EntreContos

Detox Literário.

Só as Bruxas são Felizes (Eduardo Selga)

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É uma janela que, boiando serena, pendurada por um prego na parede invisível, observa atentamente a moradora prestes ao suicídio, ato que, se levado a efeito, nenhuma consternação causará aos metropolitanos, pois se vive dias nos quais sujeitos se atiram das alturas e de marquises como as extintas frutas se lançavam à aspereza da rocha sobre o solo. Uns fracos, é óbvio. Atacados por um vago “vazio existencial”, sentem-se tristonhos e se jogam, os coitados. Tanto melhor. A metrópole dispensa os inúteis, uns entulhos. Embora ninguém tenha ainda sobrevivido, há quem suponha ser por necessidade de adrenalina a atitude extrema. Seria por isso o fato de alguns se lançarem com câmeras na mão, filmando o próprio tombo e morte, fazendo caretas para a lente. Porém, teorias, teorias…

É uma das duas janelas do cinco mil setecentos e três, vinte metros quadrados o apartamento, paredes externas invisíveis para garantir conforto e segurança, pois desse modo as câmeras de monitoramento conseguem enxergar melhor qualquer instabilidade na ordem. Dentre todos os condomínios luxuosos da metrópole, é o único com suicidódromo privativo, garantia de tranquilidade na morte. Nos demais, os suicidas precisam dar-se ao inconveniente de tomar cuidado para evitar a multa post mortem, a ser paga pela família: extinguir a própria vida, atirando-se das janelas ou de qualquer outro trampolim, não poderá ser um engasgo no trânsito e no progresso da cidade. Ainda assim, todos os dias, inúmeros cadáveres se esborracham nas avenidas perfeitissimamente pavimentadas, causando afazeres desnecessários aos laboriosos operários da Secretaria Municipal de Limpeza e Desinfecção. Se bem que, a metrópole não oculta verdades inofensivas, muitos deles amealham, à socapa, partes de corpos que costumam render churrascos e caldos. Mais de um morador foi enterrado sem as coxas ou as nádegas. As autoridades fingem não ver, funciona como um suplemento de renda para os trabalhadores, uns bravos. No fim, é uma festa esse contrato social.

Se a moradora se desse ao trabalho de ir à janela, ao invés de preparar-se mentalmente para o suicídio, imaginando, junto à ração diária de salvia divinorum mascada, imaginando as dores do corpo se rompendo junto ao asfalto ao mergulhar edifício abaixo, aborrecendo as normas do condomínio uma vez que há espaço exclusivo para isso, se fosse à janela veria o mesmo cenário do outono de quinze anos atrás, última vez em que alguma esperança e vontade de viver a impulsionaram a isso: uma floresta vinda nunca se soube de onde. Por quê, talvez se perguntasse, se em torno da cidade há um deserto a estender suas areias por milhares de quilômetros?… Alguns prédios largados à mercê em função de todos os seus moradores já terem se matado, uma floresta engole e mastiga as construções, fazendo nascer árvores a partir do interior dos imóveis e escapando pelas janelas que, penduradas, flutuam nas paredes invisíveis.

Veria também enorme quantidade de veículos desamparados nas avenidas, enferrujando, os mais próximos aos passeios públicos tomados por cipoais descidos das árvores. Nos primeiros tempos, a prefeitura até recolhia os automóveis, mas dias depois eles reapareciam, mendicantes na mesma petição de miséria de antes, em novos pontos da cidade. Nunca o bastante para entupir por completo o trânsito, pois a população já se mostrava cada vez menor. Além disso, os carros surgiam e surgem em estranhas avenidas alternativas, abertas nas madrugadas sem maiores explicações, abertas não se sabe por quem, passando por dentro dos prédios abandonados, atravessando troncos das sequoias e baobás no interior deles nascidas.

