Atravessou a rua sem olhar para os lados. Tinha pressa. Um sujeito estranho seguia em direção oposta e assobiava distraído. Esbarrou em Bianca fazendo com que sua bolsa fosse atirada ao chão. Foi tudo tão de repente que ela só pôde ver as costas do rapaz cobertas por uma jaqueta vermelha. De um dos ombros, pendia uma velha mochila esfarrapada. A cabeça estava coberta por um gorro enorme que lhe escondia cabelo e bom senso.
− LOUCO!
Bianca invejou por alguns segundos o rapaz que parecia seguir alheio a tudo, sem possuir um rumo certo ou preocupações mais urgentes. Apreciou, mesmo que contrariada, sua irresponsabilidade revestida de inocência e o caminhar desobrigado de rotinas.
Agachando-se rapidamente, catou os objetos espalhados pela calçada. Seu cabelo longo e ruivo espalhou-se com o vento. O acaso parecia fazer questão de participar do cenário. Ela, então, piscou várias vezes tentando proteger os olhos coloridos de um verde profundo. Tratou logo de se aprumar e seguir seu caminho. Em menos de dez minutos, chegou à clínica. Na recepção com cheiro de pintura recente, Antônio, seu namorado, já a aguardava com olhar reprovador.
Bianca conversou rapidamente com a recepcionista que lhe devolveu sorriso e atenção. Dona Mercedes era uma mulher de meia idade, com olhar de quem tudo sabe e compreende. Bianca sempre se surpreendia ao notar como a senhora se parecia com a sua falecida mãe. Uma sábia, uma espécie de SACERDOTISA com uma mente poderosa que adivinhava intenções e conclusões.
Em poucos minutos, talvez nem tão poucos assim, estava o casal diante do renomado Dr. Gustavo Jung. Bianca considerou o médico muito jovem para tanta fama como obstetra. Parecia mais uma espécie de MAGO com o seu olhar curioso de alquimista.
Sobre a mesa de vidro viam-se poucos riscos e diversos objetos. Ali estavam depositados copos, pequenos discos plásticos amontoados formando dados, um porta-retrato com a foto de uma jovem com óculos engraçados em forma de um oito invertido e uma pequena faca sem corte que o médico usou para abrir o envelope entregue por Bianca. Dr. Jung olhou para o papel duas vezes como a confirmar o que já estava mais do que anunciado: reagente.
− Parabéns! Você vai ser mãe.
Tinha um quê de ilusionista, como se fosse tirar um coelho da cartola. No entanto, provavelmente, seria Dr. Jung que traria seu filho ao mundo. Haveria magia maior do que aquela?
Bianca lembrou-se de como havia acordado naquela terça-feira. Sentia-se a própria IMPERATRIZ em seu trono e coroada de revelações. Seu poder era mais receptivo e nada tinha de autoritário. Sabia que estava grávida porque já havia feito três testes de farmácia e todos acusaram a mesma novidade. Seu ventre abrigava o poder herdado da amante suprema, dominadora figura feminina que invadia seus sonhos e pesadelos.
− Você deve ser o pai, suponho.
Antônio, antes convicto de seu papel de IMPERADOR, tomou ares de importância e depositou o silêncio com grande propriedade no meio da consulta. Estava em uma fase cheia de ebulição com o sucesso material lhe fortalecendo o ego. Reconhecia o que mais lhe convinha e nada mais.
Dali em diante, Antônio teria de assumir novas responsabilidades. Seria o PAPA como diria sua nona que sempre lhe cobrava bisnetos. Seu sangue italiano por fim traria sabedoria e proteção. A notícia lhe caiu bem como um manto de santo ou seria a capa de um super-homem?
− Espero que seja uma ótima notícia para os dois. Casados?
Bianca e Antônio balançaram as cabeças ao mesmo tempo quase em reprovação à pergunta do médico.
− Namorados. − Disse Bianca com um misto de timidez e sensação de ridículo.
Ah, os ENAMORADOS! Era de se supor uma dúvida de posicionamento. Por qual caminho seguir? Diante da encruzilhada, que decisão tomar? Esquerda ou direita? As dúvidas acumulando-se em seis posições diferentes, os meses que viriam, pois a gravidez já se desenvolvia há doze semanas. O momento era de indecisão entre o novo e o velho estilo de vida, oscilando entre o seguro e o desconhecido. Era o futuro a espreitar cada instante. Reflexões seriam feitas, mas pouco acrescentariam à nova realidade em questão.
