EntreContos

Detox Literário.

Sem Lugar no Tempo (Pétrya Bischoff)

Havia sido condenado à forca. Como todo grande evento no “bom e velho” oeste, ao meio-dia.

Seguia, então, aquela procissão funesta; à frente, o desgraçado de barbas ruivas desgrenhadas e cabelos ensebados à altura dos ombros – ralos onde o chapéu de abas largas cobria – era conduzido pelo Xerife. Suas vestes, há muito grossas de poeira vermelha da terra dos peles vermelha, convertidas em trapos. Já não havia munição nas armas de cano longo, mas estas estavam lá. Era ainda um homem e o deixariam morrer como tal.

Os homens e mulheres e crianças acompanhavam ávidos de curiosidade; finalmente conheceriam o rosto que, naqueles cartazes que cobriam a cidade, era descrito com a própria Peste.

A pequena cidade em progresso – caminho familiar do nosso miserável pistoleiro -, prometida de uma possível estrada de ferro, não passava de uma longa e empoeirada rua com uma dezena de casas e cavalos surrados, a capela de beatas de bocas trêmulas, o banco de valores ínfimos e o famigerado saloon de putas sovadas.

Não; lá nosso desafortunado nunca havia feito vítimas; era um local de gozo e passagem. Caminho entre seus grandes caminhos. Chegava sempre à noite, bebia, comia, comia e dormia. Pela manhã, partia junto ao nascer do Sol, saciado, gozado e descançado. Todos conheciam sua fama – assaltante de diligências e assassino vulgar -, mas a cidadela não era perfil para o pobre homem.

Enquanto o puxavam pelas correntes das algemas – como um potro manco -, arrastava as correntes da bola de ferro. À sua frente, cada vez mais fria sob o Sol a pino, a armação de madeira dispunha-se imponente. O vento, carregado de poeira, fazia seus olhos arderem e marejarem. Marejavam da ardência e da dor.

Dor essa de uma vida fadada à desgraça desde que, aos cinco anos, de dentro do poço, em seu esconderijo secreto contra homens maus, viu seis pistoleiros invadirem e queimarem sua casa, amarrarem os membros de seu pai a quatro cavalos – despedaçou-se – e estuprarem sua mãe em todos os orifícios possíveis, tantos quantos podiam ao mesmo tempo, horas a fio, mesmo enquanto a hemorragia a consumia em espasmos convulsivos, até, enfim, sucumbir. Estraçalhada, mutilada, pulsando em carne viva, ficou sua alma. Aos 5 anos de idade.

Desde então, aos (mal)cuidados de quaisquer outros, sobreviveu. Aos doze anos roubou o cavalo do senhorio que o alimentava em troca de incessantes trabalhos forçados. Roubou e foi. Conheceu alguns outros homens pelas estradas. Aprendeu o “ofício” cedo. Aos quinze era um homem feito sem barba na cara ou pentelhos na viriha; mas estava melhor que em qualquer outro momento de sua vida.
***

Hoje, trilhando o caminho da escada e da corda*, ouvia toda sorte de xingamentos sem se importar; eles tinham razão. Uma pedra passou zunindo desgraça ao lado de sua orelha. Foi o irmão mais novo do último homem que matara. Sentiu uma pontada no âmago de sua alma e temeu pelo sentimento de amargura que nascera no rapaz.

Enquanto o carrasco coroava seu pescoço, lembrava-se do que o fizera encerrar ali. Um grito de dama suja, risos rotos de homens de calças arriadas. Na rua, sob a lua, seminua. Um estampido, dois. Um aleijado e um morto. Homens grandes da cidade pequena. Um terceiro estampido e ele próprio caíra. Quase o fim.

O reverendo à sua frente vomita palavras de ódio – de Deus – quase inaudíveis em uma retórica sádica. As mãos atadas nas costas; o medo da morte. Sim, no derradeiro final todos a temem.

Cerrou os olhos para abafar outro pingo de dor; o cenho franzido. Não queria mais lutar, não iria se debater. Que fosse rápido.

O sinal, a portinhola, o ganir seco do atrito entre a corda e o frágil pescoço.

Sem nome, sem lugar no tempo.

Ovações.

———————————
*Nome da música que inspirou-me, a partir da qual desenvolvi o conto. “O Caminho da Escada e da Corda, Matanza”.

