EntreContos

Detox Literário.

Eu, meu algoz (Edson Marcos)

Seus dedos nervosos dedilhavam a borda do teclado do notebook como se compusessem a sinfonia do desespero. A lentidão da internet ditava o ritmo da agonia. Carlo ignorara os dois últimos e-mails recebidos, mas há cinco minutos, seu celular lhe mostrara a pior mensagem recebida nos últimos tempos. O Galaxy na mão tremulava: “Falhou na 1ª vez; o chocolate roubado; aquele sorriso enfeitado com covinhas fazendo outro feliz, enquanto você sofre imerso num poço de covardia. Sei de outros segredos. Estarei no facebook. Não demore...” dizia a mensagem, sem rodeios.

— Vá logo… — suplicou Carlo. A página na tela lhe torturava um pouco mais. Qualquer um sabe como é. Mil perguntas e suposições perambulavam pelo seu cérebro feito baratas irrequietas. Ter falhado a primeira era um segredo compartilhado com apenas uma pessoa; dificilmente ela usaria aquilo para obter alguma vantagem, mesmo porque Carlo matava um leão a cada dia, batalha imposta pelo seu salário medíocre no serviço público, e além disso, as mulheres sempre se culpam por esse mal imperdoável que acomete o ser masculino, talvez porque os homens geralmente despeje a culpa nas pobres. O chocolate roubado o mercado aos oito anos era outro segredo que o deixava envergonhado, mas quem iria condenar uma criança no auge da vontade incontrolável de degustar a iguaria pela primeira vez? Já o terceiro segredo, este sim importava. Era particular, ingênuo, e jamais compartilhado. Seu divagar foi interrompido pela página que se abriu repentinamente. Havia uma mensagem não-lida na caixa de entrada, e no canto esquerdo da tela, nomes de contatos acompanhados de pontinhos verdes pediam para livrar-lhes da solidão. Carlo correu com os olhos nervosos a lista e pela repartição, onde seus colegas despreocupadamente retornavam após o fim do intervalo. Derribou o olhar, disfarçando o nervosismo, que foi agravado quando viu seus contatos desaparecerem um a um, restando apenas um solitário nome, o seu próprio.

— Mas que merda é essa? — resmungou em alto tom, o quê lhe rendeu um olhar de reprimenda da colega na mesa ao lado. — Foi mal…— desculpou-se. Uma janelinha irrompeu na parte inferior da tela.

Vc demorou… — dizia a mensagem.

— Como conseguiu ser meu amigo? — teclou com fúria, sem preocupar-se com as diversas interpretações ou dualidade atreladas à pergunta.

— Sei seus segredos, logo, devo estar entre seus amigos, naum acha?— redarguiu o sujeito do outro lado.

— Responda, ou vou ficar “off”…  — blefou.

Naum, naum vai; está curioso, mas sei q o ambiente onde se encontra agora talvez o obrigue a isso… — afirmou. Sabia que o acesso às redes sociais na repartição era veementemente proibido. — Entrei no seu “face” e me aceitei como amigo, apaguei todos os seus contatos para garantir minha exclusividade, e antes q pergunte, sim, eu tenho sua senha

— Duvido…

—  “praqsenha?” é a senha…

— Quem é vc? — teclou mais furioso ainda, deixando escapar a pergunta de seus lábios furiosos. A mulher da mesa ao lado assustou-se.

— Estarei na Praça Ari Coelho. Onze horas. Sem atraso. finalizou, em seguida, o pontinho verde ao lado do seu nome desapareceu, abandonando Carlo no superpopuloso e solitário mundo virtual.  As duas horas seguintes tornaram-se um tormento angustiante para Carlo. Seguiram-se onze cafés, adoçados com a indiferença total ao fato de estarem frios e amargos, e uma romaria agonizante entre a copa sua mesa, com paradas esporádicas no banheiro, o que lhe rendeu um pigarrear trovejante de seu chefe. Aquietou-se na cadeira. Trocou suas senhas de e-mails e redes sociais por três vezes, até concluir que poderia estar sendo monitorado. — Só pode ser isso… — convenceu-se. Fuzilou com um olhar desconfiado seus outros colegas, desenterrando do fundo de sua mente motivos fúteis para sua desconfiança. Conclui estar se comportando como a um grande idiota. Estremeceu quando soou a sineta na parede mofada, anunciando o almoço.

