Acordei, não sei com quê… Ao lado da minha cabeça, os números vermelhos do relógio diziam 3:21. Repeti-os, mentalmente, três dois um e acrescentei inconscientemente o zero. Mas nada aconteceu. Repeti, três dois um… zero!… Nada! Nas paredes passeavam reflexos de luzes de carros que passavam lá em baixo, na rua. Não ouvia nada, nem o barulho dos carros nem dos vizinhos, nem dos mosquitos… nada… nem sequer os números do relógio, que iam mudando na sua sequencia tradicional… silêncio total.
De repente sinto saudades do barulho dos ponteiros dos relógios, ainda sinto o eco daquele tac-tac-tac, quando parecia que o tempo passava mais lentamente. Hoje o tac-tac-tac passa sem o ouvirmos, levaram-nos os ponteiros e querem-nos fazer acreditar que os minutos ainda têm sessenta segundos. Como acreditar se agora não há nenhum tac-tac-tac só uns números que aparecem e desaparecem.
Penso muitas vezes em como se comportarão os relógios quando sabem que ninguém olha para eles. Nos relógios redondos, quando fora do pulso, os números serão estáticos? Darão umas voltas sem que ninguém saiba? Será que se põem na conversa com os ponteiros e acompanham-nos num passeio, até ficar com a cabeça a andar à roda… E os números serão como os ponteiros? Sim, porque os ponteiros, sendo dois ou três há sempre um que tem mais pressa que os outros, e alguns números também terão essa mania das pressas… Isto já se sabe como é, no meio de tantos números, há sempre um que é do contra, que anda ao contrário dos outros… que sai da ordem… que não cumpre as regras… que tem a mania das anarquias… outros gritarão: Vivam as igualdades… eu sei lá!…
Neste momento estava três dois três. Assusto-me com um movimento de luz mais forte e mais rápido, possivelmente terá sido uma luz semelhante que me acordou… de noite consigo ouvir a luz a mover-se. Imóvel aguardo que o sono me agarre. Mas o tempo passa e nada… três cinco sete. Aguardo… fecho um olho porque acredito ser muito mais fácil adormecer só metade de mim, por ser menos massa a trabalhar… Mesmo assim, nada… Três cinco nove… e de repente três seis zero.
TRÊS SEIS ZERO?! O QUÊ?! Como é possível? O sessenta é aquele número que, nos relógios, nunca chega! Faz lembrar a perfeição na vida: sempre esperamos que ela chegue, mas surge sempre outra coisa qualquer. Olho mais uma vez em volta, tudo tão parado e em silêncio… só ouço a luz a passar, para cá e para lá, e ouço o silêncio. Ponho a mão no peito para confirmar que respiro. Sim! A minha metade mais acordada, estremece com mais uma mancha de luz a passar. A luz passou, deixando o silêncio.
Desisto de adormecer por partes, tento adormecer inteiro. Insisto, insisto. Fecho os olhos e vejo manchas azuis que se transformam em vermelhas que absorvem as amarelas, as verdes vão atrás e volta a ficar tudo numa mancha azul. De repente, como uma explosão silenciosa o azul transforma-se em pequenas manchas, alterando a cor de algumas delas para amarelo, vermelho, laranja, verde, violeta… um verdadeiro arco-íris por desenhar. Suspiro… tenho a certeza de não estar num sonho, nos sonhos não há cor! Insisto, forçando ainda mais o fechar dos olhos. Nada acontece, nada para além de continuar a transformação contínua destas manchas de cor. De olhos fechados, vejo com mais atenção aquela imagem, parecia na minha parede, estranhamente tinha movimento, tinha vida… aquilo que costuma ser uma superfície lisa, naquele momento era uma amalgama de manchas com vida, quais cogumelos que nasciam e desapareciam, uns atrás dos outros, vinham e iam, do nada para o nada, uma sequencia aleatória e interminável… pareciam ideias a nascer e ilusões a desaparecer. Aquela imagem dava vida à parede. Aos poucos sinto-me a abandonar este meu corpo… sinto que agora sim, vou dormir, abandono este corpo pesado, levito até voltar a cair em mim. Todo o meu peso em cima de mim, a cama segura-me, a respiração demora a normalizar.