36 comentários em “Sem Lugar no Tempo (Pétrya Bischoff)

  1. Ricardo Gnecco Falco
    29 de maio de 2014
    Avatar de Ricardo Gnecco Falco

    Gostei bastante, Pétrya. Parabéns pelo uso comedido de tamanha sensibilidade, adequando-se de forma camaleônica ao tema do presente Desafio. Referências à parte, curti o estilo “brutalizado” de uma essência poética e, mesmo quando camuflada, perceptível.
    Tive que reler o parágrafo que explica o motivo que fizera o pobre homem sem nome nem lugar no tempo ser pego e, após compreender o sentido, compactuei em definitivo com a personagem; tamanho grau de projeção despertado (no leitor).
    Enfim… Ficou mais do que claro que você teria arrasado da mesma forma se a música-base fosse “patati-patatá” ou até mesmo “beijinho no ombro”. 😉
    Parabéns novamente e espero poder continuar lhe encontrando por aqui, pois adoro seu estilo de escrita (reflexo de sua visão/compreensão do mundo — externo e interno) e ler suas histórias é sempre um prazer.
    Congrats!
    🙂

  2. Ricardo Gondim
    20 de maio de 2014
    Avatar de Ricardo Gondim

    Ao mérito da concisão se somam a linguagem direta e a boa construção do texto. Gostei muito.

  3. vitorts
    20 de maio de 2014
    Avatar de vitorts

    Surpresa boa ver o Matanza por aqui!

    Tive impressão semelhante a da Bia; o conto está muito bem escrito, mas senti falta de aprofundamento no que li.

    Boa sorte no desafio!

  4. Bia Machado
    17 de maio de 2014
    Avatar de Desconhecido

    Gostei do conto, mas achei que faltou desenvolvimento. Não reclamo do tamanho, mas acho que o que foi descrito precisava, sim, de um desenvolvimento maior. Enfim, parabéns, por ter suavizado a violência do conto, mas confesso que aquela referência ao tal desmembramento do pai me incomodou… o.O Boa sorte!

  5. Swylmar Ferreira
    16 de maio de 2014
    Avatar de Desconhecido

    Oi Forasteiro.
    Conto curto e com um enredo legal – os últimos momentos de um pistoleiro. Me pareceu faltar alguma coisa, principalmente no final, talvez mais um ou dois parágrafos.
    De qualquer forma eu gostei.
    Tenho uma pergunta: informar a inspiração foi realmente necessário?
    Não fique tão chateada(o).

    • Forasteiro
      16 de maio de 2014
      Avatar de Desconhecido

      Olá, Swylmar
      Primeiramente, obrigada pela leitura 🙂
      Bom, sei que alguns reclamaram da referência; como já havia justificado em outro comentário, temi passar por plágio, visto que desenvolvi o conto cena a cena a partir da música, não a usei somente como uma longínqua inspiração.

  6. Marcellus
    14 de maio de 2014
    Avatar de Marcellus

    O conto é irregular. Tem boas sacadas, mas perde força ao desconsiderar a perspicácia do leitor (explicitando as referências musicais). O “descançado” foi especialmente incômodo.

    Também me incomodaram as descrições das mortes do pai e da mãe. Se é para chocar, então que se narre em detalhes sórdidos e sanguinolentos… que se provoque asco e horror. Do jeito que está, não acrescenta, não choca. Fica a tentativa fraca.

    Mesmo assim, é um conto com potencial, se o autor dedicar (bem) mais trabalho.

    Boa sorte!

  7. Leandro B.
    8 de maio de 2014
    Avatar de leandrobarreiros

    “ouvia toda sorte de xingamentos sem se importar; eles tinham razão.”
    Gostei bastante da passagem.

    Achei o conto bom.

    Estranhei um pouco o flashback da infância do personagem. Achei desnecessário, o que parece um pouco estranho, já que o(a) autor(a) estava caracterizando o personagem. Talvez a história funcione melhor sem a passagem, ou, quem sabe, com ela modificada. Não me parece que ela causa o envolvimento almejado.

    bom trabalho.

  8. Davi Mayer
    7 de maio de 2014
    Avatar de Davi Mayer

    O conto é bom. Uma leitura gostosa de ler. Mas é repetitiva, não se renova, não trás elementos novos.

    Enquanto lia já começava a imaginar: o bando dele aparecerá e vai sair tiro para todo lado… Ou ele fala algo… alguma coisa para sair da solenidade da forca, da morte, etc.

    É um ótimo texto e o talento é evidente, mas faltou algo mais que surpreendesse ou que desse novos rumos à história.

