“A realidade nada mais é que a aceitação daquilo que sua mente cria”
“Sidney Muniz”
– Carlos Roberto! (IIIII+IIIIIIII) – Chamou a voz da recepcionista.
– Eu? Quer dizer… Está falando comigo?
– E há algum outro? (I+II+IIIII+IIIII)
“Silêncio para contabilizar. Silêncio! Merda! Eu sabia” – Ele já havia lido o nome dela no crachá, “Ezter Razá” (?IIIIIIIIIIIII?)… Qual seria a origem dessa mulher. E por que esse nome? Todas as vezes que ia se consultar ela ficava atrás da mesa, sentada com aqueles olhos de loba vigiando a todos, aguardando apenas a porta se abrir para guiar outra pessoa até a sala. Sempre se ajeitando na cadeira, com aqueles quadris enormes e cabelos curtos como os de um homem. E aqueles aparelhos coloridos, acumulando restos de comida nos dentes.
Nesse momento ele já tremia, não sabia se pela fome ou pelas suspeitas. Olhava para as pessoas ao redor, havia contado o número de pacientes na sala, somou ainda a secretária, e é claro; haveria o médico. Tinha que haver o filho da mãe do médico! Contou por mais de duas dezenas de vezes naquele pequeno espaço de 25 minutos de espera. Calculava nos dedos, na mente, e recontava. “Seria possível? Maldita matemática! Estava exato! Exato!”
Ergueu-se e caminhou até a porta do consultório, pisando sobre o
porcelanato de cor marfim. Os sapatos sociais pretos brilhavam ainda
mais que o próprio piso reluzente. “Só seis passos! Ainda bem… apenas seis!” Calculou antes mesmo de chegar à porta. Acompanhou a secretária e quando a porta se abriu, ainda de cabeça baixa, olhou de soslaio para o piso, e os olhos perseguiram cada peça quadrada, que juntas formavam uma coluna na diagonal, como num tabuleiro de xadrez, denunciando o caminho que havia trilhado, de trás para frente, da porta até os pés da cadeira onde esteve sentado há pouco, como se fosse um verdadeiro Bispo partindo de encontro ao Rei. (IIIIIIIIIIIII) “Não pode ser!” Sentiu-se derrotado. Uma voz sussurrou em seu ouvido: “Xeque Mate, seu babaca”! Sim, ele havia caído numa armadilha!
Após confirmar suas suspeitas as mãos abraçaram uma a outra, dedos intercalando dedos, dobrando-se, esticando-se e estalando-se em movimentos frenéticos. “Ele está aqui!” Constatou. “Está aqui!”
O ar frio do condicionador só cooperava para que os arrepios agourentos lhe escapassem com mais facilidade, enquanto repetia para si mesmo; “Não, Beto! Controle-se! Controle-se! Coincidência… É só isso” A porta se fechou, e o som da madeira contra o marco visitou seus tímpanos como uma ameaça iminente. “Onde?” A voz do medo lhe açoitava. “Onde ele está?”
– Carlos, sente-se. (IIIIII+IIIII+II) – O doutor indicou a cadeira para o paciente, mas nem mesmo a voz afável do médico poderia enganá-lo. “Por que era tão metódico? Seria de propósito?” – Está me ouvindo? (IIII+II+IIIIIII) – “Impossível!” – Professor, Beto? (IIIIIIIII+IIII) – “Mas de novo!?” Constatava, absorto em todas as possibilidades. ”Estatísticas! Preciso interpretar os dados. Os fenômenos! Eu preciso!” O ventilador girava no teto e além do vento o aparelho provocava também um chiado que escapava como gritinhos agudos da haste cambaleante que prendia as hélices. “E se ele cair? Logo hoje! Por que eu saí de casa logo sexta feira (IIIIIIIIIIIII)? E na hora do almoço? Que fome!” – Tente se sentar (IIIII+II+IIIIII) – O médico falou.