— Onze horas! — murmurou. — O cretino conhece ate meus horários. — Carlo ignorou o elevador, esqueceu-se de seu carro. Desceu as escadas e atravessou os cinco quarteirões até a praça no tempo de um suspiro, porém eterno para ele. Limpou o suor da testa com a manga da camisa quando adentrou à Praça Ari Coelho. Andou em círculos ao redor do chafariz musical adormecido. Buscou rostos conhecidos e suspeitos, mas nada. Os transeuntes retribuíam seu olhar analítico. Cansado, sentou-se na borda do chafariz. Pombos, pessoas, o pipoqueiro e seu carrinho. Aposentados jogavam dómino como se suas vidas dependessem disso, e de certa forma, dependiam. Um mendigo envergando andrajos cruzou seu raio de visão, invisível como geralmente a rotina das grandes cidades lhes impõe. Carlo esperou um pouco mais. O mendigo debruçou-se sobre a água do chafariz, retirou seu chapéu encardido, encheu as mãos com água e a atirou contra o rosto. Carlo capturou a cena com o canto dos olhos, e direcionou sua atenção ao homem. Observou a cena enquanto recuperava o fôlego, para perdê-lo no instante seguinte: Quando o mendigo finalizou sua higiene e suas mãos libertaram sua face, encarou Carlo. Foi como uma paulada na testa. Carlo sentiu o sangue congelar nas veias mesmo com seu coração explodindo no peito: viu seu rosto no do mendigo. Idênticos, numa singular possibilidade dentre milhões. Encararam-se durante um segundo. O mendigo sorriu, Carlo, não. O estranho sentou-se ao seu lado.

— Podemos almoçar agora? — o timbre da voz soou diferente vindo de outra boca, mas o olhar do homem não deixava uma fresta de dúvida: eram a mesma pessoa.

A garçonete trouxe um prato com duas coxinhas de galinha requentadas no micro-ondas. A iguaria era uma das preferidas dos dois, mas Carlo perdera a fome há horas atrás.

— E pra beber? —perguntou mecanicamente a garçonete, disfarçando o asco causado pelo odor que brotava do estranho.

— Suco de laranja… — disse ele, enfiando com voracidade uma coxinha na boca. — ah, com mamão, por favor… — completou. A garçonete disparou, sorvendo com alivio o ar gorduroso do ambiente. — Não é assim que gostamos?— perguntou o mendigo. — Com mamão… Não vai pedir também?

— Estou sem fome… — grunhiu Carlo. — Quem é você? — exigiu. Sua inesgotável paciência abandonava-o.

— Sou Carlo Silva…

— Eu sou Carlo Silva! — esbravejou, assustando a garçonete que entregava o suco ao outro, que interceptou o copo antes que este pousasse sobre a mesa.

— Também sou… — sussurrou irônico.

— Espera que eu acredite nisso?

— Não, não espero, não preciso… Sei que acredita. É um escritor de fantasia, e um sonhador talentoso com um empreguinho numa repartição. Acredita em coisas menos possíveis, como quando era criança e acreditava que poderia voar. — Carlo empalideceu mais um pouco; era verdade.

— Podemos ir? — disse o mendigo, sorvendo o restinho de suco no fundo do copo. — Preciso de um banho; para quem banho três vezes ao dia como nós, deve saber como me sinto… – finalizou com um sorriso não correspondido. Durante o trajeto, não houve conversa. Carlo manteve-se calado, observando o estranho que tinha os mesmos trejeitos seus, selecionando músicas no tocador e cantarolando-as desafinado. Foram longos vinte minutos.

— É meu irmão… — disse Carlo a um vizinho curioso, enquanto enfiava seu carro garagem adentro e o Outro, acenava simpático.

Carlo esperou com a paciência de uma donzela que espera seu príncipe, durante quase uma hora. Seus pelos arrepiaram-se quando o outro irrompeu sala adentro e desabou no sofá. Bermuda cáqui, uma velha camiseta azul, barbeado, rescendendo sua colônia amadeirada. Carlo sentiu-se estranho, subtraído.

— E então… — perguntou com cautela.

— Venho do futuro…

—Futuro?

– Sim; ano 2110.

— Não acredito. Eu estaria velho; não, morto…

— Não sou propriamente você; sou um clone! — revelou com um semblante pesaroso.

— Clone? Por que raios fariam um clone meu?

— Por causa do livro.

— O livro?… Mas…

— Não se surpreenda. De onde venho, o “A Marcha das Sombras” foi traduzido em centenas de idiomas, vendido bilhões de cópias em todo mundo…

— Bilhões?…

— Filmes, jogos, brinquedos, bebês batizados com os nomes dos personagens… O ator principal do filme foi eleito presidente da União das Terras Americanas por duas vezes. — revelou, sem empolgação.

— Mas eu nem ao menos consegui publicá-lo…

— Eu sei… Mas assim é que vai ser.

— Um clone… — repetiu, apertando a face entre as mãos.

— Em 2073, as Organizações Google irão clonar o primeiro gênio múltiplo, uma mulher concebida da combinação de genes das maiores mentes da história: Einstein, Hawking, Jobs, Ung-yong, Nicolelis, Da Vinci…

— Da Vinci?

— Sim; encontraram resquícios de saliva e secreções na tinta da Monalisa… Estranho né? Enfim, usaram cerca de trinta matrizes genéticas, fundindo tudo num corpo que era uma mescla de Sharon Stone e Neymar… Sabia que eles possuíam um QI de mais de 170 pontos?

