EntreContos

Detox Literário.

Jogo das Estações (Leonardo Jardim)

rain

nuvem

Inverno

Aquele era o fim que Mariano havia planejado por semanas. O elevador anunciou, com sua voz indiferente, que estavam no terraço. Num impulso com as mãos, moveu a cadeira de rodas para frente. “É a última vez que uso essa merda”, pensou enquanto atravessava o parquinho infantil em direção à churrasqueira. Não havia ninguém. Duas horas da manhã de quinta-feira, com um chuvisco frio varrido pelo vento, enchendo os óculos do rapaz de pequenas gotículas e embaçando sua visão. Não mais embaçada, porém, que sua mente estava naquele dia terrível.

No inverno anterior, numa noite chuvosa como aquela. Ele no carro, cantando em voz alta. As imagens eram somente borrões. Sua noiva, ao seu lado, apenas uma pintura impressionista. A luz forte. A guinada no volante. O carro capotando…

Meu Deus, como isso dói”. Parou a cadeira próxima ao beiral. Segurou com as mãos e ergueu o corpo defeituoso. Não sentia mais as pernas, elas nem ao menos faziam questão de irradiar um pouquinho de dor. Era o coração a fonte da tortura, como se um pedaço da carenagem do acidente ainda estivesse fincado em uma artéria coronária, perfurando mais um pouco a cada bombeada. Sentou-se com dificuldade no parapeito, as pernas inertes apontadas para baixo. Pôde observar a rua, os carros apressados em tempos esporádicos, com motoristas e eventuais passageiros sonhando com seus edredons ou com álcool para aquecer as veias.

Não teve medo. Estava preparado. Eram quinze andares. “Menos de cinco segundos de queda e não haverá mais dor”.  Fechou os olhos e inclinou o corpo para frente sentindo o chamado convidativo da gravidade.

— Ei, cara — alguém gritou —, o que ‘cê ‘tá fazendo aí?

Mariano firmou-se novamente e olhou em busca da voz inesperada. Uma moça de cabelos molhados, segurando uma muda de planta, corria em sua direção.

— Vai embora! — ele gritou. — Você não devia estar aqui!

— Eu só vim trazer minha arruda pra, tipo, tomar uma chuvinha… O que ‘cê ‘tá pensando em fazer? — Só então ela percebeu a cadeira de rodas e encaixou as peças. — Cara, que bad trip. Se matar é ruim. Sério. Eu, tipo, entendo um pouco disso.

Tu andou fumando?

— Só um tapinha pra dormir — ela sorriu, sem graça. — Desce daí, desce. Ainda tem um pouco, se você quiser.

— Não curto essas paradas.

— Tranquilo. De boa. ‘Tá precisando conversar? Sou boa nessas coisas.

— Você não sabe o que eu ‘tô passando.

— Não, não sei mesmo. Só se me contar.

— Eu matei minha noiva, porra! — ele desabafou, libertando um grito que estava preso na garganta desde o acidente.

— Olha — ela aproximou-se —, não sei como fez isso, mas parece ter se arrependido. Meu pai matou cinco pessoas e minha mãe se afundou na depressão depois disso. — Estendeu a mão livre para ele. — E eu sou bipolar. — Abriu um sorriso largo. — Podemos fazer terapia de grupo se você quiser.

Mariano então reparou nela pela primeira vez: o cabelo era castanho comprido e estava colado no rosto. Os olhos estavam apertados e vermelhos e o sorriso tinha alguns dentes desalinhados. Aquele era o sorriso mais belo que ele viu no último ano.

— ‘Tá bom. — Ele pegou a mão dela e sorriu de volta. Passou o braço pelo pescoço e ela o ajudou a sentar na cadeira. — Vamos para um lugar mais seco e menos frio.

arvore

Primavera

— Ah, não! — Mariano jogou o controle do Playstation no sofá. Na tela, a imagem de um carro esportivo que, não fosse pelo texto de “ISA WIN” planando no ar, poderia ser confundida com um filme. — Agora ‘tá me ganhando no videogame também.

— Aceite, Mariano — ela sorriu. — Sou melhor que você em tudo.

— É. Infelizmente tenho que concordar.

Ele movimentou a cadeira de rodas para o banheiro e ela ficou apenas observando. Conviviam diariamente há dois meses e a jovem sabia que ele não gostava muito de ser ajudado. Ela aproveitou e foi à cozinha pegar mais duas long necks.

— Isa — Mariano disse enquanto voltava e pegava a cerveja —, quando tu vai visitar sua mãe?

— Ah, não sei. Ela, tipo, não quer ver ninguém.

— Você me ajudou a superar meu trauma. Por que não ajuda a ela?

— É, sou boa nisso — sorriu. — Mas com ela não funciona, sei lá.

— Ah, para! Tu tem que tentar.

— Eu já tentei, tipo, algumas vezes. — Ela tomou um gole. — Então reconhece que te ajudei a curar o seu trauma?

— Ah, vamos jogar outra partida, vamos? — Pegou o controle, sorrindo sem graça. — Dessa vez vou ganhar.

— Reconhece? — ela inquiriu com olhar desafiador.

— ‘Tá bom, ‘tá bom. Eu reconheço. Tu é muito boa nisso também.

— Agora, sim, podemos jogar.

sol

Verão

— Cara, eu, tipo, AMO filmes de super-herói — afirmou Isa, saindo do cinema ao lado de Mariano.

— Incrível como você gosta de tudo que eu gosto — respondeu o rapaz, entusiasmado.

— Aqueles escrotos te zoando que quase estragaram o filme. Queria dar uma porrada neles.

— Deixa pra lá. Esses imbecis não merecem nossa atenção.

— É mesmo. Um bando de trouxas.

— Trouxas? — ele perguntou sorrindo. — Quem fala trouxas hoje em dia?

— Ué, eu falo. Harry Potter também. Algum problema?

— Não, tu é uma figura rara mesmo.

— Rara, não. Especial.

— E humilde. — Ela deu um empurrão de leve nele, virando um pouco a cadeira de rodas de forma que ficassem frente a frente. Gargalharam por um bom tempo ignorando o intenso movimento ao redor. Era um daqueles momentos que, fosse possível, deveria ser congelado e armazenado para ser consumido em dias em que esquecemos o real sentido da palavra “felicidade”.

— Na próxima veremos uma comédia romântica — o rapaz disse quando pararam de rir.

— Ah, não! Ninguém merece comédia romântica — Isa retrucou, tascando-lhe um beijo no rosto.

folhas

Outono

Isa apertou o interfone e o porteiro atendeu. Alguns segundos que pareciam minutos se passaram até que Mariano decidiu intervir:

— Apartamento 405, por favor — disse. — Queremos falar com a Dona Jurema. — A jovem olhou para ele mordendo o lábio inferior. — Diga que a filha dela está aqui.

— OK, podem subir — respondeu o homem do outro lado da linha, após destravar o portão.

No elevador, ele percebeu que a amiga estava vermelha. Parecia estar contendo o ar naquele espaço de tempo em que o ascensor antigo demorava a atingir o quarto andar.

— Calma, Isa. Respira — disse.

— ‘Tô tentando — respondeu ela, arfando.

Tocaram a campainha e, quase no mesmo instante, a porta abriu revelando uma mulher que era a mesma coisa que Isa. Só que trinta anos mais velha, depois de noites sem dormir e meses sem comer. “Os olhos são idênticos”, Mariano reparou.

— Minha filha — a voz da Dona Jurema era muito fraca, quase um sussurro —, finalmente resolveu visitar sua mãe.

— Você não queria receber ninguém — respondeu ela, com a voz presa em algum local desconhecido da garganta.

— Mas você é minha filha. — Mostrou um sorriso amarelo para rapaz. — Quem é o novo namorado?

— Esse é o Mariano. Ele é meu melhor amigo. — Deu ênfase à última palavra.

