[A3]
Permitam-me, em contrário,
ao pseudônimo corajoso,
ludibriar o cenário,
e escrever-lhes, vagaroso,
do fundo do baú, sacrário,
puxar o meu tempo ocioso,
e singrar, tal qual corsário,
sem descanso remansoso,
as palavras do dicionário,
nosso vernáculo estrondoso.
[B2]
A vida que te completa,
não é a que queres ver
o ângulo, que te liberta,
não é o que sonhas ter…
De frente para a bicicleta,
te mostras, para esconder,
no muro, tal qual uma seta,
entrou para não mais volver.
[C1]
Em versos, a frase ressoa,
como estertor, ao final,
o eterno, somente entoa,
um canto paradoxal.
Pouco serve ter o “pra sempre”,
mais vale o segundo valioso,
e o que acontece no “entre”,
é o que resta portentoso!
[D4]
Libertou-se a feiticeira,
voou tão longe, afinal,
em noite de lua cheia,
partiu livre, colossal.
A lua negra é a que puxa,
o ocaso triste do mal,
e nem tudo que voa, é bruxa,
e nem todo escuro é letal…
[E1]
Alvejo-os em poucos vocábulos,
traduzindo o Menestrel:
não quer resorts, nem estábulos,
tampouco o inferno ou o céu.
Reflete a metamorfose,
que se percorre na trilha,
aprende-se, por “osmose”,
que se muda a cada milha.
Raptor, que roubada você me meteu!!!! Na última avaliação.
Eu amei tudo que escreveu, todos os textos mesmo!!! Não vou deixar em momento nenhum de reconhecer a qualidade de escrita e construção detalhada na escolha de palavras. Dei até uma lida nos demais comentários para ver se ajudava e vi que muita gente execrou a escolha do formato poesia, andei reclamando da mesma coisa em outros conjuntos de micros, seria injusto da minha parte se eu não fizesse o mesmo aqui, pensar fora da caixa é ótimo, mas não quando pula fora do barco, infelizmente ao meu ver fugiu do gênero requerido. Desde já me perdoe!!!!
Estou arrasada, ainda não decidi como vou votar sua coleção,mas espero que entenda!!
Novamente PARABÉNS pelos textos!! Forte abraço
“Viste aqui meus belos versos, Martorelli/
que arrasada, nunca poderias estar/
a poesia vem da alma, que a expele/
implorando algum votinho pra ficar/
se a forma não foi boa, não repele/
o valor da nova ideia a ressoar…”
Grato pelo comentário gentil anamartorelli.
Abraço.
Olá, Raptor.
Se o desafio fosse de poesia, decerto você constaria da minha lista final, pois seus poemas são bons e têm conteúdo, algo em que muitos “poetas” falham. Tirando A3, que funciona como apresentação do autor, os restantes são mais um convite poética à reflexão, do que propriamente contos. Os meus favoritos foram C1 e E1,ambos excelentes, um pela filosofia de vida e o outro pela transmissão da aprendizagem pela vivência. O A3 foi o que menos apreciei em todos os sentidos.
Parabéns e boa sorte no desafio.
Obrigado Ana Maria. O teu reconhecimento de qualidade no meu texto é valioso.
Fico frustrado que todos vejam qualidade, mas não votem… 😦
Uma pena que essa minha tentativa de fazer algo diferente, numa simbiose de formas e raciocínio out of box não tenha ganho a admiração dos meus diletos comentaristas a ponto de votarem no meu texto…
Bom, eu tentei…
Mas vou me desculpar versando abaixo, para não perder a vibe…rsrsrs Lá vai:
Meus encômios são repletos de excusas/
por ousar versar em louca quantidade/
me disseram “dessas rimas tu abusas”/
respondi que tal qual vício, é liberdade.
Abraço.
Caríssimo Raptor: Muito obrigada pela sua resposta. Agora, que já terminei os comentários e enviei a votação, posso confessar que efetivamente o seu pseudónimo não entrou nas minhas escolhas. tal facto, entretanto, não me impede de duas coisas: 1ª ter apreciado a sua poesia e 2ª agradecer você ter dedicado uns versos ao meu comentário – isso sim que é recompensa!
Então, na minha ínfima medida, respondo também versando.
Seu primeiro é excessivo em vocabulário,
para ele muitos recorreram ao dicionário;
Seu segundo é uma verdade
Que sucede em qualquer idade;
Seu C1 é uma autêntica pérola de sabedoria
face ao que qualquer supunha que já sabia;
Nem todo o escuro é letal,
nem toda a bruxa é o mal:
E nessa longa aprendizagem que acontece cada dia,
quem perdura sabe bem que o melhor é a alegria,
alegria de participar
sem necessariamente ganhar
também eu já sabia
que não ganharia
mas nada poderia prevalecer
sobre o compromisso de escrever
e participar
e comentar.
Olá, Raptor, tudo certo? Então, gostei muito dos seus poemas, mas é complicado porque desafio é de micros, textos em prosa, com uma estrutura bem diferente da que você usou para os seus textos. O enredo também faltou em vários, só consegui um vislumbre disso em D4. Mas parabéns pelo trabalho com as palavras.
Amana, obrigado pelo comentário.
Raptor.. eu tenho que lhe dizer uma coisa… seus poemas sao ótimos!
Mas são poemas!
Eu já muito de debati por aqui postando poemas tb… mas microconto não é poema..no máximo se o poema contasse uma historia rimada, até entendo.
