Há um momento na vida em que a morte parece estar próxima. Sendo possível sentir seu hálito pútrido sobre a nuca. Como se fosse abocanhá-lo a qualquer momento.
E neste instante Dona Eulália passa por este momento, sentada à beira de sua janela, observando a vivacidade com que as crianças correm e brincam na rua, esbanjando energia, enquanto a sua própria está a esvair-se.
***
Este conto faz parte da coletânea “Devaneios Improváveis“, Segunda Antologia EntreContos, cujo download gratuito pode ser feito AQUI.
Muito bom, Me lembrou o filme chave mestra
Muio
Fiquei com pena da criancinha, mas enfim, as bruxas são o que são. Gostei dessa história, é leve e bem trabalhada. Um pequeno recorte da vida, ou seria da morte? rsrs
Parabéns ao escritor!
Obrigado! A intenção era que fosse narrado apenas um momento, mesmo.
Sinistro! Dá pra imaginar que algo assim vai acontecer, mas para mim isso não tirou o espírito do conto, é bom!
Muito obrigado! Que bom que curtiu.
Muito bom. Narrativa cheia de mistério e suspense bem construídos em seu desenrolar. O texto é bem escrito e a leitura é bastante agradável. Bom trabalho!
Muito obrigado! Que bom que gostou do tom de suspense ^^
Bem interessante a ideia da “transferência de inocência”. Acho que conseguiu passar a mensagem que queria. Poucos erros ortográficos que passaram pela revisão, mas nada que prejudicasse o conjunto da obra. Enfim, parabéns e boa sorte no desafio.
Valeu pelo comentário, realmente queria que ficasse claro essa questão da inocência e troca de corpos.
O estilo de narração me lembrou o do Raphael Draccon. Trama simples, que no começo não me agradou, mas teve um fim bacana. Um ciclo. Não tem um forte atrativo mas é um pequeno conto legal.
Apesar de gostar de narrativas mais elaboradas, eu prezo pela simplicidade na leitura. Mas ainda estou tentando encontrei um estilo de escrita que eu me identifique =/ Valeu pelo comentário!
Achei que esse conto bom, mas queria que ele fosse maior. Ou não, sei lá, será que foi tiro certeiro? Talvez por ter gostado eu quis mais. Entre perder linhas explicando como a velha e a garota foram para ali, o autor já preferiu poupar o leitor da lenga-lenga e chegar dando de bico. E acerta. O ritual de passagem do corpo tem uma descrição bem viva, cheia de figuras que remetem mesmo à literal troca de pele que ali acontece, há uma urgência em captar tudo ao redor que torna cada passagem mais surpreendente que a outra. Catapultando a pequena saga, o autor conseguiu sintetizar na frase final (a melhor de todas do concurso) tudo o que estava querendo dizer. Repito aqui, pois fiquei falando isso depois de ler: “E a vida, como de costume, continua.”
Opa, muito obrigado! Eu tento sempre ir direto ao ponto, principalmente por ser uma história curta. Engraçado que adoro histórias mais elaboradas e cheias de descrições (Anne Rice?), mas na hora de escrever acabo sendo sempre mais “enxugado”.
Ótimo texto, gostei da forma suave como o macabro se desenvolveu.
A ideia original era mostrar uma senhora aparentemente dócil, mas que se transformaria no final ^^.
Curti. Conciso, direto, claro. Em um desafio com limite de palavras, cumpriu bem sua proposta. Realmente, não tenho mais o que comentar.
Parabéns e boa sorte no desafio.
Que bom que curtiu ^^
Bom conto. A narrativa não traz nenhuma surpresa, mas mesmo assim consegue manter a atenção do leitor. Não tenho nenhuma sugestão de pontos a melhorar.
Abraço e boa sorte no desafio.
Valeu pelo comentário ^^
Gostei! Simples e objetivo. A cena da menina pegando outro doce e depois costurando a boca da senhora deu um contraste interessante. Mesmo estranhando a menina ter entrado na casa de Eulália sem contestar, também levei em consideração que ela era curandeira/ parteira e poderia ter ajudado no nascimento daquelas crianças, tendo a possível confiança dos pais e automaticamente delas próprias. Explorar o fato dela ser parteira com sua necessidade de tomar o corpo de uma criança para a sobrevivência também seria algo que me agradaria.
