EntreContos

Detox Literário.

Pesadelos (Davi Mayer)

pesadelos

“Um, dois, Freddy vem te pegar,

Três, quatro, é melhor trancar sua porta,

Cinco, seis, agarre seu crucifixo,

Sete, oito, permaneça acordado,

Nove, dez, não durma de novo.”

 

Bernardo acordou de supetão. O corpo suado deixando a cama úmida. Olhou pela janela e percebeu os primeiros raios do sol desmanchado o negrume da madrugada. A respiração estava pesada. Outro pesadelo! Freddy Kruger desta vez enfiava uma de suas afiadas garras em seu pescoço. Sentiu a lâmina pontuda e quente rompendo músculos e veias até alcançar a garganta. O jorro vermelho banhou seu peito e aflorou pela boca entre dentes e língua. Instintivamente levou a mão ao pescoço, como a certificar-se de que tudo não passava de um sonho.

Com o corpo trêmulo levantou-se da cama e sentiu o chão frio. Olhou 05:27 no relógio do computador ligado. Entrou no seu facebook e ficou ali, olhando a tela, a página formada por colegas de escola e outros que conhecera no mundo virtual. Nunca tivera amigos. O único, no qual podia conversar sobre tudo e que lhe entendia profundamente, morreu há duas semanas. Seu pai.

Ele entendia e escutava pacientemente seus pesadelos. Ele o abraçava em momentos de angústia como aquele. Ele o confortava com o seu silêncio reservado, acariciando seu ombro.

“O que está pensando hoje?” o facebook o perguntou. Uma pergunta que na vida de Bernardo parecia uma sentença, um tormento que estava enjaulado na mente. Um tormento que vestia uma blusa de manga comprida com listras vermelhas e pretas, um chapéu negro como a noite e um rosto desfigurado por queimaduras de elevado grau. Os olhos assassinos e deleitosos com a tortura alheia.

Possuído por uma fúria irracional o jovem digitou nos teclados, depositando ali toda a frustração que vinha sofrendo nos últimos meses.

“FREDDY KRUEGER, VÁ TOMAR NO CU! VOCÊ É UM FILHO DA PUTA SACANA E QUERO QUE QUEIME NO INFERNO!”

Bernardo se levantou satisfeito, com um meio sorriso no rosto, tentando demonstrar uma coragem que não chegava ao coração. Apertou “enter”. Agora todos sabiam o que sentia.

– Bernardo!

Sobressaltou-se.

Escutou a mãe gritar lá embaixo. Olhou para o relógio: 6:00. O tempo corria. Vestiu-se apressadamente, apanhou a mochila e foi pegar o cinto. Geralmente o deixava atrás da porta. Quando a empurrou, soltou um grito. O pânico alcançou seus lábios e olhos. Deu alguns passos para trás, apontando para o que estava na parede.

Três marcas de garras em vertical, perfurando de forma sinistra a parede branca. Era a marca de Freddy!

O jovem disparou quarto a fora. O coração falhando nas batidas. Desceu a escada de dois em dois degraus e no final quase caiu. Atravessou a sala e chegou à cozinha.

– Mãe?! – ele chamou num choro reprimido.

Ela se virou com um sorriso jovial, o rosto vermelho de chorar.

– Mãe? – por um momento o jovem esqueceu o medo, mas logo lembrou as marcas hediondas atrás da porta. – o que aconteceu? Está triste por causa de papai de novo?

Ela levou dois dedos aos olhos.

– Não é nada. Vai passar filho. – ela colocou um prato com panquecas na mesa. – que grito foi aquele?

Ele mordeu os lábios. Sua mãe já possuía problemas suficientes e provavelmente já duvidava da sua sanidade. Sabia que vinha agindo estranho. Eram os sonhos! Os malditos pesadelos com Freddy Krueguer! Era ele! Mas nunca tinha visto nada como aquilo lá no quarto antes. Algo tão real. Tão repugnante.

Será que estava ficando louco?

– Acho… Nada mãe. – ele sentou à mesa. – panquecas com carne. Meu preferido.

Margarete deu um sorriso gentil para o filho e pôs uma mecha do cabelo liso e grande dele atrás da orelha. Apertou carinhosamente a sua bochecha pálida.

– Dormiu bem, filho? Parece um pouco abatido… e isso vem acontecendo nessas últimas manhãs. Estou ficando preocupada.

– Não se preocupe mãe. É porque fiquei estudando até tarde para o exame de hoje. – mentiu.

Ela não se deu por convencida.

– É Freddy, não é? Aqueles filmes idiotas que me fez assistir com você quando era mais novo por que tinha medo de ficar sozinho.

Bernardo se contraiu com a menção do nome dele. Os dedos trêmulos segurando o copo de leite. Sua mãe sentou encarando-o olho no olho. O semblante preocupado carregado de ternura. Sua mão de unhas pretas pegou o braço do filho gentilmente.

– Bernardo, esqueça desse filme. Esqueça de Freddy Krueguer. Ele não existe. É apenas fruto de sua imaginação.

– Não é mãe. Os pesadelos estão cada vez mais reais. E hoje pela manhã encontrei marcas de garras na parede. Está lá, pode ver. Não estou inventando coisas.

– Filho, sei a dor que está passando, também estou sofrendo muito, mas precisa deixar essas alucinações. Estou preocupada de verdade com você.

Bernardo segurou firmemente a mão que estava sobre o seu braço.

– Por favor mãe, acredite em mim. É tudo verdade. Por favor, veja as marcas na parede. As marcas são de Freddy. Não deixa ele me pegar mãe.

Ela fez um carinho no rosto dele, mas a dúvida ainda pairava nos seus olhos.

O jovem segurou as lágrimas. Fungou o nariz.

– Coma alguma coisa. Você está muito pálido. – ela encerrou este assunto por agora. – o diretor da sua escola ligou.

Bernardo não esboçou qualquer reação. Tomou um gole de leite, as mãos diminuindo a tensão pouco a pouco. Já imaginava ter problemas com a escola, com os diretores e com o mundo. Droga! As vezes queria apenas desaparecer. Contudo, não poderia se permitir a isso, pois sua mãe precisava dele. Algo o prendia a vida.

– Ele disse que você continua fugindo da escola nos intervalos e não volta mais. Tem agido estranho com os seus colegas, passa o tempo da aula dormindo… Bernardo, precisamos continuar com nossa vida, esquecer nosso sofrimento…

– Não posso esquecer meu pai… – o jovem sussurrou.

– Não peço que o esqueça, mas que se torne um garoto normal. Que tenha amigos, uma namorada, que se comporte como um homem. Já tem dezesseis anos, é hora de amadurecer.

Nessas ocasiões Bernardo utilizava sua melhor arma. O silêncio. O silêncio vencia argumentos e prolongava o eco da solidão em que se instalara. Atravessou a cozinha e deixou os pratos e copos na pia. Margarete ainda falava, mas o seu filho estava em outra sintonia.

– Tchau mãe. – murmurou Bernardo saindo para a escola.

Margarete o contemplou pela janela, ele ir para a parada de ônibus.

Ela pegou o celular e discou o número do seu psiquiatra.

– Doutor Antônio? Desculpe incomodá-lo, mas acredito que o mesmo problema que afetou o meu marido está acontecendo com o meu filho.

 

***

 

A aula estava maçante. Matemática, o quadro negro coberto por números, a voz tediosa da professora de corpo cadavérico e óculos de fundo de garrafa, a conversa impertinente dos alunos ao redor, os pensamentos loucos sem rumo, os raios do sol adentrando com calor e brilho pela janela retangular da sala barulhenta.

Suor escorria da testa de Bernardo. Bufou e pendeu a cabeça para a frente da carteira, deitando a testa no braço largado.

– Droga de aula… – murmurou.

O alerta do seu celular? Pôs a tela do aparelho diante de si. “Número desconhecido”. Pensou em ignorar – em desligar o aparelho. Mas a insistência o deixou nervoso. Quem poderia ser? Não possuía nenhum amigo que ligasse para ele. E se for mais um trote dos veteranos de brincos e cortes de cabelo estilo moicano? Olhou ao redor. Todos os outros colegas de turma pareciam entretidos com outras coisas ou entediados. Ninguém, no primeiro momento, parecia se importar com ele.

Atendeu e sussurrou, para que ninguém o ouvisse.