Depois de receber as recomendações médicas e os vários pedidos de exames, Antônio e Bianca saíram do consultório entre radiantes e perturbados. Dona Mercedes sorria do alto da sua experiência, feliz com o que parecia ter sido o seu palpite desde o princípio.
Os jovens enamorados ainda atordoados com a confirmação da avalanche de mudanças em suas vidas, apressaram-se para seguir em direção ao fórum. O CARRO recém-comprado era o símbolo do sucesso, de uma vitória vinda após muita luta e trabalho. Agora, ao volante, Antônio percebia a necessidade de tomar as rédeas e controlar as forças antagônicas para conduzir sua vida ao caminho que ele e Bianca haviam escolhido.
− Tudo dará certo, Bia. − Falou pousando delicadamente sua mão direita sobre a dela.
Bianca sorriu sem nada falar. Tentava se concentrar nos processos relidos naquela madrugada. O namorado era um bem posicionado promotor, embora em começo de carreira. Ela, ainda uma estudante de Direito, o acompanhava sempre que podia. Tentava ser discreta para não provocar comentários inoportunos entre as paredes do tribunal. Como conselhos velados, surgiam em sua mente as representações das leis através das quais o poder era canalizado para a manifestação da JUSTIÇA.
− Vamos lá.
O trabalho não podia esperar. A justiça revelava diariamente dois aspectos: o exterior, que regulava a vida moral e social de toda a comunidade e o interior, que regia a consciência de cada indivíduo. Antônio como promotor ainda revelava princípios do homem em face de si mesmo.
O Juiz Mendonça já se encontrava a postos aguardando o início dos trabalhos. Seu olhar de EREMITA dava a entender que ali começava toda a história e já estavam atrasados. Era quase impossível não se sentir intimidado diante do seu aspecto sério e taciturno. Há muito tempo, seu trabalho lapidara o seu espírito e a sua paciência parecia sem limites. Era solícito diante de qualquer provação. Sabia servir-se do tempo para evoluir e se aproximar da perfeição como magistrado. Apoiava a mão direita em uma bengala de aspecto rústico. Ainda aguardando o relógio acusar o momento de entrar no tribunal, tentava a todo custo acender a luz da antessala onde vestiria sua toga.
Era hora de assistir à RODA DA FORTUNA girar. Os ciclos da vida que se sucediam sem interrupção. Bianca mesmo tão jovem sabia que precisava manter a estabilidade interna apesar de tantas mudanças. Para o alto ou para baixo, na alegria ou na tristeza, a vida não esperaria que ela se preparasse para qualquer alteração de rota.
A partir da abertura da sessão haveria mudanças derivadas de decisões exteriores. O acaso dirigiria as coisas no sentido positivo ou negativo, de acordo com a visão dos jurados ali dispostos.
Já acomodada na primeira fila da audiência, Bianca fazia FORÇA para manter seus instintos sob controle. Não era hora de perder as estribeiras perante todos ali. Talvez não conseguisse matar um leão por dia, mas tentaria dominar a fera daquele momento.
Dependia somente dela o controle da situação para evitar sacrifícios maiores. Tinha consciência de que Antônio sentia-se ENFORCADO com tantas atribuições. O novo apartamento demandava tempo e muitos recursos. Agora com a gravidez, novas despesas viriam e alguma renúncia se faria necessária.
Bianca e Antônio haviam conversado na noite anterior sobre a ré. LUAna, uma mulher atraente e ainda jovem, fora acusada de assassinar o marido quase ancião. Tudo nela combinava com escândalo, difamação e denúncia. O segredo, se houvesse um, deveria ser revelado e tornado público.
− Lamento que não exista pena de MORTE no Brasil. − Bianca falara ao saber dos detalhes do crime.
Ambos os namorados concordavam que era necessário definir uma pena mais rígida para casos assim. Seria um alívio poder contar com a foice da jurisprudência em favor da evolução humana. Grandes transmutações poderiam ocorrer independentes da dominação e da força. O corte exterminador da impunidade separaria criação e destruição.
Aquele crime trazia à tona uma fatalidade irredutível, um fim desnecessário. Certamente, marcaria uma fase de abandono de velhos paradigmas. Bianca conhecia bem o discernimento severo de Antônio, sua visão drástica em relação a atos como aquele. Lutaria contra a resignação e a indiferença de todos diante da situação apresentada no tribunal, eliminado as ervas daninhas do caminho da lei.
