EntreContos

Detox Literário.

A Rosa do Nome (Evelyn Postali)

rosa

De pé, no vazio daquele aposento de pedra, Emile Rosaire ouviu o peso da porta e a tranca.

Vergonha. Foi despojado das vestes lentamente.

Indecisão. Deixou as mãos ásperas e afoitas acariciarem sua carne virgem.

Cabelos, ombros, peito, sexo.

— S-Senhor… — O medo pulsou. Lábios. Voz. Olhos. Ouvira falar dos terríveis castigos impostos aos desobedientes das imposições do subdiácono. — Isso não é sacrilégio?

O canto daquela boca velha ergueu-se em sorriso afetado. Segurando um dos mamilos do noviço, sussurrou bem próximo:

— Deus perdoa os bons e os maus. — Apertou a saliência. Arrancou-lhe um gemido. — No final, tudo será perdoado.

156 comentários em “A Rosa do Nome (Evelyn Postali)

  1. Gustavo Henrique
    27 de janeiro de 2017

    Achei seu conto bem forte, ficou legal. Boa sorte.

  2. Thayná Afonso
    27 de janeiro de 2017

    Uma ótima crítica com uma referência ainda melhor. Fiquei encantada com a forma que você desenvolveu seu texto e como tomou a liberdade para colocar estas referencias no título. Apesar do tema pesado, conseguiu desenvolver muito bem. Parabéns!

  3. Remisson Aniceto (@RemissonA)
    27 de janeiro de 2017

    Umberco Eco e seu “O Nome da Rosa” ecoando pelos quatro cantos do mundo. Boa sorte.

  4. Lohan Lage
    27 de janeiro de 2017

    Texto bem escrito, forte, crítico.
    Parabéns, Eco!

  5. Sra Datti
    27 de janeiro de 2017

    Ojeriza. É o que seu conto desperta fortemente. Forte crítica, camuflada pela história já bem conhecida por todos. A hipocrisia em seu mais alto grau.
    Narrativa muito bem estruturada, escrita impecável.
    Um dos ótimos do certame.
    Parabéns!

  6. Leandro B.
    27 de janeiro de 2017

    Oi, Eco.

    Nunca li “O nome da rosa”, mas isso não me impediu de apreciar o texto. O que me chamou a atenção não está na hipocrisia ou em um pretenso esteriótipo do religioso, mas nessa “falha” do pensamento católica que deposita tanto poder no arrependimento.

    Lembro que o tema foi explorado em algum outro lugar, mas não lembro onde.

    No que diz respeito a forma, achei muito competente. A ambientação é boa e os personagens soam bastante reais.

  7. Victória
    27 de janeiro de 2017

    Texto muito bem escrito e de excelente ambientação. Apesar do conto remeter à Idade Média (imagino eu), é um tema ainda presente nos dias de hoje, que no texto foi abordado de forma muito eficiente. Parabéns

  8. rsollberg
    26 de janeiro de 2017

    Um dos primeiros livros que li na vida foi justamente “O nome da Rosa”, por essa razão esse conto logo chamou minha atenção. Apesar de guardar restrita semelhança com o clássico do Umberto Eco, o conto ´´e muito bom porque traz uma crítica atilada a um dos principais princípios do cristianismo. Hoje em dia, é muto difícil aceitar esse premissa do perdão irrestrito para qualquer um, não se coaduna com qualquer ideal de justiça. Particularmente, esse é um dos poucos temas que despertam minha intolerância. Voltando ao conto, o autor foi muito feliz na escolha dos personagens e da própria trama para o impacto do dilema.
    Muito bom.
    Parabéns.

  9. Simoni Dário
    26 de janeiro de 2017

    Gostei da forma do texto. O tema é pesado, mas o autor conseguiu com que o desenvolver da história não deixasse isso explícito. Uma realidade desde o início da Igreja, muito verossimil.
    Bom desafio!

  10. Fil Felix
    26 de janeiro de 2017

    Conto muito bem escrito, consegue em poucas palavras nos trazer um ambiente rico e complexo. Uma igreja, padres e arcebispos, porões, costumes, castigos, toda uma mitologia por trás. Demonstra habilidade do autor. Você se sente dentro do pequeno quarto, com as mãos do velho sobre você. Muito bom! Ao contrário dá maioria dos comentários que li, achei o título/ pseudônimo muito “casado”, poderia ter sido um ou outro. Mas nada que prejudique o texto. Um outro ponto que fiquei na dúvida: Emile é o nome do noviço? Ah, também me lembrei de uma das cenas do filme Má Educação.

  11. Gustavo Aquino Dos Reis
    26 de janeiro de 2017

    A obra é boa, inegável.

    Porém, acho que ela parte de um lugar comum bastante explorado na literatura.: o abuso sexual por um religioso.
    A ambientação nos conduziu exatamente para o que esperávamos desde o início.
    E não houve nenhum choque que não aquilo que já prevíamos.

    De todo o modo, eu gostei.

  12. Pedro Luna
    26 de janeiro de 2017

    Gostei de muitos detalhes. Ambientação: o título e pseudônimo já levam o leitor a um cenário na idade média, e toques na construção, como “aposento de pedra”, ajudam a ambientar. Gostei disso.

    A crítica presente no conto é das mais batidas possíveis, no entanto, é por isso que ela funciona. Como não ficar indignado em saber que ainda hoje acontece coisas assim, que já vem lá da idade média? É osso.

    Outro fator de destaque é o conceito de que tudo será perdoado, que Deus perdoa os bons e filhos da puta. Reforça muito a minha crença de que não existe e talvez nunca tenha existido um Deus coletivo. O conceito de Deus é pessoal e é por isso que tem tanta gente fazendo merda em nome dele.

    Gostei do conto.

    • mariasantino1
      26 de janeiro de 2017

      “Deus perdoa os bons e filhos da puta. ” Kkkk. Adorei 😛

  13. Rubem Cabral
    26 de janeiro de 2017

    Olá, Eco.

    Um bom conto, bem direto ao ponto. Você conseguiu com poucas palavras passar sensações e ambientar bem o enredo. O pseudônimo e o título complementaram tudo também. Boa escrita: não notei erros.

    Nota: 8.5

  14. Tom Lima
    26 de janeiro de 2017

    Um conto de força. A imagem de pureza e incerteza do inicio vai se desfazendo aos poucos, dando lugar a uma realidade dura e crua. Muito bem conduzido.

