A manhã nascia de maneira lenta e arrebatadora. A caminhada imperial do Sol não se abalava com nada que ocorria abaixo de si, ele não poderia se comover com coisa alguma, nem mesmo com a morte. Mas os homens, esses por curiosidade mórbida ou por pura empatia — é difícil saber quem carrega qual —, param seus caminhos para saudar o morto. As palavras dos mais íntimos vinham embargadas com sentimento de perda e as frases se formavam com um teor de incerteza. Nessa manhã, e em muitas outras que se seguirão, nem a cantiga dos pássaros parecia alegre.
Julia, compelida pela multidão, caminhava descalça seguindo a direção em que todos os olhos se voltavam. Sentia o solo úmido da calçada e as falhas que o rebaixavam e subiam o relevo minusculamente; em nenhum de seus sonhos mais desgostosos imaginava-se nessa situação. Estaria enojada se não fosse a sombra que pousava sobre a sua consciência. Um frio trépido percorria sua nuca, esfregando sua pele como um verme asqueroso. Conseguia até mesmo ouvir o som gosmento que ora parecia ser produzido dentro de sua mente por pensamentos perversos, outra, sussurrado por um ser etéreo e maligno ressoando-lhe maldições futuras. Queria acreditar que era um engano e a nuvem negra seria expurgada ao compreender todo o alvoroço. Entretanto, cada vez que se aproximava da multidão, as expressões entristecidas dissipavam qualquer esperança que houvesse. O senhor Emanuel morreu.
Um peso terrível comprimia-lhe os ombros. “O velho foi encontrado morto” informou um homem ao ver Julia do seu lado, ela, porém, concentrou-se nos outros integrantes da multidão. Podia ouvir um pouco a frente, sentada em uma cadeira posta numa calçada arranjada por alguém, uma senhora que tentava falar entre lágrimas e soluços. Essa senhora encontrou o pobre homem caído na sala, estupefato com os olhos “sem luz” e focados despretensiosamente em um ponto qualquer. Todos as manhãs de domingo ela costumava visitá-lo, fazendo, sempre, um convite para a missa. Às vezes ele ia, outras não. Hoje nem ela fora.
— Se não fosse minha insistência em convertê-lo… só Deus sabe quando iriam encontrar o coitado! — logo em seguida caiu de novo em soluços.
Julia fechou um pouco mais o robe antes de adentrar a multidão. Empurrou algumas pessoas que faziam caretas, chegavam a cochichar. Ao pisar no primeiro azulejo da calçava que dava para a porta da casa, um policial a parou, alegando que não era permitido ultrapassar. Ali já era o suficiente. A porta estava escancarada e era possível ver o corpo ainda no chão da mesma forma que havia imaginado quando ouviu as lamúrias a pouco. Do corpo, seus olhos percorreram as superfícies que eram possíveis visualizar através da moldura da porta. “Um quadro trágico” pensou. Havia algumas coisas jogadas ao chão. Eram vestígios que lhe assustaram mais que o próprio corpo. Olhou para trás, procurando alguém que a observava.
Voltou para casa apressada, fechou a porta com um pouco mais de força do que esperava usar. Correu para o banheiro. Precisava lavar seus pés o mais rápido possível, a sola deles estavam negras pela sujeira da rua. O som do água descendo pelo ralo pareceu um gemido sofrido. Imediatamente, recordou da imagem de Emanuel. Seu corpo se estremeceu. Os olhos fixos no nada, a boca entreaberta parecia prestes dizer algum segredo, um segredo que ela temia.
Comentava-se, entre os vizinhos fugiam do tédio de uma vida amena, que o velho estava às portas de se tornar senil. Há pouco mais de dois meses alegava ser seguido por alguém, ou por algo. Os comentários variavam, ou o homem contava várias versões de uma mesma história. Certa vez a polícia foi acionada por ele. Investigaram toda a casa e, como era de se esperar, não encontraram vestígios de ninguém, ou de nada. “A próxima é você, Julia” disse Emanuel há dois dias na fila da padaria, após ser despachado. “Eu ainda não decidi o que vou querer” respondeu Julia sem entender. Ele sorriu meio triste e foi embora.
Fechou o chuveiro e caminhou até seu quarto. Deitou-se vagarosamente e observou seu marido que ainda dormia. Gostava de observá-lo dormir. Uma tranquilidade tomava conta de si em ver a calma no rosto do homem que amava. Porém, nem mesmo isso apaziguava seus pensamentos ruins. Ela sabia que fantasiar com os delírios de um senhor com idade avançada era apenas uma distração para uma explicação terrível. Passou a mão no rosto adormecido de seu marido. Nunca saberia o que realmente passava na mente dele — na verdade, nem de qualquer outra pessoa. Por mais que o amasse, por mais que soubesse todos seus hábitos e o que significava suas expressões faciais por mínimas que fossem, jamais saberia do que ele era realmente capaz. Os intentos obscuros escondem-se por traz das camadas da derme e do crânio duro, dentro de alguma parte cérebro. No fim das contas, aquele homem que tanto amava, ou os estranhos que cruzava todos os dias pela cidade, são capazes de qualquer coisa. Agora seus olhos abriam.
Julia sofria com insônia desde que entrara na vida adulta. Aprendera a viver com isso e não achava um incômodo insuportável. Depois que se casou, a insônia apresentou-se como uma vantagem, pois seu marido, quando em tempos de estresse no emprego, era sonâmbulo. À noite, ela lia livros esperando-o sair perambulando pelo quarto. Colocava o livro de lado e guiava-o cuidadosamente de volta para a cama, apagava a luz e deitava observando seus contornos no escuro. Poucos vezes ele movia-se de novo. Em uma dessas crises de sonambulismo, cansada pelo longo dia que teve, Julia resmungou em voz alta:
— Apague a luz e volte a dormir, por favor…
Ele apagou a luz e voltou para a cama. Em primeiro momento, ela pensou que se tratava de uma brincadeira. Ficou observando-o seu contorno no escuro, esperando alguma deformação provocada por um sorriso. Mas ele continuou imóvel. Percebeu, dessa forma, que seu marido tornava-se suscetível quando sonâmbulo. Desde então, quando ele iniciava um período de sonambulismo, ela apenas comandava-o e ele voltava para a cama. Havia mais de um ano que ele não apresentava nenhum desses episódios, até noite passada.
Julia dormira como nunca tinha dormido, tinha decidido tratar sua insônia, pois, apesar de não se incomodar, queria ser mais saudável. Tomara o primeiro comprimido da prescrição médica. Acordou junto com a alvorada e não encontrou seu marido ao lado esquerdo da cama. Estremeceu. Todas as portas da casa estavam abertas e ele dormia deitado no chão da sala, segurando uma faca. A culpa gritou nos seus ouvidos naquele instante. A sua bela noite de sono, poderia ter custado algo trágico. Levou-o até a cama e deitou ao seu lado após fechar todas as portas, questionando-se qual teria sido o sonho dessa noite. Então ouviu um grito. Então havia várias pessoas na rua. Então Emanuel havia morrido.
— Bom dia — disse seu marido ao acordar naquela manhã de domingo.
Não poderia contar para ele suas suspeitas. Seria cruel, seria admitir sua culpa. Mas talvez, houvesse outra explicação.