— Tá brincando…

— Pois é… Quando tinha três anos, Sharon Santos leu o “A Marcha das Sombras” pela primeira vez ao vivo pela Neuronet em exatos quinze minutos durante o Campeonato Mundial de Leitura… Não apenas pelo ato em si, mas fato dela ter abandonado o a competição e em seguida ter feito a releitura das quinhentas páginas avidamente por mais sete vezes nos bastidores.

— Campeonato?…

— Tão popular quanto futebol…

— Isso é impensável…

— Pois é…

— Tem mais?

— Sua outra saga; foi um fracasso…

— Fracasso? Mas eu ainda nem dei nome á ela… Está incompleta, na verdade só existem rabiscos num caderno velho… O que houve?

— Dizem que não havia alma nela… Sabe aquele fogo que brota de um livro escrito com paixão? Não foi o caso…

— Não acredito… Eu achava a idéia tão boa…

— A idéia era realmente boa, todos achavam, inclusive Sharon Santos, porém a escrita não…

— Não entendo. Estou tão entusiasmado com essa saga quanto estava na primeira…

— Sinto muito. Decepcionada, Sharon adquiriu uma mecha de cabelo sua num leilão, e com ela, clonou você, apenas para que rescrevesse o livro.

— E é tão simples assim? Clona-se uma pessoa apenas para satisfazer suas próprias vontades?

— Ah, perdão; a clonagem ainda é proibida no futuro, mas a criação de Sharon só foi anunciada quando ela já tinha um ano de idade, e o que havia de se fazer? Matá-la?

— E você?

— Ignoram minha existência. Sharon é rica e poderosa. Vivi em segredo durante trinta longos anos.

— E a idade que tenho agora…

— Sei disso

— E a viagem no tempo?

— Como eu disse, Sharon é uma das mulheres mais poderosas da terra. E sinto dizer, louca. Totalmente fanática pela sua vida e seus livros, e neles…

— Escrevo sobre viagem no tempo…

— Isso. Sharon anseia desesperadamente por outra obra-prima como o A Marcha das Sombras, por isso, eu existo. — O outro abriu a porta do pequeno armário sob a estante. — É aqui que guarda a estatueta do Superman, não é? Ah, sim, aqui está… — Sorriu, admirando a estatueta do herói. — É linda como me lembrava…

— Sim, é; E você escreveu algo?

— Ainda não…

— Mas não somos as mesmas pessoas? Minha cabeça ferve o dia inteiro com idéias boas e ruins. Tenho cadernos inteiros rabiscados com bobagens que poderiam dar certo…

— E eu não sei disso? Já ouviu falar em memória genética?

— Claro; sou nerd com orgulho…

— Pois é… Tenho todas as suas memórias, seu talento… Mas não consigo criar como você… — sorriu, caminhando perigosamente para trás do sofá para onde Carlo estava sentado.

— E porque não? O que falta? — a esta altura, Carlo já havia abaixado a guarda. Estava lisonjeado com toda aquela história. Era tudo o que sempre sonhara, com exceção da presença dela. Sonhava mais com ela do que com qualquer outra coisa.

— Falta aquilo que você tem e eu não… — revelou, erguendo a estátua em direção ao teto, atrás de Carlo, longe de seu campo de visão. Tinha fúria nos olhos.

— E o que seria? — perguntou embriagado com as palavras do clone.

— Falta ela… — disse o estranho flexionando os músculos do braço que suspendiam a estatueta, para em seguida fazê-la despencar implacável.

— Ela? – está falando de… — o baque em sua cabeça fez ressoar um estalo seco, trouxe a escuridão, e Carlo nada mais viu.

Seus olhos abriram-se com o dificuldade, e tentavam dispensar a bruma que embaçava sua visão. Lentamente ela se dissipou, e Carlo deparou-se com seu clone sentado numa cadeira bem na sua frente. Tentou mover os braços, depois as pernas, lutou, mas foi inútil; estavam amarradas na cadeira do computador, o lugar onde mais estivera nos últimos três anos.

— Está acordado? — indagou o clone. Não parecia mais com Carlo. Tinha o semblante transtornado, e na mão, uma garrafa de uísque barato pela metade. — Quebrei sua estatueta… Desculpe.

— O que esta fazendo?

— Sabe o que é ter todas as suas lembranças sem ter vivido nenhuma delas? Pessoas, aventuras, amores… Lembro-me de tudo sem nunca ter vivido; Pode imaginar o que é isso?

— Claro que não… Eu vivi cada momento… — disse com orgulho. Percebeu que aquilo poderia ferir o estranho.

— Sim, viveu, e por isso criou toda aquela maravilhosa saga. Eu não; não fui acalentado pela nossa mãe, não passei fome com meus irmãos, nem sonhei com aquela garota do outro lado da rua. Não trabalhei naquela lanchonete imunda, nem reprovei na quinta séria, e nem “rachei” a cabeça por causa daquela pedrada na rua de baixo. Vê, nem a cicatriz na cabeça eu tenho… — disse, aproximando a cabeça bem perto do rosto de Carlo.

— E que culpa eu tenho disso?