Mas não vi isto nos seus poemas, eles fazem o que a poesia faz…ela versa, ela nos leva a dançar na profundidade dos versos e tal.
Agora eu preciso postar os meus favoritos pq amanhã cedinho preciso sair.. mas…
prometo que volto aqui para comentar poema por poema, pq vc e seus versos merecem..
ok?
Gostei muto do que vc criou a partir das inspirações propostas. Parabéns
Anorkinda Neide, obrigado pelos elogios à qualidade do texto.
Como expliquei aos outros queridos comentaristas, eu tentei fazer os “microcontos poéticos” com enredo, narrativa e outras características de microcontos. É difícil fazer isso em versos, mas eu tentei. Talvez eu não tenha atingido os meus objetivos a pleno, infelizmente.
Causa-me um pouco de frustração saber que as pessoas gostaram tanto do que leram, mas não pretendem votar nos meus escritos. 😦
Todavia, eu sabia que esse risco existia.
Mas, posso dizer que estou feliz pelo fato de a maioria ter gostado…rs
Vou terminar versando nessa madrugada, com rimas simples, de bom humor e de coração:
“Os meus versos, tão reversos ao que esperavas/
eu bem sei que já não podem me salvar/
se elogiaste, em geral, as minhas palavras/
custarias, por acaso, em mim votar?”
🙂
Pseudônimo que me remete a dinossauros bem agressivos. Jamais poéticos.
Escreve bem. Tem originalidade, criatividade. Em concurso seria desclassificado por escrever poesia em vez de prosa. Na poesia é possível contar, tanto que as letras de inúmeras músicas são histórias. Detectei contos (pró réu ) em A3 e B2.
Sensacional – ter criado o seu próprio desafio dentro do desafio. Mas não dá certo nadar num torneio de tênis.
Klotz, obrigado pelas palavras, reconhecendo contos ao menos em A3 e B2.
Como é interessante trocar ideias né? Aprende-se muito!
Eu já vejo como o conto mais bem caracterizado o D4. E isso é bonito: a troca de impressões e interpretações diversas sobre o mesmo texto.
Parabéns pela sacada com a ambiguidade do pseudônimo. Rsrs
Sim, Raptor, além de ser aquele que rapta, que toma com violência, que, enfim, quebra uma regra comum e bem aceita por todos, também foi uma espécie de Dinossauro, cuja característica principal era a velocidade (tive que usá-la para terminar o trabalho nos estertores do prazo).
Daí a escolha do pseudônimo. Rsrs
Abraço.
[Raptor]
É difícil avaliar seu conjunto de poesias como contos. Nada contra poesia, que como arte, tem muito valor e ajuda muito a escrever de forma geral. Enfim, há os que gostam da ousadia de quebrar os paradigmas, o que é importante que aconteça, de vez enquanto. Mas neste caso acho que você apenas perdeu a oportunidade de exercitar a arte do microconto que é muito bonita também. Também não nego a beleza que você expressa nos textos que você trouxe. Funcionou bem melhor quando eu não tentei ler como contos.
Davenirviganon, obrigado pelo comentário e por reconhecer beleza no texto.
Tentei exercitar a arte do microconto, embora vislumbrando-a por um vértice menos tradicional.
Sabia do risco.
De toda forma, mesmo com eventuais críticas, aprendo com todos vocês, muito mais experientes que eu nessa atividade tão prazerosa, na qual ensaio apenas os primeiros e trêmulos passos.
Abraço.
Olá, Raptor!
Uma coleção de microcontos bastante interessante. Acredito que eles estão mais para a poesia que ao conto propriamente dito, mas acho que não seja um ponto negativo. Você acaba criando, com isso, uma coleção com identidade própria e segue um caminho particular. Há um lirismo, uma poética e beleza tanto na estética e estrutura, quanto nos temas abordados. D4 foi meu preferido entre os 5, principalmente porque traz a questão dos contrastes (muito em voga no desafio), mas sem surpresas ou frases de impacto, além de usar a figura da bruxa para criar uma metáfora, sem se apegar na questão literal (também muito em voga no desafio).
Então pelo lado dos contos, sua coleção acabará não agradando a todos, já os micros podem conversar entre si (o primeiro, por exemplo, é praticamente um anúncio, um mestre de cerimônia abrindo seu espetáculo) e tudo segue como num poema destrinchado em versos. Mas por outro lado, há muita beleza aqui, sentimento e sensibilidade, levantando questões sobre a vida, sobre os amores, aparências e, principalmente, transformações. Belo trabalho, gostei bastante.
Fil Felix, muito grato.
Captou bem a essência do texto.
Gostei demais da tua comparação de A3 a um mestre de cerimônia, abrindo um espetáculo.
O microconto D4 também é o meu favorito.
Abraço.
Opa, Raptor, tudo certo? Quanta ousadia numa pessoa só, hein.
Eu adoro esse tipo de coisa. De desafiar as regras, de quebrar alguns paradigmas, de sair da curva. Acho necessário, sabe? Sua ousadia, admito, deixou-me dividido. Ao mesmo tempo que admiro a coragem, acho que você não escreveu microcontos. São poesias, em essência e estrutura, para mim, ao menos. Não sei se realmente foi um desafio ao certame, de quebrar a lógica de tudo, ou pura preguiça de fazer algo que você não está acostumado (tendo a acreditar que é a primeira opção, mas não dá pra afirmar nada, né); mas não tem como não parabenizá-lo e presenteá-lo. Aliás, como disse, adoro esse tipo de coisa, hehe.