Teria visto também, dentre os poucos habitantes, muitos andando a esmo como quem navega sem bússola, indo de um ponto e retornando a ele próprio, verdadeiros bonecos eletrônicos que, danificados, adotam movimentos repetitivos. Bonecos velhos, diga-se: são pessoas anciãs, quase toda a gente que sobrou na cidade. Decerto infelizes por não terem conseguido escapar da morte em vida que é a vida na metrópole, como fizeram anos atrás as crianças e os adolescentes, numa época em que ainda havia balões coloridos. Fugiram neles, aos poucos, organizados, como quem não quer nada, no meio dos dias a pino no chamado Segundo Século das Luzes, pois o sol, hoje lenda, ainda iluminava as esperanças das vidas jovens e as epidermes das pessoas. Foram embora sob o escárnio de muitos dos que hoje caminham pelas ruas sem nenhum sorriso. Sabiam, experiência de vida, nenhum dos fugitivos sobreviveria ao dobrar as areias do Cabo das Tormentas: o bom e velho Adamastor não permitiria, com fé em Deus. De fato: enlouquecidos corpos foram vistos por outras cidades atirando-se de balões que jamais desciam. E descer para quê, se nas raras povoações a infelicidade era exatamente a mesma?

Essas pessoas, as que continuaram na cidade, fedem. Muito menos quando no interior de seus aclimatados Aero Willys e Mavericks (apesar de o século ser o vinte e cinco), mas o mau cheiro enquanto caminham à deriva é perceptível a grandes alturas, nas janelas. Parecem cadáveres vivos. Quando homens, muitos deles param nas esquinas, olham cheios de medo para os lados, masturbam-se ferozmente até ejacularem sangue no chão e gritarem um grito de prazer dentro da dor a ponto de o pênis se soltar; se mulheres, noivas idosas. Sempre rasgadas, molambos que, de repente, atiram para ninguém seus ramalhetes murchos e voltam seus olhares de valei-me Jesus ao céu como se resolvesse, ou se algum dos balões fosse retornar, cheio de notícias, felicidades, homens bonitos e casadoiros.

Não que indivíduos emocionalmente saudáveis inexistam na cidade, mas é possível contá-los nos dedos das duas mãos. Mulheres, sempre. Recatadíssimas no ambiente público, não se vestem como fossem pisar o vermelho do tapete na igreja: um nada de maquiagem, vestidos sem qualquer decote (mas sem sutiã), saias longas (mas sem calcinha), penteados retornando aos longínquos anos cinquenta de um século cuja história é um tanto imprecisa, o vinte. São as únicas verdadeiramente felizes, o que faz delas alvo de olhares com brilho punhal. E o fio dessa lâmina aguça mais ainda quando algumas delas se encontram e, como se tal não ocorresse há anos, brincam de ciranda no meio da rua e acendem fogueiras imaginárias, que elas pulam cheias de alegria. As saias esvoaçantes num folguedo que ninguém conhece, porque perdido nas infâncias do tempo, provocam sempre a mesma certeza nas noivas: a maldição da velhice eterna se aproxima.

Tanto as línguas ciumentas quanto a lenda dizem que essas mulheres, cujos perfumes parecem formar uma nuvem em torno delas, seriam bruxas urbanas (não envelhecem nunca!), a serviço do poder público, sempre muito empenhado em gerar o imprescindível sofrimento, pois a projeção astral desse estado psíquico movimenta os gigantescos cata-ventos da cidade, geradores de energia. Porque, como é consenso entre os habitantes, as trevas não podem tomar conta. Absolutamente. Já basta o sol, que nunca existiu –acreditam alguns–, exceto enquanto personagem de ficção.

Nem tão lenda assim a conjectura, afinal. O intuito da presença delas é evitar floresçam no perímetro urbano pensamentos encantados, determinada categoria de ideia que desde na instituição do atual modelo de Estado se mostrou altamente prejudicial à manutenção da ordem, da tranquilidade e das paredes invisíveis. É um resquício muito desagradável do romantismo idealizante, são utopias retrógradas como “fraternidade entre os homens”. Apesar de todos os esforços oficiais, vez ou outra o vírus ressurge nalgum cidadão, tornando-o um rebelde em potencial. Como o suicídio é hábito já adquirido (e sob vários aspectos interessante ao poder), a morte desses sujeitos infectados é nada. Na verdade, a população nem sabe que alguns dos que se arrebentam no chão seriam futuros terroristas a combater a matéria-prima da vida metropolitana, a infelicidade.