— Entrem, mas não reparem na bagunça — Dona Jurema convidou.

Bagunça é pouco”. Parecia que um furacão extratropical era o único visitante frequente daquele apartamento. “Tem roupa pendurada até no ventilador”. A sorte é que o ambiente estava tão escuro, com as janelas cerradas com blackouts, que não era possível perceber muitos detalhes.

— O Jonas me ligou esses dias — a mãe disse depois que sentou em um sofá. Isa retirou uma pilha de roupas de outro para que pudesse fazer o mesmo.

— Não estamos mais namorando há um tempão — ela afirmou.

— Ele me contou. Mas disse que voltaria se você quisesse.

— Mãe — Isa brigou —, viemos aqui pra falar da senhora. Por que não sai de casa um pouco? Uma caminhada na praia ia te fazer bem.

— Ah, filha. Não tenho tido muita vontade de andar na rua.

— Quer saber? Amanhã eu venho arrumar essa bagunça, tipo, se a senhora quiser.

— Tudo bem — Dona Jurema disse. — O Jonas tinha combinado de vir amanhã.

— Quanto mais gente melhor. ‘Cê também vem, né, Mariano? — perguntou para o amigo.

— Hum, não vai dar. Tenho prova de Cálculo na sexta.

— Ah, que pena — ela lamentou.

— Vou indo, então. — Ele disse, movimentando a cadeira em direção à porta. — Vocês precisam conversar e eu tenho que estudar pra prova.

— Ah, não! Vou com você.

— Não, tu vai ficar e botar o assunto em dia com sua mãe. Tchau, Dona Jurema.

Mariano fechou a porta atrás de si. De alguma forma muito estranha, parecia que aquele pedaço de carenagem conseguiu reencontrar o doloroso endereço daquela maldita artéria.

nuvem

Inverno

O elevador abriu as portas e Mariano moveu a cadeira de rodas pelo terraço. Não chovia naquela noite, era uma daquelas calorentas do inverno carioca, um anúncio do verão infernal que estava por vir. Teve que aguardar até quatro horas da manhã, quando os últimos convidados da festa que ocorrera ali finalmente foram embora.

Ao atravessar o parquinho, percebeu que a arruda que Isa plantara ali perto havia crescido muito desde o último ano. Passou pela churrasqueira suja com resíduos da festa recém-concluída e alcançou o parapeito. Agarrou com as mãos e sentou-se com as pernas para fora. A dor no peito era muito forte. Pegou o celular e fitou a tela pela última vez.

Fechou os olhos, permitindo que uma lágrima escorresse pelo rosto. Olhou para trás, numa derradeira e inocente esperança. “Hoje ela não vai aparecer, seu idiota”. Observou na rua deserta abaixo um carro solitário estacionando na portaria do prédio. Inclinou o corpo para frente. Queria acreditar que estava ali pelo mesmo motivo de um ano atrás, por ter sido o responsável pela morte da noiva. “Mas ela curou esse trauma”. Ao invés disso, uma imagem preenchia seus pensamentos:

zap

“Vamos joga Uncharted hj?”
“Ahhhh, hj n vai dar. Vou no cinema c Jonas :(”

 

Aposto que foram numa comédia romântica”. Respirou fundo. E soltou as mãos.

***

arvore

Primavera

— Isa, você tem que sair dessa fossa, filha — Dona Jurema disse enquanto elas caminhavam pelo calçadão da praia numa manhã nublada, daquelas muito quentes e úmidas, uma tentativa bastante eficiente dos deuses de simular uma sauna à vapor do tamanho de uma cidade.

— Olha quem fala — a jovem respondeu cabisbaixa.

— Deprimida na nossa família já basta uma — sorriu sem graça e sem retorno. — Sério, filha. Eu preciso de você bem para encarar o que vem pela frente.

— Ah, mãe, desculpa. Eu ‘tô aqui contigo, tipo, do jeito que combinamos, ?

— No início nossos passeios eram mais alegres.

— Mas, mãe, ele se jogou por minha causa, poxa! — Lágrimas brotaram de seus olhos, uma cena que se repetia toda vez que falava desse assunto.

— Você não teve culpa, meu bem.

— Eu não devia ter ido no cinema com o Jonas naquele dia. Ah, como me arrependo disso… — Fitou a outra com olhar desafiador. — Porra, mãe. ‘Cê caiu no papo dele direitinho, hein.

— Desculpa, querida. Eu estava deprimida e temos que reconhecer que ele é um galanteador.

— Muito galanteador. E um galinha filho da puta! — Levou as mãos ao rosto. — Ah, Mariano… Por quê?

Caminharam em silêncio desde então por todo o restante do trajeto. Isa deteriorava-se internamente como se a cada pensamento negativo uma célula de seu corpo morresse e se tornasse tão negra quanto carvão. Ela não comia bem há meses e emagreceu muito. As terríveis manchas negras sob os olhos indicavam também um sono irregular.

— Filha, você não tem que ir lá todo dia — Dona Jurema disse quando chegaram em frente à portaria do prédio dela.

— Eu preciso ir, mãe. Eu preciso!

Despediram-se e Isa arrastou-se até o ponto de ônibus mais próximo. “Como eu queria você comigo”, ela pensava enquanto aguardava a condução. Quando o 435 chegou, a jovem subiu e deu uma nota grande ao trocador, que praguejou antes de entregar o troco. Após sentar-se, ignorando totalmente os xingamentos, ela notou uma frase pintada de Liquid Paper em letra elegante nas costas do banco da frente: “Você é eternamente responsável por quem cativa”. Nunca imaginaria encontrar uma versão da célebre frase de Exupéry num ônibus, mas teve que concordar que aquilo era irritantemente apropriado.

Desceu do coletivo, atravessou a rua e observou por um instante a triste — e inútil — tentativa de tornar a construção que visitaria em algo mais alegre que era. Transpôs o portão de entrada, cumpriu a burocracia e caminhou pelos infindáveis corredores cujo caminho labiríntico tornara-se instintivo com o costume. Quando finalmente avistou aquilo que procurava, o choro já não podia mais ser segurado.

— Bom dia, Isa — uma mulher, ou algo que um dia já foi com uma, disse emocionada.

— Bom dia, Dona Fátima. — Trocaram beijos e abraços tristes por longos minutos. Era um ritual diário das duas, que ali permitiam-se chorar sem represálias.

Após o rito, olharam para a triste cena: um rapaz enfaixado da cabeça aos pés mantido vivo sob ajuda de diversos aparelhos jazia numa cama inclinada de hospital.

— Como a senhora ‘? — perguntou Isa, enxugando as lágrimas.

— Eu ‘tô indo, querida — disse Dona Fátima. — E ele ‘tá na mesma. — Ela morava na Sérvia com o marido, mas voltara para o Brasil assim que soube do acidente — eufemismo utilizado pelos parentes quando se referiam ao ocorrido.

— Pode ir comer. Eu fico aqui com ele um pouquinho.

— Obrigada. — O fardo de interromper a vida para acampar ao lado de um filho enfermo pela segunda vez em três anos — a primeira quando ele sofreu o acidente que o jogara em uma cadeira de rodas —, sem ao menos uma pista de quanto tempo aquilo poderia durar, estava consumindo Dona Fátima ainda mais do que a culpa se encarregava de corroer Isa por dentro.

Ela aproximou-se do amigo e o acariciou no rosto, numa pequena área livre de ataduras e tubos.

— Mariano, me perdoa. Eu te tirei daquele terraço e achei que ‘tava tudo resolvido, que não ia mais querer se jogar. — Refletiu por alguns instantes. — Mas eu não devia ter te deixado. Eu me tornei responsável por você e só hoje percebi isso. — Deu-lhe um beijo carinhoso. — Nunca mais vou te abandonar, Mariano. Eu juro!

