[A4]
Certo dia, morreu. Descobriu que não havia alma do outro lado. Nem São Pedro na alfândega. Nem recompensa, nem punição. Nem céu, nem pão. Então acordou, sem uma boa desculpa para o atraso no trabalho.
[B4]
– Oi, amigo. – Disse a voz chamou sua atenção, enquanto este andava apressado pela cidade e só queria um amor para chamar de seu. Virou-se quando a música acabara repentinamente. – Me ajuda com um trocadinho pra eu poder comer hoje.
[C3]
– Clínica Ipanema, boa tarde. Em que podemos estar ajudando?
– Fui atropelado, por um chinelo!
– Sim. Rastreamos seu celular, sr. Estaremos providenciando socorro, logo após o sr. fornecer o numero do seu cartão de crédito.
– Argh!
– Aguarde o encerramento da chamada para avaliação do atendimento.
[D2]
Descobriu que tinha o poder de tornar realidade qualquer coisa que imaginasse. Após imaginar um salário decente, pensou em automóveis, sexo, dinheiro e um iate. Até que pensou, saudoso, como era ficar sem tudo isso. Em uma ponte quebradiça, ligando duas montanhas, imaginou ter todo o tempo do mundo.
[E4]
Mastigou suas dúvidas, enquanto a Terra parava seu giro, aguardando. Enquanto isso, os caracteres acumulavam-se quantitativamente e repetitivamente sem fazer muito sentido. A terceira e a quarta linha se formaram.
A dúvida permaneceu e o final surpreendente não veio.
Olá
Não há outra palavra para descrever esse autor que não seja “genial”. Conseguiu juntar humor, realismo, boa escrita e orgnização e textos inteligentes que criam reviravoltas e prendem o leitor. Menção honrosa para a referência ao Didi no primeiro conto, e para o último conto simplesmente genial.
Boa sorte!
Temos aqui um poeta do absurdo! Gosto! Nonsense deve ser o seu nome do meio! Meu preferido é o último. No geral, são contos acima da média. Parabéns e boa sorte!
Micro: Escrita fluida e despojada de inovações técnicas, mas executadas com competência.
Conto: A pegada minimalista ficou bonita no D2 (mas mantenha o respeito). O que sobrou no A4 (trama, clímax e surpresa), faltou no B4. O C3, um diálogo rápido e certeiro, que encaixaria perfeitamente em um roteiro desses programas de comédia de costumes.
Destaque: Este traduz o fantasma que tortura todos os escritores; principalmente de microcontos:
[E4]
Mastigou suas dúvidas, enquanto a Terra parava seu giro, aguardando. Enquanto isso, os caracteres acumulavam-se quantitativamente e repetitivamente sem fazer muito sentido. A terceira e a quarta linha se formaram.
A dúvida permaneceu e o final surpreendente não veio.
Olá, gostei do tom dos seus micros, para mim os de crítica social são os melhores. Não consegui pegar todo o sentido do C3, mil desculpas. Quanto ao D2, eu teria gostado mais se não houvesse o último período. Pouquíssimos erros, uma palavra faltando e um acento, mas em nada dificultou minha leitura, basta corrigir. Tive dois preferidos: A4 e E4.
Oiiii. Abaixo falarei um pouco mais detalhadamente de cada texto:
(A4)
Um microconto sobre um sonho que provavelmente fez a pessoa se atrasar para o trabalho.
(B4)
Um microconto triste sobre um músico de rua que queria dinheiro para que pudesse comer. Achei o microconto triste e realista, pois existem muitos artistas de rua passando por dificuldades, principalmente durante essa pandemia.
(C3)
Um microconto que fala de forma sutil sobre as ligações que realizam golpes visando conseguir o número do cartão de crédito.
(D2)
Um microconto que conta a história de um homem que desejou muitas coisas, mas no fim entendeu que o tempo pode ser um verdadeiro tesouro e desejou ter todo tempo do mundo.
(E4)
Um microconto que reflete sobre o ato de escrever microcontos.
Parabéns pelos textos e boa sorte no desafio!