No apartamento, seu olhar hialino, bilhete contendo um grito surdo de socorro numa espécie de oceano sem terra à vista, seu espírito, até então preso em gaiolas nas quais fora ensinado e entrar e permanecer desde a infância, a moradora começa a esboçar o primeiro sorriso sincero após décadas. Olha para o nada, tentando reencontrar imagens de seu passado, quais as sete chaves em que esteve guardada a felicidade? Não consegue se ver, é tudo muito nebuloso… Mas divisa num dos céus do pretérito, mesmo sem voltar-se para a janela indiscreta, paquidérmicos balões cercam a metrópole. No interior deles há uma gente feliz, gargalhante, mulheres. Estariam também sob efeito da salvia divinorum? Os fugitivos regressam, querem pousar na avenida, refazer o contato perdido há tempos. Ensinar a todos como reconstruir a vida, uma existência sem areias ou árvores gigantescas invadindo. Uma crise de riso, como uma convulsão, nasce nas vísceras e toma conta do corpo e do ambiente. Sinal de perigo, a janela pensa.

– É isso! Claro! Só pode ser! Preciso encontrar-me com eles!

A janela não observa à toa. Sabe que através dela, em breve, passará o corpo da moradora descendo à morte, ao esfacelamento, ao estômago dos operários da limpeza pública. Sabe disso principalmente porque lá embaixo, na encruzilhada formada pelas principais vias, sete mulheres brincam em torno da fogueira. Duas pulam as labaredas inexistentes, cinco batem palmas e meneiam as cinturas, entoando uma cantiga em língua estrangeira. Em determinados instantes olham, perfeita sincronia, para a janela do apartamento.

Corre. Impulso. Ao cruzar o espaço concreto do vão sustentado por prego na parede invisível, a sólida certeza do encontro com a felicidade em instantes.

O impacto surdo do corpo no asfalto causou duas reações nelas: de imediato riram, tão silenciosas quanto devem ser as mulheres recatadas, ainda que bruxas; ato contínuo, aos poucos abandonaram o lugar como se nada, alguma coisa em latim entre os lábios. Os mais atentos talvez tenham percebido que a última, antes de sair, ergueu a saia, agachou-se, empinou a bunda sem calcinha ao sentir o prazer e a virilidade do fogo, urinou fartamente sobre as chamas imaginárias até que se apagassem todos os vestígios do bruxedo.

32 comentários em “Só as Bruxas são Felizes (Eduardo Selga)

  1. Eduardo Selga
    24 de agosto de 2014

    Algumas considerações do autor:

    Primeiramente, muito obrigado pelos votos. Se considerar meu histórico no site, percebe-se que meus contos ficam nos extremos, ou seja, ou agradam em cheio ou desagradam profundamente. E esse não fugiu à regra. Uma das causas disso é o que foi exposto pelo Fábio Batista, quando ele fala de quebra-cabeça: não há apenas uma estória sendo narrada; é um caleidoscópio em que várias interpretações são possíveis, pulverizando, propositadamente e com objetivos estéticos, a clássica linearidade do conto. Mesmo com a insuficiência da palavra que usarei agora, talvez seja uma desnarrativa.

    A incompreensão de que alguns reclamam é fruto disso. Um texto denso e de certa maneira tenso, penumbroso, pede um leitor que queira se dar ao trabalho de organizar as peças do quebra-cabeças, uma vez que há uma camada textual explícita e outra(s) carregada (s) de simbologia.