    Gostei bastante.

    Abraços.

  15. Felipe Teodoro
    26 de janeiro de 2017

    Muito bem escrito, as imagens construídas são fortes e a narrativa que começa com tom de indecisão e delicadeza, pega um ritmo mais forte e termina de forma arrebatadora. Muito interessante você conseguir traçar um perfil do homem sagrado sem precisar ficar o descrevendo. Eu gostei bastante, achei que a escrita tem força e voz, é isso que busco quando leio novos autores, voz, não narrativas mecânicas. Parabéns mesmo.

  16. Paula Giannini - palcodapalavrablog
    25 de janeiro de 2017

    Olá, Eco do Umberto,

    Tudo bem?

    Penso que “o eco” de “O Nome da Rosa” ser o a percepção da inocência do ser humano, sejam suas ações de acordo ou não com o que dita a igreja, é uma visão interessante. Porém li que seu conto não tem relação com o livro, segundo uma resposta que deu a um dos leitores.

    Ainda assim, seu conto é muito bem escrito, pensado e embasado.

    No final seremos todos perdoados. Então, vale tudo. O bem e o mal, o dito e o não dito, a mentira e a verdade.

    Gostei da visão.

    Parabéns e boa sorte no desafio

    Beijos

    Paula Giannini

  17. Estela Menezes
    25 de janeiro de 2017

    Alguém aí disse, e eu concordei imediatamente, que foi este um dos melhores contos, a começar pelo título e pelo pseudônimo, que já nos permitem perceber um piscar de olhos cúmplice por parte do autor. Adoro esses detalhes sutis que me conquistam de saída! A atmosfera com sua forte carga dramática foi mantida até o final e a narrativa, tão crua quanto a cena, evolui sem tropeços até o desfecho. Já está no topo da minha lista.

  18. Anderson Henrique
    25 de janeiro de 2017

    Essa primeira frase está um pouco estranha. Primeiro achei que havia um problema de concordância verbal. Depois vi que tranca não era do verbo trancar, mas um substantivo. Se for realmente esse o caso, acho que a frase ficaria “ouviu o peso da porta e DA tranca.”. Deixando essa questão de lado, vamos ao conto. O ritmo é ágil e a cena tátil. Fui lá pra esse quarto de pedra junto com os personagens. A cena é forte e tem cadência. Tudo – ou quase tudo – no lugar. Não gostei apenas de “apertou a saliência”. A atmosfera estava pesada, tensa. Esse “saliência” me pareceu coisa que uma carola diria e não o narrador capaz de uma bela frase como: “Deixou as mãos ásperas e afoitas acariciarem sua carne virgem.” O conto é muito competente em inserir o leitor na história. Bom texto. Ah, agora que vi que vc respondeu a todos os comentários. Deu eco? 🙂

  19. Srgio Ferrari
    25 de janeiro de 2017

    Bom, na medida, poderia ser uma HQ de 1 página e meia dentro daquela antiga revista Heavy Metal, ainda mais com um desenho de decorações futuristas amalgamando a santa inquisição…algo por aí. Portanto, valeu muito.

  20. Daniel Reis
    25 de janeiro de 2017

    Um abuso sexual por religioso? Bem diferente esse tema dos outros do desafio. Acho só que o limite de palavras simplificou demais a relação de poder e submissão que a história poderia gerar – e as consequências dos atos dos dois. De qualquer forma, um conto sui generis. Parabéns.

    • Eco do Umberto
      25 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  21. vitormcleite
    24 de janeiro de 2017

    muito bom este conto, um dos melhores na minha opinião e para não estragar o que ficou da leitura vou-me calar. Muitos parabéns.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  22. Cilas Medi
    24 de janeiro de 2017

    Fluência e objetividade é tudo o que eu achei. O tema, mais que desgastado, confirma a canalhice do superior. O conto não me convenceu, entretanto. Seguramente, baseado no O Nome da Rosa de Umberto Eco, portanto, não vejo nenhum traço de criatividade.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Recomendo que leia O Nome da Rosa, então. Vai perceber que não tem nada disso lá, no livro. Não me baseei no livro para escrever. Apenas gostei do trocadinho no título e pseudônimo. Obrigado pelo comentário.

  23. Mariana
    24 de janeiro de 2017

    Eu senti todo o nojo possível ao ler o seu conto… Muito bem escrito e, como já foi dito, proporciona uma imersão que eu preferia não ter tido. As palavras vão pesando e o texto sobrevive muito bem sem as referências que carrega. Parabéns

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  24. Laís Helena Serra Ramalho
    24 de janeiro de 2017

    Não sei se foi sua intenção fazer referência a “O Nome da Rosa”, que eu não li apesar de já ter ouvido falar muito. Dessa forma, não entendi o título. Mas, deixando ele de lado, não parece imprescindível ter lido o livro referenciado para entender o enredo.

    Mas, quanto a ele, parece não existir um desenvolvimento. Parece mais um trecho de uma história maior que uma história completa, talvez com uma crítica à religião (e à possível incoerência quanto ao perdão). Ou será que perdi alguma coisa por não ter lido o livro?

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  25. Luiz Eduardo
    24 de janeiro de 2017

    Eu pesoalmente não gosto de contos que se propõem a fazer referência a outra história, mas tenho que admitir que vc soube muito bem conduzir a narrativa em poucas linhas, dando o tom da atmosfera na qual a história se passa. Parabéns e boa sorte

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      A referência não está no conteúdo. Apenas no título e pseudônimo. Sugiro que leia o livro do Umberto Eco. É uma leitura super recomendada, mesmo se tiver assistido ao filme.

  26. Vitor De Lerbo
    23 de janeiro de 2017

    Texto muito bem escrito. Nem precisava do título para nos remeter aO Nome da Rosa.
    O tema é denso e a ambientação é perfeita. Podemos sentir a tensão do noviço crescendo, assim como seu medo.
    Boa sorte!

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  27. Miquéias Dell'Orti
    23 de janeiro de 2017

    Oi,

    Conto forte, tema pesado. Bem ambientado e com uma imersão na cena que infelizmente eu preferia não ter tido. Essas coisas deixam a gente com um embrulho na barriga, sabe? Como se algo estivesse extremamente errado e não pudéssemos fazer nada para mudar isso.