– Alô?

– Quer dizer que está me mandando me fuder? – disse uma voz sinistra e mortal. O tom de ameaça deixou Bernardo imobilizado e com a boca ressequida.

– Quem… quem é? – perguntou abobalhado, os olhos injetados de terror.

– Você sabe quem é. – escutou uma risada e um barulho de metal roçando em algum lugar. – seu tio Krueguer.

Num ímpeto, Bernardo se levantou e jogou o celular pela janela, explodindo o vidro em centenas de estilhaços que repicaram no chão.

O silêncio na sala foi absoluto. Todos se voltaram para o louco garoto de cabelos lisos e negros que caiam até os ombros. Os olhos azuis arregalados numa profunda loucura. Surpresa estampava na face de cada um dos presentes. A professora ficou vermelha como um pimentão. Ela endireitou os óculos nervosamente e gemeu.

– Bernardo! O que pensa que está fazendo? – ela cacarejou numa voz embargada de emoção contida, fazendo as veias do seu pescoço enrugado saltarem.

Bernardo apanhou a mochila e saiu correndo da sala, gritando a plenos pulmões: “Ele não vai me pegar! Ele não vai me pegar! Eu matarei esse desgraçado do Krueguer primeiro”.

 

***

 

Nos filmes, para derrotar Freddy Krueguer, os personagens armavam uma emboscada dentro do próprio sonho. Planejavam minimamente o que iriam fazer para matar o Morpheus assassino.

Porém aquilo era filme, e isto é a realidade. Sua vida realmente estava em perigo. Ele poderia dormir e nunca mais acordar.

Bernardo sabia disso, mas não podia contar com mais ninguém além de si mesmo. Eram dez e meia da noite quando saiu da cozinha e se despediu da mãe, que assistia novela deitada no sofá. Subiu as escadas e teve a sensação de que a casa ocultava alguma presença nas sombras. Fechou as portas dos quartos e banheiro pelos quais passavam. Toda a escuridão que encontrava o deixava arrepiado, temeroso de ver alguma face desfigurada saindo das sombras com um sorriso maléfico. Tirou uma enorme faca debaixo do roupão. Uma que a mãe utilizava para cortar carne.

Abriu a porta do quarto e rapidamente ascendeu as luzes. Olhou debaixo da cama, dentro do guarda roupa. Olhou novamente as marcas do serial killer na parede. Engoliu seco. Olhou pela janela, para o quintal. As folhas da única árvore ali plantada balançavam e causavam um barulho de galho roçando em galho que ecoava pela vizinhança e alcançava o seu quarto, e alimentando o seu medo, deslizando através da pele como uma garoa fria. Fechou as janelas com força e se virou para a cama.

Não iria apagar a luz. Não seria tão estúpido assim.

– Hoje eu te mato maldito. Hoje eu te mato… – murmurou, mas o medo banhava cada palavra e elas não passaram de um choramingo infantil. Sem força, sem vitalidade. Tirou os pés trêmulos do chão e se cobriu com o lençol.

Segurou a faca entre o peito, as mãos entrelaçadas sobre o cabo. Sentiu o frio da lâmina gelar ainda mais o coração. Ou pela proximidade ou pela sensação. Encarou o negrume da noite na janela. Um latido ocasional se embrenhava no silêncio, bem-vindo naquela profundidade e densidade proporcionada pelo desconhecido.

Depois de meia hora nessa batalha, deu as primeiras piscadelas. O cansaço e o estresse do dia cobravam seu preço. O sonho parecia agarrar suas pálpebras e puxá-las para baixo, arranhando a superfície ocular como uma lixa.

– Deus, me ajude. Pai, aonde quer que esteja… não deixe Freddy me levar. – chorou, as lágrimas banhando sua face. – não deixe. Não deixe.

Quando deu por si, dormiu.

 

***

 

Acordou com um frio aterrador. Abriu os olhos e por um momento esqueceu da lâmina fria tocando os ossos da costela. Viu a janela aberta permitindo o sereno e o ar congelante entrar em rajadas que assobiavam num uivo doentio. Percebeu que se encontrava num estágio de sono e pesadelo. Seria mesmo um sonho? Seria mesmo a realidade? Não poderia dizer ao certo. Agarrou firmemente o cabo da faca e se levantou. Estava escuro, e demorou um pouco para perceber isso também. A mesma força desconhecida que abrira a janela também apagara a luz, deixando o quarto mergulhado em sombras horripilantes e grotescas.

Com passos trêmulos dirigiu-se ao interruptor.

Click… click-click…

A escuridão permanecia como uma manta negra. A casa estava entregue às trevas. Engoliu seco, pegou uma pequena lanterna de bolso na gaveta do computador e a ligou. O cone de luz deslizou pelas paredes do quarto e viu o guarda roupa entreaberto. Se aproximou e abriu as duas portas de supetão. Apenas roupas e camisas. Com o coração na boca, fechou as portas.

Deu o primeiro passo para a porta do quarto fechada. Ergueu a faca, a ponta da lâmina tremulando pelo medo que corroía suas entranhas. Dois passos e envolveu os dedos na maçaneta gelada. Abriu a porta e ela rangeu nas dobradiças. Tão alto que parecia um gemido de bruxa. A escuridão do corredor gelou seu coração.

Neste momento Bernardo não pensou em mais nada. Uma letargia o dominou de tal maneira que o medo era algo presente, mas distante. Seu corpo dormente se moveu. Em algum lugar dentro de si ele gritava, ele se borrava todo de medo, mas esse alguém parecia estar fora, vendo-o ser estupido e atravessar o umbral da porta, em direção ao corredor coberto por uma profunda escuridão.

O facho de luz atravessou o corredor. Viu os batentes da escada. Era uma cabeça ali, subindo as escadas? Escutou o som de estalos de madeira, como se alguém caminhasse em algum lugar da casa. Virou-se para o quarto da mãe, o corredor terminava num espelho. O facho de luz iluminou em um clarão. Viu a escuridão atrás de si através do espelho. Que se dane! Vou dormir com minha mãe. Deu os primeiros passos para o quarto dela quando escutou uma música que o fez paralisar de medo. O medo voltou a surgir em toda a sua força e potência. Os joelhos cederam de leve, a pele se arrepiou, um grito preso na garganta, tentava falar, tentava gritar, mas algo parecia prender sua voz e algo como um gemido fino escapava da sua garganta.

Um, dois, Freddy vem te pegar,

Três, quatro, é melhor trancar sua porta…”

Enquanto a música seguia com sua melodia nefasta, o facho de luz encontrou uma silhueta envolta em sombras subindo as escadas. Usava um chapéu preto e uma blusa listrada em preto e vermelho.

“Cinco, seis, agarre seu crucifixo,

Sete, oito, permaneça acordado…”

Bernardo deu um passo para trás e a sola do pé pisou em algo extremamente afiado. Sentiu a lâmina atravessar a carne e tocar o osso. Desequilibrou e escorregou, cortando de uma vez a sola do pé num talho longo e profundo. Soltou um urro de dor, enquanto escorregava no próprio sangue e caia de costas no chão. O impacto foi tamanho que a faca escorregou dos seus dedos.

– SOCORRO MÃE! – gritou Bernardo.

“Nove, dez, não durma de novo.”

O jovem sentiu uma mão segurar seu tornozelo e puxá-lo para longe da faca. Para longe do quarto da mãe. Com as mãos ensanguentas e estendidas, Bernardo viu a lanterna rodopiar no chão, iluminando as paredes e o espelho. Viu que a porta do quarto da sua mãe estava aberta. Um novo ânimo percorreu sua garganta.

– MÃE!? MÃE?!

Bernardo se virou e viu o ser. A morte. Os olhos do garoto, por um momento, compreenderam algo irracional, enquanto a morte lhe alcançava. Um renovado desespero deu ar aos seus pulmões e deu novos gritos ensurdecedores, que ecoaram pelas paredes da casa.

– NÃO… NÃO… NÃO… POR FAVOR… !

Bernardo sentiu a dor no pescoço como um tenaz perfurando-o em brasa. Os olhos azuis contemplaram seu algoz, o medo se dissipando em uma nevoa entorpecente. A escuridão o tragando lentamente. A respiração diminuiu. Sentiu os batimentos cardíacos falharem. Sentiu o sangue escorrer do pescoço e pensou no pai num último esforço e sopro de vida.