    Como a análise mais acurada é algo que tento sempre fazer, neste site ou noutros espaços, devo dizer que me encantei com as palavras dos colegas Rodrigues, Gustavo Araújo, José Geraldo Gouveia, Ricardo Gnecco Falco e o Fábio. Não em função dos elogios (o José Geraldo não fez isso), e sim por se proporem ir além do impressionismo crítico.

  2. Fil Felix
    21 de agosto de 2014

    Não gostei muito do conto porque se perdeu na temática, indo muito mais para uma ficção científica ao estilo cyberpunk do Fausto Fawcett e histórias como Cidades Invisiveis. Parece que as bruxas estão ali apenas pra dizer que estão. O nivel de detalhamento também chega a travar a leitura. Entao, como ficção científica achei interessante. Mas como conto sobre bruxas, não.

    • eduardoselga
      25 de agosto de 2014

      Fil,

      Se entendi bem, você levanta uma questão relevante, a “pureza” de gênero narrativo. Muitas narrativas ficcionais, como as crianças e adolescentes, são inquietas, curiosas, não se conformam à forma conforme formatada (!). Necessitam, muitas vezes, mesclar-se. É o que vemos desde o Modernismo. Será irreconciliável a ficção cientifica que você enxergou no texto com as bruxas? Será que os contos a respeito do tema precisam estar sempre naquele ambiente soturno, um tanto Idade Média? Aliás, existe lugar específico para determinados personagens?

      Até certo ponto, concordo contigo quanto ao travamento da leitura. Ela pode acontecer neste conto, em função da quantidade de detalhes e por ser muito imagético. Mas considero ser menos uma questão de inabilidade narrativa do que de uma leitura muito acostumada à linearidade. O texto é disjuntivo, isso demanda lentidão ao ler, caso contrário algumas das estradas abertas não se mostram e ele, como um todo, fica parecendo um monte de recorte desconexo.

      Não me parece que as bruxas tenham entrado gratuitamente. Apenas não foram o foco mais perceptível da narrativa, não foram citadas em todos os parágrafos. Mas a infelicidade e a esquizofrenia reinantes na sociedade do texto (que é a nossa) têm motivos, e um deles é a felicidade das bruxas. Conforme a organização social em que vivemos hoje, a infelicidade de milhões significa o regozijo de meia dúzia. Isso não é profundamente maligno?

  3. Carmem Soares
    20 de agosto de 2014

    Que viagem hem!!! Extremamente interessante, diferente, bem trabalhado, inovador. O texto tem grande personalidade, é profundo. Gostei muito dessa experiência!

    Para os bons comentaristas de plantão, esse texto pode render análises muitíssimo interessantes.

    Parabéns pela genialidade!

  4. Rodrigues
    18 de agosto de 2014

    Gostei. O conto apresenta-se de forma bastante caótica, pedindo ao leitor uma atenção mais elevada em passagens densas e cheias de elementos intuitivos. Vejo aqui um mundo conspiratório provido de personagens suburbanos desvalidos, que junto a elementos-símbolo da pressão e loucura que as grandes urbes nos infligem – tais como o desespero, a confusão, o tédio, a alienação e pequenas revoltas particulares – consegue criar uma alegoria tão ou mais realista do que a vida nas próprias metrópoles. E claro que não foge ao intuito principal do concurso, as bruxas, pois ao verificarmos o contexto em que foram colocadas, regendo as leis de sobrevivência enquanto, embargadas em território amargo, riem da própria sorte, tornam-se uma amálgama do humano mais comum com a vilania amaldiçoada mais fantástica e mesquinha que se pode ter. Em outro aspecto, o texto remete à sensação de paranoia atual, regada não mais pelas milhares de câmeras – os faróis como olhos que te observam – mas sim pelas diversas formas de espionagem virtual (o monstro NSA submerso atrás da tela de LCD) inseridas rispidamente no cotidiano do cidadão médio, causando uma relação, até mesmo, de amor de ódio com a tecnologia. Ballard adoraria. Se uma das funções do escritor é reescrever seu tempo e, para conseguir captá-lo da forma devida, ter a opção de exagerar na extravagância imaginativa da criação textual, esse conto vem como uma bala a atestar que a ficção é uma ferramenta certeira e necessária que reflete, dá cores e dá medidas ao real. Muito bom.

