A enfermeira Egbertha Hims era gorda. Muito.
Entretanto, o carinho, a simpatia e o profissionalismo com que tratava os pacientes da Clínica Samaritana lhe emprestavam uma fina silhueta e se perguntassem, todos responderiam que ela era esbelta, quase magra.
Coisas da percepção caolha humana.
Por isso mesmo, as pessoas estranharam o enorme caixão que continha o falecido corpo da enfermeira para a última despedida no salão de ofícios religiosos da própria clínica hospitalar, onde ela trabalhara por mais de uma década.
– Pra quê esse exagero de madeira, meu Bom Senhor ? – perguntou a ninguém em especial o sr. Kramer, farmacêutico antigo e respeitado, observando o assombroso invólucro de sua amiga defunta.
– Também acho ! – apartou, como de costume em qualquer conversa, a srª Mills – Cabem duas ou três Egberthas aí dentro, coitada !
Os carregadores e os coveiros igualmente notaram o misterioso peso da fúnebre carga.
– É pecado demais – julgou o mais ébrio.
– Cala-te animal, por acaso não conhecia a morta ? Um anjo em pessoa – respondeu outro, incomodado com o insulto.
– Na minha terra dizem que esse peso desproporcional é vontade de não partir – atalhou subitamente Dr. Eleutério Córtiz, deixando as pessoas em redor algo constrangidas e surpresas.
Dr. Eleutério era o dono da Clínica Samaritana e muito raro aparecia em público ou visitava a sociedade em eventos comuns. Sua presença no velório e enterro da querida Egbertha somente testemunhava sobre a boa índole da jovem senhora e, talvez, do próprio.
Cova aberta. discursos, orações, lágrimas. Cova fechada.
Saem os vivos, ficam os mortos. Alívio e sofrimento. De uns. Para alguns.
De sua sala, no último andar da clínica, com ampla vista para o campo santo, a drª Margot, irmã de Eleutério, assistiu ao desfile derradeiro de Egbertha:
– Não se preocupe, caríssima. Em breve nos reencontraremos – disse Margot, num misto de alegria e ansiedade.
Após se anunciar com duas leves batidas na porta, sua secretária lhe comunicou que dr. Eleutério a aguardava.
– Avise que estou a caminho, por favor – respondeu Margot. “É chegada a hora, até que enfim” pensou a médica e se encaminhou para o, então, desconhecido futuro.
A Clínica Samaritana, construção gótica, era vizinha do cemitério e assim fora edificada, não por dificuldade de outro local, mas por desejo do proprietário, o qual, aliás, fazia questão deste detalhe: “Para nos lembrar de nossa responsabilidade e consequências” – justificava Dr. Eleutério a quem lhe arguisse.
O fato é que o cemitério antigo, antes um pouco abandonado, ganhou novo status com a entidade vizinha. Fora reformado e possuía vigilância armada em tempo integral, a visita aos moradores era rigidamente controlada. Tudo mantido pela Clínica. Um bom acordo para o governo local que se viu livre dessa despesa com manutenção e segurança.
Dr. Eleutério e Drª Margot se encontraram na sala do primeiro. Ambiente discreto com iluminação indireta vinda do teto. Seria acolhedor, não fossem os quadros alarmantemente coloridos que enfeitavam o espaço. Cenas do Inferno de Dante, mas sem as tintas escuras, como se tivessem sido pintadas por crianças.
– A equipe está pronta ? – perguntou o irmão mais velho assim que a viu.
– Sim, meu querido – respondeu Margot enquanto percebia a tensão se formando na sala. – Tem certeza de que deseja fazer isso ?
– Mais que tudo na vida – afirmou Eleutério. – Vamos que o tempo é nosso inimigo também na morte.
Abrindo a porta oculta numa das paredes por meio de processo mecânico simples, mas imperceptível a quem não o conhecesse, ambos desapareceram no corredor azul que se formava atrás da abertura. Quando esta foi fechada, apenas os quadros se olhavam espantados, condenados em suas cores.
Tendo sido atravessado inúmeras vezes nos últimos anos, o caminho já era para os irmãos uma espécie de diversão no parque. Conheciam as pedras mais salientes, seus pequenos defeitos, anteviam o efeito da luz e sombra, se acalmavam com a arquitetura lembrando túneis medievais.
A passagem findava no centro da necrópole. Não na superfície, afinal, a vida dos cemitérios está no subterrâneo – Assim como a ampla sala em que os dois entraram e onde já os esperavam mais três pessoas. Duas delas vivas: o rabino Chaim Gelberg e a parapsicóloga espiritualista Louise de Dousseau.
Egbertha Hims, inerte sobre uma plataforma metálica, era o terceiro elemento.
– Senhores, boa noite – cumprimentou dr. Eleutério – Pelo que vejo, todos os procedimentos iniciais foram realizados, lhes parabenizo, pois como sabem …
– O tempo é nosso inimigo também na morte – antecipou Louise de Dousseau, arrancando discretos sorrisos com a citação-mantra.
A sala construída a exatos trinta e três metros abaixo do rés da crosta terrestre se assemelhava a um laboratório e sala de cirurgia médica comuns: Aparelhos eletrônicos, monitores, computadores, câmeras, todo o apetrecho tecnológico disponível estava presente.
Apenas alguns (ou muitos) detalhes não permitiriam dizer que se tratava de um ambiente esterilizado, no rigor da palavra.
Insólitos desenhos tomavam conta das paredes e do piso. Símbolos esotéricos em quantidade suficiente para um tratado de paranormalidade. Havia sangue em pequenas taças triangulares. Havia adagas, velas e foices.
A um canto da sala, o elegante altar, com imagens diversas e antigas, observava, sereno, o cadáver no centro do ambiente.
-Drª Louise, estamos sob seu comando agora – delegou Eleutério.
– Pois então, comecemos.
Egbertha Hims, imóvel, foi cercada pelos quatro membros, dispostos cada um nos vértices da mesa retangular que a sustentava.
Com surpreendente voz para o corpo franzino que trajava vestimenta ritualística ancestral, drª Louise iniciou sua fala:
– Estamos em terra sagrada. Este é um cemitério milenar e poderoso. Canal entre as dimensões. Os sábios aqui se reuniam e geravam vida. O conhecimento havia se perdido, mas graças à persistência de muitos, aqui estamos – prontos para a morte, prontos para o renascimento.
Todos estavam concentrados. Margot continha, a custo, sua apreensão: “Era real. Tinha que ser real.”
Prosseguiu a, agora, sacerdotisa Louise:
– Deuses do Mundo, entregamos a vós a casca de nossa fiel Egbertha. Em vida se dedicou ao bem e ao próximo, cumprindo o primeiro mandamento cerimonial; Iniciada em nossa crença e sabedora do seu importante destino, cumpriu a segunda exigência de prover gordura em seu corpo para que no momento propício, esta, fosse combustível no escambo sobrenatural.
“Bondade e Energia são oferecidos. Ela é vossa, soberanos! Devolvei-a!”, gritou por fim.
Como estudado previamente, Dr. Chaim acendeu quatro lâmpadas com santo óleo e iniciou suas orações em iídiche no ritmo hipnótico judaico.
No mesmo passo, Drª Margot liberou a trava única dos aparelhos, injetando soluções especiais no corpo flácido da falecida. Dr. Eleutério observava somente.
– Ela é vossa, soberanos – repetiu Louise.
Por alguns instantes, apenas o leve zumbido das máquinas se manteve no ar.
Então as luzes se apagaram repentinamente. Não houve gritos.
Em meio à escuridão silenciosa, elevou-se o cheiro agridoce de fritura. Inicialmente de forma suave, mas se tornando enjoativo e pesado. Contaminante. O chiado no local não deixava margem para dúvidas: transformação.
Nenhum dos membros na sala pronunciava palavra. O tempo, eterno inimigo, trabalhava.
“Ela é vossa”, vaticinavam todos internamente.
Quando a claridade voltou, Egbertha estava sentada na mesa. Suas roupas de enterro estavam completamente folgadas. Anoréxica. A mesa estava limpa, nenhum sinal ou mancha.