– Ele está me seguindo, doutor! – Roberto disse, ainda de pé. Os olhos varrendo o ambiente mal encaravam o rosto do homem que o atendia. Observava atento as paredes, os quadros. “Quantos?” Cortinas, tapetes, telefone… “Quantos?” E aquele maldito Tec-Tec… Era um “Berço de Newton”! Contabilize, droga! Um… Dois… Três… – Os dedos trêmulos se fechavam para uma nova contagem quando a voz irrompeu o ambiente, quebrando momentaneamente a concentração de Carlos, mas o Tec… Tec continuava.
– Como assim, Beto? (IIII+IIIII+IIII) – O doutor passou as mãos na cabeça, como se ainda restassem fios de cabelo para ajeitar, mas era só o brilho lustroso de sua careca branca – Não há nada aqui (III+II+IIII+IIII) – Afirmou Tadeu.
– Não tente me enganar. Ele está aqui!
– E o que seria ele? (I+I+III+IIIII+III) – Vendo o nervosismo do paciente, o doutor apoiou a barriga na poltrona oferecida. Era um homem gordo, trajando uma camisa social branca, cujos intervalos entre os botões revelavam a pele alva, sem pelos, lisa como se o homem tivesse acabado de chegar de uma sessão de depilação. A cada frase do especialista os dedos de Carlos se moviam um a um, e era clara sua perturbação.
“E1… O2… Q3… U4… E5… S6… Ele está aqui!”
– Ah meu Deus – Carlos levou as duas mãos à cabeça, cerrou os punhos e agarrou os cabelos esbranquiçados, puxando, socando e fazendo movimentos circulares. Era como se os olhos tivessem sido mergulhados num abismo de sangue. A face enrugada, sobrancelhas ralas e aquela tremura bisonha – Shiiiii! – Voltou-se para o doutor – Fale baixo. Ele está nos ouvindo. Minha cabeça chega a doer. Como você não vê? Ele está chegando! Ele já está aqui… Ali! Veja! – Apontou para um quadro na parede, onde haviam doze mulheres e um homem, todos ao redor de uma mesa. – Conte! Isso vai disfarçar a fome dele! Conte!
– Sente-se aqui, ok? (IIIIIII+IIII+II) – O médico convidou – Enquanto conto… (IIIIIIII+IIIII) – Disse.
– Nisso? – Indagou, apontando para o objeto – Quando é que você comprou essa poltrona, doutor?
– Já faz dois anos (II+III+IIII+IIII) – Respondeu, acendendo um charuto.
– Contas, doutor! Precisamos fazer contas! Dois anos! Puta merda!
Estamos em 2015. 2015 – 2 = 2013… Puta merda duas vezes, doutor!
– Parece agitado (IIIIII+IIIIIII) – O paciente se sentou, na cadeira a frente da poltrona.
– Eu estou. Pare de falar assim! Pelo amor de Deus. O que deu em
você? Já parou para ver ao seu redor? Meu nome, as situações, como
você fala, está em todos os lugares! Exato! É tão exato! Você não conta? Alguém conta? É pura matemática!
– Não compreendo. (III+IIIIIIIIII).
– Não? – Ele lançou um olhar repreendendo o médico – Ele é perigoso! – Olhou para a direita depois para a esquerda, sem mover o pescoço, apenas os olhos dançaram nas orbitas – Mas pense, homem: Judas, o traidor! Frigga, a Deusa Nórdica que se reunia com outras onze feiticeiras e o demônio – As mãos dançavam no ar, como se a lousa estivesse a sua frente, e Tadeu fosse um de seus ex-alunos – 12 deuses! 12 apóstolos! 12 meses! 12 tribos de israel. 12 horas… 12! E o que corrompe isso? Ele está me perseguindo faz tempo! – Ele estava a centímetros do especialista, cuspindo palavras e gotículas involuntárias de saliva, falando paulatinamente – Precisa acreditar em mim – E o doutor olhou de uma forma apreensiva para ele – A Apollo 13 foi lançada às 13h 13 min., numa data cuja soma é 13! Veja: 11/04/70! E o acidente ocorreu em 13 de abril! E não é só isso – Continuava sussurrando – O tarô tradicional traz na carta desse número o arquétipo da morte. Precisamos enxergar a verdade! A 13ª letra! Qual é ela? “M”! “M” de morte! Ele está me perseguindo há meses! E agora ele sabe que eu sei! A culpa é sua!