Parabéns. Com certeza vai estar no meu TOP 15!
Meu trabalho favorito é A3. Gostei do tom desafiador do texto. E humilde. Gosto disso. Eu penso que sair da caixinha é muito mais do que ser imaginativo. A ousadia de quebrar uma lógica, um padrão, faz parte desse pensamento. Criar algo novo, que desafie os outros, também. Como já disse mais de uma vez, e já deve estar cansado de ler isso, eu realmente adoro esse tipo de coisa!
Parabéns mais uma vez! Espero te ver futuramente aqui, agora tentando ousar de outras formas. Sei que consegue: fica óbvio que tem cacife literário pra isso.
Fábio D’Oliveira, que honra receber um comentário teu dessa estirpe, tão elegante e motivadora.
Tua fama certamente o precede e sei do rigor das tuas análises.
Sim, foi um desafio consciente, um embate com o sistema hodierno e tradicional de formatação de microcontos, bem como com o meu intelecto e as minhas capacidades.
Pode ser apenas uma idiossincrasia, mas considero muito mais difícil contar algo em verso. Muito mais…e eu tentei.
Confesso que até o final do prazo eu tinha dúvida em postar o texto “microconto poético”, pois sabia da possível rejeição, pela forma.
Mas a coragem bateu no meu ombro e disse:
“Vai lá, posta logo, dessa vez até que saiu algo que preste…” rsrsrsrsrs
Abraço.
Prezado(a) Raptor:
Apesar de ser Entrecontos, a poesia e a versificação tem grande afinidade com a proposta de elaboração de microcontos. Principalmente se houvesse um trabalho mais profundo com relação às histórias, para além das estéticas das rimas e suas com múltiplas interpretações. Acho tão fora da curva que comparar a outros microcontos deste desafio, que têm narrativas lineares, não é cabível. Dentre os seus, meus preferidos são B2 e C1, principalmente pela sensação que transmitem. Boa sorte no desafio!
Daniel, obrigado pelo comentário.
Espero que o “fora da curva” não seja tão ruim assim…kkkkkkk
Abraço.
Oiiii. Achei os microcontos muito bonitos e achei interessante as histórias serem narradas em versos. Abaixo falarei mais detalhadamente de cada um deles:
(A3)
Nesse microconto os versos refletem, no meu entendimento, sobre o ato de escrever.
(B2)
Nesse microconto os versos narram o encontro da bicicleta com o muro, com os primeiros versos refletindo sobre a vida. Foi o que mais gostei.
(C1)
Nesse microconto os versos refletem sobre o “para sempre” e sobre como é importante aproveitar cada segundo que fica entre o começo e o final.
(D4)
Nesse microconto a história da bruxa voando em noite de luar é narrada em versos.
(E1)
Nesse microconto ocorre uma reflexão sobre metamorfose e sobre como a cada milha ocorre uma mudança.
Parabéns pelos textos e boa sorte no desafio.
Ana Carolina, muito obrigado pelo comentário.
Ao saber que mais um dos autores gostou, me sinto incentivado a continuar com os versos.
Abraço.
Olá, Raptor! Que interessante a sua coleção de microcontos encerrar a lista de concorrentes. Ficou um fim triunfal. Pois, é bem evidente, estamos diante de um autor habilidoso. Fazer os minicontos em forma de poema foi uma bela ousadia. Meus parabéns, Raptor, dá gosto ver autores com personalidade.
Poesias não estão com frequência no meu cardápio, mas sua obra me agradou. C1 e D4 são meus prediletos.
Não vejo como problema trazer os minicontos para a métrica da poesia. Contanto que haja narrativa, a linguagem deve servir ao propósito do texto. Alguns de seus poemas, todavia, não me soaram como contos em métrica de poemas.
Mesmo assim, parabéns e boa sorte no desafio!
Luis Fernando, muito obrigado pelas gentis palavras.
Ler que a minha obra agradou outro autor (que nem gosta tanto de poesia), já é uma vitória considerável.
Abraço.
Olá, Raptor!
Pena! [A3] É um doce, mas não tem estrutura interna de conto. Uma linguagem cordelista de primeira. Vejo poucos novos autores tão bons pela internet. E, antes de mais nada, sou a favor dos contos em cordel. Tenho visto alguns na Universidade muito lindos e bem construídos. Acho que por isso e por ser em parte descendente de nordestinos, fiquei decepcionada com o primeiro.
[B2] Brilha. É uma narrativa poética, porém, tem em si a estrutura, o desenvolvimento, a ruptura, o clímax e desfecho. Interessante que mistura o intimismo com o real. O Conflito entre o ser e o querer surge e é bem direcionado dentro do texto, o jogo de sentidos entre mostrar-esconder, seta substituindo o substantivo flecha também enriquece o texto porque em trânsito há seta como marcação. o fim do conto e do acidente dá o tom de finitude completa: “entrou para não mais volver.” E entrar e voltar são de novo sentido de discordância. Gostei desse.
Em [C1], você comete o mesmo deslize de [Aa3]. Uma pena.
[D4] mostra sua habilidade de construção textual. A feiticeira se liberta e liberta os preconceitos com a figura dela, principalmente no desfecho, que destaco: “e nem tudo que voa, é bruxa, /e nem todo escuro é letal”.