Na missa de sétimo dia, já se sabia que a causa da morte havia sido um ataque fulminante, mas que na casa havia sinais de briga. Sete dias que Julia não dormia. Não queria mais tomar os remédios enquanto não terminasse o período de sonambulismo de seu marido, entretanto, mais que dormir pouco, ela abdicou praticamente de todo seu sono para observá-lo. Entre uma oração e outra caia no sono por cansaço, encontrava outra vez Emanuel no chão da casa, com seus olhos fixos e com a boca entreaberta. Porém, seu braço se movia em um gesto que apontava para os pés de Julia, que estavam negros de sujeira. Ela acordava de um sobressalto.
Na primeira noite, no mesmo dia que Emanuel morreu, seu marido levantou-se da cama e ela o comandou. As luzes se apagaram e ele deitou de volta ao seu lado. Ela olhou para ele, assim como fazia sempre, contudo, dessa vez seus contornos se moveram. A silhueta escura de seu rosto contorceu-se lentamente e logo sentiu um bafo que trazia a voz “Você é a próxima”. As luzes se acenderam e Emanuel a olhava com seus olhos fixos nos dela. Julia tentou gritar, mas seus músculos não se moviam. Nem seus braços, nem suas pernas, nem mesmo sua pálpebra. Seus olhos corriam para todos os lados possíveis, procurando evitar o morto à sua frente. Olhando de canto de olho para a porta, conseguia ver um homem que parecia sorrir. Sua visão começou a borrar devido as lágrimas e um arrepio sinistro tomou-lhe quando uma mão fria passeava em seu corpo. Em determinado momento, ela conseguiu se mexer, erguendo-se aos prantos. Logo percebeu que estava sozinha no quarto com a luz acesa. Ficou ainda mais apavorada ao ouvir um barulho na cozinha. Tentou se recompor o máximo para trazer o sonâmbulo de volta para a cama.
Caminhou até a cozinha, ouvia um barulho nas panelas e pensou que seu marido iria cozinhar enquanto dormia. Ela quase sorriu. Podia ouvir através das paredes passos vindo em sua direção, mas ao chegar à cozinha, não havia ninguém além de uma faca no chão. Julia ficou atônita. Correu pela casa procurando seu marido e o encontrou no sofá da sala, dormindo alheio a tudo. Ela não quis acordá-lo, nem levá-lo para o quarto, nem dormir. Apenas chorou um pouco em silêncio.
As três noites que se passaram, ela trancou a porta do quarto e vigiava os sons da madrugada. Sons no telhado, rangidos, algum animal perambulava por cima da casa. Mas, às vezes, parecia que alguém estava dentro da casa, esperando um momento sorrateiro.
No final da missa de sétimo, Julia foi até o padre e pediu para fazer a confissão. Contou-lhe tudo o que tinha ocorrido desde que tomara o remédio para dormir. Em alguns momentos chorou em desespero sem saber ao certo o que realmente temia. Ao seu próprio ver, parecia a beira da loucura e, ouvindo as palavras que proferia, tinha ainda mais certeza que tudo não passava de paranoia. Seu marido não matou o Emanuel, muito menos havia alguém rondando sua sala à noite. A razão emergia de volta aos seus sentidos, enxugando as lágrimas podia sentir um peso saindo de suas costas. Por fim, o padre afirmou que ela estava enganada, nada de ruim havia ocorrido. Seu marido era um homem bom, nem mesmo quando sonâmbulo faria mal.
— Seu marido não matou Emanuel, minha filha. Eu posso lhe assegurar disso… — disse o padre.
Julia saiu da igreja mais tranquila, apesar da contradição de se sentir bem após uma missa de lamentações. Mas algo no fundo da sua mente começou a formigar. Pela segunda vez sentiu como se um verme caminhasse pela sua pele, contando-lhe um segredo entre o mexer gosmento. “Olhe para traz, Julia” dizia. Virou seu rosto lentamente e então pode ter certeza que alguém a seguia.
Um homem a um quarteirão de distância. Cobria-se com um terno negro e um chapéu da mesma cor, sua pele era demasiadamente branca. Sua cabeça inclinada para frente, mas ele olhava para baixo de modo que só era possível ver sua grande boca. Ela estava entreaberta e dobrava-se pelo rosto de uma forma incomum, ou, pelo menos, algo que parecia um sorriso. Mas, o que mais a assustava era a sensação angustiante que o conhecia sem saber de onde. Aquele homem lhe parecia tão familiar como um amigo de infância, nem precisaria ver seu rosto por completo para reconhecê-lo. Ele mantinha a mesma distância dela sem se aproximar, até que não estava mais lá.
Em casa, fechou todas as portas e janelas enquanto explicava para seu marido que estava sendo seguida e que alguém entrava todas as noites na casa. Ele, por sua vez, tentou explicá-la que isso era impossível ao mesmo tempo que se dava conta que ela não tomava os remédios para dormir. Insistiu dizendo que tudo que ela precisava era de uma boa noite de sono e tudo voltaria ao seu lugar. Ficara impressionada com o falecimento do Emanuel, precisava esquecer isso e dormir. Somente depois de jurar que ficaria acordado enquanto ela dormia, para não ter nenhum episódio de sonambulismo, ela aceitou tomar o comprimido.
Não houve qualquer sonho, apenas uma longa tela negra cobria seu sono. Inesperadamente, ela abriu os olhos e viu a mesma negritude no quarto. Tateou o lado esquerdo da cama e estava vazio. Ouviu um cochicho perto da porta do quarto, alguém dizia “puxe-a”. Ao concentrar ar nos pulmões para perguntar quem estava falando, sentiu uma mão pesada, puxando-a para fora da cama. Sua cabeça bateu no chão e ela ficou atordoada. “Enforque-a” disse a voz na escuridão. “Não, não, não!” tentou gritar, mas o som que produziu foi irreconhecível, já que sua garganta era pressionada com força. Julia se revirava o máximo que conseguia, tentando se desvencilhar. Uma gargalhada longe no escuro.
Então as mãos relaxaram e uma voz em cima dela disse “O que está acontecendo?”. A porta abriu e um som de passos correu toda a casa antes de sair. Julia tossia enquanto seu marido acendia a luz do quarto e implorava-lhe perdão.
A polícia chegou alguns poucos minutos depois. Verificaram tudo. Não havia arrombamento ou qualquer indício que uma terceira pessoa estivesse na casa. Julia descreveu o homem que tinha visto na rua mais cedo para um dos policiais. O oficial olhou para ela com um olhar severo. “Você tem certeza que essa era o homem?” perguntou. Julia assentiu.
— Emanuel descreveu esse mesmo homem antes de morrer — completou o policial com uma expressão sombria.
A viatura procurou no bairro alguém com as descrições, sem sucesso. Julia não queria passar nem mais um noite naquela casa. Seu marido concordou em dormir em algum hotel e pela manhã procurar um lugar novo para morar. Ele também estava assustado, quase assassinou sua mulher porque algum serial killer havia ordenado.