    Um ótimo conto. Parabéns.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  28. Lee Rodrigues
    23 de janeiro de 2017

    Essa coisa de tema batido só reforça meu entendimento que tudo se transforma nas mãos de quem sabe contar, porque ele tem o desafio de pegar algo comum, já arroiado e despertar sensações no leitor, e veja, o que já é conhecido nem sempre desperta sensações.

    E aí o autor vem, com regradas 99 palavras me transporta para um mosteiro, onde consigo ver até as pedras tijolo irregulares da parede, um noviço envergonhado, indeciso, com medo… e que geme… e do outro lado, a experiência da raposa velha com os cantos da boca com aquela saliva esbranquiçada. Mentiras, verdades… quebra de paradigmas.

    O texto mexe porque consegue nos levar às profundezas de algumas verdades que preferimos esquecer.

    Não deixou algo enigmático, mas me deu perfeita localização, me apresentou a essência dos seus personagens, e isso foi o tempero do conflito, e ainda me deixou caminhos para imaginar “o a seguir”.

    Cara, você tem meu respeito!

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Penso do mesmo jeito – quais são as histórias que nunca foram contadas?
      Obrigado pelo comentário!

  29. Givago Domingues Thimoti
    23 de janeiro de 2017

    Que conto forte!
    Era como se eu estivesse lá, vendo a cena.
    Surpreendente!
    Parabéns!

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  30. Sabrina Dalbelo
    23 de janeiro de 2017

    O que estou sentindo? ódio, asco, nojo, vontade de arrancar o membrinho desse padreco…e fazer carne moída.

    Sensacional, tá na lista. Excelente! Muito bem executado… tô com ódio, asco, nojo… sim, excelente… mas quero matar o cara!

    Cada palavra está no seu exato lugar. Parabéns!

    • Sabrina Dalbelo
      23 de janeiro de 2017

      aaa, esqueci (talvez devido ao ódio)…. único senão: o nome do noviço ser “Emile” atrapalhou no início, até eu chegar no próximo adjetivo “despojado”, e entender que se tratava de um menino. Isso!

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  31. Davenir Viganon
    23 de janeiro de 2017

    O conto tem uma carga de tensão que aumenta a cada palavra. a cena é milimetricamente bem construída. A cena é crua e apesar de ser um conto fechado, os posicionamentos diversos sobre o tema do sexo entre religiosos rende reações tão diferentes, quanto num conto aberto. Muito bom!

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  32. Renato Silva
    23 de janeiro de 2017

    É a segunda ou terceira vez que leio seu conto e todas as vezes sinto um incômodo tremendo, um asco, vontade de vomitar mesmo. Não entenda isso como um insulto, pelo contrário, pois acho que atingiu seu objetivo em nos envolver em sua narrativa.

    Particularmente, não gosto muito dessa coisa de hoje sempre associarem os padres a pedófilos (não que eu os considere santos) em tudo quanto é obra que sai, mas a referência ao livro “O nome da rosa” está aí. Aliás, uma crítica quanto a isso é a referência escancarada, achei desnecessário. Tanto o título quanto o pseudônimo poderiam ser um pouco mais sutis, pois qualquer um que tenha visto o filme ou lido o livro teria entendido na hora, assim como aquele que desconhece a obra não fará nenhuma associação com o título e pseudônimo.

    Sua escrita é muito boa e você soube descrever a cena como se estivéssemos vendo. Nem sempre isso é fácil de fazer. Boa sorte.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      O conteúdo do conto não está no conteúdo do livro. Se você leu, vai perceber que a referência é a Idade Média. E o título foi uma brincadeira. E não. Nem sempre o que eu escrevo não é a tradução do meu pensamento sobre.
      Obrigado pelo comentário!

  33. Tiago Menezes
    22 de janeiro de 2017

    Conto perfeito. Bem desenvolvido, com uma forte história por trás e um final excelente. A frase final foi impactante. Está na minha lista até o momento. Parabéns e boa sorte.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  34. Jowilton Amaral da Costa
    22 de janeiro de 2017

    Putz, contaço. Tema pesado e real. Foi muito bem conduzido e a frase final ficou excelente. Até aqui, o meu preferido. Boa sorte.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  35. Wender Lemes
    22 de janeiro de 2017

    Olá! Nota-se a capacidade descritiva de quem escreveu, a facilidade de transportar o leitor para a cena, para a agonia do noviço. Não é um conto que vise a dúvida – ao contrário, esmiúça cada singularidade da passagem, chocando pela crueza e pela naturalidade com que o abuso é descrito.
    Parabéns e boa sorte.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  36. Matheus Pacheco
    22 de janeiro de 2017

    Isso sim é algo que temos que abrir os olhos de todos para que homens como este do conto parem de se aproveitar da religião que tanto se devotam de carne e espirito.
    Apesar de manter minha fé esse é um assunto que sempre quero me manter imparcial, pois um homem que mancha a própria imagem dentro de uma fé mancha a imagem de todos a processam.
    Quantas vezes eu escuto na rua pessoas acusado: “Todo pastor é ladrão ou bandido e idiota é de quem segue esses homens” ou “Todo padre ou é pedófilo ou é viado e os fiéis ainda tentam acobertar”.
    Excelente conto e um abração ao escritor..

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  37. Glória W. de Oliveira Souza
    21 de janeiro de 2017

    Temática atual, envolvendo prática sexual entre religiosos. Foi, inclusive, transformado recentemente em filme premiado. Há certa dramaticidade na história mediante descrição detalhadas, mas fazendo-se uso, às vezes, de apenas uma palavra. O final não chega a impactar, mas a narrativa demonstra que o autor soube desenvolver a trama. Gostei.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  38. Gustavo Castro Araujo
    21 de janeiro de 2017

    Muito bacana a homenagem a Umberto Eco. Confesso, entretanto, que jamais li alguma obra dele (vergonha). O máximo que conheço é o filme “O Nome da Rosa”, cujo mote, ao que parece, se assemelha ao deste conto. Pelo que percebi, um rapaz (o noviço) é assediado por alguém do clero, alguém que se aproveita de sua posição hierárquica superior. A construção do cenário ficou muito boa e eu, de fato, me vi em um mosteiro italiano da Idade Média, onde a atmosfera opressora está na ordem do dia – ou da noite. O fim é verossímil até demais, algo que se vê ainda hoje, com tantas denúncias de pedofilia envolvendo membros da Igreja. As entrelinhas do conto ficaram ótimas, especialmente porque o autor não esconde sua inspiração. Enfim, um ótimo trabalho. Parabéns.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Mas é só homenagem mesmo. O conteúdo não tem nada a ver com a obra do Eco, muito pelo contrário. Não há vestígios desse conteúdo nem no livro, nem no filme. Foi apenas um trocadilho porque o cenário me remeteu à Idade Média. O que conta mesmo é a parte final. Esse microconto, não era para ter 99 palavras. A princípio, seria de poucas palavras, mas não sabia bem como é que isso se daria.
      Note:
      Quando as mãos tocaram seu corpo, hesitou.
      — Isso não é sacrilégio?
      — Deus perdoa tudo. No fim, tudo será perdoado, filho.
      – – – – – – – – – –
      Obrigado pelo comentário.

