EntreContos

Detox Literário.

Rosas Também Choram (Fabio D’Oliveira)

A vida de Aline nunca mais seria a mesma depois daquela noite. Sentada em um banco, no gigantesco jardim de rosas, a jovem lia um livro. Era um romance, uma história sobre um amor proibido. O final ainda não sabia, entretanto, sua intuição era impecável: teria um desfecho trágico.

O sino da igreja tocou. Estava na hora de voltar ao convento. Fechou o livro e levantou-se delicadamente do banco. Limpou a terra que cobria parcialmente a parte inferior de seu vestido, ajeitou os lindos cabelos negros e começou a caminhar viridário acima.

Toda a sua infeliz vida se resumia a isso: oração, leitura, mais reza e cama. Estava no auge de sua beleza, no auge de sua juventude, e teria que se guardar para um nobre — ou quem sabe um príncipe. Esse era o objetivo daquele convento.

A igreja escolhia as mais belas para morar lá, criavam verdadeiras damas. Entretanto, quase todas possuíam uma origem pobre e Aline lembrava-se muito bem de sua família; mãe, pai e irmãos. A saudade era intensa e verdadeira, mas não havia o que fazer, pois estavam mortos, vítimas de uma guerra fútil.

Um vento forte foi envolvendo o jardim aos poucos. Quando alcançou a moça, atingiu-a com violência, fazendo seu vestido dançar loucamente.

— Ah! Meu bom Senhor… — exclamou Aline, tentando baixar a veste em vão.

As rosas balbuciaram, sussurraram, riram. Eram palavras indistinguíveis, contudo, possuíam certo tom gentil.

— O que é isto? — disse a garota, surpresa e curiosa.

Tocou em uma das flores, que se retraiu rapidamente, escondendo-se atrás das folhagens.

— Meu Deus… Parece viva!

— E de certo está, senhorita.

Aline levantou sua cabeça. Diante dela se encontrava um estranho homem, coberto por uma capa negra, que escondia suas roupas. Retirou a enorme cartola que usava e disse:

— Não tenha medo, não irei te fazer mal.

Seus olhos eram esbugalhados e sua cor do mais puro verde. Seu sorriso cativante e sua fisionomia elegante conquistaram a bela jovem.

— Não tenho medo — disse por fim. — Apenas curiosidade. O que faz aqui?

— Eu moro aqui. Há muito tempo, se me permite comentar.

— No convento? Eu nunca te vi por aqui…

— Não, não. Aqui, neste maravilhoso mundo. Sou o dono disto tudo — falou erguendo os braços, indicando todo o viridário.

— Não seja tolo! Como pode mandar aqui? Este jardim é propriedade da igreja.

— É isso que você pensa — disse ele, rindo.

Aline sentiu um leve calafrio subindo pela espinha ao encarar aquele gigante. Desviou o olhar para as flores e passou a observá-las. Eram belas e exuberantes, de cor vívida. Nunca tinha notado isso antes.

— Lindas, não concorda?  — Sim…

Alisou uma, que retribuiu seu gesto. Entretanto, um movimento brusco da rosa fez-lhe uma ferida na mão, deixando seus espinhos levemente ensanguentados.

— Ai… — sussurrou.

O misterioso homem se aproximou e pegou gentilmente a mão de Aline.

— Você gostaria que a dor fosse embora?

— Sim…

Abriu um largo sorriso e retirou do bolso um pó. Era cor de rosa e brilhava muito. A jovem ficou impressionada com a beleza daquele remédio.

— A dor logo vai embora… Não se preocupe… Será rápido.

— Tudo bem — respondeu ingenuamente.

Jogou aquela poeira brilhante no corte e deu um beijo na testa da doce garota. O machucado começou a se fechar, deixando somente uma leve cicatriz.

— Como você fez isso? 

— Mágica.

— Sério? Eu pensava que isso existia somente nos livros… Nas ficções, sabe?

— Não, senhorita. Muito pelo contrário, a magia está presente em tudo e foi a arquiteta dessas histórias.

— Nossa…

O sino badalou novamente. Era a última chamada.

— Eu tenho que ir… — falou Aline, passando pelo homem. As punições pelo atraso eram severas.

— Espere! — exclamou o homem enquanto agarrava seu fino braço. — Espere… Eu tenho um presente para você.

— E o que seria?  — Este perfume.

Retirou um frasquinho vermelho da capa.

— Vá… Experimente!

Aline pegou o vidrinho e o examinou. Era de uma estrutura elegante, quase luxuosa. Um líquido azul brilhava em seu interior, causando sensações maravilhosas na garota.

— Experimente!

Desatarraxou a tampa e sentiu a fragrância que escapou do vidrinho.

— Meu Deus… Que maravilhoso!

O elegante homem não desviava o olhar, ansioso. Aline derramou um pouco do perfume nos dedos e passou no pescoço. Dezenas de sentimentos preencheram sua mente, parecia estar sonhando, voando por entre as nuvens.

— Que fragrância estonteante. Qual o seu nome?

— “Rosas Também Choram” — falou enquanto abria um largo sorriso, maior que todos os anteriores.