  5. Marcellus
    17 de agosto de 2014

    Dorgas. Li três vezes e sinto-me o mais idiota dos leitores. Boa sorte.

  6. Weslley Reis
    15 de agosto de 2014

    Só por me imergir nesse universo distópico já valeu imensamente a leitura. Ótima construção de cenário, ambientação impecável e a forma como as bruxas foram abordadas foram muitos originais, ao meu ver.

    Meus parabéns.

  7. rsollberg
    13 de agosto de 2014

    Esqueci de mencionar, o titulo é perfeito!

  8. rsollberg
    13 de agosto de 2014

    Bom, é o tipo de conto que gosto de ler. Inovador, cruel e insano. As palavras muito bem usadas, as diferentes perspectivas, a “sujeira” humana.

    O texto é ágil e bem escrito. Impressiona como um todo e não por construções especificas de algumas frases.

    A ousadia visual do desfecho é ótima.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  9. Edivana
    11 de agosto de 2014

    E como são felizes essas descaradas. Gostei do cenário, da desesperança, do desamor e principalmente das taxas sobre o suicídio, e que janela sensacional. Uma história insana, mas nem tanto. Uma crítica, boa!

  10. Juliano Gadêlha
    11 de agosto de 2014

    Uma história bastante original. Um futuro distópico com bruxas! Gostei bastante. Vejo aí um universo a ser explorado. Muito bem escrito, boa construção de ideias, boa progressão narrativa, tudo no seu devido lugar. Bom título também. Parabéns pelo ótimo trabalho.

  11. Martha Angelo
    10 de agosto de 2014

    Surpreendente! Surreal!

  12. Lucas Almeida Dos Santos
    8 de agosto de 2014

    As bruxas dominam! Parabéns pelo texto.

  13. Gustavo Araujo
    6 de agosto de 2014

    Cara, que conto. Não é uma leitura fácil, fluida. É um texto que exige atenção, um mergulho na janela pendurada por um prego na parede invisível. Uma vez envolto pelo que há do outro lado, porém, o leitor perde-se em meio a esses devaneios magnificamente engendrados. Há algo de “Alice no País das Maravilhas” aí. Essa loucura traduzida em uma distopia em que a velhice tornou-se eterna, é algo que faz pensar: queremos mesmo a imortalidade? E as bruxas? Ah, as bruxas, elas sim, têm a juventude eterna e eis o motivo de tanta alegria. Em poucas palavras, um texto para viajar, escrito de maneira inteligente, que circunda o leitor como um labirinto. Não é uma história em si mesma, não se vai de A para B, mas mesmo como um recorte, perdura na mente, instigando e instigando — a melhor qualidade que um texto pode ter. Parabéns.

  14. williansmarc
    6 de agosto de 2014

    Me perdoe a heresia, mas eu não gosto desse estilo de conto. Entendo que é muito difícil de escreve-lo e que é muito bem trabalhado, mas também dá um grande trabalho ler e entende-lo. Sou da opinião de que coisas complexas tem de ser ditas de forma simples.

    Espero que os demais possam apontar melhor os pontos positivos e negativos, pois eu não saberia apontar tais pontos.

    Abraço e boa sorte no desafio.