Secou as lágrimas e pegou a mão direita do rapaz, cujo braço estava quase tão esburacado como a superfície da lua, só que de crateras causadas por agulhas e não meteoros — porém tão danosas quanto. Então, num daqueles momentos inexplicáveis pela ciência, ela sentiu a mão dele apertando a sua, num gesto sem forças, mas ainda assim certamente voluntário — quase uma carícia.

— Is-Isa? — ele perguntou com uma voz rouca por trás de todo aquele aparato e da garganta seca desacostumada a falar. Os olhos arregalados procuravam entender o que estava acontecendo.

— Mariano?! Meu Deus, Mariano! — ela gritou emocionada. — Fica quieto, não fala nada. Eu vou chamar o médico. — Saiu gritando pelos corredores numa alegria capaz de dar nova cor a cada uma daquelas células enegrecidas pelo remorso.

sol

Verão

— Claro que foi um milagre, seu bobo — Isa disse com tom de deboche para o amigo que receberia alta em poucos dias e já estava livre das terríveis ataduras e tubos. — Não adianta você insistir que não.

— Caramba, difícil te convencer de alguma coisa, hein. Já disse mil vezes e vou dizer de novo: naquele dia tinha feito um sol muito forte e quase todos os apartamentos estavam com o toldo aberto. Eles amorteceram minha queda. E eu caí justo em cima do teto de lona do conversível do Jonas, que amorteceu mais ainda. Não é milagre, é física! — Olhou para ela implorando por concordância. — E sobreviver a quedas assim nem é tão incomum. Um americano sobreviveu a 39 andares!

— Mariano, o milagre está nas coincidências. Por exemplo, se o Jonas não fosse um safado sem-vergonha e a gente não estivesse brigando dentro do carro, ele já teria ido embora. A soma de um monte de coincidências é que faz o milagre.

— ‘ bom, ‘tá bom, desisto — bufou. — O único ponto bom nisso é que eu destruí o carro dele, ?.

— É, sim. Foi merecido. — Sorriu. — Então, quer dizer que já posso perder a esperança de te colocar no Guinness? Perdemos o recorde de maior queda justo pra um americano! — Gargalharam por longos instantes. Mais um momento daqueles que deveriam ser armazenas em garrafinhas, semelhantes àquelas promocionais da Coca-Cola. Com certeza daria um ótimo refresco em dias tristes.

— Ah, como amo o verão! — Mariano suspirou após um curto intervalo silencioso.

— O quê? Não entendi. ‘Cê nem gosta de praia, menino!

— Não, não ‘tô falando disso. É o jogo das estações. — Percebeu a expressão de dúvida no rosto da amiga e já emendou uma explicação: — Minha vida costuma ser assim: boa no verão e uma merda no inverno. Os últimos invernos, então, foram só tragédias!

— Ah, nada a ver isso. Foi só coincidência.

— E agora tu acredita em coincidências?

— Sim, às vezes acredito.

— E no destino?

— Também, às vezes — ela respondeu baixinho, se aproximando dele. Um palmo separava seus rostos. Podiam sentir a respiração um do outro, muito fortes naquele momento. Toda a cumplicidade dos dois naqueles anos difíceis parecia emanar uma energia mais forte que a gravidade, aproximando seus corpos quase involuntariamente.

— E no amor? Você acredita no amor? — Mariano perguntou num sussurro.

— Claro — ela respondeu. — Por que ‘cê acha que eu venho aqui todo dia?

— Sei lá. Culpa? — perguntou com sorriso irônico e coração sobressaltado.

— Ah, seu bobo. — Ela percorreu os últimos centímetros que restavam e beijaram-se apaixonadamente pela primeira vez.

folhas

Outono

— Amor? — Mariano, nu e estirado na cama, chamou a namorada que saía do banheiro vestida apenas de uma camisa com o Johnny Bravo na frente sobre a frase “FAÇO PROGRAMAS” em letras garrafais. Nas costas, o Dexter digitava em um computador com os dizeres “EM JAVA, C# E PHP”. Isa era provavelmente a única menina na Terra que achava graça dessa piadinha da turma Ciências da Computação da faculdade do namorado.

— O quê? — ela respondeu, distraída.

— Vem pra cá. Vamos assistir o próximo episódio.

— Pode ver. Depois me conta.

— Isa, o que houve? — ele disse, sentando-se. Ela nunca o deixava ver sozinho os episódios das séries que gostavam. “Depois vai ficar me contando spoilers”, costumava dizer.

— ‘Tava aqui pensando na condicional do meu pai.

— O juiz já deu?

— Ainda não, mas deve dar em breve. Ele já cumpriu dois terços da pena e teve bom comportamento.

— E sua mãe?

— Então, — ela disse, sentando na outra beirada da cama — ela não ‘tá reagindo muito bem. Nem quis caminhar ontem.

— Chato isso. Isa, tu já, tipo… — tentou escolher bem as palavras —, conversou com ele depois do…

Estava quase desistindo de terminar a frase quando ela emendou rapidamente:

— Não! Não tenho coragem de olhar pra ele.

— E se ele te procurar?

— Ah, sei lá, vou, tipo, fugir dele… — respondeu, com a voz quase se perdendo no meio da garganta.

— E você sabe por que ele fez aquilo? — Pela expressão no rosto dela, percebeu que ultrapassou aquela linha tênue que demarcava a fronteira entre o assunto delicado e o tabu.

— Por que um cara sacaria uma arma e mataria cinco desconhecidos numa igreja, Mariano? — Levantou-se bruscamente. — Ele é louco. Pirado da cabeça! Psicopata! — Pressionou a testa com o indicador. — Porra, que pergunta! — Ela colocou, às pressas, a roupa que usava quando chegou e saiu batendo a porta com força. Tanta força que as ondas do impacto foram capazes de atingir as colunas abstratas que sustentavam a relação do casal, causando uma pequena rachadura. E, como os idosos mais sábios poderiam nos ensinar se prestássemos atenção ao que eles têm a dizer, rachaduras devem ser tratadas rapidamente, pois se forem negligenciadas, podem pôr tudo a ruir.

nuvem

Inverno

O elevador abriu as portas expelindo uma menina aos prantos. Isa atravessou o terraço ignorando a tempestade que caía na cidade há algumas horas, daquelas que alagam ruas e derrubam barracos construídos em encostas ilegais. Lágrimas vertiam em cascata de seus olhos misturando-se às gotas da chuva torrencial. “Maldito jogo das estações!”, pensava desesperada. “Por quê? Por quê? Por quê!?”, sua mente perguntava em um loop interminável. Aproximou-se da churrasqueira, apoiou-se no parapeito, mas as rajadas de vento a desestimularam a continuar. “Eu nem isso consigo fazer”. Levou as mãos ao rosto e passou pelos cabelos, puxando-os com força. Olhou para o céu em busca de algo muito acima das nuvens, dos planetas e das galáxias.

, Deus, por que ‘cê faz isso com a gente? — gritou em voz alta, deixando o corpo cair em posição fetal, sentada com a cabeça entre as pernas. O choro, menor agora, já cedia ao cansaço.

— Isa! — uma voz conhecida gritou longe. — Achei que ia te encontrar aqui.

— Por que ela fez isso, Mariano, por quê? — indagou a moça para o namorado que guiava a cadeira de rodas atravessando as enormes poças que acumulavam-se no local.

— Não sei, meu bem. — Ele aproximou-se e a puxou sentando-a em seu colo na cadeira e envolvendo-a num abraço carinhoso.

Dona Jurema, mãe de Isa, teve uma forte recaída após o marido receber a liberdade condicional, mesmo ele tendo saído da cadeia direto para um avião com destino a Cuiabá, com anuência do juiz, para morar com a irmã, optando por não visitar a mulher e a filha. Na semana seguinte, ela exagerou na dose de antidepressivo, ficou internada na UTI por alguns dias, mas não resistiu. Isa ainda não sabia se ela havia feito isso por ele estar livre, ou por não ter vindo falar com elas.