  9. williansmarc
    7 de maio de 2014
    Avatar de williansmarc

    É um bom conto, bem escrito. Porém, se mantém sempre no mesmo ritmo e não cativa muito. Não existe nenhum conflito para que desperte a curiosidade e o leitor deseje seguir em frente.

    De todo modo, meus parabéns e boa sorte.

  10. Felipe Moreira
    5 de maio de 2014
    Avatar de Felipe Moreira

    Eu gostei. As coisas se encaixaram com a breve narrativa. Não senti falta de nada num bom trabalho. Achei bem competente e sem muito compromisso com o estereótipo do tema. Parabéns pelo belo trabalho.

    Boa sorte.

  11. Isabella Andrade
    3 de maio de 2014
    Avatar de Isabella Andrade

    Olha, o talento está realmente evidente, mas vi que ouve um certo descompromisso com a evolução do conto, do tema em si e isso fez com que o leitor gostasse da narrativa e se perdesse na falta de carisma pela estória. Uma pena ao meu ver, pois ao ler as primeiras linhas imaginei muitas possibilidades. Ainda assim mostra talento, capriche mais na próxima, arrisque-se! Parabéns e boa sorte!

  12. Brian Oliveira Lancaster
    2 de maio de 2014
    Avatar de Victor O. de Faria

    Não sou fã do estilo visceral e as muitas vírgulas me incomodaram um pouco. Mas o cenário e ambientação foram muito bem “impregnados”, ao meu ver, sem precisar de extensas descrições. Engraçado como cada leitor tem uma impressão totalmente diferente, dependendo de sua “genética literária”.

  13. Rodrigo Arcadia
    2 de maio de 2014
    Avatar de Rodrigo Arcadia

    Não sou la chegado, numa pessoa que assistiu uma desgraceira na vida e aí se torna o vilão ou vira rebelde porque sim. mas como é minha opinião, então deixasse pra lá. acho que faltou algo, sei lá, mostrar as reações das pessoas, do personagem também, detalhes. eu também peco, deixo escapar alguma coisa, palavras, movimentos. Mas a narrativa está boa, gostei dela.

    Abraço!

  14. Thata Pereira
    29 de abril de 2014
    Avatar de Thata Pereira

    Gosto muito de uma coisa que aconteceu aqui: o(a) autor(a) — tenho sérias desconfianças de quem seja, mas vamos deixar no ar… — tratou de um assunto pesado com uma escrita leve… acho isso lindo!

    Faltou apenas desenvolvimento.

    Boa sorte!!

  15. Tom Lima
    28 de abril de 2014
    Avatar de Tom Lima

    Eu gostei.
    Pelo que vi dos comentários os colegas discordam, mas gostei.
    A citação me incomodou um pouco, mas sua explicação em algum comentário me convenceu.
    Acredito que a palidez da história é proposital, faz parte da visão do cara que caminha para a morte.
    Om bom conto, rápido e certeiro.

    Parabéns e boa sorte.

    PS.: Só eu imaginei o Jimmy como o fora da lei?

    • Forasteiro
      28 de abril de 2014
      Avatar de Forasteiro

      O nosso brutamontes de barbas ruivas é mesmo um ótimo fora da lei, não? 😉
      Obrigada pela leitura e comentário.

  16. R. Sollberg
    27 de abril de 2014
    Avatar de R. Sollberg

    Gostei bastante do ritmo, da dinâmica da narrativa. Adorei o “comia, comia”. Achei bem interessante a concisão, abrindo espaço para as viagens do leitor. O breve histórico está na medida certa, apenas para dar força a personalidade do protagonista. A ausência do drama final para colaborar com o fatalismo do personagem também foi muito bem aplicado.
    Em suma, um conto muito bacana.
    Parabéns e boa sorte.

  17. Weslley Reis
    27 de abril de 2014
    Avatar de Weslley Reis

    Talvez tenha sentido falta de aprofundamento. Por outro lado, as palavras do Eduardo sobre a ligação entre o texto breve e a morte me fizeram repensar isso. Não achei o texto sem alma, até gostei do estilo de narração empregado.

  18. Eduardo Selga
    27 de abril de 2014
    Avatar de Eduardo Selga

    Não considero que o conto esteja ruim enquanto construção narrativa, tampouco lhe falte alma. Ela existe, está no texto, porém, coerente com o personagem, é uma “alma pálida”. E “pálida”, aqui, não é pejorativo, é talvez uma necessidade. A falta de viço é a certeza da morte iminente por parte do protagonista. Também por isso não caberia um conto muito maior do que isso -a morte é rápida, é um instante. Claro, quem escreveu poderia ter ampliado o conto, mas talvez, nesse caso, ocorresse uma estetização do sentimento de proximidade de morte num nível tal que a crueza desse instante se perderia.