– Pai… – sussurrou. – socorro… mãe…

A voz não era mais que uma linha de som, de vida, que se perdia na noite.

 

***

 

– Foi lastimável sua perda. Bernardo tão jovem, tão cheio de vida. Claro que tinha problemas, qual jovem não tem? Mas com o tempo iria superar todos eles e ser um vencedor na vida, igual ao pai.

– (…)

– Isso. É para assinar aqui, aqui e aqui. Muito bem. Imagino como deve estar seu coração, em saber que as pessoas que mais ama não se encontram mais neste mundo. Em tão pouco tempo perder dois entes queridos. É verdade que Bernardo estava dando sinais de descontrole emocional, de nítida depressão, mas não pensei que o levasse a cometer o suicídio. E como ele conseguiu cortar a própria sola do pé? Que loucura? Ricina não foi, a droga que ele injetou no próprio pescoço? Nossa se não fosse o comportamento estranho dele, diria que foi assassinato. Até a polícia descartou o assassinato, pelo histórico psiquiátrico e comportamental dele. E encontraram pesquisas dele na internet sobre a Ricina. Loucura, loucura. Ah? Sim, desculpe. Você precisa ir, não é? Está certo. Vou pegar o cheque… aqui está o seguro. Originalmente tudo iria para o Bernardo com a morte do pai, obviamente, com a morte do filho, vai para você. Novecentos e cinquenta mil reais. Pode conferir por favor? Tudo certo? Ótimo. Foi um prazer trabalhar com você. Precisando fazer um novo seguro de vida, veículo, casa, ou o que for, pode me contratar. Sabe que é segurança fazer negócios comigo, não é?

Margarete se despediu do corretor e saiu da sala com passos comedidos, porém firmes.

 

***

 

Chegou em casa. Um dia cansativo, muita papelada para assinar e muitas condolências recebidas. Choro, lágrimas e abraços. O processo crematório até que foi rápido. Ela não poderia arriscar que Bernardo fosse enterrado.

Margarete trocou de roupa e pôs uma mais simples. Pegou um balde com uma massa branca e uma pá de pedreiro. Subiu ao quarto de Bernardo. Estava tudo lá. Nada mexido. Os investigadores da polícia procuraram pelo diário, o HD do computador, guarda roupa… tudo levava a crer em suicídio. Ela limpou uma lágrima dos olhos. Fechou a porta e viu as três cicatrizes na parede em vertical. As três marcas de Freddy Krueaguer. Por um momento ela contemplou aqueles três rasgões hediondos que o filho tanto temera e o atormentara profundamente nos últimos dias de vida. Margarete se abaixou para pegar algo.

Levantou e passou uma massa no buraco. Uma, duas, três vezes… até que o buraco ficou tapado com a massa branca. Com a pá de pedreiro alinhou a massa com a parede, em seguida pegou a lixa e raspou as sobras, alinhando ainda mais rente. Deu um passo para trás e contemplou o trabalho. Bastaria duas mãos de tinta e estaria resolvido este problema.

Ligou o computador e deletou o perfil do facebook do filho. Sim, ela sabia a senha dele. Em seguida abriu um ladrilho falso do chão, coberto por tacos de madeira e retirou um gravador pequeno e o jogou dentro do balde. Pegou a CPU e também colocou lá. Encaminhou com todos esses itens para o quintal.

Fazia um sol lindo de verão. Um vento agradável balançava seus cabelos negros e seu vestido de pano florido. Juntou todos os itens que recolhera pela casa mais muitos jornais velhos num amontoado dentro da churrasqueira portátil. Estavam lá a CPU, o gravador, o aparelho que modificava a voz (esse talvez ela fosse sentir falta) e por fim jogou uma seringa usada. Despejou álcool.

– Vizinha?

Surgiu uma mulher obesa com cabelos caracolados e castanhos ao redor do rosto em forma de lua. Ela deu um sorriso triste, mostrando os dentes pequenos.

– Sinto muito pela sua perda.

Margarete não disse nada. Os olhos azuis e gélidos encarando o conteúdo dentro da churrasqueira. Jogou a garrafa de álcool dentro também e ascendeu um fósforo.

– O que precisar de mim, é só pedir. – a vizinha do lado da sua residência continuou, como se pedisse desculpas em cada palavra. – se quiser companhia, alguém para conversar… Sei que a casa vai estar muito vazia agora sem Bernardo, uma criança tão boa e adorável. E sem o seu marido, um homem de bom coração.

Margarete jogou o palito acesso e logo o interior da churrasqueira pegou fogo. Ela fechou a tampa e se virou para a mulher gorda.

– Não precisará se preocupar mais comigo. Venderei a casa e farei uma longa viagem pelo mundo, para tentar esquecer de tudo o que aconteceu. Obrigada pela gentileza.

Deu as costas e entrou em casa, fechando a porta atrás de si.

A mulher obesa escutou uns estampidos dentro da churrasqueira e algo eletrônico que parecia ter ligado. Em seguida ouviu uma música surgir de dentro da churrasqueira. “Eu vi bem? Parecia um gravador…” quando terminou o pensamento, escutou uma canção que a aterrorizou. Olhou para a casa e viu dois olhos azuis a observá-la da janela. Duas íris azuis malignas em formato de meia lua, encarando-a sem piscar.

Com o coração a sair pela boca ela fugiu como podia do quintal, com passos trôpegos por causa do corpo pesado, mas ainda escutou alguns versos da canção.

“Três, quatro, é melhor trancar sua porta”

(…)

“Três, quatro, é melhor trancar sua porta”

(…)

“Três, quatro, é melhor trancar sua porta”

57 comentários em “Pesadelos (Davi Mayer)

  1. Carolina Soares
    4 de outubro de 2014

    Gostei do Conto em partes, pois apesar dos personagens bem contruidos, o enredo e os diálogos por horas parecem mal formulados, dificultando a leitura. Talvez você deva revisar alguns diálogos e manter o rítmo da escrita.

  2. Gustavo Araujo
    4 de outubro de 2014

    Putz, eu estava no início da adolescência quando “A Hora do Pesadelo” estourou, lá no meio dos anos 80. Sempre fui impressionável por esses filmes e, claro, desenvolvi à época um certo medo por dormir e encontrar o Freddy. Isso fez com que eu simpatizasse com o início do conto — fez com que eu me lembrasse daqueles dias. Infelizmente o desenvolvimento ficou um pouco a desejar, especialmente porque dá para perceber como será o fim ainda na metade da história. Mas também há aspectos positivos aqui, especialmente o suspense criado no momento em que Bernardo volta para casa e tenta se pôr de guarda para não dormir. Acho que o fim teria sido melhor se ele, pensando atacar o Freddy, matasse a mãe. Só uma opinião. Boa sorte no desafio!

  3. felipeholloway2
    3 de outubro de 2014

    É possível entrever uma ideia interessante permeando o seu texto. A pareidolia infantil retomada, no universo juvenil, como um aspecto psicológico com raízes numa realidade atroz poderia render um resultado instigante, como aconteceu, p. ex., no conto Fogo Fátuo, do Vitor Stuani, publicado no primeiro desafio deste blog. Só que a execução, aqui, deixa muito a desejar. A ação e os personagens são esquemáticos, a narrativa se arrasta e as descrições são de uma ingenuidade que nem o contexto etário no qual se situa o protagonista consegue relativizar. Sem falar no óbvio recurso expositivo da fala do agente de seguros. Diante de tantos problemas, até a reviravolta empalidece.

  4. Gustavo Garcia De Andrade
    3 de outubro de 2014

    Pois bem!

    Com um protagonista bem-construído e toda uma configuração psicológica bem evidente, triste foi ver o tal personagem pelo qual você teve tanto cuidado inserido em alguns diálogos artificiais, um cenário sem muita graça e um mote meio previsível. E a questão toda de que ~ninguém desconfiou de assassinato porque o menino claramente tinha problemas~ me pareceu muito estranho. Imagina, chega lá pra delegada: “Senhora, temos um caso de morte na rua x, número y” “Ah, é do menino louco?” “Sim senhora, e há suspeitas de assassin…” “Não, não. Foi suicídio. Relaxa.”
    Assim, tente ter o mesmo esmero que você tem para o protagonista com o vilão e o cenário… isso vai construir, organicamente, um bom enredo (acho k)
    E não vou ser redundante, mas cuidado com a ortografia.
    Certamente não é um conto sem méritos!