– O numeral treze? (I+IIIIIII+IIIII) – O doutor sequer esboçou um sorriso – Você tem provas? (IIII+III+IIIIII) – A pergunta foi feita com aparente interesse.
– Sim! Basta contar! Veja o que você fez! Contabilize! Some! Ele usa as pessoas! Veja o nome da sua secretária! As letras! É ele e o nome dele! Você não entende?!
– O que busca aqui? (I+III+IIIII+IIII) – O doutor perguntou, sentando na poltrona destinada ao paciente, e aparentemente ignorando sua última observação – Lembra o que fez? (IIIIII+I+III+III).
A pergunta afligiu Carlos. Estava mais confuso que antes. Lembrou-se de seus alunos, da escola, de tudo. Como poderia esquecer. Foi como se uma agulha penetrasse em sua mente, e injetasse o soro da verdade em seu cérebro.
– Pare, doutor! Não quero falar nisso! Não quero! Não foi minha culpa! Eu avisei para todos. O estômago roncava e a tremedeira continuava a aumentar.
– É preciso falar (I+IIIIIII+IIIII) – A voz continuava suave. Malditos doutores e seus diplomas, como podem entrar na mente de uma pessoa com tanta facilidade? – Hoje é dia treze!
– Estou com medo. Não quero lembrar mais. O que está acontecendo comigo? Tec…tec…
– Você já lembrou! (IIII+II+IIIIIII) – O homem continuou com o semblante firme. Ajeitou-se na poltrona e com o dedo indicador ajustou os óculos na face. Ergueu as sobrancelhas, e esperou o paciente falar, por quase sessenta segundos.
– Eu não os matei! – As vistas embaçaram como se a glicose tivesse baixa, ou a pressão caído. De fato, ele não sabia o que sentia.
– Quem matou eles? (IIII+IIIII+IIII).
– Por que você continua fazendo isso comigo? Esse número! Pare de falar usando treze letras… Por favor… Pare!
Tec… Tec… Tec… Tec… Tec… – O som do Berço de Newton continuava e continuava… E parecia estar mais rápido. Uma esfera batia de um lado e impulsionava a outra conservando o momento e a energia dos dois pêndulos… Tec…Tec…Tec…Tec…Tec…Tec…
– Apenas me conte. (IIIIII+II+IIIII).
– Foi o número. Você sabe disso! Quem está fazendo isso comigo?
– O numeral treze? (I+IIIIIII+IIIII) – Pausa – É o que você acha? (I+I+III+IIII+IIII).
– Não fale dele! Eu contei! Contei de novo! Todos me perturbam! Zombam de mim! Querem minha morte! O número faz isso com as pessoas. Eu não queria matar ninguém e não matei. Apenas aconteceu. Foi ele! Ele está dentro de mim, e de você!
– Pergunto a você (IIIIIIII+I+IIII) – O médico respirou, enquanto o Tec… Tec do pêndulo continuava – O que busca aqui? (I+III+IIIII+IIII) – O terapeuta olhou dentro dos olhos de Carlos e aguardou a resposta.
– E… e…eu – Ainda estava anestesiado, ou pelo medo, ou por algo que ele não sabia o que era. Seria fraqueza pela fome? Não se lembrava sequer da última vez que havia se alimentado. ”Quando foi? Quanto foi?” Tec…Tec…Tec… – Quem é você? – Perguntou ao médico, segundos antes de desmaiar.
– Não leu na placa?