Julia não dormiu e seu marido continuava sonâmbulo. “Apague a luz e volte a dormir” disse para ele. A luz se apagou e, pouco depois, ele deitou na cama. No quarto, uma fraca luz lunar entrava pela janela. Um breu azulado. Ela olhava fixamente para ele. Ficou assim por tanto tempo que nem sabia mais se havia caído num sono rápido em algum momento, pois tudo tomou um tom assombroso subitamente. Mas agora não fazia diferença. Era o fim.
O dia nascia lento e aos poucos podia notar que os olhos adiante também a olhavam. Observava o vulto escuro a sua frente que tantas vezes antes olhara. Notaria a minúscula diferença que fosse e podia afirmar com toda certeza, a medida que a luz do Sol entrava imperialmente pela janela, que aquele na sua frente, com os lábios entreabertos e dobrados de uma maneira sinistra que, pelo menos, parecia um sorriso rasgado de uma orelha a outra, e a pupila completamente… Bem, aquele não era seu marido.
Resumo: Mulher é consumida por culpa quando esconde o possível envolvimento de seu marido em um “homicídio” (tecnicamente uma morte natural). Julia não em certeza de que, de fato, o esposo teve participação no assassinato, tendo em vista que o marido é sonâmbulo. Com o desenvolver da história, se sente perseguida por uma estranha figura que pode ser o principal responsável pela morte.
Protagonista/Herói: Julia – Nota: 2 de 2.
Julia é a peça central por qual todo o conto se desenvolve. O autor se preocupou em expor não apenas as fraquezas da personagem, mas também suas dúvidas e seu desgaste ao longo dos acontecimentos. Isso humanizou Julia de tal modo que tornou a empatia um desenvolvimento natural.
Está entre os protagonistas mais bem trabalhados dos que me deparei até então.
No mais, o autor opta em não revelar para o leitor mais do que a própria protagonista sabe, ainda que a narrativa esteja na terceira pessoa. Por conta dessa técnica tendemos a interiorizar os sentimentos da própria personagem.
Antagonista/vilão: Assassino –Nota: 1,4 de 2.
Eis que não consegui vislumbrar com certeza qual é a força antagônica da história. O autor optou por abrir um leque de possibilidades amplo: O marido, durante seu sonambulismo, a própria Julia, durante seus sonos profundos (sei que aqui é meio viajado), o padre, que pôde garantir que seu marido não esteve envolvido com a morte, um sujeito completamente desconhecido…
Muitas portas e tudo bem que nem tudo precisa ser explicado, mas senti bastante insatisfação diante da ausência de explicação, motivação, identidade, etc. do vilão de nossa história.
Mudança de Valor – Nota 2 de 3.
A mudança de valor é exatamente o que o nome sugere. A transição entre acontecimentos positivos e negativos que acontecem durante a história, gerando tensão no leitor.
Nessa história acredito que existam dois binômios importantes: o perigo/segurança vivido pela personagem diante dos avisos que recebe sobre “ser a próxima” e a perseguição da figura de preto.
Há, ainda o binômio culpa/alívio vivido pela personagem diante da possibilidade do marido estar envolvido na morte de seu vizinho.
As transições são bem feitas e não se tornam cansativas, o que é muito bom.
O que a história queria, o que a história fez: 2 de 3.
Bom, vamos lá, lembrando que essa parte é, acima de tudo, palpite meu.
O autor têm como estratégia duas propostas diferentes para prender o leitor: a primeira é gerar empatia com a personagem principal, levando a uma preocupação nossa para com ela. Para alcançar esse objetivo, a narrativa expõe o medo e as preocupações de Julia, que toma decisões coerentes e que a maioria de nós concorda ou, pelo menos, entende. Essas decisões afetam sua psique e a essa altura do campeonato já estamos preocupados com seu destino. Pelo menos eu estava. Muito bem feito.
A outra estratégia é a apresentação de um mistério razoavelmente complexo: uma premonição, um assassinato (sim, vou dizer que foi assassinato), um homem sonâmbulo suscetível à sugestão, uma mulher com insônia, mais premonição, uma figura misteriosa seguindo as pessoas… É um mistério, embrulhado em um enigma, escondido dentro de uma caixa de segredos. Isso gera certa expectativa e, mais do que isso, uma promessa para com o leitor. Ao final da história, contudo, sinto que essa promessa não foi cumprida. E, que fique bem claro, eu prefiro que histórias falem de menos do que demais, mas achei, neste caso, muito pouco diante da promessa.
Síntese: Um texto muito competente na elaboração de sua protagonista e na apresentação do enredo. O final, contudo, acabou aquém do necessário para dar entendimento razoável à história (para este humilde leitor, pelo menos).
Nota final: 3,7
Olá, Leandro.
Fico contente que tenha gostado da protagonista da história. Eu realmente quis trabalhar mais ela e criar uma polarização entre ela e o Emanuel, tanto que somente eles dois possuem nomes próprios. Confesso que até eu achei que deixei as possibilidades um pouco abertas demais, depois que enviei me veio uma ideia para fechar um pouco mais as possibilidades, mas já era tarde demais. O final também sofreu com isso, pois ele teria mais impacto se houvesse uma definição mais delimitada sobre o ser que perseguia ela.
Gosto trabalhar a subjetividade dos personagem enquanto a trama se desenrola. Também tenho mais afinidade com narrador onisciente que não é muito confiável, pois tende a revelar somente a subjetividade de um lado da história.
Agradeço seu comentário bem dedicado e minucioso, ajudará bastante para meu próximo conto.
Uma mulher começa a suspeitar do marido sonâmbulo em relação a morte de um dos vizinhos, para então entrar numa paranoia que culmina em outra morte.
O clima do conto é bom, se construindo aos poucos e funciona como um bom suspense. O leitor precisa construir a ponte entre os acontecimentos envolvendo o Emanuel, com o sonambulismo e também com a insônia. Um trecho no final acaba entregando, não sei se era a intenção, que o marido estava possuído por vozes. O final aberto deixa ao leitor interpretar as situações. Um bom conto de suspense.
Olá, Felix.
Eu deixe em aberto para os leitores tirarem suas próprias conclusões, uma coisa que eu quis trabalhar foi o mistério mesmo, um acontecimento que não pode ser compreendido e as pessoas buscam suas próprias respostas satisfatórias ou não. Confesso que exagerei um pouco na dosagem e eu poderia ter delimitado um pouco mais e dado mais pistas para os leitores.
Mas o marido dela não era possuído por vozes, embora sua interpretação seja válida.
Obrigado pelo comentário.
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RESUMO
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Após o enterro de um amigo (ou conhecido), mulher começa a ter visões do morto e de um homem misterioso.
Ela desconfia que o marido, sonâmbulo que se torna sugestionável durante as crises, possa ter cometido os crimes.
No final, vô outra criatura no lugar do marido.
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ANOTAÇÕES AUXILIARES
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– primeiro parágrafo rebuscado em excesso
– Julia, caminhando em meio uma comitiva fúnebre
– O homem que morreu, Emanuel, tinha certos delírios paranoicos que começou a compartilhar com Julia (antes da morte, claro)
– Julia é insone e o marido sonâmbulo (Deus faz as coisas certas)
– certa noite ela dorme, não controla o marido que dormia na sala, segurando uma faca… bem no dia que Emanuel morreu…
– Julia começa a ver o morto, não captei muito bem se na realidade ou em delírios insones
– começa a ver uma figura misteriosa mesmo à luz do dia
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TÉCNICA
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É boa, mas achei rebuscado em demasia. A qualidade da escrita não jogou a favor do desenrolar da história, tudo ficou meio truncado.