Não é um sonho, seguramente, pois há cor. Ficção?
Estava quase a adormecer quando me lembro que não tinha dado conta da respiração, viro-me de barriga para cima, abro muito os olhos e fico completamente imóvel. Sim de facto falta a respiração. Estou em pânico! Falta-me a respiração, não a minha, mas aquela que todas as noites sinto no meu pescoço. Onde está o teu bafo? Onde estás? A medo começo a mexer o braço direito, muito lentamente, não sei se com medo do que vá encontrar ou se com receio de te acordar. O braço andou, andou, andou e não encontrou nenhum obstáculo até chegar à almofada. Dei início ao mesmo movimento agora com a perna direita. Para além dos olhos muito abertos, agora tinha também a boca escancarada, não percebo porquê mas assim consigo diminuir a velocidade do movimento das pernas. Não encontro nenhum corpo gelado, somente os lençóis frios sem qualquer marca de um corpo, sem nenhum cheiro. Estarei a sonhar que vivo sozinho? Ou viverei mesmo sozinho?
Olho para o relógio, três seis três, era impossível… mas era como estava. Realidade impossível ou ficção cientifica? Como daquela vez, bem me lembro, ainda só existiam relógios de ponteiros, e o ponteiro grande a meio de uma das suas viagens intermináveis, decide começar a assobiar. Biuph! Biuph à sua passagem os números vão atrás. Uma confusão… A revolta dos números! Depois daquele momento único, durante algum tempo, sabia-se as horas mais ou menos, somente pelo posicionamento dos ponteiros. Era como saber as horas a olhar para o sol. Esteve diferente o mundo.
Logo cabeças pensantes começaram a arranjar uma alternativa aos relógios com ponteiros, e assim, apareceram as luzinhas vermelhas que juntas definem os números que marcam o ritmo da nossa vida. Muitas cabeças a pensar não inventam só uma coisa. Para além de retirar os ponteiros… tiram os números, tiram tudo, parecem o governo.
Três seis seis.
Fico muito quieto a tentar perceber se o mundo, fora daquela cama, continua a andar… Sim? Não? Muito quieto e em silêncio começo a ouvir as batidas do meu coração. Talvez resultado da minha concentração aquelas batidas no peito começaram a subir. Lentamente, subiram… e… subiram até passar o pescoço, e já estavam na boca. Mal conseguia respirar. Tumtum, silêncio, tumtum, silêncio, tumtum, silêncio… e o coração na boca!
E agora? Não conseguia falar, nem alto, nem sequer um pequeno sussurro, muito menos gritar! Nada… Era mesmo muito urgente arranjar um socorro qualquer… penso… procuro o telefone, tumtum, silêncio, tumtum, silêncio, tumtum, silêncio… Para que me serve o telefone se não consigo falar?
A respiração ofegante faz-me abrir cada vez mais os olhos, contorço-me e ponho as duas mãos no pescoço. Contorço-me mais ainda com a dor, dor forte que infligia a mim… e de repente volto a estremecer, morri? No lugar do tumtum apareceu o silêncio… e de seguida o tumtum, mantendo-se o ritmo, silêncio, tumtum, silêncio, tumtum e muito lentamente tudo voltou ao normal, mas aquele momento de inversão foi aflitivo, medonhamente mortal. Um momento de silêncio, de imobilidade geral… durante o qual podia ter morrido, eu e outros mil. Se é que não morri mesmo, eu e mais esses mil… A respiração muito lenta, rapidamente deu lugar a uma urgência de ventilar os pulmões, o cérebro, tudo! Respirava ofegante como no fim de um qualquer acto sexual… como quando o corpo se está a afogar, a perder-se no mar, e repentinamente uma mão agarra! Prende-o à vida… Essa mão no pescoço é minha! Essa mão que me controla os movimentos, que me mexe os lábios, sou o boneco ventrículo naquela mão. Respiro acima da água enquanto ela deixar.