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– Professor Beto… (IIIIIIIII+IIII) – Chamou o aluno, mas ele já estava impaciente!
– Pare!
“Você matou eles!” (IIII+IIIII+IIII) – A voz do terapeuta invadia seus sonhos!
– Parem!
– Você nos matará! (IIII+III+IIIIII) – Uma adolescente falou, a primeira da fila, sentada em frente ao professor. Metade do rosto estava como deveria, belo, um olho azul como o oceano, e os cabelos caídos de lado. Já a outra metade era algo absurdo. A orelha não existia e em seu lugar havia um buraco que findava do outro lado, dando para ver através do crânio. A face esquerda era desfigurada, algo semelhante à carne queimada, porém era pulsante, gelatinoso e ao mesmo tempo áspero. Para findar o olho era completamente negro, vazio, maior e mais achatado que o normal. Ele balançou a cabeça na tentativa de desvencilhar-se daquela ilusão. Fechou os olhos e quando os abriu a mocinha era uma criança normal.
– Crianças, o que estão fazendo comigo?
– Monstro do azar! (IIIIIII+II+IIII) Monstro do azar! (IIIIIII+II+IIII).
– Não digam isso! Por que estão me chamando assim?!
– Monstro do azar… (IIIIIII+II+IIII). E eles entoavam de novo… Monstro do azar! (IIIIIII+II+IIII) Monstro do azar! (IIIIIII+II+IIII) Monstro do azar! (IIIIIII+II+IIII) Monstro do azar! (IIIIIII+II+IIII) – E de repente todas as crianças estavam de pé, os olhos mergulhados num negro avassalador. O sangue brotava das órbitas, bocas e narizes de maneira assombrosa, enquanto elas caminhavam em sua direção repetindo aquelas treze letras malditas, com vozes infantis – Monstro do azar! (IIIIIII+II+IIII).
Carlos sentia-se estranho, a cabeça doía em vários pontos. Ele pedia para que parassem. Implorava. Não queria matá-las! Não queria. “Elas queriam morrer? Por que diziam aquilo?”.
De repente os ossos cresciam dentro de sua pele e a boca começou a se esticar como a bocarra de um canino. A pele repuxava e rasgava à medida que a boca crescia, e o nariz se soltava ficando enfim dependurado até cair pútrido no piso. Dentes pontiagudos cresciam e empurravam os dentes humanos arrancando-os das gengivas, que eram rasgadas de dentro para fora. Os novos, além de pontiagudos, tinham suas laterais formadas por outros minúsculos dentes, que lhes davam a forma de serras, três carreiras de serras afiadas como ferrões de Mandi.
Ao invés de sangue, minava das feridas um líquido negro e viscoso. Espinhos escamosos brotavam de sua coluna cervical, rasgando-lhe carne e pele, imensos como chifres, rígidos como ossos. Uma série deles, exatamente doze, começando na altura da cintura e seguindo até a nuca, crescendo e curvando-se para cima no formato de anzóis, porém num ângulo mais brando, como o de quarenta e cinco graus. Um último, estranho e maior nascia no meio da testa. Era encurvado, na forma de caracol, com duas voltas. Sua extremidade não era pontuda, mas sim chanfrada, contudo o mais bizarro é que nesse havia olhos, vários deles espalhados por suas paredes, enquanto que na ponta dele nascia algo diferente, uma nova boca, e dela saltava uma língua bifurcada e musculosa, numa mistura de língua de sapo e de cobra peçonhenta, pegajosa e longa, que ficava pendendo para o lado de fora da abertura macabra, dançando de maneira devassa.