— Você existe, coisa que precisa ser remediada.

— O que quer dizer? Vai me matar?

— O caso não é este… Não vim aqui por causa. Sharon decepcionou-se comigo. Não consigo criar nada porque não vivi a sua vida. A minha não foi temperada como a sua, com alegria e tristezas, vitórias e derrotas. Não tive mãe, nem família para amar. Sharon nunca me tratou como filho.  Não tive amigos nem inimigos, nem paixões, nem desilusões. Apenas ela. Eu a amo e nem mesmo sei o porquê… Lembro-me de seu perfume, de seu andar gracioso, e de sua voz suave. Seu olhar sincero, seu beijo… Sabe o que é sonhar com isso todos os minutos do dia e saber que nunca poderia tê-la?

— Bem vindo ao meu mundo…

— Pois bem… A máquina levou apenas dez anos para ser construída. Eu a convenci de que o único jeito era buscá-lo e levá-lo para o futuro. Sharon não precisou se esforçar muito. Possuía dinheiro e neurônios suficientes para criá-la. Mas é claro, ela é uma cientista, e esse tipo de gente adora a glória. Ela pretendia anunciar a criação da máquina ao mundo, mas eu não poderia permitir que viessem buscar você.

— Claro… Você iria continuar na obscuridade, e eu seria o preferido de Sharon…

— Você é mesmo um idiota; Não me importo com a atenção de Sharon, fama, dinheiro ou qualquer outra coisa… Eu vim por ela…

— Ela?

— Sim. A máquina do tempo de Sharon foi construída em segredo, vinte metros sob o solo, dentro de um túnel de três quilômetros, espaço suficiente para que o buraco de minhoca gerado pela máquina se estendesse e transportasse uma única pessoa para o passado, aliás, duas.

— Duas?

— Sim. Sharon calculava tudo nos mínimos detalhes. A máquina funcionava apenas com duas assinaturas genética, a dela, e a nossa. Idéia minha também. Ela viria pessoalmente até você, e o levaria com ela, mas e eu? Continuaria sozinho por toda a vida?

— Sei aonde quer chegar, monstro. Não pode tê-la; Helena ira se casar dentro de um mês.

— E VOCÊ IRIA PERMITIR ISSO, SEU COVARDE! — berrou. Uma fúria descontrolada tomou conta de seu corpo. — Passou quatro anos sentado ao lado dela na faculdade e nunca, nunca teve coragem para dizer que a amava. Carlo abateu-se. O Outro tinha razão. Era um covarde. — Nunca percebeu como os olhos dela brilhavam quando estavam juntos? Como o sorriso dela se iluminava quando você falava com ela?

— E-eu não sei… — vacilou. Algumas vezes percebera, mas não se achava bom o suficiente para ela. A amava demais.

— E quando vai se declarar? Quando perdê-la para um idiota qualquer?

— O livro… Eu iria mostrar a ela, iria mostrar que o escrevi para ela…

— Agora você entendeu porque não consigo escrever como você Carlo; preciso dela.

— Não precisa me explicar toda sua vida. Vá direto ao assunto.

— Mas não pode levá-la. A máquina foi feita apenas para você Sharon…

— E quem disse que vou levá-la?

— Então qual o motivo disso? O que vai dizer a Sharon?

— O quê Sharon irá dizer não importa, idiota; eu pedi, até implorei para que eu pudesse levar você e Helena para o futuro, mas Sharon não iria permitir que ela o acompanhasse…

— Mas… Porque não?

— Você é mesmo um grande paspalho quando se trata de assuntos do coração, Carlo; Sharon apaixonou-se por você, apaixonou-se pela sua mente, pelo seu talento, idiota. Ela jamais permitiria que Helena e eu, quer dizer, Helena e você fossem felizes… Por isso, eu a matei.

— Deus!… Você é um monstro… Não somos iguais, não somos…

— Não, não somos. Eu a matei, e antes de atravessar a barreira do tempo, plantei explosivos no laboratório. Tudo foi destruído.

— E como vai voltar?

— Não vou voltar, não quero; meu mundo é tudo o que mais odeio. Tudo o que me faz infeliz está lá. Porque voltaria…

— Não podemos viver nós dois nesta época…

— E quem disse que seremos dois?  — o clone levantou-se, e retirou das costas uma faca de cozinha. Carlo estremeceu na cadeira. Percebeu o que viria seguir. Começou a debater-se na cadeira desesperadamente. — Sinto muito, mas preciso ficar com ela…

— E está disposto a me matar pra isso? — esbravejou, enquanto tentava livrar-se de suas amarras. Se somos iguais, não pode me matar, não conseguirá conviver com isso…

— Já matei uma vez… Não dói naquele que empunha a lâmina…

— E ela? Acha mesmo que ela ficará com você quando souber que é um assassino? — indagou, debatendo-se com mais energia. A cadeira tombou com Carlo junto. As cordas em seu punho afrouxaram-se.