  5. Edivana
    27 de setembro de 2014

    Algumas descrições me agradaram bastante, penderam um pouco para o lado poético, e isso é legal, também gostei da vilã ser quem é, pois fiquei esperando algo nessa linha. Agora vou confessar aqui, que até a parte final, a história não é muito interessante, a parte da escola, da conversa com a mãe, do Facebook etc, necessitam uma melhorada, o final, gostei!

  6. Camila H.Bragança
    27 de setembro de 2014

    Prezado colega

    Vosso conto demostra alguma ousadia quando introduz a mãe como vilã e não o Freedy Kueger. Em minha concepção, não vejo falha quanto a inserção de escola ou colégio, mas percebo a ausência em um melhor desenvolvimento ao rapaz. Ora, se só o telefonema da mãe ao doutor, ou o segundo diálogo dela, fossem suficientes, o contentamento do receptor da mensagem seria maior. Mas questionamentos houve para alertá-lo quanto a fragilidade neste sentido. Quando bem estruturado, a opção em fazer o desjejum com panquecas de carne e leite não seria estranho para quem ler, pelo contrário, seria um armamento de reforço e explanação do conflito mental de Bernardo. Recomendo que escreva sobre aquilo que é de vosso conhecimento e abandone a moldura americanizada.

    SDÇ!

  7. Andre Luiz
    24 de setembro de 2014

    Francamente, não conheço a história de Freddy Kruegger(Não sei se é assim que se escreve) a fundo, apenas o que ouço e vejo de relance na televisão e internet. Contudo, a escolha por uma música do personagem foi fantástica! Sim! Algo que me chamou tanta atenção que o seu texto foi um dos primeiros que li. Óbvio que a escrita seria mais eletrizante e emocionante, por isso não estou entendendo muito as críticas tão negativas que estão fazendo acerca do texto. Enfim, achei tudo muito bem construído e, assim como em todos os outros textos e comentários, me abstenho de avaliar erros de ortografia, caso tiver. Parabéns!

  8. Fabio D'Oliveira
    23 de setembro de 2014

    Olá, Jason, como você está? Assassinando muita gente?

    Enfim, não gostei muito do conto.

    Achei a história muito sem graça, sem muitas surpresas. Porém, o protagonista foi muito bem construído. Senti seu medo! Excelente! E sua escrita é muito boa, pois a narrativa flui naturalmente.

    Bem, se você tivesse construído essa história num contexto original, sem a utilização de um personagem já existente, creio que ficaria bem melhor!

    Parabéns pelo texto, rapaz! Apesar de não ter me conquistado, ficou ótimo!

  9. Lucas Almeida
    22 de setembro de 2014

    Um bom conto, cheio de suspense e um final muito aceitável. Apesar de achar que fugiu do desafio (basear-se numa musica MESMO), cantar a canção de terror do Krueger funcionou. Parabéns.

  10. Swylmar Ferreira
    21 de setembro de 2014

    O conto é interessante, Com personagens bem construídos, o autor conseguiu boa trama. Boa Sorte!

    • Swylmar Ferreira
      21 de setembro de 2014

      PS – Saquei logo que a mãe estava armando tudo, então não foi surpresa. Mas valeu.

  11. Alana Santiago
    21 de setembro de 2014

    Gostei da narrativa em grande parte, pra mim a parte melhor está no começo, achei que os diálogos não foram tão naturais quanto poderiam ser. Infelizmente já não sou da geração que acompanhou esse filme, e esse gênero não me atrai muito, talvez por isso o tenha achado um pouco longo, até mesmo cansativo. Até gosto de contos de terror, mas direcionados de outra forma, assim como os filmes. Não sou fã desse estilo de filme. Enfim, parece que para os que curtem o estilo, este conto agradou, então, boa sorte pra você.

  12. williansmarc
    21 de setembro de 2014

    Bom conto. Gostei principalmente do final, apesar te der imaginado que a mãe seria a assassina, foi uma mudança interessante de tom. Já as partes de suspense são eficientes, mas achei um pouco clichê, por se inspirar em excesso no filme que da origem à música.

    Acredito que o autor tenha usado muito dos próprios sentimentos e medos da infância para elaborar o protagonista e isso deixou o personagem muito bem construído, mas nem sempre esse recurso poderá ser usado, senão isso será uma característica rotineira do autor e irá gerar uma certa previsibilidade em seus textos.

    Parabéns pelo seu trabalho e boa sorte no desafio.

  13. Felipe Moreira
    21 de setembro de 2014

    Uma surpresa interessante. Não esperava um conto com essa particularidade. Durante a leitura, senti a influência do conto muito mais voltada para a franquia do filme do que para a musiqueta em si. De qualquer forma, acho válido me integrar na história pela busca de um bom suspense. E de fato, o texto me puxou para uma história que oscilou bastante até o final surpreendente. A ideia foi bem aplicada e me agradou que tenha ido por esse lado porque eu li o conto inteiro convencido de que não havia nada de sobrenatural e que Margarete estava envolvida nesse jogo psicológico, a julgar pelas marcas atrás da porta, local onde ela sabia perfeitamente que o filho checaria logo pela manhã, quando seus pesadelos ainda estariam frescos na memória.
    Enfim, quanto ao garoto, eu passei o conto inteiro com a impressão de que ele tinha no máximo treze anos, sobretudo pelo seu comportamento infantil com a mãe pelo café da manhã. Eu gostei de ler esses distúrbios psicológicos que ele passou.

    Tecnicamente falando, o texto precisa muito de uma revisão. Existem erros muito bobos como ausência de vírgula em vários pontos. Porém, o que mais me incomodou foi ler mais de uma vez “ascendeu” e “quando deu por si, dormiu”.

    Parabéns e boa sorte. \o

  14. Thiago Mendonça
    21 de setembro de 2014

    Achei que o conto tem potencial. A descrição da cena de terror do garoto foi extasiante, porém todo o resto foi um pouco extenso demais e sem o suspense. Tente manter um clima por todo o seu conto, até nas horas em que não há cena de terror. No mais, achei os palavrões desnecessários e descaracterizam a trama e tira a simpatia do personagem. Tente também revisar melhor a gramática e pontuação e condensar o conto, retirando as partes supérfluas.

  15. Angélica Vianna
    20 de setembro de 2014

    Gostei do seu conto, mas eu automaticamente achei muito parecido com narrativas de filmes, o enredo cria uma certa tensão , a musica foi bem retratada. Achei interessante o desfecho da historia, pois não tinha imaginado dessa maneira. Boa sorte!

  16. Andre Luiz
    20 de setembro de 2014

    Achei extasiante todo o conto, um suspense total, beirando o horror e esbarrando no terror. Enfim, curti a narrativa e me deliciei com as palavras soltas e simples, sem floreios demais, levando-me pelo caminho. Quando vi, já havia acabado. Em minha opinião, apenas o final deveria ser mudado, visto que demorei um pouco para captar a essência do desfecho e do arremate. No mais, ficou tudo muito bom. Parabéns!

  17. Pétrya Bischoff
    20 de setembro de 2014

    Hey, baita sacada na música 😉
    É certo que já tinhas toda uma ideia em questão dos filmes e, cara!, Freddy é o melhor serial killer monstrengo que existe! Curti o terror em si, apesar de a narrativa não prender tanto. O que definitivamente não gostei foi o tamanho do conto, mas isso é pessoal mesmo. Só acho que ficou um final previsível… Mas de qualqer maneira, boa sorte 😉

  18. tamarapadilha
    19 de setembro de 2014

    Não gostei. Ele parece um adolescente meio revoltadinho depois da publicação no facebook. Está bem que perdeu o pai, mas tem cara de revoltado mesmo assim. Ficar cismando com personagem de filme? Estranho também. É algo um pouco surreal também. Ficou com cara de conspiração da louca da mãe, o que provavelmente aconteceu para que ela pudesse ganhar a herança e isso ficou interessante no final.

  19. Fil Felix
    18 de setembro de 2014

    #O que gostei: a música escolhida foge dos padrões, também é claro que você tem a história inteira na mente, com as reviravoltas e sequencias. Gostei do final, há algo de Stephen King (a mãe me lembrou Misery).

