No ano de 1815, nasceu uma menina chamada Érica. Ela vivia numa família de caçadores de javalis e sempre estava cercada por armas e couro de javalis. Aos seus 10 anos, recebeu a sua primeira arma, um tranqüilizador. E, sete anos mais tarde, se juntou ao seu pai e sua tia, para caçar e depois vender a carne, o couro e outros produtos de javali.
Certo dia, Érica, seu pai e sua tia, estavam vagando pela floresta, quando Érica viu um arbusto se mexer e imediatamente percebeu que era um javali filhote. Alguns dias antes, seu pai lhe disse que, quanto mais novo for, melhor! Então, lembrando disso, Érica, sem demora, atirou seu tranqüilizador e o filhote, tentou escapar, mas acabou não conseguindo e foi atingido e desmaiou.
Quando chegaram à cabana, sua mãe e seu tio estavam esperando para o jantar. Érica colocou o filhote numa gaiola. Quando tentavam alimentar ele, recusava qualquer comida e continuou assim, por dois dias, mas, até que quando Érica foi tentar alimentá-lo, ele comeu! Todos ficaram surpresos com esse acontecimento.
A garota se apegou tanto ao filhote naquele dia, que passou a chamá-lo de Bravo. No dia seguinte, seu pai ia matar o pobrezinho, mas Érica o defendeu! Mas, depois disso, seu pai expulsou os dois de casa e seus outros familiares tentaram fazê-lo mudar de idéia, mas sem sucesso.
Os dois, sozinhos, foram para a aldeia mais próxima e dali em diante, passaram a morar lá. Esses foram os melhores anos da vida deles!
Um dia, quando Érica estava com 73 anos, seu javali se foi, pois ele tentou proteger um filhote de esquilo de um lobo. Bravo acabou salvando o filhote, mas com ele, não foi o mesmo. Érica ficou arrasadíssima com esse acontecimento… Nessa aldeia, havia muitas pessoas pobres, e Érica os ajudava, dando algum dinheiro, comida e outros. Um dia, ela ouviu uma mulher gritando socorro, pois um bebê estava engatinhando no meio dos trilhos e havia um trem indo em direção ao bebê. Ela correu, salvou o bebê e… infelizmente, ela se foi como uma heroína.
Para relembrar os dois heróis, o povo da aldeia ergueu uma estatua dos dois, onde até hoje, servem de exemplo para muitas pessoas.
Uma bela história sobre o valor da amizade e do altruísmo. O final foge do esperado, tornando o conto ainda mais bonito. Parabéns, Sofia!
Boa tarde, autora!
Então, sabe o que mais gostei deste conto??
Do Desfecho!
Achei de imensa maturidade fugir do lugar comum do final feliz.
Você sacrificou sem dó os dois protagonistas do seu conto, tudo isso em beneficio da sua história. Parabéns pela clareza de seu texto e pela coragem em fugir do “status quo”.
Obrigada pelo conto, Sofia! Ele é bonito, ao mesmo tempo triste, quanta reviravolta na história! Adoro histórias com javali e a sua ficou emocionante, faz a gente acreditar que essa amizade entre gente e bicho é possível, independente de qualquer coisa. Adorei o final. Parabéns!
com certeza! e era esse o intuito da história. que qualquer amizade é possível. muito obrigada! eu adorei o seu comentário.
Parabéns, Sofia, ótima história. De caçadora a acolhedora de pessoas e animais, uma virada e tanto. Muito legal.
obrigada!