— Ela não saberá; ninguém saberá… — disse o clone, abaixando-se e acariciando o rosto aflito de Carlo. Na outra mão a faca. Carlo lutou ferozmente com as amarras, num instante estará livre, aquele instante em que os milagres acontecem e os heróis dão sua reviravolta, derrubam o vilão e salvam o dia. O milagre não veio. A faca entrou silenciosa no peito de Carlo e encontrou seu coração sonhador. Não houve grito, apenas dor deformando seu rosto, e seu algoz, permaneceu incólume, frio.

— Ela nunca irá te amar… — sentenciou Carlo num último suspiro. Depois fechou os olhos e partiu para algum mundo sonhado por ele. Agora só existia um Carlo, o pior dos dois.

— Alô? — disse Helena. Acabara de chegar do trabalho.

— Oi, sou eu… — Carlo respondeu do outro lado, dois dias após ter roubado a vida do outro.

— Carlo! — comemorou ela. Seu sorriso iluminou-se ao escutar a voz dele.

— Sei que faz muito tempo, mas será que podemos jantar hoje? Preciso mostrar-lhe uma coisa…

— Jantar?

— Sim, claro, se não tiver nenhum compromisso…

— Não, não tenho… — tinha, com seu noivo, mas ela não se importou. — Sim, claro, você pode me pegar… Hum… Que tal nove horas?

— Perfeito; um beijo! — finalizou sucinto.

— Outro… — ela respondeu, surpresa. Depois que desligou o telefone, ela cantarolou, banhou-se como uma princesa e pôs seu vestido mais bonito. No jantar conversaram muito, sorriram. Helena até imaginou estar diante de outra pessoa, mas creditou isso ao fato de não se verem há muito tempo. No final da noite, quando ele a deixava em casa, Carlo mostrou a ela o livro. Em alguns trechos, Helena encontrou seu sorriso, seu olhar, seus trejeitos. Encontrou também paixão, amizade e renúncia, e mais, encontrou o amor que sempre esperou que Carlo declarasse por ela. Carlo beijou a lágrima que brotou dos olhos dela, e o beijo que veio a seguir, selou a vida dos dois para sempre. Casaram-se. O “A Marcha das Sombras” foi publicado por uma editora pequena, mas um ano depois, era um sucesso. O nome de Carlo Silva correu o país de forma nunca vista antes, e ele estava feliz. Tinha dinheiro, fama e felicidade. Mas ele era o Outro, e aquilo o perseguia como a um lobo faminto. Dois anos depois, Carlo viu seu livro ser traduzido em cinco idiomas, mas já não conseguia mais esconder sua verdadeira natureza. Era possessivo, arrogante e prepotente. Helena concluíra que aquele homem com quem se casara era muito diferente daquele pelo qual se apaixonara na faculdade; não havia olhar doce, não havia gentileza, nem sonhos nem carinho. Na terceira vez que ela pediu o divórcio, ela bateu nela, e ela se foi. A editora exigiu o segundo livro que fora acordado no contrato. Carlo criou uma coisa digna de pena, sem alma, morta. Um fracasso.  Insistia em seguir Helena pelas ruas, e uma noite, quando a encontrou conversando com seu antigo noivo, deixou o monstro dentro dele gritar mais alto, e matou os dois com a mesma faca de antes. Imerso em culpa e covardia, fugiu, abrigando-se em um beco escuro. Incapaz de suportar a sombra da solidão prestes a engoli-lo, apunhalou o próprio peito e caiu na sarjeta, como o traste que era. Antes do fim, gargalhou, e concluiu ser o responsável pelo o que Sharon queria consertar.

— Não se muda o destino… — sussurrou. Soltou o cabo da faca, e partiu, para algum mundo sonhado pelo seu Outro. Mais uma vez, fora seu próprio algoz.

28 comentários em “Eu, meu algoz (Edson Marcos)

  1. Andrey Coutinho
    29 de outubro de 2013
    Avatar de Daryen

    Há um outro conto no desafio também que tem algumas cenas similares… o “eu-mal-de-outro-tempo”, o “eu-do-presente-acorrentado”, a namorada etc. Mas o desenvolvimento é diferente o suficiente. Eu gostei da história e achei as cenas bastante vívidas, mas a “explicação final” é um pouco corrida demais. A paragrafação também precisa de melhoras. Mas na medida do possível, achei uma leitura agradável. Abraço!

  2. Thata Pereira
    29 de outubro de 2013
    Avatar de Thata Pereira

    Antes de ler todos os contos eu olho o “visual” dele. Quando vi o tamanho de alguns parágrafos fiquei assutada! Eles não me agradam, mas li em algum comentário que depois a leitura fluiria e resolvi continuar, até porque li todos. Gostei da história, mas acredito que ela poderia ter sido melhor trabalhada. A inspiração, mesmo que não original, é muito interessante.