Dr. Eleutério não se continha em si: Egbertha estava viva. “Tantos anos de pesquisas, tanto investimento. A imortalidade em minhas mãos.”
– Diga alguma coisa, criatura. Queremos ouvi-la. Precisamos ouvi-la – arriscou, em seu entusiasmo, a ordem.
Egbertha se levantou calmamente, livrando-se das agulhas e das roupas, se aproximou do antigo doutor como se quisesse lhe cochichar algo. Obediente, dr. Eleutério virou a cabeça oferecendo o ouvido para o milagre.
– Fale, fale, Egbertha … – incentivou ainda.
Ela segurou gentilmente o queixo do médico, encostou os lábios ressequidos em sua orelha esquerda e pronunciou devagar:
– Não sou Egbertha, mas tenho fome !
A primeira mordida quase lhe arrancou metade do pescoço. O sangue fluiu mágico com toda sua energia descontrolada. O olhar do médico entendeu horrorizado o erro cometido.
Sem esperar convite, numa velocidade anormal, drª Louise teve sua cabeça arrancada com simples tapa. Dr. Chaim tentou correr para a porta, mas atropelou Margot, jogando ambos ao chão.
Alcançando-o a ressurreta, o rabino teve o tórax esmagado com firme e única pisada.
Em seguida encarou Margot, deitada, abatida e sorriu.
– Não tema, você vai gostar – prometeu antes de se ajoelhar e cravar os dentes, quase carinhosamente, na jugular da suposta amiga.
Depois de saciada, atravessou o corredor, saindo na sala do Dr. Eleutério. Derrubou os quadros de Dante e se dirigiu ao último andar, de onde drª Margot havia profetizado o reencontro.
Ainda nua e esquelética, aquilo admirava o cemitério em que o corpo rotundo fora antes sepultado – Centenas de covas abertas mostravam suas bocas vazias, arrebentadas depois do vômito, uma confusão e profusão de novos e antigos cadáveres caminhavam sobre o outrora verde gramado, lutavam e invadiam a sede.
A gritaria na clínica só não era maior que sua alegria: “Levantem-se, filhinhos!”, ordenava sem cessar.
Saem os mortos, os vivos morrem.
Agradecimento geral a todos pelas anotações, críticas e avaliações. Estamos no caminho e caminhando !
Gostei dos temas que permeiam o texto, meio incertos, sem identificações, que vão conduzindo o leitor na trama e deixando-o bastante curioso. Bem escrito, o conto perde um pouco da força ao final, que me pareceu um tanto utilizado em histórias do tipo, mas isso não faz com que o texto seja de todo ruim, pois a ideia em si é muito boa, acho que foi simplesmente a forma de chegar ao desfecho que não me impressionou, tirando um pouco do brilho.
Olá,
Terminei de ler o conto, sem lembrar da maioria dos personagens, não sei quem é quem… É não foi falta de atenção, eles simplesmente passaram batidos, tanto pelo número grande em um curto espaço de tempo, quando pela falta de profundidade. Quando somos guiados em uma história por personagens que não cativam dificilmente a história funciona pro leitor. Este foi o meu problema com este conto.
A premissa é interessante, desperta curiosidade…mas logo o leitor vai se cansando, pois o autor cria várias situações que no fim não serviram de muita coisa. Metade do conto leva pra algo que não chego a ser tão impactante.
Achei interessante, ou diferente o ritual feito, mas no fim não tem explicação o porquê de ser feito, e o que acontece dali por diante.
A escrita está boa, e o texto fluído. Mesmo assim me senti travar algumas vezes.
Enfim, de qualquer forma, a leitura embora não chame atenção, entretém.
Sorte no desafio. 😉
45. Vencendo a Morte (KikoChê)
COMENTÁRIO GERAL (PARA TODOS OS AUTORES): Olá, Autor! Neste desafio, estou procurando fazer uma avaliação apreciativa como parte de um processo particular de aprendizagem. Espero que meu comentário possa ajudá-lo.
O QUE EU APRENDI COM O SEU CONTO: o arquétipo do homem criado/redivivo é ancestral, e por isso tem tanto impacto no imaginário coletivo. Porém, contar com tantas personagens em um conto tão curto impede que o leitor se apegue a qualquer um deles, sem falar que as consequências da ressureição são bastante amplas. O que o exército dos revividos faria com o mundo? A curiosidade é maior do que o impacto.
MINHA PRIMEIRA IMPRESSÃO SUBJETIVA DO SEU CONTO, EM UMA PALAVRA: Populoso
Olá Kiko.
O início do texto até que me prendeu a atenção. Mas antes da metade confesso que desanimei. O final do conto não teve novidade, a emoção não me pegou! Acho que o autor fez uma mistura do filme Frankenstein com o clip Thriller do Michael.
Desejo boa sorte neste desafio.
Abraço!
O texto começa muito bem, mas tive dificuldades em conceber a impressão que tinham da enfermeira, que era “considerada” magra apenas por ser gentil.
Frases de efeito como “Coisas da percepção caolha humana” tem que ser usadas com muito apuro. Não sei se foi o caso, mas vale a ousadia.
Muito bom quando alguém diz que o corpo pesa porque é pecado d+. Esse trecho de diálogo é excelente.
Usou bem a passagem do tempo, o que mostra que o autor tem recurso (Cova aberta. Discursos, orações, lágrimas. Cova fechada).
Não gosto muito quando há intervenções do narrador que não tenham um objetivo muito claro. O parágrafo iniciado por “O fato é que” muda um pouco o tom do conto e não vi motivo para essa intervenção. Se fosse direto, algo como “O cemitério antigo, antes um pouco abandonado”, o texto ganharia dinamismo.
A frase de conclusão é boa, pois resgata um trecho lá do meio do conto, mas achei que a trama ficou devendo um pouco, apesar de ter sido bem conduzida. Talvez seja um efeito da limitação do desafio. De qualquer maneira, o conto é agravável e foi bem montado.
Obg pelo comentário. Sua observação sobre o ” fato é que” foi excelente, reli e realmente a mudança do tom é visível (agora que vc apontou rsrsrs).
Valeu.
A história tá muito boa! Gostei da forma como foi construída, apesar de ter sido um pouco previsível o desfecho, pra mim. Mesmo assim, não deixou de ser uma leitura interessante e gostosa. O texto fluiu bem, a gramática e ortografia tão muito boas, com raras ressalvas, e tá bem estruturado.
Gostei da forma como foi concluído, não deixou ponta solta e finalizou com um gosto de missão cumprida.
Apesar de abordar um tema batido, conseguiu fazê-lo de forma convincente e me entreteve bastante. Parabéns!
Valeu mesmo.
Desculpe, mas não gostei do conto. A premissa é por demais batida – médicos e religiosos (um rabino num cemitério cristão?) conseguem ressuscitar uma pessoa que, em contrapartida, os devora. Mais do que isso, faz com que todos os mortos do cemitério se levantem. Só faltou o Michael Jackson dançando Thriller. O início é até promissor, mas a condução do texto não me agradou. As frases curtas, ao invés de emprestar agilidade ao conto, terminaram por travar a leitura. De todo modo, devo admitir que esse tipo de narrativa pode fazer sucesso entre a molecada – narrativas de horror-juvenil, privilegiando o sobrenatural, costumam agradar a galera que curte um texto mais superficial e de fácil absorção. De minha parte, como prefiro personagens mais densos, psicologicamente contraditórios, não consegui me conectar à proposta. De todo modo, desejo sorte a você, caro autor.
Obg pelo comentário. Gostei da idéia do Michael dançando… rsrsrs.
Aqui está um texto bom de ler, mas onde se sente muito a falta de espaço para desenvolver a trama, deixando um fim apressado que “destrói” todo o trabalho desenvolvido. Parabéns pelo humor.
Obg pelo comentário. A estória cresceu demais e aí matei todo mundo.. rsrsrs
Necromancia, rituais e Deuses sem nome… Tudo misturado numa escrita regular e competente. Gostei. Não foi um conto arrebatador, e o final com a obesa Egberta voltando dos mortos e cumprindo sua sina clichê de matar os seus criadores não me convenceu. Porém, competente autor, creio que você criou um enredo muito bom e que somente perto do fim descambou para as mesmices da literatura gótica.