Bianca olhou para o símbolo da justiça em seu chaveiro. A balança oscilando em busca do equilíbrio de pesos. Ela respirou lentamente como se buscasse em si mesma a TEMPERANÇA. A água da ansiedade passando para o vaso da tranquilidade. Ali estava, no templo da Justiça, onde o espírito de conciliação deveria reinar e frisar a ausência de paixões no julgamento. Isso oferecia um sentido profundo aos acontecimentos como se a lei fosse a representante de um princípio eterno de moderação.
Com a rigidez dos ombros e do pescoço, Bianca sentiu o travamento da tensão. Não havia conseguido ainda assimilar a novidade da gestação. Precisava de tempo e tranquilidade para lidar com tantos sentimentos transbordantes.
Juiz, advogados e demais membros do tribunal pareciam se reconhecer por suas afinidades. Sob a influência do local, mostravam-se satisfeitos em suas funções, embora precisassem pesar os prós e os contras de forma constante. O equilíbrio de forças mostrava-se essencial para manter o fluxo contínuo da justiça.
O DIABO era conseguir anular a forte atração física que a ré exercia sobre os componentes do júri. Luana, uma linda morena cheia de corpo, revelava uma crescente confiança nos seus próprios encantos. Possuía uma inteligência instintiva, típica de quem sabe lidar com os elementos da natureza, o mundo invisível da imaginação. Seu olhar era superficial como se vivesse só de aparências e ilusões.
O julgamento iniciou-se seguindo o protocolo exigido. Defesa e promotoria revezaram-se em seus argumentos. Aos poucos, a TORRE de mentiras e simulações caiu por terra, revelando a verdadeira face da ré. Sua sensualidade, que tanto a auxiliara durante sua vida de pequenos crimes, levava agora à ruína seus ambiciosos planos.
Bianca observou atentamente a fisionomia de todos os envolvidos no caso apresentado, sobretudo da jovem Stella, a filha caçula da vítima. Quase sorria, revelando esperança na obtenção da justiça. Aquela moça era ainda mais atraente pessoalmente do que na televisão. Ali, em discreta aparição, passava uma imagem diferente da ESTRELA de novela que era. Podia-se perceber em sua postura uma ausência de artifícios como se ela, despida de sua personalidade, revelasse humildade diante do cenário judicial. Seu olhar parecia ajoelhar-se e buscar orientação para atravessar aquele momento difícil.
O caso fora muito pouco comentado pela mídia e prosseguia sob segredo judicial. Até então ainda se desconheciam os detalhes do crime ocorrido. Bianca soubera de fonte informal, mas segura, que Luana havia caído em contradição durante o interrogatório e gerado um desencontro de depoimentos. Tudo isso tornara a versão de Luana mais do que dúbia. No tribunal, seus olhos buscavam o alcance da ilusão no semblante de cada jurado. O efeito do encantamento lunar ‘aos poucos se desfazia com a apresentação da verdadeira versão dos fatos.
A atuação do promotor Antônio revelou-se impecável. Sua argúcia de águia e sorriso sedutor de astro rei disparavam certezas para todos os jurados. Um SOL que refletia poder e descoberta através de suas palavras e firmes argumentos.
Apesar dos esforços do advogado de defesa, um senhor de pele avermelhada e olhar cansado, o júri parecia finalmente se desvencilhar da figura magnética de Luana e muitos bocejavam diante da tentativa vã de inocentar a ré.
Após longas horas, a decisão do júri e o veredicto do juiz trouxeram uma espécie de despertar como se as pessoas passassem por um imediato exame de consciência. A pena seria aplicada como um sopro redentor, marcando a renovação da promessa da justiça eterna.
Bianca procurou sair logo após o JULGAMENTO. Olhou para o céu e sorrindo imaginou um anjo tocando trombeta. Nos degraus inferiores da grande escadaria do fórum, três personagens incomuns aguardavam notícias. Um deles estava de costas parecendo orar ao invés de simplesmente esperar.
Bianca alcançou Antônio depois de alguns minutos disputando-o com repórteres e pessoas curiosas. Parecia muito cansado, mas ainda assim entusiasmado com os acontecimentos do dia. Vibrava intensamente pelos próprios sentimentos diante do sucesso e da alegria de saber que seria pai.
− Vamos, Bia. Temos muito o que comemorar hoje.
O coroamento do dia dava-se com a finalização de mais uma etapa. Tudo cedia à força decisiva com consequências muito favoráveis. O desfecho denunciara a maldade humana, o rastejar de intenções camufladas pela beleza. Com o reconhecimento da verdade, o entardecer contemplava a vida em pleno êxtase.