Boa Sorte!
Obrigado pelo comentário! São pontos bem interessantes esses que levantou, eu não tinha imaginado as cenas por esse lado, mas é um ponto de vista muito bom! Gostei kkkk
A construção da bruxa e a estrutura textual estão ótimas, ao meu ver. Tudo se encaixa e tudo faz total sentido. Eu só achei o clímax meio regular. Entendi a ideia, mas não consegui me imergir e me instigar com a tentativa de tensão criada.
De todo modo, meus parabéns.
Que bom que curtiu a estrutura. Ainda estou treinando essa questão do clímax.
Gostei do texto. Uma crônica bem bolada, mas que precisa de pequenos retoques na gramática. Fora isso, o autor está de parabéns!
Obrigado pelas dicas!
Um conto curto e direto. Gostei do que li!
Apesar de pequeno, consegui captar bem as cenas descritas e o sentido da história. A narração ficou muito boa, sem deixar espaço para o cansaço na hora de ler. Gostei, especialmente, da cena na hora da troca. Consegui imaginá-la vividamente.
Parabéns e boa sorte!
Que bom que curtiu! Pensei que o momento da troca ficou um pouco confuso (eu mesmo me confundi com tanto inspirar/ expirar), mas acho que deu certo ^^
Parabéns, muito bom mesmo hein, talvez seja por isso que algumas crianças sejam mal-educadas ou travessas (piadinha pra descontrair, desculpe). Muito bom.
Parafraseando Chaves: “essa menina (Chiquinha), que é o verdadeiro diabo!”
O que gostei:
A história envolvente, a narrativa que prende o leitor, o desfecho.
O que não gostei:
Alguns pontos que eu queria ressaltar quanto a este conto, avaliá-lo tanto para meu aprendizado como para o do autor/a.
“Sendo possível sentir seu hálito pútrido sobre a nuca. Como se fosse abocanhá-lo a qualquer momento”.
Aqui poderia trocar o ponto pela virgula, pois é uma única ideia.
“Durante sua existência já cometeu diversas bondades (…)”
Acho que uma melhor construção desta linha seria: Durante sua existência cometera diversas bondades (…), opinião minha. Dica, procura no dicionário está palavra. Antes de comentar eu pesquisei, e está palavra é muito abrangente. Aqui, coube corretamente no texto, ressalto apenas o tempo verbal empregado.
“(…) de mobília antiga e cheiro de mofo no ar”.
Aqui caberia apenas tirar “no ar”.
E outro ponto é a falta de descrição da criança. Estava imaginando se tratar de um garoto, mas no final do texto percebi que era uma menina.
Melhorar:
Revisão gramatical, e alguns descrições, principalmente de personagens secundários. Não precisa ser detalhista, mas apenas algo que em primeiro momento o lembre. Ken Follet costuma fazer isso. Usa apenas uma frase ou um adjetivo para compor um personagem secundário e nós o identificamos e nos ligamos a ele. Exemplo: “Jim era um garoto dócil, com uma barriga saliente esticando sua camisa estampada”. “Os olhos azuis e brilhantes de Katerine contemplavam de forma cética o gato morto no chão”. Tipo, qualquer coisa que remeta a descrição do personagem e uma ligação sutil com a sua personalidade, para nos aproximarmos dele. Neste texto, o autor/a poderia extrair do leitor pena, rancor, por parte da bruxa em ter feito o que fez com a criança, mas pela distancia que ela deixou, desenvolvendo-o sem sentimentos e descrição, não senti tanto impacto.
Mas o conto está bom. Parabéns.
Ótimas dicas, David! Geralmente eu não dou muitas características aos personagens, algo que até tenho um “porque” na mente, mas que não é tão fácil passar pro papel.
A ideia do conto é interessante, um pouco diferente das demais. No entanto, há uma repetição sistemática de palavras e ideias por todo o texto.