    Insisto nisso porque me parece que a crueza foi proposital, vide o narrador em terceira pessoa, o que gera distância e frieza. A respeito disso, o parágrafo “Enquanto o carrasco coroava seu pescoço, lembrava-se do que o fizera encerrar ali. Um grito de dama suja, risos rotos de homens de calças arriadas. Na rua, sob a lua, seminua. Um estampido, dois. Um aleijado e um morto. Homens grandes da cidade pequena. Um terceiro estampido e ele próprio caíra. Quase o fim.” é exemplar, pois as frases curtas demonstram uma lembrança que o personagem em verdade não quer lembrar. São flashes e, como tais, necessariamente curtos. E contundentes.

    Gostaria de fazer uma reflexão acerca da nota de rodapé. Será mesmo necessário o autor informar ao leitor que tal ou qual passagem é o “nome da música que inspirou-me, a partir da qual desenvolvi o conto. ‘O Caminho da Escada e da Corda, Matanza’”? Ou, por outra: o processo criativo do autor fará diferença na recepção do texto? Será positivo explicar ao leitor cada referência que surge no texto referente ao faroeste?

    Há um outro conto nesse desafio, assinado por Gabo (até o momento ainda não analisado por mim), que também segue essa trilha. Contudo, parece-me, isso torna o texto ficcional muito didático.

    Por outro lado, há contos aqui que fazem várias referências, sem essas explicações. Se o leitor tiver conhecimento de causa, a interpretação dele erá uma; se não, outra. A nota de rodapé, me parece, é numa tentativa de autor (ainda que ele não se dê conta disso) de conduzir a interpretação do leitor pelo caminho que ele, autor, acha correto.

    • Forasteiro
      27 de abril de 2014
      Avatar de Forasteiro

      MUITO obrigada por palavras de conforto, em um momento de tamanha fragilidade. A verdade, como muitos disseram, é que eu realmente estava indiferente com meu “maldito desgraçado”, dada revolta com o tema (oh, infantilidade!). Após centenas de releituras, tentando entender onde estava o erro, percebi que o que me incomodou não foi a pressa ou falta de detalhamento ou a perceptível frivolidade e sim que eu tenha odiado tanto algo nascido de mim, quanto mais o desgostava, mais o desgostava… Agora entendo que preciso, além de aceitá-lo, estar ao seu lado diante de tamanha negativa sobre.
      Quanto a referência, tive medo de passar por plágio, visto que desenvolvi realmente em cima da letra, não a utilizando somente como inspiração.
      Mais uma vez, obrigada!

      • Gabo
        27 de abril de 2014
        Avatar de Gabo

        Também entendo que se utilizamos, um trecho ou uma frase que não é de nossa autoria, precisamos colocar os devidos créditos no rodapé.
        Ou, no caso, do meu texto, uma devida explicação sobre algum termo incomum ao universo do leitor, explicação essa que não soube no corpo do texto, pq se puder ajeitá-la na narrativa, melhor, mas às vezes não dá! 🙂

  19. Thiago Lopes
    26 de abril de 2014
    Avatar de Thiago Lopes

    O distanciamento que foi tão criticado aqui é o que me agradou. O “ovações” foi um ótimo final

  20. Thiago Tenório Albuquerque
    26 de abril de 2014
    Avatar de Thiago Tenório Albuquerque

    Bom, eu achei o conto interessante. Bem escrito e tudo o mais, no entanto, morto.
    Sua falta de identificação com a temática foi ao meu ver o fator que determinou todo esse sentimento de distanciamento e até (me perdoe pela franqueza) pouco caso.
    Não vejo necessidade de se punir por um trabalho que para a maioria possa ser visto como ruim. Sua técnica e capacidade se provam no texto e não é sempre que fazemos algo que agrade.
    De qualquer forma, parabéns pelo texto e continue escrevendo pois seu talento é evidente.
    Boa sorte no desafio.

  21. Fabio Baptista
    25 de abril de 2014
    Avatar de Fabio Baptista

    Claro que é difícil aplicar fórmulas matemáticas à literatura (aliás, isso rendeu um conto excelente no desafio Viagem no Tempo, hein? :D), mas costuma se falar que um conto é a soma de Técnica na escrita + História (qual seria a proporção? Não faço a menor ideia! Antes achava que era 20 / 80… agora já estou mais pra 50 / 50… enfim).