– Nessa manhã, e em muitas outras que se seguirão, nem a cantiga dos pássaros parecia alegre
>>> essa frase está correta, mas tem uma sonoridade estranha pelos tempos verbais
– Todos as manhãs
>>> todas
– O som do água
>>> da
– entre os vizinhos fugiam do tédio
>>> faltou alguma palavra aqui, não?
– escondem-se por traz das camadas
>>> trás
– certeza que essa era o homem
>>> esse
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TRAMA
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Confusa. Infelizmente essa é a palavra que melhor define. Tem muitos elementos aí (marido sonâmbulo e sugestionável, visão de morto, visão de homem misterioso, investigação policial, paranoias…) e eles não interagiram de maneira harmoniosa.
A maior parte do tempo fiquei tentando me situar na história e isso prejudica bastante a leitura.
Para contos e, principalmente para os contos com 2.500 palavras, normalmente a simplicidade é o melhor caminho.
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SALDO FINAL
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Uma boa escrita, mas infelizmente o suspense se perdeu num roteiro não muito claro.
NOTA: 3
Olá, Fábio.
Confesso que exagerei na doze do mistério e elementos dentro da narrativa com pouco espaço para se desenvolver. Ainda mais que não consegui elaborar uma harmonia mais bem construída. Lamento que não tenha conseguido seguir fluidamente pelo texto. Agradeço seu comentário cuidadoso e as anotações, vão me ajudar bastante para o próximo conto.
Qualia (Aerith Gainsborough)
Resumo: A história de Júlia, uma mulher atormentada pela insônia e pela condição peculiar de seu marido, que se vê diante de dilemas e envolvida em um misterioso assassinato.
Apesar de Morpheus permear integralmente esse conto, em nenhum momento fiquei com sono. A jornada da protagonista é muito interessante e criativa. Juntar duas condições médicas, na medida do possível, antagônicas foi uma boa sacada. Insônia versus sonambulismo, tomar o medicamento ou ser responsável pelo marido. O suspense, mesmo não tendo o fôlego do “amnésia” ou o carisma do Al Pacino “isnomnia” , produz curiosidade no leitor e nos faz avançar automaticamente. O desfecho não explica muita coisa, porém, traz uma pitada de “William Wilson” e “além da imaginação”, o insólito sempre combina com esse tipo de terror.
Anotações: Algumas construções ficaram confusas, vezes por disposição, vezes por pontuação. Segue alguns exemplos:
“sentada em uma cadeira posta numa calçada arranjada por alguém” – parece que a calçada foi arranjada por alguém.
Voltou para casa apressada – mesmo caso do exemplo anterior. “
do água descendo pelo ralo pareceu um gemido sofrido.” – da água
“Comentava-se, entre os vizinhos fugiam do tédio de uma vida amena, que o velho estava às portas de se tornar senil.” – eles fugiam do tédio entre os vizinhos ou os vizinhos comentavam?
“Poucos vezes ele movia-se de novo” – poucas vezes.
“Então ouviu um grito. Então havia várias pessoas na rua. Então Emanuel havia morrido.” – Então, então, então” – daria certo se fosse a voz de uma personagem sem fluidez, uma criança contando ou um matemático apaixonado por lógica.
“As luzes se acenderam e Emanuel a olhava com seus olhos fixos nos dela. Julia tentou gritar, mas seus músculos não se moviam. Nem seus braços, nem suas pernas, nem mesmo sua pálpebra. Seus olhos corriam para todos os lados possíveis, procurando evitar o morto à sua frente. Olhando de canto de olho para a porta, conseguia ver um homem que parecia sorrir” – repetição
“No final da missa de sétimo, Julia” – sétimo dia. Ou quem diabos é Sétimo? rs
““Olhe para traz, Julia” dizia” – trás
Frase destaque: “Os intentos obscuros escondem-se por traz das camadas da derme e do crânio duro, dentro de alguma parte cérebro” Só corrigir o “traz”.
Curti: O Final é bom pq não explica muito e não é pomposo. A frase dizendo que não era o marido foi ótimo. A pulga fica atrás da orelha e faz o leitor refletir.
Rsollberg, obrigado pelo seu comentário.
Fico contente por ter gostado do conto e ter deixado o Morpheus apenas dentro do conto, rs. Suas anotações serão muito útil para meu próximo conto. Vou procurar elaborar frases mais claras e que tenha a força que quero que elas tenham.
O que entendi: Um idoso é morto. Sua vizinha desconfia do marido sonâmbulo. Ela luta para se manter acordada e controlar o marido. Sente-se seguida por alguém estranho e ao mesmo tempo familiar. No fim entendi que era o marido mesmo que assumia uma entida do mal durante o sono.
Técnica: Tem seu valor em conduzir o leitor através do suspense. As construções são estilosas e refletem bem a angustia da personagem.
Criatividade: Não é uma premissa nova, mas aqui é apresentada com personalidade.
Impacto: Não há surpresas, o que acho importante em suspense.
Destaque: “A caminhada imperial do Sol não se abalava com nada que ocorria abaixo de si, ele não poderia se comover com coisa alguma, nem mesmo com a morte.” – valorizo muito bons começos com frases de efeito; e este está ótimo.
Sugestão: Acho que o fim merece ser melhor trabalhado.
Olá, Catarina!
Obrigado por suas observações cuidadosas, vão me ajudar bastante para o próximo conto. Também gosto bastante de forma essas imagens mais líricas em alguns momentos. Vou tentar trazer um final mais bem elaborado.
Resumo: Julia, descalça e de roupão, se junta à multidão, que se acotovela em frente à casa do velho Emanuel, que havia morrido. A polícia estava na casa dele, e ela não conseguiu entrar, mas vislumbrou a cena de luta no interior da residência. Volta para casa preocupada e lava os pés (tem TOC?) . Lembrou do último encontro com o homem, que havia dito, misteriosamente, que a próxima seria ela. Saiu do banho e olhou o marido, que dormia. Não sabia o que estava na cabeça dele. Enquanto ela tinha insônia, ele era sonâmbulo, e até já havia pegado uma faca enquanto dormia. Por isso desconfiava que ele seria o assassino. Tentava conduzi-lo no sonambulismo, mas se preocupava com o que ele poderia fazer. Com medo, passou a dormir com a porta do quarto fechada. Confessou ao padre, que disse que o marido não havia assassinado o velho. Na saída, sentiu-se perseguida por um homem oculto por um chapéu. Esse homem misterioso apareceu à noite, insuflando o marido a matá-la. Ele escapou e pediu desculpas, chamaram a polícia, que disse que Emanuel havia descrito o mesmo homem. À noite, ao tentar dormir, teve a certeza de que o homem ao seu lado não era o seu marido.
Premissa: gênero terror psicológico, em que o sobrenatural vem para fazer o mal aos vivos.
Técnica: técnica segura e muito fluida, com condução da história por um fio lógico. A estrutura geral é convencional, em que momentos de tensão se alternam com distensões.