(…) E neste instante Dona Eulália passa por este momento
(…) idade já avançada e de anos incalculáveis
(…) Recomeçando uma nova vida
(…) o rosto envelhecido da velha
Um erro de concordância escapou à revisão:
(…) seus instintos primitivos a fez sobreviver por tanto tempo- FIZERAM seria a conjugação correta do verbo, concordando com o sujeito “seus instintos”
O tamanho do conto é confortável ao leitor e julgo ser adequado ao momento retratado. Percebe-se que o autor buscou apresentar uma história bem trabalhada, mas ainda precisa lapidar melhor a linguagem e caprichar na caracterização dos personagens. Siga em frente!
Obrigado pelas dicas, Claudia! Percebo que a ideia ficou interessante, mas deu umas tropeçadas no caminho. E é engraçado que a gente não percebe alguns errinhos até nos falarem sobre.
Gostei do conto. Bem escrito (faltou um pouco de revisão, mas nada que uma releitura já fria do texto não resolva facilmente, num fôlego só… 😉 ) e fluído. A história se passa velozmente, como os anos vividos pela protagonista. A ideia foi bem desenvolvida e o final redondo. Um conto-padrão.
Parabéns e boa sorte!
Paz e Bem!
Obrigado pelo comentário!
====== ANÁLISE TÉCNICA
Bem escrito, mas sem nada que se destacasse.
– E neste instante Dona Eulália passa por este momento
>>> não ficou legal “instante” e “momento” assim na mesma frase
– folego
>>> fôlego
– como seus instintos primitivos a fez sobreviver
>>> Concordância
====== ANÁLISE DA TRAMA
Foi simples, mas criativo.
Um bom conto!
====== SUGESTÕES
Fazer os pequenos ajustes gramaticais.
Tentar deixar ainda mais conciso. Acho que daria mais impacto.
====== AVALIAÇÃO
Técnica: ***
Trama: ****
Impacto: ***
Valeu pela análise Fabio. Interessante como você acha que deveria ter ficado mais conciso, enquanto outros disseram pra prolongar.
Olá,
Primeiramente, parabéns pelo texto e pelo pódio!
Essa divergência de opiniões é bem normal 😀
O meu raciocínio foi o seguinte: o ponto forte do seu conto é, justamente, a concisão. Limar a (pouca) gordura e deixá-lo ainda mais direto, realçaria esse ponto forte, tornando-o ainda mais impactante.
Não que com mais desenvolvimento fosse ficar ruim. Mas acho que aí já partiria para outra pegada.
Abraço!
Este é o vigésimo quinto conto que analiso no presente desafio.
É um texto que se mostra bastante sensível em sua concepção, quando nos deparamos com a cena, original em certa medida, de mudança de corpo em que habita o espírito da bruxa, como estratégia de permanecer viva, resistindo ao toque da morte. Também a ideia de costurar a boca, por onde escapara o espírito, é muito boa. Simbolicamente, o conto assume uma amplitude bem grande, pois ao mesmo tempo em que nele há a ideia de eternidade da alma, contém a perpetuação do mal por meio da infância, suposta inocência.
Entretanto, houve pecados na execução do texto. Logo no primeiro parágrafo temos o termo “abocanhá-lo” referindo-se à nuca, substantivo feminino, o que é incorreto. Deveria ser “abocanhá-la”.
Além disso, há muita ocorrência de má escolha vocabular. “[..]gentil criança […]” e em “O pequeno ser”, são frases “quadradas”. “Gentil”, no sentido utilizado é perfeitamente aceitável pela gramática, mas torna o texto afetado; “ser”, não parece estar se referindo a uma criança, pois é uma palavra muito ligada a entes sobrenaturais ou não humanos.
No segundo parágrafo, a proximidade de NESTE e ESTE soa muito desagradável (” E neste instante Dona Eulália passa por este momento”).
Ainda quanto ao vocabulário, certas palavras estão muito repetidas, como VIVACIDADE.
Em 04/08/2014
Valeu pelos toques pontuais, Eduardo! Fico feliz que curtiu a ideia e por ter levantado esses pontos, nos faz aperfeiçoar o “traço”!
Nossa, esse conto me deixou pasmo. Quando terminei a leitura, percebi a pancada que tinha levado. Se é difícil criar um bom personagem, aqui temos dois, e não só isso, pois não foi preciso muito para que eles fossem fortes e valessem a leitura. Há uma unidade e uma conexão entre todas as partes, uma química entre os personagens, o ambiente, tudo. E esse final doce e aterrador. Gostei demais!