Baixinho digo o teu nome, quase um pedido de salvação sem acreditar na salvação. Respiro, molho os lábios e repito o teu nome. Não respondes, não estás? Por onde andas? Sempre te imaginei uma mulher normal, igual a todas as outras. Vista de frente ou de lado, vestida ou despida, em silêncio ou a cantar. Uma mulher somente.
Na verdade isso não existe. Uma mulher nunca é somente uma mulher. Qualquer mulher é semelhante a um daqueles brinquedos tipo matrioskas. Sim, daquelas bonecas russas que dentro de uma boneca tem outra boneca, e outra dentro de outra e outra e outra. As mulheres são assim, conseguem ter vidas dentro da sua vida, e outra e outra… qual filme de ficção.
A mulher consegue dentro de si arranjar espaço para ser mãe, cozinheira, mulher da limpeza, costureira, cantora, ama, enfermeira, professora, taxista, trabalhadora, economista… tem que vestir cada pele deixando a outra a secar, como fazem as cobras, e voltam a vestir a pele que não querem, engolem em seco e a vida vai. Dentro de uma boneca está outra e outra, e, quando pensamos que já nada há, ainda tem uma boneca, a mais pequenina destinada à amante, aquela que tem sexo em dias fixos da semana, sempre na mesma posição, sem suspiros nem ais, mas sempre na hora marcada. A mais pequenina boneca, por vezes, perdida algures nessa vida. Por vezes, perdida dentro de uma dessas muitas outras bonecas, descobre-se, depois de sacudir bem, num qualquer canto, uma vontade infinita de ser alguém, de ser mulher.
Decido levantar-me e ir à tua procura. A indisposição de à pouco seria mesmo verdadeira? Nada se ouve…Da cama vou à sala, e nada… nem luz nem televisão… nada. Ainda pensei que estivesses deitada no sofá a meditar em ti, em nós. Engano meu. A varanda está fechada, por isso também não estás a ver as andanças do mundo. Volto para trás, às escuras tento ouvir qualquer ruído que te localize. Nada… nem um movimento de fantasma. Nada de nada. Um simples ruído podia dar uma pista… Dou mais três passos, às escuras, e estico o braço, confirmo que estou junto da porta para a casa de banho. Chamo-te em silêncio. Acendo a luz e não te vejo. Também não estavas ali. Sinto um arrepio ao olhar para a banheira com a cortina fechada. Nos filmes está sempre um corpo sem vida dentro da banheira… Já que não chego de faca na mão, a banda sonora é o silêncio.
Num passo decidido vou até junto da porta da cozinha, e vejo luz a passar por baixo da porta… parece acompanhada de fumo… esfrego os olhos… não… não… é somente luz. Encosto o ouvido à madeira fria para tentar entender o que se passa. Ouço louça a bater, ouço água a correr, sim lá estavas… mas a fazer o quê a meio da noite? Porque não esperas pelo dia?! Abro a porta e tu continuas como se não tivesses ouvido o que quer que fosse, e eu, estátua de gelo com os olhos abertos até à testa e a boca aberta até ao pescoço. Quem és tu afinal?
Estavas transformada numa centopeia debaixo de uma carapaça, eras um polvo com mais de oito pernas e casca de tartaruga às costas. O que és tu? Quem és tu? Que corpo é esse que eu desconheço por completo? Tantas vezes passei as mãos pela tua pele, quantos passeios os meus lábios fizeram nessa tua pele, e agora, assim de repente, estás substituída por algo que me deixa assim, estátua, completamente perdido… não te conheço onde estás? O silêncio foi substituído por uma música de cordas de violino que gritavam sob o arco de algum músico sem cabeça, com sublinhados de tuba, mas não se via o músico, somente o som, sendo provável que ele, na realidade se encontre no interior do instrumento.