Não obstante, lhe deixo os parabéns!
Adoro mesmices….rsrsrsrs Valeu pelo comentário.
Olá Kikoche
O conto tem narrativa brilhante, mas não me conquistou. O enredo não deixa de ser competente e você conduz para algo real e acaba meio zumbi? Sei lá, esse tipo de história não me agrada, só lamento, pois a narrativa é talentosa.
Em algum ponto a leitura deixa de ser fluída e quase perco o interesse, mas continuei e como mencionei antes, o final não me agradou.
Bom desafio.
Abraço
Obg pelo comentário. Nem sempre agradamos, mas nóis tenta sem parar. 🙂
Como vai?
Pois bem, até que me diverti com o conto, em parte porque o achei bem-humorado, num clima brincalhão. Não sei se era bem essa a intenção, mas se divertiu tá bom, certo? uahuah
O primeiro parágrafo começa muito bem, dessa vez não pelo efeito cômico, mas por me conferir uma imagem forte logo de início (Sem querer fazer trocadilho).
A parte do velório foi o ponto alto pra mim, com os comentários dos lá presentes. Gostei dos nomes, porque prefiro visualizar uma imagem surreal e “heterogênea” a uma realista e chata.
“Cova aberta. discursos, orações, lágrimas. Cova fechada. Saem os vivos, ficam os mortos. Alívio e sofrimento. De uns. Para alguns.” —- Curti bastante esses dois parágrafos, que disseram muito em pouco espaço. Eficiente e econômico, algo necessário pro desafio.
Nada muito a dizer sobre o meio, além de que segurou as expectativas para o final. Os “quadros dantescos” realmente contribuíram positivamente.
Só não gostei da parte: “Abrindo a porta oculta numa das paredes por meio de processo mecânico simples, mas imperceptível a quem não o conhecesse, ambos desapareceram no corredor azul que se formava atrás da abertura.”
Você já havia usado “Abrindo”, e depois repetiu com “abertura”.
Logo vi que a enfermeira seria ressucitada, e fiquei curioso pra saber como você trataria esse acontecimento. A força exagerada e o estrago que isso causou funcionaram justamente pelo já mencionado clima divertido. De fato lembrou Re-Animator e outros filmes trash do tipo.
A vampira anoréxica super forte foi outra imagem marcante, que encerrou bem.
Legal!
Muito obg pelas palavras. Valeu.
Oi, Autor (a)
Gostei. Achei que ficou com um lance de Pet Cemetery, porque uma vez ressuscitado a personalidade muda. Curti também a sacada do sacrifício de se doar a gordura em troca de mais tempo nesta terra. Não achei ruim o lance zumbi vampiresco, eu até ri aqui e cheguei a ver as imagens sem nenhum problema. Os nomes gringos unido à narrativa ficou estranho, mas um estranho tipo inglês com sotaque nordestino (Oxenti, My Lord!) Acho sim que merece ser acertado esses detalhes dos nomes, mas a ideia do conto é bem bacana. A parte que descreve o subsolo e corredores me foi muito morosa e fez decrescer o sorriso, mas no fim o saldo foi positivo.
Um conto divertido que cumpre o papel de entreter, mas não oferece muito além disso (em minha visão).
Boa sorte no desafio.
Muito obrigado pelo comentário. Gosto de nomes assim para estórias desse modelo. Valeu.
Olá Kikochê.
O título funcionou, antevendo que alguém seria ressuscitado, sem dizer como. O início teve uma pegada leve e ficou com a impressão que a sátira daria até o fim. Infelizmente o tom mudou quando Egbertha ressuscitada falou. Foi inesperado, mas fiquei com saudade do tom de antes. A ambientação foi bem descrita. A frase que a Catarina citou (“apenas os quadros se olhavam espantados, condenados em suas cores”) ficou na minha cabeça também.
Enfim, acho que usaste bem as poucas palavras possíveis e a estória instigou a saber mais sobre tudo isso que aconteceu, mesmo não tendo gostado do rumo do conto. Fiquei com uma boa impressão do conto. Eu mudaria o fim, a partir do ponto em que Egbertha iria falar, (ou mostraria como ela foi viva) e colocar algo que combinasse com o tom leve do início.
Um abraço!
Valeu pelo comentário.
Olá, o conto tem bom início, com personagens e descrição bem construídas. o lugar (clínica) é bem trabalhada no texto. Soube expressar situações e sentimentos em poucas palavras. Característica essencial em contos limitados. Meus parabéns. Existe, é verdade, uma questão com a revisão na escrita. Problema comum a meu ver. Afinal, basta uma nova revisão e está tudo certo. A narrativa prosseguiu por um caminho tortuoso; começou com foco na enfermeira e depois ampliou-se drasticamente pelo subterrâneo do cemitério. Houve perda de foco na narrativa do texto.
obg pelo comentário, só acho que o foco era e continuou sendo a enfermeira, afinal, ela matou todo mundo ou estava em vias de os matar. rsrsr
Cara, eu me amarrei muito com a historia, mas teve uma minima coisa que me incomodou um pouco, não se preocupe cara não vai vir um textão, mas é em relação ao excessivo uso da pontuação, que estava um pouco “carregado” demais de virgulas e pontos finais.
Abração Amigo
Que bom que gostou do conto. Em relação à pontuação, tá tudo tranquilo, geralmente escrevo de primeira, sai tudo e já envio, tenho um problema grave com revisão que pretendo melhorar. Valeu.
Beleza, acabei de enviar esse comentário e ele não foi 😡 Então vamos novamente.
E escrita é boa, demonstra que o autor tem familiaridade com o estilo que adotou. Encontrei apenas dois problemas com a digitação/revisão, que já devem ter sido apontados pelos demais.
A narrativa é muito interessante, pois fez-me crer que o conto situava-se em outro momento temporal. A primeira parte me pôs em algum filme do Tim Burton ambientado no início do século XX. E essa referência ao Tim Burton eu faço justamente pela pegada mais satírica que há nas descrições da enfermeira e da relação dela com os pacientes, e mesmo na visão que eles tinham dela. Gostei muitíssimo dessa construção. Só percebi que o conto se passa nos dias de hoje na menção aos computadores da sala do subsolo. E nesse ponto que comecei a desgostar, mas não completamente, pois admito que fui eu que fiz a confusão, situando em outro momento temporal. Mas convenhamos que um ritual de necromancia no subsolo de um cemitério é algo bem início do século XX… Já toda a segunda parte, a partir dessa cena, me pareceu saída dos clássicos de zumbi. Há muitas referências, creio que não intencionais.
A ambientação foi justamente essa confusão, culpa minha, não do autor. Mas tenho que apontar o que eu enxerguei nesse texto: Primeira parte, hospital vizinho a um cemitério, árvores secas, lápides tortas, mureta do cemitério baixa… Segunda parte, sala de hospital moderna. Segunda parte e meia, ritual de necromancia (oi?). Terceira parte, enfermeira zumbi levanta, mata geral na sala, e invoca todo o cemitério. É muita referência pra minha cabeça. Mas tranquilo.
De maneira geral, uma boa construção, principalmente na primeira parte. O final da segunda parte me desencantou por cair o lugar comum.
Parabéns e boa sorte.
Obg pelo comentário. Sabe que gostei da idéia da coisa no início do século XX ? ficaria bem legal mesmo… eu tenho uma dificuldade enorme com revisão, geralmente escrevo e envio, esse foi mais um caso onde depois de enviado, eu pensei: ih, podia ter mudado isso ou aquilo. Valeu.
Olá autor! No geral, gostei do conto.