— Que nome estranho… e antiquado…

Aline começou a ficar tonta, cambaleou para o lado e iria cair no chão se o homem não a segurasse.

— O… que está… acontecendo…?

A menina não conseguia falar direito, sentia-se fraca.

— Não vai demorar… A dor logo passará.

— Como assim…?

Havia algo se mexendo dentro de seu corpo. Sentiu uma dor intensa no braço. Passou a mão no local e sentiu alguma coisa.

— Meu Deus… O que é isso?

Algo furou sua pele e saiu ao crepúsculo. Era um caule espinhoso.

— Ah! — gritou a pobre garota.

— Calma… Calma… — sussurrou o homem.

Aline sentiu várias perfurações pelo corpo. Quando se deu conta, estava coberta de rosas. O sangue era absorvido pelos talos, evitando assim que o chão ficasse manchado. Olhou suplicantemente para seu torturador, que apenas disse:

— Está quase no final. Aguente mais um pouco.

As rosas começaram a rodear o delicado corpo de Aline. O sangue descia e sumia lentamente pelos caules espinhosos. Duas grandes rosas saíram de seus olhos, destruindo-os. Logo em seguida, pelas outras cavidades.

O homem deitou-a no chão e ficou quieto enquanto a observava, numa espécie de contemplação. A dor começou a sumir. Sentiu-se melhor. Entretanto, não conseguia se mover.

— Sabia que as mais belas rosas são produzidas a partir de lindas garotas? Suas almas são puras e singelas. E é exatamente isso que lhes confere tamanha beleza.

Tentou falar algo, mas não tinha mais boca.

— Não se preocupe, logo você irá se adaptar ao seu novo corpo. E tenho uma notícia maravilhosa: você viverá para sempre!

Agachou-se e abraçou a enorme roseira. Colocou-a em um grande vaso e ajeitou-a em um canto.

— Depois de um tempo, você conseguirá produzir alguns sons. Não será capaz de pronunciar palavras, no entanto, poderá transmitir sensações e sentimentos. Por enquanto te deixarei neste canto, até acostumar-se com tudo isso. Sabe, aqui todas elas choram, assim como você. Mas logo entenderão a essência de ser uma rosa. São puras e perfeitas, simples assim. Não há existência mais bela no mundo. Espero que você se acostume logo… Você é especialmente magnífica e terá um lugar especial no jardim!

O homem despediu-se, acenando a cartola, e sumiu jardim adentro, deixando Aline sozinha, a chorar junto com suas novas amigas.

Sobre Fabio Baptista

Avatar de Desconhecido

22 comentários em “Rosas Também Choram (Fabio D’Oliveira)

  1. Bia Machado
    16 de dezembro de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Oi, Fabio, agora que encerrou a liga estou fazendo a leitura e comentário dos textos que ainda não li esse ano. Seu conto me parece apostar em um tom mais poético e sentimental, mas a execução pode não ter agradado a todos. A narrativa tende a carregar nas emoções e nas imagens simbólicas, o que pode soar exagerado ou distante. Para mim, a leitura não fluiu tão bem: senti que o texto queria provocar impacto, mas a forma como isso é construído acabou me afastando em vez de envolver. Ainda assim, dá para perceber que há intenção estética e um cuidado com a atmosfera, mesmo que o resultado não tenha funcionado tão bem no meu gosto pessoal. É isso. Muito obrigada pela leitura.

  2. Thiago Amaral
    31 de março de 2025
    Avatar de Thiago Amaral

    Estou aproveitando a ressaca do desafio pra ler alguns contos que passaram batido pra mim, como esse, que era meu adversário, rs. Escolhi ler esse por causa de uma imagem em IA que fizeram no grupo, com uma menina se transformando numa rosa. Há spoilers que vêm para o bem. E também porque eu queria conhecer o Fabio D’Oliveira, que só conhecia do conto que ele escreveu junto com o Thales e o Leandro.

    Bom, o conto é bastante simples, e esse é um dos motivos pelos quais é comparável com fábulas e contos de fadas. Não temos grandes complexidades, motivações ou construções de personagens. A garota é uma donzela em perigo, o rapaz é mau pra cacete, ocorre uma tragédia e é isso aí, preto no branco. Ficamos curiosos pra saber um pouco mais, mas não tenho certeza se ajudaria muito. Só sei que o cara de cartola é até que interessante.

    O Luis Guilherme até fez uma ligação simbólica e atribuiu bastante significado à história, mas não sei se era a intenção do autor. Se era, ficou mais como trabalho do leitor, já que o texto de forma alguma alude a algum significado mais profundo. Eu teria que QUERER dar algum significado à história, e ativamente pensar em um. De qualquer forma, o pensamento do Luis é bastante adequado e enriquece o conto.

