EntreContos

Detox Literário.

Segunda-Feira (Amanda Gomez)

Cheguei no horário de costume, passei pelo segurança, Carlos, que já conhecia bem minha cara, me cumprimentou com o sorriso e o olhar de pena característicos. Meneei a cabeça e fui até a recepção. Mônica me recebeu com aquele mesmo olhar, seguido de um suspiro. Não seria hoje novamente.

— Está em reunião, Seo Roberto.  

— Posso esperar, minha querida. Que tal mais uma daquelas nossas conversas pra passar o tempo?  

O olhar de pena mudou para o olhar de desespero. Sabíamos que ele não estava em reunião, só não queria me atender novamente. Se eu esperasse, ele sairia por outro local. Encontrei ele em um restaurante, semana passada. Estava com a família – uma bela mulher e um casal de gêmeos, bonita a família. Naquele dia tive uma epifania, entendi o significado do que me restava de vida.  

Me aproximei da mesa da jovem, coloquei as mãos no balcão e olhei diretamente em seus olhos castanhos. 

— A próxima vez que eu vier aqui, sua vadiazinha de quinta, vai me conhecer de verdade e chamar aquele filho da puta! 

Seus olhos arregalaram. Não era possível um senhor de idade com cara de bonzinho proferir aquelas palavras. Soquei a mesa com toda força, e me arrependi logo em seguida. Era tudo que o Parkinson precisava. Saí dali com meu corpo em brasa. Mas me sentia vivo.  

— Já vai, Seo Roberto? Perguntou Carlos. 

— Ah, vá se foder, viado do caralho! 

Atravessei a rua e segui meu caminho, tão rápido quanto minhas pernas trêmulas conseguiram.  

Morava no quinto andar de um apartamento quase tão velho quanto eu. Uma das poucas coisas que me sobraram depois do último divórcio. Às vezes esquecia ou confundia o nome das minhas ex-esposas, qual a ordem dos casamentos ou com qual delas tive quais filhos. Foram seis até então, devia haver um ou outro bastardo também, mas não tinha certeza. Escapei de alguns na justiça. 

Entrei e o cheiro de produto de limpeza invadiu minhas narinas. Jerusa, a diarista, passara por ali, o que queria dizer que era segunda feira ainda, achei que fosse sexta. A geladeira estava abastecida e, na porta, vários post-its com as indicações dos remédios que eu deveria tomar. Aquilo não era obra de Jerusa, e sim do meu filho Ricardo, o único com quem tinha algum contato. Ele era útil, apesar de ser viado. Busquei no fundo da gaveta a cachaça que infelizmente eu tinha que esconder para não jogarem fora. Sentei no sofá e comecei a rir. Não sabia do que exatamente, talvez da cara aterrorizada da vadia da Mônica. Aquilo me animou, bebi mais alguns goles, tentando organizar meus pensamentos, o fluxo estava intenso, o ódio realmente é um santo remédio para algumas coisas, uma pena não curar câncer de próstata. Em breve vai completar um ano desde que abandonei o tratamento, se tivesse continuado com certeza já teria morrido faz tempo. Mas agora as dores estão ficando intensas e os remédios do mercado negro difíceis de achar, o cerco estava se fechando, eu sabia. Não sou idiota, sessenta e seis anos e parece que não ia completar os sete. A conformidade disso era alarmante, não havia mais o medo de morrer, de não acordar na terça feira e só acharem meu corpo semidecomposto na segunda quando Jerusa chegasse. Desde que não tivesse pelado, tudo bem. Não, o medo era apenas um: ser tarde demais para me vingar. 

Nos últimos dias estava me sentindo em uma versão pouco glamourosa de Braking Bad. Terminei a temporada esses dias, nunca tinha assistido uma série antes. Não havia tempo para essas futilidades em minha vida. Dediquei meu tempo e inteligência para conseguir dinheiro. Consegui, muito. Mas meu talento pra perder era maior que de ganhar, jogos, mulheres, divórcios, tudo me levou à ruína. Terminei como minha segunda esposa disse que eu terminaria, “velho, brocha, sozinho e acabado”. Comecei a rir de novo. Lorena era o nome dela, baixinha, corpo de violão, olhos azuis. Talvez a única que eu verdadeiramente tenha amado, mas aí veio aquela criatura e estragou tudo. Como era mesmo o nome dela? Antônia… ou Antonieta, não lembro. Nasceu com um problema no cérebro, deformada, sempre tive dúvidas de que fora mesmo filha minha, mas meu amor por Lorena tapou meus olhos. Viveu mais tempo do que eu imaginava, 16 anos. Nos separamos quando ela ainda tinha cinco, sempre penso em quanto eu teria economizado com um simples teste de DNA.   

