Conto dos Títulos – Liga 2019 Rodada 2 (Neusa Fontolan)
— “Sob as Águas” em meio a uma “Variante Amarela”, o “Sarcófago” afundava, devagar. “Das Profundezas” surgiu “Angelical”, “O Espírito da Cuidadora”. Levantou a sua “Faca de Prata” e quando a desceu foi “O Fim de Miss Bathory”. – Toninho fez suspense, com uma breve pausa, para depois continuar. – A “Ânsia” embolava meu estômago, isso durante aquela “Amarga Travessia”. Alguém colocou um copo de água em minha mão. Senti que fosse desmaiar, tudo rodava, o copo rodava a parede rodava… era como “A Ciranda do Copo e da Parede”.
— Que ciranda, que parede? Cê tá vendo alguma parede no meio desse mato todo? – Tito perdeu a paciência com o amigo. “Aquilo” era mais um dos seus dramalhões. Ele tinha que ficar com enrolação?
—Você não lembra? Foi “O Dia em que Faltei da Escola”, para poder comprar “Os Presentes de Vvitaen” – disse Marina na defesa de Toninho. Só que quando ela começava a falar, não parava mais. – Era uma sexta-feira e eu tinha que atuar naquela peça “A Criadora de Porcos e o Tocador de Flauta” e não consegui porque deu um trabalhão danado encontrar o livro “A lenda do Urso Polar”, os outros “Capitão Ventania” e “O Cão que Queria Voar”, eu achei rapidinho. Vvitaen tem um estranho gosto pra livros. Bom, nesse dia Toninho também faltou, pois tinha uma viagem marcada com seu pai, e tudo que ele está contando aconteceu na viagem.
— “A Cabana de Madeira” tem parede, “O Farol”, também – “Zezinho” interferiu, apontando para a construção, atrás dele e para o farol mais adiante. Falou mesmo sabendo que aquele palavreado todo era “O Terror de Tito”.
— “Tum! Tum!” – Tito disse quando deu na cabeça de Zezinho com a mão em punho. Este virou “Seus Olhos” em direção a ele. – Você entendeu onde eu quero chegar. Por “Santa Gertrudes”! Toda vez dele contar uma história é isso! É esse “Rolê no Inferno”! Esse “Troca-troca Estelar”! Parece até que está contando “A Fábula de Todos os Tempos” ou até mesmo “A Jornada de um Pequeno Herói”, que no caso seria ele mesmo! Será que não dá pra ele ficar só no conto? Ele tem que por o que sentiu no meio também? Quem ele pensa que é, o “Rato Rei”?
— “KIRAI”! – Marina que tinha a mania de falar palavras em outra língua, gritou para o irmão. Ela estava paquerando Toninho e não ia admitir que Tito o tratasse assim.
— Me odeia? – Tito falou com desdenho. – “O Segredo é Simples (Irmã)” eu te amo “Do Tamanho do Infinito”, desde “O Jardim da Infância”, quando me pedia pra ler “O Sorriso da Falsa Fada” e também “O Sorriso do Elefante”. Então, irmã, “Por Amor” deixa eu dizer uma coisa: para de dar uma de “Mater Malun – A Mensageira do Mal” comigo e volte isso pra esse “The Black Pet”. Porque essa sua atitude de “Moça Solteira Procura” só está afastando nós dois, e isso será “Um Desfalque”.
— Ei, calma aí, meu – João que estava quieto, só mexendo em seu celular, parecendo até “O Maníaco do Celular”, interveio, desligando “O Telefone” e levantando sua mão em sinal de paz. – Isso aqui tá mais é parecendo o “Lobo Mau, A Garota da Capa Vermelha e os 3 Malvados”. Nós viemos aqui pra nos divertir e não ficar com toda essa “Incógnita”. Tito, suas palavras foram “As Flores do Dia”. Acho que não precisa ofender nosso amigo, só faltou vermos “O Ônibus a Estrada e o Menino” com Toninho indo embora por sua causa. Isso aqui não é “A Donzela, o Jegue Encantado e um Príncipe Inglês” – João gesticulava, apontando, enquanto falava. – Você só está com ciúmes da sua irmã, e isso é muito natural, isso é “Demasiado Humano”. Nosso amigo Toninho, que agora está com os “Olhos” em estado de “Apatia”, não é “A Árvore que Divide o Mundo”… ele só quer fazer uma boa narrativa, um “Magnum Opus”! – João abriu os braços para dar sentido de grandeza. – Se continuarmos assim, com esse “Qualia” em nosso grupo, ao invés de acendermos a fogueira nós acenderemos “A Pira”!
— Você deve de ter razão, eu me excedi.
— Claro, que sim. Que tal pedir desculpas pro Toninho?
— Desculpe-me, Toninho? Vou procurar me controlar. “Vim, Vi e Perdi”, como pode ver. – Tito falou e Toninho só balançou a cabeça, concordando.
— Bom, agora que a paz foi restabelecida, quem vai contar uma história sou eu – João comunicou.
— La vem história de terror novamente – resmungou Zezinho, mas já se ajeitando pra sentar.
— Naquele dia – Tito começou a contar – “O Parque” estava deserto e envolto em forte “Penumbra”. Um menino tinha que atravessá-lo, mas estava apavorado. Olhava para todos os lados, tinha a impressão que a qualquer momento um bandido pularia em cima dele. Sentiu uma leve “Brisa” e respirou fundo na tentativa de se acalmar. Notou um pouco à frente um homem parado, todo vestido de negro. “O Homem de Preto” tentava se livrar de alguma coisa. O menino pensou que se passasse ao lado, talvez ele nem perceberia. Mas pra seu azar o Homem o chamou – Ei, garoto, ajude aqui a me livrar dessa “Corrente Maldita?” – O menino foi se aproximando devagar do homem, que estava com a cabeça abaixada e tentava se desvencilhar de umas correntes enroladas em suas pernas, com apenas uma das mãos, já que a outra segurava uma garrafa. Estranhou, pois algo se mexia dentro dela. Forçou a vista e viu um “Diabinho na Garrafa”. Ia sair de fininho, mas nisso o homem levantou a cabeça, então ele viu “A Verdadeira Face do Demônio”. Não teve mais dúvidas, saiu em disparada e ouviu o homem gritar para ele. – Ô moleque tonto, era só me ajudar que eu te ajudaria a se livrar desta sua “Prisão de Carne”. Nunca mais o menino passou por aquele parque.
— Grande coisa esse seu conto – disse Zezinho. – Nem deu medo!
— Quer que eu conte outro?
— Nada disso, vamos dormir que já é bem tarde.
Pouco depois já estavam todos acomodados, dentro da cabana, em seus sacos de dormir. Marina pediu:
—“Apaga a Luz”?
— NÃO – ouviu-se o som de quatro vozes falando juntas.
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