    Discordo total do Anderson (kkk) quanto à questão da beleza. Acho que o terror e a beleza combinam sim, de forma bastante desconcertante. Os dois elementos juntos formam uma transcedência incômoda, em que ficamos confusos se admiramos ou sentimos repulsa pela natureza, ou pelo mundo. Isso é bastante explorado em algumas obras (só não me pergunte quais). Mas a mistura nesse conto em particular me lembra obras japonesas, como coisas do Junji Ito, ou filmes de torture porn como Guinea Pig (que nunca assisti, mas que parecem ter algum prazer estético no horror extremo, apesar de história nenhuma). Mas principalmente Junji Ito, já que o objetivo é apreciar mesmo uma cena de terror por si mesma, ao invés de procurar por alguma significado ou história mais complexa. Eu particularmente não escreveria algo assim, mas é um objetivo totalmente válido.

    A essa altura, alguém que porventura lê esse comentário pode estar se perguntando se eu gostei ou não do conto, afinal de contas. E a resposta é sim, gostei. No entanto, para fins de desafio, acredito que seria simples demais para competir com os outros. Sim, o Fabio pode reclamar e dizer que seu objetivo não é competir, e então ficaria tudo bem. Mas achei bom mencionar, vai que ele quer…

    Achei o texto ótimo, mas vale a pena mencionar um probleminha: em

    “Seus olhos eram esbugalhados e sua cor do mais puro verde”,

    achei que o cara de cartola era verde por um momento! E percebi que a Mariana também pensou. Deslize de revisão que muda bastante as coisas e poderia ser facilmente solucionado.

    Bom, é isso. Legal conhecer o trabalho do Fabio. Fiquei com vontade de ler mais coisas dele.

    Até mais!!

  3. Thales Soares
    29 de março de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Considerações Gerais:

    Esse conto tem uma ideia bastante interessante, com um tom de conto de fadas sombrio que remete a autores como Neil Gaiman.

    A atmosfera é boa. O cenário do convento, o jardim de rosas, o tom encantado e sinistro do “Homem de Cartola”, tudo isso compõe um universo bastante promissor.

    A ideia central, de transformar moças em flores, é macabra e poética, um bom contraste entre beleza e horror. Há uma tentativa sincera de construir uma fábula perversa com lirismo e crueldade, o que é um estilo narrativo bastante válido.

    ***

    Pedradas:

    Pra dizer a verdade, não vi muitos pontos negativos. O conto é bastante fluido e divertido. A única coisa que devo citar é a forma um pouco frágil com a qual o tema foi abordado. Para mim, consta como dentro do terror, já que aborda esse aspecto mais sombrio de contos de fadas antigos. Mas creio que muitas pessoas virão apedrejar e dizer que não se encaixou tanto no terror tradicional.

    ***

    Conclusão:

    Um conto com boa ambientação e uma ideia criativa. Gostei bastante do estilo narrativo, que demonstra uma habilidade de escrita bastante admirável do autor(a). A forma como o leitor é conduzido de forma leve e fluida ao longo da narrativa também é um ponto de destaque. O tema aqui é abordado de forma frágil, pois apenas tangencia o terror… mas nada que tire o brilho do conto.

  4. jowilton
    29 de março de 2025
    Avatar de jowilton

    Bom conto. O texto narra a história de Aline, uma menina de família humilde, que é crida por uma igreja, onde são preparadas para serem verdadeiras damas e se guardarem para um nobre. No entanto, seu fim é trágico.´

    A narrativa é boa, a leitura flui bem. Os diálogos são bem construídos, dando veracidade a ingenuidade de Aline. Achei criativo esse lance de um jardim feito de meninas transformadas em roseiras, Bom impacto.

    Boa sorte no desafio.

  5. Pedro Paulo
    29 de março de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    COMENTÁRIO: A ótima execução de uma fórmula não tira o aspecto de estar lendo uma fórmula. Lembra-me um curta-metragem de uma garotinha que avista uma boneca idêntica a ela mesma em uma loja, entrando para investigar e sendo encapsulada para se tornar a própria boneca, como tantas outras menininhas antes dela. Executa-se a mesmíssima história com uma nova roupagem. Rosas em um viridário. Mas se trabalha bem a premissa. O texto é limpo, bem distribuído em nos apresentar a sua personagem e as circunstâncias em que está, com uma ambientação suavemente estabelecida em um contexto fantástico de reinos e casamentos arranjados. A cadência dos diálogos é perfeita, por meio dos quais se sente a tensão do homem se aproveitando da ingenuidade da donzela, num clássico acordo implícito com o diabólico… então se sente a angústia, mas se sabe para onde está indo. Conto muito bem escrito, de toda forma.

  6. Marco Saraiva
    28 de março de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    Este conto parece uma fábula antiga, aquelas histórias rápidas que contam na cama antes de as crianças irem dormir, ou ao redor da fogueira. A trama é bem ingênua, assim como a personagem principal, Aline. Não entendi quantos anos ela tinha na história mas pelo comportamento, deveria ter menos de dez, tamanha a ingenuidade da menina. Mas pela narrativa parecia que tinha muito mais, o que cria uma discrepância estranha.
    A escrita é simples e efetiva, mas por vezes carece de um pouco de emoção e atenção. Por exemplo, no trecho abaixo:

    “Aline pegou o vidrinho e o examinou. Era de uma estrutura elegante, quase luxuosa. Um líquido azul brilhava em seu interior, causando sensações maravilhosas na garota.”