  15. fernandoabreude88
    5 de agosto de 2014

    PORRA. Que conto foda! Toda esse ambiente caótico, localizado em algum lugar que nem passado e nem futuro é, aliado aos seres psicóticos e decadentes que brigam pela vida. O céu fantásticos dos balões de felicidade, a vida observada pelo buraco da janela, as bruxas como bonecas malditas causando a felicidade e a infelicidade alheia. Não tenho mais o que dizer, só que quero ler isso mais uma vez. Melhor conto do concurso até agora, taqueopariu…

  16. Walter Lopes
    4 de agosto de 2014

    Gostei bastante, embora o seu contexto seja soturno

  17. mariasantino1
    4 de agosto de 2014

    Nossa! Seu conto me deixou até tonta.
    É uma enxurrada de palavras e cenários curiosos de se imaginar, pois há muito do cotidiano das grandes cidades. O que mais gostei foi perceber certa desesperança, sujeira e um pouco de loucura (bastante). As divagações despertaram várias expectativas em mim e achei uma leitura rica com bastante fluência. Não consegui assimilar tudo o que foi exposto, mas sei que os colegas o farão. Sucesso. Abraço.

  18. Marquidones Filho
    2 de agosto de 2014

    Esse final ficou engraçado. Não entendi muito bem, mas…

  19. Pétrya Bischoff
    2 de agosto de 2014

    Esse desafio revelou-se o mais lírico que já vi por aqui. O mais envolvente, sedutor e apaixonante.
    O presente conto sintetiza todas essas belas qualidades. De escrita primorosa e narrativa de arrancar suspiros. Há aqui, uns três autores que eu creditaria por esse texto… Qual será?!
    Viajei nas descrições e pude vislumbrar muitas coisas, mesmo que não tenha conseguido captar o que, de fato, sucede com o lugar.
    As bruxas foram especialmente excitantes, com aquela leveza enquanto pulavam a fogueira… e um ardor luxuriante enquanto a apagavam.
    Parabéns e boa sorte!

  20. Wender Lemes
    1 de agosto de 2014

    Parabéns pela facilidade que tem com as palavras. Conseguiu me passar o sentimento efêmero e “doentio” das grandes metrópoles como poucos, obrigado por isso. Boa sorte.

  21. Thata Pereira
    1 de agosto de 2014

    Sinistro! rs’ A imagem escolhida já dá um gostinho do que será o conto. A imagem transmitida das bruxas me vez pensar em ciganas, na verdade. Mas levo em consideração que foi por conta do que já esperamos que seja uma bruxa. Gostei muito do modo como foi escrito.

    Boa sorte!!

  22. David.Mayer
    1 de agosto de 2014

    Não gostei muito da história. Não faz meu estilo. Confuso, linguagem rebuscada demais, divagação a perder de vista, sem entrar logo na narração. Enrola enrola, chega no final e deixa a desejar.

  23. JC Lemos
    31 de julho de 2014

    Não sei se entendi. Acho que, no fim, eu não entendi direito. A linguagem e narração ficaram um pouco confusas, pelo menos eu achei. Isso me impediu de me conectar com a história. O cansaço, ultimamente, tem me pegado de jeito, então se a história não prende até certo ponto, começo a não gostar da leitura.

    Acredito que essa impressão tenha sido apenas minha. Espero que outros possam apreciar.

    Ainda assim, parabéns e boa sorte!

  24. José Geraldo Gouvêa
    31 de julho de 2014

    Da primeira vez que li este texto ele me enganou. No mau sentido. Achei uma bosta.

    Mas eu voltei a ler porque quando detesto muito um texto E não o entendo, eu fico com a impressão de que só detestei porque não saquei alguma coisa que era essencial para eu enxergar a qualidade.

    Fiz isso e entendi que o texto possui mais de uma camada, uma mescla estranha de histórias de zumbis com alguma outra coisa. Mas no fim eu finalmente entendi o que era.

    Bem construído, embora não exatamente original. O conceito do “sonho dentro do sonho”, ou, no caso, do delírio dentro do delírio, é uma coisa que já foi bem explorada por outros autores. Isso não quer dizer que não deva ser tentado: este texto me sugere potencial, embora esteja um tanto cru. Talvez ele até ganhe um dos meus votos, se nenhum outro me impressionar.

    Definitivamente NÃO é uma bosta, mas não é nem de longe o melhor do desafio na minha opinião.