— É o jogo das estações, amor — ela disse depois de uns minutos de silêncio. — ‘Cê ‘tava certo. Eu entrei no jogo naquele dia que te conheci aqui no terraço. Agora todo inverno algum desastre vai acontecer na nossa vida! — choramingou.

Mariano olhou sério para a amada por longos segundos. A chuva ainda caía insistente, mas já não era mais tão forte. Nesse curto espaço de tempo, ambos olhavam não apenas no olho do outro, mas em algum ponto profundo da alma. Eles não perceberam, mas ali nascia uma ligação que muito raramente ocorre entre duas pessoas. Naquele momento, eles trocaram alianças invisíveis que os manteriam unidos por toda a vida — e além.

— Isa, meu amor — ele disse, carinhoso. — Não existe um jogo das estações. É só uma parada doida que eu criei com a minha mente perturbada.

— Mas…

— A vida é igual a uma partida de videogame: a cada fase que a gente passa, enfrenta desafios mais difíceis. Quanto maior o desafio, melhor é a vitória. Tu sabe como foi difícil até a gente namorar. — Deu um selinho nela. — E isso fez com que nosso amor fosse ainda mais forte, ?

— É. Eu fui, tipo, uma fase bem difícil pra você… — ela afirmou com um sorriso tímido no rosto.

— Sua mãe resolveu desistir de jogar, igual a mim no ano passado. Hoje eu entendo que fazer isso é a mesma coisa que abandonar um jogo bom por causa de uma fase complicada. Acaba perdendo as boas recompensas que viriam depois.

— Mas ela não podia ter se matado assim…

— Não, não podia. Mas como tu mesmo me ensinou: não adianta se culpar. Tu fez o possível e o impossível e ainda assim ela desistiu de jogar. É triste, muito triste, mas o nosso jogo continua. E não deve ser coincidência que temos um verão para cada inverno.

Ela o examinou como se estivesse vendo outra pessoa na sua frente.

— Mariano Ribeiro, o que aconteceu com você? — O sorriso já vinha mais fácil.

— Comigo? — Olhou para ela com muito carinho. — Eu só me apaixonei por uma menina doida que me fez ver o mundo de outra forma.

— É, meu amorzinho, você tem que admitir que eu te fiz muito bem.

E se beijaram longamente, de uma forma que somente casais apaixonados são capazes. Um beijo daqueles que marcaria para sempre a história dos dois. Ainda teriam pela frente algumas desgraças, mas muitos momentos felizes em troca. E, mesmo que eles não reparassem, essas boas ocasiões ocorreriam, em sua esmagadora maioria, em dias cinzentos e chuvosos de inverno.

43 comentários em “Jogo das Estações (Leonardo Jardim)

  1. Leonardo Jardim
    7 de novembro de 2015

    Estou comentando aqui tentando fazer uma resposta geral.

    Primeiro quero agradecer a todos os comentários recebidos. Dos mais completos aos mais diretos, dos positivos aos negativos. Todos eles são muito importantes para o meu aprendizado. É chover no molhado (ou chorar numa tempestade) dizer que esse feedback vale mais que qualquer nota ou posição.

    Agora vamos aos principais pontos comentados (e não podia deixar de usar imagens para ilustrá-los):

    👄) Concordo que exagerei nos vícios de linguagem dos personagens. Cansaram até a mim como revisor. Tirei alguns, mas podia ter tirado mais.

    🏢) Eu não sabia como a história continuaria se passasse de fase. Tinha combinado comigo mesmo que se passasse, Mariano sobreviveria. Alguns acharam ruim a justificativa dada e as coincidências. Tá bom, concordo que ele cair justo no carro do Jonas foi forçado (novelesco, como disseram). Mas o lance dos toldos ainda acho que faz sentido. Quem tem apartamento com sol da tarde batendo nas janelas, como eu, sabe como é importante manter o toldo aberto para não fritar dentro de casa. De noite esfria um pouco e usamos ar condicionado, os toldos continuam abertos. Tenho vários exemplos de prédios que funcionam assim, inclusive o meu. E, com vários abertos, a queda dele seria muito amortecida.

    👩) Pensando bem após ler todos os comentários, acho que o problema maior da segunda fase, o motivo dela ter ficado muito abaixo da primeira, foi eu ter decidido mudar o foco da narrativa para Isa. Queria desenvolver mais ela, os problemas dela com a família, mas acabei deixando Mariano muito escondido e ele era o personagem mais forte. Não tinha Isa tão na minha mão como tinha Mariano.

    💬) Decidi, como uma experimentação, fazer o conto em cima de diálogos, com cenas mais fortes apenas no início e no fim (nos invernos). Na segunda fase mantive a mesma estrutura. Como alguns comentaram, com menos narração que diálogos, perdemos um pouco a carga dramática que o conto possui.

    🌞) Alguns não sacaram: a principal ideia por trás da trama é que para cada inverno (período difícil) existe um verão (bom momento). Só que esquecemos dos verões e exageramos os problemas do inverno.

    💑) Por fim, o final novelesco, sabrinesco, com lição de moral: eu costumo não gostar desse tipo em contos, mas o objetivo era passar o crescimento de Mariano, a forma como ele passou a entender o mundo. Também teve a ideia de que os papéis se inverteram. Isa ajuda Mariano na primeira parte e o contrário na segunda. Talvez tenha exagerado um pouco, mas não sei se mudaria muito isso. Acho que peguei tanto carinho por ele, que queria me despedir dele com um final feliz.

    Grande abraço a todos! ☺

    • Evandro Furtado
      8 de novembro de 2015

      Posso dizer, Leo, que curti mais a primeira parte também, mas gostei da continuação. Acho que é natural que finais trágicos sejam mais catchy (não encontrei palavra em português pra isso). Engraçado que o seu “final feliz” não ficou tão clichê. Como já disse no meu comentário, admiro o que você fez aqui com as estações, você achou o tom certo pra isso. Enfim, que venha o próximo desafio pra que a gente possa se divertir mais, he he.

      • Leonardo Jardim
        8 de novembro de 2015

        Obrigado, Evandro. Como já disse no grupo, opiniões como a sua já valem à pena ter escrito o texto.

        Grande abraço!

  2. Fabio D'Oliveira
    5 de novembro de 2015

    ☬ Jogos das Estações – Final
    ☫ Eurípedes

    ஒ Físico: O estilo continua simples e cativante. A estrutura do conto poderia mudar, quando se trata das estações, para criar uma diferença mais atrativa. Assim está bom, mas a repetição da ideia deixa o texto mais feio. Fora isso, o texto está muito bem escrito e desenvolvido. Parabéns!

    ண Intelecto: Então, a primeira parte ficou muito envolvente, mas a segunda não acompanhou o ritmo. Temos a solução do problema criado no segundo verão. E o novo problema não cativa. Se o texto envolvesse o drama entre os personagens até o final, poderia ficar mais acessível. Mostrando, também, que o inverno não vem acompanhado apenas de tragédias. É o fim do ciclo da natureza para nós, brasileiros, mas o fim, às vezes, vem acompanhado com belos frutos. Um adendo, que fiz na primeira avaliação, a Isa tem mania de linguagem. O verossímil, nessa questão, é que a pessoa troque de mania com o tempo. Isso contribui com a sua superficialidade dos personagens, que apesar de serem concisos, parecem ser marionetes na mão do autor.

    ஜ Alma: Ainda me encontro indeciso quando se trata do tema. Parece-me que não está dentro do tema. Adaptar o conto na nossa realidade não diz respeito ao cotidiano, pois até alienígenas possuem suas rotinas. É uma pena, pois o conto me agradou muito…

    ௰ Egocentrismo: O texto me agradou bastante, mas gostei mais da primeira parte. O conflito que foi criado no conto inteiro foi resolvido muito rápido e o autor escolheu uma trama fraca para finalizar seu trabalho. Essa foi sua maior falha. É inegável que o texto é bom, muito bom, mas poderia ter terminado no segundo verão.