Olhei para meus dedos, a imagem estava turva, não sei se pela catarata ou pelo efeito do álcool. Me restavam seis filhos, cinco me odiavam totalmente. Nunca entendi a resistência de Ricardo em me odiar, o desprezo mais que todos os outros, talvez tenha puxado a mãe, uma moça pobre que conheci em um momento inusitado da minha vida. Religiosa, bondosa…Até que… 

Fechei os olhos diante de uma dor de cabeça, ela tem me acompanhado ultimamente. Pensar nas minhas ex-mulheres me deixou surpreendentemente animado, todas lindas e deliciosas, nunca aceitaria menos que isso. Meus troféus, minhas posses. Olhei pela janela que dava para uma vista de mais prédios encardidos deixando impossível ver o céu, não que eu ligasse pra ele ou essas tolices. Na minha época de ouro tive um apartamento a beira mar, não ia à praia, é claro, mas o importante era ter. Me levantei e fui até a janela, o vizinho da frente deixava as roupas secarem na varanda, uns trapos horrorosos, já era noite… quanto tempo passei sentado bebendo? Lá embaixo a cidade se movimentava, de repente quis me movimentar também. Fiquei algum tempo no subindo e descendo do elevador até acertar a saída. Lá fora a brisa era fresca, com sorte eu pegaria um resfriado.

Enquanto caminhava pelas calçadas, parei diante de uma vitrine, que aquela hora se tornava um espelho, e vi um homem que eu não reconhecia. Nada deixava transparecer a beleza e virilidade do homem que um dia fui. Eu exalava fragilidade, transmitia pena. A barba espessa e branca me deixaria apto até para ser o bom velhinho no natal. Sorri, balançando a cabeça. Eu me conhecia. Comecei a imaginar o que traziam por dentro os outros corpos velhos que transitam por aí, seriam eles lobos em pele de cordeiro também?

— E aí, vovô. Uma voz passou por mim. Virei-me rapidamente, uma mulher negra caminhava para longe. As roupas, o andar, tudo indicava que era um puta. Mas nos tempos de hoje não é mais um diagnóstico preciso. Foda-se os tempo de hoje. 

— Tá custando quanto? — gritei pra ela.

Ela parou, meio surpresa… me avaliando. 

— Acho que você não vai me dar muito trabalho. Posso fazer um preço camarada.

Subimos pro meu apartamento e logo pedi para ela se despir. Fazia quantos anos que não via uma mulher nua tão de perto? Retirei minha roupa também, incomodado com o olhar dela diante do meu corpo quase cadavérico.

—  Deite-se ali —  ordenei. 

Ela obedeceu, mas o tempo todo com aquele risinho de canto de boca. O motivo era óbvio, eu estava mais murcho que quando fazia exame de toque no urologista. Ela chegou perto e começou a estimulá-lo, o toque era dolorido a vergonha mais ainda. 

—  Não tem aquele remedinho aí? 

Dei um tapa com toda a força que me restava em seu rosto. Ela caiu, mais pela surpresa que pelo impacto.

—  Eu não preciso de remedinho, sua puta desgraçada. É o seu cheiro fedido de um dia inteiro dando o cu que está me enojando!

Ela veio pra cima de mim. Não vi mais nada. Bom era o tempo que você podia fazer o que quisesse com as prostitutas sem ser surrado depois.

Acordei com dor, não a costumeira, dor nos ossos, na boca. Minha boca estava sangrando, os acontecimentos da noite vieram. Amaldiçoei a puta. Demorou algumas horas até conseguir me levantar, tomar um banho e catar um pouco de dignidade. A urina estava vermelha de sangue, tic tac tic tac, Roberto, seu tempo está acabando.  Logo a rotina voltou, lembranças, álcool, aqueles pensamentos. Depois de apanhar o que mais me faltava? Me apeguei aos pensamentos… doces.

Caminhei cambaleante até a primeira gaveta da cômoda perto da cama. peguei o revólver, novinho, me custou quase as economias todas.  Fui até o espelho, apontei pra minha cabeça, as mãos trêmulas, não de medo, mas da doença. Pensei naquele dia no restaurante, na decisão que eu tinha tomado… nos olhares daquelas crianças. Fui franco, não serei novamente. Segunda-feira estarei de novo na portaria da empresa que eu construí, que eu criei, que eu transformei, e vou matar o desgraçado que me tomou tudo, não ele, o pai dele…mas não importa. O desgraçado morreu antes que eu tivesse chance de fazer algo. Mas o filho não herdou apenas tudo, herdou também a arrogância. Dez anos tentando recuperar o que é meu e nada. Apenas desprezo. Todos contra mim, inclusive os ingratos dos meus filhos que hoje usufruem do meu suor. Desgraçados.

Estava tudo na minha mente, o que eu tinha a perder? Nada. Vou reservar uma bala para Mônica e Carlos também.  Para que eles nunca mais ousem me olhar com pena, para que não me tratem como um coitadinho. É… é isso que vou fazer. Segunda-feira. Vou me matar depois? Não sei se conseguiria, mas é o padrão… ou talvez eu deixe que me prendam. Talvez eu queria dar uma entrevista, falar quem eu sou, o que já fiz… ficariam chocados, aposto. Contariam minha história… eu contaria. Uma dor aguda na minha pélvis me fez derrubar a arma. Maldição! Isso tem que acabar! Peguei os últimos remédios que me restavam e tomei. Deitei na cama e dormi.