    O que é algo “quase luxuoso”? Este tipo de comparação não leva a mente do leitor a lugar algum. Ou algo é luxuoso, ou é outra coisa. Belo, rico, chique, pobre, feio. Mas não “quase” alguma coisa. E o que são “sensações maravilhosas”? Para mim, estas são apenas palavras. Ela sentiu sensações sexuais? Calafrios? Prazeres diferentes?

    Muito neste conto pede uma descrição mais ampla, mas ele fica devendo este envolvimento emocional, optando por uma abordagem mais crua. Isto, unido à trama que carece de expansão (por que rosas? Quem era o homem?), faz o conto perder um grande potencial.

  7. Luis Fernando Amancio
    28 de março de 2025
    Avatar de Luis Fernando Amancio

    Olá, Homem de Cartola,

    Seu conto é um terror com desfecho trágico, assim como o romance que a personagem Aline lê. O terror nele está tanto no elemento sobrenatural, o homem com a capa negra, como no fim da pobre donzela, que coloca o nariz onde é chamada.

    Sua narrativa se desenvolve bem. Tem uma estrutura clássica de introdução, desenvolvimento e conclusão. 

    A escrita é simples, o que não é um problema. Eu entendo a leitura como uma experiência estética e acredito que você pode ter mais zelo na construção das frases. Por exemplo, evitar informações redundantes, como “Toda a sua infeliz vida se resumia a isso: oração, leitura, mais reza e cama”. Uma vida resumida a oração, leitura, reza e cama é infeliz por si só, você não precisa afirmar isso no início da frase. Deixe o leitor tirar suas conclusões.

    Há sempre muitas informações, advérbios e adjetivos, isso  acaba infantilizando o leitor, como se ele só pudesse ter a compreensão que você quer que tenha. O excesso de informações também causa conflito de significados: “O homem despediu-se, acenando a cartola, e sumiu jardim adentro, deixando Aline sozinha, a chorar junto com suas novas amigas.” Aline ficou sozinha ou junto das novas amigas?

    Boa sorte no desafio.

  8. danielreis1973
    27 de março de 2025
    Avatar de danielreis1973

    Comentário inicial (válido para todos os contos):
    Prezados participantes: este meu comentário NÃO É UMA CRITÍCA, É A MINHA IMPRESSÃO PESSOAL sobre o seu conto – e não é sobre você, como escritor ou ser humano!  Espero que os comentários possam ajudá-lo a aprimorar sua história ou sua escrita, num sentido mais amplo. Outra coisa é que não está sendo fácil é comparar os contos participantes, já que apesar do desafio estar  restrido a DOIS TEMAS (que inclusive tem fronteiras tênues, e às vezes se misturam entre si, em diferentes proporções), as diferenças dos gêneros literários escolhidos pelos participantes tornam muito difícil dar um valor absoluto entre os contos, quando colocados lado a lado. Então, o melhor humor não tem o mesmo efeito que o melhor terror, e um terror com elementos realistas pode ter um efeito mais impactante para mim que um horror com elementos de fantasia ou ficção científica – por isso, digo que é MINHA IMPRESSÃO, ok? As notas não representam “média para aprovação”, mas O EFEITO FINAL que me causaram.

    Dito isso, vamos ao:

    COMENTÁRIO ESPECIFICO:

    LOGLINE: uma jovem donzela, morando num convento de freiras, é abordada no jardim das flores por um homem misterioso que dá a ela uma poção misteriosa para curar as feridas dos espinhos, que a transforma em uma roseira falante.

    TEMA ESCOLHIDO: Terror (baixos teores).

    PREMISSA: Não aceite presente de estranhos – o mal retratado nas fábulas e contos de fábulas em seu mais puro exercício.Porém, ao contrário da maioria das fábulas, não há aparente motivação para o mal ser exercido (vingança, domínio, aniquilação).

    TÉCNICA E ESTILO: técnica simples, por vezes com boas construções poéticas e descrições, ajuda na construção do ambiente proposto. Acho que o conto, por ser curto, teve um desenvolvimento um tanto simples, principalmente no desdobramento da história.

    EFEITO FINAL:  razoável, ainda que a história não tenha exatamente me fascinado, está adequadamente apresentada e bem clara.  Acho que poderia ganhar bastante se contasse um pouco mais sobre a razão da maldade ou sobre o que poderia ter acontecido após – a redenção, convencionada nos contos de fada.

  9. claudiaangst
    26 de março de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Para este desafio, utilizarei o sistema de avaliação TERRORIR:

    T(ítulo) — ROSAS TAMBÉM CHORAM — Faz referência à música de Cartola – As Rosas não falam? 🌹🌹🌹😭

    E(nquadramento ao tema) — Terror de conto de fadas.😱🧚

    R(azão de gostar do conto) — Texto curto, de leitura fluida e sem entraves. Narrativa leve, mesmo apresentando um final mais tenebroso.

    R(evisão) — Repetição de palavras como “aqui” (contei 4 seguidas). Abusou um pouco das reticências ao invés de empregar vírgulas.

    O(utras questões técnicas) — A linguagem empregada é simples, clara, sem rebuscamentos. Parágrafos curtos, diálogos que agilizam a leitura.