  3. Juliano Gadêlha
    29 de outubro de 2013
    Avatar de Juliano Gadêlha

    A história é até interessante (me lembrou “A Ilha”), mas acho que a narrativa se perde ali pelo meio. Achei pouco objetivo o diálogo entre o Carlo amarrado e o seu clone, a conversa dá voltas e voltas quando poderia ir direto ao ponto. Achei um pouco confuso. O final também poderia ter sido melhor desenvolvido, pois os eventos se dão de maneira muito atropelada.

  4. fcoglaucobastos
    29 de outubro de 2013
    Avatar de fcoglaucobastos

    O texto de início é um pouco monótono, mas a partir do diálogo com o mendigo torna-se muito bom.
    O autor está de parabéns! É preciso, porém, rever algumas passagens e corrigir alguns problemas de digitação e concordância. A temática, apesar de parecer lugar comum, foi bastante envolvente.

  5. Rodrigues
    29 de outubro de 2013
    Avatar de Rodrigues

    Aquele primeiro parágrafo me assustou: “Seus dedos nervosos dedilhavam a borda do teclado do notebook como se compusessem a sinfonia do desespero.”? Quase parei aí. Depois fui lendo e, apesar da confusão do início, após o encontro com o mendigo o texto envolve. Gostei dessa ideia do protagonista encontrar a si mesmo como um maltrapilho numa praça. O final está acelerado e dramático demais, tem que dar uma polida, até mesmo inventar outro.

  6. Sérgio Ferrari
    28 de outubro de 2013
    Avatar de Sérgio Ferrari

    Foi bem divertido ler o futuro que o mendigo contava. Achei o conto bacana…mas no final dele…ficou muito ruim…Parece até terminado por outra pessoa. Não é possivel! Oloco…respira fundo e reescreve a metade final…e larga de ser brega….não se muda o destino…affff hehehe 😀 mas é bacana o resto.

  7. Isabella Beatriz Fernandes Rocha
    28 de outubro de 2013
    Avatar de Isabella Beatriz Fernandes Rocha

    Bom e muito bem escrito, mas não me convenceu. Achei um tanto lugar-comum, apesar de tentar se distanciar dos outros personagens que tambem encontraram algozes em si mesmos.

  8. Frank
    28 de outubro de 2013
    Avatar de Frank

    Um bom conto que mistura clone, viagem no tempo e romance. A sharon stone foi demais! Me diverti bastante lendo! Parabéns!

  9. Alexandre Leão.
    28 de outubro de 2013
    Avatar de Alexandre Leão.

    Só mais um detalhe que acho fundamental que seja dito: O estranho final. Além da frase péssima: — Não se muda o destino… e o mal final, aqui, se o autor me permite, poderia haver uma mudança que talvez corrija isso. Exclui-se a frase, o personagem em vez do suicídio, ao chegar ao climax da monotonia em que passou a viver, começa a vagar pelas ruas, entregue talvez ao álcool, voltando ao seu primórdio. Ou seja: Tornando-se mendigo tal qual apareceu e nada estaria mudado no destino. Helena? Esquece-se dela e do outro. O duplo assassinato cheira a romance pobre e avacalhou o conto.

  10. Alexandre Leão.
    28 de outubro de 2013
    Avatar de Alexandre Leão.

    -É um bom conto. Mas precisa sobretudo de uma severa correção ortográfica. Marquei tudo, mas são bastantes falhas e me tomaria mnuito tempo agora e espaço para citá-las. Porém falhas como todas que se encontram aqui, são fáceis de se corrigir e isso feito, o conto ficará massa. Este está entre os meus preferidos até o momento. Parabéns e abraços. (Se o autor, após a revelação dos seus nomes originais, me der a honra de procurar-me no face, ficarei muito contente)

    • Marco Nazar
      30 de outubro de 2013
      Avatar de Marco Nazar

      A honra será toda minha, Alexandre. Obrigado pelas dicas e acho que vou aproveitar o conselho sobre o final. Já tô te mandando o convite pelo face. Abraço!