Olá, Inconvidado. Achei a qualidade dos seus micros mediana; nenhum deles é mau, nenhum deles é particularmente bom, mas todos respondem ao desafio de ser contos, ainda que micros, são realmente contos e isso já é muito bom. É chato haver problemas de revisão em contos tão micro, mas compreendo bem que é possível.
A4 – É um bom micro, mas não teve aquele impacto que espero, nem grande envolvimento.
B4 – Tenho exatamente a mesma impressão qualitativa que em relação ao anterior.
C3 – Continuo a sentir que é um micro de qualidade média, mas em relação aos anteriores, quanto a mim, beneficia de ter uma boa mensagem nas entrelinhas.
D2 – Este tem a mais-valia de ser algo poético.
E4 – É isso: o final surpreendente não veio.
Parabéns e boa sorte no desafio.
O seu pseudônimo é perturbador. Me incomoda tanto quanto um telefonema às três da manhã. Acho que o pseudônimo deve ser provocativo, de um modo ou de outro. Por isso, gostei.
A4 – História insólita. Nem céu, nem pão. Curiosamente ontem ouvi alguém (Leandro Karnal) dizer que pessoas tem medo justamente de que não haja nada após a morte. Criativo. B4 – Um flash da vida. Esse instantâneo da esmola é tão perturbador quanto a forma da escrita onde virou-se e acabara me parecem tempos verbais fora de sintonia, tanto quanto o momento em que procuramos um amor e surge a oportunidade do amor ao próximo. C3 – absurdamente sensacional. Real construção frasal e fechamento também real. Baratas não têm plano de saúde nem cartão de crédito. D2 – Histórias boas têm ponto de virada. Este microconto tem viradas e desviradas. E viradas. Parabéns. E4 – gargalhei (era para rir?) Me identifiquei escrevendo um microconto sem fechamento.
Prezado(a) Inconvidado:
A leitura dos micros, na sequência, às vezes faz o leitor tentar achar uma correlação entre eles que não existe. No seu caso, cada micro tem seu próprio universo, sendo meu preferido o dialógico C3, apesar (ou em razão) do surrealismo do atropelamento por um chinelo! Sucesso, bom trabalho!
olá, Inconvidado, você tem a manha para os microcontos. Achei muito legal ter brincado com o gerundismo no atendimento telefônico em C3. Um conjunto que ficou bom. Só uma observação. Em D2 eu achei que podia ter trabalhado melhor as palavras. Você as repetiu (imaginar, pensar), mesmo que em variações. Em uma história tão curta isto pode até parecer ser preciosismo, mas não fica legal. É isto, um bom contador de microcontos. Parabéns e um abraço.
Inconvidado,
Gostei muito de seus contos, achei-os muito inteligentes.
Em A4, no entanto, apesar do bom sentido, tratando-se de prosa, a rima de “pão” com “punição”, não me soou bem.
Em B4, acho delicada essa queda para aceitar um pedido de comida para quem esperava encontrar um amor.
Em C3, é ótimo o diálogo, tão real esse padrão de mau gosto do “podemos estar ajudando” e no final, a cegueira toma conta de tudo e nada acontece.
Em D2, é muito bem engendrado com as premissas anteriores esse tempo imaginado na frágil ponte.
Em E4, é muito boa a sacada das linhas escritas que se acumulam, impedindo um bom final do conto.
Gosto de todos, sobretudo dos dois últimos.
Parabéns, muito boa sorte no Desafio!
Olá, Inconvidado. Vamos aos seus microcontos.
Sua participação foi bem acertada no Desafio. Usou bem os temas propostos, estruturou bem os contos, criou possibilidades críveis. Os dois primeiros são meus preferidos na sua pequena Antologia.
No primeiro, Alfândega, foi perfeito o uso do tema sugerido. Alfândega. Na introdução você nos apresenta um morto, no desfecho um procrastinador, para não dizer preguiçoso ou adolescente irresponsável. Ideal! Em [B4] a realidade abrupta e constante atropela o transeunte do auscultador com um choque entre sonho e pesadelo. A ideia da música como ruptura foi esplêndida. Eu só tiraria o Disse, iniciaria em “A voz”. Mas o que vi como erro de digitação – desculpe se não for. Falo só mesmo porque como está a Gramática e estética do seu texto comprometidas. Na leitura o equívoco não quebra nem a sequência e nem a estrutura do conto.