    R(azão de desgostar do conto) — O vilão talvez seja um tanto caricato, um pouco como o Chapeleiro Maluco. Faltou um pouco mais de terror nesse personagem. 🎩

    I(ntesidade da narrativa) — A intensidade da narrativa fica por conta da metamorfose de Aline em uma roseira.👩👑🥀😭

    R(esumo da ópera) — Rosas Também Choram é um conto em tom de fantasia,  carregado de simbolismo comum aos contos de fadas, com uma pitada de horror gótico. O personagem homem da cartola deve ser uma homenagem ao compositor Cartola.🌹🎩😬

    Parabéns pela sua brilhante participação no desafio e boa sorte!

  10. Mauro Dillmann
    26 de março de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    Um conto interessante, que proporciona leitura fluida.

    Uma jovem, um convento, um homem de capa e cartola (seria um exu?) e rosas humanizadas.

    Acontece que o conto não me passou qualquer emoção de horror.

    O final talvez tenha ficado um pouco apressado, ou, então, faltou algum elemento surpresa.

    Referência à música de Cartola é totalmente evidente.

    Parabéns!

  11. leandrobarreiros
    25 de março de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Olá, autor!

    Nossa, que conto criativo! Eu adoro a ideia e mistura de plantas com terror. Isso é algo super raro (imagino que porque é difícil de realmente conseguir fazer isso), mas você se saiu muito bem na parte do terror e da transformação.

    Minhas críticas ficam mais sobre a primeira parte. Enquanto sobra originalidade na segunda, a primeira me soou tão… genérica e artificial. Talvez fosse essa a ideia, passar uma atmosfera de conto de fadas para subverter as expectativas, mas acho que isso podia ser um pouco melhor feito.

    No mais, você têm uma joia a ser lapidada aqui. Parabens!

  12. Amanda Gomez
    25 de março de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Gostei da originalidade do seu conto, esse ar místico e fantasioso. Quando li o título, não imaginei que seria algo literal. O tamanho do conto foi um refresco também.

    Temos aqui a história de um lugar onde jovens, na flor da idade, vão para se preparar para um casamento. Esse plot é bem usado, e senti falta de uma explicação mais rica sobre esse lugar e como funciona esse sistema. Talvez, se tivesse uma chegada menos abrupta do homem, não soasse tão estranha. Pelo fato de serem, em sua maioria, meninas pobres, dá a entender que o sumiço delas não faria tanto alarde.

    Me questionei sobre o tempo em que se passa a história. Acredito que seja uma fantasia de época, certo?
    Como o conto é de terror, senti falta de mais detalhes. Acho que o autor perdeu uma boa oportunidade de enriquecer esse terror com os detalhes da transformação. Acabou se tornando algo muito mais inusitado e mágico do que propriamente aterrorizante. Mas, de todo modo, achei a ideia boa, e a angústia das rosas que choram ficou bem desenhada. O sentimento de claustrofobia e impotência está presente, embora sutil.

    No fim, acaba faltando algo mais para deixar o conto mais redondo. Olha eu elogiando o conto curto, mas reclamando do desenvolvimento… Talvez tenha ficado aquela sensação de “quero mais”, de “preciso entender melhor”. Isso é um ponto muito positivo, apesar dos poréns.

    Parabéns pelo texto.
    Boa sorte no desafio!

  13. MARIANA CAROLO SENANDES
    24 de março de 2025
    Avatar de MARIANA CAROLO SENANDES

    Técnica: O autor busca uma linguagem mais rebuscada, com palavras como viridário e consegue manter o seu ritmo. O conto é uma fantasia, podia se passar na Idade Média, assim o nome Aline acaba soando moderno demais no texto. Não é algo que chega a atrapalhar, mas tira um pouco da “imersão” que a linguagem e as descrições trazem. Quando o plot acontece, ele acaba e deu. Isso é um pouco decepcionante, sugiro o autor desenvolver o depois do conto. 1/2

    Criatividade: A transformação das rosas está muito bem descrita, mas não chega a causar medo. Parece um encantamento que será quebrado pelo príncipe mencionado na narrativa. A criatura verde e dona do campo possui um potencial grande para um conto de terror, uma figura meio vitoriana e assustadora. Porém, repito, o conto é uma fantasia. 1/2

    Impacto: Me senti lendo um conto de fadas e torço para que Aline seja salva, ou se salve, saia do convento e seja feliz. Mas não senti medo ou diversão 0,5/1

  14. andersondopradosilva
    23 de março de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    ROSAS TAMBÉM CHORAM se pretendia um conto de terror, mas quase conseguiu se tornar um conto sem os temas do desafio. Foi apenas na releitura que consegui me sentir aterrorizado pela ideia da impotência de alguém que se vê transformado em uma roseira. De qualquer maneira, acho que, no esforço de transmitir alguma ideia de beleza, o autor acabou esmaecendo o efeito do terror. É que a beleza é um conceito um tanto quanto estranho ao terror, na verdade, a beleza é a própria antítese do terror. ROSAS TAMBÉM CHORAM faturou a nota 1,6 e a última posição em minha lista.