Mas ainda assim, não me parece ter muita unidade. O início tem um tom muito interessante, a questão da forma como as pessoas enxergavam a enfermeira e a reação deles após sua morte (Enfim, essa parte tem uma narrativa bem legal), quando se inicia as questões sobre o após a morte e a introdução do Ritual, o conto apresenta algumas construções que não soaram muito bem, construções que lembram a primeira frase (que por sinal é muito ruim, aquele “muito” isolado no fim, não ficou bem encaixado, dá pra perceber que você queria reforçar a ideia, mas acredito que pontuar não foi uma boa opção. Enfim, mas pro meio, quando você adota coisas do tipo “Alívio e sofrimento. De uns. Para alguns.” o conto pega outro ritmo, que logo muda para o “gore”, quando o ritual termina. Entendo que a narrativa começa falando da enfermeira e de certa forma termina com ela, mas o início com os comentários sobre ela viva, o ritual e as consequências, não apresentam pelo menos para mim uma boa costura. É como se não existisse um esqueleto da trama, mas apenas algo que foi tomando algum tipo de forma (mesmo que seja algo deformado) durante o processo de escrita. Se um dos seus objetivos era tratar o cemitério como local de ritual de invocação dos mortos, você não precisaria ter focado na enfermeira logo de início, quem sabe optar por outros funcionários que estavam mais ligados ao ritual. Enfim, o que eu quero dizer é que você tem potencial, mas na minha humilde opinião, nesse texto, faltou unidade, uma melhor costura do enredo.
Sorte no desafio.
Obg pelo comentário. Tudo devidamente anotado.
VERME (Versão, Método)
VER: Bem curiosa. Começa de leve, de um jeito cotidiano, sem grandes pretensões. Depois somos jogados a um culto antigo e uma nova versão de Frankenstein com mortos-vivos. Gostei dessa quebra natural, meio que “enganando” o leitor. O final estava telegrafado, mas não estragou a experiência.
ME: A história convence e os dois cenários escolhidos combinaram de forma excelente. Mas o autor precisa ter cuidado para não colocar muitas ações (ou coisas) numa mesma frase. Soa confuso e tira o fôlego da leitura. Não é original na premissa, mas ganha pontos por transformar a aparente monotonia em uma loucura desvairada em questão de minutos.
Obg pelo comentário. às vezes o negócio toma conta da gente e se vai escrevendo sem nem perceber. Valeu.
O/A autor/a tem uma boa capacidade de narração visual, mas ainda se perde um pouco no didatismo. Fazendo questão, por exemplo, de dar nome completo, nacionalidade e descrição física de cada personagem. Como se estivesse narrando uma campanha de RPG. Em literatura isso é uma falha bastante grave, mas, felizmente, é uma coisa fácil de trabalhar e evitar, se o autor quiser.
Gostei da história, sorri um pouco com a ideia de queimar a gordura da enfermeira como sacrifício (quem já cansou de ler a bíblia entenderá porque minha risadinha aqui). Não sei se o autor fez intencionalmente ou se foi coincidência. Se foi intencional, é algo quase genial.
Esse foi um texto que me surpreendeu positivamente. Quando comecei a ler achei que seria uma porcaria, porque o começo está meio solto. Mas depois o texto vai cativando e consegue arrastar a gente até o fim, com prazer. Dificilmente ganhará, mas esse autor, se ainda não ganhou os desafios, vai eventualmente ganhar porque mostra talento.
Obg pelo bondoso comentário. Realmente, os antigos sacrifícios bíblicos trabalhavam muito com a gordura dos animais, eu poderia dizer que foi intencional e passar a imagem de algo genial (como vc disse), mas não foi, aliás, só me toquei disso depois que vc falou e pensei na hora: Putz, é mesmo. rsrsrsrs
Uma agradável surpresa, visto que Egbertha foi sacrificada mesmo num altar.
Valeu mesmo.
Detalhe: a presença do rabino judeu com os óleos santos também foi uma inspiração divina, não é que tudo se relaciona ?
Os mistérios de Deus em minha vida e escrita são enormes. Sim, eu creio. 🙂
Eu gostei da narrativa, conseguiu transmitir todas as cenas com bastante clareza e conduzir o leitor até o final sem entraves. A parte do ritual é particularmente inspirada, criando bem a ambientação e o clima macabro.
Da história, confesso que gostei mais da primeira metade, dessa premissa meio Frankenstein e tal. Depois, quando descamba para uma história de zumbis, perdeu um pouco o encanto, apesar do autor construir bem as cenas de terror. Acho que seria melhor focar no lado demoníaco da coisa, os mortos levantando quebraram um pouco o clima (lembrei do jogo Diablo, que tem uma gordona que evoca zumbis rsrs).
Um bom conto, no geral.
– todos responderiam que ela era esbelta, quase magra
>>> não entendi muito bem a relação entre simpatia e magreza…
Abraço!
Obrigado pelo comentário. Essa questão da gordura era pra remeter ao “preconceito” e mito do gordo bonzinho, uma viagem no mundo fantástico das coisas e pessoas. O contraponto seria a magreza exagerada do novo ser surgido da “dieta” sobrenatural. Não que os magros sejam ruins também. Como disse em outro comentário, mais 300 ou 500 palavras e o conto ficaria redondinho igual à Egbertha.
É um bom conto. Bem escrito. A história não me cativou muito. Também não consegui engolir que uma pessoa muito gorda não seja percebida como tal, por conta de ser gente boa. Talvez ela não sofresse bullyng, pois, as pessoas gostavam dela e por isso não a sacaneavam, aí tudo bem. Fiquei bem surpreso com fim, sinceramente esperava que ela voltasse da vida e dissesse alguma coisa engraçada e terminaria por aí, mas, ela virou uma espécie de vampiro. Era para ela simplesmente voltar a vida, mas, algo da errado ela volta vampira.O que dera errado ninguém sabe dizer, talvez não precise, e além disso, não só ela foi ressuscitada como todos dos mortos do cemitério. Achei um tanto confuso o final. Os personagens perdem força para atrama, que se complica no fim. Boa sorte.
obg pelo comentário, a questão quanto a perceber Egbertha como magra exige uma leitura com visão do mundo fantástico onde tudo é possível.
Deus me livre de me preocupar com essa bobagem de bullyng. rsrsrsr
Olá, Kikochê!A primeira metade do conto está bacana, com o mistério, as boas descrições. Os personagens soaram um pouco rasos, mas a trama prometia. Infelizmente, do meio pro fim o desenvolvimento foi muito parecido com o de muitas estórias de gore e terrir por aí, e acabou não funcionando pra mim.
O texto em si está bacana, coeso, com boa correção gramatical. Mas notei algumas coisinhas:
Olha só, respondeu outro – o outro
não por dificuldade de outro local – ficou faltando alguma palavra aqui
Abrindo a porta oculta numa das paredes por meio de processo mecânico simples, mas imperceptível a quem não o conhecesse – a informação do processo mecânico me pareceu desnecessária
apenas alguns(ou muitos) – não entendi o que se quis passar com essa frase
O olhar do médico entendeu horrorizado o erro cometido – essa frase ficou estranha, parece ter destoado do restante.
Bom, é isso. Parabéns pela participação e boa sorte no desafio!
Obg pelo comentário e detalhes apontados. Anotado para uma futura revisão.
A expressão que vc citou “apenas alguns (ou muitos)” quer dizer que eram poucos mas numerosos. rsrssersr
QUERO CONTINUAR LENDO? TÍTULO + 1º PARÁGRAFO: Como a gorda vence a morte? Quero continuar, mas sem muito interesse.
TRAMA: Gótica futurista meio trash. O vocabulário é rico e o humor negro me agradou. Arrancou-me algumas risadas. A estrutura poderia ser melhor trabalhada.
AMBIENTE: Técnica interessante para dar personalidade ao ambiente, como na bela passagem: “apenas os quadros se olhavam espantados, condenados em suas cores”.
EFEITO: Respondeu a pergunta, mas essa suruba zumbizada me deixou tontinha.
Obrigado pelo comentário, estamos sempre dispostos a melhorar.
O tema a ser explorado é “cemitérios” e, no conto, isto foi feito com originalidade, humor negro e realismo fantástico. Para temática proposta, o texto foi finalizado de forma bem marcante com o cemitério “às avessas” (” Saem os mortos, os vivos morrem.”).
O texto oferece leitura natural e interessante. Gosto das frases curtas, carregadas de expressividade, do tom sarcástico e da sutilidade do suspense. Há um tom de modernidade na escrita Desde o enterro da personagem há dicas de que ocorrerá ressurreição (“– Não se preocupe, caríssima. Em breve nos reencontraremos – disse Margot, num misto de alegria e ansiedade.”) O limite de palavras não permite que se desenvolva mais as descrições físicas ou psicológicas de personagens ou mesmo a trama em si. Importa é o espaço e aqui, parece-me que está bem construído.