Em uma semana em que a Vivo chamou das 6 às 23 aqui em Manaus, entendo perfeitamente o “Argh” do acidentado. Curioso acidente, diga-se de passagem. Texto apresenta estrutura. Em tempo, a insensibilidade para mim também é cegueira. Já em [D2], aproveitou bem os elementos, porém demorei para pegar o sentido do conto. acho que minha fobia de altura não ajudou muito, porém uma vez rompida a dificuldade, a ideia é interessante. Eu jamais ficaria em uma ponte, menos ainda quebradiça, mas entendo o desejo de permanência da liberdade.
Vamos a [E4], gostei do bloqueio artístico e do final, a ideia proposta pela canção do Raul foi bem aproveitada. É uma gênese literária abortada, gostei disso.
Boa sorte no Desafio, Inconvidado.
Senti uma mescla de lirismo e crítica social perpassando seus microcontos.
O primeiro que traz a desilusão do pós mortem – No céu, tem pão? Tem não, nem céu nem pão. E o sonho ainda termina.
O meu favorito é o [E4], pois surpreende e sai da curva, ao usar a metalinguagem como recurso.
Pequenos lapsos do departamento de revisão:
[B4] – Disse a voz chamou > Disse a voz que chamou
[C3] – o numero > o número
Parabéns pela sua participação e boa sorte.
MICROCONTOS 2021 – INCONVIDADO
A4: Conto divertido. Mas se ele foi lá para olhar, afinal havia uma alma naquele lugar, o que contradiz a conclusão do microconto na minha humilde opinião.
B4: A ideia foi boa, mas poderia ter sido melhor desenvolvida.
C3: Um pouco exagerado demais para o meu gosto. Não acho convincente.
D2: Meu favorito na coleção, que começou muito bem. Apenas o fim poderia ser melhor pensado; como o relógio para mim representa exatamente o oposto, a transitoriedade do tempo que voa e se desvanece.
E4: Interessante exercício de metalinguagem, mas não foi muito além.
Então são microcontos bem elaborados, mesmo que não agradem tanto a mim.
Parabéns pelo trabalho e boa sorte no desafio!
Olá, Inconvidado!
O último microconto me agradou muito! Adoro metalinguagem, viajo nisso.
No geral de seus textos sinto que gerou um bom trabalho porque são gostosos de ler, a linguagem flui por estarem bem escritos e tal… mas…
lá vem o mas..
tem alguns que não entendi bem, precisei ficar relendo… não concluí que eram nonsenses e portanto, o entendimento real seria desnecessário. Me refiro ao A4 e C3.
O B4 eu demorei pra entender mas pq eu nao estava pensando na imagem qd coloquei a imagem no microconto, então ficou claro, mas digo que vc falou coisas desnecessárias no micro q fizeram meu pensamento ir para outro lugar, falo de ‘e só queria um amor para chamar de seu’. pq diabos esta frase está ali? somente se o autor quiser fazer alusão de q a personagem vai apaixonar-se pelo saxofonista, do contrário isto é oque chamamos de gordura, que um microconto não deve ter.
No conto D2, eu gostei do que vc disse ali, mas não vi conexão alguma com a imagem. Embora vc a coloque em palavras dentro do microconto, achei q uma coisa nao tem nada a ver com a outra mesmo compreendendo que a imaginaçao do autor derivada da imagem possa ir aonde bem quiser, … mas para meu entendimento, achei esquisito.
Autor(a), me perdoe pq acho mesmo q fui bem confusa aqui… rsrs mas é o que temos pra hj, estou completamente enferrujada de fazer comentários.
Abraços
[Inconvidado] Seu fio condutor é o fantástico, com personagens que não se encaixam nos ambientes narrados.
[A4] A quebra de expectativa não satisfez, mas afinal quem é você pra dizer o que tem no outro lado?
[B4] Cada um com suas dores, mas as dores do outro sempre importam menos
[C3] Se um inseto precisasse de ambulância, estaria tão ferrado como nós!