Voz Narrativa: narrador impessoal, que por vezes consegue entrar na cabeça da protagonista. Essa alternância é fundamental para a história, já que o terror está na cabeça dela. Bom conto.
Qualia – Aerith Gainsborough
O início é o que cativa. O meio é o que sustenta. O final é o que surpreende. O título é o que resume. O estilo é o que ilumina. O tema é o que guia. E com esses elementos, junto com meu ego, analiso esse texto, humildemente. Não sou dono da verdade, apenas um leitor. Posso causar dor, posso causar alegria, como todo ser humano.
– Resumo: Um dos vizinhos de Julia é assassinado. Além dessa atrocidade, algo a mais incomoda sua mente: seu marido, sonâmbulo há muito tempo, apareceu na sala, com uma faca em mãos, poucos antes do corpo do homem ser encontrado na casa dele. Mergulhando em sua psique, Julia questiona-se sobre seu marido, se ele é realmente o culpado, ao mesmo tempo que lida com sua insônia e aparente perseguição de um ser estranho.
– Início: Soberbo. Apesar de alguns tropeços na narrativa, a cena inicial é espetacular. Julia caminhando na rua, devagar, o “quadro” trágico, bastante visual, excelente mesmo. Realmente me cativou.
– Meio: Bom. A cena inicial foi um esplendor, mas o restante do conto, infelizmente, não seguiu a mesma linha. Para uma história de terror, esperava que o conto mantivesse o ritmo lento e com tensão crescente. O autor continuou devagar, mas não conseguiu criar um bom clima. Melhorou um pouco na parte da Igreja, mas toda a explicação do sonambulismo do marido e da insônia de Julia foi bem maçante.
– Final: Um pouco decepcionante. Como o início se mostrou espetacular, o leitor, querendo ou não, cria certa expectativa. Infelizmente, o autor perdeu a graça inicial e apresentou um final bem fraco. A narrativa, mesmo densa e com alguns tropeços, continuou boa.
– Título: Excelente. O peso desse título é enorme. Fala de muitos pormenores do enredo.
– Estilo: Potencial. O estilo da narrativa é espetacular. Denso e bastante visual, consegue capturar a atenção do leitor mais chato com leituras pesadas (eu!). Mas peca em muitos pontos na construção textual, comendo vírgulas, com erros de concordância e afins. Se o autor se focar na lapidação e aprimoramento da escrita, escreverá maravilhas.
– Tema: Vacilante. Começou bem, diminuiu o ritmo no meio, com uma narrativa muito maçante e repetitiva, e deu uma melhorada perto do final. O problema, ao meu ver, foi a falta de clima. O fator de terror fica bem no plano de fundo em alguns momentos. Num romance, é normal, mas num conto, que é uma leitura mais ágil e dinâmica, acredito que o terror deve estar sempre presente para fazer diferença.
– Conceito: Ouro.
Tikkum, obrigado por seu comentário cuidadoso.
Cada ponto levantado por você é bem válido e vai me ajudar muito a construir meus próximos contos. Grato pelos elogios, vou continuar trabalhando para aperfeiçoar minha escrita.
Resumo: mulher desconfia que o marido, que é sonâmbulo, matou um homem. Por ela mesma sofrer de insônia, começa a sofrer alucinações (ou que desconfia serem alucinações) por não conseguir dormir. Nessas alucinações enxerga monstros que querem matá-la. Ao final, revela-se que esses monstros eram seu próprio marido, possuído por algum tipo de entidade do mal ou, talvez, por sofrer algum tipo de distúrbio de personalidade.
Impressões: o conto parte de uma boa ideia – o homem sonâmbulo que tem múltiplas personalidades (ou que é dominado por uma entidade maléfica) assassina um velho e, agora, quer matar a própria esposa. O problema do conto é a execução. Noto um esforço por parte do autor em empregar um linguajar lúgubre à narrativa, para criar um clima de suspense. Ocorre que essa tentativa é malograda pelo uso incorreto – e infelizmente constante – de palavras erradas (adjetivos principalmente) em lugares errados. O resultado é uma narração empolada, repleta de erros de concordância, sem paralelismo, e com muitos, muitos erros de digitação. Eu até tentei ignorar essas falhas gramaticais, mas não consegui.
O lado bom é que há muito potencial no autor. A criatividade é perceptível de longe e isso é o mais importante. Basta um pouco mais de leitura e atenção para lapidar melhor a maneira de se expressar. De todo modo, desejo boa sorte no desafio.
Olá, Gustavo.
Obrigado pelo comentário construtivo e por ainda ver potencial em minha escrita. Peco muito na revisão por está com a leitura viciada, não dou tempo suficiente par a cabeça se afastar do texto. Os pontos levantados serão importantes para o meu próximo conto.
🗒 Resumo: muller com insônia crônica vê um vizinho morto e acredita que seu marido sonâmbulo é o assassino. Além disso, ela começa a acreditar que é a próxima. Ela passa a ter alucinações e, numa noite, é atacada pelo próprio marido, supostamente induzido por outra figura misteriosa. Ao fim, ela vê uma sombra a observando nas sombras.
📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫): achei o início um pouco denso demais, enrolou um bocado para mostrar aquilo que era realmente importante para a trama: o corpo morto. Esses inícios lentos e líricos são mais aceitos qdo todo o texto tem esse viés, mas não é o caso.
Depois que o conflito é apresentado (o marido sonâmbulo pode ser o assassino), o conto ganha fôlego e o suspense passa funcionar muito bem.
A conclusão, porém, acabou ficando um pouco confusa. Não percebi o motivo para o marido ter recobrado a consciência e as motivações do “serial killer”: quem ele era? O que ele queria? Como ele entrava e saía sem ser visto?
Além disso, precisei reler o último parágrafo algumas vezes para entender seu objetivo. Acabei concluindo que o assassino se mantinha nas sombras, mas não tive total certeza disso.
Enfim, um mote bom e um desenvolvimento bem feito, mas que precisa de uma lipo no início e alguns ajustes na conclusão.
📝 Técnica (⭐⭐⭐▫▫): o autor demonstra domínio técnico, apesar de alguns excessos no início, mas em determinado momento do texto, os erros de revisão acabaram se acumulando. Cortando um pouco os adjetivos e caprichando na revisão, será uma técnica muito boa.
▪ O som *da* água descendo pelo ralo
▪ entre os vizinhos *que?* fugiam do tédio de uma vida amena
▪ Ficou *observando* seu contorno no escuro
▪ começou a borrar devido *às* lágrimas
▪ um arrepio sinistro tomou-lhe *enquanto* uma mão fria passeava em seu corpo (ou “quando uma mão fria *passeou* em seu corpo)
▪ Podia ouvir *vírgula* através das paredes *vírgula* passos vindo em sua direção
▪ não havia *nada* além de uma faca no chão
▪ *Nas* três noites que se passaram, ela trancou a porta do quarto
▪ parecia *à* beira da loucura
▪ A razão emergia de volta aos seus sentidos *ponto* Enxugando as lágrimas *vírgula* podia sentir um peso saindo de suas costas
▪ então *pôde* ter certeza que alguém a seguia
▪ Observava o vulto escuro *à* sua frente que tantas vezes antes olhara
▪ Frase muito grande e confusa (poderia quebrar em mais de uma): Notaria a minúscula diferença que fosse (…) Bem, aquele não era seu marido.