      • Gustavo Castro Araujo
        24 de janeiro de 2017

        Assisti o filme há muito, muito tempo – acho que o Sean Connery ainda tinha cabelo, rs Não me lembro de muita coisa, mas a imagem do noviço, papel que era do Christian Slater, digamos, liberando seus instintos mais básicos, acabou ficando na minha memória. Talvez isso tenha feito com que eu ligasse seu conto ao filme (e presumivelmente ao livro), já que ambos tratam, ao menos nesse ponto, de uma questão que é tabu na Igreja até hoje. De todo modo, seu conto tem vida própria e não me parece, realmente, que precise de qualquer conhecimento prévio a respeito do homenageado. Mais uma vez, parabéns 🙂

  39. Juliano Gadêlha
    21 de janeiro de 2017

    Um conto redondinho. O autor escreve e descreve com maestria a cena, dando ao texto uma fluidez agradabilíssima, o que contrasta com o tema desconfortável, incômodo, mas relevante e (por que não?) necessário. Um ótimo trabalho. Parabéns!

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  40. Patricia Marguê Cana Verde Silva
    21 de janeiro de 2017

    Excelente descrição. Forte e sofisticada. Uma cena de abuso imperdoável… Parabéns! Boa sorte!

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  41. Luis Guilherme
    21 de janeiro de 2017

    Nossa, pesado!!

    Pesadíssimo, aliás. Isso é ótimo.
    Em pouco espaço, conseguiu causar um asco e uma repulsa incríveis, e isso é um baita mérito. Parabéns.

    Senti uma crítica social bem forte, o que cabe bem na realidade que vivemos, em épocas de valdomiros e tal.

    Gostei bastante das descrições, vc tem uma bela capacidade de gerar emoções no leitor, parabéns e boa sorte!

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  42. catarinacunha2015
    21 de janeiro de 2017

    MERGULHO nos pântanos mais asquerosos das sacristias. Uma áspera crítica social traduzida de forma latente. O IMPACTO do nefasto x sagrado sempre funciona.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  43. waldo gomes
    21 de janeiro de 2017

    Ótimo conto, bom ritmo, boa narrativa, tensão crescente, com ápice e finalização.

    Fala sobre a estupidez e mesquinhez humana com seus desvios de caráter e comportamento.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  44. Amanda Gomez
    21 de janeiro de 2017

    Olá, Eco!

    Olha, achei o conto com uma precisão cirúrgica, apenas uma cena em que cabe todas as 99 palavras e não precisa de mais nenhuma. Está muito bem escrito e ambientado, logo o leitor já se transporta para uma época passada. Imaginei o lugar…um mosteiro, paredes de pedras fria e escuro.

    É muito atual, causa reação ao leitor, como asco, revolta… reflexões. É como se tivéssemos ouvindo essa conversa atrás de uma porta.

    O que está explicito aqui? A banalização do pecado, de Deus… é algo como ” comenta seus pecados, faça tudo, mas no fim se arrependa e o amor de Deus o salvará”

    Gostei bastante!

    Boa sorte no desafio.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  45. Tatiane Mara
    20 de janeiro de 2017

    Olá…

    Conto muito bom sobre a canalhice de alguns.

    Bem escrito, fluido, magnetizante.

    Boa sorte.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  46. Douglas Moreira Costa
    20 de janeiro de 2017

    Uma cena muito forte, que grita muita coisa sobre as coisas que acontecem sob a égide das batinas, das nomenclaturas hierárquicas e os muros da igreja. Pode ser encarado até como uma metáfora à situação atual do trato da religião com os fiéis, que nas entranhas tem interesses que excedem a salvação de almas e impregnam não só os bolsos dos fiéis como também os três poderes que sustentam a república. O conto além de nos trazer muita reflexão (ou estou vendo demais kkkkk) é muito bem escrito, e visto como apenas uma cena é muito bom também. Meus parabéns, está excelente.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  47. elicio santos
    20 de janeiro de 2017

    O tema é batido, mas o autor conseguiu sobrepor bem esse obstáculo. Deu o ritmo e impacto adequados à proposta. Parabéns!

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  48. Eduardo Selga
    19 de janeiro de 2017

    Deus e seu antagonista, do modo como a grande maioria de nós entende, são uma construção discursiva. Muitos sacerdotes que atuam no interior dessas religiões abraâmicas parecem ter essa certeza, motivo pelo qual “pecam” com muita tranquilidade. Ou então o fazem por acreditarem mesmo que, sendo Deus infinitamente bom, “no final, tudo será perdoado”, como afirma o cínico e faminto personagem. Falo, por exemplo e sem pretender generalizar, do assalto à fé pública praticada por alguns pastores e a pedofilia de certos padres. Ressalto, porém: não estou negando a existência de Deus e do Diabo, e sim recusando a versão que nos é majoritariamente oferecida.

    Por isso, a postura do religioso desse conto não surpreende enquanto representação ficcional de uma conduta que atua no sentido de desacreditar a religião católica, embora, do mesmo modo como ocorre na chamada vida real, cause indignação.

    Talvez essa repulsa oculte de certo leitor, quando ocorre a recepção textual, uma caraterística importante dessa narrativa: trata-se de um conto erótico que, nesse sentido, está bem construído.

    Além da concupiscência tendo por objeto de desejo um jovem, temos a homossexualidade de ambos os personagens, evidente no religioso e latente no rapaz. Aliás, no caso deste, é por tal motivo que ele geme ao ser tocado pelo religioso, e não sente repulsa (o leitor talvez sinta) e sim indecisão quando “deixou as mãos ásperas e afoitas acariciarem sua carne virgem”.