    #O que não gostei: dos erros de português e da narrativa. Parece que você fez na pressa e não releu ou revisou. Há erros gritantes, tem frases que a mãe e o filho falam ao mesmo tempo, há saídas até bobas e todo o estilo parece ter saído de um filme dos anos 80. Okay que é inspirado na Hora do Pesadelo, mas ficou caricato demais, além do nome do vilão ter sido escrito errado em algum momento. O personagem é raso, no início dá a impressão de ser uma criancinha, mas já é bem grandinho. Também não sou fan do uso de palavrões, parece forçado.

    #O que mudaria: primeiro, uma revisada e polida no texto. A ideia até que é interessante, mas toda a leitura foi sofrida pra mim, acabei não curtindo. Observar o uso de vírgula, há frases super corridas. Dar uma enxugada, pois está mais pra romance do que pra conto.

  20. Rogério Moraes Sikora
    16 de setembro de 2014

    Ei, o desafio não era de música? Achei (quando comecei a ler o conto) que era o desafio das Bruxas. A narrativa é boa, fluente e bem construída, porém, penso que alguns palavrões foram desnecessários. Poderia, também, ser mais conciso. Mas, de qualquer forma, o conto prende a atenção do leitor. Vai agradar a muitos. Boa sorte no desafio!

  21. Eduardo Barão
    15 de setembro de 2014

    Apesar da narrativa bem fluída e de fácil compreensão, o conto carece de uma revisão mais apurada no que tange a acentuação/pontuação em determinados trechos. A inconstância presente na narrativa também me incomodou: algumas passagens foram muito bem executadas, mas outras acabaram mostrando um tremendo desleixo por parte do autor – a exemplo do já citado “Quando deu por si, dormiu”.

    Panquecas são bem comuns no breakfast americano. São servidas com geleia, xarope de bordo, manteiga e etc. Contudo, as ditas panquecas de carne com leite geram estranheza por não se amoldarem a qualquer prato servido e consumido no café da manhã brasileiro OU americano. O autor justificou dizendo que a mãe tentou fazer um agrado para o filho. Válido, mas não há como culpar o leitor quando o mesmo não consegue assimilar algo que não ficou claro no texto. Afinal de contas, quando a obra não consegue dilucidar todas as intenções primárias de quem a escreveu, torna-se apenas um mar de suposições. Digo isto porque também não ficou claro se o garoto já tinha um histórico de distúrbios mentais (antes do falecimento do pai ou dos atentados contra sua vida) que fundamentasse sua conduta infantilizada. A simples menção de pesadelos ou da ausência de amigos talvez ajude a classificar o garoto como perturbado, mas sinto que faltou desenvolvimento.

    A reviravolta final não me convenceu.

    Concluindo: achei mediano, mas enxerguei potencial na escrita. Só falta aprimorar.

    • Eduardo Barão
      16 de setembro de 2014

      Ah, um detalhe que deixei passar batido: a escolha de música completamente inusitada. Parabéns pela criatividade.

      Tenho certeza que essa canção já assombrou as noites e ouvidos de muitos leitores aqui do site. 🙂

  22. Andréa Berger
    13 de setembro de 2014

    Achei interessante. Gosto de terror, apesar de não ser meu estilo favorito.
    Quando comecei a ler pensei que não seria grande coisa, mas quando cheguei mais pro final me peguei totalmente imersa no conto. Você consegue pegar o leitor (ou pelo menos conseguiu pegar a minha atenção), o que é extremamente positivo. A sua escrita é clara e fácil e isso torna a leitura fluida e sem grandes grandes dificuldades.
    Gostaria de ressaltar que seus diálogos me lembraram muito diálogos cinematográficos, o que os deixou um tanto artificiais. Tente trabalhar melhor isso da próxima vez. Tem também alguns erros gramaticais (que já foram apontados), mas nada que prejudique a compreensão do conto.
    Um abraço e boa sorte.

  23. José Leonardo
    13 de setembro de 2014

    Olá, autor(a).

    Agradou-me o ritmo do texto, a leitura sem entraves ou ramificações (ainda que eu goste delas num texto, de partes que escapam um pouco da proposta do autor e daquela extrema concisão imposta por Tchekhov). A revelação no final me agradou bastante, também, fugindo do clichê que imaginei. Depois de lida a história, o nome do protagonista até nos faz lembrar de um caso real de um garoto que sofreu intensa confusão psicológica e nervosa por meses ou anos, e que morreu (pelo que se indica) nas mãos do pai e da madrasta.

    Entretanto…

    O final nos faz concluir que a mãe de Bernardo, para alcançar seu objetivo, impõe ao garoto um jugo psicológico tremendo; a ligação para o doutor reforça a tramoia desse objetivo. A frase: “Ela fez um carinho no rosto dele, mas a dúvida ainda pairava nos seus olhos” (é preciso ler no contexto), se não é dúbia (olhos de quem? De Bernardo ou da mãe?), ao menos me parece um contraponto, como se a mãe tivesse se aproveitado do medo do filho para matá-lo e se sair bem, e não planejado tudo meticulosamente (e sabemos que ela “botou medo” no garoto principalmente na passagem do celular espatifado).
    A parte final é explicativa, necessária, mas estendeu-se demais, a meu ver. Além disso, tem um toque “Stephen King” (o lance do gravador e dos olhos atrás da janela) nesse desfecho que me desagradou bastante (talvez nem fosse intenção do autor, mas me pareceu um quê de sobrenatural na história de uma golpista). Quanto aos pequenos erros, não me incomodaram (exceto na falta de vírgula para isolar o vocativo nalguns diálogos). “Quando deu por si, dormiu” também foi um trecho que não caiu bem…

    Boa sorte.

    • Tio Jason
      13 de setembro de 2014

      Você percebeu o nome? Escolhi propositalmente. Muito bom que você tenha notado esse elemento extratextual. Pensei muito neste caso para me inspirar a escrever este conto, além do meu trauma com a musiquinha… eeheheheh

      Obrigado pelo comentário e por ter “descoberto” a agulha no palheiro.

      • José Leonardo
        13 de setembro de 2014

        Não há necessidade de agradecer. Essa inspiração factual prova duas coisas, pelo menos: a observação do autor (você está bem antenado nos acontecimentos ao redor) e, principalmente, a adaptação de um caso real mantendo verossimilhança, a impressão de que a ficção é (ou pode tornar-se) realidade.

        Sucesso neste desafio e abraços.

  24. Thata Pereira
    12 de setembro de 2014

    Eu estava gostando muito do conto, porque tracei um final muito empolgante para ele e adequei muitas passagens às minhas aulas de semiótica e teoria da opinião pública. Estava encantada! Achando completamente hilário!!!

    Quando descobri que a mãe era a assassina, isso me decepcionou. Não porque foi ruim, mas porque eu tracei o final que eu queria. Ou seja: a culpa foi minha rs’

    Porém… se formos considerar o seu final, não ficou ruim. Eu gostei. Só mudaria uma coisa: o diálogo que ela fala “– Vizinha?”, para mim ficou forçado. Acho que ficaria melhor se você nomeasse a vizinha e desse a entender que era ela fulana…

    Boa sorte!!

  25. Wesley Buleriano
    12 de setembro de 2014

    Eu sou um “cliente” do terror-suspense há muitos anos. Vi toda sorte de filmes e séries (e ainda vejo). Talvez, por isso, mesmo do ponto de vista do entretenimento, uma história de terror que me agrade atualmente tem sido cada vez mais rara. A maioria delas pelo mesmo motivo; a previsibilidade. Infelizmente, seu conto acabou nesse grupo.

    É interessante que, mesmo com a virada da história, a mãe como assassina, e a assombração na janela, tudo me pareceu mais do mesmo. Lamento.

    Contudo, nem só de críticas ruins são feitas as críticas. A narração flui de maneira simples, cronologicamente arrumadinha. É uma leitura fácil, que vai amarrar a atenção da maioria dos leitores. A previsibilidade e o arquétipo das personagens só é notada por quem já tem uma carga maior de experiências com romances policiais, com o suspense e com o terror.

  26. Leandro B.
    11 de setembro de 2014

    Oi, Tio Jason. Tudo bem?