🎯 Tema (⭐⭐): terror [✔]
💡 Criatividade (⭐⭐▫): não é clichê nem totalmente criativo, ou seja, vale duas estrelas na minha avaliação.
🎭 Impacto (⭐⭐⭐▫▫): gostei, como disse, bastante da tensão do meio, mas o conto não subiu a bola no fim, o que acabou gerando certa frustração. O saldo geral, porém, é positivo.
Olá, Leo.
Concordo que o início ficou um pouco longo demais. Quando escrevi achei uma página muito longa para dar início à trama, mas cai na ideia de plantar o suspense antes do suspense (quê?). Eu realmente não quis justificar o ser que persegue Júlia, confesso que exagerei na dosagem de mistério. Pensei em delimitar melhor o suspense, mas já tinha enviado o conto. Fica para a próxima.
Eu peco muito na revisão, porque minha leitura fica viciada e não consigo ver os erros. Preciso dar um tempo maior de descanso para minha mente conseguir enxergar melhor os erros gramaticais.
Obrigado por seu comentário, ele será útil para o meu próximo conto.
Olá Aerith; tudo bem?
O seu conto é o décimo quinto trabalho que eu estou lendo e avaliando.
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O QUE ACHEI DO SEU TEXTO
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Gostei da aura de mistério que permeia o seu conto. Gostei da trama também, que trabalha com as possibilidades (boas e más) do sonambulismo. As personagens estão bem apresentadas e as ações soam críveis aos olhos do leitor. As descrições das cenas também estão bem feitas e o texto não apresenta nenhum entrave que eu tenha percebido, ou algum erro (ortografia / sintaxe) que me causasse incômodo ou fizesse sair da imersão da trama.
Gostei do desfecho e da forma com que você escolheu revelar o ‘mistério’ do(?) serial killer.
Parabéns pelo trabalho! E boa sorte no Desafio! 🙂
Bem, pra finalizar… As regras do Certame exigem que eu faça um resuminho do trabalho avaliado, para comprovar minha leitura. Então vamos lá:
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RESUMO DA HISTÓRIA
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Mulher que sofre de insônia e que é casada com um sonâmbulo teme ser a próxima vítima de um assassino que ceifou a vida de seu vizinho, cuja última frase desferida a ela em vida foi: a próxima é você!
Ola, Ricardo!
Obrigado por seu comentário e pelos seus elogios. Vou observar os pontos positivos para trabalhar melhor meu próximo conto.
Resumo: Qualia (Aerith Gainsborough)
Um excelente thriller psicológico! Adorei a leitura e talvez seja um dos melhores contos que li nesta edição. E o título é muito forte, adorei também. Trata-se de um conto onde a mulher sofre de insônia e o marido é sonâmbulo, assim temos ainda um assassinato, ou algo parecido na vizinhança e a mulher suspeita do marido, envolvida em uma conspiração mental que nos deixa presos a leitura. Ao final temos uma revelação e a mulher descobre que não se trata do marido, mas sim… Autor(a), muito bom!
Avaliação: (Para os contos da Série A-B não considerarei o título, as notas serão divididas por 5 para encontrarmos a média. Porém teremos uma ordem de peso para avaliação caso tenha empates… Categoria/ Enredo / Narrativa / Personagens / Gramática.
Terror: de 1 a 5 –5,0 (Bom conto)
Gramática – de 1 a 5 – Nota 5,0 (Excelente)
Narrativa – de 1 a 5 – Nota 5,0 (Impecável)
Enredo – de 1 a 5 – Nota: 5,0 (Perfeito)
Personagens – de 1 a 5 – Nota 5,0 (Ótimos)
Total: 25,0 / 5 = 5,0
Olá, Sidney! Fico muito lisonjeado com seus elogios! Obrigado por torcer por mim nessa rodada. Espero continuar cativando leitores assim 🙂
RESUMO: Diante do abrupto falecimento de Emanuel, um senhor de idade conhecido da cidade, Julia passa a levantar suspeitas sobre o seu marido, um sonâmbulo suscetível que bem no dia precedente ao assassinato foi encontrado por ela dormindo, mas armado de uma faca. Depois de noites insones a investigar o marido, Julia resolve se confessar ao padre, mesma noite em que é seguida por esse indivíduo de aparência esquisita. Naquela madrugada, o marido tentou matá-la, incentivada por alguém. Informando à polícia das descrições, descobriu que aquela mesma descrição havia sido fornecida pelo falecido Emanuel. Numa noite, uma das poucas em que dormiu, acordou para ver que havia um outro alguém que não o seu marido deitado à cama. O sorriso, principalmente, era macabro, desumano.
COMENTÁRIO: Suspense perfeitamente construído, com descrições acertadas que equilibram a ação, o pensamento e a exposição das circunstâncias. Dessa maneira, a leitura se desenrolou com facilidade, o conto nos introduzindo ao fato principal e depois à protagonista e ao seu drama específico, central à trama e importantíssimo para o suspense que permeia o conto: pode estar deitada a um lado de um assassino. A dúvida, que a personagem persiste na maioria do tempo em enfrentar sozinha – muito compreensivelmente –.
A reflexão da personagem sobre o que se esconde na mente das pessoas é assim pertinente e quase presente durante toda a leitura, em que partilhamos de sua dúvida e agonia, pouco a pouco estabelecida em uma condição simples, mas fundamental: não poder dormir. Algo cotidiano e necessário a todo ser humano, aqui negado pelo perigo que apresenta. Com essa regra estabelecida, passamos o restante da leitura ansiando junto com a personagem, sabendo da dor de ter o seu sono tirado em circunstâncias tão ruins e enigmáticas (dado que por vários momentos ela tem que dar conta do marido).
Outro ponto positivo é o incremento da figura misteriosa de sorriso tenebroso. Além de ser um elemento indeterminado, faz da situação ainda mais trágica, dado que aí já não se tratava mais do marido ou de Júlia, mas de uma ameaça externa, imparável, uma outra coisa a ser confrontada e que ainda tinha relação com o assassinato de Emanuel, juntando todos os pontos da história. Infelizmente, não se apresenta uma resolução satisfatória ao mistério, ao mesmo tempo em que, felizmente, não significou um conto sem final. Ao que parece, Júlia de fato foi a próxima.
Para além disso, notei que no lugar da palavra “trás”, usou “traz”, o que está errado. Parabéns e boa sorte.
Olá, Pedro. Obrigado por seu comentário.
Fico contente que tenha conseguido seguir fluidamente pelo conto e compreendido uma das mensagens centrais sobre a trama. Agradeço sua análise, pois me ajuda a perceber os pontos positivos do meu conto para que eu possa melhora-los.
Qualia (Aerith Gainsborough)
Resumo:
Júlia é casada com um sonâmbulo, e vive o drama da dúvida desde que um vizinho foi encontrado morto, assassinado. Passa a desconfiar de que o marido pode ser o assassino. Julia sofre de insônia, o pouco tempo que dorme tem pesadelos horríveis com o morto. Passa por uma tentativa de esganadura. Agora, tudo isso que acontece mostra que Julia pode estar apenas vivendo uma experiência mental consciente (QUALIA). Acho que compreendi a história, mas não sei se ela se passa apenas na mente ou se é “real”…
Comentário:
Primeiro, fui atrás dos significados do título e do pseudônimo. Não conhecia nada sobre isso.