Acordei com Ricardo me chacoalhando, era domingo. Por que ele estava aqui em um domingo? Logo me disse que ia viajar e só retornaria na próxima semana. Decerto ia pra alguma parada gay. Era impressão minha ou estava usando batom? Me ajudou a tomar banho, enquanto ele me lavava, olhei em seus olhos e vi sua mãe, então me lembrei. Roseane. 

—  Sua mãe era uma boa mulher —  falei.

Ele me olhou surpreso, os olhos enchendo de lágrimas. 

—  Ela foi sim, pai.

—  Acho que estaríamos juntos até hoje se ela tivesse abortado você. 

A dor em seus olhos foi fascinante, ele não disse nada. Continuou o banho, fez minha comida, escreveu os post-its e foi embora. Foi nossa despedida.

Segunda-feira, acordo animado. É o grande dia. Pego minha melhor roupa, está muito larga agora, mas não importa. Passo pacientemente até desfazer todos os gumes, visto. Penteio os cabelos, herança da minha juventude coisa que continuou, não sou um velho careca. Passo perfume. Jerusa chega, Fica surpresa ao me ver todo arrumado. hoje não serei mal humorado com ela. Espero ela deixar o apartamento com aquele cheiro de lavanda e ir embora. Levanto, vou até o espelho do banheiro, escovo os dentes, passo fio dental. Os dentes ainda são meus também. A arma no coldre, o sorriso no rosto, ficando maior, se transformando numa estrondosa gargalhada, há quanto tempo eu não ria assim? De repente ela fica entrecortada, uma tosse está atrapalhando meu momento, fica mais forte. Sou obrigado a parar um pouco pra respirar… cadê o ar? Olho no espelho e vejo pânico. Então a dor, a fraqueza, os últimos pensamentos…. e então mais nada.

Ainda é segunda-feira.

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30 comentários em “Segunda-Feira (Amanda Gomez)

  1. iolandinhapinheiro
    27 de abril de 2020

    Amanda de Deus, se a sua intenção era fazer com que a gente sentisse raiva deste velho, você conseguiu. Que FDP desgraçado! O homem era o típico machista, misógino, escroto dos infernos. Senti inclusive pena do filho que ainda o suportava. Nem grato a peste era pelo filho que lhe proporcionava algum conforto.

    Tudo isso, claro, muito alimentado pela desilusão em todos os setores, especialmente pelo golpe que recebeu do pai do homem que não queria atendê-lo.

    Vi uma profunda caracterização psicológica neste seu personagem, e isso foi o que mais me conquistou. Nunca gosto de descrições físicas. Todo mundo já viu um homem idoso e cada um pode imaginar conforme sua própria imaginação. Importante mesmo é mostrar sentimentos, emoções e intenções. O enredo era bem básico, mas quem falou que precisava de mais. Era um momento na vida de uma pessoa. O momento da vingança. Não precisava colocar mais enredo no texto, apenas o suficiente para criar a situação e tudo o que precisava está lá.

    O que mais gostei foi o final. Bem arrematado e com uma cara própria. Parabéns, amiga. Se recriar é sempre uma boa ideia. Beijos.

  2. Ana Carolina Machado
    11 de abril de 2020

    Oiiiii. Um conto sobre um idoso que foge do padrão de idoso amável, gentil e educado. Logo no começo vemos ele chegando na empresa e sendo avisado que novamente não poderá ser recebido, pois a pessoa que veio ver está de reunião . Após esse momento vemos os primeiros traços da verdadeira personalidade dele, ao ser grosso com a Mônica e o Carlos. Com o tempo sabemos que ele passou por vários divórcios e que tem problema com a maioria dos filhos, o único que o ajudava era o Ricardo. Vemos mais traços de crueldade na forma como se refere a filha deficiente que teve com a Lorena e como tratou a prostituta. Mas o ápice foi quando tratou mal o Ricardo e disse aquela frase(o único filho que cuidava dele), pois mostrou que o passado não ensinou nada para ele e ele continuava com o mesmo coração. Coração este que queria vingança, tinha até a arma para isso, mas no fim pelo que entendi ele morre antes disso de um ataque cardíaco que começou com falta de ar. Gostei de como o conto vai gradativamente mostrando quem o idoso realmente é e quais seus reais objetivos, no começo temos a impressão que ele é mais um idoso que é abandonado pelo filho ingrato que não quer o receber, mas depois vemos que o que ele queria era vingança. Fica a reflexão que nem sempre cabelo branco é sinal de bondade e segurança. Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.