As crianças pareciam hipnotizadas, gritando em uníssono o mesmo mantra: Monstro do azar… (IIIIIII+II+IIII) Monstro do azar…! (IIIIIII+II+IIII). Enquanto isso ele tentava apanhar o nariz perdido, como se pudesse devolvê-lo a face. Num repente, as mãos davam lugar a garras grotescas, que arrancavam os próprios pelos e pele. No lugar da pele, criavam-se escamas que lhe protegiam a carne. Pés perdiam três dedos cada um, sendo expulsos por dois ossos maiores que os empurravam. Eram novos dedos que brotavam enormes e horrendos. As unhas também cresciam de forma absurda. Os olhos caíram, sendo expulsos de suas órbitas. Em seus lugares outras duas línguas surgiam nefastas, mas essas se assemelhavam a línguas humanas, salvo pelo fato peculiar de serem negras e possuírem verrugas asquerosas.
Num súbito a nova criatura abriu a boca de lobo e fez um barulho parecido com o de um cão, porém demoníaco, e então as luzes se apagaram e o animal atacou-os sem piedade, arrancando-lhes corações, vísceras, e demais órgãos sem compaixão alguma.
…Tec… Tec… Tec…
– Aaaa!!!
– Quem você é, Beto? (IIII+IIII+I+IIII).
– Quem sou eu?
– O que você é, Beto? (I+III+IIII+I+IIII).
– O que eu sou? Eu sou o 13°!
– Isso mesmo, Beto! (IIII+IIIII+IIII). Desperte agora! (IIIIIIII+IIIII).
Os olhos piscaram e ele acordou.
– Obrigado.
– De nada, Roberto.
– Acha que vai funcionar?
– O medo já acabou?
– Sim. Não quero contar mais.
– Você sente fome?
– Não. Nenhuma.
– Você ficará bem.
– Obrigado, Doutor! E a próxima sessão é quando?
– Volte dia treze!
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Ao sair Ezter limpava a sala de espera, empurrando um balde d’água com a ponta dos pés, e passando pano no ambiente. Ele não se lembrava de o piso estar tão sujo, ou de tanta desorganização. Parecia ter passado um furacão naquele lugar.
– Que bagunça, hein. Onde estão os outros? – Perguntou.
A recepcionista lançou lhe um sorriso de arame. Entre os dentes restos do que parecia ser carne. E no canto da boca, o batom borrado, num vermelho da cor de sangue.
– É hora do almoço!
– Ah, tá. Eu devo ter demorado muito, pois perdi a fome. Tenha um bom dia!
Foi embora, e quando a porta do consultório se fechou, virou-se para ler o que estava escrito na placa pendurada do lado de fora.
“Consultório do Dr. Tadeu Alcântara”
Doutor em Terapia Hipnótica
Logo abaixo a seguinte frase:
“Na simples complexidade da vida, reside o fato de que sua mente é responsável por tudo o que você é.” – Henrique de Azevedo.
Olá Sidney, parabéns pelo conto e pela dedicação em nos encantar. Mas que agonia rsrs (acho q essa era a intenção) Eu entendi logo os III e gostei da ideia, apesar de não ter parecido tão eficaz de acordo con alguns comentários. Abraço.
Paranoica fiquei eu aqui! Quando dei por mim estava contando quantas vezes tinha frases com 13 letras, até suspirei aliviada quando ultrapassou 13. Se tivesse batido com 13 frases eu ia ficar é com medo de você, Sidney.
Caramba Sidney! Que trabalhão deve de ter dado formar tantas frases usando 13 letras.
Parabéns, menino.
Fiquei com medo na terceira vez que vi os números.
Tenho mania de contar para me acalmar. E estava me identificando com o cara, apesar do número 13. A coisa do chão me perturbou também. Tenho mania de escolher pisar “cor sim” quando o ambiente tem piso de duas cores. No fim, estava arrepiada. Já contava antes de bater nos numerais. Maior perturbação me deu por não estarem grafados em romano correto.
Não chegarei perto de nenhuma Ezter na vida! Principalmente se for de ancas largas e cabelos batidos…
Posso repetir que estou assustada?
Olá, Sidney, tudo bem?
