu um pouco da continuidade do texto. Mas tirando isso, foi um conto lindíssimo.
    Um abraço e boa sorte.

  29. Anorkinda Neide
    13 de setembro de 2014

    Muito bonito conto com ares de prosa poética.
    Um tantinho longo, esse tom poético não pode ser longo, a meu ver, pois cansa o leitor… é uma leitura subjetiva que não pode ir muito longe de uma vez só…quem consegue flutuar por tanto tempo? só os poetas mesmo.. rrsrsrs

    também achei lindissima esta frase e havia separado ela para guardar.. ^^
    ‘Embevecido com uma beleza que, talvez só a ele parecesse tão sublime, varreu para o canto da alma a poeira de estrelas que lhe nublavam o olhar.’

    Teve um momento que o texto mudou o foco do diretor para a moça..pensei q continuaria ali, pra que a gente a conhecesse melhor..mas voltou pro diretor e depois parece q algo vai acontecer com o ciúme dele, mas não acontece, então foram duas expectativas frustradas… pq eu entendo que o beijo e a mordida ficaram na imaginação do apaixonado, no seu desejo contido e enrustido na execução de seu trabalho de dirigi-la.

    Mas gostei muito, estou falando tanto aqui, pq ainda estou flutuando no clima poético nesta minha segunda leitura.

    Abração

  30. Brian Oliveira Lancaster
    12 de setembro de 2014

    Explicar e inserir a letra no contexto é uma ótima ideia (e tendência, pelo que vi). Essa frase “varreu para o canto da alma a poeira de estrelas que lhe nublavam o olhar”, me cativou. Gostei da protagonista silenciosa e do tom balé de esquina da Broadway. Senti certa tristeza ao chegar ao final abrupto. Talvez, isso seja bom. Extrair sentimentos do leitor não é fácil.

  31. Davi Mayer
    12 de setembro de 2014

    O que gostei:
    Do texto poético e cheio de figuras de linguagem. Gostaria muito de escrever assim! Dos personagens, bem aprofundados, dos sentimentos que entram em conflito com suas ações. Essa pegada foi muito boa. Uma relação de mascarar sentimentos para não se sentir vulnerável, para não dar a sensação de estar fora de controle em relação aos seus sentimentos. Uma emoção que senti por parte do diretor é que é melhor a eterna dúvida que a mágoa da rejeição. Muito bom.

    O que não gostei:
    A falta de climax, de um posicionamento dos personagens, de um andamento da história e fechamento mais concreto.

    O que pode ser melhorado:
    O autor tem um grande talento, mas faltou envolver os personagens em conflitos, saírem de sua zona de conforto e darem ações aos seus pensamentos. A parte da construção dos personagens estava ótima, só dando algumas aparadas para não ficar extenso demais, agora sentir falta de uma história própria que envolvesse eles. Quem sabe um triângulo amoroso?

    Parabéns.

  32. Fabio Baptista
    10 de setembro de 2014

    ====== ANÁLISE TÉCNICA

    Escrita quase perfeita do ponto de vista gramatical.
    Porém a narrativa tem uma pegada poética, cadenciada, que não me conquistou.

    – com a impaciência de iniciante
    >>> tiraria esse “a”

    – comedia
    >>> comédia

    >>> O excesso de “e”s me incomodou um pouco:
    – linhas e planos
    – lágrimas e dores de cabeça
    – invadindo corpo e mente
    – firmando voz e vontade
    – surpreso e aborrecido

    ====== ANÁLISE DA TRAMA

    Então… gostei dessa relação “platônica” do diretor com a atriz e tal.
    Mas o resultado geral não me agradou.

    Acho que caberia um pouquinho menos de “poesia” e mais conteúdo. Há muito pouco sendo contado aqui.

    E o final… subjetivo demais.

    ====== SUGESTÕES

    – Deixar o conto mais conciso.

    – Abordar mais diretamente (sem muitos rodeios e floreios) a relação diretor/atriz.

    ====== AVALIAÇÃO

    Técnica: ****
    Trama: ***
    Impacto: **

  33. mariasantino1
    10 de setembro de 2014

    Oi, Bem?

    Não encontrei um clímax aqui. Achei o conto cheio de imagens belas, mas não acontece muita coisa. Acho que o esbarrou nos meus gostos pessoais, mas é bonito e se sente ternura.
    Boa música!
    Desejo sorte. Abraço!