“Qualia é um termo usado na filosofia que define as qualidades subjetivas das experiências mentais conscientes. Por exemplo, a vermelhidão do vermelho, ou o doloroso da dor.”
“Aerith Gainsborough, também conhecida como Aeris Gainsborough nas versões americanas de Final Fantasy VII e Final Fantasy Tactics, é uma protagonista da série de jogos Final Fantasy VII.”
É um texto bem criativo de terror/suspense. Descrições perfeitas. O leitor sente na pele as sensações vividas pela personagem.
“Um frio trépido percorria sua nuca, esfregando sua pele como um verme asqueroso. Conseguia até mesmo ouvir o som gosmento que ora parecia ser produzido dentro de sua mente por pensamentos perversos, outra, sussurrado por um ser etéreo e maligno ressoando-lhe maldições futuras.”
Durante a narrativa, o texto apresenta inúmeros deslizes na escrita. Alguns brotam de lapsos de digitação, fácil perceber. Mas há falta de palavras, falta de crase, há erros de concordância, erros de grafia e erros de pontuação (quase não há vírgulas para separar um adjunto adverbial antecipado ou intercalado entre o discurso). Acho que, na pressa, não houve revisão. Às vezes, quando modificamos uma palavra na frase, não prestamos atenção no restante das palavras que ali ficaram. Então, há lacunas que atrapalham a leitura.
Aqui estão alguns exemplos: (um pouco a frente – que havia imaginado quando ouviu as lamúrias a pouco. – a sola deles estavam negras pela sujeira da rua – O som do água – parecia prestes dizer algum segredo – entre os vizinhos fugiam do tédio de uma vida amena – e o que significava suas expressões faciais por mínimas que fossem – escondem-se por traz das camadas da derme – ou os estranhos que cruzava todos os dias pela cidade – Poucos vezes ele movia-se – parecia a beira da loucura e, – “Olhe para traz, Julia” dizia. – Ele, por sua vez, tentou explicá-la que isso era impossível – “Você tem certeza que essa era o homem?” perguntou.).
Reafirmo que o enredo é interessante, bem estruturado. Texto de muita criatividade.
Gostaria imensamente de fazer a releitura depois da revisão.
Boa sorte no desafio!
Abraços…
Olá, Aerith.
Resumo do conto: Julia sofre de insônia e seu marido de sonambulismo. Certo dia, para o grande alvoroço da cidade, descobre-se que o Sr. Emanuel fora assassinado. Dias antes Julia havia descoberto que conseguia comandar seu marido que ele estava sonâmbulo e como dormira justamente na noite da morte de Emanuel, passa a suspeitar de si mesma, como a possível mandante do assassinato. Contudo, a presença de um homem misterioso, pálido e vestido de negro, traz suspeitas que há mais alguém que sabe da fragilidade do marido de Julia quando está sonâmbulo. Julia quase é estrangulada pelo marido, mas ele aparentemente desperta antes de conseguir fazê-lo. Julia, enfim, acaba por dormir outra vez e desperta ao ver o misterioso mandante de todos os crimes.
Prós: história original e que monta com competência um bom clima de suspense. A escrita é boa na maior parte das vezes, por alguns poucos deslizes (“Olhe para traz (o correto seria “trás”)”). Há bom uso de descrições e de figuras de linguagem.
Contras: o desfecho é um tanto insatisfatório, por deixar o suposto serial killer anônimo, por não esclarecer suas motivações e etc.
Olá, Aerith.
Resumo do conto: Julia sofre de insônia e seu marido de sonambulismo. Certo dia, para o grande alvoroço da cidade, descobre-se que o Sr. Emanuel fora assassinado. Dias antes Julia havia descoberto que conseguia comandar seu marido que ele estava sonâmbulo e como dormira justamente na noite da morte de Emanuel, passa a suspeitar de si mesma, como a possível mandante do assassinato. Contudo, a presença de um homem misterioso, pálido e vestido de negro, traz suspeitas que há mais alguém que sabe da fragilidade do marido de Julia quando está sonâmbulo. Julia quase é estrangulada pelo marido, mas ele aparentemente desperta antes de conseguir fazê-lo. Julia, enfim, acaba por dormir outra vez e desperta ao ver o misterioso mandante de todos os crimes.
Prós: história original e que monta com competência um bom clima de suspense. A escrita é boa na maior parte das vezes, por alguns poucos deslizes (“Olhe para traz (o correto seria “trás”)”). Há bom uso de descrições e de figuras de linguagem.
Contras: o desfecho é um tanto insatisfatório, por deixar o suposto serial killer anônimo, por não esclarecer suas motivações e etc.
Boa sorte no desafio!
Olá, EntreContista,
Tudo bem?
Resumo:
Mulher se mantém insone para proteger o marido do sonambulismo. Em paralelo, ela é assombrada por um vulto que a persegue, talvez um misterioso assassino que vitimou um senhor de sua cidade.
Meu ponto de vista:
A interessante premissa sono x insônia x sonambulismo é o ponto alto deste conto, que, embora tenha a trama se desenvolvendo sobretudo no âmbito familiar, toma ares de uma narrativa policial.
No que toca o suspense, o conto é bem interessante, pois, segue “prometendo” algo ao leitor, durante todo o trajeto da história.
Achei o final um pouquinho súbito, mas, acredito que isso se deva ao limite de palavras imposto pelo desafio. Assim, embora o desfecho seja explícito em mostrar que a mulher foi, de fato, morta (ou algo do gênero, aqui o final fica interessantemente aberto), tudo acontece de forma um tantinho rápida demais, com uma economia de palavras que caberia perfeitamente em um roteiro para filme, mas, que deixa uma certa lacuna para quem está lendo, principalmente se pensarmos no ritmo que a leitura impôs desde seu início.
Parabéns por escrever.
Beijos
Paula Giannini
Júlia tem um marido sonâmbulo e precisa vigiá-lo todos os dias para que não faça nada que o machuque durante o sonambulismo. Com o tempo descobriu que o homem era suscetível a comandos enquanto dormia e os executava todos. Ao mesmo tempo seu vizinho Emanuel reclamava de alguém que o seguia e que “ela seria a próxima”. Esta “entidade” matou Emanuel e, pouco tempo depois, ela também.
A ideia é boa. Fica implícito na história que a “entidade” poderia ser o padre… ou ao menos o padre sabia o que era, já que falou: “Seu marido não matou Emanuel, minha filha. Eu posso lhe assegurar disso…” em uma cena um tanto suspeita.
Os elementos de suspense são muito interessantes. Há uma mistura aqui: o marido sonâmbulo e a entidade que, por um momento, parecem ser um só. Isso adiciona à trama e faz o leitor pensar, e isso é bom. No final descobre-se que o marido e a entidade são coisas diferentes, e a entidade chega a tentar usá-lo para matá-la, quase como que em um ato de sadismo.