    Possivelmente em função do tema duplamente espinhoso, como disse anteriormente, pela exiguidade de espaço, e pelo silêncio que o cometimento de “pecado” exige, o erotismo do conto é contido, sem os arroubos discricionários do erotismo mais tradicional, por assim dizer. Há um tesão indeciso por parte do rapaz, e outro, claro na medida do possível, ambos protegidos pelo tumular “aposento de pedra”.

    Fico me perguntando se o arroubo desavergonhado de um e a vergonha pudica do outro não estariam, também, relacionados ao conflito geracional: mais velho, sabe melhor onde estão exatamente os perigos; a geração mais velha “comendo” a mais nova.

    • mariasantino1
      21 de janeiro de 2017

      Oie!

      O conto não é meu e nem poderia ser (Não teria capacidade para algo tão denso), mas fiquei mexida com ele em vários sentidos e, depois de ler o seu comentário, me peguei pensando tanto no homossexualismo quanto na permissividade. Não é um abuso de criança devido à palavra noviço, certo? (18 anos, acho), mas isso não tirou (em minha leitura) o impacto e sensação de imposição e aproveitamento. Portanto, na minha interpretação, o sacerdote estava usando da sua posição e, nesse caso, poder, para conseguir o que queria tendo a certeza, ao menos para ele, de que seria perdoado, porque Deus perdoa todos, basta se arrepender (claro que sabemos que não é tão simplório assim e etc). Quando você fala que ambos eram homossexuais e queriam comentar o ato, ou melhor, estavam cientes do que estavam fazendo, o conto tem outra força, mas não deixa de ser reflexivo. Essa visão de que o gemido foi de prazer, me afeta, sabe? Não pelo lance homossexual, mas porque insere algo que não sei bem como descrever, mas a palavra diabólico seria a mais adequada.

      Acho que preciso de uma água com açúcar…

      • Eduardo Selga
        24 de janeiro de 2017

        Maria,

        só agora vejo esse comentário. Pela posição dele, não tenho certeza tratar-se de uma réplica ao que eu disse, mas, supondo que sim, quero dizer que a heterossexualidade (masculina ou feminina) ou a heteronormatividade é taxativa, não faz concessões. Por isso os personagens que desobedecem às ordens que partem de tara sexual do padre sofrem “terríveis castigos”. A concessão que o personagem faz não pode ser interpretada apenas como submissão à autoridade ou covardia, pois há manifestação de prazer por parte dele. O que o religioso, “puta veia” no ofício, faz é acionar o botão. Abuso de autoridade? Sim, ele se vale de seu cargo. Mas também fez isso com outros, que se recusaram.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Primeiramente, obrigado Eduardo pelo comentário! Quando o desafio terminar, venho aqui para complementar esses comentários. Obrigado!

      Maria,
      Tenho ressalvas em escrever textos com crianças. Foi por esse motivo que usei a palavra noviço. Ela nos remete a uma outra situação bem mais complexa.
      Considere, também, os mecanismos de poder nessa questão.
      Obrigado pelo comentário!

  49. Tiago Volpato
    19 de janeiro de 2017

    Texto muito bem escrito. Saquei o trocadilho e achei que ia ser o inverso da história do Umberto Eco, lembro que vi o filme, mas não me recordo bem. Tinha algo com livro envenenado?
    Pro texto ter ficado melhor, faltou um Connery do Sean.
    Brincadeira! Ótimo texto. Abraços.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Tinha um livro com as páginas envenenadas. O que está mistificado no livro do Eco é o conhecimento. Porque o conhecimento é um instrumento de poder. Se você conhece, você se liberta.
      Obrigado pelo comentário!

      • Eco do Umberto
        25 de janeiro de 2017

        *mitificado

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Mas também tem outras coisas no conteúdo do livro que geram reflexões profundas.

  50. Thata Pereira
    19 de janeiro de 2017

    O Nome da Rosa é um dos livros que foram indicados durante a faculdade e está na minha fila de leituras pós faculdade (triste, mas são muitos livros). Os comentários aqui me deixaram ainda mais curiosa sobre ele.

    Emile também me passou a ideia de uma mulher, na segunda leitura que compreendi não ser. O conto é forte e passa com louvor a questão da perspicácia. Assim como li em um comentário, também pensei em Idade Média, mas foi através da fotografia e, quando percebi, todas as vestes e cenário foi levado para essa época. Mas de nenhuma forma deixa de ser um tema atual.

    Boa sorte!

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  51. Vanessa Oliveira
    18 de janeiro de 2017

    O tema é bem atual. Engloba os cristãos em geral, a religião, que anda capengando. Como cristã, acho que posso falar sobre: a hipocrisia é forte, viu. O seu texto explora bem a questão do “pecadinho e pecadão”, ou se for conveniente, então tudo bem. Fiquei com pena do noviço (antes tinha pensado em uma mulher), porque, querendo ou não, ele está meio imponente nessa situação. O seu sacerdote (n sei terminologias católicas), figura de poder e a quem lhe deve obediência, abusa e usa ainda da religião como respaldo para suas más ações. E é recorrente, pelo visto. Enfim, gostei do tema e da forma como foi abordado. Boa sorte!

    • Eco do Umberto
      25 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  52. Antonio Stegues Batista
    18 de janeiro de 2017

    Me parece que a história ocorre na Idade Média, porém ela é bem atual. Um sacerdote usando noviço para satisfazer seus instintos. Está bem escrito, tem uma atmosfera surreal, sombria como eram aqueles tempos.

    • Eco do Umberto
      25 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  53. juliana calafange da costa ribeiro
    17 de janeiro de 2017

    Forte, bem escrito. Infelizmente, coisa muito comum na hipocrisia da Igreja. Quantas provações e quantos perdões… Seu conto é muito bom, diz tudo o q tinha q dizer. Parabéns!

    • Eco do Umberto
      25 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  54. Andreza Araujo
    17 de janeiro de 2017

    O que mais me chamou atenção no seu conto foi a própria narrativa. É limpa, segura, realmente admirável. Por causa disto as cenas saltam aos olhos, e sem perder o ritmo. Sobre a história em si, me agradou, o modo como o noviço foi persuadido a aceitar o abuso foi convincente. Um excelente texto. 🙂

    • Eco do Umberto
      25 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  55. Marco Aurélio Saraiva
    17 de janeiro de 2017

    Gostei da humanização emprestada ao homem santo, mesmo que isto já seja conhecido nos dias de hoje. A inocência de Emile o confunde, já que o subdiácono deveria ser o seu exemplo de fé e integridade; uma espécie de representante de deus. O sorriso malicioso e os atos obscenos provaram o contrário – mas, para Emile, talvez dissessem apenas que aquilo era permitido para homens santos como ele.