    Acabei de ler o conto. Estou um pouco dividido. Acho que a história teve seus altos e baixos. Existem alguns detalhes que me incomodaram bastante.

    Primeiro, quando comecei a ler formei quase imediatamente a imagem de uma criança na cabeça. Não só pelo medo de pesadelos, mas pelo medo de pesadelos com figuras que são ícones da cultura pop. Fiquei extremamente surpreso e incomodado quando a mãe revela que Bernardo tinha dezesseis anos. DEZESSEIS ANOS. Alguém de um tapa nesse garoto.

    Essa passagem quebrou um pouco o clima da leitura para mim. Todo o diálogo que se segue com a mãe expressa uma tendência completamente infantil do personagem que de modo algum coincide com a de alguém que logo fará 18 anos.

    Esse é o ponto que mais me incomodou e, caso você concorde, o mais simples de ser alterado. O segundo ponto diz respeito ao clima de terror que o conto tenta imprimir. Esse clima fica muito prejudicado por algumas passagens que acabam (novamente) infantilizando um pouco a história. Por exemplo:

    “A professora ficou vermelha como um pimentão”

    Acho a expressão completamente descabida, tendo um aspecto de comparação cômica que não cabe na história como um todo. Aliás, serei um pouco polêmico: acho que a história funcionaria melhor se não tentasse se expressar como terror.

    Você montou toda uma trama e a joga no final revelando um grande mistério que o leitor não sabia existir. A diversão do mistério, contudo, é saber que algo está acontecendo e tentar descobrir o que. Pelo menos, claro, na minha opinião.

    O que mais se assemelha a uma pista na história é a mãe chorando na cozinha. Mas é muito pouco, ainda mais tendo em vista a frieza com a qual ela lidou com a situação no final.

    Acho que é isso. Você criou bons elementos para um mistério mas optou por um terror um pouco “batido”, inclusive seguindo uma “moda” do gênero (principalmente no cinema) e guardando essa reviravolta apenas para o final. Acho que o texto melhoraria muito se abandonasse a ideia de se inserir no terror e se assumisse como um mistério, ainda que com toques de terror.

    Achei essa passagem meio estranha pela repetição do “me”

    “- Quer dizer que está me mandando me fuder?”

    Novamente, achei esse trecho um pouco infantil, escapando da proposta de terror da história:

    “Bernardo apanhou a mochila e saiu correndo da sala, gritando a plenos pulmões: ‘Ele não vai me pegar! Ele não vai me pegar! Eu matarei esse desgraçado do Krueguer primeiro’.”

    Acho que o correto é “acendeu”

    “Abriu a porta do quarto e rapidamente ascendeu as luzes.”

    Gostei muito da seguinte passagem, nela o clima de terror está ótimo:

    “Segurou a faca entre o peito, as mãos entrelaçadas sobre o cabo. Sentiu o frio da lâmina gelar ainda mais o coração. Ou pela proximidade ou pela sensação. Encarou o negrume da noite na janela. Um latido ocasional se embrenhava no silêncio, bem-vindo naquela profundidade e densidade proporcionada pelo desconhecido.”

    De todo modo, achei o conto bem acima da média. A escolha da música também foi interessante.

    Lembrando que todas as impressões que mencionei são pessoais. De longe não tenho gabarito para fazer análises técnicas. Isso significa que você tem um peso duplo de medir a minha crítica e as besteiras nela rs.

    Boa sorte!

    • Tio Jason
      11 de setembro de 2014

      Oi Leandro, valew mesmo pelo comentário. Acrescentou muito mesmo!

      Bem, quanto a alguns pontos que levantou, gostaria de falar sobre alguns, para nosso engradecimento como leitores e escritores. Faço isso também como interação e aprimoramento.

      Enfim, ehehehe

      Referente a esse ponto, que percebo que muito tem se questionado quanto a idade de Bernardo, é muito simples de entender. Uma criança com um histórico de problemas familiares, perdas, e socialmente vulnerável, está aberto à depressão compulsiva, e problemas mentais correlacionados. Tenho um caso concreto em minha vida, que esses tipos de pessoas são vulneráveis ao extremo, mudanças de humor bruscas, bi-polar, tendencias ao suicídio e etc, e, invariavelmente, comportamento infantil e pensamentos idem. Uma leitura além daquilo que está escrito enraíza problemas muito mais profundos e que podem remeter aos pesadelos e confusões. Por isso que ao escrever da visão de Bernardo, tentei incutir alguma coisa de falta de amadurecimento e um medo preso na garganta, que o leva a cometer deslizes sociais e de pensamentos.

      Então, foi imaginando mais ou menos esse cenário que criei a mentalidade do jovem.

      Confesso que a parte do pimentão também não gostei. Uma metáfora muito fraca, e às vezes há a quebra do clima. Mas pensando um pouco que optei por narrar do ponto de vista de um jovem com mentalidade infantil, dá pra dar um desconto, né? KKKK

      Muito obrigado pelo comentário. Ajudará muito meus próximos contos.

  27. Diego Lops
    11 de setembro de 2014

    Não achei o conto longo, como muitos comentaram, foi do tamanho certo. O final surpresa perderia muito do seu efeito se fosse revelado cedo demais.

    Gostei do modo como conduziu a ação, não deixando o ritmo cair e prendendo o leitor.
    Para mim, o terror de verdade não estava na parte fanfic, mas sim na revelação final.
    Quanto à escrita, as dezenas de erros de toda ordem (acentuação, ortografia, regência etc.) incomodam um pouco, mas não interferem tanto assim. A adjetivação também parece excessiva, atropelando a narrativa.

    Poderia seguir mais o “show don’t tell”. Dizer várias vezes que o protagonista está com medo não torna esse medo necessariamente real para o leitor.

    Achei curioso como alguns acharam estranho as panquecas com carne e o leite.

    • Tio Jason
      11 de setembro de 2014

      Tentei enxugar o máximo que pude, além desse lance de mostrar, e não falar, pois já tinha ouvido esta ferramenta literária anteriormente e acredito na eficiência dela. Tentei, acredito, ter conseguido em parte… 🙂

      Quanto a panqueca com leite, vamos lá! kkkkkkkkk… Quer dizer que ninguém comeu pizza gelada com refrigerante de manhã cedo, antes ir trabalhar ou ir para faculdade? Acho que é apenas eu mesmo. E como Bernardo mesmo disse, era o prato preferido dele. A mãe só queria agradar o filho, fazê-lo “esquecer”, amenizar alguma coisa. Se minha mãe quer me agradar de alguma forma, faria o que mais gosto e me daria, independente do momento. Eu iria comer de qualquer jeito rsrsrsrs

      Quanto a escola e colégio, tratado em outro comentário, realmente foi um deslize meu. Por incrivel que pareça, não tinha conhecimento desta diferença. Para mim colégio e escola eram a mesma coisa. Falha minha, perdão!!!

      Que bom que não se incomodou pelo meu conto ser tão estenso, e não ter atrapalhado a questão da fadiga e perda do interesse. Estou no meio de um conto que acredito ultrapassará quatro mil palavras. Espero que neste prenda o leitor melhor que neste conto. ehehehehe

      Valew!

      • Diego Lops
        11 de setembro de 2014

        Ah, não estranhei a panqueca e o leite. Quis dizer que achei esquisito os outros terem estranhado esses detalhes.

        Quanto ao uso de escola no lugar de colégio, não há erro algum. Atribuo a crítica a uma provável diferença regional ou até mesmo de uso por determinada faixa etária.
        Acabei de consultar o Houaiss, melhor dicionário da língua portuguesa, e olha o que ele diz:

        – colégio s.m. 1. estabelecimento que se dedica ao ensino fundamental ou médio.

        – escola s.f. 1. estabelecimento de ensino.

        Portanto não se preocupe, quem apontou o suposto “erro” é que estava equivocado.

  28. Miguel Bernardi
    11 de setembro de 2014

    Ótimo! Muito bem escrito. Sou fã do terror, e, portanto, isso somou à trama e a supreesa do final: gostei muito do seu conto!
    A narrativa é gostosa de se ler, a linha tênue entre telão e papel… isso também foi muito legal.
    Os únicos pormenores que encontrei: Poderia cortar, enxugar, reduzir algumas partes.

    Abraços, boa sorte!