  3. Eneida Ferrari
    11 de abril de 2020

    4) Segunda-feira
    Velho solitário que se sente um desgraçado tem vontade de acertar as contas com o filho do homem que o arruinou. Planeja o dia, pega o revólver, mas vem a dor da doença, uma tosse, falta de ar, sente pânico e fraqueza, vem os últimos pensamentos… e nada mais.
    ANÁLISE: Boa escrita, clara, objetiva. O desenrolar da história é meio confuso, enredo meio sem graça, desfecho final confuso. Ponto positivo: o personagem está muito bem caracterizado.

  4. sergiomendessola
    11 de abril de 2020

    4. Segunda-feira (Humpert)

    História de uma sexta feira, esta ultima sexta feira… de um homem que já nem se reconhece numa vitrine.

    Texto fluído, mas com pouco desenvolvimento… não atingiu um bom nível.

    Pontuação: 2

  5. Bia Machado
    10 de abril de 2020

    Resumo: Homem sexagenário que não é recebido mais por um dos filhos reflete sobre a vida dele e começa a planejar como vai terminar sua vida.

    Desenvolvimento do Enredo: Mais um texto narrado em primeira pessoa. Não gosto desse narrador-personagem. Por tudo que colocou aqui, está explicado a forma como vive. Ou seja, o texto funcionou comigo.

    Composição das personagens: Muito realista. Há muitos vivendo como ele. Uma amargura sem fim. Tenho um caso bem parecido na família e não há muito o que se possa fazer. Parabéns a quem compôs essa personagem, imagino que não seja fácil criar alguém do tipo desse Roberto, devia ficar aliviado por ainda ter quem se preocupe com ele, como o filho, mas não, ainda vai lá e diz que o cara deveria ter sido abortado. Estou passada com esse velho, haaha.

    Parágrafo inicial: Está ok. Poderia ser melhor, sim, mas cumpriu a tarefa de despertar interesse.

    Finalização: Achei interessante a forma como criou a expectativa em mim, leitora. “Será que ele vai fazer isso mesmo? Isso realmente vai acontecer?” Da forma como está, ficou em aberto e cabe ao leitor definir o que aconteceu: ele apenas desistiu? Ou ele morreu? Da minha parte, fico com a segunda rs.

    • Amanda Gomez
      14 de abril de 2020

      Morreu o infeliz 😆

      Então, eu sempre tenho essa percepção sobre idosos no geral. Fico me perguntando o caminho deles até ali. Se a aparência de fragilidade condiz com a realidade. Essas coisas

      Obrigada. ♥️

      • Bia Machado
        14 de abril de 2020

        Yay!

  6. Claudinei Maximiliano
    10 de abril de 2020

    Resumo: Um velho com parkinson e catarata vive tentando recuperar uma empresa que um dia lhe pertenceu. Durante as duas primeiras idades tivera uma vida desregrada, com várias mulheres e muitos filhos. Após uma desilusão com uma prostituta que lhe espancou, o velho decide cometer o último ato heróico de sua vida: matar o empresário arrogante que agora presidia sua empresa. No entanto, estava fraco e débil e não conseguiu levar a cabo o seu plano.

    Cometários: Um conto bem escrito e com leitura bastante agradável. Tem um desfecho um tanto inusitado, embora em nenhum momento tenha despertado empatia entre mim e o personagem.

  7. Rafael Carvalho
    9 de abril de 2020

    Então… gostei do texto, esta bem escrito e as linhas de diálogo são ótimas. O foco de mostrar durante todo o conto a personalidade tóxica do personagem principal é interessante, mas me deixou com a sensação de faltar algo escrito.
    A abordagem utilizada de narrador-personagem funciona bem para esse tipo de conto e dentro do que se propôs foi bem organizada.
    Parabéns pelo conto, boa sorte!

  8. Pedro Paulo
    9 de abril de 2020

    Lê-se a história de um homem que planeja alguns assassinatos para consumar o que imagina ser a sua justa vingança. Entre ele e o objetivo, a idade avançada e o câncer. É um conto muito bem sucedido em nos imergir na perspectiva do personagem, de modo que, embora assombre, logo nos acostumamos à homofobia e misoginia presentes em suas ações, pensamentos e falas. É, sem dúvidas, um homem horrível, mas é verdadeiramente apreciável o quão consistente é a sua construção enquanto personagem. Cada característica sua apoia o quão execrável ele é, de modo que, embora o odiemos, ansiamos para ver se o seu plano vai dar certo ou não. O admirável homem horrível morre, finalizando o enredo e sanando nossa dúvida quanto ao seu desfecho.

    Muito bom!

  9. Jorge Santos
    8 de abril de 2020

    Este é um conto cru sobre um sexagenário a quem tiraram o controlo da empresa à qual dedicara a vida. Durante o relato vamos assistindo à sua existência amarga, à solidão da sua viuvez, da sua ténue relação com os filhos. A idade e o tempo reclama a sua parte: ele tem Parkinson e problemas na próstata. Mostra o seu mau carácter em tudo o que faz, desde a forma como trata uma prostituta ou o próprio filho. Tudo é cru, com palavrões quanto baste. Numa palavra: autêntico. O texto aumenta de intensidade até ao desfecho, que peca por não ser inesperado. Prende o autor, mas ainda prenderia mais se a linguagem fosse mais fluída e houvesse menos excessos de linguagem. Faltou mostrar que ele tinha um lado humano, menos cruel, para que o leitor não torcesse tanto para que ele falecesse de uma forma igualmente cruel.