    Afinal, o que me parece chamar muito a atenção aqui é o aproveitamento do poder sobre o menos esclarecido. É um problema conhecido nosso, especialmente nas instituições religiosas, aqui muito bem explorado e descrito, com palavras muito bem usadas e um português perfeito.

    Parabéns. Um texto excelente!

    • Eco do Umberto
      25 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  56. José Leonardo
    17 de janeiro de 2017

    Olá, Eco de Umberto.

    Título, pseudônimo e ilustração já remetem o leitor a algo (mesmo que substancialmente) ligado àquele romance (padres, mosteiros, mistérios etc.). O enredo, no entanto, se difere daquele da obra de Umberto Eco.

    Envolve sacrilégio, hipocrisia dentro da moral religiosa, subserviência pautada no medo — bem Idade Média. Tive a expectativa da surpresa, do inesperado, durante a leitura. Não aconteceu. A crítica à religião aparentemente não alcança o componente divino da mesma, mas seus propagadores. E sim, é salutar.

    O estilo é moldado à perfídia da cena — portanto, descritivamente repulsivo. A escrita é boa, descarnada, usando palavras que não atenuam a ação, não poupam, pelo contrário.

    Não me senti atraído pelo seu texto, Eco, mas certamente ele terá boa posição; além do mais, é um tema atual.

    Boa sorte neste desafio.

    • Eco do Umberto
      25 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  57. Guilherme de Oliveira Paes
    17 de janeiro de 2017

    Tema fortíssimo e carrega a intensidade necessária. Clima de tensão bem construído, boa conclusão – o conto fecha como começa: pesado, dramático.

    • Eco do Umberto
      25 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  58. Victor F. Miranda
    17 de janeiro de 2017

    Bem escrito, mas não me impactou. Acho que poderia ter tido um clímax no final, mas o autor optou pela constância. De qualquer forma, um bom conto.

    • Eco do Umberto
      25 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  59. Fabio Baptista
    16 de janeiro de 2017

    Não li a obra que o conto faz referência no título (e provavelmente também no próprio texto), então talvez por isso não tenha conseguido apreciar em sua totalidade.

    Mas, independente de referências, o conto é bem escrito e a ambientação bem construída. O assunto de abuso de crianças no clero é meio batido e a última frase soou um pouco mecânica, e o impacto acabou se perdendo um pouco por causa disso.

    Abraço!

    • Eco do Umberto
      25 de janeiro de 2017

      Deve ler o livro. O conteúdo do conto não faz referência à obra. Apenas a época.
      Não é abuso de crianças. Um noviço não é criança, dada a circunstância.
      Obrigado pelo comentário!

  60. Iolandinha Pinheiro
    16 de janeiro de 2017

    Li uns três livros de Umberto Eco, e o primeiro deles foi O Nome da Rosa. Ainda que pareça ter sido apenas uma homenagem ao escritor italiano, há relação entre o livro e o conto que o homenageia é evidente. No conto há muito sobre poder e cinismo – quando o padre fala que Deus perdoa todos os pecados, e a agonia do noviço que só está naquele cenário por absoluto pavor do que pode acontecer se ele refutar os avanços do padre. Discordo do Edson quando ele fala que há consentimento do noviço, tanto que ele tenta dissuadir o seu violador com a sugestão de castigos divinos. Um conto direto e fechado, mas ainda assim com forte carga emocional, pela revolta que causa, pelo asco que provoca. Abraços e boa sorte.

    • Eco do Umberto
      25 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  61. Bruna Francielle
    16 de janeiro de 2017

    Achei que narrou bem a história, de forma que ficou intimista
    Fiquei um pouco na dúvida sobre que mensagem queria passar,
    Como talvez as cenas do conto sejam meio repulsivas,
    penso que pode ter sido uma crítica a pedofilia na Igreja
    é um tema pouco abordado no geral, eu pelo menos não vejo muito
    por isso, me surpreendeu

    • Eco do Umberto
      25 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  62. Fheluany Nogueira
    16 de janeiro de 2017

    Entendi que o título e o pseudônimo são apenas uma homenagem ao grande filósofo e escritor, assim a inversão da ordem das palavras nestes nomes, sugeriu-me a mensagem da inversão de valores, que vai bater também com a generalização do perdão, não só divino, mas humano, social.

    Interessante a reflexão proposta em tão poucas palavras. Os diálogos, a narrativa, o ritmo, tudo bem construído e arrematado.

    Parabéns pela ideia e execução. Está na minha lista, acho… porque nem cheguei até a metade dos contos. Abraços.

    • Eco do Umberto
      25 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  63. Bianca Machado
    16 de janeiro de 2017

    “Quem viu o Zahir, pronto verá uma rosa: o Zahir é a sombra da rosa e o rasgo do Velo”, disse Borges. O Nome da Rosa é um dos meus livros preferidos da vida toda. Então foi automático, impossível evitar, nessa sua “versão” era como se isso estivesse acontecendo entre o frade William e o noviço Adso… Até por usar a palavra “noviço”. E o noviço soltou um gemido. Isso é tenso. Deve ter aceitado as palavras do safado, ao menos naquele instante. Deus é só um detalhe. Reflexões e sensações à parte, texto muito bem escrito, onde cada palavra parece estar no lugar certo. Poderia se passar no presente, mas a narrativa em outra época dá um charme a mais.

    • Eco do Umberto
      25 de janeiro de 2017

      Ah… Borges! Li e leio! Você por acaso lê Ítalo Calvino?
      Obrigado pelo comentário!

      • Bia Machado
        26 de janeiro de 2017

        Do Calvino li mais artigos e tenho aqui “Por que ler os clássicos”, que não li por completo ainda, vez em quando pego um capítulo, parece que sou mais atraída por textos de não-ficção dele, rs. De ficção mesmo só li “O Visconde Partido ao Meio” e “O Barão nas Árvores”.

  64. Evandro Furtado
    16 de janeiro de 2017

    Uma baita crítica social. A imagem criada é poderosíssima, graças, sobretudo, às descrições perfeitas. Os diálogos saltam da tela do computador, e chegam como sussurros atormentados aos ouvidos do leitor. O conteúdo é denso. Os personagens, sem nome, são universais, e ainda assim, muito definidos em si. A trama, carregada de críticas e uma sátira negra, é amarrada a questões extrínsecas ao conto, que o tornam ainda mais especial.