[E1] também é belo, sem ser conto. É uma pena!
Boa sorte no Desafio.
Prezada Elisabeth, obrigado pelos elogios ao texto apresentado.
Deu vontade de emoldurar o teu comentário sobre B2, para olhar todo dia…rs
A classificação final, para mim, é uma incógnita completa. Uns gostam muito do trabalho, outros desgostam.
Mas ler o que vocês escrevem já me ensina demais.
Mesmo que os meus “microcontos poéticos” fiquem em último, sinceramente, a participação terá valido à pena. Está sendo uma escola…
Abraço.
Olá, Raptor.
Há um problema fundamental em seus textos. Eles são poemas, e não contos. Isso é um pouco complicado.
Apesar disso, eles são bons poemas. A métrica, as rimas e o uso da língua são impecáveis.
Boa sorte.
Felipe, obrigado pelo comentário no que se refere à qualidade do texto.
Na minha humilde ótica, tentei fazer microcontos em forma de verso, com narrativa, enredo, personagens etc. Mas respeito as posições em contrário.
Abraço.
Micros: Os poemas estão todos milimetricamente estruturados e belíssimos. Técnica apurada. Gostei do contraste entre o pseudônimo e a leveza dos poemas. Tem cadência e vocabulário rico.
Contos: Embora forte em filosofia de vida, no meu entender não são contos. “Quem conta um conto acrescenta um ponto.” E esse “ponto” é a história em si. No regulamento do desafio não constava micropoemas, mas sou a favor de incluir. Teve um desafio em que, durante o conto, tínhamos que incluir um poema dentro do contexto. Achei bem legal, mas só poemas deixa de ser Entre CONTOS. Mas gosto de ousadia, burlar regras literárias, subvertê-las é buscar crescimento. A prosa poética funciona como conto e muitos usam por aqui, eu inclusive. Mas poema “raiz’ nunca vi por aqui.
Destaque [B2] – Este foi o meu queridinho:
“A vida que te completa,
não é a que queres ver
o ângulo, que te liberta,
não é o que sonhas ter…
De frente para a bicicleta,
te mostras, para esconder,
no muro, tal qual uma seta,
entrou para não mais volver.’
Catarina, obrigado pelos elogios ao texto e à ousadia.
Grato pelo apoio.
Abraço.
cinco contos poesias. a leitura foi extremamente agradável. como saborear uma sobremesa de morango com sorvete. Creio ter sido muito mais difícil a criação do que simples prosa. no meu entendimento para realçar a poesia perde-se um pouco no conto. parabéns pela criatividade. boa sorte.
Muito obrigado Nilo.
Abraço.
Impressiona o fato de o/a autor/a preocupar-se muito com a técnica, mas se expressar de maneira simples e de comunicação fácil. São textos elaborados cuidadosamente e que ganham um sopro poético.
Um dos motores do romance “Grande Sertão: Veredas”, João Guimarães Rosa é o jogo dos sons — rima, aliteração, assonância, paronomásia, onomatopeia. Trata-se de um estilo que busca valorizar a expressividade do texto. Gostei muito apesar de preferir micros mais diretos e enxutos.
Preferido? “Libertou-se a feiticeira, / voou tão longe, afinal, / em noite de lua cheia, /
partiu livre, colossal. / A lua negra é a que puxa, /o ocaso triste do mal, / e nem tudo que voa, é bruxa, / e nem todo escuro é letal…”
Por quê? Uma mensagem de libertação contra dogmas, preconceitos… Raptou-me.
Parabéns pelo trabalho. Sucesso. Abraço!
Fheluany, muito obrigado pelas palavras com tanta gentileza e conhecimento da matéria.
Abraço.
Estrofes de oitos versos, com rimas intercaladas, todos em redondilha maior? não sei, só contei alguns. Vc verseja bem, num estilo cordelístico; encontrei bons momentos nas suas estrofes. Embora o nosso cordel seja essencialmente narrativo, seu versos a meu ver nem sempre entregaram narrativas. Apenas em D4 e E1 encontrei estrofes que entendo como um pouco narrativas. De qualquer forma, gostei do seu trabalho, um refresco aqui nas minhas leituras. Grata por isso. Beijos e abraços. Sorte no desafio e em tudo mais, poeta.
Elisa, muitíssimo obrigado pelo comentário.
Gosto das redondilhas maiores, mas nem sempre uso-as na plenitude.
Houve esforço deste autor para entregar microcontos, com narrativas bem claras, mas em forma de versos.
Contudo, relendo os escritos, penso que para os próximos, tenho que deixar o enredo mais forte e a narrativa mais explícita.
Obrigado pelo desejo de sorte para o autor e pela valiosa contribuição com o teu comentário. Fico feliz em ter proporcionado alguns minutos de leitura leve e divertida, em meio a tantos textos densos e complexos dos demais autores (de altíssima qualidade), aqui neste desafio.
Abraço.
Olá, Raptor, você deve ser um (a) poeta muito sensível. Seus poemas são muito bons, mas são poemas, que, na minha opinião, não podem ser julgados como microcontos. Mas vamos à minha impressão sobre cada um deles.
[A3]
Um belo poema, boas rimas. A palavra ocioso ficou perdida no meio do texto, sem muito significado.
[B2]
Outro belo poema. Boa referência à imagem.
[C1]
Aqui, alguns pequenos ajustes renderiam um bom micro.