[D2] No fim das contas, seus poderes o levaram a uma reflexão infinita. Gostei.
[E4] Adoro metalinguagem, parece que tira uma onda com o leitor.
Gostei da unidade do seu conjunto. Todos entregam uma atmosfera surreal e um agradável ritmo de leitura. Um probleminha de revisão atrapalhou o efeito em [B4], uma pena. Gostei de São Pedro na alfândega em [A4] e do nonsense em [C3], queria ser capaz de escrever algo assim. Meu preferido foi seu meta-micro [E4]. Boa sorte. Um abraço.
Caro(a) autor(a),
Não consegui me sentir atraída pelas construções além do E4, que, a meu ver é o melhor deles. Estão bem escritos. Confesso que o A4 me atraiu de início, mas me decepcionou com o final.
Boa sorte no desafio.
Prezado Inconvidado.
Destaco o A4, de plano.
A quebra do raciocínio é boa e fecha com maestria. Microconto digno de aplausos.
Não gostei de C3. Pouco envolvente.
Os demais, ok.
Parabéns e boa sorte.
Microcontos 2021 – Inconvidado
[A4] – Palavras: ALFÂNDEGA
Sonhando ou recluso? É, vai procurando uma boa desculpa…
[B4] – Fotografia: CLARINETISTA
Texto que mostra um invisível. A escrita requer uma pequena revisão. Criativo.
[C3] – Frases: “A cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança.”
Que raiva, né? Essa conversa “gerundiana” é de matar qualquer fiapo de esperança. Vontade de pegar a chinela e sair batendo em todo mundo… Muito bom.
[D2] – Ilustração: relógio, abismo, ponte
Uma reflexão saudosista. Conseguiu, será que valeu a pena? Não, não temos todo o tempo do mundo, mas podemos sonhar. Somos mortais.
[E4] – Música: O dia em que a terra parou (Raul Seixas)
Aquele momento criativo que teima em não “baixar”. Não é fácil. É da natureza. Muito bom.
Inconvidado, gostei muito do seu trabalho! Parabéns!
Boa sorte no desafio!
Abraços…
[A4] Gostei do humor. “Nem céu nem pão” foi uma ótima sacada. O final surpreende, ainda que sem grande impacto.
[B4] Tem algum erro de revisão nesse “Disse a voz chamou sua atenção”. Num texto tão curto, um erro desses acaba comprometendo bastante. O “Oi, amigo” não pareceu insinuar um algo a mais para gerar a quebra de expectativa no final que você pareceu intencionar. Não gostei desse. 😦
[C3] Não entendi o lance do chinelo, rs. Interessante a crítica embutida no texto.
[D2] Muito bom, o melhor dessa coleção. Gosto da ideia, do comentário social e do ótimo uso da imagem de estímulo. Tem um bom impacto emocional.
[E4] Bom uso da metalinguagem, tem um humor esperto ao brincar com o leitor, quase tirando sarro dele. Bem engenhado.
Com exceção do quinto, mais lírico, os outros parecem seguir uma linha crítica, fazendo comentários sociais e os misturando com um certo humor absurdo. A qualidade dos micros oscila, mas a unidade os dá força.
Boa sorte no desafio.
Abraço.
Querido Inconvidado,
Vamos lá! Para começar gostei bastante do clima que imprimiu em sua seleção, um pouco de surrealismo, surpresas, um tom de humor e também certa crítica da vida cotidiana e dos desejos inférteis que todos nós temos (micro D2 e um pouco em A4).
Uma coisinha ou outra errada, mas nada que impeça o entendimento do texto e da idéia a ser expressa, numa próxima vez tomar cuidado na revisão.
Parabéns pelos textos e boa sorte! 🙂
ola Inconvidado, muito boa suas escolhas na execução dos contos, não gostei do final do A4, mas mesmo assim, foi muito bem escrito, contos insólitos. originais. menção especial para E4. parabéns, boa sorte.
Bom dia, autor!