  15. Leandro Vasconcelos
    22 de março de 2025
    Avatar de Leandro Vasconcelos

    Legal este conto. Lembrei da imortal composição de Cartola, “As rosas não falam”. Foi a inspiração? Porque, neste conto, parece que aquela música é transposta a um breve roteiro de terror. Uma moça que é transformada em rosa, exalando o perfume que ganhou do homem misterioso, o qual, é claro, vem trajando com uma cartola! Boa! Gostei.

  16. Luis Guilherme Banzi Florido
    18 de março de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Ola, amigo(a) entrecontista! Tudo bem por ai? Esse conto faz parte das minhas leituras obrigatórias.

    Resumo: a historia do encontro entre uma garota inocente e um homem que a transforma numa rosa. Mas não é fofo como isso soa.

    Comentário geral: esse conto é muito bom! Dos que li ate agora (uns 13) é um dos melhores. Os dialogos são otimos, os dois perosnagens sao cativantes e reais. Da pra acreditar na conversa entre eles, que é muito natural e fluida. O autor(a) utiliza uma narração fluida e rapida, conduzida principalmente por meio de dialogos e paraghrafos curtos, o que da a sensação de que a historia passa voando (o que é favorecido pelo fato de ser um conto bem curto). Alias, esse é outro merito seu: escrever tanto em tão pouco espaço.

    Imagino que esse conto vá ter varias pessoas reclamando sobre tema. Vao dizer que nao é terror, de que eu discordo veementemente. É um ótimo terror, e todos os elementos estão ali. “Ah, mas nao senti medo”. Sinceramente, nao sinto medo lendo nada faz muito tempo, desapeguem kkkkk. Temos aqui muitos elementos que causam desconforto no leitor.

    Alem disso, o conto também é metaforico e simbolico. Aquele homem representa a igreja, controlando a vida daquelas jovens, que devem ser belas como rosas, e cuja unica existencia é agradar aos jovens nobres que vao visitar o convento. Aquele homem, uma especie de demonio, ilude e atrai as jovens para a armadilha da qual nunca vao escapar: uma vida vazia, servindo apenas de decoração na vida de algum nobre ou principe velho e gordo. É bem asqueroso pensar assim, o que contribui para a sensação de terror que o conto propoe. Só porque ele nao chega ao horror, nao quer dizer que nao seja um terror.

    Adorei as mensagens tratadas de forma sutil no conto, sobre a exploração da beleza daquelas jovens, belas rosas chorando em vidas vazias definidas por maridos provavelmente muito escrotos, assim como aquele galanteador. Adorei (não o destino da pobre protagonista) seu conto.

    Sentimento final como leitor: muito satisfeito.

    Recomendação do meu eu leitor: nada, acho que nao seria capaz de escrever algo tao bom, entao nao vou ficar dando palpite.

    Conclusão: fui visitar um convento onde o judas perdeu as botas e saí triste e aterrorizado pelo destino tragico daquelas belas rosas, chorando sozinhas enquanto esperam algum nobre vir admirra-las e usa-las como decoração.

  17. Priscila Pereira
    18 de março de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Sr Autor! Tudo bem?

    Talvez esse seja mais um comentário sem sal, do jeito que vc ama 🤭 mas eu esperava mais de você em um desafio de terror. O texto não é ruim, longe disso, mas um pouco ingênuo no contexto do desafio. Você tem potencial para escrever coisas muito doidas e incríveis, mesmo com pouco tempo e talvez nenhuma vontade.

    Sobre o conto em si eu gostei bastante, é elegante, com um terror sutil, mas bem desenvolvido. No final, com a roseira brotando dela e rasgando seu corpo, seus olhos, sua boca e tudo o mais, é realmente bem incômodo de ler. A cena toda cria uma imagem bem legal do conto, primeiro imaginei quase uma princesa da Disney (até li as falas dela com a voz de princesa), depois aparece o vilão de cartola e já notamos que algo não está bem quando as flores parecem vivas..depois quando ela se transforma em uma roseira, é o ponto alto do conto, pena que logo vem o final.

    É bem criativo e bonito, triste e meio macabro.

    Não tenho sugestões para você, Sr Autor, desculpe pelo comentário morno.

    Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio!

    Até mais!

  18. Antonio Stegues Batista
    18 de março de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    A história de um homem misterioso, um bruxo, ou mago, que transforma donzelas em flores, rosas especialmente. O conto é simples e curto, não há muito o que analisar. Me pareceu uma história para leitores infanto/juvenil. O início dá a impressão de se desenvolver para uma história de capa e espada, ou seja, gênero Fantasia, um drama com príncipes, donzelas e dragões, inserindo cenas de terror. Há terror, já que a menina se transforma em planta, mas é um terror bem fraquinho, como aquele nos contos dos Irmãos Grimm.

    ENREDO – Bom

    ESCRITA – Boa.

    FRASES – Algumas frases clichês

    PERSONAGENS – Bem construídos.

    DIÁLOGOS – Bons

    AMBIENTAÇÃO – Bem descrita.