Lavavas roupa, com outras duas mãos lavavas louça, e com outros dois braços preparavas comida, cortavas batatas para um tacho e, com outras mãos ainda mexias algo parecido com sopa numa panela. Com os braços que saíam das costas, cozias roupa, e, com os outros que estavam logo mais abaixo passavas a ferro. Seguravas o filho que não temos, cantavas uma música de embalar, enquanto o abanavas calmamente. Criavas um ambiente de languidez que inebriava todo aquele espaço. O cheiro da comida e o vapor que saía dos tachos produzia um ambiente de filme noir naquela cozinha. Não havia sombras, somente uma espécie de nevoeiro e um som dormente que nos transportava para qualquer pântano, que nos levava para um qualquer cenário aterrador da nossa infância.
Olhavas para mim com um sorriso como a convidar para me enroscar no teu colo, como a dizer que ainda havia espaço para o meu corpo junto de ti. Um sorriso convidativo para qualquer dos teus braços. Indeciso… persigo esse teu sorriso… procuro… procuro… Fico imóvel à espera sei lá de quê!… A surpresa congela-me… sinto frio… Num minuto revivo o teu corpo ao longo do tempo, as suas transformações, de corpo menina, passando por mãe até chegar aqui. Esse corpo que eu subi tantas vezes com a minha língua. Os seios descaíram, a barriga aumentou, as ancas alargaram, as pernas incharam, as costas transformaram-se em carapaça, os tornozelos incharam, os cabelos ficaram brancos e as rugas começam a aparecer. Como um filme montado com fotografias, revi esse teu corpo, num minuto passou a tua vida pelos meus olhos, como se os meus óculos recebessem a projeção da tua vida. Não me mexi, tu também não. Mantinhas o teu sorriso e os braços todos sempre em movimento, mas mantinhas o teu corpo imóvel, como se fosse o elo que articulava toda aquela máquina que eras tu. Eu, imóvel…
De repente, no relógio está o quatro cinco sete, como se não tivesse passado nada, assim como quem dispara uma máquina fotográfica, aparecem aqueles números, quatro cinco sete. Por certo todos os outros estariam cansados e só aqueles se mostraram disponíveis para aparecer. Depois, sem nada o prever foram substituídos por cinco dois oito, a noite não passava, a única alteração naquele mundo era a mudança arbitrária dos números. Eu fechava os olhos, ou procurava os meus fantasmas nas paredes, no tecto, no chão, e, sempre que os meus olhos voltavam para o relógio, os números já tinham sido substituídos por outros, sem qualquer sequência. Seis zero nove.
Na rua ouve-se uma travagem enorme, consegue-se sentir na pele dos braços a força dos pneus parados a deslizar no pavimento preto, no nariz fica o cheiro a queimado, no chão preto ficam uns riscos ainda mais pretos. Só vejo a luz branca na parede e no teto daquele quarto, tudo o mais imagino. Um gato preto que atravessa a estrada, à frente do carro, corre sem parar, um outro carro que surge sabe-se lá de onde, uma criança que larga a mão do pai e corre para o meio da estrada, uma porta que se abre num carro parado e o que passa rápido trava! Um grito que ecoa na noite, na nossa cabeça, e, ouve-se… vê-se…. Resta somente o som da travagem e o cheiro imaginário a queimado.
O carro retoma o andamento, ouve-se o barulho do motor, lentamente a iniciar o seu movimento. Ficou a luz na parede e no teto do meu quarto. Fico hipnotizado a olhar para aquela luz, aguardando que ela desapareça com a diminuição do som do motor. Eu a olhar para aquela luz e o mundo parado. Seis zero seis.
De repente sento-me na cama, impossível! Impensável! Se ainda à pouco eram seis zero nove, como é que agora são as seis e seis? Como é que o tempo andou para trás? Como é que o carro andou e não levou a luz consigo?… Procuro uma resposta em mim, mas não encontro nada… Ouço a descarga do autoclismo, os teus pés nus a andar no chão de azulejos fazem um barulho de colar e descolar da pele no vidrado. Paras, ouve-se água a correr. As mãos passam num pano, reconheço aquele som surdo, volta-se a ouvir a pele dos pés a colar e descolar. Apagas a luz. Fico na escuridão, aguardo que entres na cama, fecho os olhos e nada, abro os olhos, seis três três. Ouço água a cair num copo, e o som de passadas e de interrutores a ligar e desligar, cada vez mais próximas, mais próximas, as passadas produzem o som cada vez mais nítido de pele a colar e descolar. Chegas à cama e muito lentamente deitas-te e puxas o lençol para cima de ti. Moves-te como se estivesses parada, em silêncio… no escuro… seis três seis. Fecho os olhos e passo a língua pelos lábios. Abro os olhos, seis seis seis. Não! Outra vez…. NÃO!