    Ω Final: Texto bem escrito, onde o autor adota um estilo simples e cativante. O conflito principal do texto é resolvido rapidamente, colocando uma dúvida na mente do leitor. Não seria melhor a morte do Mariano? Sem mencionar que os personagens possuem um ar superficial. Para finalizar, o conto está fora do tema do desafio, infelizmente.

    ௫ Nota: 7.

  3. G. S. Willy
    5 de novembro de 2015

    Conto muito rápido de se ler, devido aos bons diálogos e a dinâmica entres os protagonistas. Mesmo que algumas vezes o conto soe infantil e simplório, ele consegue segurar o leitor até o fim.

    Uma dica ao autor é ter dado mais ênfase a questão do inverno sempre vir com coisas ruins, algo como ao longo da trama isso ser mais mencionado, fazendo assim com que o leitor receie quando lê inverno na abertura da cena.

  4. Bia Machado
    5 de novembro de 2015

    Não gostei da continuação. Dificilmente digo isso de um texto, mas pra mim teve vários clichês nessa continuação, e mal aproveitados. Muita explicação sobre o motivo de ele ter sobrevivido, diálogos meio rasos, muita gíria como marcação, fazendo a coisa ficar excessiva, acho que a quantidade poderia ser menor… Enfim, o conto não me agradou na primeira e nem na segunda parte. Boa sorte no concurso.

  5. rsollberg
    5 de novembro de 2015

    Caro (a), Eurípedes.

    Esse conto viaja pelo positivo e negativo sem nenhum pudor. Fundo do poço e céu. São tantas reviravoltas que você fica alternado sorrisos e lágrimas. Do drama ao fofo dependendo das estações.

    Ademais, o autor alterna muito entre cenas do cotidiano e eventos completamente aleatórios, sim, claro, com o aval das coincidências e do tal jogo das estações. De qualquer modo, em algumas partes, fiquei com a sensação de “formação de barra” como por exemplo a queda sobre o carro de Jonas.

    Outro ponto a destacar é que o conto basicamente é sustentado por diálogos. Uns são muito bons, levam a história pra frente, trazem peculiaridades, são afiados. Outros parecem estar ali só para constar.

    O histórico dos personagens foi bem desenvolvido, ainda que algumas vezes pareça que há um excesso, dando um ar mais novelesco. Mariano e Isa formam um casal interessante e possuem forte apelo.

    Bem, como você pôde notar, esse texto me dividiu bastante, embora tenha visto mais acertos que erros. Portanto, parabéns e boa sorte.

  6. Felipe Moreira
    2 de novembro de 2015

    Plotwist intenso. haha O conto é bom, mas preferi a primeira parte. A segunda demonstra um pouco a necessidade de final feliz quase novelesco, embora ainda muito bem escrito. Não há problema algum com a narrativa, nem com o próprio Mariano. A expectativa é que ele estivesse morto e a consequência disso na vida de Isa e os outros fizesse um texto mais consistente. No entanto, é mera opinião pessoal. Não significa de forma alguma que o trabalho esteja ruim.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  7. Jefferson Lemos
    31 de outubro de 2015

    Olá, autor (a).

    Gostei da história contada. O cotidiano se fez presente em cada linha, em cada estação. Acho que, até agora, esse foi o conto mais cotidiano que li. Talvez pela “lição de moral” no final, talvez pelos altos e baixos, ou até mesmo pelo fato de ser contínuo e mostrar que sempre haverá momentos ruins; mas o fato é que o tema está entranhado aqui.
    A narração também é bacana. Está bem escrito e bem contado, e mesmo tendo esses saltos entre um arco e outro, não deixa a desejar no enredo.

    Com certeza é um bom conto. Parabéns e boa sorte!

  8. Thata Pereira
    29 de outubro de 2015

    Escrevi uma vez um livro sobre anjos que seguia o mesmo esquema desse conto. Acho muito legal, adoro trabalhar em cima das estações. Não sei se o fato de deixá-las tão explicitas aos personagens me agradou, mas torna-se um gosto pessoal. É a única coisa que EU alteraria no conto.

    Eu ia falar que me incomodou muito Isa ter descoberto o amor que sentia pelo menino após o acidente, mas depois parei para pensar e cheguei a conclusão de que isso é muito comum. Aquilo de “só damos valor quando perdemos”.

    Amei essa parte: “Tanta força que as ondas do impacto foram capazes de atingir as colunas abstratas que sustentavam a relação do casal, causando uma pequena rachadura. E, como os idosos mais sábios poderiam nos ensinar se prestássemos atenção ao que eles têm a dizer, rachaduras devem ser tratadas rapidamente, pois se forem negligenciadas, podem pôr tudo a ruir”.

    Boa sorte!!

  9. Gustavo Aquino dos Reis
    28 de outubro de 2015

    Autor(a), teu conto beira a perfeição. Temos aqui uma história de amor e superação. Devo salientar que, na minha opinião, a primeira parte se sobressaiu em muito da segunda. Mas, em nada esse fato tira o brilho de tua criação. Gostei bastante.

    Porém, por conta de outros trabalhos que remetem à esse mesmo paradigma afetivo do certame (relacionamentos amorosos) o mérito de originalidade da história ficou aquém do esperado.

    Temos, em suma, um história “fofa” com uma escrita brilhante. Nada mais, nada menos.

    Parabéns pelo conto, de verdade.

  10. Tiago Volpato
    27 de outubro de 2015

    Foi uma história bem bonita. Você escreve bem e soube fechar bem o enredo, construindo um texto bem lógico. A parte dois casou muito bem com a parte um, mostrando que você realmente pensou na história como um todo. Quanto ao enredo, não sou muito fã de histórias de sentimentos (:P), mas isso é pessoal, não tira o brilho do texto.
    Te desejo boa sorte no desafio, seu texto está entre os melhores.

  11. piscies
    24 de outubro de 2015

    Hummm… gosteeeei….e não gostei. Hahahaha!

    A história é boa mas a execução não me agradou muito. Acho que uma história tão recheada de sentimentos fortes assim – tristeza, depressão, amor, paixão, ciúmes, desespero… – precisa de uma narrativa com força proporcional. Infelizmente, por ser recheada de diálogos, a narrativa deixou a desejar neste quesito. Vemos muita história e conhecemos pouco os personagens.

    Por exemplo, gostei da Isa mas achei que esse jeito ‘moleque’ dela ficou só nos diálogos. Não senti tanto assim nela esse ‘jeito nerd’ que algumas raras garotas têm.

    Outro exemplo: o desespero de Isa no meio da tempestade não foi muito palpável. Por outro lado, os sentimentos de Mariano quando se jogou do prédio foram bastante nítidos (o toque da mensagem no whatsapp ficou bem legal!)

    Talvez por tentar cobrir o espaço de anos em tão poucas palavras, a narrativa acabou deixando todas estas coisas a desejar. Mesmo assim, a ideia é boa e a história tem potencial.

    Boa sorte!

  12. Anorkinda Neide
    24 de outubro de 2015

    Ahh que bom, vc o salvou!! Obrigada ! 🙂
    Que romantiquinho…kkk
    Amei muito! Os personagens são cativantes de verdade, é o meu segundo conto mais queridinho! Aqui justificou-se plenamente a necessidade de continuação, senão o rapaz ficaria mortinho em nossas imaginações.
    Parabéns pelo conto
    Abraço

  13. Pedro Luna
    23 de outubro de 2015

    Então, autor ou autora. Sinceramente, achei Isa uma baita de uma sem noção. Comportamento típico de algumas garotas. Bota o mané na friendzone (Mariano) e vê qual é com o galinha galanteador (Jonas). Se não dá nada certo com o galinha e pra ajudar, o mané sofre um acidente, ela decide se redimir e ficar com o mané. Porém, assim é a vida e você a retratou bem. Só não gostei mesmo da cena onde ela e a mãe conversam, logo após Mariano ter se jogado. Achei que faltou peso e emoção ali. De resto, foi um conto bacana, onde você conseguiu me fazer acreditar no casal, apesar de com receios. Não vai ficar entre meus preferidos, acredito, pois prefiro historias mais fortes. A segunda parte foi bacana pela explicação do título. Parabéns.