    IMPACTO – Fraco

  19. Kelly Hatanaka
    17 de março de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Oi  Homem de Cartola.

    Antes, um aviso geral: li seu conto com toda a atenção e cuidado e meu comentário, abaixo, expõe minha opinião de leitora, com todas as falhas que tal opinião possa ter. Os quesitos que uso para a pontuação são: Tema, Escrita e Enredo, valendo 2 pontos cada e Impacto, valendo 4. Parabéns pela participação e boa sorte no desafio!

    Tema

    Dentro do tema terror.

    Escrita

    Muito boa, correta, bem revisada. Uma narrativa clara e direta, que conta a história de forma fluida.

    Enredo

    Uma ideia simples, bem conduzida. Uma moça que mora no convento é transformada em roseira por um ser mágico. Não há muitas explicações sobre por quês e, embora não façam falta, pois a história, tal como está, está redondinha, poderiam acrescentar a uma narrativa já muito boa.

    Impacto

    É uma boa história, bem contada e gostosa de ler. Mas ela poderia ser mais complexa, trazer mais elementos. Penso que havia espaço para tal. Está muito bom como está, de fato. Mas, poderia ter mais a dizer. A qualidade da escrita dá vontade de ler mais.

  20. Gustavo Araujo
    15 de março de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    O texto tem um quê de fábula, de conto de fadas, desses que os irmãos Grimm escreveram originalmente, que flertam com o terror. É simples em seu desenvolvimento e no uso de palavras. Não há arroubos retóricos nem nada do tipo. A personagem principal é plana e unidimensional, estando ali tão-somente para catalisar o momento de terror imposto pela maldição das rosas, capitaneada pelo tal homem da cartola.

    O texto entrega o que se propõe. É competente para gerar o suspense e tampouco indica, antes, o que irá acontecer. É algo positivo, claro, mas sua pouca profundidade não permite que seja nada além disso, um momento de diversão fugaz.

    Não sei até que ponto o homem da cartola era realmente necessário, já que a força do texto está na transformação da garota em planta, nessa maldição. A presença do sujeito me pareceu intrusiva, apenas para dar explicações que, na verdade, não eram necessárias, já que o próprio desenvolvimento da narração permitiria ao leitor chegar às conclusões. Além do mais, sua figura me trouxe à mente o Willie Wonka, quebrando o clima totalmente…

    De todo modo, não dá para dizer que é um conto ruim. Pelo contrário, como disse, é um bom texto, que poderia figurar nesses livros de terror juvenil.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

    Nota: 3,0

  21. José Leonardo
    15 de março de 2025
    Avatar de José Leonardo

    Olá, Homem de Cartola.

    Tendo em vista as minhas limitações técnicas para apreciar melhor o seu conto e de modo a tentar esquentar meus comentários que acho um tanto insossos, decidi convocar, por meio de um ritual de fervura de miojo de tomate com leite coalhado e digitação de Zerinho-um no MS-DOS, a FRIACA® (Falsa Ruiva Inteligente Auxiliar para Comentários e Avaliações) para me ajudar nessa bela empreitada e proporcionar a melhor avaliação possível acerca do seu texto (dentro da minha perspectiva de leitor).

    FRIACA: Do que se trata o conto?

    R.: Aline, uma órfã criada num convento para futuro (e ainda incerto) marido, conhece o homem de cartola que se diz dono daquele jardim e lhe apresenta uma poção mágica. No começo “parece tudo flores”, mas logo Aline se depara com uma situação terrível…

    FRIACA: Como você vê a narração, o estilo, a estrutura, a técnica?

    R.: Bem escrito. Remete às fábulas que ouvíamos quando criança (a prosa vai nesse sentido, e isso é um elogio, autor(a), sem diminuir o vigor do seu texto). Na verdade, uma fábula sem moral da história e sem justa medida do castigo ou de graça concedida, posto que Alice parece uma vítima escolhida ao acaso (stalkeada pelo homem de cartola, talvez, mas isso seria elemento pré-narrativa do conto, e não vem ao caso). Um tiro curto, ainda que não seja um conto tão curto. Um desenvolvimento satisfatório, sim. Está tudo ali, satisfaz o leitor (pelo menos a meu ver). Tentar conjeturar motivos e explicações seria matéria de conto adicional.

    Por outro lado, pode ser que o ocorrido com Aline seja consequência de sua curiosidade em meio a um mundo rotineiro e sem brilho. Mas ainda penso na protagonista como uma pobre vítima.

    FRIACA: E quanto à adequação ao tema, à criatividade e ao impacto?

    R.: Adequado ao terror (o papel do homem de cartola na história, espécie de falso auxiliador, digamos, lobo em pele de cordeiro – ou alguém que só está cumprindo seu papel, item do inventário de seu universo mágico e desconhecido?). O começo me pareceu levemente inspirado em Alice no País das Maravilhas tanto pelos elementos de fantasia, pelo sujeito de capa negra (cujo sorriso me remeteu ao Gato de Cheshire) quanto à homofonia Alice-Aline. Considere-se também que Aline está com receios para adentrar em um “mundo novo”, posto estar vivendo num “convento-casadouro”. 

    FRIACA: Indo um pouco mais a fundo nesse particular e apesar do aspecto subjetivo do que a história pode causar no leitor, é um conto para dar risadas ou aterrorizar-se?