  25. Claudia Roberta Angst
    31 de julho de 2014

    A leitura deixou um gosto de fim do mundo e pouca bruxaria. Aliás, diria que as bruxas em questão são meras coadjuvantes, elementos de apoio, fundo de cenário.
    (…) e gritarem um grito de prazer dentro da dor a ponto de o pênis se soltar; se mulheres, noivas idosas. – Seria melhor algo como E SOLTAREM um grito, evitando a repetição.
    Narrativa densa, pesada, que se arrasta. Bem construída, no entanto. Gostei das imagens, dos galhos atravessando os imóveis, assim como do título e da ilustração. Boa sorte!

  26. Ricardo Gnecco Falco
    31 de julho de 2014

    Muitíssimo bem escrito, este conto consegue criar todo um universo em algumas poucas linhas. Como nas entrelinhas da EntreContos, este belíssimo trabalho é Literatura Fantástica de primeira. Filosófico, questionador e ousado, como manda este universo. Pessoalmente, não é meu estilo de leitura preferido, mas também é inegável a qualidade apresentada aqui. Só percebi um erro de revisão durante a leitura, lá no parágrafo nono, na frase: “”O intuito da presença delas é evitar floresçam no perímetro urbano pensamentos encantados…”. O que, vamos combinar, não abala sequer um prego (invisível ou não) desta rija construção narrativa. É um trabalho para ser apreciado por todos que gostam de trabalhar com as palavras; admirado por todas as criaturas que admiram a capacidade criadora de quem tem o domínio da pena. Um conto, uma crítica social, um filosófico tratado… Um universo inteiro de possibilidades. Escrito com a caneta da razão; sustentada por uma mão privilegiada e cartesiana. Pessoalmente, tendo a preferir histórias escritas com a avermelhada tinta extraída de um imperfeito coração, porém nem por isso ouso negar a inegável qualidade do trabalho aqui apresentado. Parabéns!
    Boa sorte, 🙂 .
    Paz e Bem!

  27. Eduardo Matias dos Santos
    30 de julho de 2014

    Introspectivo e, me arrisco a dizer, divertido! Gostei muito da divagação acerca do suicídio e a implantação da, pouco utilizada, figura da bruxa boa e iluminada.

  28. Pedro Luna
    30 de julho de 2014

    Apesar da abordagem diferente, tenho que ser sincero e dizer que achei o texto cansativo, confuso e longe do meu gosto. Apesar disso, escrita muito boa, mas não teve o que sempre busco em contos, que é uma trama e bons personagens. Sei que pode soar injusto avaliar qualquer conto com esses critérios, mas só posso falar do que sei, e como também não sou um excelente avaliador, me apego a esses detalhes para tentar ser menos medíocre.

  29. rubemcabral
    30 de julho de 2014

    Gostei! Achei o worldbuilding formidável: surreal, muito criativo. Vi umas besteirinhas para arrumar no texto, mas foram bem poucas.

    Muito bom! Parabéns.

  30. Fabio Baptista
    30 de julho de 2014

    ======= ANÁLISE TÉCNICA

    Devo dizer que está longe de ser meu estilo preferido, mas o mérito da escrita é inquestionável.

    ======= ANÁLISE DA TRAMA

    Também não é meu estilo de história preferido… vi tudo como uma chuva de peças de quebra-cabeça, que no final acabei montando sem ter certeza se formei a imagem certa.

    Sem ter certeza se havia uma imagem certa a ser montada.

    ======= SUGESTÕES

    Olha, o texto é tão peculiar que eu não sei nem o que sugerir.
    Qualquer coisa que eu fale aqui será numa direção de deixar o texto mais próximo do que me é palatável… e mudaria várias características que o tornam único.

    Resumindo, não me agradou em cheio… mas não mudaria nada.

    ======= AVALIAÇÃO

    Técnica: ****
    Trama: ***
    Impacto: ***

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Informação

Publicado às 30 de julho de 2014 por em Bruxas e marcado .