  10. Paula Giannini
    6 de abril de 2020

    Olá, Autor(a),

    Tudo bem?

    Resumo – O último dia de um homem, em meio a mágoas, recordações e até “planos para o futuro” (matar o filho de seu ex-sócio, entre outros desafetos).

    Escrito em primeira pessoa, o(a) autor(a) desenvolve a narrativa, lançando mão de um protagonista que discorre, em tom amargo, sobre toda a sua vida (ou grande parte dela), cheia de arrependimentos e mágoas. O personagem, é um homem comum, com sentimentos comuns e que podem ser encontrados em nosso dia-a-dia, quem sabe em um amigo, talvez em alguém da família, eventualmente no próprio leitor. Assim, além de crível, o protagonista torna-se, consequentemente, um elemento de identificação entre o(a) leitor(a) com o texto lido.

    Se por um lado, o(a) leitor(a) espera por algum tipo de redenção para este homem ficcional e amargurado, por outro, o(a) autor(a) nos brinda com o inexorável desfecho de todos nós: a morte, interrompendo histórias e planos, sejam eles de amor, sejam de vingança.

    Parabéns por seu trabalho.

    Beijos
    Paula Giannini

  11. Paulo Luís
    5 de abril de 2020

    Resumo: Idoso egocêntrico, soberbo, machista e racista, vive reminiscências de sua vida perdulária. Enquanto alimenta a ideia de vingar divergências de uma empresa sua, onde se diz ter sido traído, com uma matança indiscriminada, mas para o bem de todos a morte o pega antes que cometa mais uma de suas barbaridades.

    Gramática: A linguagem flui sem grandes percalços, exceção a alguns deslizes, como: (“um” puta, onde seria uma), e (“queria”, onde seria queira). Acredito que em virtude da pressa com que procurou desenvolver sua escrita.

    Avaliação: Mérito do autor em criar um protagonista tão odiento, onde não só os filhos deste os odiavam, mas, ao leitor também, (pelo menos a mim). Personagem pernóstico até as tampas, ainda bem que o autor deu cabo dele antes que cometesse mais um de seus excessos. A ideia do enredo é muito boa, embora passe a sensação de que seu desenvolvimento esteja um tanto amontoado de situações; dando a impressão de que quanto mais eventos fossem produzidos, melhor ficaria o enredo. A cena da prostituta, por exemplo, me passou totalmente desnecessária. Mas esse poder é do autor, o que digo é apenas opinião de um leitor que talvez não tenha entendido a real intenção do autor. No mais um bom trabalho.

  12. Elisabeth Lorena Alves
    4 de abril de 2020

    olá, Humpert
    Segunda-feira é um conto que transpassa o leitor Com o tiro não efetuado pela personagem principal. As dores e decepções do homem envelhecido. Suas descrenças. Sua inabilidade em assumir seus fracassos como marido, pai e empresário. Seu desconforto com a Sexualidade de seu filho e sua própria impotência sexual. Seu desejo de Vingança e sua doença são fatores que além de delimitar a personalidade e caráter do homem envelhecido, mostram o quanto a solidão é nociva para alguns;
    Humpert Acertou a mão ao traçar Um caleidoscópio de sentimentos controversos que em um círculo vicioso de segundas-feiras nos remete a ideia de uma vida sem sentido O clímax é perfeito e o motivo que interrompe a trama, dando seu grande final, sempre esteve presente.
    Parabéns ao escritor.
    ELA

    • Amanda Gomez
      14 de abril de 2020

      É tão bom quando você gosta dos meus contos ♥️

  13. cgls9
    3 de abril de 2020

    O Seo Roberto, vive uma rotina triste. Circula pela vida de mesma forma que o câncer que carrega. Ressentido, doente, cheio de preconceitos, virulento, violento, impotente… é o resultado da soma de erros que cometeu. No meio dessa miséria, espera a próxima segunda feira para executar a vingança contra aqueles que ele culpa por sua derrota, não tem tempo, segunda feira, ele morre.

    Considerações:
    É um personagem detestável, construído com riqueza de detalhes. Lembra um personagem que escrevi, tão defeituoso – no sentido da personalidade – quanto esse seu. Excelente as pinceladas de cinza, ocre, verde musgo… Quase consigo sentir o mau cheiro dos ambientes que ele frequenta, quase consigo ver o pus de suas feridas. Parabéns e muito boa sorte.