A mensagem secundário sobre obesidade/ magreza também foi bem construída e tão discutida nos comentários. Entendo que o peso da personagem não era percebido porque, é da sabedoria popular que “quem ama o feio, bonito lhe parece. Enfim, gostei do conto no geral. Parabéns pela participação.
Obrigado pelo comentário generoso.
Olá, autor(a)!
Utilizarei o método “3 EUS” para tecer os comentários referentes ao seu texto.
– São eles:
EU LEITOR (o mais importante!) –> Leitura gostosa e (muito) fluída. Fui lendo sem nem sentir a leitura passar. Sua escrita é muito simples e gostosa; sem arroubos literários e nem simplismos. A história é boa, porém talvez um pouco maior do que o limite imposto. O final ficou um “bocado” (rs!) corrido. De 1 a 10, daria nota 7, talvez até 8, principalmente pela facilidade da leitura.
EU ESCRITOR (o mais chato!) –> Boa escrita. Sem floreios ou chavões. Tema redondinho com o pedido e início, meio e fim bem delimitados. Só senti falta de um desenvolvimento melhor das personagens, que acabam passando meio batidas e, com exceção do diretor da instituição e da enfermeira morta, as demais eu nem sequer consegui criar uma imagem mental. Claro que é difícil desenvolver tudo em um limite tão pequeno de palavras, mas acredito que seja exatamente neste quesito que o domínio (maior ou menor) da pena por parte do autor irá funcionar como baliza no corrente Certame. Parabéns pela obra!
EU EDITOR (o lado negro da força) –> É… Tá valendo! Só passar no setor de revisão e esperar outros textos do gênero para formar uma boa antologia de terror! 😉
Boa sorte,
Paz e Bem!
Obrigado pelo generoso comentário. Acho que com mais 300 ou 500 palavras e o conto ficaria bem melhor. Valeu mesmo.
Olá, alguns colegas já destrincharam o conto muito bem, mas vamos lá.
E´bem escrito, não há entraves, a leitura flui naturalmente. Como já anotado, as personagens não são ou não foram destacadas aqui, talvez em função da atenção dada à estória com seus simbolismos.
Não é um texto ruim, houve certa correria no final, mas o tema foi exposto e fechado até bem.
Boa sorte no desafio.
Obg pelo comentário.
Oi, Kikoche.
Acho que em um limite tão curto fica difícil equilibrar bem um texto. Ambientação, personagens, conflitos… É bastante coisa para administrar.
Tive a impressão de que você escolheu enfatizar a ambientação em detrimento de outros aspectos. Talvez, por isso, seja a ambientação (e incluo aqui os elementos simbólicos) o que mais me chamou atenção no texto. Neste quesito, gostei muito do trabalho.
Infelizmente a construção humana ficou um pouco de lado no texto, o que contribuiu para que eu não me importasse com ninguém ao final do conto.
Sobre a história, algumas coisas me incomodaram dentro do universo que você criou : sabendo esses cultistas que a gordura é fundamental no processo de ressurreição, não deveriam eles também serem obesos? A imortalidade, afinal, era o que buscavam.
Fiz algumas anotações sugestões ao longo do texto. Pode ignorar todas se quiser rs
“A enfermeira… era gorda. Muito. ”
eu geralmente acho que menos é mais, mas não gostei desse muito pontual. Acho que o efeito de reforço seria melhor se adicionasse um” gorda” mas isso é questão de estilo mesmo.
“deixando as pessoas em redor algo constrangidas… ”
creio que seria”ao”.
“cova aberta. Discursos, orações, lágrimas. Cova fechada”
Gostei bastante do recurso.
“para nos lembrar de nossa responsabilidade e consequências ”
acho que o” consequências “deixou a frase um pouco redundante. Talvez fosse interessante suprimi-la.
” Quando esta foi fechada, apenas os quadros se olhavam espantados, condenados em suas cores”
Gostei muito dessa passagem.
“Em meio à escuridão silenciosa, elevou-se o cheiro agridoce de fritura. Inicialmente de forma suave, mas se tornando enjoativo e pesado ”
Essa passagem é muito boa. Me levou a uma sensação sinestesica. Poderia jurar que senti o cheiro.
Ah, não gostei do uso da expressão” anoréxica ” para apresentar a mudança. Embora entenda a imagem que você quis criar, a anorexia remete a um estado psi, não a um estado físico. Acho que havia expressões melhores.
A ideia de usar a gordura foi excelente. No horror há uma tendência de se apelar para o sangue, esquecendo que o corpo é muito mais do que isso.
Por fim, acho que o não desenvolvimento dos personagens prejudicou muito a trama. P se abandonar os personagens, acredito que seja preciso um acontecimento extremamente interessante, o que a história não chega a alcançar.
É isso. Parabéns pelo trabalho.
Obrigado pelo comentário. Realmente os personagens foram sacrificados ( desculpe a piadinha) em prol da essência do conto, pena que não deu certo rsrsrs…. A imagem que pretendi invocar com o “anoréxica” é a puramente física ao extremo, acho que ela se justifica em função da questão “gordura” e “emagrecimento” utilizados no texto. Valeu mesmo. Sempre anoto as dicas aqui recebidas, tem me ajudado muito.
Olá. Então, lendo os comentários dos colegas percebi que a questão do excesso de peso da personagem central e a percepção alterada deste excesso pelos amigos da enfermeira foi bastante discutida. Inicialmente, parece que o autor quer associar características positivas a corpos magros, quando enfatiza que por ser uma pessoa delicada e agradável, a enfermeira Egbertha era vista como um pessoa de talhe fino, mas quando o autor emite a sua opinião através da frase “coisas da percepção caolha humana” o leitor compreende que ele, realmente, está fazendo é uma crítica a esta ideia tão repisada pela mídia de que pessoas gordas são pessoas desprezíveis. De fato, coisa de gente que julga os outros apenas pela aparência. Gostei muito desta primeira parte. Está interessante e bem escrita. Também percebi na segunda parte, uma preocupação do autor em fazer a descrição dos cômodos para dar uma ideia ao leitor da ambientação sugerida. Queria destacar que Dante Alighieri foi o escritor do livro A Divina Comédia, e que as ilustrações deste livro foram feitas por alguns pintores tais como Botticelli e Gustave Doré. Falei sobre isso porque em uma parte do conto o autor informa que Egbertha saiu derrubando os quadros de Dante… Do meio para o fim o conto buscou um tom mais de terror gore, e para mim perdeu um pouco de sua graça, transformando a doce Egbertha em uma morta-viva faminta, e o cenário do texto em uma espécie de apocalipse zumbi. É isso. Sorte no desafio.
Obrigado pelo sábio comentário e aleluia, vc entendeu direitinho a primeira parte. Não se pretendia fazer piada ou ser cômico como alguns colegas disseram. Boa lembrança a respeito das ilustrações. O final também tem relação com a questão do preconceito contra obesidade, ainda que mascarado como trash: Egbertha está magérrima, mas quer matar todo mundo rsrsrsr
Valeu !
Isso dela ficar magra e má eu não me toquei, mas foi uma boa sacada. Abraços.
‘Cause this is thriller! Thriller night…
Apesar da atmosfera clássica, arquitetura gótica e corredores medievais, o conto dialoga com o moderno, computadores e experiências. A ideia de mortos-vivos não é nova, assim como esses testes pra trazer o morto de volta à vida. Frankenstein e os filmes do George Romero já trataram à exaustão. Mas a gordura é nova!
GERAL
Gostei do início, com o funeral e as conversas em roda, tem um “q” brasileiro. As piadas também foram boas, dei algumas risadas. As frases rápidas também é uma característica que acho interessante, unida à fluidez da narrativa, gera pontos. Do meio pra frente acho que entrou num túnel já conhecido pelo leitor: passagem secreta, seita com um corpo, tentativa de ressuscitar, dá errado e a criatura ataca. O final é um grande A Noite dos Mortos Vivos. Adoro um terror gore e freak, acho que podia ter apostado mais na questão do peso/ gordura, deixando mais bizarro. Uma explosão a lá Dona Redonda. Já imaginou?!