[D4]
Bom poema com base na ilustração.
[E1]
Aqui não consegui perceber a ligação com a música A Lista.
Fernanda, Obrigado pelo elogio ao texto, ainda que com alguma crítica à forma ou gênero. Fico realizado em ver a qualidade reconhecida pelos outros autores e comentaristas.
Alguns esclarecimentos do que se passou pela cabeça do autor aqui, Em A3, o ocioso significa o tempo usado para diversão, uma vez que escrever é um prazer e não é a minha atividade principal. Sou amador ao extremo. Por isso o “puxar o meu tempo ocioso”.
E em E1, sempre que ouço ou leio “A Lista”, vejo algo novo.
As referências foram sutis, como usar “Menestrel”, que é o apelido do Oswaldo Montenegro, bem como brincar com as mudanças e evoluções (ou não) de pensamento e realidade com o passar do tempo, que é o que o Menestrel faz durante toda a composição. Uma pena que eu não tenha conseguido passar essa ideia com mais força e clareza. Vou caprichar mais na próxima, se eu conseguir escapar da fogueira…rs
Grato pela valiosa contribuição…
Abraço.
MICROCONTOS 2021 – RAPTOR
Quase na exaustão no julgamento dos textos, agradeço ao autor desconhecido por apresentar apenas o número mínimo exigido de microcontos. E todos os textos no formato de poemas. Vamos ver.
A3: Texto um pouco sem impacto e coerência, na minha humilde opinião. O estímulo foi usado de modo pouco eficaz.
B2: Uma descrição muito literal da imagem, que mesmo em linguagem poética faz pouco sentido para mim e não inspira mais reflexão.
C1: Referência muito direta ao estímulo. Mas um pouco forçado demais; parece ter prestado mais atenção à forma do que ao conteúdo.
D4: Eu gostei deste texto onde a poesia é simbiótica com a narrativa. Meu favorito na sua coleção.
E1: Bem…. Boa ideia, mas para mim não desperta nenhuma associação ou interesse a refletir mais.
Parece que o autor focou mais em conseguir as estruturas poéticas do que no conteúdo, que para este leitor inexperiente parece um pouco esquecido e colocado em segundo plano. Mas devo crédito ao autor pela ideia e perseverança.
Parabéns pelo trabalho artístico e boa sorte no desafio!
j2bohn, obrigado pelo comentário.
Abraço.
Olá, caro autor.
Para minha avaliação, utilizarei dois critérios principais: se o microtexto é uma HISTÓRIA e o IMPACTO que ela provocou.
Você subverte a ideia e faz isso conscientemente, inclusive nos avisa em um dos textos. Acho a ousadia maravilhosa e me deliciei com as belíssimas poesias, mas, para ser justa no desafio e em coerência com meus próprios critérios, não posso dar-te uma boa nota final.
[A3] Aqui você nos avisa que irá subverter a ideia. E nasce, desse aviso, um lindo poema. Poema, poesia, não um Conto.
[B2] Outra poesia linda.
[C1] Você é um excelente poeta.
[D4] Não deixa de contar uma história da libertação da bruxa. Com um final de poesia muito lindo, ainda assim, uma poesia.
[E1] E outra excelente para finalizar.
Um abraço. Espero encontrar-te em uma outra poesia qualquer.
Luciana, obrigado pelo elogios ao texto.
Fico feliz quando a qualidade é reconhecida, mesmo com uma eventual crítica à forma ou gênero.
Abraço.
Lindos poemas, mas são poemas. Isso é poesia pura em forma de versos. O poeta tem talento, mas não apresentou micro contos. Gosto de poesia, até cometo algumas, mas aqui acho que não ousaria trocar uma coisa pela outra.
Repito: lindos poemas, mas são poemas, e não microcontos.
Parabéns pela participação e boa sorte.
Claudia, obrigado pelos elogios ao texto.
Abraço.
Caro(a) autor(a),
Contos sensíveis, um pé na realidade, outro quase na poesia. Bem escritos, tem ritmo, boa escolha de palavras. As construções demonstram a objetividade. Gostei do E4.
Boa sorte no desafio.
Raptor, faltou “pretensioso” nas rimas do teu primeiro verso…
Pareceu-me uma apresentação em A3.
Como ousas rimar tanto em um concurso de microcontos? Pecado mortal…
Tá, dou o braço a torcer que emocionam sim, e muito. D4 é inatacável.
Mas precisavas tu ser tão questionador?
Serás queimado na fogueira como herege por desafiar os dogmas sagrados do formato ou serás alçado ao Olimpo do EC pela coragem? Teus pares darão o veredito.
Boa sorte.
Marlo, obrigado pelo comentário e pelo elogio ao texto/microconto poético, verso, Frankenstein, D4…kkkkk
Herege? Fogueira? Pegou pesado…
Espero que a poesia atinja as almas ainda não empedernidas (quero crer que ainda existem) e que os brilhantes autores que li aqui (são muitos) me salvem dessa fogueira da inquisição de gênero. Pelo menos, aqueles que têm coração… 🙂
Segue um versinho de esperança (é vício, sou péssimo em prosa), de agradecimento e de boa noite:
“Nunca vi tanto talento reunido,
que ao ver, em devoção, eu fiquei cego,
me prostrei, e do pecado, fui remido,
mesmo assim, alguém bateu o primeiro prego…”
Oi Raptor!