  14. Fernando Cyrino
    1 de abril de 2020

    Olá, Humpert, que segunda-feira mais forte e intensa você me trouxe, amigo. Gostei muito da sua história. O idoso amoral, sem nenhuma empatia e que, num belo fluxo de consciência vai passando o filme da sua vida, suas seis mulheres, das quais nem se lembra de alguns nomes. Seu filho homossexual, o único dentre os seis que gosta dele, que cuida do pai e é por ele agredido e humilhado. Gosto muito desse contar a história com o fluxo de consciência que você faz. Denota que tem intimidade com a escrita. Está bem bacana. A história é criativa e o enredo prende os olhos do leitor. Caso pudesse lhe dar uma dica, Humpert, te sugeriria reavaliar o trecho em que diz que o nosso herói tinha reservado “uma bala” para Mônica e Carlos. Acho que ficaria melhor ele haver guardado duas balas. Alguns detalhes devidos talvez ao corretor, como dor fascinante, achei que seria dor lancinante (mas pode ser que não usaria essa expressão, eis que se trata de lugar comum e você é bom na escrita). No revólver novinho, talvez caiba melhor um que antes de me custou. Que era um puta, uma puta. Bem, amigo, gostei muito da história, você a abre e a fecha muito bem e isto é bem difícil. Bacana. Parabéns pelo seu trabalho.

  15. Rubem Cabral
    31 de março de 2020

    Olá, Humpert.

    Resumo da história: velho amargurado e mau tem raiva dos filhos e de todos em geral. Foi alguém rico e mulherengo no passado, mas é uma casca com câncer e somente parece causar mal por onde passa. O homem tem um filho gay que cuida nele, mas nem este escapa da mordacidade do pai. O velho tem um revólver e planeja secretamente matar o herdeiro de sua antiga empresa, alguns desafetos e depois a si mesmo. Em seu devaneio, o homem acaba por morrer, diante do espelho.

    É uma história de muito impacto. O velho é mau e não tem vergonha disso. Por tudo isso, ele é um personagem muito bom e colocá-lo como narrador foi uma boa escolha. O texto é bem escrito, em linhas gerais, com pequenas “escorregadelas” aqui e acolá, mas pouca coisa mesmo. O resultado final foi muito positivo.

    Boa sorte no desafio!

  16. Fabio D'Oliveira
    27 de março de 2020

    Resumo: Roberto é um mau caráter. E, mesmo velho e doente, continua sendo perverso. Sua rotina se resume em destilar ódio e planejar sua vingança contra a pessoa que lhe roubou sua riqueza.

    Olá, Humpert!

    Olha, sinto em dizer que, infelizmente, a leitura não foi tão prazerosa. Creio que muitos irão apontar os erros de Português e digitação, então irei me focar no seguinte: lapidação. Sabe o bonsai e a arte da poda? É muito parecido. Depois de terminar um texto, foca nesse pensamento: o que devo manter e o que devo tirar? Para complementar, questione se determinada cena é necessária, se precisa ser prolongada para enfatizar alguma informação ou até reduzida pelo argumento ser bem objetivo e simples.

    Preste atenção também, Humpert, na beleza da narrativa. Você repete muitas palavras, cortar palavras desnecessárias, etc. Vou destacar um trecho e deixá-lo mais limpo, para ter uma noção do que estou falando:

    “O olhar de pena mudou para o olhar de desespero. Sabíamos que ele não estava em reunião, só não queria me atender novamente. Se eu esperasse, ele sairia por outro local.”

    Para:

    “Seu olhar mudou drasticamente: a pena transformou-se em desespero. Sabíamos que ele não estava em reunião, só não queria me atender. Mais uma vez… Se esperasse, o desgraçado fugiria por outro buraco. Como o rato que verdadeiramente era.”

    Precisamos tentar deixar o texto mais apreciável possível. E sua estética, querendo ou não, ajuda o leitor a criar uma empatia maior com sua narrativa. Muitas repetições cansam, como disse acima e afirmo novamente, para procurar evitar esse tipo de coisa!

    A história, por outro lado, é do tipo que gosto. Um verdadeiro mau caráter, recebendo todas as dores que deve ter causado na juventude. O verdadeiro carma. E o final foi de arrepiar, sério. Gostaria de ter lido esse conto numa narrativa boa, pena que, talvez, ou não estava numa boa época ou ainda é inexperiente. E está tudo bem. Você tem a oportunidade de melhorar. E se quiser ajuda com isso, depois do desafio, pode me procurar no Facebook. Não tem problema.

    Ah, claro, o tema está muito bem explorado. O contraste que você cria é excelente. A visão que Roberto tem de si mesmo, no passado, como um grande homem, pode ser pura ilusão. Tudo o que sabemos é que ele é um ser humano deplorável e narcisista. O tipo de pessoa que sente prazer em machucar os outros. E morre na miséria de si mesmo.

    Parabéns pela ideia, foque na execução na próxima vez e estamos juntos nessa caminhada!

    • Amanda Gomez
      14 de abril de 2020

      A resposta no comentário da Catarina é provê.

      • Amanda Gomez
        14 de abril de 2020

        Çê*

      • Fabio D'Oliveira
        15 de abril de 2020

        Eu vi, hahahaha. E olha que eu cometi um erro parecido na hora de responder um comentário no meu conto! Não se preocupe, pode contestar minha opinião, dá umas porradas, faz parte da evolução, haha.