Gostei bastante dessa frase: “Iniciada em nossa crença e sabedora do seu importante destino, cumpriu a segunda exigência de prover gordura em seu corpo para que no momento propício, esta, fosse combustível no escambo sobrenatural.” Galera que vivem no McDonalds, preparem-se!
BUGUEI
Não capturei muito sobre ela ser gorda e ninguém enxergar. Era um feitiço pra ela engordar (seria utilizado para alguma coisa, pelo que entendi) mas ninguém poderia ver, é isso?
Obrigado pelo comentário valioso. Gostei da brincadeira com o McDonalds rsrsrs… ! Ela ser gorda e ninguém enxergar seria pra criar o efeito surreal da coisa, mas vc tem razão, eu poderia ter explorado mais esse lado. Valeu.
Boa noite KikoChê.
Você começou seu conto muito bem, com um ar leve e descontraído. Havia uma confusão de personagens e seus comentários que era bem divertida e parecia ditar o tom do conto. Porém, a medida que a narrativa prosseguiu, você foi perdendo o tom e deixando a cosa toda um pouco forçada.
A história, em si, é boa e tem grande potencial, mas precisa de um desenvolvimento mais aperfeiçoado.
O final foi pouco satisfatório e bastante previsível (quantas vezes já não vimos a premissa: tentar trazer os mortos de volta, mas invocar outra coisa em seu lugar?)
Enfim, um bom conto, com bom potencial, mas que precisa encontrar seu tom.
Boa sorte!
Obg pelo comentário. Acho que o limite de palavras me atrapalhou – não é desculpa, é só uma constatação. 🙂 Mas foi divertido escrever algo assim.
Olá, KikoChê.
O conto tem uma cadência bacana e não perde o ritmo. Acho que isso é um ponto positivo, mas a história não me ganhou.
A começar pelas personagens, que não tiveram um desenvolvimento necessário para a empatia. Tinha muita gente nesse pouco espaço de palavras, e nenhuma delas teve uma atenção especial. A situação também não me chamou muito atenção. Há algum motivo específico para usar a gordura como escambo pela vida? Se sim, poderia deixar uma fonte para darmos uma olhada. Mudaria um pouco minha visão sobre o texto.
O desenvolvimento do final não me agradou, pois deixou a história um tanto sem sentido, aberta demais e sem nenhuma resolução satisfatória. Como diversas coisas acontecendo e que no final não levaram muito adiante.
De qualquer forma, é um texto bem escrito.
Parabéns e boa sorte!
Oi, KikoChê,
Fluam as lágrimas de quem gostou, mas não as minhas. Não gostei da piada com a gorda. Acho que foi o tom dessa parte e o fato de ela depois estar anoréxica. Mas, enfim, o texto está bem escrito, isso já é ponto positivo para mim, e tem esse lance de surpreender um pouco no final. Gostei da ambientação e dos nomes. Considero bem difícil escolher os nomes, apesar de que, se foi ambientado no Brasil, quem sabe os nomes deveriam ter alguma uniformidade.
Parabéns pelo texto.
Abraço!
Obrigado pelo comentário. Mas qual piada com gorda ? O negócio do conto é pra ser meio surreal.
Infelizmente, comigo não funcionou. Não consegui comprar a situação proposta pelo autor, no início, das pessoas enxergarem magra uma mulher que era gorda, somente pela sua personalidade. Claramente uma intenção humorística do autor, mas todo o humor que existe no começo contrasta com o clima pesado no fim do conto. O humor negro dá espaço a um conto de terror quando os malucos ressuscitam a personagem e ela dá cabo de todo mundo. Não há espaço para sorrisos aí, por isso, no geral, ficou um conto um pouco confuso quanto a sua intenção. Os nomes exagerados também não serviram para muita coisa. Como dica, posso dizer que em contos curtos assim, quando o limite de palavras é pequeno, o melhor é dar aos personagens nomes simples, pois não há espaço para desenvolver bem as suas personalidades. Logo, o leitor vai lembrar do personagem só pelo nome mesmo. Um nome difícil nessa situação não ajuda.
Enfim, vejo criatividade no autor, mas acho que faltou força a trama.
Abração
Obrigado pelo comentário e os apontamentos negativos ou positivos. O lance da gorda percebida como magra não era pra ser engraçado, mas pra demonstrar que as pessoas não conseguem definir bem as coisas.
Olá, sou nova por aqui, então peço desculpas de pronto, não sei bem como comentar, se eu exagerar ou for insuficiente, me digam, por favor.
Vamos ao conto:
A primeira coisa que me veio à cabeça é fluidez. O texto deslancha tranquilo.
A apresentação dos personagens, embora rápida e superficial, atende ao estilo do conto. A parte final poderia ter sido mais elaborada, mas no todo não prejudicou.
Usar a gordura como combustível foi sensacional e dá o ar ridículo da coisa. Ridículo no sentido de surreal.
Por enquanto é isso. Um bom conto. Por enquanto porque a depender dos demais que surgirem, este pode ter seu valor aumentado ou diminuído.
Obrigado pelo comentário . Concordo contigo: é ridículo usar gordura como propulsora sobrenatural, assim como é ridículo as pessoas enxergarem a gorda como magra, apenas porque ela era boazinha.rsrsrs
Mas a i´deia foi essa, essas coisas aparentemente ridículas que são usadas como máscaras o tempo todo.
Descobri uma coisa interessante: Se a gente colocar um “gordo” na história, a maioria acha engraçado ou que há uma veia cômica na coisa, rsrsrsrs
Olá, como vai? Vamos ao conto! Seu conto pode ser resumido como a história de um Frankenstein mulher e gorda. Podia ter sido chamado “A Frankengorda”, acho que ficaria melhor. Fiquei muito frustrado com o fato da história tentar ser humorística do início, mas nunca se assumir como tal; o resultado? Um humor bastante ralo e fraco. Ela precisava ser gorda para ser ressuscitada como zumbi? Se você queria usar o tema “gorditude” devia ter pensado em alguma coisa que fizesse mais sentido do que uma seita que traz obesos de volta à vida consumindo suas gorduras no processo, a não ser que a intenção fosse fazer uma história puramente cômica/nonsense, que infelizmente não pareceu ser o caso aqui. O final abrupto e sem surpresas ou reviravoltas faz a história terminar de forma fria. Enfim, um conto que não tem defeitos horríveis, mas que podia ter sido muito melhor. Aconselho que se concentre mais nos objetivos da história: ela passa uma, qual? Como faço pra passar a mensagem de forma harmônica, artística? Se não passa nenhuma mensagem, qual é o objetivo da história? Entreter? Comover? Instigar? Fazer rir? Então ela é cômica? Ou quero chocar? Quem sabe minhaMista? Se for mista, como mesclar bem esses elementos? Essas são as perguntas que você deve fazer. E pense, antes de tudo, num fechamento interessante, senão a história cai no vazio, como parece que foi o caso desta. Continue praticando, desejo para você muito Boa Sorte!
Devidamente anotado. Já fiquei feliz com o “um conto que não tem defeitos horríveis”…rsrsrsrs
O Rich, sabe que gostei da gorda…. ela engordou de propósito para alimentar uma criatura das trevas, após a criatura se alimentar com a banha da mulher ela voltou a vida…. pena que possuída por uma fazedora de zumbis anoréxica… isso tem um potencial fabuloso….
O tema proposto pelo desafio foi abordado e bem desenvolvido. Acho que conheço esse estilo de frases curtas espalhadas pelo texto. E gosto, porque causa impacto, uma quebra no ritmo da narrativa que faz o leitor parar e prestar atenção. Como em: “A enfermeira Egbertha Hims era gorda. Muito.” Assim o advérbio de intensidade “muito” isolado revela mais do que uma longa descrição.
Tenho certeza de que “-É pecado demais.” – não foi um erro, muito pelo contrário. Foi uma imagem explicada logo depois. Funcionou bem, ainda mais porque as duas palavras “pecado” e “pesado” só diferem por uma letra. E os pecados pesam afinal.
Os nomes dos personagens são bem internacionais, o que pode nos levar a uma hipótese: a história se passar em qualquer lugar do planeta. Não há uma citação que localize o cenário descrito.