    R.: A situação começa com um tom leve mas, quando terminamos a leitura, estamos execrando o homem de cartola e lamentando o triste destino de Alice (será tão triste assim? Sim, sim).

    FRIACA: Qual sua posição final sobre esse conto?

    R.: Achei agradável e triste, portanto, gostei! Ao final estava imaginando o homem de cartola como uma versão sombria do Tiny Tim e, na minha cabeça, a história termina com o homem de cartola mandando ver no ukulele:

    Tiptoe through the window

    By the window, that is where I’ll be

    Come tiptoe through the tulips with me

    Oh, oooooohhhhw, tiptoe…

    Parabéns pela estória e boa sorte neste desafio.

  22. Givago Domingues Thimoti
    14 de março de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    Rosas Também Choram (Homem de Cartola)

    Bom dia, boa tarde, boa noite! Como não tem comentários abertos, desejo que tenha sido um desafio proveitoso e que, ao final, você possa tirar ensinamentos e contribuições para a sua escrita. Quanto ao método, escolhi 4 critérios, que avaliei de 1 a 5 (com casas decimais). Além disso, para facilitar a conta, também avaliei a “adequação ao tema”; se for extremamente perceptível, a nota para o critério é 5. Caso contrário, 1 quando nada perceptível e 2,5 quando tiver pouco perceptível. A nota final será dada por média aritmética simples entre os 5. No mais, espero que a minha avaliação/ meu comentário contribua para você de alguma forma.

    Boa sorte no desafio!

    1 – ruim 😓 / 2- abaixo da média😬  / 3- regular,acima da média,   😉/ 4- bom 😇/ 5- excelente!🥰

    Critérios de avaliação:

    • Resumo:

    Rosas também choram é um conto de TERROR fantasioso, que nos apresenta Aline, uma jovem moça que vive num convento e, durante seu passeio para fugir/evitar as atividades religiosas, encontra um homem misterioso no jardim de rosas.

    Logo, nota 5!

    • Pontos positivos e negativos: 

    Positivo: construção de imagens lúdicas/ uma mudança brusca (e muito boa e bem vinda no terror) de clima, um plot-twist interessante

    Negativo: ao mesmo tempo que o plot twist é bom, ele é meio visto a algumas linhas de distância/ clichêszin de escrita (ou frases prontas) que a gente sempre lê por aí (“A vida de Aline nunca mais seria a mesma”/ “gritou a pobre garota”…)

    • Correção gramatical – Texto bem (mau) revisado, com poucos (muitos) erros gramaticais. 4,5

    O texto está correto gramaticalmente. O que arrancou alguns décimos foram algumas reticências em excesso para marcar as pausas nas falas das personagens e um espaço que não foi dado entre os diálogos (— Lindas — Sim). Coisas de detalhes. 

    • Estilo de escrita – Avaliação do ritmo, precisão vocabular e eficácia do estilo narrativo. 2,5

    Nesse ponto, eu tenho as minhas questões. É uma escrita boa, simples, que, como eu falei anteriormente, consegue criar um universo lúdico. Ou pelo menos fazer uma alusão boa a esse universo dos contos de fadas. 

    Pessoalmente, acho que poderia ter tido um pouco mais de refino nesse quesito. A sensação que tive, depois de refletir, é que embora a gente consiga visualizar o jardim de rosas, acho que faltou um pouco mais de descrição. Até porque, nessa descrição, acho que você conseguiria colocar mais detalhes que acentuassem sinais de que tinha algo errado nesse jardim. Que embora fosse belo, havia algo estranho por trás de tudo aquilo. Do jeito que li, quase que por 100% do tempo, a escrita está bem ingênua.

    No mais, eu acho que a escrita simples também foi prejudicada por alguns clichês.

    • Estrutura e coesão do conto – Organização do conto, fluidez entre as partes e clareza da construção narrativa. 5

    Aqui não tenho nem o que comentar. Conto com ideias organizadas, claras e que não deixam o leitor com uma pulga atrás da orelha (o que pode ser negativo em um conto de terror). 

    • Impacto pessoal – capacidade de envolver o leitor e gerar uma experiência memorável – 3

    Pessoalmente, eu gostei. Embora eu tenha achado um conto muito competente, com uma condução muito bem feita e aquele ar de conto de fadas bem construído e, posteriormente, desconstruído com o plot twist, não vai ser uma história que vou guardar no coração.

    O que diminuiu o impacto para mim, pelo menos, é que o ar ingênuo do início do conto parece perdurar por muito tempo e deixa “doce” demais o conto, até mesmo o final. Talvez tenha faltado refinar um pouco melhor as construções desse conto. Em que sentido? Talvez deixar ele com mais pistas que há algo de estranho naquele jardim de rosas, não deixando apenas o espetar da rosa como se fosse um sinal de que há algo errado ali.

    O final também ficou explicadinho demais. 

    Mas, no geral, achei um bom trabalho. 

    Nota final: 4 😇

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Publicado às 9 de março de 2025 por em Liga 2025 - 1B, Liga 2025 - Rodada 1 e marcado .