Faço de conta que não existe tempo, que nada controla a nossa vida. Estico os braços em direção a ti, agarro-te as ancas e puxo-te para mim. Agora não, é tarde, ouço. Nunca é tarde… só não sei que até o tempo já desistiu de ser certinho! Dorme! Dorme! E sinto três pancadas, muito leves, no ombro. A escuridão era interrompida pelo vermelho dos pequenos pontos que definem números junto da minha cabeça. Sete um zero. Silencio e escuridão. Mais uma outra noite em que não houve respiração ofegante nem ranger de cama. Procuro em ti a boneca que corresponde à do sexo, a tal que é muito pequenina e quase invisível. Hoje não é dia, por isso a manténs arrumada no armário, limpa e seca. Suspiro, sete dois três.
Nas paredes começava a aparecer uma luminosidade cada vez mais intensa, o sol estava quase nascido, na rua ouviam-se cada vez mais carros a passar, no quarto, já estava tudo em luz. Sete dois cinco. Daqui a pouco vai tocar o despertador, talvez, se os números continuarem a vir seguidos… como deve ser. Cada vez passavam mais carros, e, cada vez havia mais barulho na casa dos vizinhos, cada vez havia mais sol no interior daquele quarto. Cansado de estar deitado, ansioso pelo fim daquela noite, aguardo que o rádio comece a falar. Sete três zero.
“Pedimos desculpa pelas estranhas ocorrências registadas ao longo da noite. Os diversos ministérios encontram-se reunidos de emergência para dar uma explicação à população, mas algum comunicado só será transmitido após a cabal compreensão do sucedido…”
Então não era um pesadelo meu, tinha acontecido mesmo uma revolta nos números dos relógios. Tinha havido indecisões no tempo, como naqueles dias de sol em que surgem nuvens e chove, esta noite, o tempo tinha passado mais rápido e mais lento…, o tempo até tinha andado para trás… Como foi possível acontecer uma coisa destas?! Como num dia de céu nublado, uma pequena abertura entre as nuvens deixa passar os raios solares, como a minha janela. O sol já não estava a crescer já estava todo dentro do meu quarto.
Sinto a tua mão no meu ombro a abanar-me, são horas, vamos, repetias. Ouvia-te como um eco, são horas, são horas… que minutos são? pergunto e fico sem resposta. Sete três nove. O pii pii pii do relógio faz-me saltar da cama. São horas. Sento-me na cama, esfrego a cara com as duas mãos. Olho para trás, e vejo a minha cama, enorme e vazia. Olho em redor, para além do sol nada é como tinha sonhado. Estremeço ao relembrar o sonho. Ouço os vizinhos a discutir, de um lado perguntam onde está a camisa, em baixo não há água quente, e em cima parece haver uma corrida de saltos altos. Eu, cada vez mais indeciso se me levanto cedo para ter mais tempo para descansar ou se volto para aquele mundo que deixei para trás. Olho para o relógio, SOL. O quê? Esfrego os olhos, como?! Ah! o relógio está de pernas para o ar… então era isso… ponho-o na posição normal, sete zero cinco. Faz-se tarde… é hora de ir, ir, sempre em frente até lá.
De pernas para o ar?!!! kkkk
Ahh que explicação simplória 😛
Mas gostei! Gostei das reflexões ao longo do texto… viajei nelas tb!
Achei descabido o noticiário falar das anomalias da noite…ou essa parte era sonho tb? era né? senão não caberia o final.
Gostei muito desta leitura! Obrigada por ela!
Abração