Egbertha era vista como uma profissional carinhosa, dedicada e simpática. Há um consenso geral de que obesos são seres afáveis, de temperamento dócil e bonachões. Indo além da aparência (bastante notável, difícil de ser ignorada), os outros enxergavam a enfermeira como legal, “gente fina” (nos dois sentidos da palavra).
O conto está muito bem escrito, sem entraves ou falhas perceptíveis. Só uma das falas me deixou confusa: “Bondade e Energia são oferecidos. Ela é vossa, soberanos! Devolvei-a!” – Veja bem, primeiro, o personagem diz que a enfermeira é dos soberanos, depois, logo em seguida, ordena – devolvei-a. Claro que o pedido pode ter sido dirigido aos outros membros do grupo, mas achei que soou como uma contradição.
Agora, a passagem da transformação do cadáver em zumbi foi no mínimo hilária. Imaginei Egbertha sendo frita como um leitão à pururuca. Deu para visualizar todo o óleo, a gordura sendo consumida pelo processo e até escutei a crocância do seu couro. Colesterol elevado das palavras garantiu uma boa risada.
O conto surpreendeu-me, pois eu estava esperando algo diferente de uma saga de zumbis/vampiros/ETs , de filme trash. Nada mau, ainda mais porque, mesmo eu não curtindo esse tipo de história, acabei me interessando e nem torci o nariz para o final.
Boa sorte!
Obg pelo comentário generoso. Esse “devolvei-a” se referia à vida da Egbertha em troca de sua bondade e gordura. rsrsrs..
Egbertha Hims, Sr. Kramer, Srª Mills, Eleutério Córtiz, Drª Margot, Rabino Chaim Gelberg, Louise de Dousseau, vejo aqui, aquilo que poderia ser a tripulação da nave do Capitão Kirk, gente de toda a nacionalidade tentando dar pompa a um conto. O trecho “Alívio e sofrimento. De uns. Para alguns.” Não entendi a pontuação e significado, um cemitério com vigilância armada não é tão comum e sendo uma construção nova, a clínica gótica com aparelhos modernos e o subterrâneo também depõe contra a credibilidade da história.
Foi um conto muito bom até se tornar comum. Usar a gordura proposital da enfermeira para alimentar um ser demoníaco foi magistral, terminar com um apocalipse zumbi foi decepcionante. Pq esta maldita seita não poderia continuar ressuscitando mortos e se ocultando entre os vivos com um objetivo maior???? Sou fã de carteirinha de contos zumbis, mas não desta forma…. Felicidades.
Obg pelo comentário. Boa idéia quanto ao objetivo da seita rsrsrs… Os nomes não tinham intenção de dar pompa ao texto, a idéia era dar uma conotação internacional mesmo, colocando o cemitério em qualquer lugar do mundo.
Olá! Gostei da reviravolta no conto e do suspense trabalhado nele. A história cresce e cativa o leitor aos poucos (talvez ficasse até melhor com um limite de palavras mais generoso). A inserção do cemitério na trama não me pareceu forçada e satisfez bem o que pedia o tema. Ainda aguardo um conto que consiga ousar mais dentro do tema, mas compreendo a dificuldade implícita nisto. O conto atual não foge ao esperado, mas o cumpre com habilidade. Parabéns e boa sorte!
Obg pelo generoso comentário.
Olá… eu ri qd soltou o cheiro agridoce de fritura e logo após a gorda esta anoréxica… haha fritou as gordura tudo.. tô precisando dessa magica ae!
Eu achei o texto um tanto frio, não há apego aos personagens, nem mesmo a Egbertha. Apesar de ter gostado da ressurreição dela, nao entendi bem como se deu, ela nao foi enterrada, afinal? o q havia no caixão.. ahh por falar no caixão outro ponto q não foi tocado pelos outros comentaristas.. muito estranho as pessoas não ‘perceberem’ q a mulher era obesa apenas pq ela era simpática, boazinha… e estranharem o tamanho do caixao por isto. muito esquisito mesmo.
Ri tb quando ela começou a morder. Então, me entreteu, achei engraçado e tal, mas falta alguma coisa, uma costura nas emoções e personalidades dos personagens e seu conto zumbi ficaria bom.
Boa sorte, abraços
Olá, obg pelo comentário. Então… vamos às suas questões:
1. O que havia no caixão? O cemitério era administrado pela Clínica, logo, nada mais fácil pra eles que desenterrar ou resgatar o caixão, inclusive o Dr. Eleutério parabeniza a equipe pelos procedimentos iniciais, que pode ser entendido pela presença do cadáver já na sala da cerimônia;
2. Não perceberem que a mulher era obesa: Eu pensei que esse seria um ponto muito levantado, mas até agora só vc falou sobre isso…rsrsrs…. Acho que o conto caminha no sentido do “fantástico”, do nosense, algo parecido com filmes “B” de terror.rsrsr
3. Apego aos personagens: A limitação do número de palavras me atrapalhou e entre contar o “causo” e dar vida às personagens, decidi matá-los todos, rsrsrsr. ou nem mesmo dar-lhes vida.
Por final, é óbvio que há uma metáfora envolvida sobre regimes, dietas, preconceitos contra obesos (mito do gordo “bonzinho”) e outras coisas mais…
Valeu muito pela leitura.
Olá
Faz muito tempo que não participo dos Desafios, apesar de sempre acompanhar eventualmente, tomando coragem de participar, dentre o turbilhão que chamo de rotina .
Enfim, ao foco da questão.
Considerei esse conto com boa escrita, apesar de alguns termos que poderiam ter sido melhor escolhidos, indicando que se tivesse tido mais releituras provavelmente encontraria melhores escolhas.
O lado bom é que a história flue bem de fácil leitura. Muitas histórias com um “verniz literário” possa agradar a alaguns, ams pecam pela fluidez de leitura, qwue é um dos cernes de uma boa leitura.
O negativo é que remonta os clichês das histórias de zumbis, apesar da rasa explanação dos personagens, o ataque da morta-viva poderia ser mais impactante. Ficou um tanto mecanizado, sem emoção. Um quadro de bonecos mordidos
Acredito que a quantidade de palavras do Desafio realmente demanda na escolha do ritmo e maneira de apresentar a história. Certas escolhas não são fáceis e não bem medidas, arruinam uma boa história. Talvez com um pouco mais de retrabalho e o acrescimo de detalhes faltantes, se torne uma história melhor com bom potencial.
Obg pela leitura e comentário gentil. Fiquei curioso a respeito de quais termos poderiam ter sido melhor escolhidos, lembrando que minha atenção é aprender mesmo, não tenho problemas com críticas rsrsrs…..
Valeu…
Ola, tudo bem? Então… quanto aos termos que mencionei, posso citá-los quando terminar o Desafio pois estou me empenhando em ler os contos concorrentes e nos comentários destes. É que minha rotina está bem corrida por causa da faculdade tb. Mas se não se importar de esperar um pouco, posso te enviar depois essas observações.
Agradeço pela resposta e parabéns pelo seu conto, que tem muito potencial.
Abraços
Um comentário acaba sendo uma opinião pessoal. Não gosto muito de comentar pq temo emitir julgamentos, até porque quem sou eu pra isso né? Mas enfim…
O conto é bem escrito, segue bem, com fluidez, tem um final surpreendente. O suspense é muito bem construído. Algumas coisas eu não entendi direito, tipo o que a enfermeira se transformou, porque geral ressuscitou. Talvez tenha sido a intenção. Mas entendo, o número de palavras acaba limitando. Num balanço geral é um bom conto sim.
Obg pelo comentário generoso. Quanto a sua dúvida, acho que ela, a enfermeira, foi possuída por uma entidade malévola após o consumo da gordura corporal.
Achei o texto interessante, e, talvez me engane, mas creio que a ideia do autor foi justamente o riso que causa no final. Também ri. Não chega a ser humor negro. Quem sabe, “humor trash”, como um bom conto de cemitério poderia exigir.
Achei apenas o final um pouco súbito, talvez pelo número reduzido de palavras. A gente se empolga e quando vê, tem que terminar.
Boa sorte no desafio!