  34. rubemcabral
    10 de setembro de 2014

    Lindo e ótimo conto: construções imagéticas, texto elegante e bem escrito (Só vi a falta de um acento em “comédia”).

    Normalmente eu iria até reclamar de falta de clímax ou ação, mas o texto realmente não pediu por nada disso.

  35. Lucimar Simon
    9 de setembro de 2014

    Texto interessante! Na minha avaliação não me prendo em estética ou regras gramaticais. Gosto dos temas, dos assuntos abordados. Gostei da sequencia fácil que seguiu, levando o leitor a deleitar no processo de leitura. Confesso que espera uma pouco mais de ação. Senti falta disso. A coerência foi um elemento facilitador do entendimento da trama. O ciúme sempre foi um ótimo pano de fundo, aliado a prazer, ganancia e luxuria fica ainda melhor. Me prendeu, me instigou a pensar a partir desse uma outra possibilidade um pouco mais picante, mais misterioso e se possível um fim inusitado… De tudo esse ainda é um dos bons textos que li por aqui. Parabéns e boa sorte.

  36. Lucas Rezende
    9 de setembro de 2014

    Oi,
    Bom, particularmente não me agrada histórias “mornas”. Mas percebi que você conseguiu passar bastante sensibilidade e intimidade com o tema e a música. O que me surpreendeu foi como fiquei interessado pela relação diretor/atriz. Uma relação subjetiva, que existia apenas na cabeça do diretor.
    Enfim, apesar de não ter um grande clímax (opinião pessoal) a história é muito bem escrita e recheada de emoções.
    Parabéns.
    Boa sorte 😉

  37. Claudia Roberta Angst
    9 de setembro de 2014

    Uma bela música! Não a ouvia há uns bons anos. Grata pela lembrança.
    Como todos já sabem, gosto de contos não muito longos e que poupem as criancinhas. Pelo menos, aqui, não houve infanticídio.
    Poderia ter sido um pouco mais curto para não atrasar o espetáculo. Mas isso já é questão de gosto.
    Bem escrito, sem falhas ou pontas soltas aparentes. Sem um grande êxtase,mas percebe-se a intensidade dessa relação diretor/atriz nas imagens criadas.
    Vem cá, o diretor morde mesmo a moça? Como se fosse uma maçã? Oi, viajei…rs.
    Boa sorte!

  38. Gabriela Correa
    9 de setembro de 2014

    Quanta sensibilidade! Senti na sua escrita a mesma sensação da música, captou muito bem. Gostei especialmente da descrição de Beatriz, e a construção da personagem foi muito bem realizada. Mesmo o tema do ciúme sendo algo pesado, você escreve com uma singeleza diferenciada. Isso foi determinante para que seu texto fugisse ao banal: resultado muito acima da média.
    Parabéns e boa sorte! 🙂

  39. JC Lemos
    9 de setembro de 2014

    Olá, tudo bem?

    No começo, o conto me agradou bastante. Mesmo vendo que seria uma história cotidiana, peguei-me pensando onde iria chegar. Descobri sobre o que falava e mesmo assim o interesse não se arrefeceu. Porém, chegando ao meio, comecei a cansar. Nada muito grave, mas o interesse inicial havia, pelo menos um pouco, se esvaído.
    Porém, o final trouxe renovada curiosidade. Sou uma pessoa de pouca cultura, e não havia ouvido a música até então. Gostei do que você conseguiu fazer, achei que a relação da sua escrita com o tom da música se encaixaram muito bem.

    Pelo visto, não tem ninguém desafinado para esse desafio.

    Parabéns pelo trabalho, e boa sorte! 😉

  40. fmoline
    8 de setembro de 2014

    Olá,

    Chico Buarque, nossa, excelente escolha! E combinou muito bem com seu estilo de escrita, muito único por sinal. Falando nele, foi o que, de fato, me conquistou no texto esse ar seguro, irônico e bem reflexivo. Um delírio sobre um caso de cíumes, não achei que fosse me interessar tanto, mas conseguiu me prender tanto que quando reparei já estava no fim!

    Gostei bastante!
    Parabéns e boa sorte.

Deixar mensagem para Swylmar Ferreira Cancelar resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Informação

Publicado às 8 de setembro de 2014 por em Música e marcado .