Senti falta de uma explicação ou, ao menos, uma sugestão de motivação. No final, o resumo é que “existe um monstro por aí matando as pessoas”, mas não se sabe direito o que era. Falando em outras palavras: enquanto você trabalhou muito bem a atmosfera e os momentos de tensão, deixou um pouco a desejar nas motivações, o que é algo crucial para o leitor sentir o terror em sua totalidade.
A técnica está bem falha, na minha opinião. Se o seu conto estivesse bem revisado com certeza receberia quase um cinco. Mas há MUITOS problemas de concordância, palavras faltando, vírgulas usadas de forma errada… e isso quebra muito a leitura. Seu conto precisa de uma revisão bem grande. Porém, notei que você é bom com descrições e que usa metáforas e alegorias de forma interessante. Sua escrita dá uma ambientação boa às cenas e traz imersão para o leitor.
Foi uma leitura bem legal. Parabéns!
PS: Como assim Aerith Gainsborouth? Fiquei o tempo todo tentando achar alguma referência a Fina Fantasy VII no conto mas não achei nada! HAHAHAHHAHA
Obrigado por seu comentário, Marco!
A revisão realmente ficou muito a desejar, escrevi as pressas e enviei em cima da hora, infelizmente. Eu quis deixar uma história bem aberta mas exagerei na dose, podia ter fechado algumas coisas. Mas fico contente que tenha gostado do meu conto.
Não tem relação nenhuma com a Aerith, rs. Eu só quis usar o nome dela como pseudônimo mesmo.
QUALIA – é a história de Júlia, que é casada com um homem que sofre de sonambulismo. Certo dia um vizinho aparece morto e ela desconfia que o marido, sonâmbulo, matou o homem. Ela passa a vigiá-lo e acaba descobrindo que é outro homem.
Gostei do conto. A autora conseguiu criar uma atmosfera de suspense e terror sutil, que desperta no leitor a curiosidade pelo desenrolar da história. Embora o final aberto e sugestivo, surpreende pelas possibilidades do que irá acontecer. Só não gostei de algumas frases elaboradas com adjetivos em excesso, principalmente a introdução, as frases do primeiro parágrafo. Achei chatas, afetadas em demasia, principalmente numa história de terror. Poesia não combina com terror. Acho que a ambientação deveria ser cinzenta, sem cor, tornando uma atmosfera lúgubre. Eu não conhecia o termo a que o título se refere e resolvi procurar na web o significado e achei que ficou legal, bem adequado.
Boa sorte no próximo tema.
A morte de um vizinho idoso, o marido sonâmbulo e a mulher atormentada pelo medo e por se sentir seguida. Ela que velava o sono do marido (a insônia ajudava-a nisso), uma noite toma remédios para dormir e descobre que seu marido tem uma faca na mão. Descobre também que o marido é obediente em seu sonambulismo e isto aumenta seus temores, eis que a pessoa que a assediava poderia (como tentou) fazer com que ele a molestasse. Por fim, ela olha para trás e vê o homem a segui-la. Descreve-o para a polícia e ele é o mesmo que o velho morto havia descrito para os policiais pouco antes de morrer. E o conto termina com a mulher observando que aquele que dormia ao seu lado não era o seu marido. Não achei legal o início do seu conto, confesso aqui. Achei-o meio lugar comum demais. Já o final ficou muito bacana. Um bom enredo, você conta a história de maneira plana e reta. Princípio, meio e fim, sem dar margem a que o leitor se perca, mas mesmo assim, algumas imagens me soaram estranhas. Por exemplo, dizer “morto estupefato… De outras imagens eu gostei, como essa: Um frio trépido percorria sua nuca, esfregando sua pele como um verme asqueroso. Teve algo que me deixou intrigado: Como ela pôde ver a grande boca que ele tinha, se o homem que a seguia olhava para baixo e estava com um chapéu na cabeça? Sim, confesso que achei estranha essa cena. Alguns detalhes para sua revisão: azulejo da calçava, da calçada. Lamúrias a pouco. Não seria há pouco? O que significava suas expressões: o que significavam… Você escreve bem, talvez tenha tido vontade de ousar um pouco na linguagem e isto, no meu modo de ver prejudicou o andamento do conto. Simplicidade é mais. Um conto de terror que investe no medo da personagem principal. Mandou bem nisso. Meu abraço fraterno, Fernando.
Quem será que era o homem de terno negro?
Bom conto
Parabéns.
Resumo:
[Terror abstrato com viés de sonambulismo e pílulas para dormir]
Mulher casada vive com um marido sonâmbulo. Ocorre um crime, o do senhor Emanuel. A partir daí as coisas desandam, com a mulher e o marido se revezando no sono para que um vigiasse o outro. Ela se sente perseguida por um homem, o mesmo que perseguiu o seu Emanuel antes de morrer. Numa manhã, com o sol entrando pela sua janela, o cramunhoso aparece para ela em seu próprio quarto. O bicho deve ter pegado.
Comentários:
Cara/Caro Aerith Gainsborough,
Conto bem arrumado e de fácil leitura.
Notei uma série bem grande de equívocos de escrita, de tempos verbas ou de palavras inconclusas. Algo que se pode arrumar sem problema numa revisão mais acurada.
O conto segue a linha do terror insabido e inexplicável. O autor, como de modo geral ocorre, não se sente no dever de explicar o porquê das coisas, algo como o mal pelo mal, o cara que vaga pelo mundo tocando terror como meio de vida – ou de morte.
Acho que o conto, que aproveitou bem o limite de palavras proposto pelo certame, poderia abandonar um pouco, no início, a longa introdução e tocar, mais adiante, os feitos do cramunhoso.
Como o conto está narrado em terceira pessoa, daria, por exemplo, para fazer umas maldades com a dona, mas, o autor preferiu insinuar que algo aconteceria – ou não – com ela assim que o bicho ruim entrou no quarto.
Acredito que um conto de terror insinuado não é mal, mas num espaço tão curto, imagino que ficaria bem umas certas crueldades acontecendo com a protagonista.
Fiquei imaginando o porquê de o nome do conto ser QUALIA – uma associação filosófica entre a cor e sua impressão sobre a mente humana e não a encontrei, salvo pelo negror da noite a simbolizar o medo. Seria isso? Bem, fico devendo essa compreensão se foi além do que vi.
Comecei a anotar as inconsistências de escrita, depois parei. A seguir cito algumas que pincei no texto.
“Podia ouvir um pouco a frente[…]” – …pouco à frente…
“[…]as lamúrias a pouco […]” – …as lamúrias à pouco…
“Comentava-se[,] entre os vizinhos [QUE] fugiam do tédio de uma vida amena[…]” – lógica construtiva.
A frase “A próxima [É] você …”, soa-me estranha, porque nela há dois sentidos temporais. Se “A próxima” expressa um senso futuro, o verbo [É], no presente, expressa um ato corrente, sendo razoável substituí-lo por um [SERÁ]. “A próxima SERÁ você…” Mas isto é uma questão de gosto pessoal, creio.
“[…] escondem-se por traz das camadas[…]” – um erro comum, essa confusão entre verbo e preposição – trás; traz – sendo correto, no caso, o TRÁS ou POR DETRÁS, e não o TRAZ.
Recomendo uma boa revisão.
Legal o conto. Boa sorte no desafio.