    Resultado – Outstanding

    • Eco do Umberto
      25 de janeiro de 2017

      Obrigado pela resposta!

  65. Brian Oliveira Lancaster
    16 de janeiro de 2017

    GOD (Gosto, Originalidade, Desenvolvimento)
    G: Não faz muito meu estilo, mas tenho que admitir que é uma boa trama em poucas linhas. Traz sensações mistas, como angústia e perdição nas entrelinhas, bem delineadas. – 9,0
    O: É um enredo até “normal”, mas surpreende pela construção. O suspense criado, bem como a ironia do título, deram um ar de novidade. – 8,5
    D: Excelente. Uma história completa, com apenas o que realmente importa. Palavras únicas, mas que servem como parágrafos inteiros. – 9,0
    Fator “Oh my”: bem construído, utilizando os limites de forma sábia.

    • Eco do Umberto
      25 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  66. Leo Jardim
    15 de janeiro de 2017

    Minhas impressões de cada aspecto do microconto:

    📜 História (⭐⭐▫): depois que consegui aceitar que Emile era, na verdade. homem, tudo funcionou muito bem (fiquei um bom tempo tentando entender porque estava tudo no masculino enquanto achava que era uma mulher). É apenas uma cena, mas as lacunas aqui trabalham a favor.

    📝 Técnica (⭐⭐⭐): boa, com frases curtas, às vezes de uma só palavra, passa bem o ambiente opressor.

    💡 Criatividade (⭐▫): um tema válido, mas não é novo.

    ✂ Concisão (⭐⭐): toda a informação necessária está no conto. O não-contado nos faz pensar.

    🎭 Impacto (⭐⭐▫): gostei bastante do texto, apesar de não ser daqueles arrebatadores. Esse tipo de interpretação dos textos sagrados conforme vontade de cada um me enoja bastante.

    • Eco do Umberto
      25 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  67. Fernando Cyrino
    15 de janeiro de 2017

    Um conto instigante é sólido em sua construção. Uma história que passeia pelas sombras da Idade Média tateando, como a mão áspera, seus desvãos. Gostei da imagem sinestésica do peso do barulho da porta. Um conto que me faz refletir. Abraços de sucesso.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  68. Andre Luiz
    15 de janeiro de 2017

    Achei interessante e assustador ao mesmo tempo. Você conseguiu brincar com a perspectiva de um abuso, porém com o consentimento do jovem(“Deixou as mãos ásperas e afoitas acariciarem sua carne virgem.”).

    -Originalidade(7,5): É um tema comum, porém que foi apresentado de forma diferente. O que geralmente eu leio está ligado mais ao abuso sem consentimento e à inocência do que literalmente o consentimento que eu encontrei no seu conto.

    -Construção(8,5): Pela perspectiva religiosa, uma atitude como esta é imperdoável. Mesmo que haja o consentimento. (Acredito que legalmente falando é crime, caso eu não esteja errado). Achei interessante a forma como você dispôs as palavras e criou um certo suspense no meio do texto, bem como a frase final fechando com uma reflexão sobre a transformação do Deus em algo banal.

    -Apego(8,0): Senti ao mesmo tempo repulsa e admiração pelo seu conto. É cruel, incomoda. Porém, faz refletir e ousa quebrar tabus.

    Parabéns pelo conto!

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário.

  69. Edson Carvalho dos Santos Filho
    15 de janeiro de 2017

    Cena de um padre abusando de um noviço, com visível consentimento deste. Mas é um tema que não traz muita novidade, a meu ver, por isso não me tocou. Numa época onde as pessoas achassem que os sacerdotes eram santos e castos, com certeza seria um conto bem contundente. Hoje em dia, não. E o nome do noviço, Emile, fica complicado porque, no Brasil, é um nome feminino. Aí soou estranho quando cita que “Emile (…) foi despojado das vestes lentamente”.

    • Eco do Umberto
      15 de janeiro de 2017

      Devo entender que, para escrever para brasileiros, é preciso supor leitores ignorantes ou preguiçosos?

  70. Anorkinda Neide
    14 de janeiro de 2017

    A princípio, li e achei banal. apenas uma cena, um recorte.
    Mas percebo q esta muito bem escrito e o limite de palavras foi usado com precisão.
    a frase final é que mostra a que o conto veio. instigar,
    .
    estive pensando neste tema nesta semana, podem ver no meu perfil: tudo será perdoado? mesmo? já está perdoado, segundo dizem, pelo sangue de Jesus na cruz.
    Nao é bem assim… o perdao só é conseguido através do arrependimento.
    então padreco.. se ferrou! hehehe
    parabens pelo conto. abraço

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário.

  71. andré souto
    14 de janeiro de 2017

    Aqui, o espírito não é forte e a carne não perde tempo.Uma história que se repete através do tempo e aqui temos o embate entre a inocência do noviço e o desrespeito aos princípios da sua fé,em narração bem construída e acabada.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário.

  72. Olisomar Pires
    14 de janeiro de 2017

    Bom conto. Bem escrito. Relata o abuso sexual sofrido por um jovem, cometido por alguém ligado à Igreja.

    O tema não é surpreendente ou novo, mas a apresentação do conto é boa.

    Talvez o excesso de pontos finais tenham atrapalhado a fluidez do conto, ao invés de lhe dar velocidade.

    As especulações religiosas, filosóficas ou teológicas não me soam necessárias, pois em tão curto espaço, não passariam de generalizações.

    É o típico conto que me atenho ao escrito: um canalha se aproveita da posição para obter proveito pessoal e é só isso.

    Bom conto.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário.

  73. Eco do Umberto
    14 de janeiro de 2017

    Uma observação se faz necessária: Quem leu O Nome da Rosa – livro maravilhosos do Umberto Eco – sabe que a referência tomada pelo título está no tempo da história e não no conteúdo.A Rosa do Nome é referência ao nome do personagem desse microconto.

  74. Lídia
    14 de janeiro de 2017

    De cara percebe-se a temática do texto; mas não creio que isso seja um defeito, pelo contrário, reforça o contexto e preenche as lacunas.
    Simples, objetivo; de fato, foi bem escrito. Buscou uma temática pouco explorada, e soube conduzir bem, parabéns.
    Nunca li O Nome da Rosa, mas agora tenho ainda mais vontade de começar.