Gostei muito de sua ousadia, ao postar poemas neste desafio de microcontos. Seus textos são primorosos e bem cuidados, coisa de quem sabe o que faz.
Meu favorito foi o D4.
Parabéns e boa sorte!
Obrigado Kelly, pelo tempo e pela leitura.
Vindo de você que já foi premiada aqui no EC, é uma honra.
A 1- Poema legal!
B 2- Esse também é bom.
C 1- Idem.
D 4- Muito bom.
E 1- Ótimo.
Então Raptor você é um grande poeta. Escreveu poemas de acordo com os temas, mas poemas não são micro contos, né mesmo? O desafio é para micro contos, micro histórias, não poesia. Se fosse desafio de poesia, votaria em você. Infelizmente sua obra vai ficar por último na minha lista, não porque é ruim, mas por questões de regras do regulamento. Não desista dos desafios. Acho que você tem talento também para escrever contos.
Antoniosbatista, muito obrigado pelos elogios ao texto.
As críticas ao formato também são aceitas e serão consideradas em uma próxima oportunidade, se eu sobreviver…kkkkk
ei, Raptor, você é o cara. Um grande poeta. Seus versos têm profundidade, fazem-me imaginar, trazem-me pontos para refletir na vida. O B2, cara, está esplêndido. Parabéns demais. No entanto, ah, a vida, ela sempre nos traz esses no entanto, não é? Acontece que aqui se trata de um desafio de microcontos e você me trouxe poesia. Excelente poesia, mas são poemas. Não importa que tenham enredo, são poemas. Os poemas excelentes, tanto líricos quanto épicos, e podemos ver isto em João Cabral (Morte e Vida Severina, por exemplo), , Drummond (O Caso do Vestido para exemplificar), Pessoa (veja na Tabacaria por exemplo). Um épico (Os Lusíadas do grande Camões), também têm enredo, possuem uma história e mesmo assim ninguém diz que sejam contos. Acho que as fronteiras entre os dois gêneros podem até não ser tão fixas, tão rígidas, mas existem e todo mundo sabe que está lendo um poema, um conto, ou um romance. Uma pena. Vejo pelos comentários que você será o campeão, parabéns, mas preciso te dizer, para ser coerente comigo, que não terá o meu voto. Não considerarei os seus lindos poemas na minha lista dos quinze. O que tenho certeza, Raptor, é que em um concurso de poemas você irá brilhar muito (se já não brilha).Parabéns pela sua competência, ousadia e talento poético.
Fernando Dyas Cirino, obrigado pelas gentis palavras em relação aos microcontos/textos/poemas.
Fico lisonjeado pelo reconhecimento em relação à qualidade do que foi escrito, embora, infelizmente, não seja suficiente para obter o teu voto.
Os teus argumentos são sólidos e igualmente respeitáveis, como os do prezado Bruno Raposa.
Devo admitir que sabia que corria riscos ao raciocinar “out of box”, especificamente para este desafio. Mas, olhando o texto pronto, achei que valia a pena.
A vida é feita de apostas. Em algumas, se obtém êxito. Nas outras, o infortúnio nos açoita, mas acaba ensinando.
Audaces fortuna iuvat, escreveu Virgílio, em Eneida. E eu o segui…pelo menos neste episódio (rs).
Observe que, no terceiro verso do primeiro microconto/texto/poema, já havia um mea culpa antecipado, prevendo as possíveis objeções à forma dos escritos.
Aceito as tuas observações e as dos demais comentaristas com bastante tranquilidade e humildade, porque aprendo com elas.
Abraço.
Grande Raptor, mas lá no tal terceiro verso você fala em “ludibriar” e isto é tudo que você não fez. Ludibriar é trapacear, enganar… e isto é tudo que você não fez. Você jogou aberto. Apostou na poesia e eu acho que venceu.
Agradeço os teus primorosos comentários, Fernando Dias Cyrino.
Estou aprendendo…
Na verdade, o “ludibriar” foi em sentido figurado mesmo, meio que já me desculpando com o leitor, no tocante ao cenário (um concurso de microcontos em que eu escreveria em versos, fugindo um pouco ao lugar comum de não utilizá-los nesse gênero literário, embora não se encontre proibição cerrada na doutrina para tal).
Cito a primeira estrofe da Autopsicografia, um poema de Fernando Pessoa:
“O Poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.”
Abraço!
Como são maravilhosos esses desafios! Sempre encontramos novidades e autores que desafiam o inimaginável! Contos, rimas, poesia, prosa… Tudo é válido! Eu acho. Gostei dos trabalhos B2 e D4, nos outros faltou estória. Parabéns e muito boa sorte!
cgls9, muito grato.
Caro(a) autor(a),
Difícil escrever assim… É encantador ler seus microcontos em rima. A melodia nos conduz para os significados e vamos deslizando até o fim. Eu nunca li microcontos em rima, só em prosa, e como para mim tudo é válido se a leitura apraz, valeu demais. Destacarei o B2 e o D4.
Boa sorte no desafio.
Muito obrigado Evelyn, pelo tempo de leitura e pelo comentário.
Olá, Raptor.
Bom, eu vou ser o chatão de plantão: seus textos são poemas, não microcontos. Poemas narrativos, mas poemas.
Delimitações de gênero sempre causam polêmica, talvez você tenha seus argumentos para defender o formato. Mas pra mim é muito simples: esses textos, vistos por qualquer pessoa, em qualquer outro lugar fora do contexto do desafio, seriam classificados como poesia, nunca como microcontos.