Bianca e Antônio deram-se as mãos e caminharam até o carro. Agora sim, ganhariam o MUNDO.
Não gostei do conto. Essa ideia de inserir os nomes dos arcanos no meio da história, delineando o destino dos personagens, não me agradou. Fora isso, a forma como o conto foi escrito não prendeu a minha a atenção, senti falta de mais ousadia na escrita, mais imagens e descrições.
Concordo com tudo o que você comentou. Obrigada pelas palavras. 🙂
Olá, Triny Del Valle. Sinceramente, não gostei do conto, a história é monótona e falta certas descrições para enriquecer mais a escrita, porém, o que mais me desagradou foi o uso dos nomes dos Arcanos em caps lock, isso tornou a relação do conto com o tema um tanto forçada, algo que não foi cometido apenas por você. Enfim, sempre há o que melhorar em todos nós. Boa sorte!
Sim, já tomei consciência dos erros cometidos na elaboração deste conto. Paciência e vamos em frente.:)
Ué..achei que já havia comentado esse. Li faz um tempo. Achei que o conto se preocupou muito em incluir os Arcanos, inclusive destacando eles em caixa alta. Mas como fez isso com todos, me pareceu algo forçado. : / Quanto a trama, ela não empolga. Eu achei bem escrito e se você se preocupar mais em dar emoção a trama e aos personagens, vai sair coisa boa daí. : ) Abraços.
Pois é, Pedro, eu também pensei que você já havia comentado. Você é Pedro Viana? Enfim, obrigada pelas palavras que eu considerarei com certeza Abraços
Sou não. É que eu tenho mania de ler alguns contos e só comentar depois. Daí rola essas confusões..rs. Abração.
Outro conto atrapalhado pelo limite de palavras.
Um amigo meu dizia que o ótimo é inimigo do bom. A ideia foi bastante ambiciosa, mas necessitava de mais espaço e mais conflito.
Em um outro comentário você escreveu:
“Vai seguir sozinho pela penumbra densa do meu conto.”
É isso que eu espero, tatear sozinho em meio ao simbolismo do autor, tentando descobris o que ele ou ela quis me contar. Se tudo estiver claro e explícito qual é a graça? 🙂
Você tem talento, continue escrevendo.
Tom, obrigada pelo seu gentil comentário. Realmente, a ideia pode ter sido boa, mas a execução ficou bem sofrível.Eu sei, reconheço. Fugi da minha linha de narração e perdi completamente o encanto. Definitivamente, não funciono quando tento ser explícita…rs Vamos em frente! 🙂
Concordo com os colegas que a falta de conflito foi o que matou o texto. Devido a isto, a leitura ficou um pouco cansativa.
Valeu pelo exercício proposto ao incluir todos os Arcanos no texto. Também há um quê de astrológico na escrita, como nas previsões que costumamos ver, que combina com o texto.
Boa sorte no desafio!
Sim, valeu pelo exercício e para saber o que não funciona mesmo. Já estou juntando um monte de conflitos na minha cabeça…rsrsrs. Obrigada pelo comentário. 🙂
O texto, sem dúvidas, está bem escrito. Passei os olhos nos comentários e, de um modo geral, me parece que tivemos uma impressão parecida: faltam conflitos.
Ao ler a história tive a sensação de que ela mais parecia um exercício de escrita de alguém extremamente competente do que um conto em si.
Talvez o(a) autor(a) tenha tomado como desafio pessoal utilizar todos os arcanos e, de fato, não creio que se possa elaborar algo muito complexo dessa forma, dada as limitações de palavras.
No mais, parabéns pela qualidade da escrita.
Só posso agradecer pelo comentário e dizer BINGO, 🙂
Li alguns comentários e não quero ser repetitivo. A escrita foi bem executada, mas o texto acabou não empolgando. Há com certeza mais potencial a ser empregado pelo autor
Nem eu quero parecer repetitiva me desculpando ou justificando. Obrigada pelo comentário, Weslley. E vamos em frente!
Eduardo Spohr deu uma definição interessante do que faz uma história ser empolgante ou não. Segundo ele uma história se torna chata quando não há conflitos e problemas para os personagens principais resolverem. No seu conto só está faltando isso. A ideia e a escrita estão boas.