  14. catarinacunha2015
    22 de outubro de 2015

    Parte II: Mantenho a nota do TÍTULO e os subtítulos ficaram charmosos(2/2) e do TEMA (2/2). O FLUXO perdeu intensidade (1/2) e a TRAMA teve que se reinventar para dar corpo. Teve até que matar a sogra e criar um serial killer (1/2). Se fosse novela ou um seriado americano estaria ok. Esse FINAL morninho não parece ser continuação da primeira parte (1,5/2). Total 7,5

  15. Evandro Furtado
    22 de outubro de 2015

    Tema – 10/10 – adequou-se à proposta;
    Recursos Linguísticos – 10/10 – texto muito bem escrito, sem problemas;
    História – 10/10 – muito bem desenvolvida;
    Personagens – 10/10 – fisicamente bem descritos, psicologicamente densos;
    Entretenimento – 10/10 – texto fluido que prende o leitor;
    Estética – 10/10 – sinto que você poderia continuar essa brincadeira das estações pra sempre. A maneira como trabalhou cada momento foi precisa, muito bem feita.

  16. Fabio Baptista
    20 de outubro de 2015

    Putz… infelizmente estava esperando muito (esse foi um dos meus contos preferidos da primeira fase) e me decepcionei com a continuação.

    A escrita se manteve em alto nível, mas aquela aura de doçura se perdeu um pouco com situações meio forçadas. Nem falo tanto pelo Mariano ter sobrevivido, mas por ter caído bem em cima do carro do Jonas e tal.

    O final também ficou com cara de liçãozinha de autoajuda e terminou de quebrar o clima. Não vou baixar tanto a nota por causa da primeira parte e pela qualidade de escrita.

    NOTA: 8

  17. Rubem Cabral
    20 de outubro de 2015

    Olá, Eurípedes.

    Gostei da continuação, do Mariano não ter morrido e deles terem, enfim, começado um namoro. Há umas poucas coisas por arrumar no texto, feito “que deveriam ser armazenas em garrafinhas”…
    Curiosas algumas escolhas das histórias do background dos personagens: mãe que vive na Sérvia, pai da Isa ter assassinado cinco pessoas, etc.

    Um bom conto! Nota 7,5!

  18. Brian Oliveira Lancaster
    20 de outubro de 2015

    EGUAS (Essência, Gosto, Unidade, Adequação, Solução)

    E: A atmosfera geral ainda continua no estilo comedia romântica, o que não é ruim, pois dá o tom leve que o enredo precisa para prosseguir. – 8,0.
    G: Gostei particularmente das divisões em estações do ano. Criativo e faz todo o sentido para a história – que corre em algumas partes, mas é possível entender e compreender os sentimentos envolvidos. O final tem um jeito de lição de moral que não se encaixou tão bem quanto o restante. – 8,0.
    U: Escrita leve, sem grandes floreios, mas convincente e atual. – 8,0.
    A: É um estilo diferenciado de se contar, pegando um ponto de vista mais feminino, o que caiu muito bem. – 9,0.
    S: Achei algumas partes apressadas, mas a divisão “metafórica” cumpre bem seu papel. – 8,0.

    Nota Final: 8,2.

  19. Rogério Germani
    18 de outubro de 2015

    Olá, Eurípedes!

    Gostei da técnica e do vocabulário mantidos na 2ª etapa do conto. Mas um ponto foi crucial para desaprovação da sequência: ressuscitar o protagonista que cai de um prédio apenas para criar um par romântico no final da trama não me convenceu:

    “— Caramba, difícil te convencer de alguma coisa, hein. Já disse mil vezes e vou dizer de novo: naquele dia tinha feito um sol muito forte e quase todos os apartamentos estavam com o toldo aberto. Eles amorteceram minha queda. E eu caí justo em cima do teto de lona do conversível do Jonas, que amorteceu mais ainda. Não é milagre, é física! — Olhou para ela implorando por concordância. — E sobreviver a quedas assim nem é tão incomum. Um americano sobreviveu a 39 andares!”

    A explicação não funcionou para sustentar a ressurreição do personagem Mariano. Se de fato houve um sol muito forte que obrigou os condôminos a abrirem os seus toldos, por que deixaram os toldos abertos também à noite? A própria física serve para provar que é inválido o argumento do protagonista: Quanto maior for a área maior é a quantidade de calor que irá fluir num determinado tempo. Ou seja, para maior ventilação e redução do calor, os toldos, com certeza estariam recolhidos na noite do suicídio.

    Boa sorte!

  20. Claudia Roberta Angst
    18 de outubro de 2015

    Conto fofo! Não que o cotidiano apresentado tenha sido leve,mas o final dissolveu qualquer carga mais traumática. Em dúvida quanto à autoria, mas apostando em alguém romântico. Tem uma pegada de autoajuda, mas de leve, nada que aborreça o leitor.
    Interessante como o tema do desafio levou muitos a escreverem abordando depressão, melancolia e suicídio. Alguém já tinha mencionado esse fato,mas agora me dei conta disso.
    Gostei bastante do título e das divisões da narrativa. Coisa de gente cuidadosa, atenta aos detalhes,querendo criar uma história sem muitas farpas ou pontas sobrando.
    Diria que o (a) autor(a) do conto tentou mesclar acontecimentos tristes e felizes na trama, mas tendendo a um final feliz, meio Pollyanna. Quem não prefere um happy end?
    O começo mais dramático,com tom de cinza chumbo, perdeu-se em passagens do cotidiano jovem e solar dos personagens. Dependendo do dia, isso pode frustrar alguns leitores.
    Não encontrei deslizes na revisão que saltassem aos olhos.
    Boa sorte! 🙂

  21. Renato Silva
    30 de setembro de 2015

    Olá.

    Olha, achei bem interessante a forma como dividiu sua narrativa em estações do ano, em analogia às fases na vida de Mariano. Há muitos anos, venho bolando uma estória que será dividida como estações do ano; quando vi o teu conto, achei bacana.
    Achei interessante também o uso de alguns recursos visuais para ilustrar o texto. A mensagem enviada por Isa poupou um bom número de caracteres. Uma jogada interessante; ponto pela criatividade.

    Vamos aos pontos negativos:

    Não gostei do final. Muito forçadinho o cara tentar se matar novamente só porque (acredita que) levou um pé na bunda. Que seja um pé na bunda, suas tragédias foram muito maiores para querer se matar novamente. Penso que o final estragou um pouco o conto, mas você pode salvar durante a continuação.

    Confesso que não gostei muito desse casalzinho; parece aquele casal “Eduardo e Mônica” da banda Legião Urbana. A Isa não me pareceu a garota mais apropriada para ficar com um cara como o Mariano.

    Deixando claro, tendo gostado ou não dos personagens não irá influir em minha nota. Já o final “forçado”, sim: menos meio ponto.
    No mais, leitura agradável e certinha.

    Boa sorte.

  22. Gustavo Aquino dos Reis
    30 de setembro de 2015

    História comovente, permeada de uma escrita excelente. Notei que muitos contos desse desafio associaram o tema do certame “cotidiano” à experiências amorosas ou pseudo-amorosas conferido um enredo um pouco batido nessa edição. Quisera eu que todo o cotidiano fosse centrado em temáticas tão amenas, poéticas e prenhes de beleza.

    Gostei do trabalho. Parabéns.