Sendo um desafio de microcontos e com o regulamento deixando isso claro, a meu ver, esses textos sequer poderiam estar concorrendo.
Mas essa é apenas a minha visão. Outros podem discordar e talvez você até alcance uma boa posição, quem sabe.
Não vou me ater a comentar os poemas, não é o exercício aqui.
Abraço.
Prezado Bruno, obrigado pelo contraponto. Argumentos respeitáveis.
Certamente, contribuem para uma visão mais cautelosa minha, em outros desafios.
Neste, o risco foi calculado.
Mesmo em forma de versos, vejo enredo no texto apresentado, a ponto de, possivelmente, classificá-los como microcontos. A beleza da literatura também pode guardar algum abrigo nessa independência de formas, ou simbiose delas.
De todo modo, muito grato pela contribuição. Um abraço!
Tá certo, amigo (a). Tem mais é que romper barreiras mesmo. Pra mim “O CORVO” do Edgar Allan Poe, é conto com rimas e não interessa o que os estudiosos dizem. Vejo da mesma forma alguns de seus textos aqui. São contos com rimas.
Enfim…
Só espero que o EC continue permitindo que os leitores julguem.
Oi, Maria.
Sobre romper barreiras, não acho que delimitações de gênero sejam obstáculos. Você citou o exemplo d’O Corvo. Bom, você pode ler a obra como conto, poema, até bula de remédio se você quiser, rs. Não há problema algum. Agora, quando vamos trabalhar com gêneros, é preciso haver critérios. Não sendo assim, sequer faz sentido tentar classificar algo por gênero, não?
De outra forma, no próximo concurso de contos, temos que aceitar poemas, crônicas, bilhetes, o que for. Vira uma bagunça até para avaliar. Se bem que já não anda lá muito distante disso.
E estou falando apenas de gênero textual, mas imagina quando falarmos sobre gêneros temáticos. Num desafio de Terror é ok escrever um poema falando sobre a beleza das margaridas? Bom, eu creio que não, rs.
Quanto ao EntreContos continuar permitindo que os leitores julguem, se foi um questionamento a mim, lógico que não vou interferir. Aliás, não fiz nenhuma objeção à inscrição desses poemas aqui. Na hora de fazer o comentário, tenho o direito de me expressar enquanto leitor, não moderador. Não tenho intenção alguma de criar restrições para autores ou leitores. Inclusive falei no meu comentário que outros poderiam pensar diferente. Faz parte do processo. E eu tenho o mesmo direito ao contraditório que têm todos os outros.
Pode ficar tranquila que meus comentários refletem apenas a minha opinião, não falo em nome do blog.
Abraço.
Fala!
A alfinetada foi só pra chatear mesmo, Raposa! 😀 Na verdade, quando comentei, queria dá uma agitada e chamar as pessoas para opinarem se é conto ou poesia. De vez em quando (das vezes que participava) surgia uma ou outra discussão sobre se estava ou não dentro do tema. Gosto dessas polêmicas, porque dá uma animada no certame e vem (vinha) gente com diversos argumentos. Enfim… Legal ler os comentários.
Olá caro autor ou autora
Parabéns por sua construção aqui inspirado autor!
Cada um dos mini contos são fluidos e sonoros meu caro. Deu uma leveza a esse desafio de uma maneira interessante no tom de cordel. Meu favorito com certeza foi o primeiro e o que menos senti o gosto do “tempero” foi o segundo. Devo dizer que mesmo sem ser um grande amante de rimas (mas com toda a certeza do mundo fã incontestável da poesia) gostei do que vi no geral.
Parabéns pelo trabalho e sorte aqui.
Obrigado Jeff A Silva. Conseguir que alguém que não gosta muito de rimas tenha apreciado o trabalho me deixa feliz. Abraço.
Olá, Raptor!
Então, não havia aparecido quem fizesse narrativas com rimas, aí vc veio preencher essa lacuna, pois não? Ousadias são sempre bem-vindas, seja na execução, na estrutura ou no teor do que o leitor irá verificar. Achei, particularmente, que a sonoridade dos textos [C1], [D4] e [E1] atrelado ao sentido mais acessível, jogou ao seu favor. É tudo muito bom, sonoro, com algum didatismo não incômodo que agrada e desce redondinho. Em C1 temos a constatação dos infinitos finitos e o apelo para curtir o intervalo, que é o que realmente importa, não? A sonoridade é agradável quando se lê em voz alta. Parabéns mesmo. Já o D4, da bruxa, puxa vida!, tem a sonoridade mais fluida ainda. Parece música. Tom que causo com moral de história e tudo. O lance de que há mais coisas entre o céu e a terra e tals. Realmente apreciei e achei também o melhor conto do desafio baseado nessa imagem. No ultimo texto temos a constatação que mais que chegar a algum lugar é a experiencia que conta, que enriquece. Que arte! Benza Deus!
Já os dois primeiros textos possuem sonoridade que causa alguma estranheza, sabe? O lance de fazer rimas com os ditongos e os adjetivos oso, oso, no primeiro texto, não retiram o brilho do seu ato ou arte. É bacana se assemelhar a cordel mesmo, mas, pelo menos pra mim, como os três últimos seguiram uma fluidez mais bonita acabei estranhando. No segundo, foi a bicicleta que quebrou um pouco, sabe? Parece que ela entrou de penetra para dar razão ao incentivo, não sei a certo.