    Além desses dois fatores, acredito que tenha também algo muito mais difícil de ser medido, que é a alma. O quanto o autor colocou de si no texto, quanto de seu sangue e suor foi parar no papel, quanto ele se doou àquela história. De uma certa forma, não me perguntem como, acredito que isso acabe sendo transmitido ao leitor. Não é raro lermos um texto muito bem escrito, mas que parece sem vida, assim como, vez ou outra, nos deparamos com algo não tão bom tecnicamente, mas que nos conquista.

    Bom, acho que a sexta-feira está me instigando a escrever um monte de bobagens, mas o que quero dizer é o seguinte – nesse texto aqui, nós temos uma boa técnica e uma história razoável. Mas não temos alma.

    Sei que isso vai me fazer parecer um profeta de fatos consumados depois de ter lido as declarações do(a) autor(a), dizendo que escreveu o texto só pra cumprir tabela, mas foi o que eu senti ao terminar de ler. Indiferença, da mesma forma que o Thales relatou em seu comentário.

    Porém, pela técnica demonstrada, tenho certeza que quando esse autor trabalhar em um tema que lhe agrade, colocando sua alma na escrita, teremos um resultado muito bom.

    Abraço!

  22. mariasantino1
    25 de abril de 2014
    Avatar de mariasantino1

    Olá! Outro conto que me deixou a ver navios 😦 e quando digo isso não quero dizer só por ser curto, é que ele se distancia do leitor não conduz ao universo do personagem. O começo parece que será algo, mas esse algo não brota, não fisga. É um conto frio e curto.

    Te desejo sorte e um pouco mais de ânimo na próxima. Abraços

  23. Claudia Roberta Angst
    25 de abril de 2014
    Avatar de Claudia Roberta Angst

    Fiquei empolgada com o tamanho do conto. Para mim, o tema deste desafio é árduo e pouco interessante. Então, sempre começo a ler um conto com cuidado. Não achei ruim, mas também não adorei. Está escrito direitinho, tirando um “descançado”. Seria “descansado”?
    As imagens criadas foram fortes, fizeram com que eu voltasse no tempo e recordasse de algumas cenas de velhos filmes. Não, não gosto do tema faroeste. Entretanto, este é o grande desafio, escrever sobre o que não nos vem fácil e agradável.
    Coragem, continue a escrever. Estou com inveja de você porque já se livrou da missão e eu ainda tenho de lidar com a selvageria do meu conto. Boa sorte!

    • Forasteiro
      25 de abril de 2014
      Avatar de Forasteiro

      Viu, erro grotesco esse “descançado”! Estou certa de que o Universo me pune com o presente desafio; talvez eu não deva ser tão arrogante em minhas avaliações 😦

  24. Thales Soares
    25 de abril de 2014
    Avatar de Thales Soares

    O conto está bem escrito e tudo mais.
    Mas sabe o que eu senti ao ler? Indiferença. O autor me pareceu que estava com mais pressa de terminar de escrever do que eu em terminar de ler. Algumas passagens interessantes passam muito rápidas, sem se aprofundar. Quando a obra é extremamente curta, ela deve, para compensar, encher os olhos do leitor a cada linha, ou impressionar o leitor com sua ideia e estrutura. Mas nada disso ocorre aqui.

    O conto é curto e sem um maior desenvolvimento, não por incapacidade do autor (que demonstra grande potencial por sua escrita), mas por preguiça. Enfim, tinha tudo para ser melhor, se o autor quisesse. Boa sorte.

    • Forasteiro
      25 de abril de 2014
      Avatar de Forasteiro

      Eu fiquei tão down e desapontada comigo mesma por essa inutilidade produzida que, imediatamente após enviar, arrependi-me. Se pudesse, deletaria-o. Hoje, com esse sentimento autocorrosivo diante de tamanha monstruosidade, tenho mais certeza que nunca que a escrita é minha maior paixão. Quero te agradecer por notar e destacar que ainda sei escrever, desfez ao menos meio nó que me engasga, fruto desse filho bastardo que pretendo trancafiar a pão e água nos porões de minhas lembranças.
      Veja bem, não me incomodam as críticas que, a meu ver, deveriam estraçalhar esta tragédia literária, o que não admito é que, em algum momento concebi isto!
      Meus mais sinceros perdões a quem perdeu o tempo com isto e, alerto aos demais que não o façam.