  11. Felipe Holloway
    28 de outubro de 2013
    Avatar de Felipe Holloway

    A qualidade deste texto oscila demais, e mesmo seus méritos parecem maculados por suas falhas. A começar pelas técnicas, que são MUITAS, e, somadas ao fato de o conto ter sido o último dentre os do desafio a ser postado, fazem supor que nem uma releitura por parte do autor ele pôde merecer. Vide o “Na terceira vez que ela pediu o divórcio, ela bateu nela, e ela se foi.” (???) Há junções fáceis de adjetivos (“rica e poderosa”, que é praticamente o “frio e calculista” do mundo fashion), o diálogo soa esquemático em vários pontos, com o Carlo do presente saindo-se DUAS VEZES com a designação paulina-brachesca — ou típica da gêmea boa das novelas do Gilberto Braga — “monstro” para descrever o caráter do duplo inescrupuloso. Passagens como “— Claro que não… Eu vivi cada momento… — disse com orgulho.” e “— Claro; sou nerd com orgulho…” são, além de desnecessárias, sintomáticas de uma personalidade infantiloide do protagonista (e um pouco do narrador, também) que, no entanto, não está presente em grande parte do resto do conto. Curti a inserção de algumas sacadas futuristas, como a da construção subterrânea do buraco de minhoca — meio que emulando a do LHC –, a descrição das cordas da mão se afrouxando, num acontecimento fortuito que, no fim das contas, dará em nada, e o fato de o clone dispor de todas as habilidades de sua matriz. Mas o que realmente achei genial foi a sugestão da miséria que é dispor das lembranças que compuseram uma existência sem ter, de fato, praticado as ações que as originaram. Acredito que o autor poderia ter investido mais na dissecação ontológica dessa angústia, já que é ela, de certa forma, o motor propulsor do retrocesso temporal. (Se o passado é o que dos eventos registramos, onde residiria, exatamente, minha tristeza por não haver participado dele, embora retenha todas as suas memórias?) Como alguém disse aí embaixo, a motivação da Sharon Santos (aliás, é este mesmo o nome dela, ou o personagem só está sendo complacente com seu próprio duvidoso senso de humor comparativo, implicando em sua piada, inclusive, o narrador, no último parágrafo? Por favor, que não seja isso!)… enfim, a motivação da personagem para criar a máquina do tempo é, na melhor das hipóteses, mal explorada.

    Agora, “não se muda o destino” foi o prego final no caixão de um conto que tinha tudo para só estar sofrendo de catalepsia. =/

  12. José Geraldo Gouvea (@jggouvea)
    27 de outubro de 2013
    Avatar de José Geraldo Gouvea (@jggouvea)

    Até os parágrafos finais, o conto é muito bem escrito. Mas, algo subitamente, o autor acelera o passo da história, afastando-se do foco narrativo e esfriando a ação. Perde muitos pontos por causa disso. Mas ainda continua sendo um dos melhores textos que já li nesse desafio.

  13. Claudia Roberta Angst - C.R.Angst
    25 de outubro de 2013
    Avatar de Claudia Roberta Angst - C.R.Angst

    A ideia do encontro entre eu-presente e o eu-futuro não é propriamente original, mas funciona bem dentro do tema viagem no tempo. A narrativa ganha ritmo com a presença de diálogos, mas o final me pareceu um tanto apressado como que para justificar logo o título do conto. Ideia interessante que pode ser melhor desenvolvida.

  14. Leandro B.
    25 de outubro de 2013
    Avatar de Leandro B.

    Após os primeiros parágrafos o texto pegou um ritmo muito rápido. Possivelmente a quantidade grande de diálogos tenha imposto esse ritmo. Senti falta de uma ou outra quebra entre eles. Em alguns momentos, achei a vítima extremamente inocente: “não podemos ficar os dois aqui”, “como pode levá-la”, acho que a resposta era meio óbvia.

    Posso estar enganado, mas acho que precisa de uma revisão aqui, também:

    “— Agora você entendeu porque não consigo escrever como você Carlo; preciso dela.

    — Não precisa me explicar toda sua vida. Vá direto ao assunto.

    — Mas não pode levá-la. A máquina foi feita apenas para você Sharon…”
    Acho que o diálogo está trocado.

    Tendo dito isso tudo, acho importante deixar claro que achei a idéia interessante e parte da execução dela também. A explicação sobre a criação de Sharon teve uma pitada espetacular de humor.

    Apesar das críticas que fiz acima, achei um bom conto. Parabéns ao autor.

  15. Bia Machado
    23 de outubro de 2013
    Avatar de Bia Machado

    É uma boa ideia, mas precisa ser mais elaborada: tem parágrafos compridos demais (melhor fragmentar mais, em minha opinião), e diálogos que duram demais, que “vão direto”, sem narrador para dar uma pausa, para explicar as falas… Alguns erros de digitação, outros de gramática, mas é um material bom, que dá para ser trabalhado, com certeza.

  16. fernandoabreude88
    23 de outubro de 2013
    Avatar de fernandoabreude88

    Tenho reparado que nesse concurso muitos contos são sobre escritores e a publicação de livros no passado, futuro ou presente ou depois da morte, rs. Esse texto é mirabolante e apresenta inúmeras mudanças no decorrer da história. Algo que não gosto: descrições demais depois dos diálogos e também o excesso deles. Acho que o final poderia ter dosado a carga de crueldade, rs.

  17. Sandra
    22 de outubro de 2013
    Avatar de Sandra

    É uma narrativa com uma (boa) ideia que poderia ser melhor desenvolvida. A começar com o título, que nos empurra para o desfecho. Até que o início cai bem, cria um ambiente de suspense que prende e nos arremessa adiante. Também gostei da ironia que permeou o encontro dos “Carlos” até a segunda metade da história. Ao final, tudo descamba (ow, também já cometi esse sacrilégio!) numa correria para meter dentro de um único parágrafo um mundo abarrotado de informações.
    O negócio é voltar para casa e reiniciar o trabalho, que pode ficar muito melhor sem os limites de tempo e espaço.
    🙂

  18. Ricardo
    22 de outubro de 2013
    Avatar de Ricardo

    O mote, mesmo não sendo original, até que ficou bom. Me desagradaram um pouquinho as descrições, longas demais, inclusive indo de encontro as próprias falas. Pareceu-me um texto de um (promissor) escritor, mais à vontade na construção dos diálogos do que na narrativa descritiva. Uma mexida nos pontos (literalmente) já citados pelos nobres colegas daria uma melhor fluência na leitura.