  29. José Geraldo Gouvêa
    10 de setembro de 2014

    O texto tem um bom efeito como terror, mas isso não o livra de uma série de falhas. Existe um excesso de “americanismo” caricato nele (panquecas de carne e leite, bléeargh, como disse o Rubem) e o personagem principal é muito controverso. Que garoto de dezessete anos ainda estaria estudando na “escola”? Só se fosse um repetente múltiplas vezes, mas isso precisaria ser explicado (e poderia ser mais um elemento da trama).

    Para se ter uma ideia, entrando na escola aos cinco anos, nosso garoto já estaria formado na “escola” aos 14. Com dezessete anos ele estaria no último ano do “colégio”, pensando em ir para a faculdade, e não imerso numa rotina simples de escola.

    Além dos probelmas apontados pelos outros. Nota geral fica entre seis e sete.

    • Montanhista
      13 de setembro de 2014

      José, não há qualquer problema no uso de “escola”.
      Não há erro algum. Atribuo a crítica a uma provável diferença regional ou até mesmo de uso por determinada faixa etária.
      Acabei de consultar o Houaiss, melhor dicionário da língua portuguesa, e olha o que ele diz:

      – colégio s.m. 1. estabelecimento que se dedica ao ensino fundamental ou médio.

      – escola s.f. 1. estabelecimento de ensino.

  30. mariasantino1
    10 de setembro de 2014

    Opa, sobre a trama? Gostei sim. Uma boa ideia. Eu também tinha medo de diversos filmes, mas era voto vencido (caçula), então o jeito era aprender a gostar (deu certo, gosto de terror). Boa sorte 😉 Um abração
    P.s.: Comentário via cel, por isso não deu pra clicar na resposta Tio Jason.

  31. Anorkinda Neide
    9 de setembro de 2014

    Conto muito bom, gostei que trouxeste o Freddie para a atualidade.. que mãe maluca, hein?!! Realmente uma boa releitura deste clássico.
    Mas não vejo ele inserido na temática do desafio, mesmo que a música citada seja uma cançãozinha do filme, é isso q ela é e não uma inspiração para o conto, a inspiração para o conto foi o filme. Ou não? rsrsrs

    ahh uma correção que acho q não fizeram… ‘acendeu as luzes’ e não com ‘as’.
    Abração

    • Tio Jason
      9 de setembro de 2014

      Obrigado pelo comentário.

      Na realidade foram muitas coisas que me levaram a escrever este conto, e fazer uma espécie de fic não foi uma delas. Quando o tema surgiu na mesma hora me lembrei desta canção de Freddy, que tanto me aterrorizou quando criança. Quis passar um pouco do meu medo para o papel, para tentar repassar a imagem que sentia quando via os filmes me borrando de medo. A sensação de deixar a luz acesa, pedir a minha mãe para dormir com ela, abrir os olhos no meio da noite e imaginar aquela face desfigurada me encarando… Enfim. Acho que a musica é como um catalizador que me transporta diretamente para aqueles dias de medo e de uma coragem forçada. Como uma especie de trauma, entende? ehehehe

      • Anorkinda Neide
        10 de setembro de 2014

        certo.
        acho que a estranheza dos leitores deste desafio se deve pq a gente ‘imagina’ canções de rádio e tal.. e vc vem com essa musiquinha.. srsrs
        Mas tá certo, tá valendo!

        Pais.. este tipo de filme não é para deixar as crianças assistirem.. olhe o que acontece!! :p

  32. fmoline
    9 de setembro de 2014

    Então, meu problema com terror é que, bem, eu sinto medo… Por isso, não é meu estilão favorito, mas, você me surpreendeu! Com reflexões na atualidade, como “o que você esta pensando” do facebook, e o ressurgir de um clássico como o Freddy você fez um conto bem interessante. Como esta bem escrito, a leitura ficou clara, o que é ótimo.

    Bem, é isso. Parabéns! Boa sorte.

  33. Lucas Rezende
    9 de setembro de 2014

    O final ficou ótimo, adorei!
    No começo fiquei entediado, parecia, como já disseram, uma fanfic. Mas o fim mudou tudo.
    O ponto negativo foi que a música ficou em segundo plano, fugiu do tema.
    Boa sorte 😉

  34. rsollberg
    9 de setembro de 2014

    Adoro terror, mas confesso que nunca vi um filme inteiro da Hora do Pesadelo. Porém, obviamente, conheço a história, culpa das inúmeras reprises do SBT numa época que não havia Tv a cabo.rs

    Sendo assim, achei que não fosse gostar muito da estória, no entanto, me enganei. O Conto está bem escrito e desenvolvido, o protagonista é interessante e atual.

    Gostei muito da reviravolta final, pois fugiu bastante do óbvio, da história original.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  35. piscies
    9 de setembro de 2014

    Até quase o final do conto, imaginei estar lendo uma grande fanfic que eu nem sabia se condizia com as regras do desafio ou não. O final revelou uma trama bem mais elaborada, onde uma pessoa se aproveita de uma história de terror para aterrorizar outros. Foi bem bolado, mas a sensação de fanfic continua, provavelmente por que fiquei mergulhado nesta sensação 90% do conto.

    Seu vocabulário é excelente. O texto só pede um pouco de revisão. Senti que a narrativa foi um tanto quanto corrida, mas as imagens foram passadas de forma bastante clara.

    Não sei se este conto tem muito a ver com o tema do desafio. A música aqui parece mais um detalhe do que o tema principal. De qualquer forma, é um bom conto de suspense / terror. Gostei!

  36. rubemcabral
    9 de setembro de 2014

    Um bom conto, de escrita relativamente simples, mas com uma história bem bolada com ótimo plot twist.

    Contudo, precisa de um tanto de revisão, em especial quanto à pontuação. Alguns detalhes bobos, como comer panqueca de carne no café da manhã e beber leite (blergh), ficaram meio estranhos. Finalmente, releia alguns diálogos, feito os do inicio do conto, entre o rapaz e sua mãe: estão meio “quadrados”, pouco naturais.

    De resto, como disse, um bom conto!

  37. Fabio Baptista
    9 de setembro de 2014

    ====== ANÁLISE TÉCNICA

    Escrita OK… sem erros gritantes, também sem muito brilho.
    Achei que o texto se estendeu além da conta. Ganharia impacto se fosse mais conciso.

    – enfiava uma de suas afiadas garras em seu pescoço
    >>> A compreensão é perfeitamente possível, claro. Mas esse suas/seu conferiu certa ambiguidade à frase.

    – o facebook o perguntou
    >>> o facebook perguntou

    – FREDDY KRUEGER, VÁ TOMAR NO CU
    >>> kkkkkkkkkk
    >>> Boa!!! 😀

    – disparou quarto a fora
    >>> disparou quarto afora

    – Acho… Nada mãe. – ele sentou à mesa. – panquecas com carne
    >>> Em vários diálogos há problemas com maiúsculas/minúsculas após o travessão.

    – Algo o prendia a vida.
    >>> aqui seria melhor usar “sua”

    – Margarete o contemplou pela janela, ele ir para a parada de ônibus.
    >>> Eu usaria: Pela janela, Margarete contemplou ele indo para a parada de ônibus.

    – Krueguer / Krueaguer
    >>> Krueger

    – e isto é a realidade. Sua vida realmente estava em perigo
    >>> Mudança de tempo verbal

    – deslizando através da pele como uma garoa fria
    – arranhando a superfície ocular como uma lixa
    >>> Boas!

    – Hoje eu te mato maldito.
    >>> Hoje eu te mato, maldito.

    – Quando deu por si, dormiu.
    >>> Meio contraditório.

    ====== ANÁLISE DA TRAMA

    Então… pra quem já assistiu os filmes do Freddy (ou seja, todo mundo) ficou meio manjado.
    No final, a revelação da verdadeira assassina é inesperada, mas não chega a ser surpresa. Pareceu mais uma forçada de barra para causar algum impacto de reviravolta.

    ====== SUGESTÕES

    – Revisar
    – Deixar o conto mais conciso

    Eu mudaria o final. Com o Freddy indo atacar a mãe.