        Eu sei como é escrever em cima da hora: faço isso constantemente. Você melhorou muito como escritora, então acredito que recaiu na parte que citei: “época ruim”. Seu conto vencedor no Sabrinesco ficou maravilhoso. Tenho certeza que quando lapidar, vai ficar bem melhor. E veja se faz isso, Amanda, quero ler depois. Adorei o personagem se fodendo no final, hahahahahaha.

        Se quiser papear sobre escrita e afins, me chama inbox no Face! Estamos todos juntos nessa caminhada, né!

  17. Catarina Cunha
    27 de março de 2020

    Resumo — Um velho amargo convive com sua decrepitude e planos de vingança não executados a tempo.

    Técnica — O humor negro na dose certa carregou o personagem nas costas com maestria. Cabe revisão gramatical.

    Trama — Lembrei-me de uma crônica que escrevi (“Gente ruim também envelhece”). Mas aqui fiquei com a sensação de profunda empatia com o personagem, incapaz de perceber ser ele próprio o algoz de sua desgraça. Difícil conseguir isso, ponto para o (a) autor(a).

    Impacto — “Bom era o tempo que você podia fazer o que quisesse com as prostitutas sem ser surrado depois.” Veneno pulsando nas veias.

    • Amanda Gomez
      14 de abril de 2020

      Você leu errado, Fabio. Lê de novo! É só pq eu tô te devendo um livro? (Brincadeira 😝)

      Então, senti que você entendeu bem o personagem. Que bom que em algum momento a leitura te trouxe algum sentimento (arrepio) sobre minhas falhas, concordo mas tem uma agravante( desculpa para esses erros) . Eu comecei a escrever o conto faltando umas duas horas pro fim do prazo. Simplesmente me sentei, abri o notebook e comecei a digitar. Eu só enviei, mesmo sabendo que não deu tempo pra revisar, e nem falo de erros gramaticais pq acho que os que passaram não são muito relevantes. Mas isso que você apontou “lapidação” pq eu fiquei orgulhosa do meu feito. Eu demoro séculos pra escrever um conto, mesmo ele estando todo traçado na minha mente. E nesse eu consegui em tempo Record.

      Não leve a mal, tô só respondendo pq seu comentário me chamou atenção. Eu tenho história de falhas de revisão no EC, é o que sempre apontam. Agradeço as dicas, e vamos sim tomar um café e falar sobre isso no Facebook 😁
      Valeu!

    • Amanda Gomez
      14 de abril de 2020

      Bah, respondi errado, Catarina. É pro Fábio. Kk

      Sobre o seu comentário. Eu vi essa sua postagem e o título me chamou atenção por ser algo que eu sempre fico indagando.

      Obrigada ♥️

  18. Inês Montenegro
    26 de março de 2020

    Narrado em primeira pessoa por Roberto, o qual altera as suas actividades do presente – ida a uma empresa sabendo que não será recebido por quem quer, retorno a casa, e o falhanço biológico de ter sexo com uma prostituta – com memórias entarameladas do passado: primordialmente centradas nas esposas.
    Roberto vai contra a ideia do velhinho amoroso. É possível deduzir por indicações textuais que é essa a primeira ideia que o seu aspecto físico transmite aos demais, mas essa não é uma impressão que fique ao leitor ou às restantes personagens durante muito tempo, visto que o homem é um acumular de má educação, desrespeito e preconceitos, os quais não tem pejo em expressar. Por vezes não parece ter noção de o fazer, outras vezes revela uma satisfação que revela um propósito. Não é uma personagem por quem se sente empatia e, sendo o ponto de vista narrativo o dele, essa falta de empatia transparece para o conto em si.
    Está em grande falta uma maior revisão. Demonstra, por exemplo, falhas de pontuação (geral e nos diálogos) e construções frásicas ambíguas, as quais serão facilmente reajustadas com uma revisão.

  19. angst447
    26 de março de 2020

    RESUMO:

    Roberto, um idoso, doente e amargurado com as perdas que a vida trouxe, resolve seguir sua rotina de segunda-feira. Vai ao escritório de um figurão que cujo pai, segundo ele, tomou a empresa que ele havia construído. Odeia os olhares de pena que recebe e não é gentil nem nas palavras nem nos pensamentos. É cruel com o filho gay que vem cuidar dele, mal humorado com todos, revoltado com a doença que mitiga suas forças. Apanha de uma prostituta que maltratou. No final, traça um plano: vai matar o empresário usando o seu revolver que lhe custou quase todas as economias. Arruma-se todo, como se preparando para um grande evento, e bem na hora de sair, sente-se mal, tem um acesso de tosse, perde os sentidos… e, como suponho, morre. E ainda é segunda-feira.
    _________________________________________________________________

    F  Falhas de revisão  Esta é a parte que menos importa na minha avaliação. Só para constar mesmo.
    Há alguns detalhes que fogem da norma culta como, por exemplo, o pronome oblíquo no início da frase: “Me aproximei”.
    “Talvez eu queria” > Talvez eu queira

    I  Impacto do título Bom título, conciso, e não entrega a trama.