Seus micros contam histórias individuais e diferentes, sem formar uma “unidade”. O que os une, talvez, seja a questão do surreal e de algumas críticas e ironias, como da atendente de telemarketing. Porém, senti alguns entraves. O micro C3, por exemplo, ele se inspira na frase do Cegueira e tira um sarro dos gerúndios, porém alguns dos próprios textos estão com vírgulas sobrando ou erros de digitação, então perde um pouco dessa força. Em B4 há um erro nessa frase “Disse a voz chamou sua atenção”, deixando-a confusa, além de usar o “chamar” duas vezes num curto espaço de tempo. Então senti que faltou um pouco mais de refinamento e revisão dos micros, já que alguns dos erros são bem visíveis.
Um ponto que me chamou a atenção é a questão de, mesmo com uma linguagem mais surrealista citando sonhos, acidentes absurdos e fim de mundo, há um quê bastante realista e do cotidiano. Temos o artista de rua, as ligações burocráticas, o trabalho que não gostamos e por aí vai. Foi o ponto alto dos micros, a parte que mais gostei. Em relação aos temas, em alguns a imagem veio muito literal, como em D2: aquela ponte que aparece ali no final está bastante deslocada, parece que entrou só para cumprir a meta.
Parabéns e boa sorte no desafio!
Oi, Inconvidado,
Parabéns! Seus textos jogam muito bem com o surrealismo. Gosto disso, nem sempre a gente vê esse elemento no gênero. Há também algumas críticas sociais e à vida ordinário que também são sempre importantes.
Passaram uns errinhos na revisão e, em microcontos, isso pode ser catastrófico. No texto curto, o ritmo da leitura é fundamental.
Gostei da incursão à metalinguagem (E4) e da narrativa do D2. Por outro lado, textos que, ao fim, eram só um sonho, me deixam um pouco desapontado.
Ainda assim, gostei do conjunto da obra. Boa sorte!
A 4- Foi um sonho. Acordou para a realidade e se preocupou com o emprego. Dormiu demais.
B 4 – Esse foi muito simples, sem grandes empolgações.
C 3- Ficou meio bizarro, surreal.
D 2 – Esse ficou bacana, metáfora dentro da metáfora.
E 4 – Não entendi muito bem as conexões.
Olá, caro autor.
Para minha avaliação, utilizarei dois critérios principais: se o microtexto é uma HISTÓRIA e o IMPACTO que ela provocou.
Boas histórias no geral.
[A4] Gostei demais desse. Sacada inteligente e final bem construído. Conto bom, eficiente.
[B4] Compreendi a mensagem do texto, mas não funcionou bem como um micro. Elementos demais e que confundiram-me um pouco. Ter que reler um microconto não é um bom sinal.
[C3] Outro texto em que eu repetiria a análise do B4.
[D2] Mensagem bastante reflexiva. Não saquei tudo à primeira lida, mas um bom conto.
[E4] Um meta-microtexto, eu diria. Boa sacada. Inteligente. O impacto do texto não foi tão grande para mim. Para um texto morno até a última linha, fiquei esperando um final arrebatador e ele não veio. Mas, um bom texto.
Parabéns, autor.
[A4]
Gostei do seu microconto, principalmente da ideia de São Pedro na alfândega rsrs. Não costumo gostar muito das finalizações de textos com – foi tudo um sonho -, mas no microconto funcionou.
[B4]
Esta frase ficou confusa: “Disse a voz chamou sua atenção”. Não gostei muito da sua escolha pela palavra – apressado – para descrever alguém que estava procurando um amor para chamar de seu.
“– Me ajuda com um trocadinho pra eu poder comer hoje” (aqui caberia uma interrogação)
[C3]
Gostei da brincadeira com a forma de falar da atendente e do atropelamento pelo chinelo. Só não sei se a opção por tantos elementos (a fala da atendente, a exigência do pagamento e da pesquisa e o atropelamento pelo chinelo) foi acertada, talvez tenha ficado muita coisa para um microconto.
numero (número)
[D2]
Achei que a segunda parte do microconto, quando inclui a ponte, ficou um pouco desconectada do restante.
[E4]
Não sei se entendi este seu microconto.
Gostei da construção: “a Terra parava seu giro, aguardando”
Achei a seleção interessante, Inconvidado, bem diverso.