Entendi sua mensagem, Alan e de cabeça baixa, concordo..rs. Obrigada pelo comentário. 🙂
Como tantos já disseram, a experiência foi válida, mas o resultado ficou muito aquém da capacidade da autora – algo que é perceptível pela qualidade da escrita. O que eu quero dizer é que alguém que escreve tão bem – de forma limpa e isenta de erros – certamente poderia ter trazido à vida um conto mais ousado. A narrativa incomoda não porque força a barra para abranger todos os arcanos, mas sim porque falta uma reviravolta, um motivo para torcermos contra ou a favor dos protagonistas. Enfim, ficou parecendo um relato chato sobre pessoas chatas. Tenho plena certeza de que no próximo vc será mais ousada Triny. Mal posso esperar. 😉
Obrigada pelo seu comentário, Gustavo, principalmente por achar que posso escrever melhor do que isso. Espero que sim…rs. Concordo que a narrativa ficou chatinha e engessada porque fiquei focada em encaixar os vinte e dois arcanos. Terá sido a maldição de alguma cigana? Enfim, vivendo, errando e aprendendo. Na próxima, eu acerto. 🙂
Méritos:
Muito bem escrito. A autora tem dom, tem embasamento, sabe usar palavras. Só falta um melhor direcionamento.
Deméritos:
1 – A ideia de encaixar todos os arcanos em um único texto é promissora, mas destacá-los com Caps Lock tornou o exercício de leitura um tanto caricato (único termo que me veio em mente, perdão). Não subestime os leitores, insira o benefício da dúvida na obra e deixe que descubram sozinhos a mensagem que você quer passar.
2 – A história não comove e a narrativa – mesmo quando descreve sentimentos ou conflitos – é fria. Não envolve, torna-se cansativa depois de um tempo e transforma os personagens em meras figuras descartáveis.
3 – A boa escrita foi desperdiçada em uma trama superficial que começa do nada e termina em lugar nenhum. Espero que siga as dicas dos colegas leitores e aprimore tua veia criativa. Você tem muito potencial.
Boa sorte!
Adorei a sua forma de comentar – ordenada e objetiva. Sem dúvida, seguirei as dicas dos colegas para lapidar meus próximos projetos. Agradeço pelas suas palavras de incentivo.:)
O conto foi bem escrito e possui suas qualidades, mas devo confessar meu desgosto pela maneira como o tema foi tratado. Simplesmente colocar o nome dos vinte e dois arcanos em caixa alta, na maioria das vezes forçando o contexto para encaixa-los no texto me parece uma maneira fácil de abordar o tema. Eu gostaria de ler algo mais ousado. Desculpe pela sinceridade, mas não gostei.
Obrigada pelo seu comentário, Pedro. Gostei de saber que considerou o conto bem escrito. Quanto ao resto, tem toda a razão, a brincadeira de encaixar todos os arcanos no texto foi praticamente um desastre. Enfim, uma experiência a mais. Valeu. 🙂
De modo semelhante a alguns aqui, achei que a tentativa de “encaixar os arcanos a fórceps” acabou sendo o principal mote.
Independente disso, o que mais me importa é que o autor(a) escreve bem e acho que ousar em novos formatos/estratégias é muito bacana (vital para o desenvolvimento independente de como bom o escritor já seja).
O que nós que lemos vamos achar é nada mais que um “feedback (retroalimentação)” quanto a um exercício, mas o importante é enxergar a mão habilidosa e destemida que manipulou a pena. E disso não tive nenhuma dúvida. Boa sorte.
Desculpe alguns errinhos, postei sei ler e vixe…hahaha.
Obrigada pelo seu gentil comentário,Frank. Foi mesmo uma experiência com as palavras, ousando a abordagem de todos os arcanos maiores. Um ensaio,talvez, mas concordo que ficou forçado e acabou ficando superficial. 🙂
Não sei exatamente se deveria haver mais espaço para desenvolver melhor o conto, ou se o autor (a) deveria ter podado algo para valorizar passagens mais importantes.
Há uma boa escrita. Foi agradável lê-lo até tornar-se cansativo e, isso acontece quando a narrativa não está legal.
Enfim, parabéns e boa sorte 😉
Obrigada pelo comentário, Pétrya. Que bom que gostou da escrita e que por um instante o conto não foi de todo desagradável de ler. Terei de reformular a narrativa toda e lapidar um possível potencial. Boa sorte para todos nós! 🙂
Certa vez, há muito, muito tempo, num passado quase remoto, eu decidi juntar TODOS os poemas que eu tinha escrito até então e, listando-os, coloquei em uma folha todos os títulos; um em cada linha. Então, decidi escrever UMA prosa poética utilizando TODOS os títulos de TODOS os poemas já escritos por mim.
