Resultado EntreMundos – Desafio “Monstruoso Mistério Alternativo”

Olá, viajantes!

Entre monstros e mistérios, chegamos ao fim da segunda edição do nosso desafio alternativo. 🙂

E antes que nossos detetives saiam por aí correndo atrás de viúvas, vamos à revelação das autorias:

Nesse desafio não poderiam faltar nossos misteriosos e monstruosos prêmios alternativos:

Troféu Autoestima Monstruosa: Para Aline Cruz, que decidiu atribuir apenas uma nota dez – para si mesma. Não valeu para a classificação, mas vale para a autoafirmação.

Troféu Detetive do Acaso: Para Thiago de Castro, que não entendeu lhufas do regulamento, mas atirou no que viu, acertou no que não viu, e beliscou um lugarzinho no nosso pódio.

Troféu Sem Alternativa: Para Nelson Danilo, que não perdoou os contos fora da proposta do desafio e distribuiu notas zero.

Troféu A Maldição da Pérola Besta: Para Priscila Pereira, rainha absoluta das pérolas dos comentários. 😀

Troféu Smaug Banguela: Para Maquiam Silveira, que trouxe um dragão fofinho – pero no mucho – para o desafio.

Troféu Participante Alternativo: Para Pedro Paulo, que mais uma vez não escreveu, não avaliou, mas decidiu comentar alguns contos.

Troféu Dupla Dinâmica: Para todos os parceiros de investigação que se arriscaram em coautorias. Em particular, para Priscila Pereira, que se aventurou em duas!

Troféu Torresmo: Para o EntreMundos. Porque cada edição tem o meteoro que merece.

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E agora vamos ao pódio:

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Em quarto lugar – sim, vai ser um pódio de quatro lugares! -, alcançando 8,29 de média, temos Estação 71, de Priscila Pereira e Fabio D’Oliveira, a coautoria mais bem sucedida do nosso certame. Uma obra em conjunto que merece essa quebra de protocolo. Parabéns para nossa dupla!

Tinha medo. Não parecia um lugar seguro. Sentia que era observada, como se em qualquer porta do caminho, alguma coisa, ou alguém, pudesse aparecer de repente e machucá-la.

Temia a dor. Tinha muito medo dela. Trazia à tona memórias nebulosas de um passado distante. Sabia que alguém, ou algo, tinha lhe machucado profundamente, causando uma dor excruciante, mas, por mais que tentasse, não conseguia se lembrar de nada. E isso era ainda mais assustador.

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Chegando na terceira posição, com 8,53 de média, Cela 73, de Thiago de Castro, nosso Mr. Magoo, que ainda teve o requinte de crueldade de dizer que escreveu esse conto apenas para ter o direito de avaliar individualmente – e nem teve! Thiago, o protegido pelo acaso, leva para casa um exemplar de O Sincronicídio – Sexo, morte e revelações transcendentais, de Fabio Shiva, além do já conhecido ódio figadal – e raposal – da moderação. ❤

— Mas, onde entra a chacina de 73? Nada saiu no jornal, os corpos, como ninguém ficou sabendo?

— Você nasceu ontem, doutor? – Valdomiro se pôs a rir, enquanto o entrevistador encolhia os ombros – Naquela época, o que acontecia na cadeia ficava por lá. Que milico queria saber de dar na tv que tava morrendo gente esquartejada no xadrez? Se liga. Lá fora tava tudo lindo, e era isso que os jornais mostravam. 

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Faturando o vice-campeonato, com 8,60 de média, Felicidade Plus ™, do veterano entrecontista Rubem Cabral, em sua primeira participação no EntreMundos. Nosso dinossauro (mals, Rubão, não resisti) ganha um exemplar de A Forma da Sombra, de Fernando de Abreu Barreto.

As pílulas, esféricas como pérolas e igualmente nacaradas, eram idênticas às do medicamento original. Deveria reportar a fraude às autoridades e entregar o produto que se dizia “placebo”, que podia muito bem ser em verdade o princípio ativo do tal gás dos terroristas, porém não o fiz. Guardei numa gaveta e voltei a dormir.

Acordei e recordei-me do sapo, que parecia um mentor, um sábio. O doutor disse que tenho um desejo mórbido, talvez, de atirar-me à ruína. Preciso saber o que são essas pílulas e sei quem pode me ajudar.

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E o grande vencedor do certame, com 8,73 de média, O estúpido monstro da estupidez, do bicampeão Jorge Santos, o imbatível, que já se estabelece como uma lenda no EntreMundos. Jorge leva um exemplar da nostálgica antologia ! – Antologia de Contos Fantásticos, organizado por ninguém menos que Rubem Cabral, nosso vice-campeão. E assim nossos universos alternativos se cruzam. Essa frase não fez nenhum sentido, mas eu queria terminar de um jeito poético. 😦

Desconfiava que a alteração no comportamento do meu filho tinha a ver com o monstro, que via cada vez mais frequentemente em casa. Mais ninguém o via. Apenas eu. Tentei tirar-lhe uma fotografia, mas não saiu nada. Tentei falar-lhe, pedindo-lhe para que deixasse a minha família. O João, que estava a passar por nós nessa altura, fez-me um sinal de que eu estava a ficar maluco.

– Estou a ensaiar para uma peça do meu grupo de teatro – menti.

– Pois, pois, pai… – disse o João, antes de sair de casa.

Fitei o monstro e tentei empurrá-lo, mas as minhas mãos apertaram o vazio, o que era uma prova de que só existia na minha imaginação. Derrotado, voltei para a sala para acabar o meu livro. O monstro colocou-se atrás de mim com ar trocista e dali não saiu durante o resto da tarde.

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Lembrando que a premiação é cortesia da nossa parceira Editora Caligo.

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Abaixo a tabela geral de classificação. Lembrando que é possível clicar na imagem para ampliá-la e facilitar a visualização.

Todos os comentários estão liberados. Hora de conferir as opiniões sobre os contos. 🙂

Agradeço a todo os que participaram de mais uma jornada entre os mundos da literatura fantástica.

Nos vemos em breve.

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Bruno Raposa