Obg pelo comentário. Gosto de textos com um toque de humor, embora a idéia fosse do nonsense mesmo e filmes “B”. Tive que apressar o final, rsrsrs… Mas valeu, vamos seguindo…
Oi Kikochê… rsrsrs O pomnto alto do texto é: O tempo é nosso inimigo também na morte. Muito legal essa noção.
E sobre o filme “B”, o clima foi perfeito.
Parabéns!
Fluídez – Good
O texto não apresenta problemas estruturais que dificultem seu entendimento. A linguagem corre bem, com uma boa pontuação e um bom desenvolvimento.
Personagens – Average
Egbertha: enfermeira gentil que morre, passa por um enterro fictício e volta dos mortos depois de uma estranha cerimônia como um vampiro (zumbis não falam e não são inteligentes. É sobre quem a trama se desenvolve e a personagem melhor desenvolvida.
Dr. Eleutério: dono da Clínica, possui certo apego pelo Ocultismo, ainda que suas razões não se explicitem.
Margot: irmã de Eleutério, cúmplice em seus experimentos. Parece ser, dos personagens a mais próxima de Eleutheria, mas para além de uma frase perdida no texto sua presença no conto também é meio injustificada.
Trama – Good
Temos três momentos no conto. O enterro é bem desenvolvido e nos trás uma ideia do lugar em que nos colocamos no texto. A virada vem com a revelação da cerimônia comandada por Eleutério. Gostei particularmente da ideia da gordura como combustível para a ressureição, achei nojento em um bom sentido. Infelizmente, o plot twist de termos Egbertha fora do caixão. Poderia ter havido um trabalho mais apurado, nesse sentido, da primeira para a segunda parte. A terceira parte com a ressureição funciona um pouco melhor, ainda que o número de palavras do desafio imponha limites.
Verossimilhança (Personagens + Trama) – Good
Estilo – Average
O autor adota uma narrativa em terceira pessoa para narrar os acontecimentos. Há certa evocação de um tom da literatura ocultista de meados do século XX e nuances de filmes do Val Lewton. Os diálogos são pontuais. Destaque para a frase: “Não sou Egbertha, mas tenho fome” ponto alto do texto.
Efeito Catártico – Weak
O conto falha em entregar, ao final, aquele algo a mais. A trama é bem desenvolvida mas o “despertar final” não tem o impacto desejado. Creio que isso se deu, principalmente, ao fato de que não foi possível nos importar, de fato, com os personagens, além da adoção de um estilo que tem suas limitações.
Resultado Final – Average
Obg pela análise. A idéia geral do texto é uma metáfora sobre regimes, dietas e o mito do gordo bonzinho, dentro de uma atmosfera de filmes de terror “trash”, eu queria ter posto mais sangue e fugas, mas o limite me pegou rsrsrs
Valeu…
Um conto interessante, misterioso, poderia ser melhor lapidado e revisado, mostra que quem escreveu ainda está se habituando com a escrita, o texto tem potencial mas caberia um melhor cuidado com as palavras e o enredo. A escolha do nome dos personagens me dá a ideia que o texto está ambientado fora do país, mas o texto não deixa isso claro. A ideia do conto seria melhor executada se fosse um desafio com maior limite de palavras. Nossa amiga Bia mostrou os erros de revisão, mas faltou um: -É pecado demais. – acho que seria “pesado” demais. No mais é um conto decente, como já disse, tem potencial.
Priscila, também vi esse erro que constatou, mas fiquei em dúvida, por causa da fala que veio abaixo:
“– Na minha terra dizem que esse peso desproporcional é vontade de não partir – atalhou subitamente Dr. Eleutério Córtiz, deixando as pessoas em redor algo constrangidas e surpresas.”, como se quanto mais pecados, mais peso. Mas tive essa dúvida também… 😉
Oi Bia, então, agora só o (a) autor (a) poderá nos esclarecer… 🙂
Acho que está correta, a frase. Quanto mais pecado, mais pesado o caixão. Tanto que, aquele que julgou o peso levou uma bronca logo em seguida.
Tem potencial? O que quer dizer isso? Contos podem ser fracos, médios, bons, excelentes, perfeitos, mas potencial não podem ter, a não ser que o autor, ou outra pessoa, pretenda reescrevê-lo ou transformá-lo em um romance.
É verdade Ricardo, acho que me expressei mal, na verdade o conto é médio, mas poderia ser melhorado pelo autor, quis dizer que a ideia é boa e se o autor quiser pode transformar o texto em um conto bom, não para o desafio é claro, mas para se aperfeiçoar como escritor.
Obg pelo comentário, Priscila. Estou sim na luta com a “escrita” rsrsrsr… interessante vc perceber. Quanto a sua dúvida, a palavra é “pecado” mesmo: Muito pecado, muito peso. É isso. Valeu.
Oi autor, obrigada pelo esclarecimento, agora entendi. Sobre eu perceber sua luta com a escrita, um autor iniciante sempre reconhece outro… rsrsr boa sorte no desafio!!
Tema: Na minha opinião está adequado ao tema.
Enredo: O enredo não me animou muito. Já meio que estava prevendo algo do tipo, fiquei esperando pra ver como o cemitério faria parte da coisa. O começo foi interessante, um mistério no ar. Mas quando chegam ao cemitério (ou abaixo dele…), a coisa não se dá de uma forma como poderia. Não sei, acho que ficou meio forçado daí por diante, e tudo muito rápido também. Agora, o final até me fez rir. Me fez lembrar um pouco do “A noite dos mortos vivos”, sei que não tem muito a ver, mas lembrei, rs. Ou pelo menos imaginei que o que viesse após o final seria algo do tipo…
Personagens: Poderiam ser mais aprofundados. O autor/a autora consegue isso com a Egbertha, pelo menos no início, o que me deixou animada e me prendeu a atenção nos primeiros parágrafos. Cheguei a pensar que vinha algo do tipo “Um estranho no Ninho” por causa da enfermeira, mas não…
Emoção: No começo me animei. Mas depois foi complicado de levar a leitura atenta que eu queria fazer. Para conseguir isso fiz algumas paradas, fui fazer outras coisas, depois voltava e lia mais um pouco. Não foi algo que prendeu minha atenção, enfim.
Alguns toques:
“– Pra quê esse exagero de madeira, meu Bom Senhor”, esse “quê” é sem acento, está no início de uma frase interrogativa. E bom senhor não precisa de maiúscula. Já “sra.” deveria ter sido escrito com maiúscula, assim como “doutora”.
E, a respeito do nome, achei uma salada. Hims, Mills, Kramer, Eleutério, Córtiz, Gelberg, Dousseau? XD
“Cova aberta. discursos…” – letra maiúscula que não saiu, escapou da revisão.
“Abrindo a porta oculta numa das paredes por meio de processo mecânico simples,” essa construção não ficou muito boa, podia ser menos explicativa.
“Este é um cemitério milenar e poderoso.” Milenar? É no Brasil, né?
Então tinha o quê, índios enterrados lá? Tipo Poltergeitst? Não sei, faltou delimitar mais o lugar, pra não deixar essas dúvidas…
Obg pelo comentário e toques. Devidamente anotados. Não sei se o cemitério é no Brasil, mas mesmo que fosse, o país é tão antigo quanto a Terra, quem garante que outras raças já não enterraram seus mortos naquele chão, antes mesmo dos indios dos quais fala ? rsrsrsrsr…
A idéia do texto é uma metáfora exagerada sobre regimes, dietas, o mito do gordo bonzinho etc etc, além de estar com os dois pés nos filmes trash mesmo desse estilo de terror divertido.
Valeu…
Quanto à parte de “quem garante que outras raças já não enterraram seus mortos naquele chão, antes mesmo dos índios dos quais fala?” eu concordo e também acredito nisso, mas não ficou especificado no texto nada que nos remeta a essa ideia. Como o texto deixa bem claro que é um cemitério com lápides, cuidado pela clínica, deixando a prefeitura aliviada por conta disso, a gente estranha, sim, ao ler a palavra “milenar” tendo apenas referências contemporâneas. Acho que vale a pena deixar a coisa mais clara no texto, sem que se apele ao didatismo pra isso. 😉