O resultado até que foi agradável, mas certamente soava muito mais musical aos MEUS ouvidos do que nos ouvidos de outras pessoas que não conheciam a minha pequena história e nem os meus rabiscos juvenis e, portanto, para os quais o significado infinito daquele trabalho cognitivo não haveria como ser recebido, sem os RUÍDOS inerentes ao processo de comunicação.
Claro que toda esta baboseira aí acima é apenas para fazer uma analogia com o resultado obtido pelo(a) autor(a) com este TRABALHO. Para o mesmo, certamente, foi um bom exercício criativo. Pois, conseguiu englobar não apenas um, mas VÁRIOS personagens-tema em uma mesma narrativa.
Para mim, conseguiu fazer-me recordar de um exercício semelhante (mesmo que o buscando láááá nos tempos do orelhão sem linha, dos pagers, da internet discada, das fitas K7…) e, portanto, rendeu-me bons momentos!
Parabéns e boa sorte!
🙂
Paz e Bem!
Já estava começando a escrever mais um pedido de desculpas pela minha tentativa (frustrada) de harmonizar TODOS os arcanos maiores do tarô no meu conto, quando me distrai com o seu relato. Foi isso mesmo que fiz: uma brincadeira com as palavras, com a simbologia de cada carta. Quando terminei de revisar, já sabia que não era um conto fadado a críticas pois a narrativa não surpreendia, não emocionava, não dizia quase nada. Mesmo assim, como você mesmo disse, o conto me rendeu bons momentos. Eu me permiti a experiência. Valeu!
Muito obrigada pelo seu comentário e por dividir sua experiência comigo. Sinto-me menos mal agora. 🙂
Somos TODOS (rs!) assim por aqui, Triny… Adoramos brincar com as palavras! E é exatamente isto que nos difere das pessoas “normais”! 🙂 Ainda bem, né!?
😉
Abrax!
A ideia é muito bacana! Depois da leitura tentei contar se o autor(a) utilizou todos os arcanos ou se ficou algum de lado rs’ Mas fui perdendo a conta e desanimei. Estão todos aí? Se sim, é um feito e tanto e merece a parabenização.
Porém, como a maioria já disse, o conto é simples. Isso não costuma me incomodar, até gosto dessa ousadia, mas por ser um conto longo, torna-se cansativo. Infelizmente.
Boa Sorte!!
Muito obrigada pelo seu comentário, Thata. Sim, todos os arcanos maiores estão presentes no conto. Embora, o MUNDO (lá vou eu destacando…rs) não tenha recebido nenhuma palavra a mais para explicar um pouco da sua simbologia.
A ideia foi bem ambiciosa, não? Eu já sabia que a chance de não agradar era bem grande. No entanto, o risco valeu a pena pela experiência. 🙂
Saudações, Triny. Sinto em suas palavras um potencial gigante que foi impedido pela pouca quantidade de linhas. Sugiro trabalhar mais nesse conto, você tem potencial.
Obrigada pelo seu comentário e por enxergar nas minhas palavras potencial. Já pensei em algumas (várias) modificações a fazer no conto. Depois de um tempo, porque agora o tarô e eu estamos brigados…kkkk. 🙂
Confesso que pelo titulo fiquei animada pelo conto,mas ao ler me decepcionei um pouco,pude perceber que o autor(a) tem um certo potencial,só basta desenvolver um pouco mais.
Boa Sorte!
Que bom que acertei pelo menos no título. Foi uma tentativa frustrada, mas que serviu como experiência para outros contos. Obrigada pelo comentário, Paula. 🙂
Lamento, não gostei do conto. A história é muito simples, quase que somente um pretexto para encaixar os nomes dos arcanos. Não há emoção, não se forma boas imagens mentais das personagens ou dos cenários, o texto termina e meio que a história passou em branco. Acho que seria preciso investir mais na trama e no desenvolvimento das personagens.
Obrigada pelo comentário, Rubem.
Realmente, tenho de admitir que a história acabou perdendo graça e emoção pela pretensão de abranger todos os arcanos. Não deu certo, já entendi.
O bom é poder reavaliar os feitos e defeitos para um melhor trabalho da próxima vez.
Valeu!
Achei o texto um tanto cansativo. E creio que o destaque das palavras não contribuíram muito.
Enfim, boa palavras mas achei a ideia monótona. Conseguiu a proeza de encaixar os arcanos, mas para mim não foi muito além.
De qualquer forma, parabéns e boa sorte!