No mais, desejo sorte neste desafio e parabenizo pelo trabalho e por tê-lo compartilhado conosco.
Sucesso!
Obrigado pela análise do texto.
Muito valiosa para mim.
Abraço.
Gostei muito! Fez um bom uso das palavras e caprichou nas rimas!!! Amo literatura de cordel!!
Muito obrigado Aline!
Abraço.
Microcontos 2021 – Raptor
[A3] – Palavras: OCIOSO
Leio o texto e, mesmo estando sentada diante do computador, o meu corpo se sente como se balançasse na rede, deitado à sombra da palhoça de coqueiro. É a literatura de cordel, a danada nasceu pra bulir com a gente. Que coisa mais linda, meu Deus!
[B2] – Fotografias: BICICLETA NA PAREDE
“o ângulo, que te liberta,
não é o que sonhas ter…”
“te mostras, para esconder,
no muro, tal qual uma seta,
entrou para não mais volver.”
Não tenho o que dizer, apenas sentir… Ave Maria!
[C1] – Frases: “ Há coisas que são preciosas por não durarem.”
“Pouco serve ter o “pra sempre”,
mais vale o segundo valioso,
e o que acontece no “entre”,
é o que resta portentoso!”
Tempo, tempo, tempo, tempo… Senhor dos Passos, que bênção!
[D4] – Ilustração: a bruxa e o gato
“A lua negra é a que puxa,
o ocaso triste do mal,
e nem tudo que voa, é bruxa,
e nem todo escuro é letal…”
É. Pode ser “braboleta” ou sonhos, ou “passu preto”…
Raptou meu juízo.
[E1] – Música: A Lista (Oswaldo Montenegro)
“não quer resorts, nem estábulos,
tampouco o inferno ou o céu.”
“aprende-se, por “osmose”,
que se muda a cada milha.”
Caro autor, tanta beleza pode ser resumida numa só palavra: SUBLIME!
De volta, um presentinho pra você:
“Quando a estrada for longa
e seu corpo fraquejar,
quando não houver caminho
nem um lugar pra chegar…
É hora do recomeço.
Recomece a CAMINHAR.”
(Bráulio Bessa)
Raptor, vamos lá… Fazia muito tempo que não lia cordel, e me fez muito bem este seu trabalho. Falo que a poesia de cordel (ou a literatura de cordel) é cantiga de expurgo da dor. Soa como lamento e como esperança, todo mundo sente! Cordel é tesouro da cultura popular, e é só nosso. De arrepiar.
Nem sei como elogiar tanta lindeza, mas há uma constelação, no infinito, aplaudindo o seu texto. Vejo a carinha deles: Zé da Luz, Severino Milanês da Silva, Patativa do Assaré, Leandro Gomes de Barros, Raimundo Santa Helena. Há outros, mas ando mal das vistas, não consigo enxergar todos…
OUTSTANDING!!!!!!!!!!!!!!
Parabéns, Raptor! Seu trabalho é brilhante! Obrigada por alegrar o meu dia…
Boa sorte no desafio!
Abraços…
Regina, procurei uma forma de te agradecer à altura, mas não consigo.
Fiquei emocionado com o teu comentário.
Obrigado.
Abraço.
Eita, o conto mais difícil de avaliar. Que coisa mais linda, coisa de poeta nato, que tem amor pelas palavras e encaixa tudo em seu devido lugar. Sou bem aberto quanto ao formato do texto no micro. Uma frase construída de forma alternativa, concreta, por versos, em texto corrido, sem vírgulas, acho que tudo acaba sendo válido para contar uma história, mas aqui, parece que o autor ou autora quis se mostrar poeta mesmo, nada de prosa, tudo na métrica. Fosse um concurso de poemas, com certeza se consagraria campeão.
Os contos ou poemas vem acompanhado de alguma reflexão, quase sempre, menos o primeiro que abre os trabalhos para o leitor. São gotas de sabedoria popular em cada verso, me lembrando muito os cordéis de Patativa, que contam a história do poeta e falam sobre a seca, a desigualdade, a humildade, a simplicidade. Enredo mesmo, creio que só no conto da Bruxa, D4, mas que finaliza também com um ensinamento. Talvez isso gere problemas, mas quem se importa? Valeu a viagem e fechou com doçura o final do desafio! Sorte de quem começar de trás pra frente.
Destaque:
“Libertou-se a feiticeira,
voou tão longe, afinal,
em noite de lua cheia,
partiu livre, colossal.
A lua negra é a que puxa,
o ocaso triste do mal,
e nem tudo que voa, é bruxa,
e nem todo escuro é letal…”
Gostei demais do primeiro conto, abriu com primor, mas aqui tem um enredo desenvolvido sobre uma imagem que poderia repelir o repentista, mas aqui que repentista bom não tem medo da palavra, nem de bruxa. Você voou alto!
Parabéns e boa sorte no desafio!
Dileto Thiago, quanta gentileza nas tuas palavras.
Agradeço demais.
Abraço.
Muito bem feitos os poemas em estilo cordel. Gosto mais do primeiro e do último. Esse cria uma atmosfera espacial interessante, inserido o bem e mal.
Prezada Sandra, muito obrigado pelo teu tempo e leitura.
Eu já gosto mais do terceiro e do quarto.
Abraço!