Como a Ana Maria observou, eu também demorei a entender que raios de IIII eram aqueles. E por coincidência, também achei que era algo relacionado a alienígenas.
Achei interessante a relação do número 13 com tantos símbolos.
Não entendi bem se o Professor Carlos era paranoico ou esquizofrênico. Por um momento, achei que se tratava de um caso de múltipla personalidade. Ele estava fazendo um tratamento com hipnose, certo? Para descobrir algo? Ele realmente matou aquelas crianças? Ou queria matá-las? Também por um momento, pensei que se tratava do psiquiatra de um manicômio, ou que Ezter fosse um tipo de carcereira. Viajei muito!
Logo no começo, há uma descrição que pode suscitar críticas relativas a um possível sexismo – ” […] e cabelos curtos como os de um homem.” – só homens têm cabelos curtos? Enfim, implicância minha.
O conto está bem escrito, tem fluidez, embora eu mudasse alguma coisa na pontuação.
> onde haviam doze mulheres > onde HAVIA doze mulheres. = Pois bem, explicarei novamente: o verbo HAVER quando empregado no sentido de EXISTIR, sempre fica no singular.
> lançou lhe um sorriso > lançou-lhe um sorriso
Tem outro hífen que está faltando, mas eu agora não estou achando.
Enfim, achei a ideia criativa, mas preciso reler para tentar entender alguns pontos da narrativa. Seria a falta de entendimento o verdadeiro monstro do azar? 🙂
Abraço!
Você é demais! Obrigado pelas dicas, Cláudia! A questão dos Is e para expressar o pensamento dele, mas entendo que a opção por manter eles como o fiz é uma faca de dois gumes… mas isso reflete minha loucura.
Obrigadoooooo!
Eu não acho que deva tirar os Is, só disse que levei um tempão para entender a matemática (lógica) da coisa. 🙂
kkkkkkkkkkkk… Claudinha, desculpe, é que a ideia é fazer o leitor ficar confuso mesmo.
Realmente entendi errado então, mas mesmo se fosse sua opinião, não teria problema, o texto era meu até eu postar (tá, ele continua meu) mas quando posto é quem o lê tem toda liberdade de dizer o que pensa e de interpretar da sua maneira.
Eu gosto muito de receber comentários como o seu e da Ana. Me fazem pensar e me ajudam na constante evolução da escrita.
Obrigadooo!
Olá Sidney. Então vamos ao conto? Gostei. Está bem escrito e a ideia é boa. Tem um mas, que para mim costuma ser grande e se estivesse a ler no quadro de o conto integrar um desafio, teria ido contra si na minha pareciação. Que mas é esse? o leitor fica demasiado tempo perdido até conseguir perceber que raio I’s são aqueles entre parenteses. Será que são alienígenas que falam outra língua e o autor decidiu traduzir para nós? foi o que pensei como provável durante demasiado tempo. Atrever-me-ia a sugerir que retirasse esse mistério desde o início, pois na verdade, o cerne do conto nem reside aí. Sugerir-lhe-ia que apresentasse uma situação “normal” em que o indivíduo psicótico decifra o 13 em tudo (muito bem conseguidas, todas essas frases) e só deixava para o final a própria solução que você apresenta e que, creio, até teria mais impacto no leitor.
Há muitas formas de escrever a mesma coisa e, por vezes, mais do que a história em si, é o plano de escrita que as palavras percorrem o que vai determinar a diferença no leitor.
Ultimamente tenho analisado isso muito no que escrevo e noto sempre que poderia escrever as mesmas histórias de “n” formas diferentes – isso diminui drasticamente a minha produção, mas talvez chegue a melhorá-la.
Esta foi a minha impressão.
Parabéns e um abraço.
Ana Maria Monteiro.
Você ficou perdida porque não anda contando.
Quem conta para se acalmar ou por pura mania, saca logo. Principalmente quando fala do chão.
Gostei exatamente disso. Parece um paranóico qualquer, mas, há algo mais assustador envolvido na trama.