Pena que o meu texto te fez bocejar, Jefferson. Não foi essa minha intenção. Quanto ao destaque das palavras, já concordei com todos que não foi uma boa ideia. Foi uma brincadeira de encaixe que não funcionou,mas valeu a tentativa,né?
Obrigada pelo comentário. 🙂
Marcellus, obrigada por reconhecer o meu esforço contorcionista para encaixar todos arcanos em um só conto. Infelizmente, em detrimento da narrativa, né?
Desculpo-me pelas palavras DESTACADAS. Realmente, foi um recurso mal empregado.
Da próxima vez, não te dou a mão, nem uma lanterninha de pilha…rs. Vai seguir sozinho pela penumbra densa do meu conto. kkkkk
Valeu pelo comentário que levarei em consideração com certeza. 🙂
A trama é extremamente frágil, pois, como já foi dito aqui, inexistem pontos de tensão. Os personagens percorrem um enredo que é um oceano de águas límpidas, em que nada ocorre, nenhuma tempestade à vista. E isso se deu, provavelmente, pelo intento de abarcar a superpopulação de arcanos. A tessitura foi armada de modo a encaixá-los, sem maiores preocupações com a pertinência deles.
É bem verdade que o mosaico construído não se transformou em pura e simples colagem de palavras que designam os arcanos, já que existe uma razoável unidade costurando a trama. Unidade essa conseguida por meio de uma estratégia que entendo empobrecedora, em certo sentido: a linearidade, com personagens mudando de espaços ficcionais de modo a servir de motor à narrativa. Talvez se a quantidade de ação e de personagens fossem menores a trama se tornasse mais densa e até mais tensa. Para tal, seria preciso escolher um arcano ou pouco mais que isso.
A construção textual, quando excessivamente fundamentada no coloquialismo, excessivamente preocupada com a recepção do leitor, tende a tornar o texto sem beleza, pois usa muito a denotação e pouco a conotação. Apesar disso, o conto apresenta algumas construções que demonstram ter o(a) autor(a) ter certo pendor poético, motivo pelo qual talvez seja interessante que desenvolva esse traço em sua prosa e fuja um pouco do coloquialismo (sem cair na obscuridade). Alguns exemplos:
“Apreciou, mesmo que contrariada, sua irresponsabilidade revestida de inocência e o caminhar desobrigado de rotinas.” (a inocência servindo de roupagem à irresponsabilidade)
“[…] tomou ares de importância e depositou o silêncio com grande propriedade no meio da consulta.” (depositar o silêncio)
Eduardo, em primeiro lugar, agradeço seu comentário. Agradeço e concordo com os pontos expostos. Considero este conto como uma experiência, uma tentativa de me afastar um pouco do meu estilo já há muito sedimentado. Não, não deu muito certo. Procurei fugir da densidade e me atolei no raso.
O certo pendor poético foi o que desencadeou toda essa frustrada tentativa. No entanto, não há espaço para arrependimento, já que o seu e demais comentários me confirmaram o que eu já deveria saber: preciso ser leal ao meu próprio estilo. Valeu a brincadeira.
Olha… Simplesmente não entendi o conto. Me perdi várias vezes ao longo da narrativa, que eu não sabia pra onde estava indo. Então tive que voltar e reler várias vezes. Não entendi a necessidade de destacar os nomes dos arcanos. Fora essas palavras, esses nomes, o conto não pegou quase nada do tarô. Também não entendi o nome. E no final, a única sensação que tive, foi de um certo vazio…
Leonardo, não costumo escrever contos longos. Talvez justamente para não me perder ao longo da minha própria narrativa. Tentei construir um enredo simples no qual pudesse encaixar todos os arcanos. O destaque dos nomes foi a princípio uma forma de poder controlar quantos e quais arcanos eu estava revelando. Na dúvida, acabei por deixá-los assim enfatizados. Foi um erro.
Obrigada pelo comentário. Levarei em conta, pode ter certeza.
Acho que no conto o que faltou foi emoção, explorar mais as reações de Bianca. Ficou um texto seco, mas com muitos acontecimentos e com frases curtas. Nao senti muito por ele, apesar da boa idéia e surpeender o leitor.
Abraço!
ops, surpreender
Rodrigo, sei que o meu conto foi uma experiência que se revelou um tanto desastrada. Quis fugir da emoção e acabei caindo em uma narrativa bobinha. Tenho consciência disso.
As frases curtas são marca registrada minha, não abro mão delas. rs
Valeu pelo seu comentário. Apreciei de verdade.
Abraço.