    Boa sorte!

    • Eco do Umberto
      15 de janeiro de 2017

      Deve ler esse livro. Recomendo. Um dos melhores livros que li.
      Contudo, no livro, não existe essa temática. Eu tomei como base a Idade Média para falar da banalização do amor de Deus. Dessa coisa de perdoar a tudo e a todos e que hoje, no tempo de agora, parece estar disseminada, sendo aval para crimes hediondos. Se há uma interpretação para esse microconto, é essa. Lógico, existem outras. Essa é a mais direta.

  75. Virgílio Gabriel
    14 de janeiro de 2017

    Agora entendi a referência do título escolhido em comparação a obra “Em nome da Rosa”. Tema pesado, mas batido. Padres tendo relações com coroinhas e crianças em geral é algo banalizado, não gera surpresa ou espanto. Se esse microconto fosse lido 10 anos atrás, estaria lá em cima, mas hoje, acabou passando batido. De qualquer forma, está muito bem escrito, e o diálogo construído de forma excelente. Tirando a falta de surpresa, é um conto fechado e redondo. Parabéns.

    • Eco do Umberto
      14 de janeiro de 2017

      Quem leu O Nome da Rosa – livro maravilhosos do Umberto Eco – sabe que a referência tomada pelo título está no tempo da história e não no conteúdo.A Rosa do Nome é referência ao nome do personagem desse microconto.

  76. Ceres Marcon
    13 de janeiro de 2017

    Prezado Umberto!
    Todos iremos para o inferno, uns sofrerão mais, outros menos.
    Uma narrativa na medida, sem excessos, sem falhas. As imagens dançam em frente aos nossos olhos, nos chamando para os claustros de pedra fria e escura, a mesma escuridão presente na alma dos homens de uma época em que o pecado se escondia sob as vestes de clérigos utilizadores de Deus, acreditando que tinham o direito de abrirem as portas do céu para alguns poucos e a eles próprios.
    Muito bom!
    Parabéns!

    • Eco do Umberto
      15 de janeiro de 2017

      Se é que o inferno existe. Acredito que ele seja aqui e agora. Eu sei, eu sei: há controvérsias. haha
      Obrigado pelo comentário!

  77. Priscila Pereira
    13 de janeiro de 2017

    Oi Umberto, não li O nome de rosa de Umberto Eco, e lendo seu texto, com certeza não lerei o livro. Gostei de sua habilidade com as palavras, de como descreveu tanto em tão pouco espaço, mas não gostei da mensagem do conto. Deus perdoa a todos sim, contanto que haja arrependimento sincero.Boas sorte aí!!

    • Eco do Umberto
      14 de janeiro de 2017

      Não deixe de ler o livro. As referências a ele não são pelo conteúdo e, sim, pelo tempo. A colega Maria Santino acertou em cheio na mensagem – a banalização do amor de Deus.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  78. angst447
    13 de janeiro de 2017

    Interessante a sua capacidade de contar tudo em tão poucas palavras. Usar diálogos em um micro contos exige uma habilidade precisa para não desperdiçar palavras.
    Não encontrei erros. A aflição do noviço, sua dúvida sobre o sacrilégio da intimidade cometida em seu corpo, tudo torna bem claro o enredo. O final está costurado, fechado e sem deixar rastro. Ritmo perfeito.
    Boa sorte!

    • Eco do Umberto
      15 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  79. Evelyn Postali
    13 de janeiro de 2017

    Fui até o livro do Eco. Mas o veneno não está no livro, naqueles páginas que afastam os curiosos. O veneno está no poder, no que se pode ou não tocar, ter, submeter. O poder que corrompe e mostra exatamente quem o sujeito é quando está exatamente lá. O amor de Deus questionado. Afinal, tudo é perdoado – os matadores de crianças, os pedófilos dentro e fora da igreja, os estupradores de mulheres, os preconceituosos de língua solta, os escravagistas contemporâneos, os ladrões de esperança do povo.

    • Eco do Umberto
      15 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

  80. Zé Ronaldo
    13 de janeiro de 2017

    Micro fechado, não deixa quase nada para que o leitor procure a resposta por si só. Contudo a forma como foi conduzido é magistral, a seleção vocabular também foi joia. A sentença final é todo o conteúdo filosófico do texto. Muito bom mesmo.

    • Eco do Umberto
      14 de janeiro de 2017

      OBRIGADO, ZÉ RONALDO! VOCÊ PEGOU A ESSÊNCIA DO TEXTO, COMO SEMPRE. CAPSLOCK EM SUA HOMENAGEM.

  81. mariasantino1
    13 de janeiro de 2017

    Boa Noite!

    Então, particularmente me agrada bastante os contos que são pautados na subjetividade, e acho mesmo que no presente desafio esse fator (oferecer algo além do explícito no papel) tem peso decisivo na avaliação (meu ponto de vista).

    Gostei do seu conto justamente por você conseguir oferecer imagens na medida certa para se ver na mente esses momento aflitivos do noviço, e as descrições fizeram o ato ser visto e sentido, com cores, dores e odores. A fala final é a cereja do bolo e banaliza o amor de Deus (ou mensagem) que vemos repetidas tantas das vezes nos testemunhos de TV e muitos outros, onde criminosos que se dizem arrependidos e perdoados por seus crimes (ponto polêmico) pela graça divina.

    Deu o recado, aguçou as ideias, matou no peito e já está entre os meus vinte favoritos.

    • Eco do Umberto
      14 de janeiro de 2017

      Oi, Maria,
      É exatamente isso: a banalização do amor de Deus. Você tocou no ponto exato. Seu comentário me deixou a certeza de ter feito um bom trabalho.
      Imensamente agradecido pelas palavras.
      Abraço!

  82. Thiago de Melo
    13 de janeiro de 2017

    Amigo Umberto,

    Gostei do seu conto. Achei que, para tão poucas palavras, vc conseguiu criar uma boa atmosfera para a sua história e ainda passar uma mensagem. Gostei da construção e da técnica, só não gostei muito da mensagem, mas é uma questão pessoal. Parabéns.

    • Eco do Umberto
      14 de janeiro de 2017

      A mensagem é exatamente o que a colega Maria Santino escreveu: a banalização do amor de Deus.

    • Eco do Umberto
      24 de janeiro de 2017

      Obrigado pelo comentário!

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Publicado às 13 de janeiro de 2017 por em Microcontos 2017 e marcado .