Parece que tem alguns erros de digitação, como uma vírgula que quebra a frase, no C3, e uma construção textual estranha, no B4. Gostei do tom surrealista que deu para alguns contos. É o tipo de literatura que mais gosto: o fantástico. Não parece ser um coletânea com algum tema ou universo compartilhado, apenas textos individuais mesmo. Se tem algum fio que cole tudo, eu não percebi, haha.
Meu micro favorito é o D2. Sempre gostei desse tipo de mensagem. Quanto mais temos, mais percebemos que não precisamos ter. Alguns se negam, sofrem, mas o sentimento sempre está ali. Por isso a busca incessante por algo novo, por algo emocionante. Esse texto conseguiu me arrebatar.
Parabéns pelo trabalho, Inconvidado!
Ola caro autor ou autora
Um apanhado de contos um tanto exóticos e surrealistas aqui. Posso dizer que gostei da referência no A4 (Renato Aragão manda lembranças kkkk) assim como a construção belíssima da E4 principalmente seu começo “Mastigou suas dúvidas, enquanto a Terra parava seu giro, aguardando..” Infelizmente a maioria não me pegou de jeito (e olha que gosto bastante do abstrato e surreal)
Parabéns pelo trabalho e sorte no desafio.
Oi Inconvidado!
Gostei muito dos seus micros. Há uma coerência muito bacana entre eles, que é o seu estilo. Um toque de surrealismo com crítica social. Muito bons, todos eles. Meu favorito foi o E4, bem metalinguístico.
Parabéns e boa sorte!
Dá para viajar um pouco na interpretação dos minimalistas, como um universo social, no conjunto. Gosto de premissas complexas disfarçadas de simples e da crítica social bem embutida. Há neles um teor de subjetividade que ganha um outro sentido na segunda leitura.
Preferido? E4 que é bastante criativo e reflexivo.
Parabéns! Sucesso! Abraços.
Olá, Inconvidado (!)
Vi que há algumas críticas sociais espalhadas no seus textos, né? O contraste entre a música e o pedido de auxílio financeiro para a necessidade básica. O socorro recebido com indiferença (melhor texto lido até então no certame), o salário justo… Além disso, cada um brinca com a realidade causando algum riso. Tem uns deslizes quanto à revisão no [B4], mas não influencia a compreensão.
Como mencionei antes, o melhor (em minha opinião) foi o [C3] onde a frieza é retrato do nosso cotidiano e está muito bem exposto nas poucas linhas. De fato, um ótimo texto. O [B4] também agrada pelo choque das realidades. A imersão da música pelo personagem atrelado a carência de amor que se contrasta com a necessidade do outro…
Embora tenha gostado, alguns pontos incomodaram um pouco. Observe que o [A4] e [B4] possuem choques de realidades, mas no primeiro o fato de acordar resolve de forma simplória e põe de lado o que foi exposto. Coisa que não acontece com o segundo. Já o último só faz sentido pela inserção do certame no contexto, deixando a sensação de que enchemos a boca com algodão doce, sabe? Sem muita “sustância”.
Enfim, gostei de tudo um pouco. Foi divertido captar a referência “No céu tem pão.”
Parabéns e boa sorte.
Saldo geral:
Caro autor(a), você montou cinco microcontos orgânicos e temáticos: há um surrealismo, um tom absurdo e até metalinguístico nas histórias que construiu. Embarcamos na ideia logo no primeiro texto, e com ela seguimos até o final, no dia em que a Terra parou para o escritor e para o leitor. Há um pequeno erro de concordância, acho, no conto B4, no trecho “Disse a voz chamou sua atenção”. Não compromete o todo, mas me tirou da leitura por um momento.
Destaque:
“Mastigou suas dúvidas, enquanto a Terra parava seu giro, aguardando. Enquanto isso, os caracteres acumulavam-se quantitativamente e repetitivamente sem fazer muito sentido. A terceira e a quarta linha se formaram.
A dúvida permaneceu e o final surpreendente não veio.”
Fechou com classe a seleção, uma despedida que quebra expectativas e gera um incômodo pertinente com o tom geral dos contos.
Boa sorte!