Assim como o Marcellus, tive essa impressão de linearidade, o que me desanimou um pouco, pois gosto de contos em que sou surpreendida, ou que no mínimo me tragam momentos de emoção, o que não foi o caso desse, que apenas li e pronto. Mesmo assim, destaco a criatividade e o empenho para encaixar tudo dessa forma, a maior parte dos encaixes eu curti, mas também penso que não deveria destacar os nomes dos arcanos. Assim da forma como está, a gente tem que resistir à vontade de sair procurando os nomes em maiúsculas, rssss… Fiz isso várias vezes e tive que acabar voltando a parte para entender!
Bia, obrigada pelo seu comentário. A linearidade aconteceu devido à ideia ambiciosa de abarcar todos os arcanos em um só conto. Começou como uma brincadeira e acabou se tornando um desafio para mim mesma. Tentei revelar um pouco da simbologia de cada arcano. Errei a mão, mas valeu pela experiência.
Concordo que teria sido melhor eu não ter cedido à tentação de deixar os arcanos em destaque no texto. Minha culpa, minha máxima culpa
🙂
hehe, sim, experiências são sempre bem-vindas. 😉
Olá! A ideia é boa, mas ficou um pouco forçada a entrada de alguns arcanos, enquanto outros encaixaram perfeitamente.
Mas é um bom conto reflexivo, abordando vários temas, crime, sedução, gravidez, profissionalismo… uma leitura boa e leve 🙂
Parabens
Realmente, alguns arcanos tiveram de sofrer um pouco para se encaixarem na narrativa. Não pude (ou melhor, acho que não quis) me aprofundar em um só personagem.
Tentei revelar um a um através da simbologia de cada carta. Conheço o tarô e por isso mesmo acho que fugi de algo mais profundo.
Obrigada pelo comentário. 🙂
Interessante a ideia, mas a execução parece pedir maior extensão de texto.
Senti um texto apertado, talvez por conta de se destacar todos os arcanos.
De qualquer forma, é um texto com potencial. Parabenizo ao autor, e desejo boa sorte.
Ryan, obrigada pelo seu comentário. Que bom que você achou a ideia interessante. A intenção até que foi boa, mas acho que me perdi devido à ambição. Vinte e duas cartas reveladas em um só conto? Onde eu estava com a cabeça? rs. Mas valeu a experiência. A brincadeira foi divertida e sempre se aprende algo nessas tentativas (mesmo que frustradas).
Abraço..
Muito legal esse também. Gostei bastante de ter colocado dos os arcanos. Eu pensei em fazer isso, mas não achei que tinha condições. Que bom que você fez! Parabéns e boa sorte!
Olá, Harry, Ainda bem que você não fez essa loucura de reunir todos os arcanos em uma só narrativa. Embora, a tentativa tenha sido um desafio divertido, me custou a vaidade arranhada por saber que fiquei muito aquém da minha capacidade.
Obrigada pelo comentário e pelo gentil incentivo. Valeu. Abraço.
Uma ideia diferente e um tanto ambiciosa querer abarcar todos os arcanos em um só conto. Como disse o Marcellus, a narrativa ficou contida, sem grandes surpresas, limitada pela linha de cartas.
As palavras destacadas não me incomodaram, mas talvez devessem seguir anônimas por todo o texto para que o leitor descubra o baralho inteiro por si só.
Boa sorte!
Claudia, obrigada pelo seu comentário. Sem dúvida, tentar produzir um bom conto com todos os arcanos foi uma tentativa bem insensata.
Mais uma vez, concordo que o destaque das palavras revelou-se desnecessário.
Abraço.
É preciso elogiar a autora pelo contorcionismo: a história foi um molde para o encaixe de tantos arcanos. Infelizmente, não passou muito disso: nenhum revés, nenhuma reviravolta… apenas o fluxo linear de acontecimentos, com palavras DESTACADAS, como se o leitor não pudesse, ele mesmo, reconhecer o tema do desafio proposto.
Não ficou de todo ruim, mas prefiro textos que não me guiem pela mão, que confiem no mínimo de capacidade do leitor.
Boa sorte!
Marcellus, obrigada por reconhecer o meu esforço contorcionista para encaixar todos arcanos em um só conto. Infelizmente, em detrimento da narrativa, né?
Desculpo-me pelas palavras DESTACADAS. Realmente, foi um recurso mal empregado.
Da próxima vez, não te dou a mão, nem uma lanterninha de pilha…rs. Vai seguir sozinho pela penumbra densa do meu conto. kkkkk
Valeu pelo comentário que levarei em consideração com certeza. 🙂