  23. catarinacunha2015
    30 de setembro de 2015

    TÍTULO elegante, gostei (2/2). O TEMA foi bem abordado colocando uma linha tênue entre o cotidiano e a morte (2/2). A passagem das estações conseguiu impor um FLUXO retratando uma rotina corriqueira de um relacionamento intenso (2/2), o que manteve a dramaticidade da TRAMA e a fragilidade das relações (2/2). Se não houvesse continuação eu daria 10, mas essa última frase “E soltou as mãos.” Fez o FINAL definitivo (1/2) – 9

  24. Lucas Rezende
    30 de setembro de 2015

    Olá,
    Tem apenas uma coisa que me incomodou no conto, mas tá tão foda que nem faz diferença. Mariano mudou de ideia muito fácil, estava tão decidido. Mas o restante da história realmente dá aquela cutucada onde todo mundo tem aquela carenagem presa.
    A forma como foi escrito ficou muito bom, por estações. Tanta coisa aconteceu em um ano e lá está Mariano de novo. Visivelmente a morte da noiva e a perca de Isa foi demais para ele. Parabéns.
    Boa sorte!

    Nota: 10

  25. Thata Pereira
    28 de setembro de 2015

    Adorei a frase do final. Eu gostei do conto e as mudanças que eu faria são bem pessoais mesmo, como falar melhor sobre o desenvolvimento da relação dos dois personagens, talvez trabalhando melhor os sentimentos entre os diálogos ou, até mesmo, tornando-os menos diretos. Mas, como disse, isso seria uma forma minha de escrever o conto.
    Os diálogos ajudam na leitura e para quem lê em um blog, pensar neles é algo muito bacana. Gostei do modo como o autor explorou o jeito jogado dos personagens falarem, só queria ver mesmo os sentimentos de Mariano mais evidentes.

    Boa sorte!!

  26. Bia Machado (@euBiaMachado)
    28 de setembro de 2015

    Emoção: 2-2 – Me envolvi com a história e não acreditei nesse final, espero que o conto passe, assim ficarei sabendo o que aconteceu depois. Espero que seja alguma “pegadinha”, rs…

    Enredo: 1-2 – Foi crível pra mim ele querer se matar por conta do que aconteceu com a noiva, mas o motivo do final do conto… Me soou meio forçado. Achei que as coisas aconteceram de forma muito rápida… Inseriu diálogos para deixar mais natural, mas acho que acabou surtindo efeito contrário. Também não entendi a questão das estações…

    Construção das personagens: 1-2 – São simpáticos, mas algo na Isa me incomodou. Achei-a meio rasa, e aquele “tipo” me incomodou. Tá, eu sei que muitos jovens têm esse “tique”, mas assim, em meio ao conto, achei excessivo. E até desnecessário.

    Criatividade: 1-2 – Não achei criativo, acho que o desenvolvimento foi rápido e faltou um algo a mais.

    Adequação ao tema proposto: 1-1 – Acho que está adequado, sim, mas de uma forma bem sutil, foca mais em um episódio da vida, na relação entre eles e acredito que isso seja tratar do cotidiano… =)

    Gramática: 1-1 – Pra mim, ok!

    Trecho destacado: “No inverno anterior, numa noite chuvosa como aquela. Ele no carro, cantando em voz alta. As imagens eram somente borrões. Sua noiva, ao seu lado, apenas uma pintura impressionista.”

  27. Gustavo Castro Araujo
    26 de setembro de 2015

    Bom conto. A narrativa me fez lembrar de duas histórias que gosto muito. A primeira está no livro “O Testamento”, de John Grisham, que inicia com uma cena de suicídio bastante semelhante à que você retratou – o salto de um prédio, no caso, executado por um milionário. A outra é ainda melhor – um filme de Frank Capra, “Adorável Vagabundo”, se não me engano. Apesar desse título infeliz (culpa da “tradução” brasileira que achou melhor esse do que o original “Meet John Doe”, que seria “Conheça Zé Ninguém”), a história é emocionante, com o protagonista – o vagabundo, interpretado por Gary Cooper – chegando ao fim decidido a saltar de um prédio para acabar com a angústia que sente por ter sido explorado por uma repórter ambiciosa.
    Creio que neste conto você conseguiu algo parecido. Observei as nuances da personalidade de Mariano, ele sim bipolar, no instante em que é salvo e, depois, quando decide pôr fim a tudo. Foi bem construído o personagem, sem dúvida, ainda mais quando consideramos o limite de duas mil palavras para esta fase. Torci o nariz para os diálogos, porém. Percebi que você tentou emprestar um ar informal às conversas, mas o excesso de “tipo” e “tu” cansaram um pouco. No início até gostei, mas depois de tantas repetições foi difícil evitar aquela sensação de cena repetida à exaustão. Enfim, ficou um tanto artificial – o ponto fraco do texto.
    De todo modo, o conto é bom e, imagino, não terá dificuldades em passar à próxima fase. Estou curioso para saber o que vem por aí. Parabéns.
    Nota: 8

    • Gustavo Castro Araujo
      2 de novembro de 2015

      Retomando…
      Rapaz, esperava mais deste conto, sinceramente falando. A primeira parte foi muito boa, especialmente pelas cenas de suicídio – ou de tentativa — me deixando bem curioso sobre o que viria a seguir. A decepção se deu por conta da opção novelesca. Mariano não morreu: foi milagrosamente salvo por uma sucessão de toldos e, a-há, pelo carro de Jonas que estava exata e coincidentemente abaixo do local de sua queda. Nem Dan Brown em “Anjos e Demônios” pensaria numa solução assim. O fato de Isa ter se arrependido do que fez, ou melhor, ter posto a mão na consciência e se rendido ao amor de Mariano até que ficou OK. O problema foi ter ressuscitado algo que só fora mencionado de passagem na primeira metade, o pai de Isa, que havia sido preso por homicídio. Nessa segunda metade, do nada, esse fato ganha uma importância enorme, tornando-se o veio principal da trama. Ou seja, abandona-se todo o contexto referente ao amor próprio de Mariano e à dificuldade que ele tem em se aceitar como deficiente, para mergulhar-se num assunto que mal fora abordado. Desculpa, mas ficou novelão demais… Nesse contexto, a morte da mãe de Isa pareceu bastante conveniente para reforçar a depressão da garota. Não gostei do fim tampouco. A mim pareceu piegas, lembrando livros de auto ajuda com aquelas mensagens pasteurizadas tipo “o amor venceu”. E então se beijaram… Um tanto sabrinesco, se permite o uso da expressão.
      Perdoe-me, caro autor, se pareço um tanto mal humorado ou severo demais em minha análise. É que a premissa da primeira parte e o esmero com que foi escrita elevaram bastante minha expectativa. Somado a isso, a habilidade da escrita, o bom uso das palavras e a trama proposta – um deficiente suicida com dificuldades em se aceitar (cara, isso é muito foda!) – contribuíram para que eu imaginasse algo completamente diferente no desfecho, algo que aprofundasse a loucura de Mariano, que me fizesse navegar e penetrar em sua mente perturbada. Quando vi essa proposta água com açúcar não pude deixar de me decepcionar. Contudo, vamos lembrar que essa é uma percepção estritamente pessoal. Estou seguro de que outros leitores poderão apreciar sua criação. Não se pode contentar todo mundo. Sei bem o que é isso, rs
      De todo modo, não posso deixar que minhas reservas quanto à segunda metade contaminem a avaliação no geral. Há construções muito inspiradas como p.ex, “não deve ser coincidência que temos um verão para cada inverno”. Vale dizer, no cômputo total, especialmente devido à primeira parte, o conto continua agradável, ainda que longe de ser brilhante.
      Nota final: 7,0

  28. Tiago Volpato
    25 de setembro de 2015

    O conto está muito bem escrito, segue um ritmo bom até o seu final. O conto tá bem fechadinho, acho que não precisa de um segundo texto. A minha crítica talvez seja essa, acho que num modelo de dois textos, faltou um gancho para o próximo.
    Abraços e boa sorte.