    ====== AVALIAÇÃO
    Técnica: ***
    Trama: **
    Impacto: **

    • Tio Jason
      9 de setembro de 2014

      Obrigado pelo comentário. As vezes espero muito por ele nos meus contos. Penso “Um dia vou agradar este bicho com um dos meus contos, não é possível” KKKKKKKKKKKKKKKKKK HAHAHAHAHAHA 🙂

      Dicas anotadas, inclusive estou usando uma sua que, putz, está sendo uma luz. É tipo, crio uma frase… às vezes a acho estranha, daí mudo a sequencia e voalá… Que nem na parte da mãe que acompanha o filho pegar o ônibus. Eu senti que não estava legal, mas não conseguia por em palavras o que queria… tinha dado um branco. Agora entendi. Trocar as ordens das palavras rapaz. Valew demais, bem como os outros comentários tanto críticos quanto de elogios.

      Minha intenção sempre foi ficar na mente do garoto mesmo, sem nada real. Aqueles tipos de filmes que você vê e fica pensando depois até ficar obcecado. Foi o que aconteceu comigo quando assisti A Vila, de Shyamalan. Fiquei vendo o vermelho nas sombras em todo canto da casa que ia. Medo!!!

  38. Brian Oliveira Lancaster
    8 de setembro de 2014

    Inusitado. O conto prende bem a atenção desde o início, apesar de remeter a uma história conhecida. A explicação do filme no meio me tirou um pouco do foco – mas isso é gosto pessoal, prefiro partes deixadas para imaginação. Não sei por que, mas fiquei com a impressão, no texto todo, de um menino de menos de dez anos e não dezesseis. O plot twist foi muito bom, mesmo que antes do fim (incomum). Fiquei na dúvida se jargões cantados seriam considerados música. Mas como já existiram outros desafios em que somente a essência contava, é o que levo em conta aqui. Deslizes gramaticais não costumo apontar, pois a maioria já faz isso. Avalio a essência. É um texto que evoca sensações e isso é um ponto forte.

  39. Bia Machado
    7 de setembro de 2014

    É inevitável, uma música de um filme vai fazer com que a gente relacione o conto ao filme. O conto é um bom terror, dá tensão, mas pra mim me cansou um pouco depois da metade, talvez fosse bom ser mais conciso, mais enxuto. A primeira metade foi mais bem desenvolvida. Boa sorte!

  40. JC Lemos
    7 de setembro de 2014

    Assim como a Cláudia, vi mais do filme do que da música aqui. Entretanto, há várias maneiras de interpretar, e em uma delas podemos ver a música como influência, remetendo ao terror incutido pelos filmes. E essa musiquinha é sinistra mesmo. haha

    Sobre o texto; Eu gostei em alguns pontos, já em outros não me agradaram tanto.
    O terror criado, a forma como o suspense foi trabalhado e o desfecho ficaram certinhos, realmente muito bom. Porém, assim como outros colegas, vi alguns deslizes(coisas comuns, claro) e também achei que poderia ter sido menor, mais conciso. Mas entendo que o autor precisa de suas palavras para trabalhar a sua maneira.

    De qualquer forma, no geral, gostei do que li. é sempre bom ler um terror de vez em quando (tipo, sempre).

    Parabéns pelo texto e boa sorte no desafio!

    E cuidado para o Fred não te pegar. 😀

  41. Claudia Roberta Angst
    7 de setembro de 2014

    Tem certeza de que esse conto não foi escrito para o desafio das Bruxas?
    Sou da geração que sobreviveu a adolescência apesar de Freddy Krueger, mas não lembro da musiquinha. Para mim, o conto baseou-se mais no filme do que na música.
    Gostei do suspense e do clima de terror. Também apreciei a bruxa, digo, a mãe, tão amorosa e sem interesse… sqn. O final também me convenceu.
    De falho, encontrei alguns deslizes na linguagem e a falta de vírgulas. O texto também poderia ser um pouco mais curto, com a narrativa mais concisa.
    Boa sorte!

  42. mariasantino1
    7 de setembro de 2014

    Olá, Autor!

    Conto meio fanfic, meio prequela… Eu poderia até arriscar um palpite depois que li alguns contos Off – Desafio, mas os meus tiros na água nos textos “Bruxa” demonstram que eu não tenho a visão do olho de thundera..

    Bem, algumas observações:

    Particularmente não gosto do uso de marcas nos contos (propaganda “di gratis” não é comigo).

    A repetição de “Ele”, no 3º parágrafo me incomodou, pois se for mantido só o primeiro não vai prejudicar o entendimento, mas agiliza a narrativa. Aqui também pode ser enxugado “Mãe?! – (ele) chamou num choro reprimido”

    Uso da virgula no vocativo: “Vai passar, filho” .

    Uso dos Porquês: …me fez assistir com você quando era mais novo (por que = PORQUE junto explicação).

    Às vezes… crase.

    Na fala do Bernado no sono faltou travessão ou aspas para diferenciar.

    Vou deixar uma dica que me deram e que repasso (Aí! Que não me venham com o lance dos textos pífios). Gabriel Garcia Marques quando estava escrevendo “Notícias de um sequestro”, tinha que falar da sua amiga, Ingrid Bettancourt, sequestrada e encarcerada. A coisa que mais incomodava Ingrid era um abajur ligado o tempo todo. Gabriel confessa que ficou dias procurando a palavra EXATA para descrever o ambiente, com o mínimo de palavras. Por fim, encontrou a frase: “No quarto, um abajur eterno”. Uma só palavra conseguiu descrever tudo o que Ingrid sentia, sensação de que aquilo nunca iria passar.
    Pois é… deve-se fundir ideias e ações.

    Cara! Isso ficou longo, você me perdoa?

    Abração e boa sorte. 😉

    • Tio Jason
      9 de setembro de 2014

      Oi leitora. Pesquisei muito a respeito de algumas dicas que você me passou, procurei saber mais sobre este escritor, o Gabriel Garcia, e fiquei curioso em saber mais a respeito dele. Das suas dicas, influências, ser mais sucinto etc. Neste conto eu nunca pensei estar fazendo uma fic, enfim, era mais um instrumento de tortura a ser utilizado por alguém para deixar a vitima louca e paranoia, e na minha infância não podia escutar essa música que me apavorava… kkkkkkkkkkkkkkk

      Estas suas dicas estão anotadas, bem como a de outros aqui. A regra em diante será ser mais sucinto e utilizar palavras mais fortes 🙂 Inclusive estou utilizando alguns destes conhecimentos recém-adquiridos para um novo conto meu (fantasia, terror e suspense, pra variar kkkkkkkkkk). Vamos ver o que vai sair.

      Neste seu bom comentário, notei apenas a falta quanto ao enredo/história. O que achou, etc. Aqui você só tratou da parte técnica.

      De qualquer forma grato a você e a todos que tem comentado.

  43. Davi Mayer
    6 de setembro de 2014

    O que gostei:
    Da narrativa, da história e dos personagens construídos.

    O que não gostei:
    De algumas passagens longas.

    O que pode ser melhorado:
    Tentar deixar o texto mais enxuto e mais redondo… mas de todo o texto foi muito bem construído, bem como os personagens e o enredo.

    Parabéns ao autor.

  44. Lucimar Simon
    6 de setembro de 2014

    Um bom conto, uma estória bem elaborada. a mescla do real e do cinematográfico deu um bom compasso ao conto. No final deu uma neblina, na parte da morte do “Bernado”, mas d e uma maneira geral fluiu bem a narrativa que não apresentou muitas deficiências. O Fred não me assusta tanto quanto alguns personagens reais. trazer a ficção cinematográfica para a realidade ainda é uma boa maneira de amarrar uma narrativa. To tocante do psicológico e social percebemos na narrativa como a ausência do um ente querido pode desestruturar uma pessoa ou uma família. O abalo familiar é evidente. O isolamento social faz com que a tormenta psíquica ganhe proporções gigantescas. Boa a narrativa, a trama, e o desenvolvimento.

  45. Gabriela Correa
    6 de setembro de 2014

    O tom de terror, que permeia o texto, é inegavelmente bem construido. Sua escrita é realmente boa, gostei de sua narração – apesar dos diálogos me soarem artificiais, o que rompe o timing da ação.
    Talvez não tenha apreciado mais o seu conto porque tenho uma aversão pessoal ao gênero terror – mas, para os que gostam do gênero, seu conto consegue manter a tensão necessária, o que é essencial. Isso caracteriza um bom escritor.
    Boa sorte! 🙂

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Informação

Publicado às 6 de setembro de 2014 por em Música e marcado .