    C  Conteúdo da história  O conto logo surpreende, pois quando pensamos que Seo Roberto era mais um velhinho fofo e gentil, ele já vem com pedrada e tapa na cara. A crua realidade de uma velhice mal vivida. A linguagem utilizada é forte, sem rodeios, sem qualquer poesia. O(a) autor(a) abordou o lado mais sombrio do envelhecer, ou talvez, o mais claro, na verdade, pois não se pode negar o sentimento de familiaridade que a narrativa traz.

    A  Adequação ao tema  O conto aborda o tema envelhecer, sem dúvida alguma.
    ————————————————————————-

    E  Erros de continuação  Não encontrei falhas de continuidade ou pontas soltas na narrativa. Tudo muito bem costuradinho e amarrado.

    M  Marcas deixadas  Um gosto amargo de “a vida como ela é”, um pouco de pena de Seo Roberto pela sua vida amargurada, e também uma satisfação de ver um desfecho sem mortes para a sua saga. Não é uma leitura fácil ou leve, mas prende muito a atenção.
    —————————————————————————–

    C  Conclusão da trama  O final é bem coerente com o que a narrativa apresenta ao longo dos parágrafos. O idoso morre, em uma segunda-feira, prestes a cometer um assassinato, sua vingança final. Ótimo final com impacto.

    A  Aspectos quanto à originalidade do conto  A originalidade do conto está em fugir do estereotipo do velhinho bonzinho, vítima da sociedade e que merece pena. A abordagem dura e agressiva do tema proposto faz o conto se destacar.

    S  Sugestões  Dar uma acertadinha na revisão.

    A  Avaliação final  Conto impactante, para o bem e para o mal. Destaca-se pela crueza de linguagem e imagens criadas com maestria. Boa leitura!

  20. Cicero Gilmar lopes
    24 de março de 2020

    O Seo Roberto, vive uma rotina triste. Circula pela vida de mesma forma que o câncer que carrega. Ressentido, doente, cheio de preconceitos, virulento, violento, impotente… é o resultado da soma de erros que cometeu. No meio dessa miséria, espera a próxima segunda feira para executar a vingança contra aqueles que ele culpa por sua derrota, não tem tempo, segunda feira, ele morre.
    Considerações:
    É um personagem detestável, construído com riqueza de detalhes. Lembra um personagem que escrevi, tão defeituoso – no sentido da personalidade – quanto esse seu. Excelente as pinceladas de cinza, ocre, verde musgo… Quase consigo sentir o mau cheiro dos ambientes que ele frequenta, quase consigo ver o pus de suas feridas. Parabéns e muito boa sorte.

  21. Cilas Medi
    24 de março de 2020

    Um auto retrato da degradação, da auto piedade. Um homem tentando se desvencilhar da brutalidade, contra si e mais ainda de todos que o humilham e o desprezam, pelo seu comportamento, por seu passado, pelas agruras e desconforto da alma.
    Encontrar esperança de melhora na pessoa do único filho que ainda o suporta, faz sentido que a amargura humana sabe como maltratar a quem se oferece para ajudar, humilde, servil, por amor e dedicação.
    Encontrar a morte, definhando, com prazer da insatisfação e o amargor de uma doença que deveria ter evitado no simples ato de amar e reservar, para si, a falta da compostura correta de como viver a vida.
    Encontrar o desespero final na constatação do quanto se culpa por não, sequer, tentar melhorar.
    Encontrar o seu despojo, desespero e infinita vontade de maltratar, com a morte, aqueles que o enfrentam devolvendo o medo de ser o que se é.
    Um conto doloroso e dolorido. A velhice é ruim para quem dela se afasta durante a juventude que idolatra.
    Gostei. Sorte no desafio. Parabéns!

  22. Fheluany Nogueira
    23 de março de 2020

    Uma vida complicada, sem afetos duradouros leva idoso a desejar uma vingança (pareceu-me que por negócios). Não tem tempo, morre de câncer.

    A narrativa em primeira pessoa trouxe ao leitor uma visão do protagonista própria, individual e, portanto, parcial (“Eu me conhecia”) que provoca um certo sentimento de repúdio a ele. Assim, no desfecho, a morte dele, sozinho e com a possibilidade de que o corpo somente seja encontrado dias mais tarde não é surpresa e nem traz grande comoção.

    A ideia é boa e o tema do “envelhecer” está claro, mas o conto não consegue repassar fortes emoções. Apesar da fluidez, do ritmo prazeroso da leitura, não se chega a torcer por algo.

    Parabéns pelo trabalho e sucesso. Abraço.

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Publicado às 22 de março de 2020 por em Envelhecer, Envelhecer - Grupo 2 e marcado .
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