  25. Anorkinda Neide
    25 de abril de 2014
    Avatar de Anorkinda Neide

    Realmente, muito curto. Havia muitas coisas pra contar e q foram mal e mal citadas…
    Entendo a opção por um conto curto, eu mesma só sei fazer destes.. hehehe
    Talvez não precisasse contar a vida do cara, apenas narrar a execuçao, do ponto de vista dele e dos espectadores.. não sei.. a gente começa a ter ideias..
    🙂

  26. Jefferson Lemos
    25 de abril de 2014
    Avatar de Jefferson Lemos

    Infelizmente, não gostei. Os dois primeiros parágrafos me pareceram “estranhos”. Não sei dizer, mas não gostei deles.
    Diferente do começo, o restante da narrativa foi normal, mas não supriu minhas expectativas. Esperava mais ação no decorrer da história, que me pareceu um tanto fria. As coias aconteceram muito rapidamente.

    Enfim, espero que possa agradar a outros.
    Ainda assim, parabéns e boa sorte!

  27. Sérgio Ferrari
    25 de abril de 2014
    Avatar de Sérgio Ferrari

    saloon de putas sovadas – PANCO

    “amarrarem os membros de seu pai a quatro cavalos – despedaçou-se – e estuprarem sua mãe em todos os orifícios possíveis, tantos quantos podiam ao mesmo tempo, horas a fio, mesmo enquanto a hemorragia a consumia em espasmos convulsivos, até, enfim, sucumbir. Estraçalhada, mutilada, pulsando em carne viva, ”

    Eu adoro grafismos de violência na ficção, MAS, não bastam ser colocados no corpo de uma história. É preciso pegar o leitor pela mão e o caminhar por um labirinto até o momento de o surpreender com o choque da violência. Do modo como apresentou, é apenas violencia por violencia. A descrição está báscia demais pra ser de outra forma. Parece que lhe faltaram palavras para entregar isso de forma mais contundente, mais benéfica. Todos os orificios possiveis, vc contou com o nariz e a uretra? O ouvido? Onde é impossivel de se enfiar? Enfiar o que? As vezes é só o dedo…

    “Enquanto o carrasco coroava seu pescoço, lembrava-se do que o fizera encerrar ali. Um grito de dama suja, risos rotos de homens de calças arriadas. Na rua, sob a lua, seminua. Um estampido, dois. Um aleijado e um morto. Homens grandes da cidade pequena. Um terceiro estampido e ele próprio caíra. Quase o fim.”

    QUE? Está tudo na sua mente, mas na sua. Mais uma vez, faltaram palavras pra apresentar a cena bem.

    Menos pressa e mais compreensão do que quer propôr ao leitor. É o que posso palpitar.

    o /

    • Sérgio Ferrari
      25 de abril de 2014
      Avatar de Sérgio Ferrari

      amarraram os quatro membros do cara? Do modo que estavam deveriam ter amarrado os cinco!

    • Forasteiro
      25 de abril de 2014
      Avatar de Forasteiro

      Estou sem motivação alguma para responder a todas as negativas, bem como estava para produzir esta bela porcaria -para um tema tão ruim quanto, a meu ver-; mas gostaria de dizer que concordo contigo que deveria ter desenvolvido mais as atrocidades, principalmente por ser o que mais gosto de fazer; no entanto, escrevi sem vontade esse conto, só não queria sair do desafio… Quanto ao estupro e orifícios e afins, penso que explica-se ao dizer “orifícios POSSÍVEIS”,. Mas enfim, minha pouca – ou nenhuma- familiaridade com o gênero inda me levou a buscar inspiração em uma música *tsc tsc* acrescido, é claro, de um ânimo de Augusto dos Anjos diante desse tema.

  28. Renata de Albuquerque
    25 de abril de 2014
    Avatar de Renata de Albuquerque

    Senti falta de uma escritura mais de faroeste, para que se pudesse mergulhar nesse cenário. Mas entendo que esse “distanciamento” (“o bom e velho faroeste”) também alerta o leitor para o “fake” desse universo ficcional. Sob esse aspecto, foi uma boa surpresa descobrir que a inspiração foi Matanza – que, de certa forma, replica e explica esse clima. Mas acho que essa explicação deveria vir logo no início do conto.
    Boa sorte!

Deixar mensagem para vitorts Cancelar resposta

Informação

Publicado às 25 de abril de 2014 por em Faroeste e marcado .