  29. Pedro Viana
    23 de setembro de 2015

    O conto é bom. Não o avalio como excelente, mas gostei.

    Como pontos positivos, destaco a construção de personagens (poucas vezes vi nesta competição um contato inicial tão bem feito quanto o seu), o timer da história (divisão temporal muito bem escolhida), os diálogos (bem próximos ao cotidiano real) e alguns recursos estéticos que achei super legais, como a mensagem do whatsapp (quando vi, exclamei um “porra, que foda”).

    O grande ponto negativo, que me fez não se envolver tanto na história quanto eu gostaria, foi a falta de ousadia (“tomperô”, diria o Jacquin). O conto se esbarrou em alguns clichês e se encaminhou para um final que eu consegui previr logo no meio.

    Minha nota é 7. Não sei o que você planeja para a parte 2, mas caso consigo chegar lá, lerei sua história com um sorriso no rosto. Meus votos de sorte!

    Abraços!

  30. Anorkinda Neide
    23 de setembro de 2015

    Ah.. que triste… que lindo pq triste… rsrsrs
    Uma linguagem bem informal, mas gostosa de ler e toda corretinha. Parabéns.
    Ah… torci tanto pra um final feliz, pq coincidentemente uma amiga minha está namorando um cadeirante, então pensei num final feliz… quem sabe, não é? na continuação…^^
    O único ‘senão’ que eu vejo é que não coloco este conto no tema ‘cotidiano’, vc narrou um acontecimento envolvendo os dois personagens, mas não é todo o dia que o rapaz ameaça suicídio, não é todo dia que a moça visita a mãe ou reata com o ex-namorado… Mas por outro lado, a gente se envolve com situações cotidianas destes personagens, numa perspectiva de que não necessariamente a rotina é sinônimo de cotidiano mas as ações comuns e correntes da vida mesmo… é me fez pensar e não vou tirar pontos por conta disto.
    O final fecha o conto perfeitamente e ao mesmo tempo, como estamos torcendo pelas continuações, tb ficamos imaginando o que virá, o que impediu aquele pulo. 😛
    Abração ae até a segunda fase

  31. pythontrooper
    22 de setembro de 2015

    Um conto bastante “bonitinho” e, ao mesmo tempo, capaz de tocar em temas mais profundos. Senti falta de maiores descrições dos personagens. Bom uso do português e do vocabulário. Me incomodou a presença de recursos visuais quando o texto deveria ser o único foco.

  32. Maurem Kayna
    21 de setembro de 2015

    Funcionou bem pacas! Também quero ver esse autor na segunda etapa do desafio. A narrativa envolve, gera empatia com as personagens e o ritmo está redondinho. No aguardo da próxima primavera…

  33. Brian Oliveira Lancaster
    21 de setembro de 2015

    Curioso. Um texto com clima romântico misturado à tragédia. Você conseguiu conduzir de forma bastante leve, empática. As figuras foram bem escolhidas, não só pelo título, mas como separadores de tempo. Melancólico e bem atual.

  34. Felipe Moreira
    20 de setembro de 2015

    Não esparava por esse final. Aliás, eu até imaginava, mas evitei pensar. Todos os contos que li até agora me deixaram com vontade de ler a sequência. haha

    Está bom o conto, bem fluído. Gostei dos diálogos, todos pareceram honestos. Mariano e Isa são figuras que se completam por várias razões, afinal.

    Parabéns pelo trabalhoe boa sorte no desafio.

  35. Fabio D'Oliveira
    18 de setembro de 2015

    ☬ Jogo das Estações
    ☫ Eurípedes

    ஒ Físico: O estilo simples me cativou por completo, assim como o fara com muitos leitores. O bom nesse estilo é que agrada quase todos, exceto os excêntricos, que estão perdidos no mundo subjetivo que eles criam. A narrativa está natural. E a estrutura física inteira está bonita e bem alinhada. Isso denota, ao meu ver, que o autor não tem apenas uma habilidade aguçada, como também tem talento. Parabéns!

    ண Intelecto: É uma bela estória de romance, onde o protagonista, infelizmente, fica preso na famosa friendzone. Se é por culpa dele, nunca saberemos, pois não é possível nos aprofundarmos na estória. Atento ao autor para tomar cuidado com algumas coisas quando se trata da criação dos personagens. Isa tem a mania de linguagem “tipo”, que é usado no decorrer do texto. Vale lembrar que toda mania de linguagem da juventude dura muito pouco. O tempo de um ano é muito para ela continuar com a mesma mania. O mais crível seria ela perder essa mania e adquirir uma nova, como acontece na nossa realidade.

    ஜ Alma: O cotidiano é apresentado apenas duas vezes, quando os personagens estão jogando videogame e assistindo um filme no cinema — esse último, então, depende muito do ponto de vista. As outras partes, no entanto, tratam claramente de uma quebra na rotina. Ao meu ver, o texto não se encaixou no tema do desafio. Não teve foco. No entanto, o peso emocional do conto faz qualquer leitor mais sensível querer ver uma continuação, apesar da falta de um gancho forte.

    ௰ Egocentrismo: Adorei o texto. A carga emocional me conquistou e gostaria de ler a continuação. Parabéns!

    Ω Final: O estilo simples e sensível irá conquistar muitos leitores. A estória tem um grande peso emocional, tendo assim um forte poder de atração para uma continuação. No entanto, não acredito que o texto tenha se encaixado na temática proposta.

  36. Fabio Baptista
    16 de setembro de 2015

    Caramba… esse texto me surpreendeu. No começo dá impressão que vai ser a maior água-com-açúcar… e na verdade é (uma água com açúcar com suicídio e final triste, é verdade), mas meu… se toda água-com-açúcar tivesse esses diálogos, tava ótimo!!! kkkkkk

    Lembrou-me um pouco “500 dias com ela”. Uma ideia simples, mas muito bem executada.

    Os personagens foram muito bem retratados, a construção do relacionamento, os dramas pessoais. Esse “amigo” destacado ao apresentar Mariano para a mãe, dói na alma de quem já foi apaixonado por alguém que “só quer amizade”… (pelas minhas estatísticas: todo mundo :D).

    Esses pequenos detalhes tornam um texto grandioso.

    (Ah… desconfio que esse seja do Felipe Holloway).

    NOTA: 9

    • Fabio Baptista
      16 de setembro de 2015

      Ah… chatice nossa de cada dia.

      Única coisa que encontrei na revisão:

      – Mostrou um sorriso amarelo para rapaz
      >>> Faltou um “o”

  37. Rubem Cabral
    15 de setembro de 2015

    Olá, Eurípedes.

    Um bom conto: diálogos bem feitos em carioquês, boa ambientação, bons personagens. Enredo simples, porém completamente aderente ao tema do desafio. Talvez investir mais na narração poderia trazer um bônus a mais ao conto.

    Enredo: 4,5 (0-6)
    Escrita: 3,5 (0-4)

    Abraços.

  38. Ruh Dias
    14 de setembro de 2015

    Bonito e triste, quando o conto terminou estava com uma sensação esquisita no peito. A gramática está ok, embora eu, particularmente, não goste de palavrões ou informalidade em textos, mas isso é gosto pessoal.

  39. Rogério Germani
    12 de setembro de 2015

    Olá, Eurípedes!

    Usando de um linguajar simples, mas com uma fluidez perfeita, seu conto conseguiu cativar um belo cenário em meus olhos. Ainda que retrate um jogo de emoções que não finalize bem para o protagonista Mariano, vale a pena pagar a aposta para descobrir o desfecho maior desta trama.

    Nota 8

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Informação

Publicado às 12 de setembro de 2015 por em Cotidiano, Cotidiano Trevisan e marcado .