  19. Gina Eugênia Girão
    21 de outubro de 2013
    Avatar de Gina Eugênia Girão

    Gosto quando um escrito me espanta e a ideia central é bem interessante. É pena que do meio ao fim foi o esperado, com confusão sobre história de amores e pendores e autorrancores… Faltou revisão ao texto, também.

  20. selma
    21 de outubro de 2013
    Avatar de selma

    a ideia é boa, interessante, mas poderia ser melhor aproveitada. o texto merece revisão.
    eu li e já sabia o final, faltou “amarração”.

  21. mportonet
    21 de outubro de 2013
    Avatar de mportonet

    Boa história.

    A premissa fisga de cara. Desconfio de quem é o autor, pela citação da Praça Ari Coelho, que inclusive ficou vaga, poderia ter sido omitida que não impactaria em nada a narrativa, já que a ambientação não tem qualquer influência na trama.

    Aliás, o excesso de informações e alguns parágrafos imensos me incomodaram um pouco, quebrando o ritmo. Outro fator já citado nas resenhas é o titulo, que entrega a reviravolta mais impactante. Uma boa revisão e uma releitura critica são bem vindas.

    O conto é bom e tem um grande potencial!

  22. charlesdias
    21 de outubro de 2013
    Avatar de charlesdias

    Gostei da ideia do clone do futuro voltando para matar o “original” do passado … uma repaginada interessante do velho paradoxo do “matar seu avô”. O tom sarcástico caiu muito bem. Apenas o final que achei corrido demais e um tanto simplista, dando a impressão que o autor se esmerou nos dois primeiros terços do conto e depois correu para terminá-lo.

  23. Gustavo Araujo
    20 de outubro de 2013
    Avatar de Gustavo Araujo

    Achei bacana a premissa. A ideia do eu-do-futuro encontrar o eu-do-presente e confrontá-lo não é inédita, mas aqui teve um tratamento original – essa questão da publicação do livro e de todos os desdobramentos até a clonagem. Legal também o argumento sobre a genialidade do Carlo-do-presente se dar em função das experiências acumuladas. É algo que todos sabemos, mas aqui ficou bem encaixado. Não obstante essas qualidades, há que se dizer que o texto apresenta alguns erros que roubam a atenção do leitor – em alguns casos, chegam até a ser irritantes. Mas o principal ponto negativo da narrativa é o final: extremamente atropelado. Quero pensar que o autor se viu preso ao limite de 3500 palavras do Desafio e quis, de alguma forma, completar o loop temporal. Porém, o jeito como foi descrito acabou comprometendo o todo. O gosto, no fim, é de uma sobremesa passada. :-/

  24. rubemcabral
    20 de outubro de 2013
    Avatar de rubemcabral

    Um bom conto, com um título que realmente entrega muito cedo parte importante da trama.

    Gostei do mote mirabolante com clones e viagens no tempo. Ah, sim: o texto precisa de um tanto de revisão.

  25. Marcellus
    20 de outubro de 2013
    Avatar de Marcellus

    É uma premissa interessante, mas os pequenos erros tiram um pouco do brilho. Faltou um pouco de ambientação (onde é a praça Ari Coelho, já que foi citada?) e algumas citações desnecessárias (um celular Galaxy, em dez anos, talvez seja tão desconhecido quanto um Nokia 1011…

    Mas nada que um retrabalho não resolva, o texto tem muito potencial.

  26. Elton Menezes
    20 de outubro de 2013
    Avatar de Elton Menezes

    Faltou: sobre o título… Péssima escolha. Embora seja bem legal o título, ele entrega toda a história e até o final. Ou seja: FATAL. Precisa ser mudado!!!!

  27. Elton Menezes
    20 de outubro de 2013
    Avatar de Elton Menezes

    O texto tem uma noção cíclica interessante, apesar de determinista. Me leva a pensar que, se o algoz do futuro tivesse tentado mudar quem ele era, as coisas poderiam dar mais certo do que simplesmente voltar no tempo. Apesar dessa percepção, achei o argumento da história razoável. Baseia-se em experimentos científicos caros e futuristas (clonagem, viagem ao tempo) apenas porque uma mulher queria mudar o final de um livro? Achei meio simplório.
    Sobre a parte técnica, sugiro revisar o texto para corrigir falhas de digitação e concordância. Além disso, seria interessante reduzir a duração dos períodos (de um ponto final ao outro). Quando proposital, períodos e parágrafos longos ficam legais. Mas, no caso do texto, o propósito não apareceu e enfadou, e você até se perdeu em concordância e fuga algumas vezes por isso.

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Publicado às 20 de outubro de 2013 por em Viagem no Tempo e marcado .