Que bom que curtiu, mas acho que não explorei tanto os personagens kkk Poderia ter ficado um pouco melhor ^^
Gostei do enredo, embora não tenha compreendido muito bem o feitiço que a senhora utilizou para roubar o corpo da criança.
Foi algo mais instintivo do que um feitiço, sugando para dentro de seu corpo a alma da menina.
Bom conto! A história daria mais pano para algo mais pormenorizado, eu penso. Faltou um pouco de surpresa sobre as intenções de Eulália, acho que um tanto de mistério teria feito bem ao conto.
Li despreocupadamente e o conto me pegou de surpresa com essa usurpadora corpos e essências. Achei bem simples e direto e penso que a bruxaria está um tanto mesclada a uma espécie de vampirismo. De qualquer maneirá, foi legal. Boa sorte.
Obrigado pelo comentário, tentei fugir do “satanismo” que vi em alguns contos e focar em algo mais instintivo.
Rapaz, que coincidência tremenda… Quando estava pensando em um conto para o desafio, uma das ideias que me vieram a cabeça foi justamente algo como esta. A bruxa que sobrevive por eras trocando de corpo. A trama não é de fato inédita. Está, por exemplo, no excelente curta de animação “Alma”, tão bonito quanto perturbador.
Aqui o enredo foi bem trabalhado. O autor conhece do ofício. As palavras caíram bem e não notei erros de maiores proporções. Apenas alguns erros de paralelismo no 5º parágrafo, com tempos verbais diferentes se alternando.
No mais, a história prende o suficiente para que se queira prosseguir. Entretanto, acho que poderia ter sido mais explorada, já que o texto ficou bem longe do limite de palavras imposto pelas regras. Como sugestão, o autor poderia investir na história da criança. Isso faria com que o leitor se identificasse com ela, torcesse por ela e temesse por sua vida. A criança, porém, não desperta empatia. Talvez fosse legal investir nisso.
Ou seja, um conto bom, mas que poderia ter sido ótimo.
Obrigado pelo comentário e pelas dicas! Quando vou escrever, geralmente é 8 ou 80. Ou fica muito reduzido, focado só no real “objetivo” da coisa, ou acabo extrapolando com coisas desnecessárias. Ainda estou treinando um equilíbrio entre os dois.
Além do mais, o seu conto foi o que mais gostei do desafio (apesar do tema ficar bem em segundo plano), pois a narrativa é de um drama sem igual.
Até agora foi um dos melhore pois manteve o interesse do leitor até o fim eo fim foi compreenssivel e satifez
Que bom que gostou ^^
Olá… Bem, eu não participei com um conto mas em fim, gostaria de poder comentar todos aqui para votar.
Em primeiro lugar a gramática: encontrei apenas a palavra fôlego, que estava sem acento, no resto não vi mais nada de erros.
Conseguiu me prender bastante, mas deixou um ar de mistério bem grande, que até fiquei sem entender. Flertou com o tema bruxas, mas não foi muito longe, não o explorou tanto. A criatividade eu chamaria de média. Boa sorte.
Obrigado por ter lido e comentado, mesmo sem participar! E pelas dicas, também.
Um tanto convencional, não me cativou nem me surpreendeu. Mas está bem escrito e merece uma boa nota.
Obrigado ^^
Muito interessante. Uma história simples e ao mesmo tempo extremamente refinada. O modo de escrever é claro e bem sensível
Muito obrigado pelo comentário!
Intrigante, porém interessante.
Ah! Parabéns! Parabéns mesmo!
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Gostei muito da narrativa, tem um ritmo muito bom, eu li rindo saboreando as palavras e rezando (mentira, não sei rezar 😛 ), para que não acabasse logo.
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A trama é simples, mas não é simples o que você fez dando espaço para que o leitor criasse na mente as cenas do passado, imaginando quantas vezes a Dona Eulália havia feito “sas coisa, aí”. Tem suspense em dose certeira.
Parabéns, boa sorte e um abraço.
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Obs.: Faltou um acento em fôlego.
Opa, obrigado pelo comentário! Experimentei esse lado de suspense e acho que estou indo pelo caminho certo.
Curto e interessante!
Gostei.